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1 RESUMO DE ÚLCERAS GASTRO-DUODENAIS Duodenais são mais comuns Corpo: Produz muco – produtor da mucosa Pepsinogenio: Ajuda na digestão de proteínas com o HCl. Antro: Produz muco, pepsinogênio e gastrina Gastrina também é importante para a secreção do HCl. Ulcera É a perda da integridade do epitélio de revestimento do estomago e do duodeno Solução de continuidade Geralmente são únicas (90% dos casos) Acomete de 15 a 20% da população mundial Úlcera péptica: Tem a ver com a pepsina, que também é uma substância irritante para o estomago e o duodeno Mais freqüente no duodeno (95% da porção inicial do duodeno) Úlceras duodenais mais freqüentes em pacientes mais jovens. Úlceras gástricas: 60% no antro e em pacientes mais idosos (a partir dos 40, mas com uma média maior com 60 anos). Ela pode ser tão profunda a ponto de perfurar a camada muscular e extravasar o conteúdo gastrointestinal para a cavidade abdominal. Solução de continuidade causada pelo desequilíbrio entre proteção e agressão da mucosa. Sintomatologia Azia por causa do refluxo Dor epigástrica*** - tende a melhorar com a alimentação Náusea e vômitos (mais associadas ao refluxo do que a úlcera). Sangramento (pode ser causa inclusive de óbito – hemorragia digestiva alta) Pode causar reação inflamatória importante com obstrução da passagem do conteúdo gastrointestinal. Células parietais: Secreção de HCl (fator de agressão) Células mucosas: Produtoras de muco e de bicarbonato (fatores de proteção) Células principais: Responsáveis pela produção de pepsinogênio. Bomba de prótons: Proteína que troca hidrogênio por potássio. H sai para a luz e o potássio entra (transporte ativo). O cloro vai junto com o hidrogênio (o cloro troca com o bicarbonato). Há formação do HCl. 2 Fatores que estimulam a produção de HCl: Gastrina (produzida no antro) Histamina Acetilcolina. 1. Elas vão agir indiretamente através da adenil-ciclase (enzima responsável pela conversão do ATP em AMP). 2. O AMP estimula a proteíno-quinase 3. A proteíno-quinase estimula a bomba de sódio e potássio a funcionar (colocar para fora o H+ e captar o potássio). Gastrina e ACC: Estimula a entrada do cálcio na célula e o cálcio vai ter ação sobre a adenil-ciclase e sobre a proteino-quinase, ativando as duas e aumentando a produção de HCl. Histamina: Se liga aos receptores H2 (especificamente localizados no TGI) ativando a adenil-ciclase a desencadear todas as reações que vão levar a produção aumentada de HCl. Fatores protetores Muco: Recobre a parede mucosa. Bicarbonato: Neutraliza a acidez Capacidade de regeneração do tecido (reação cicatricial) Fluxo sanguíneo: Mucosa vascularizada com bom aporte de nutrientes e oxigênio tende a se recuperar mais rápido e o fluxo sanguíneo tende a remover substâncias maléficas. Prostaglandinas: Aumentam secreção de bicabornato e muco (aumenta a produção de fatores de proteção), diminui a produção de HCl (PGe e PGi), estimula o fluxo sanguíneo e a renovação celular e inibe a ativação de macrófagos e leucócitos e a aderência de plaquetas no endotélio. NO: No TGI, ele tem papel importante citoprotetor contra radicais livres, e também tem papel importante na regulação do fluxo sanguíneo (ele é vasodilatador). * A nicotina é um vasoconstritor, logo pode prejudicar a proteção do TGI. * AINEs inibem as COX1 e COX2, e a COX1 é responsável pela síntese de PG. No TGI a PGe e a PGi são protetoras por exercerem efeito negativo sobre a adenil-ciclase, diminuindo a ação da bomba. Fatores agressivos HCl Pepsina Sais biliares Ampla variação de pH Substâncias exógenas: Medicamentos, álcool, cigarro, alimentos com cafeína, etc. H. Pylori 3 Helicobacter pylori Presente em 50% da população mundial Bastonete GRAM NEGATIVO ANAERÓBIO espiralado com muitos flagelos (que facilitam a adesão ao epitélio gastrointestinal). Acidez gástrica protege o organismo de agressões e microorganismo patógenos, porém o H. pylori tem capacidade de sobreviver em ambientes ácidos devido a uma série de enzimas. Ele está envolvido nas seguintes doenças: Úlceras gástricas e duodenais (1 a 10%), câncer de estomago e linfoma do tipo MALT (1:10.000). Produz a enzima uréase que converte a uréia em amônia no TGI, e a amônia e combina com o H do HCl e forma o hidróxido de amônio, substância básica que forma uma nuvenzinha protetora ao redor da bactéria impedindo a ação do HCl sobre ela. Possui endotoxinas que vão lesar a mucosa, produz reação imunológica e inflamatória local. Tem alta capacidade de resistir aos antibióticos (sempre precisa usar uma associação para tratá-lo). * Ver uso de associação de antibióticos. Estratégias para tratar úlceras Anti-histamínicos (bloqueadores dos receptores H2) DIMINUIR A PRODUÇÃO E SECREÇÃO DE HCl (60%) Inibe a ação da histamina sobre a adenil-ciclase Drogas que inibem receptores H2 (polaramine não adianta porque bloqueia receptores H1). 1. Não há estimulo positivo sobre adenil-ciclase 2. Não há conversão de ATP em AMP 3. Não há ativação da proteíno-quinase 4. Diminui o funcionamento da bomba de sódio e potássio - hidrogênio 5. Não há entrada de H+ para a luz gástrica 6. Diminuição de secreção Principais representantes: Cimetidina (meia vida menor 6/6h) e Ranitidina (AntakTM) (8 a 12h) Cimetidina: Tem grande interação medicamentosa. Ginecomastia, impotência e secreção de leite (efeitos anti-androgênicos). Atravessa placenta e LM. Diminui o metabolismos de alguns medicamentos (warfarin, lidocaína, fenitoína Efeitos colaterais gerais: Mais associados ao uso venoso (tratar pacientes mais graves com lesões agudas de mucosa gastroduodenal – ulcerações que acontecem agudamente após um traumatismo – tende a ter sangramento e pode morrer disso). Cefaléia, confusão mental e alucinações Diarréia ou constipação Dor muscular e sensação de cansaço 4 Inibidores da bomba de prótons Mais usados: Pantoprazol, omeprazol e desomeprazol. Inibe o funcionamento da bomba inibindo a produção do HCl independente do que está acontecendo com o estímulo É o mais eficaz e potente. Reduzem até 95% da secreção de ácido. Administrados sob a forma de comprimidos revestidos ou cápsulas ácido-resistentes (ele se torna ativo dentro da célula parietal, logo ele tem que ser absorvido sob a forma de pró-fármaco, chegar à célula parietal e fazer seu efeito diretamente na bomba. Se ele for ativado antes ele perde esse efeito). Rápida absorção com meia vida longa (1 por dia em jejum – a presença de alimento diminui sua absorção). Mais eficazes na cicatrização de úlceras associadas ao H. pylori, AINEs e hemorragias. Ela também tem efeito bacteriostático sob o H. pylori. Contra-indicado para grávidas (usar ranitidina). Pode causar infecções intestinais porque o HCl geralmente é protetor contra MO. Inibem sistema enzimático hepático (então tomar cuidado com interações medicamentosas) e diminui absorção da vitamina B12. Efeitos colaterais gerais: Náuseas, vômitos, constipação, dor abdominal, flatulência e diarréia. A potente supressão da secreção ácida resulta em diminuição do volume intragástrico, por isso vai ter também um esvaziamento gástrico mais rápido e menor refluxo. Bloqueio muito grande da secreção da HCl = prejuízo da absorção = organismo interpreta como se não tivesse HCl e vê que o pH ta muito básico = o antro começa a produzir muita gastrina = efeito de hiperplasia celular, estando associada a tumores (uso crônico de inibidoresde HCl muito potentes). Anticolinérgicos (bloqueadores da acetilcolina) Mais usado: Diciclomina. Inibem receptores da acetilcolina (muscarínicos). Diminuem a secreção de ácido É possível usar, mas tem pequena eficácia e muitos efeitos colaterais Efeitos colaterais: Taquicardia, constipação, visão turva, boca seca, retenção urinária) Estimular a produção de prostaglandinas Tem efeito negativo sobre a adenil-ciclase Drogas análogas a prostaglandinas – Misoprostrol – uso oral, porém não se vende mais por ser abortiva. Usadas em situações específicas por ser apenas venosa (prostaglandinas mesmo). 5 Tratamento do H. pylori Antibióticos geralmente de espectro aumentado ou amplo e associado. Amoxicilina (ampliado) + claritromicina (amplo) Tetraciclina (amplo) + metronidazol (anaerobicida) Antiácidos Produzem apenas um alívio sintomático Causam uma reação de neutralização com o HCl produzindo sal e água, causando alívio mais imediato Usado principalmente para dor ou azia É mais ou menos o mesmo efeito de uma alimentação (tamponamento do ácido). Mais usados: Hidróxido de alumínio: Não é absorvido e tem efeito constipante. Hidróxido de magnésio: Não é absorvido e tem efeito laxativo. Bicarbonato de sódio: Não dar para paciente hipertenso. Ele é absorvido (ao contrário dos outros) e pode produzir alcalose metabólica. Por ser muito potente pode aumentar também a produção de gastrina, aumentando a secreção de HCl (efeito rebote). Carbonato de cálcio (constipação e cálculos renais). Geralmente são usados misturados (magnésio e alumínio) para um efeito colateral contrapor o outro. * Paciente com úlcera não deve ficar muito tempo sem comer porque apesar de o alimento estimular a secreção de HCl no estomago, ele também resulta em um tamponamento desse HCl, neutralizando o ambiente . Protetores da mucosa gástrica Forma uma camada protetora na úlcera Impede o contato do HCL e da Pepsina com a úlcera, permitindo que haja cicatrização. Mais usados: Sucrafato: Forma um gel no meio ácido que se adere a mucosa inclusive ulcerada. Bismuto coloidal: Sais de bismuto combinam com glicoproteína do muco e fazendo com que ele fique aderido a mucosa. Sua vantagem é estimular a secreção de PGe e bicarbonato e impede o crescimento do H. pylori. Diagnóstico de úlcera: Endoscopia com biópsia para ver se é causada por H. pylori. Gastrite: Reação inflamatória causada pelo HCl que pode levar a uma úlcera. Estresse provoca úlcera porque leva a uma descarga adrenérgica -> aumento da ansiedade -> produção de corticóide. A produção de corticóide inibe a síntese de prostaglandinas e leucotrienos (inibe a síntese de COX 1 e COX 2). O ácido aracdônico se transforma em PG pela ação da COX.
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