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Caderno Sistematizado DIREITO PENAL PARTE GERAL II

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DIREITO PENAL I - PARTE GERAL II E TEORIA DA PENA 
“ITER CRIMINIS”. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ....................................................................... 10 
1. ITER CRIMINIS ..................................................................................................................... 10 
1.1. MACROFASE INTERNA ................................................................................................ 10 
1.1.1. Cogitação ................................................................................................................ 10 
1.1.2. Atos preparatórios ................................................................................................... 10 
1.2. MACROFASE EXTERNA ............................................................................................... 11 
1.2.1. Atos executórios ...................................................................................................... 11 
1.2.2. Consumação ........................................................................................................... 11 
1.3. DIFERENÇA ENTRE ATOS PREPARATÓRIOS E INÍCIO DA EXECUÇÃO .................. 11 
1.3.1. Teoria subjetiva ....................................................................................................... 11 
1.3.2. Teorias objetivas ...................................................................................................... 11 
2. CRIME CONSUMADO ........................................................................................................... 12 
2.1. PREVISÃO LEGAL E CONCEITO .................................................................................. 12 
2.2. CRIME CONSUMADO X CRIME EXAURIDO................................................................. 13 
2.3. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO .................................................................................... 13 
2.3.1. Crime material ......................................................................................................... 13 
2.3.2. Crime formal (“tipo incongruente” ou de “resultado cortado”) ................................... 13 
2.3.3. Crime de mera conduta ........................................................................................... 13 
2.3.4. Crimes omissivos próprios ....................................................................................... 13 
2.3.5. Crimes omissivos impróprios ................................................................................... 13 
2.3.6. Crimes permanentes ............................................................................................... 14 
2.3.7. Crimes habituais ...................................................................................................... 14 
2.4. DIFERENÇA ENTRE CONSUMAÇÃO FORMAL E CONSUMAÇÃO MATERIAL ........... 14 
3. CRIME TENTADO ................................................................................................................. 14 
3.1. PREVISÃO LEGAL E CONCEITO .................................................................................. 14 
3.2. “TENTATIVA DE CRIME” X “CRIME DE TENTATIVA” ................................................... 14 
3.3. ELEMENTOS DA TENTATIVA ....................................................................................... 15 
3.4. CONSEQUÊNCIA DA TENTATIVA ................................................................................ 15 
3.5. TEORIAS DA PUNIBILIDADE DA TENTATIVA .............................................................. 15 
3.5.1. Teoria objetiva ......................................................................................................... 15 
3.5.2. Teoria subjetiva ....................................................................................................... 16 
3.6. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA TENTATIVA........................................................ 16 
3.6.1. Quanto ao “iter criminis” percorrido .......................................................................... 16 
3.6.2. Quanto ao resultado produzido na vítima ................................................................ 17 
3.6.3. Quanto à possibilidade de alcançar o resultado ....................................................... 17 
 
2 
 
3.7. INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA .............................................. 17 
3.7.1. Crime culposo .......................................................................................................... 17 
3.7.2. Crime preterdoloso .................................................................................................. 18 
3.7.3. Contravenção penal* ............................................................................................... 18 
3.7.4. Crime de atentado (ou de empreendimento) * ......................................................... 18 
3.7.5. Crime habitual ......................................................................................................... 18 
3.7.6. Crimes unissubsistentes .......................................................................................... 19 
3.7.7. Crimes que só são puníveis quando houver determinado resultado naturalístico .... 19 
3.7.8. Dolo eventual ........................................................................................................... 19 
3.8. TENTATIVA QUALIFICADA (OU “ABANDONADA”) - GÊNERO .................................... 19 
3.8.1. ¹Desistência voluntária ............................................................................................. 20 
3.8.2. ²Arrependimento eficaz (ou “resipiscência”) ............................................................. 21 
3.9. ARREPENDIMENTO POSTERIOR ................................................................................ 23 
3.9.1. Previsão legal: Art. 16 do CP. .................................................................................. 23 
3.9.2. Requisitos ................................................................................................................ 23 
3.9.3. Cooperação dolosamente distinta e arrependimento posterior ................................ 24 
3.9.4. Critério de redução de pena .................................................................................... 24 
4. CRIME IMPOSSÍVEL ............................................................................................................. 25 
4.1. PREVISÃO LEGAL: ART. 17 DO CP. ............................................................................. 25 
4.2. PUNIBILIDADE DO CRIME IMPOSSÍVEL (TEORIAS) ................................................... 25 
4.2.1. Teoria sintomática ................................................................................................... 26 
4.2.2. Teoria subjetiva ....................................................................................................... 26 
4.2.3. Teoria objetiva ......................................................................................................... 26 
4.3. ELEMENTOS DO CRIME IMPOSSÍVEL ......................................................................... 26 
4.4. “CRIME DE ENSAIO” ..................................................................................................... 27 
CONCURSO DE PESSOAS ......................................................................................................... 27 
1. OBSERVAÇÃO HISTÓRICO-CONTEXTUAL ........................................................................ 27 
2. CONCEITO ............................................................................................................................ 27 
3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS
 28 
3.1. CRIME MONOSSUBJETIVO ..........................................................................................28 
3.2. CRIME PLURISSUBJETIVO ........................................................................................... 28 
3.2.1. De condutas paralelas ............................................................................................. 28 
3.2.2. De condutas contrapostas ....................................................................................... 28 
3.2.3. De condutas convergentes ...................................................................................... 28 
4. AUTORIA ............................................................................................................................... 28 
4.1. TEORIA EXTENSIVA (UNITÁRIA OU SUBJETIVA OU MATERIAL SUBJETIVA) .......... 29 
 
3 
 
4.1.1. Quem é autor para a teoria extensiva? .................................................................... 29 
4.1.2. Critério distintivo para o partícipe na teoria extensiva .............................................. 29 
4.1.3. Conclusão ................................................................................................................ 29 
4.2. TEORIA RESTRITIVA (OBJETIVA OU FORMAL OBJETIVA) ........................................ 29 
4.2.1. Quem é autor para a teoria restritiva? ...................................................................... 29 
4.2.2. Critério distintivo para o partícipe na teoria restritiva ................................................ 29 
4.2.3. Críticas à teoria restritiva ......................................................................................... 29 
4.2.4. Pontos positivos da teoria restritiva.......................................................................... 30 
4.2.5. Teoria restritiva objetiva material ............................................................................. 30 
4.2.6. Conclusão ................................................................................................................ 30 
4.3. TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO (OBJETIVO SUBJETIVA OU OBJETIVA FINAL)....... 30 
4.3.1. Quem é autor para a teoria do domínio do fato? ...................................................... 30 
4.3.2. Critério distintivo para o partícipe na teoria do domínio do fato ................................ 31 
4.3.3. Espécies de autor segundo a teoria do domínio do fato ........................................... 31 
4.3.4. Aplicação da teoria do domínio do fato .................................................................... 31 
4.3.5. Pontos positivos da teoria do domínio do fato: ......................................................... 32 
4.3.6. Pontos negativos da teoria do domínio do fato: ....................................................... 32 
5. COAUTORIA ......................................................................................................................... 32 
5.1. QUEM É O COAUTOR? ................................................................................................. 32 
5.2. TODOS OS CRIMES ADMITEM COAUTORIA? ............................................................. 33 
6. AUTOR MEDIATO ................................................................................................................. 34 
6.1. CONCEITO ..................................................................................................................... 34 
6.2. REQUISITOS E HIPÓTESES DA AUTORIA MEDIATA .................................................. 34 
6.2.1. Erro determinado por terceiro (art. 20, §2º do CP) ................................................... 35 
6.2.2. Coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte do CP) ................................................... 35 
6.2.3. Obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte do CP) ...................................................... 35 
6.2.4. Instrumento impunível (art. 62, III do CP - agravante) .............................................. 35 
6.3. PUNIBILIDADE DA AUTORIA MEDIATA ........................................................................ 35 
7. PARTICIPAÇÃO .................................................................................................................... 37 
7.1. PREVISÃO LEGAL ......................................................................................................... 37 
7.2. CONCEITO ..................................................................................................................... 37 
7.3. FORMAS DE PARTICIPAÇÃO ....................................................................................... 38 
7.4. PUNIBILIDADE DA PARTICIPAÇÃO: TEORIAS DA ACESSORIEDADE ....................... 38 
7.4.1. Teoria da acessoriedade mínima ............................................................................. 38 
7.4.2. Teoria da acessoriedade média (ou limitada, mitigada, temperada) ........................ 39 
7.4.3. Teoria da acessoriedade máxima ............................................................................ 39 
7.4.4. Teoria da hiperacessoriedade .................................................................................. 39 
 
4 
 
8. REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS ..................................................................... 40 
8.1.1. Pluralidade de delinquentes (e de condutas) ........................................................... 40 
8.1.2. Relevância causal das várias condutas ................................................................... 40 
8.1.3. Liame subjetivo entre os agentes ............................................................................ 40 
8.1.4. Identidade de infração penal (art. 29 do CP) ............................................................ 42 
9. TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS (UNICIDADE OU PLURALIDADE DO 
CRIME QUANDO COMETIDO EM CONCURSO) ......................................................................... 42 
9.1. TEORIA MONISTA (OU UNITÁRIA) ............................................................................... 42 
9.2. TEORIA PLURALISTA .................................................................................................... 42 
9.3. TEORIA DUALISTA ........................................................................................................ 43 
10. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA ................................................................... 43 
10.1. ANÁLISE DO §1º DO ART. 29 .................................................................................... 43 
11. COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA (OU PARTICIPAÇÃO EM CRIME MENOS 
GRAVE). ....................................................................................................................................... 43 
11.1. ANÁLISE DO §2º DO ART. 29 .................................................................................... 44 
12. COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE CIRCUNSTÂNCIAS E 
ELEMENTARES ........................................................................................................................... 44 
12.1. PREVISÃO LEGAL ..................................................................................................... 44 
13. QUESTÕES IMPORTANTES ............................................................................................. 45 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS ......................................................................................... 48 
1. CONCEITO ............................................................................................................................ 48 
2. PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES ........................................................................................ 48 
2.1. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE .................................................................................. 48 
2.2. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE ..............................................................................49 
2.3. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO (OU ABSORÇÃO) .......................................................... 50 
2.3.1. Crime progressivo .................................................................................................... 50 
2.3.2. ‘Ante factum’ impunível ............................................................................................ 50 
2.3.3. ‘Post factum’ impunível ............................................................................................ 51 
TEORIA GERAL DA PENA ........................................................................................................... 51 
1. CONCEITO DE PENA ........................................................................................................... 51 
2. FINALIDADES DA PENA ....................................................................................................... 51 
2.1. TEORIA ABSOLUTA (OU RETRIBUCIONISTA) ............................................................. 51 
2.2. TEORIA RELATIVA (PREVENTIVA OU UTILITARISTA) ................................................ 52 
2.3. TEORIA MISTA (OU ECLÉTICA) .................................................................................... 52 
2.4. FINALIDADES DA PENA NO BRASIL (TRÍPLICE FINALIDADE) ................................... 52 
2.4.1. Cominação da pena EM ABSTRATO (prevenção geral) .......................................... 53 
2.4.2. Aplicação da pena EM CONCRETO (retribuição e prevenção especial) .................. 53 
 
5 
 
2.4.3. Execução da pena (retribuição, prevenção especial negativa, prevenção especial 
positiva ou ressocialização) ................................................................................................... 53 
3. PRINCÍPIOS DA PENA ......................................................................................................... 54 
3.1. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL ................................................................................. 54 
3.2. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ................................................................................. 54 
3.3. PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE (PESSOALIDADE/INTRANSMISSIBILIDADE) ........ 55 
3.4. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA ............................................................. 55 
3.5. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE (PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL IMPLÍCITO) 56 
3.6. PRINCÍPIO DA INDERROGABILIDADE (INEVITABILIDADE) ........................................ 57 
3.7. “PRINCÍPIO DA BAGATELA IMPRÓPRIA” ..................................................................... 57 
3.8. PRINCÍPIO DA HUMANIDADE (OU HUMANIZAÇÃO DAS PENAS) .............................. 57 
3.9. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PENA INDIGNA ........................................................... 58 
4. TIPOS DE PENA ................................................................................................................... 58 
4.1. PENAS VEDADAS (ART. 5º DA CRFB/88)..................................................................... 58 
4.2. PENAS PERMITIDAS (ART. 32 DO CP) ........................................................................ 60 
4.2.1. Penas privativas de liberdade: três espécies. .......................................................... 60 
4.2.2. Penas restritivas de direitos: cinco espécies. ........................................................... 60 
4.2.3. Multa. ....................................................................................................................... 61 
APLICAÇÃO DA PENA ................................................................................................................. 61 
1. PRIMEIRA ETAPA: CÁLCULO DA PENA (ART. 68 DO CP) ................................................. 62 
1.1. 1ª FASE: PENA-BASE (CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS) ............................................... 63 
1.1.1. Culpabilidade ........................................................................................................... 64 
1.1.2. Antecedentes ........................................................................................................... 64 
1.1.3. Conduta social do agente ........................................................................................ 66 
1.1.4. Personalidade do agente ......................................................................................... 66 
1.1.5. Motivos do crime ...................................................................................................... 66 
1.1.6. Circunstâncias do crime ........................................................................................... 66 
1.1.7. Consequências do crime ......................................................................................... 67 
1.1.8. Comportamento da vítima ........................................................................................ 67 
1.1.9. Qual o quantum de aumento ou diminuição da pena nessa primeira fase do cálculo?
 68 
1.1.10. Jurisprudência pertinente ......................................................................................... 69 
1.2. 2ª FASE: PENA INTERMEDIÁRIA (CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS) ................................. 70 
1.2.1. Circunstâncias agravantes: art. 61 e 62 ................................................................... 70 
1.2.2. Circunstâncias atenuantes (art. 65 e 66) ................................................................. 71 
1.2.3. Agravante SEMPRE agrava a pena? Em regra, SIM (art. 61, caput). ...................... 72 
1.2.4. Atenuantes SEMPRE atenuam a pena? Em regra, SIM (art. 65, caput). ................. 73 
 
6 
 
1.2.5. Agravantes X Atenuantes  Ordem de Preponderância ......................................... 74 
1.2.6. Todos os crimes admitem agravantes e atenuantes? .............................................. 75 
1.2.7. Estudo das agravantes*: REINCIDÊNCIA................................................................ 76 
1.2.8. Estudo das ATENUANTES (art. 65 e 66) ................................................................. 82 
1.3. 3ª FASE: PENA DEFINITIVA (MAJORANTES E MINORANTES) ................................... 87 
1.3.1. Pluralidade das causas de aumento e de diminuição .............................................. 88 
2. 2ª ETAPA: FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL ........................................................................... 90 
2.1. FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL EM CRIMES COM PENA DE RECLUSÃO .................. 90 
2.2. FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL EM CRIMES COM PENA DE DETENÇÃO .................. 91 
2.3. PRISÃO SIMPLES .......................................................................................................... 92 
2.4. CASUÍSTICA .................................................................................................................. 92 
2.5. REGRAS DO BITENCOURT .......................................................................................... 95 
2.6. EXCEÇÕES ÀS REGRAS DO CP DE DETERMINAÇÃO DE REGIME INICIAL DE 
CUMPRIMENTO DE PENA ....................................................................................................... 96 
3. 3ª ETAPA: SUBSTITUIÇÃO POR PENAS ALTERNATIVAS OU CONCESSÃO DE “SURSIS”
 98 
3.1. SUBSTITUIÇÃO POR PENAS ALTERNATIVAS: PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
(PRD) 98 
3.1.1. Conceito .................................................................................................................. 99 
3.1.2. Espécies de penas restritivas de direito (05) ............................................................ 99 
3.1.3. Classificação das infrações penais segundo sua gravidade .................................. 100 
3.1.4. Características: autonomia e substitutividade ........................................................ 100 
3.1.5. Duração .................................................................................................................101 
3.1.6. Requisitos para a substituição por penas restritivas de direitos (art. 44, I, II, III) .... 101 
3.1.7. Critérios de aplicação de PRD (art. 44, §2º) .......................................................... 103 
3.1.8. Cabe PRD para crimes HEDIONDOS? .................................................................. 103 
3.1.9. É possível PRD no tráfico de drogas? ................................................................... 103 
3.1.10. Cabe PRD no crime de ameaça (art. 147)? ........................................................... 104 
3.1.11. Cabe PRD para ameaça contra mulher no âmbito doméstico e familiar? .............. 104 
3.1.12. Cabe PRD para roubo? ......................................................................................... 104 
3.1.13. Hipóteses de conversão da PRD em PPL.............................................................. 105 
3.1.14. Pena de multa X Prestação pecuniária .................................................................. 107 
3.1.15. As restritivas de direito são previstas em rol taxativo (numerus clausus) ou 
exemplificativo (numerus apertus)? ..................................................................................... 107 
3.1.16. No que consiste a PRD de INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS? ............ 108 
3.1.17. No que consiste a PRD de LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA? ............................ 108 
3.1.18. PRD ou ‘Sursis’? .................................................................................................... 109 
3.1.19. PRD e Prescrição .................................................................................................. 109 
 
7 
 
3.2. SUBSTITUIÇÃO POR PENAS ALTERNATIVAS: PENA DE MULTA ............................ 109 
3.2.1. Previsão legal ........................................................................................................ 109 
3.2.2. Conceito ................................................................................................................ 110 
3.2.3. Multa substitutiva ................................................................................................... 110 
3.2.4. Fixação da pena de multa ...................................................................................... 111 
3.2.5. Execução da pena de multa não paga ................................................................... 112 
3.2.6. Questões de prova ................................................................................................ 112 
3.3. “SURSIS” - SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA ........................ 114 
3.3.1. Conceito, características, espécies ........................................................................ 114 
3.3.2. Sistemas de suspensão condicional ...................................................................... 115 
3.3.3. Natureza jurídica do ‘sursis’ ................................................................................... 115 
3.3.4. Espécies de sursis ................................................................................................. 116 
3.3.5. “Sursis” e crimes hediondos ou equiparados ......................................................... 117 
3.3.6. Tráfico x sursis....................................................................................................... 117 
3.3.7. Estrangeiro em situação ilegal tem direito a sursis? .............................................. 118 
3.3.8. “Sursis” INCONDICIONADO? ................................................................................ 118 
3.3.9. Revogação do “sursis” ........................................................................................... 118 
3.3.10. Revogação X Cassação ........................................................................................ 120 
3.3.11. Prorrogação do período de prova (art. 81, §2º) ...................................................... 121 
3.3.12. “Sursis” simultâneos e sucessivos ......................................................................... 122 
3.3.13. Cumprimento do ‘sursis’ ........................................................................................ 122 
3.3.14. Beneficiário do sursis x direitos políticos ................................................................ 122 
CONCURSO DE CRIMES .......................................................................................................... 123 
1. CONCEITO .......................................................................................................................... 123 
2. SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA ............................................................................... 123 
3. ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES ........................................................................... 123 
4. CONCURSO MATERIAL (OU REAL) .................................................................................. 123 
4.1. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 124 
4.2. REQUISITOS................................................................................................................ 124 
4.3. ESPÉCIES DE CRIMES EM CONCURSO MATERIAL ................................................. 124 
4.4. REGRAS NA FIXAÇÃO DA PENA ................................................................................ 124 
4.5. CONCURSO MATERIAL E FIANÇA ............................................................................. 125 
4.6. CONCURSO MATERIAL E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO ............... 126 
4.7. CONCURSO MATERIAL E PRESCRIÇÃO .................................................................. 126 
5. CONCURSO FORMAL (IDEAL) ........................................................................................... 126 
5.1. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 126 
5.2. REQUISITOS................................................................................................................ 126 
 
8 
 
5.3. ESPÉCIES DE CONCURSO FORMAL......................................................................... 126 
5.3.1. Quando à ESPÉCIE de crime ................................................................................ 126 
5.3.2. Quando ao DESÍGNIO do agente .......................................................................... 126 
5.4. REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA ................................................................................ 127 
5.4.1. Concurso formal PRÓPRIO (Art. 70, caput, 1ª parte). ............................................ 127 
5.4.2. Concurso formal IMPRÓPRIO (Art. 70, caput, 2ª parte). ........................................ 128 
6. CONTINUIDADE DELITIVA ................................................................................................. 128 
6.1. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 128 
6.2. NATUREZA JURÍDICA DO CRIME CONTINUADO ...................................................... 128 
6.3. CONTINUIDADE DELITIVA X CRIMES CONTRA A VIDA ........................................... 129 
6.4. CRIME CONTINUADO GENÉRICO, SIMPLES OU COMUM (ART. 71, CAPUT) ......... 129 
6.4.1. Pluralidade de condutas; ....................................................................................... 129 
6.4.2. Pluralidade de crimes da mesma espécie; ............................................................. 130 
6.4.3. Elo de continuidade ............................................................................................... 130 
6.4.4. Fixação da pena .................................................................................................... 1316.5. CRIME CONTINUADO “QUALIFICADO” ...................................................................... 131 
6.6. CRIME CONTINUADO “ESPECÍFICO” (ART. 71, PARÁGRAFO ÚNICO): ................... 132 
6.6.1. Requisitos .............................................................................................................. 132 
6.6.2. Fixação da pena .................................................................................................... 132 
6.7. CRIME CONTINUADO SIMPLES x QUALIFICADO x ESPECÍFICO ............................ 132 
7. CRIME CONTINUADO e CONCURSO FORMAL ................................................................ 133 
8. APLICAÇÃO DA PENA NO CONCURSO DE CRIMES ....................................................... 134 
9. MULTA NO CONCURSO DE CRIMES ................................................................................ 134 
9.1. ART. 72 CP: APLICAÇÃO DISTINTA E INTEGRAL ..................................................... 134 
9.2. EXCEÇÃO: CRIME CONTINUADO .............................................................................. 134 
9.3. CRIME CONTINUADO E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO .................. 135 
MEDIDA DE SEGURANÇA ........................................................................................................ 135 
1. CONCEITO .......................................................................................................................... 135 
2. FINALIDADE ........................................................................................................................ 135 
3. PRINCÍPIOS ........................................................................................................................ 136 
3.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ...................................................................................... 136 
3.2. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE ..................................................................... 136 
4. PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA .............................. 136 
4.1. PRÁTICA DE FATO PREVISTO COMO CRIME (FATO TÍPICO + ILÍCITO) ................. 137 
4.2. PERICULOSIDADE DO AGENTE ................................................................................ 137 
5. ESPÉCIES DE MEDIDAS DE SEGURANÇA (ART. 96 DO CP) .......................................... 138 
6. DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA (art. 97, §1º) .................................................... 139 
 
9 
 
6.1. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 139 
6.2. FINALIDADE DO PRAZO MÍNIMO ............................................................................... 142 
7. CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE (art. 97, §3º) .............................................................. 142 
8. REINTERNAÇÃO DO AGENTE (art. 97, §4º do CP) ........................................................... 143 
9. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL NA EXECUÇÃO ............................................. 143 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO .................................................................................................... 145 
1. EFEITOS PENAIS ............................................................................................................... 145 
2. EFEITOS EXTRAPENAIS .................................................................................................... 145 
2.1. GENÉRICOS (ART. 91) ................................................................................................ 146 
2.2. ESPECÍFICOS (ART. 92) ............................................................................................. 147 
3. EFEITOS PREVISTOS NA CRFB/88 ................................................................................... 148 
4. RESUMO ................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
5. CASUÍSTICA ....................................................................................................................... 149 
REABILITAÇÃO .......................................................................................................................... 149 
1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................................. 150 
2. CONCEITO .......................................................................................................................... 150 
3. REQUISITOS ....................................................................................................................... 152 
3.1. REQUISITOS CUMULATIVOS: PREVISÃO LEGAL ..................................................... 152 
3.1.1. Decorridos dois anos da extinção ou cumprimento da pena .................................. 152 
3.1.2. Domicílio no país durante o prazo de carência (dois anos) .................................... 152 
3.1.3. Demonstração de bom comportamento público e privado ..................................... 152 
3.1.4. Ressarcimento do dano, salvo: .............................................................................. 152 
3.2. NEGATIVA DE REABILITAÇÃO ................................................................................... 153 
4. REVOGAÇÃO DA REABILITAÇÃO ..................................................................................... 153 
4.1. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 153 
4.2. LEGITIMADOS A PEDIR A REVOGAÇÃO DA REABILITAÇÃO .................................. 153 
4.3. REQUISITOS DA REVOGAÇÃO (CUMULATIVOS) ..................................................... 153 
5. COMPETÊNCIA E RECURSO............................................................................................. 154 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
“ITER CRIMINIS”. CONSUMAÇÃO E 
TENTATIVA 
1. ITER CRIMINIS 
É o conjunto das fases que se sucedem cronologicamente no desenvolvimento do delito. 
Divide-se em duas macrofases: uma interna e outra externa. 
1.1. MACROFASE INTERNA 
É composta de: 
a) Cogitação; 
b) Atos preparatórios. 
1.1.1. Cogitação 
 Não implica necessariamente em premeditação, mas na simples IDEIA do crime (a 
cogitação é sempre impunível). 
 
Princípio da materialização do fato (exteriorização): falamos de um direito penal do fato. 
O DP não pune alguém pelo que é ou pelo que pensa, mas apenas pelo que faz. Punir cogitação 
é DIREITO PENAL DO AUTOR. 
 
A cogitação, por sua vez, pode ser dividida em três etapas: 
 
a) Idealização: surge no agente a intenção de cometer o delito; 
b) Deliberação: o agente pondera as circunstâncias da conduta que pretende 
empreender; 
c) Resolução: corresponde à decisão a respeito da execução da conduta. 
1.1.2. Atos preparatórios 
 O agente procura criar condições para realizar a conduta delituosa. Também conhecidos 
como “conatus remotus”. Exemplos de atos preparatórios: monitoramento das atividades da 
vítima, aluguel do carro usado para o crime, compra da arma, etc. 
Em regra, é uma fase impunível. 
 
11 
 
Exceção dada pela doutrina é o crime de formação de quadrilha ou bando. Seria uma 
característica do Direito Penal do inimigo, que pune ato preparatório. 
Outra exceção: Petrechos para falsificação de moeda. 
No entanto, a doutrina moderna critica esses exemplos, dizendo não se tratar de ato 
preparatório, mas sim de execução do tipo penal previsto. 
Resumindo: para a doutrina moderna todas as fases internas são impuníveis (Damásio), a 
não ser que constituam um tipo penal próprio (a exemplo da formação de quadrilha ou bando) 
1.2. MACROFASE EXTERNA 
É composta de: 
 
1) Atos executórios; 
2) Consumação.1.2.1. Atos executórios 
É o início da prática da conduta típica imaginada (cogitada) e preparada. 
1.2.2. Consumação 
Assinala o instante da composição plena do fato criminoso, vale dizer, de todos os 
elementos presentes no tipo penal. 
1.3. DIFERENÇA ENTRE ATOS PREPARATÓRIOS E INÍCIO DA EXECUÇÃO 
Aqui se preocupam em explicar: 
 
1) Teoria Subjetiva; 
2) Teorias Objetivas; 
2.1) Teoria da Hostilidade ao Bem Jurídico; 
2.2) Teoria Objetiva (critério formal ou objetivo formal); 
2.3) Teoria Objetiva individual (critério material ou objetivo material). 
1.3.1. Teoria subjetiva 
 Sempre que o agente EXTERIORIZASSE sua conduta, no sentido de praticar a infração 
penal, seria punível. Não faz distinção entre atos preparatórios e execução. 
1.3.2. Teorias objetivas 
1) Teoria da hostilidade ao bem jurídico: Para essa teoria, atos executórios são aqueles que 
atacam/agridem diretamente o bem jurídico, criando-lhe uma situação concreta de lesão 
ou perigo de lesão (Nelson Hungria). 
 
 
12 
 
2) Teoria objetiva (critério formal ou objetivo formal): Para essa teoria, ato executório é o 
que inicia a realização do verbo núcleo do tipo (Frederico Marques e Capez). Prevalece 
na doutrina. (Tentativa seria quando iniciada a execução não se consuma)  Bitencourt. 
Recebe o nome de teoria objetiva, pois se refere ao início da realização dos elementos do 
tipo objetivo. Antes desta realização, todos os atos seriam preparatórios. 
 
3) Teoria objetiva individual (critério material ou objetivo material): É um complemento da 
teoria anterior. Atos executórios são aqueles que, de acordo com o plano do agente, 
realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da execução típica, ações que 
por sua imediata vinculação com a ação típica, aparecem como parte integrante dela, 
segundo uma natural concepção ou que produzem uma imediata colocação em perigo 
de bens jurídicos. Exemplo: no homicídio apontar uma arma para vítima, no furto com 
destreza, na conduta dirigida à coisa que se encontra no bolso da vítima (Zaffaroni, 
doutrina moderna e jurisprudência.). 
 
FMB: Não se pode adotar uma única teoria. O juiz deve conjugá-las no caso concreto. 
 
Rogério Greco: embora existam atos extremos, em que não há possibilidade de confusão, 
a controvérsia reside naquela zona cinzenta, na qual, por mais que nos esforcemos, não termos 
plena convicção se o ato é de preparação ou de execução. Ainda não surgiu, portanto, teoria 
suficientemente clara e objetiva que pudesse solucionar esse problema. 
2. CRIME CONSUMADO 
2.1. PREVISÃO LEGAL E CONCEITO 
Assinala o instante da composição PLENA do fato criminoso. 
 
Previsão legal: Art. 14, I do CP. 
 
Art. 14, I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal; 
 
Conceito: Considera-se crime consumado a realização do tipo penal objetivo por inteiro, 
nele encerrando o “iter criminis”. 
 
OBS: nem todos os crimes percorrem a totalidade das fases. 
 
STF Súmula 610 há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, 
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
 
A súmula do STF considera o latrocínio consumado mesmo que a consumação da violação 
patrimonial não ocorra. Rogério Greco diz que essa súmula ignora o art. 14, I do CP. 
Fundamento: Crime consumado é quando se concretizam todos os elementos do tipo. No caso 
em tela, apenas os elementos quanto ao homicídio se concretizam, não ocorrendo o mesmo 
quanto ao roubo. 
 
*OBS: criticar em tese de defensoria. 
 
13 
 
2.2. CRIME CONSUMADO X CRIME EXAURIDO 
A consumação não se confunde com o exaurimento. Esta última se refere aos atos 
posteriores ao término do “iter criminis”, que embora pudessem estar presentes no dolo do 
agente, não compõem o tipo penal. 
 
Exemplo: recebimento da vantagem na concussão é mero exaurimento; assim como o 
recebimento do resgate na extorsão mediante sequestro. Todos são acontecimentos posteriores 
ao término do “iter criminis”. 
2.3. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO 
O momento da consumação do crime varia, dependendo do tipo de crime. Vejamos: 
2.3.1. Crime material 
O tipo penal descreve: CONDUTA + RESULTADO NATURALÍSTICO. 
Resultado naturalístico é indispensável para a consumação (Exemplo: homicídio). 
Portanto, a consumação se dá com o evento ou resultado naturalístico. No exemplo: a morte. 
2.3.2. Crime formal (“tipo incongruente” ou de “resultado cortado”) 
O tipo penal descreve: CONDUTA (+ RESULTADO NATURALÍSTICO). 
Aqui, o resultado é dispensável para a consumação do delito, pois o crime se consuma 
com a conduta. É o chamado crime de consumação antecipada. O resultado naturalístico é mero 
exaurimento, que será utilizado na fixação da pena (não na verificação da tipicidade). 
Exemplo: extorsão, concussão etc. 
2.3.3. Crime de mera conduta 
O tipo penal descreve apenas a CONDUTA. 
Exemplo: violação de domicílio. Da mesma forma que os crimes formais, a consumação se 
dá com a conduta do agente. 
2.3.4. Crimes omissivos próprios 
A consumação se dá no momento e no local em que o agente deveria ter atuado e se 
omitiu. 
Exemplo: Omissão de socorro. 
2.3.5. Crimes omissivos impróprios 
A consumação se dá no resultado que decorre da não atuação. 
Exemplo: morte de alguém em virtude da omissão ao dever de cuidado. 
 
14 
 
2.3.6. Crimes permanentes 
A consumação se protrai no tempo, até que cesse o comportamento do agente. 
 
OBS1: A prescrição só começa a correr depois de cessada a permanência (art. 111, III do CP). 
 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, 
começa a correr: 
... 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
 
OBS2: Admite flagrante a qualquer tempo da permanência. 
 
OBS3: Súmula 711 do STF (lei penal no tempo), in verbis: 
 
Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou 
ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência. 
2.3.7. Crimes habituais 
A consumação se dá na reiteração da conduta, vale dizer, na segunda prática da conduta. 
Lembrar que, no que diz respeito à prescrição, o STF equipara crimes permanentes e habituais. 
2.4. DIFERENÇA ENTRE CONSUMAÇÃO FORMAL E CONSUMAÇÃO MATERIAL 
Consumação formal: Se dá quando ocorre o resultado naturalístico nos crimes materiais ou 
quando o agente concretiza a conduta descrita no tipo formal ou de mera conduta. Tem a ver com 
TIPICIDADE FORMAL. 
 
Consumação material: Se dá quando presente a relevante e intolerável lesão ou perigo de 
lesão ao bem jurídico tutelado. Tem a ver com TIPICIDADE MATERIAL. 
3. CRIME TENTADO 
3.1. PREVISÃO LEGAL E CONCEITO 
Art. 14, II do CP. 
Art. 14 
... 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
3.2. “TENTATIVA DE CRIME” X “CRIME DE TENTATIVA” 
A tentativa não constitui crime “sui generis”, com pena autônoma, logo não se fala em 
“crime de tentativa”. Ela é uma violação incompleta da mesma norma de que o crime consumado 
 
15 
 
representa violação plena (é um crime por norma de extensão temporal). Portanto, não há crime 
de tentativa, mas tentativa de crime. 
 
OBS: Há vários “crimes de tentativa” (se é que assim pode-se chamá-los...) na Lei de segurança 
nacional “tentar...”. Estes são chamados de “crimes de atentado” ou “crimes de 
empreendimento”. 
3.3. ELEMENTOS DA TENTATIVA 
1) Início da execução 
2) Não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente 
3) Dolo de consumação (LFG e FMB). 
4) Resultado possível (Rogério) 
 
Se for resultado impossível, estamos diantede crime impossível. 
3.4. CONSEQUÊNCIA DA TENTATIVA 
A previsão legal da tentativa tem natureza de norma de extensão que objetiva não deixar 
impune aquele que, embora não tenha consumado o delito, tenha movido todas as suas forças 
nessa direção. 
 
REGRA GERAL: A tentativa deve ser punida com a pena da consumação, diminuída de 1/3 a 2/3 
(parágrafo único do art. 14). A variação da diminuição é proporcional à proximidade que a 
execução chegou da consumação. 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
I - CONSUMADO, quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal; 
II - TENTADO, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa 
com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a 
dois terços. 
 
Os crimes tentados são subjetivamente iguais aos crimes consumados (o dolo é o mesmo 
para quem consuma ou mata). No entanto, objetivamente, os crimes tentados são inferiores aos 
crimes consumados, pois não há consumação dos elementos objetivos do tipo. Por isso, a 
tentativa é chamada de TIPO MANCO. Ver abaixo. 
3.5. TEORIAS DA PUNIBILIDADE DA TENTATIVA 
Aqui, temos duas teorias: 
 
1) Teoria Objetiva; 
2) Teoria Subjetiva. 
3.5.1. Teoria objetiva 
 
16 
 
Os crimes tentados são puníveis com menor severidade, pois expõem o bem jurídico 
tutelado a um perigo menor que o crime consumado (regra geral do CP). 
 
O Brasil adotou a TEORIA OBJETIVA TEMPERADA (por conta das exceções). 
3.5.2. Teoria subjetiva 
Os crimes tentados são puníveis com o mesmo rigor que os consumados, visto que no 
aspecto subjetivo (dolo e demais intenções) se equivalem (exceção no CP). 
 
Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a 
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um 
a dois terços. 
 
EXCEÇÃO: Em alguns casos, a pena do crime tentado será a mesma do consumado. 
 
Exemplo: Art. 352 do CP, in verbis: 
 
Art. 352 - Evadir-se ou TENTAR evadir-se o preso ou o indivíduo submetido 
a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: .... 
 
 No Código Eleitoral também existem casos. Nessas hipóteses, o legislador adotou o 
critério subjetivo (dolo e demais intenções) para cominar a pena dos crimes tentados igual a dos 
consumados. 
Esses crimes recebem o nome de “crime de atentado” ou de “empreendimento”. 
Crimes cuja tentativa tem a mesma pena de consumação, sem redução. 
Existe crime onde a tentativa é punível, mas a consumação não? SIM!! 
Lei 7.170/83. Crimes de lesa pátria. Art. 11. Tentar desmembrar parte do território. Se o 
cara consuma, torna-se país independente e não é alcançado pela jurisdição brasileira. 
Art. 11 - TENTAR desmembrar parte do território nacional para constituir 
país independente. 
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos. 
 
Art. 17 também. 
Art. 17 - TENTAR mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a 
ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito. 
Pena: reclusão, de 3 a 15 anos. 
 
O que é “tipo manco”? Tipo tentado, pois tem a pena objetiva menor que a subjetiva. 
3.6. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA TENTATIVA 
3.6.1. Quanto ao “iter criminis” percorrido 
1) Tentativa perfeita (“tentativa acabada” ou “crime falho”): O agente, mesmo 
esgotando os atos executórios de que dispunha, não consegue consumar o crime por 
 
17 
 
circunstâncias alheias à sua vontade. Exemplo: descarrego a arma na vítima, mas ela é salva 
pelos médicos. 
 
OBS: A tentativa perfeita somente é compatível em crimes materiais. Isso porque nos crimes 
formais e de mera conduta, o esgotamento dos atos executórios (pressuposto da tentativa 
perfeita) significa a consumação do crime. 
 
2) Tentativa imperfeita (“tentativa inacabada”): O agente é impedido de esgotar os 
atos executórios à sua disposição. Exemplo: dou só um tiro e me desarmam. 
 
OBS: Há quem defenda que a tentativa perfeita deveria ser punida mais severamente que a 
imperfeita. O STF, no entanto, entende que essa circunstância não é relevante para a dosimetria 
da pena. Para o Supremo, a pena vai ser mais grave conforme mais próximo da consumação se 
mostrou a execução. 
3.6.2. Quanto ao resultado produzido na vítima 
1) Tentativa cruenta (“tentativa vermelha”): A vítima é atingida. 
 
2) Tentativa incruenta (“tentativa branca”): O golpe desferido não atinge o corpo da 
vítima. 
 
Aqui não há dúvida: A tentativa incruenta, por estar mais longe da consumação, deve ter 
maior redução de pena. 
3.6.3. Quanto à possibilidade de alcançar o resultado 
a) Tentativa idônea: O resultado, apesar de possível de ser alcançado, só não ocorre 
por circunstâncias alheias à vontade do agente. É a tentativa propriamente dita. 
 
b) Tentativa inidônea: O resultado é impossível de ser alcançado (por absoluta 
ineficácia do meio ou absoluta impropriedade do objeto material). Sinônimo de CRIME 
IMPOSSÍVEL ou “QUASE CRIME” ou “CRIME OCO”. 
3.7. INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA 
São as seguintes: 
 
1) Crime culposo; 
2) Crime preterdoloso; 
3) Contravenção penal*; 
4) Crime de atentado (ou de empreendimento)*; 
5) Crime habitual; 
6) Crimes unissubsistentes; 
7) Crimes que só são puníveis quando houver determinado resultado naturalístico; 
8) Dolo eventual (há divergência). 
3.7.1. Crime culposo 
 
18 
 
 O agente não tem vontade de produzir o resultado, não há dolo de consumação, que é 
pressuposto da tentativa (a tentativa pressupõe intenção de produzir o resultado que não se 
consuma por motivo alheio à vontade do agente). 
Em outras palavras: na tentativa há vontade, mas não há resultado; no crime culposo não 
há vontade, mas há resultado. 
 
OBS: Tem uma minoria admitindo a tentativa na culpa imprópria. Só que na culpa imprópria o 
que ocorre efetivamente é uma conduta dolosa, que por ficção jurídica e política criminal é punida 
a título de culpa. 
3.7.2. Crime preterdoloso 
 
 O agente não tem vontade de produzir o resultado mais grave, que é fruto de culpa. 
Portanto, quanto ao crime consequente (culposo) não há como se falar em tentativa; nos crimes 
preterdolosos a tentativa é admitida somente quanto ao crime antecedente (doloso). 
 
Exemplificando: poderia responder o agente por tentativa de aborto qualificada pela morte. Outro 
exemplo: crime tentado de estupro qualificado pela morte. 
 
Repise-se: maioria admite a tentativa, quando essa ocorre no crime antecedente doloso. 
Quando a conduta antecedente for incompleta e o resultado qualificador completo (Rogério 
Greco). Outra parte da doutrina discorda (Capez, Mirabete), dizendo que nesses casos deveria 
responder pela consumação qualificada pela morte. 
 
Antecedente Consequente 
Doloso (aborto) Culposo (seguido de morte) 
 
Tentativa de aborto qualificado pela morte. 
3.7.3. Contravenção penal* 
 O art. 4 da LCP diz não ser punível a tentativa. DE FATO ela existe, mas não é relevante 
para o Direito Penal. 
 
LCP Art. 4° - Não é punível a tentativa de contravenção. 
3.7.4. Crime de atentado (ou de empreendimento) * 
 Não é que não se admita, na realidade o que não se admite é a redução da pena no caso 
da tentativa, pois a tentativa não só existe como é prevista no tipo (Rogério Greco). A pena do 
consumado é igual à pena do tentado. 
3.7.5. Crime habitual 
 Ou há UM ato, que não torna o fato típico. Ou há DOIS atos que já torna o fato típico 
consumado. 
 
 
19 
 
Haveria tentativa no crime habitual impróprio? Crime “HABITUAL IMPRÓPRIO”, ou 
“ACIDENTALMENTE HABITUAL” é aquele em que uma única ação tem relevância paraconfigurar o tipo, não constituindo pluralidade de crimes a repetição de atos, e sim o mesmo. 
Exemplo: gestão fraudulenta (LSFN). 
3.7.6. Crimes unissubsistentes 
 Tratam-se dos crimes que não admitem fracionamento da execução, ou seja, crimes que 
com um ato de execução se consumam. São os crimes omissivos puros e os crimes de mera 
conduta e crime de injúria. 
 
Exceção: Crime de mera conduta que admite tentativa: violação de domicílio (na modalidade 
entrar). Tentar entrar no domicílio. 
3.7.7. Crimes que só são puníveis quando houver determinado resultado naturalístico 
É o exemplo do crime de induzimento ao suicídio (art. 122 do CP) 
 
Nesse caso, o agente indutor só pode ser punido se houver morte ou lesão grave. Em não 
havendo esses resultados, trata-se de conduta atípica. 
 
CP Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio 
para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou 
reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão 
corporal de natureza grave. 
 
OBS: Bitencourt diz que quando o resultado for lesão grave no induzimento não se trata de 
consumação (não houve morte), mas de tentativa. 
3.7.8. Dolo eventual 
Muito discutido. LFG e Greco dizem que é incompatível o dolo eventual com a tentativa 
(NÃO prevalece). 
Aquilo que seria a tentativa (tentativa de homicídio) é na realidade outro resultado 
consumado (lesão corporal), que era, de fato, a “vontade” do agente. 
Vale dizer, o agente queria ferir, mas assumiu o risco de matar (atirou a esmo). Não deve 
responder por tentativa de homicídio, mas sim por consumação da lesão corporal. 
Isso não é unânime. 
Prevalece que é possível a tentativa, pelo fundamento: tentativa é não atingir o resultado 
por motivos alheios à vontade. Para esses doutrinadores, a “vontade” abrangeria tanto a vontade 
real quanto o resultado que o agente ASSUMIU praticar. 
3.8. TENTATIVA QUALIFICADA (OU “ABANDONADA”) - GÊNERO 
 
20 
 
Tentativa qualificada é o gênero do qual são espécies a DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA e o 
ARREPENDIMENTO EFICAZ, previstos no art. 15 do CP. 
 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir¹ na 
execução ou impede que o resultado se produza², só responde pelos atos 
já praticados. 
3.8.1. ¹Desistência voluntária 
Previsão legal: Art. 15 do CP. 
 
Conceito: Ocorre a desistência voluntária quando sujeito ativo abandona a execução do 
crime quando ainda lhe sobra, do ponto de vista objetivo, uma margem de ação. 
Elementos 
Tentativa simples (art. 14, II) Desistência voluntária (art. 15, 1ªparte) 
Início da execução Início da execução 
Não consumação por circunstâncias alheias à 
vontade do agente 
Não consumação por circunstâncias inerentes à 
vontade do agente. 
 
Fórmula de Frank: 
a) Na tentativa o agente quer prosseguir, mas não pode; 
b) Na desistência o agente pode prosseguir, mas não quer. 
Início da execução; 
Não consumação do delito devido à própria vontade do agente. 
“Tentativa abandonada”, pois o agente abandona o intento. 
A desistência deve ser voluntária, mas isso não significa que precise ser espontânea. 
Voluntária admite interferência externa; espontânea não. 
Exemplo: parei de furtar porque alguém me pediu para não furtar. Interferência externa. 
Aqui, é desistência voluntária, pois mesmo não sendo espontânea, decorreu unicamente da 
vontade do agente. 
No entanto, se a causa que determina a desistência é uma circunstância exterior, uma 
influência objetiva externa que compele o agente a renunciar o propósito criminoso, haverá 
tentativa simples (circunstância alheia à vontade do agente). Exemplo: paro de furtar porque o 
alarme toca. Trata-se de tentativa. 
Ou seja, voluntária é a desistência sugerida ao agente e ele assimila, subjetiva e 
prontamente, esta sugestão, esta influência externa de outra pessoa. Se a causa que determina a 
desistência é circunstância exterior, uma influência objetiva externa que compele, obriga, força o 
agente a renunciar o propósito criminoso, haverá tentativa. 
Consequências 
 
21 
 
Tentativa simples Desistência voluntária 
Regra é a diminuição de 1/3 a 2/3 da pena do 
crime consumado. 
Agente responde pelos atos até então 
praticados 
 
Aqui, o agente não é punido na forma de crime tentado, mas apenas pelos eventuais atos 
delituosos já praticados autonomamente, pois poderia ter prosseguido com a execução e não o 
fez, ao contrário da tentativa, onde o agente somente não prossegue na execução devido a 
circunstâncias alheias a sua vontade. 
 
Exemplo1: Agente quebra o vidro do carro para furtar o DVD. Em meio à execução, no entanto, 
desiste da ação por lembrar que pode ser um homem honesto e vai embora. Responde apenas 
pelo crime de dano. 
 
Exemplo2: Quebrei a porta do carro para furtar. Desisti. Respondo por dano e não por furto. 
 
Exemplo3: Violei domicílio para furtar. Desisti. Respondo só por violação de domicílio. 
 
 *Adiamento da execução admite desistência voluntária? 
 
 Exemplo: Agente remove algumas telhas para invadir a casa e furtar. Para de remover 
para continuar no dia seguinte. Que crime isso configura? 
 
1ª C: A desistência momentânea é irrelevante, devendo sempre ser definitiva (para essa 
corrente configuraria crime de furto tentado). Isso porque o agente não desistiu 
definitivamente da prática. 
 
2ª C: Se o agente apenas suspende a execução e continua a praticar posteriormente, 
aproveitando-se dos atos já cometidos, temos tentativa; se, no entanto, o agente não renova 
a execução por sua própria vontade, haverá desistência voluntária. Ou seja, enquanto não 
renova a execução, configura apenas o crime de dano ou invasão de domicílio, conforme o 
caso. PREVALECE. 
 
A desistência só é cabível na TENTATIVA IMPERFEITA ou INACABADA (antes de 
esgotados os atos executórios); na tentativa perfeita ou acabada (crime falho) cabe apenas o 
arrependimento eficaz. 
 
Não cabe desistência voluntária nos crimes culposos (o dolo é pressuposto da 
desistência) e nem nos unissubsistentes (execução única). 
 
A tentativa abandonada é a ponte de ouro que a lei estende ao agente para sair da ilicitude 
e se transportar para o mundo lícito novamente (Von Liszt). 
3.8.2. ²Arrependimento eficaz (ou “resipiscência”) 
 
Previsão legal: Art. 15, segunda parte. 
 
22 
 
Conceito: Ocorre quando o agente, após ter esgotado os atos executórios, desejando 
retroceder na atividade delituosa percorrida, desenvolve voluntariamente nova conduta, a fim de 
IMPEDIR que o resultado do delito ocorra. 
*Sinônimo de arrependimento eficaz dado por Zaffaroni: RESIPISCÊNCIA. 
Elementos: 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Início da execução Início da execução 
Não consumação por circunstâncias inerentes à 
vontade do agente. 
Não consumação por circunstâncias inerentes à 
vontade do agente. 
Abandona ANTES de esgotar os atos 
executórios 
O agente ESGOTA dos atos executórios 
 
*O que muda é o momento. 
Só é possível arrependimento eficaz em CRIMES MATERIAIS. Nos crimes formais (não 
exige o resultado naturalístico, embora o preveja) e de mera conduta (não prevê o resultado 
naturalístico) com o esgotamento dos atos executórios já está consumado o delito, não há que se 
esperar por resultado. 
É possível arrependimento eficaz em crime que não seja material? Não, pois tanto no 
crime formal quanto no de mera conduta, no momento em que se esgotam os meios executórios 
(pressuposto do arrependimento eficaz) o crime já resta consumado. 
Tal como a desistência, o arrependimento também deve ser voluntário (não se confunde 
com espontâneo).Além disso, o êxito do ato impeditivo é imprescindível, ou seja, em não se 
evitando a produção do resultado, o arrependimento não é considerado EFICAZ. 
Consequência: É a mesma da desistência. O agente responde pelos atos até então 
praticados. 
Exemplo: descarrego a arma em uma pessoa, mas me arrependo. Levo a pessoa para o 
hospital. Se ela sobreviver, respondo por lesão corporal e não por tentativa. Agora, se a pessoa 
não é salva, o arrependimento deixa de ser eficaz, logo, respondo pelo homicídio consumado. 
Qual a natureza jurídica da tentativa qualificada ou abandonada (leia-se suas duas 
espécies: desistência voluntária e arrependimento eficaz), causa extintiva de tipicidade ou 
de punibilidade? 
1ª C: Causa de exclusão da tipicidade (do crime tentado). Tentativa é uma norma de 
extensão, vale dizer, gera uma tipicidade indireta. Para punir o sujeito por tentativa de homicídio, 
não basta o art. 121, preciso conjugar o art. 14, II. Logo, a tentativa qualificada impede de se 
socorrer do art. 14 (excluindo a tipicidade indireta), visto que na tentativa qualificada o ato não se 
consuma por fato inerente à vontade do agente, o que não se conjuga ao art. 14. Adotada por 
Miguel Reale Jr e Rogério Greco. 
2ª C: Causa extintiva de punibilidade (do crime tentado). Existe tentativa pretérita, não 
punível por razões de política criminal. Na realidade, no início, existe uma tentativa do art. 14, mas 
que não é punível como forma de influenciar o agente a impedir a realização do resultado. 
PREVALECE. Corrente de Nelson Hungria. 
 
23 
 
O arrependimento eficaz é a ponte de ouro que a lei estende ao agente para sair da 
ilicitude e se transportar para o mundo lícito novamente (Von Liszt). 
 
3.9. ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
3.9.1. Previsão legal: Art. 16 do CP. 
Art. 16 - Nos crimes cometidos SEM VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA À 
PESSOA, reparado o dano ou restituída a coisa, até o RECEBIMENTO da 
denúncia ou da queixa, POR ATO VOLUNTÁRIO do agente, a pena será 
reduzida de um a dois terços. 
 
Trata-se de uma causa geral de diminuição de pena, tal como a tentativa simples. 
 
Esse arrependimento é POSTERIOR à consumação; o arrependimento eficaz é aquele que 
impede a consumação. 
 
Chamado de Ponte de Prata, pois é instituto penal que, após a consumação do crime, 
pretendem suavizar ou diminuir a responsabilidade penal do agente. 
3.9.2. Requisitos 
a) Crime cometido SEM VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA à pessoa: Tanto a violência 
física como a moral, no entanto, somente quando cometida contra uma pessoa. Vale ressaltar que 
essa violência pressupõe dolo, ou seja, admite-se o arrependimento posterior nos crimes 
culposos cometidos COM violência se conseguir reparar o dano à vítima. Isto porque o instituto é 
criado em benefício da vítima e não do agente. Greco. 
 
E o roubo, é passível de arrependimento posterior? Sim, na terceira hipótese de roubo do 
caput do art. 157, aquele onde não existe violência ou grave ameaça, mas emprego de outro meio 
que reduza a possibilidade de resistência da vítima (tais como hipnose, psicotrópicos etc. – 
violência imprópria) 
 
OBS: Existe uma minoria que entende que no roubo não é possível haver arrependimento 
posterior, visto que a modalidade “reduzir à impossibilidade de resistência” não deixa de ser 
violência, é a chamada violência imprópria. 
 
b) REPARAÇÃO do dano ou restituição da coisa: Tanto dano físico como moral. 
 Tanto a reparação quanto a restituição devem ser integrais. Sendo parcial, caso vítima se 
satisfaça com tal, abrindo mão do restante, a jurisprudência entende ser possível a concessão do 
benefício. 
Frise-se: A reparação deve ser do agente. Em nada adianta a polícia encontrar os objetos 
furtados e restituir ao dono. 
c) Realizada até o RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa: A reparação ou restituição 
realizada após esse termo final configura uma mera atenuante genérica. Após o recebimento, 
configura mera atenuante de pena. 
 
 
24 
 
d) Ato VOLUNTÁRIO do agente: Basta ser voluntário, ainda que não espontâneo. 
OBS: A restituição não precisa ser feita pessoalmente, vale dizer, pode outra pessoa, em nome do 
agente, fazê-la. 
 
*Arrependimento posterior de um coautor comunica-se aos concorrentes (coautores e 
partícipes)? 
 
1ª C: Exigindo voluntariedade, o arrependimento é personalíssimo, não se comunicando aos 
concorrentes. Corrente de Luís Regis Prado. 
 
2ª C: Arrependimento posterior é uma circunstância objetiva comunicável, portanto 
estende-se o benefício aos concorrentes. PREVALECE. Corrente de LFG, Assis Toledo. 
3.9.3. Cooperação dolosamente distinta e arrependimento posterior 
Rogério Greco nos lembra do caso em que o agente quer participar de crime menos grave, 
mas o coautor comete crime mais grave. Sabe-se que nesse caso o agente responderá pelo crime 
menos grave (que assim quis), com base no art. 29, §2º do CP. 
 
Art. 29 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até 
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
 
No caso de o agente querer praticar furto e o outro acabar praticando roubo, por exemplo. 
Se o primeiro efetua a restituição da coisa, será beneficiado pelo arrependimento posterior, pois 
responderá por uma infração que não prevê violência nos elementos do tipo, ficando 
impossibilitada de ser aplicada ao segundo. 
3.9.4. Critério de redução de pena 
Reduz-se a pena de UM A DOIS TERÇOS, que será tanto maior quanto antes for feita a 
restituição ou reparações do dano. Ou seja, utiliza-se como critério a presteza. Quanto mais 
rápida a reparação, maior a redução da pena. 
 
OBS1: Em alguns casos não se aplica o benefício do arrependimento posterior, em virtude de 
outra previsão mais benéfica ao réu. São eles: 
 
a) Súmula 554 do STF. Pagamento de cheque sem fundos antes do recebimento da 
denúncia gera a extinção da punibilidade. Causa supralegal extintiva de 
punibilidade. 
b) Crime de peculato culposo. A reparação que precede a sentença extingue a 
punibilidade. Se posterior, reduz a pena aplicada à metade. 
c) Crimes tributários. Pagamento do tributo até o recebimento da denúncia extingue a 
punibilidade. 
OBS2: cuidado com o JECrim. Isto porque lá, a COMPOSIÇÃO DOS DANOS que resulta 
em renúncia à ação penal pelo autor, pode ser com violência ou não. Isto porque o art. 74, § 
único da 9.099 não faz a ressalva. 
 
25 
 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título 
a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação 
penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta 
a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
 
PARA FIXAR: 
 
4. CRIME IMPOSSÍVEL 
4.1. PREVISÃO LEGAL: ART. 17 DO CP. 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio 
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o 
crime. 
 
Conceito: Crime impossível é aquele no qual o comportamento do agente não tem 
condições de gerar o resultado delituoso, quer por total inadequação dos meios empregados, quer 
por absoluta impropriedade do objeto material (coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta 
criminosa). 
 
São sinônimos de crime impossível: “tentativa inidônea”, “crime oco” e “quase crime”. 
4.2. PUNIBILIDADE DO CRIME IMPOSSÍVEL (TEORIAS) 
Existem três teorias principais sobre a (não) punibilidade do crime impossível: 
1) Teoria Sintomática; 
2) Teoria Subjetiva; 
3) Teoria Objetiva; 
3.1) TeoriaObjetiva Pura; 
3.2) Teoria Objetiva Temperada. 
 
26 
 
4.2.1. Teoria sintomática 
Com sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela qual deve ser punido ainda 
que o crime se mostre impossível de ser consumado. Essa teoria se preocupa apenas com a 
periculosidade do agente e não com o fato. É um sintoma do Direito Penal do autor. Não 
adotada no Brasil. 
4.2.2. Teoria subjetiva 
O que importa para essa teoria é o DOLO do agente. Sendo a conduta subjetivamente 
perfeita (vontade consciente de praticar o delito), deve o agente sofrer a mesma pena cominada à 
tentativa. Também tem um resquício do Direito Penal do autor, pois se preocupa apenas com o 
seu dolo, e não com o fato. 
4.2.3. Teoria objetiva 
No crime impossível não estão presentes os elementos objetivos da tentativa, devido à 
idoneidade dos meios ou do objeto material, logo não há que se falar em punição ao agente. 
Divide-se em: 
 
1) Objetiva pura: Não há tentativa, mesmo que a inidoneidade seja RELATIVA. 
 
2) Objetiva temperada: a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto devem ser 
ABSOLUTAS, pois se relativas, há tentativa. Adotada no Brasil. 
 
Exemplo de inidoneidade relativa do objeto: tentativa de furto de veículo frustrada por defeito 
mecânico no carro, impossibilitando sua consumação. 
4.3. ELEMENTOS DO CRIME IMPOSSÍVEL 
1) Início da execução; 
2) Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; 
3) Dolo de consumação. 
 
-------Até aqui, tentativa simples!-------- 
 
4) Resultado absolutamente impossível de ser alcançado (tentativa inidônea!) 
 
Não consumação por absoluta ineficácia do meio ou impropriedade do objeto material. 
Absoluta ineficácia do meio 
Falta potencialidade causal, pois os instrumentos postos a serviço da conduta não são 
eficazes em hipótese alguma, para a produção do resultado. Exemplo: uso de farinha para 
envenenar. Uso de arma de brinquedo para matar. Uso de reza ou despachos para abortamento. 
Uso de documento grosseiramente falsificado. 
Absoluta impropriedade do objeto material 
 
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A pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta delitiva não serve à consumação do 
delito. Exemplo: praticar manobras abortivas em mulher não grávida. Tentar matar um cadáver. 
4.4. “CRIME DE ENSAIO” 
É o chamado crime impossível por obra do agente provocador. É o caso onde um agente do 
Estado (polícia) intervém ou colabora no mecanismo causal do fato. 
 
É o caso do flagrante provocado, onde o crime é impossível, pois pela circunstância 
(provocação do agente policial, que tomou todas as medidas necessárias para que não houvesse 
ofensa ao bem tutelado) não haveria como ser consumado. Neste caso, não há possibilidade de 
prisão em flagrante, se ocorrer deve ser relaxada, pois ilegal. Súmula 145, STF. 
 
STF SÚMULA Nº 145 não há crime, quando a preparação do flagrante pela 
polícia torna impossível a sua consumação. 
 
Por fim, é bom frisar que o crime impossível é hipótese de ATIPICIDADE (inadequação típica). 
 
OBS: embora não guardem semelhança, temos doutrina diferenciando crime impossível de 
delito putativo. 
 
CRIME IMPOSSÍVEL DELITO PUTATIVO 
O crime buscado pelo agente quer seja pela 
impropriedade do objeto, quer seja pela 
ineficácia do meio, é impossível de ser 
alcançado. 
 
O agente pratica uma conduta supondo 
erroneamente ser típica, quando na verdade é 
atípica. 
 
 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
1. OBSERVAÇÃO HISTÓRICO-CONTEXTUAL 
O CP/40 falava em “coautoria”. Aqui, era um conceito muito restrito, que não abrangia 
participação, por exemplo. 
O CP/69 trouxe então o termo “concurso de AGENTES”, que, por sua vez, era muito 
amplo. Com a reforma de 1984, chegou-se ao termo atual e mais correto: “concurso de pessoas”. 
Título IV da Parte Geral do CP. 
2. CONCEITO 
Conforme Mirabete, concurso de pessoas é a ciente e voluntária participação de duas ou 
mais pessoas em uma mesma infração penal. 
 
28 
 
Número plural de pessoas concorrendo para o mesmo evento. 
Concurso de pessoas é a “codelinquência”, que por sua vez é o gênero, do qual são 
espécies a coautoria e a participação. 
3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS 
Neste ponto, estudaremos o seguinte: 
 
1) Crime monossubjetivo ou de concurso eventual (objeto do estudo do concurso de 
pessoas); 
2) Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário: 
2.1) Crime plurissubjetivo de condutas paralelas; 
2.2) Crime plurissubjetivo de condutas contrapostas; 
2.3) Crime plurissubjetivo de condutas convergentes; 
3.1. CRIME MONOSSUBJETIVO 
Crime que pode ser praticado por uma ou mais pessoas. É o chamado CRIME DE 
CONCURSO EVENTUAL. É a regra do CP. Exemplo: Homicídio, roubo, furto. 
3.2. CRIME PLURISSUBJETIVO 
Crime que SÓ pode ser praticado por número plural de agentes. É o chamado CRIME DE 
CONCURSO NECESSÁRIO. Divide-se em três espécies: 
3.2.1. De condutas paralelas 
As várias condutas auxiliam-se mutuamente. Exemplo: Formação de quadrilha ou bando 
(art. 288 CP). 
3.2.2. De condutas contrapostas 
As condutas voltam-se umas contra as outras. Exemplo: rixa. 
3.2.3. De condutas convergentes 
As condutas se encontram para um FIM comum. Exemplo: Adultério (quando era crime) e 
bigamia. 
 
No estudo do concurso de pessoas, analisa-se apenas o crime monossubjetivo ou crime de 
concurso eventual, já que o plurissubjetivo ou crime de concurso necessário é previsto no próprio 
tipo penal. 
4. AUTORIA 
 
29 
 
O conceito de autor depende da teoria. Temos três teorias: 
1) Teoria extensiva (unitária, subjetiva ou material subjetiva); 
2) Teoria restritiva (objetiva ou formal objetiva); 
3) Teoria do domínio do fato. 
 
Vejamos: 
4.1. TEORIA EXTENSIVA (UNITÁRIA OU SUBJETIVA OU MATERIAL SUBJETIVA) 
4.1.1. Quem é autor para a teoria extensiva? 
AUTOR é todo aquele que, de qualquer forma, colabora para o sucesso da empreitada 
criminosa. 
4.1.2. Critério distintivo para o partícipe na teoria extensiva 
Para essa teoria, a figura do PARTÍCIPE é igualada a do autor. Era a Teoria do antigo CP. 
4.1.3. Conclusão 
A intenção foi trazer o aspecto subjetivo para a análise do autor/partícipe. Embora não seja 
precisa, trouxe uma coisa importante: o preenchimento do tipo de forma subjetiva para a 
caracterização de autoria. 
4.2. TEORIA RESTRITIVA (OBJETIVA OU FORMAL OBJETIVA) 
4.2.1. Quem é autor para a teoria restritiva? 
AUTOR é aquele que realiza a conduta descrita no tipo penal (conduta principal), vale dizer, 
aquele que pratica o verbo núcleo do tipo. Exemplo: furtador é quem subtrai, quem encomenda 
não. 
 Diz a doutrina que a teoria restritiva ou formal objetiva foi adotada pelo nosso código penal 
após a reforma de 1984. Talvez seja melhor dizer que a doutrina adotou tal teoria. 
4.2.2. Critério distintivo para o partícipe na teoria restritiva 
 Essa teoria distingue AUTOR de PARTÍCIPE, estabelecendo como critério definitivo a 
prática ou não de elementos do tipo. 
4.2.3. Críticas à teoria restritiva 
Em primeiro lugar, de acordo com essa teoria, o mandante de um crime seria mero 
partícipe, já que ele não realiza qualquer elemento do tipo. Além disso, ela não explica 
satisfatoriamente a autoria mediata ou indireta. Esta ocorre quando o agente se utiliza de um 
terceiro, em estado de irresponsabilidade penal, para a prática de um crime. Nesse último caso, o 
agente não pratica nenhum elemento do tipo, consequentemente, seria, para a teoria restritiva, 
mero partícipe. 
 
30 
 
4.2.4. Pontos positivos da teoria restritiva 
É a teoria que mais oferece segurança jurídica (única que está vinculada ao princípio da 
reserva

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