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Questão 01 (0,5 ponto)
Kurt, inconformado com o fim de seu relacionamento com Courtney, bem como com a provável traição por parte dela, decide mata-la com emprego de arma de fogo. Como ele não tem acesso à casa da mãe de Courtney, onde ela está hospedada, que fica em um condomínio fechado, Kurt telefona para seu amigo Rob, vizinho da mãe de Courtney, solicitando-lhe que repasse informações, quando possível, sobre os horários de chegada e saída de Courtney. Curioso, Rob pergunta a Kurt porque ele gostaria de ter tais informações e ele afirma que precisa conversar com ela pessoalmente, porém, não consegue marcar um horário, pois ela não atende seus telefonemas. Ciente dos horários que Courtney costuma sair à tarde para se exercitar, Kurt a espera do lado de fora do condomínio, disparando quatro vezes contra ela, o que foi causa eficiente de sua morte. Após ininterrupta perseguição policial, Kurt é preso em flagrante e em seu depoimento cita que obteve informações sobre as atividades de Courtney por meio de Rob. Kurt e Rob são investigados e denunciados pelo crime de homicídio qualificado consumado. 
Tendo em vista as informações contidas no caso e o tema “concurso de pessoas”, assinale a alternativa correta. 
A) Rob é considerado coautor do delito de homicídio, uma vez que sua contribuição tomou parte em uma divisão de trabalhos e, assim, ao lado de Kurt, tem o domínio conjunto do fato. 
B) Rob não pode ser considerado coautor do delito de homicídio, de acordo com a teoria do domínio final do fato, pois, apesar da tomada de decisão conjunta, não participou de qualquer ato executório. 
C) Rob não pode ser considerado coautor do delito de homicídio, de acordo com a teoria do domínio final do fato, pois, apesar da tomada de decisão conjunta, não participou de atos preparatórios. 
D) Rob não pode de forma alguma ser considerado coautor do delito de homicídio, de acordo com a teoria do domínio do fato, pois não houve tomada de decisão conjunta. 
E) Apesar de desconhecer a intenção de Kurt, Rob pode ser responsabilizado criminalmente por participação culposa. 
Resposta D – a única resposta correta é a que afasta a coautoria porque Rob não participou da tomada de decisão e, portanto, não havia dolo. Não é possível afirmar participação culposa porque não existe essa modalidade. 
Questão 02 (0,5 ponto)
Marcos Felício, advogado constituído de Benedito da Silva em ação judicial de cobrança e posterior execução civil movida contra ele pelo Banco do Brasil em razão de empréstimos pessoais e dívidas de cartão de crédito não saldadas, com o fim de receber honorários advocatícios contratados, convence seu cliente a alienar um imóvel no valor de 50.000,00 (cinquenta mil reais), que foi nomeado à penhora para garantia da execução, ao argumento de que, apesar da existência de processo de execução, o bem continua de sua propriedade, sendo seu direito aliená-lo inclusive para saldar dívidas. A compra-e-venda é realizada e posteriormente anulada judicialmente, vez que totalmente ilegal. Além disso, por meio de seu representante legal, o Banco do Brasil apresenta queixa-crime contra Benedito no Juizado Especial Criminal, em virtude da prática do delito previsto no artigo 179 do Código Penal: 
Fraude à execução
 Art. 179 – Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único – Somente se procede mediante queixa.
Tendo em vista o caso narrado, analise as assertivas a seguir. 
I – Marcos Felício e Benedito são considerados coautores do delito de fraude à execução. 
II – Marcos Felício é considerado partícipe por indução, respondendo por outro delito. 
III – Marcos Felício é considerado autor mediato do delito de fraude à execução.
IV – Marcos Felício e Benedito respondem pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade. 
V – Benedito não responde por nada, pois se encontrava em erro de tipo inevitável. 
É correto apenas o que se afirma em
A) I, III e IV
B) I, III e V
C) I, IV
D) II, V
E) III
Resposta: trata-se de um caso de autoria mediata por erro de proibição determinado por terceiro. Marcos Felício determinou seu Benedito em erro de proibição, ao convencê-lo de que, apesar do imóvel estar penhorado, ainda era de sua propriedade, fazendo com que ele acreditasse que sua conduta não era contrária ao direito. Logo, não se pode afirmar qualquer forma de concurso de pessoas (coautoria ou participação). Autoria mediata não é concurso de pessoas. 
Questão 03 (0,5 ponto)
Após acalorada discussão após um show realizado por sua banda, Sid decide tirar a vida de James, companheiro de trabalho. Em uma conversa de bar, Sid desabafa com Mick, revelando-lhe seu plano de matar James durante a noite, enquanto este último estiver dormindo. Contudo, está receoso de que descubram a autoria do delito em virtude da recente briga que tiveram. Assim, Mick afirma a Sid que ele pode testemunhar a seu favor, afirmando que esteve com ele durante a noite, convencendo Sid a prosseguir no intento criminoso. Sid, então, pede emprestado o canivete de Mick para realizar o crime. No momento da ação, Sid decide que, ao invés de matar com o canivete, utilizará meio para proporcionar sufocamento, uma vez que, da outra forma, James poderia gritar e chamar atenção. 
Tendo em vista o caso descrito, analise as assertivas a seguir, bem como a relação proposta entre elas. 
I – Mick não responderá como partícipe do delito de homicídio
PORQUE
II – Não houve relevância causal de sua colaboração
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Resposta: AMBAS ESTÃO ERRADAS porque Mick pode ser considerado partícipe em razão da instigação que promoveu, apesar do instrumento por ele oferecido não ter sido utilizado. 
Questão 04 (0,5 ponto)
Christian, Pablo e Matheus traficantes de substância entorpecente ilícita na cidade de Campo Mourão e arredores, pretendem realizar traficância com alguns traficantes chineses. Porém como nenhum deles conhece o idioma, contratam Yan Ling, descendente direto de chineses que fala fluentemente o idioma, para assessorá-lo nessas negociações. Porém, como os três traficantes já vêm sendo investigados há algum tempo pela polícia, esta decide realizar a prisão em flagrante no exato momento das negociações, quando Yan Ling está fazendo a comunicação entre os traficantes. Tendo em vista o caso relatado e o tema do concurso de pessoas, assinale a alternativa correta. 
A) Yan Ling responde como coautor do delito de tráfico de drogas, uma vez que sua colaboração foi causalmente relevante para o fato. 
B) Yan Ling responde como autor de delito autônomo e distinto do tráfico de drogas, em razão da teoria monista ou unitária. 
C) Yan Ling responde como partícipe do delito de tráfico de drogas, com redução facultativa de pena relativa à participação de menor importância. 
D) Yan Ling responde como partícipe do delito de tráfico, mas não terá redução de pena em razão da participação de menor importância. 
E) Em razão da eficácia causal de sua conduta, Yan Ling tem sua pena agravada. 
Resposta: Yan Ling não é coautor, mas partícipe do crime de tráfico porque sua colaboração foi pontual, sem tomada de decisão em conjunto, mas sua participação não pode ser considerada de menor importância em razão da dificuldade de se encontrar essa espécie de colaboração ou auxílio intelectual (tradução de idioma pouco conhecido). 
Questão 05(0,5 ponto)
O concurso de pessoas ou agentes ocorre quando duas ou mais pessoas colaboram para a infração penal. Manifesta-se na forma de coautoria e participação. Para seperquirir o conceito de coautoria, bem como sua distinção (ou não) relativamente à participação, primeiramente é necessário determinar um conceito de autor. Nesse aspecto, diversas são as teorias e os conceitos delas provenientes. A respeito dessa matéria, analise as seguintes assertivas. 
I – O conceito de autor na teoria do domínio final do fato está vinculado ao conceito de ação como atividade finalista, aplicando-se somente a crimes dolosos. Correto, o conceito de domínio final do fato decorre do conceito de ação finalista e só se aplica a crimes dolosos. Para crimes culposos, autor é aquele que, mediante violação de dever objetivo de cuidado, causa o resultado lesivo não querido. 
II – Pela teoria do domínio final do fato, anto o sujeito que executa a ação típica quanto aquele que, não a realizando pessoalmente, utiliza um terceiro para fazê-lo, pode ser considerado autor do delito. Correto. O que executa a ação típica é considerado autor direto e o que utiliza um terceiro é autor indireto. 
III – Pelo conceito restritivo-formal, é autor indireto do delito aquele que não executa a conduta pessoalmente, mas utiliza um terceiro que age sem dolo ou culpa. Incorreto. Para o conceito restritivo-formal, só é autor de um delito quem executa a conduta típica pessoalmente. 
IV – Pelo conceito unitário ou monista, todo aquele que contribui causalmente para o fato ilícito é considerado autor dele. Correto. Esse conceito decorre da teoria da equivalência das condições. 
V – O conceito subjetivo de autor não faz distinção entre autoria e participação. Incorreto. O conceito subjetivo diferencia autor e partícipe de acordo com um critério subjetivo: o autor quer o fato como próprio; partícipe quer o fato como alheio. 
Questão 06 (0,5 ponto)
Zé Pequeno, desempregado há mais de dois anos, juntamente com Mané Galinha e Cabeleira, articula um plano para, durante a noite, arrombar a porta de uma loja de departamentos de seu bairro e subtrair objetos eletrônicos de valor, como tablets, celulares e notebooks. Ao estabelecer as funções a serem desenvolvidas por cada um deles, fica combinado que Zé Pequeno será responsável por dirigir o carro e vigiar os fundos e entrada da loja e também por danificar câmeras externas de segurança e fiação de alarme. Um ponto discutido por eles foi a utilização ou não de arma de fogo, não efetivamente para ferir alguém, mas para garantir o sucesso do delito. Zé Pequeno e Cabeleira concordaram que seria melhor não utilizar arma de fogo. Mané Galinha discordou da decisão. Ocorre, porém, que a referida loja fazia uso de um equipamento de segurança pelo qual a polícia era imediatamente contatada pela empresa de segurança quando houvesse qualquer movimentação relacionada às câmeras externas. Durante a empreitada, antes da chegada da política, dois funcionários armados da empresa de vigilância vão até o local e trocam tiros com Mané Galinha e Cabeleira. Os três conseguem se evadir do local, um deles ferido levemente. Um dos funcionários da empresa de vigilância é baleado e morre dois dias depois. Mané Galinha foi o responsável pelo disparo de arma de fogo, a causa eficiente da referida morte. Tendo em vista o caso relatado e a matéria relativa ao concurso de pessoas, assinale a alternativa incorreta: 
A) Zé Pequeno responde pelo latrocínio, ainda que o planejamento e, portanto, o seu dolo referia-se à consumação do delito de furto e não de roubo, somente se eletinha ciência de que Mané Galinha portava arma de fogo. 
B) Zé Pequeno responde pelo furto qualificado consumado com possibilidade de pena aumentada até a metade, e não pelo latrocínio, pois o planejamento era a execução de furto e não de roubo, caso desconfiasse da existência da arma de fogo, uma vez que Mané Galinha havia discordado do planejamento inicial (resultado previsível).
C) Não existe qualquer forma de participação no caso relatado, pois Zé Pequeno, Cabeleira e Mané Galinha são coautores. 
D) Se plenamente cientes da existência da arma de fogo, Zé Pequeno e Mané Galinha respondem pelo latrocínio e não pelo furto qualificado. 
E) Se comprovada a cooperação dolosamente distinta, Zé Pequeno e Mané Galinha também respondem pelo latrocínio, todavia, com a pena reduzida de um a dois terços. 
Incorreta a letra E porque a cooperação dolosamente distinta não implica redução de pena do delito praticado, mas punição pelo crime que se pretendia cometer inicialmente (furto qualificado)
Questão 07 (0,5 ponto)
Na década de 60, Claus Roxin fixou as bases teóricas de uma nova espécie de autoria mediata (além das formas já existentes – coação, obediência, erro), que denominou de “autoria mediata por domínio da vontade em aparatos de poder organizados”. Para Roxin, o conceito de domínio do fato é aberto e pode se adaptar aos casos concretos em que se discute a determinação da autoria do crime. Sobre essa modalidade de autoria mediata defendida por Claus Roxin, analise as assertivas a seguir: 
I – Roxin elaborou essa teoria visando responsabilizar criminalmente integrantes do Estado Nazista que ocupavam comandos intermediários e o alto escalão de comando pelo extermínio de seres humanos. Correto. 
II – O “instrumento” manipulado nessa forma de autoria mediata é o executor do delito, mas este é considerado penalmente responsável. Incorreto. A manipulação do autor mediato recai sobre o próprio aparato ou organização e não sobre o terceiro executor. 
III –O executor da conduta, embora impunível, é considerado substituível nos aparatos organizados de poder. Incorreto, o executor da conduta é punível e não impunível. 
IV – São requisitos de caracterização dessa forma de autoria mediata: poder de comando, organização desvinculada do ordenamento jurídico, fungibilidade do instrumento. Correto. 
Questão 08 (0,5 ponto)
Steven, conhecido traficante do Morro Tallarico, é alvejado à luz do dia, simultaneamente, por dois traficantes de comunidades vizinhas, Keith e Robert, que não se conheciam, em razão de disputa de poder por áreas controladas pelo tráfico. Steven morre no local. Ao investigar o caso, a perícia revela tiros provenientes de direções distintas e a polícia recebe informações de testemunhas apontando Keith e Robert como atiradores. A perícia não consegue determinar quais disparos, de quais armas, foram a causa eficiente da morte de Steven. Ambos são investigados e denunciados por homicídio qualificado consumado em concurso de agentes (coautoria)
Com relação ao caso relatado e o tema concurso de agentes, analise as assertivas abaixo e a relação proposta entre elas: 
I – O correto é que Keith e Robert respondam por tentativa de homicídio qualificado. 
PORQUE
II – Não há concurso de agentes, mas autoria colateral indeterminada. 
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
Resposta: ambas corretas e há relação de justificação. Os traficantes devem responder apenas por tentativa de homicídio, porque se trata de um caso de autoria colateral e não concurso de agentes. Em tal caso, quando não é possível determinar de quem foi o tiro que deu causa à morte da vítima, ambos respondem por tentativa.
Questão 09 (0,5 ponto)
Participação é conceituada como colaboração dolosa em infração penal, sem o domínio do fato. Isto é, considera-se partícipe aquele que, assentindo para a infração penal a ser executada pelo autor, não possui o domínio final do fato. Supondo-se a seguinte situação: David, que deve uma grande importância em dinheiro para Gene, incentivado por este, decide subtrair valores em espécie que a própria avó, Clotilde, mantém em casa, que são fruto de suas economias por anos. Após sentir falta do dinheiro, Clotilde chama a polícia que inicia o respectivo inquérito policial. Descobre-se, portanto, a provável autoria de David, que é ouvido e relata todo o ocorrido. O inquérito é encerrado e os autos são remetidos ao Ministério Público para a propositura da respectiva ação penal. David e Gene são denunciados.O primeiro, como autor do delito de furto e o segundo como partícipe. Ao receber a denúncia, o juiz exclui a responsabilidade penal de David, aplicando o disposto no artigo 181, II do Código Penal. 
Tendo em vista o caso relatado e o tema de concurso de pessoas, analise as assertivas a seguir. 
I – Gene é partícipe na modalidade auxílio intelectual. Incorreto. É partícipe na forma de instigação. 
II –O juiz deve manter a responsabilidade penal de Gene de acordo com a teoria majoritariamente aceita para a acessoriedade qualitativa da participação. Correto, pela teoria da acessoriedade limitada, o crime praticado pelo autor não precisa ser punível. No caso, para David, haverá exclusão da punibilidade em razão da escusa absolutória citada (art. 181, II, CP). 
III – O abuso de confiança, que qualifica o delito de furto, não deve se aplicar a Gene.Correto. O abuso de confiança é uma condição pessoal que não é elementar do tipo penal, portanto, não se comunica a coautores e partícipes (art. 30, CP)
IV – Ainda que David não tivesse chegado a praticar um primeiro ato executório, a conduta de Gene é punível de forma autônoma. Incorreto. No que diz respeito à acessoriedade quantitativa da participação, tem-se que a conduta do partícipe só é punível se o delito do autor foi ao menos tentado (art. 31)

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