Buscar

201302 Caderno de Aula Penal II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

02 de agosto de 2013
ILICITUDE
Conceito - É a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, pelo qual,a ação ou omissão típicas tornasse ílicitas.
Pode-se dizer que todo fato penalmente ílicito é, antes de mais nada, típico. No entanto,pode suceder que um fato típico não seja necessariamente ilicito, ante a concorrência de causas excludentes. É o caso do homícidio praticado em legítima defesa, o fato é típico, mas não ilicito, daí resultado que não há crime.
DIFERENÇA ENTRE ILICITO E INJUSTO
a) o ilicito consiste na contrariedade entre o fato e a lei. A ilicitude não comporta escalonamentos, de modo que a lesão corporal culposa é tão ilicita quanto o latrocinio. pois ambas as infrações confrontam-se com a norma juridica. O ilicito portanto, não tem grande: ou é contrário a lei ou a ela se ajusta.
b) O injusto é a contrariedade do fato em relação ao sentimento social de justiça, ou seja, aquilo que o homem médio tem por certo, justo. Um fato ser ilicito, na medina em que se contrapõe ao ordenamento legal, mas considerado justo por grande porte das pessoas (.V.G. 
Associação secreta L.E.P art.39 pequenos apostadores do jogodo bicho, conduta inconveniente, etc) o injusto ao contrario do ilicito tem diferentes graus, dependendo da intensidade da repulsa provolada pela conduta exemplo: o estupro,embora tão ilegal quanto o porte de arma, agride muito mais o sentimento de justiça da coletividade.
A tipicidade é material e a ilicitude meramente formal, de modo que causas supralegais, quando existem, são excludentes de tipicidade.
Causas legais: são quatro:
a)estado de necessidade;
 
b)legítima defesa;
c) estrito cumprimento do dever legal;
d)exercício regular de direito.
1)Estado de necessidade:
CONCEITO: Causa de exclusão da ilicitude daconduta de que não tendo o dever de enfrentar uma situação de perigo atual, a qual não provocou por esse perigo para salvar outro próprio ou alheio cuja perda não era razoável exigir. No estado de necessidade existem dois ou mais bens jurídicos postos em perigo de modo que a preservaçãode um depende da destruição dos demais. Como o agente não crioua situação de ameaça, pode escolher dentro de um critério de razoabilidade ditado pelo senso comum, qual deve ser salvo.
EX.:Um pedestre joga-se na frente de um motorista que, para preservar a vida humana, opta por desviar seu veiculo e colidir com outro que se encontra estacionado nas proximidades, entre sacrificar uma vida e um bem material o agente faz a opção claramente mais razoável.
Não pratica o crime de dano(art.163 do c.p), pois o ato, aesar de tipico não é ilicito.
09/08/2013
2-Legitima Defesa 
Conceito- causa de exclusão da ilicitude que consiste em repetir injusta agressãero atual ou uminente , a direito próprio ou almeio, usando modamente dos meios necessários. Não há aqui, uma situação de perigo pondo em conflito de dois ou mais bens, na qual um deles deverá ser sacrificado. Ao contrario, ocorre um efetivo ataque ilicito contra o agente ou terceiro, legitimando a repulsa.
FUNDAMENTO- O estado não tem condições de oferecer proteção aos cidadãos em todos os lugares e momentos, logo,permite que se defendem quando não houver outro meio. 
NATUREZA JURIDICA- Causa de exclusão de ilicitude
REQUISITOS- a)agressão iminente; b)agressão injusta;c)atual ou iminente; d)repulsa com meios necessários;e)uso moderado de tais meios;f)conhecimento da situação justificante.
Agressão injusta é contraria ao ordenamento juridico trata-se portanto de agressão ilicita, muito embora injusto e ilicito, em regra não sejam expressões equivalentes.
AGRESSÃO DE INIMPUTÁVEIS- A injusta da agressão deve ser aferida de forma objetiva, independente da capacidade do agente. Assim inimputavel (ébrios habituais, doentes mentais, menores de 18 anos) podem sofrer repulsa acobertada pela legitima defesa.
CONCEITOS FINAIS
a) Legitima Defesa Sucessiva: É repulsa contra o excesso. Quem da causa aos acontecimentos não pode arguir legitima defesa em seu favor, razão pela qual deve dominar quem se excede sem feri-lo.
b)Legitima Defesa Putativa: É a errônea suposição da existência da legitima defesa por erro de tipo ou de proibição. Só existe na imaginação do agente, pois o fato é objetivamente ilicito.
c)Legitima Defesa Subjetiva- É o excesso derivado do erro de tipo excusável, que exclui o dolo e a culpa. “Aberractio Ictus”- Na reação defensiva: é a ocorencia de erro na execução dos atos necessários de defesa. Exemplo: Para defender-se da agressão de “A”,”B” desfere tiros em direção do agressor, mas por erro, atinge “C”,terceiro inocente.Nas duas hipoteses, a legitima defesa nao se desnatura, pois, a teor do artigo 73 do codigo penal,”B” respondera pelo fato como se tivesse atingido o agressor “A”,ou seja, a pessoa visada, e não a efetivamente atingida.
3)ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL-
FUNDAMENTO- Não há crime quando o agente pratica o fato no “escrito cumprimento do dever legal”(cp,art 23,III, 1°parte) trata-se de mais uma causa excludente de ilicitos.
Conceito- Causa de exclusão da ilicitude que consiste na realização de um fato tipico, por força do desenvolvimento de uma obrigação imposta por lei. EXEMPLO: o policial que prima o fugitivo de sua liberdade, ao prendê-lo em cumprimento de ordem judicial.
DEVER LEGAL- Compreende toda e qualquer obrigação direta ou indiretamente derivada de lei. Pode, portanto, constar de um decreto, regulamento ou qualquer ato administrativo nfralegal, desde que derivado de lei.
O cumprimento deve ser estritatamente dentro da lei: exige- se que o agento se contenha dentro dos rigidos limites do seu dever, fora dos quais, desaparece a excludente. EXEMPLO: Execução do condenado pelo carrasco, o qual deve abster- se de provocações de última hora ou de atos de jadismo ou tortura.
Prisão legal efetuada pelos agentes policiais, que deve ser efetuada sem carater infamante, salvo quando inevitável. Assim somente os atos rigorosamente necessários e que decorram de exigência legal amparam-se na causa de justificaçao em estudo os excessos cometidos pelos agentes poderao constituir crime de abuso de autoridade (lei 4.898 de 09/12/65 arts 3°e 4°) ou delitos previstos no codigo penal.
ALCANCE DA EXCLUDENTE - Dirige-se aos funcionarios ou agentes publicos que agem por ordem da lei. Não fica excluido, contudo, o particular que exerce função publica (jurado, perito, mesario da justiça eleitoral, etc)
4)EXERCICIO REGULAR DO DIREITO
CONCEITO- Causa de exclusão da ilicitude que consiste no exercício de uma prerrogativa conferida pelo ordenamento juridico, caracterizada como fato tipico.
16/08/2013
Alcance- Qualquer pessoa pode exercer um direito ou uma faculdade prevista em lei ( Penal ou Extrapenal). A constituição reze que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei(c.f art 5°, II). Disso resulta que se exclui a ilicitude nas hipoteses em que o sujeito esta autorizado a esse comportamento, EXEMPLO: Prisão em flagrante por particular , o próprio código penal prevê casos especificos de exercicio regular do direito, como a imunidade juridiciaria (cp art 142,I) e a coação para evitar suicidio ou para a pratica de intervenção cirurgica (art 146, inciso 3°).
16/08/2013
CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO
O código penal no art. 14, define o que se entende por crime tentado e por crime consumado: 
art 14- Diz-se do crime:
I =consumado, quando, nele se reunem todos os elementos de sua definição legal;
II=tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstancia alheias a vontade do agente.
CONSUMAÇÃO- Cosuma-se o delito quando existe a realização integral do tipo.A cosumação varia de acordo com o tipo de crime.
a)CRIMES MATERIAIS: Havendo açãoe resultado, somente com a ocorrencia deste é que existe comsumação.
 Exemplos: Homicidio (art 121 do cp); estelionato ( art 171 cp)
furto ( art 155 do cp) etc.
b)CRIMES FORMAIS: A consumação ocorre independentemente do resultado naturalistico, que é dispensável. EX.:(ART147, AMEAÇA)
c) CRIMES DE MERA CONDUTA: A consumação se da a simples conduta do agente, não havendo resultado naturalistico.
Exemplo: desobediência (art 330 do cp), violação de homicidio (art 150 cp)
d) CRIMES CULPOSOS: A consumação se da com a ocorrência do resultado naturalistico. EX.:Homicidio culposo (art 121 ss3° cp), lesão corporal culposa ( art 129 ss 6° cp).
e) CRIMES PERMANENTES: A consumação se prolonga no tempo, perdurando, enquanto não cessar a atividade do agente. EX.: sequestro e carcere privado (art 148 do cp)
f)CRIMES OMISSIVOS PUROS (OU PROPRIOS): A consumação se da com o comportamento negativo, independentemente do resultado posterior. EX.:omissão de socorro (art 135 do cp)
g)crimes omissivos impróprios ( ou comissivos por omissão): A consumação se da a produção do resultado naturalistico, não bastando a simples conduta negativa. 
Ex.:Mãe qua deixa de amamentar o filho com a finalidade de mata-lo.(art 121 do cp).
h) CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO: A consumação se da no momento da produção do resultado mais grave. EX.:lesão corporal seguida de morte(art 129 ss3° do cp).
23/09/2013
TENTATIVA
O crime é tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstancias alheias a vontade do agente. 
Costuma-se usar o termo latino “conatus” como sinônimo de tentativa. Existem, basicamente, duas teorias a respeito da tentativa:
a) Teoria objetiva, segundo a qual existe tentativa com o inicio dos atos de execução, nesse caso, a punição da tentativa se justifica tanto pelo desvalor da ação quanto pelo desvalor do resultado, ja que o bem juridico efetivamente é exposto a perigo. A redução da pena, portanto é inafastavel.
b)Teoria subjetiva, segundo a qual bata, para configurar a tentativa, a revelação da intenção delituosa, ainda que em atos preparatórios. Nessa teoria, a punção se justifica pelo desvalor da ação, não importando o desvalor do resultado. Não há diferença entre os atos preparatorios e atos de execução, nao havendo redução de pena.
O nosso codigo penal adotou teoriaobjetiva, exigindo para a ocorrencia da tentativa, inicio de atos de excussão (art 14 do cp).
“ITER CRIMINIS”
O FATO DELITUOSO APRESENTA UMA TRAJETORIA, DENOMINADA “ITER CRIMINIS”( TERMO LATINO QUE SIGNIFICA CAMINHO DO CRIME), QUE SE COMPOE DE QUATRO ETAPAS:
a) cogitação; b)atos preparatorios; c)atos de execução; d) consumação.
Pois a vontade era no sentido de consumar o delito.
PENA DA TENTATIVA
A pena da tentativa é a do crime consumado, diminuindo se de um a dois terços, dependendo do “iter criminus” percorrido. Nesse sentido dispoe o art 14, paragrafo único do codigo penal.
Art 14 (...)
Paragrafo unico- salvo disposição em contrario, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuida de um a dois terços.
Ao referir-se a “disposição em contrario” o paragrafo único quer indicar que existem crimes em que a consumação é punida da mesma maneira que a tentativa. É o caso dos chamados “crimes de atentado” que são aqueles em que a tentativa é a mesma maneira do crime consumado, sem qualquer redução. EX.: evasão mediante violência a pessoa (art 352 do c p).
30/08/2013
DESISTÊNCIA VOLUNTARIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
O art 15 do cp, cogita das hipoteses em que o agente desiste de prosseguir no “iter criminis”ou, tendo o percorrido quase por completo, arrepende-se impedindo que o fato se consume. 
A desistencia volutaria somente é possivel na tentativa imperfeita. Nao havendo percorrido, ainda, toda a trajetória do direito, iniciados os atos de exeção, o agente pode deter-se, voluntariamente. Ex.: O agente ministra veneno a bebida da vitima, arrependendo-se depois e impedindo a de inge´rí=-la.
A desistencia embora volutaria, nãp precisa ser necessariamente, espontanea, ou seja, o desejo de não prosseguir na execução do crime não precisa vitima ou por terceiros.
 No arrependimento eficaz, que ocorre somente na tentativa perfeita, o agente esgota todos os meios ao seu alcance, para a pratica do crime.Ele pratica todos os atos de execução, arrepende-se, porém, evita, com sucesso, a consumação.
Ex.:O agente ministra o veneno a bebida da vitima e a induz a ingeri-la, após a ingestão da bebida envenenada pela vitima, o agente se arrepende, socorrendo-a ao hospital.
No caso de arrependimento a lei subordinada a impunidade da tentativa a sua eficacia.
Se por qualquer motivo, embora arrependimento, o agente não consegue evitar a consumação do delito, não ficara isento da pena. A responsabilidade, entretanto, perdura mesmo que outra causa concorra para o delito.
Ex.:Se a vitima, envenenada, negar-se a tomar o antidoto, e morrer, estará consumado o delito, pelo qual responderá o agente.
Do mesmo modo, se a vitima tomar o antidoto, mesmo assim, morrer, o agente responderá pelo crime. A desistencia voluntaria e o arrependimento eficaz excluem a tipicidade do fato(o agente não responde pelo crime pelo qual iniciou a execução, mas apenas pelos atos praticados, que podem configurar uma outra figura tipica, comunicando- se, em caso de concurso de agentes, ao coautor ou participe.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
O arrependimento posterior é figura nova no nosso ordenamento juridico e vem tratado no artigo 16 do cp.
Nele o agente ja consumou o delito, restando-lhe, agora a reparação do dano ou a restituição da coisa, tudo isso, se possível. Até o reconhecimento da denuncia ou queixa. O arrenpendimento posterior é uma causa generica de diminuição de pena e deve ser considerada na terceira etapa do calculo da pena (art 68 do c p), estandosubordinado aos seguintes requisitos:
a) Crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa;
b)Reparação do dano ou restituição da coisa;
c)Ato voluntario do agente;
d)Até o recebimento da denuncia ou da queixa.
Caso a reparação do dano a restituição da coisa ocorra após o recebimento da denuncia ou da queixa,estará configurada apenas uma circunstância atenuante genérica, prevista no art 65, III, b do c.p.
CRIME IMPOSSÍVEL
O artigo 17 do c p. Não pune a tentativa quando há ineficácia absoluta do meio ou impropriedade absoluta

Outros materiais