Buscar

Trabalho II - REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA 
INTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
CURSO DE DIREITO 
 
JOSÉ RILDO COELHO MACHADO JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARRA DO GARÇAS – MT 
MAIO/2015 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA 
INTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
CURSO DE DIREITO 
 
JOSÉ RILDO COELHO MACHADO JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de 
Direito, do Instituto de Ciências 
Humanas e Sociais, do Campus 
Universitário do Araguaia, da 
Universidade Federal do Mato 
Grosso, como requisito parcial para 
aprovação na disciplina de Direito 
Administrativo, sob orientação do 
Prof. Me. Leandro Cioffi. 
 
 
 
 
 
 
BARRA DO GARÇAS - MT 
MAIO/2016 
PROBLEMA DA PESQUISA 
No dia 5 de agosto de 2011, entrou em vigor a Lei 12.462/11, que dispõe sobre 
o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) e dá outras 
providências. 
Dispõe, no artigo 1º e seus incisos dessa lei acerca das licitações e 
contratações em que o RDC é aplicável, cujo rol foi se ampliando através de 
alterações legislativas posteriores à da instituição de tal regime. 
De acordo com o § 2º do artigo 1º dessa lei, estando expressamente previsto no 
instrumento convocatório o regime em RDC, sua licitação e contratação não 
sofrerão o rigor da Lei 8666/93, exceto naquilo que a Lei do RDC expressamente 
prever. 
Porém, dentre muitas questões controversas contidas nessa lei do RDC, faz 
destaque uma questão polêmica a respeito da publicidade em alguns processos 
de licitação. Apesar de o artigo 3º reiterar expressamente que as licitações e 
contratações em RDC deverão observar o “princípio da publicidade”, o artigo 6º 
(BRASIL, 2011, on-line) dispõe que “[...] o orçamento previamente estimado 
para a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o 
encerramento da licitação [...]”(grifo nosso) e, além disso, seu § 3º afirma que 
“[s]e não constar do instrumento convocatório, a informação [de orçamento 
previamente estimado] possuirá caráter sigiloso e será disponibilizada estrita e 
permanentemente aos órgãos de controle externo e interno.” (BRASIL, 2011, on-
line) (grifo nosso). 
Com isso, o que se pode observar é que a necessária transparência, (um dos 
sinônimos do princípio da publicidade e de fundamental importância para 
viabilizar o amplo controle sobre os atos praticados durante o processo de 
licitação e contratação), fica restrita apenas a alguns órgãos e instituições 
públicas de controle da Administração, tal como, por exemplo, o que remete o 
seu artigo 46. Nisso, o RDC possibilita o afastamento de a sociedade como um 
todo (tais como a imprensa, a população, as entidades do terceiro setor etc.) 
em acompanhar esses atos a fim de detectar eventuais irregularidades em que 
até então não fossem indicadas por aqueles mecanismos de controle estatal 
sobre a licitação e contratação. 
Talvez esse possa ser um dos grandes pontos questionáveis da 12.462/11, em 
comparação à rigidez e ampla publicidade previstas na tradicional Lei 8.666/93. 
Vale ressaltar, ainda, que a “publicidade” é um princípio constitucional da 
Administração Pública, previsto no caput do artigo 37 da CF. 
Daí, com base nas contextualizações acima, tem-se a problematização 
sintetizada nas seguintes indagações: 
1) O artigo 6º e seu § 3º da Lei 12.462/11 são considerados constitucionais 
ou inconstitucionais a respeito do que impõe o princípio da publicidade no 
caput do artigo 37 da Constituição? Por quê? 
2) O legislador infraconstitucional, apesar de expressar o princípio da 
publicidade no teor da lei do RDC, está de fato promovendo a devida 
publicidade ao tornar sigiloso uma fase do processo de licitação também 
sujeita a práticas de irregularidades? Por quê? 
3) Caso compreenda pela inconstitucionalidade em razão da violação ao 
princípio da publicidade, suponha-se que um indivíduo tenha o interesse 
de tomar conhecimento sobre o orçamento estimado (que é um ato público 
e devidamente documentado), ainda que em sigilo. Esse indivíduo possui 
algum meio processual (remédio constitucional, instrumento processual, 
etc.) de satisfazer o seu interesse através de alguma ordem judicial? 
Explique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO: 
O artigo 6º e seu § 3º da Lei 12.462/11 é considerado inconstitucional 
diante do aspecto formal, ou seja, pode ser sanada. Entretanto, é evidente o 
afrontamento ao artigo 37 da Carta Maior, porquanto este estabeleça que é 
princípio basilar da administração pública a publicidade. Ocorre ainda afronta a 
Lei 8.666/97, pois esta, baseada na Constituição de 1988, estabelece a 
publicidade como caráter inerente às contratações públicas. Afim de dirimir a 
dúvida acerca do supracitado dispositivo, encontra-se em trâmite ações no 
Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei 12.462/11, que cria o RDC (Regime 
Diferenciado de Contratações Públicas), aplicável a licitações e contratos de 
obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas 2016. 
Desta forma, o legislador infraconstitucional não dá preferência à 
publicidade ao permitir que uma fase do processo ocorra sob sigilo, ferindo 
especificamente o princípio da publicidade dos atos administrativos que dizem 
respeito à contratações. 
Por fim, compreendendo pela inconstitucionalidade do artigo 6º e seu 
§ 3º da Lei 12.462/1, entendo cabível Mandado de Segurança como remédio 
constitucional para que qualquer indivíduo possa litigar em juízo, buscando a 
publicização dos atos que ocorrem durante o processo de contratação do ente 
público no que se refere aos abarcados pela mencionada lei. Isto em razão de 
tratar-se de direito líquido e certo, pautando-se na Carta Maior deste Estado, que 
instrui a administração a partir do princípio da publicidade de seus atos.

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes