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Fernanda Vandanezi - Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar — Amebiase: Filo: Sarcomastigophora; Família: Entamoebidae. - há 2 tipos diferentes e morfologicamente idênticos: ∟ Entamoeba histolytica — forma patogênica e invasiva; causa lesões, invade o tecidos e fagocita hemácias; ∟ Entamoeba dispar — OMS, 1977 = maioria das formas assintomáticas que eram atribuídas a E. histolytica são são causadas por este tipo; causas de colite não-disentérica também foram atribuídas a ela — não invadem tecidos; forma não-invasiva, pouco (ou não) patogênica e não fagocita hemácias; Distribuição: - cosmopolita — especialmente em regiões tropicais e subtropicais; - em regiões de precárias condições sanitárias e de higiene (pessoal e dos alimentos); Habitat: - no intestino grosso; - trofozoito não-invasivo (E. díspar) — na superfície mucosa; - trofozoito invasivo (E. histolytica) — na mucosa e submucosa do intestino grosso; quando extra-intestinal — circulação sanguínea, fígado, pulmões e cérebro; - cisto — fezes (trofozoíto se transforma em cisto quando sente que não está em seu ambiente); Morfologia e Biologia: Entamoeba histolytica: • trofozoíto invasivo — morfologia: - pleomorfico, alongado, imersão continua de pseudópodos (locomoção); - geralmente tem apenas 1 núcleo — esférico, de cromatina regular e cariossoma central; - 20 a 40 micrometros; - apresenta hemácias em seu citoplasma (nos casos de disenteria); *E. díspar (não invasivo) — bactérias, grãos de amido ou detritos em seu citoplasma — nunca haverá hemácias; • trofozoíto invasivo — biologia: - se alimentam pelo processo de fagocitose — de outras células, bactérias ou por restos celulares; pinocitose — ingestão de partículas liquidas; - se locomovem por pseudópodos; - multiplicação — por divisão binária simples; • cisto: - são formados a partir dos trofozoítos que se destacam da mucosa e transforma; - esféricos ou ovais — de 8 a 10 micrometros de diâmetro; - 1 a 4 núcleos (podendo formar 4 trofozoítos) — com cariossoma central; - corpo cromatoide — reserva nutritiva para o cisto; - transmissão e resistência: 2 meses; - podem ser eliminados até 45 milhões/dia nas fezes — mas nem todos os dias; Transmissão: - DTA — doença transmitida por alimentos; Ingestão de cistos maduros (que estavam nas fezes) — pelos alimentos e água contaminada; - principal transmissor → ser humano; - auto-infecção — pode ocorrer, pois o cisto já sai maduro e não precisa do solo para amadurecer; Patogenia: - provocadas pelas formas invasivas — causando lesões mais frequentes na região do ceco e retrossigmodiana; - variável quanto ao potencial patogênico — deve estar ligado aos fatores que determinam a virulência do parasito; ∟ como o que faz ele mudar de comensal → agressivo; - inicio da invasão — se dá pela quebra do equilíbrio parasito-hospedeiro, em favor do parasito — determinada pela alta carga parasitaria; ∟ facilitada — pelo estado nutricional, idade, alcadismo, imunodepressão e carga parasitária; bactérias do meio onde a ameba vive — podendo potencializar a sua ação; • como ocorre: - amebas vão aderir as células da mucosa do intestino do hospedeiro — por proteínas de adesão = lectinas; - fazem a fagocitose das células — vão para os vacúolos digestivos, onde enzimas proteolíticas são liberadas, destruindo estas céulas; ∟ provocam a destruição tecidual — com escassa reação inflamatória (ocasionalmente pode ocorrer → produzindo massa granolumatosa) - vão se multiplicando por divisão binária simples — seguem penetrando a submucosa sob a forma de microulceração; ∟ na penetração na submucosa — disenteria = eliminação de fezes com muco e sangue, cólica intestinal; destruição intestinal; proliferação de trofozoítos e mais fagocitose — podendo progredir em todas as direções da submucosa; - trofozoítos penetrar na musculatura abaixo da submucosa do intestino; ∟ entrando na corrente sanguínea — disseminando para outros órgãos (casos graves); pelo sistema porta entra em contato com o fígado — causando abcesso amebiano = pus em uma cavidade recém formada; pode invadir o pulmão e o cérebro; Manifestações Clínicas: • amebíase intestinal: - formas assintomáticas — detecta a doença pela presença de cistos nas fezes; - formas sintomáticas: ∟ Entamoeba díspar — colite não disentérica (inflamação do colón, sem invasão da mucosa); diarreia e cólica intestinal; ∟ Entamoeba histolytica — colite amebiana disentérica (inflamação do colón, com invasão da mucosa); diarreia mucossanguínea, desidratação, cólica intensa, prostração, perfuração do intestino, abcesso e necrose; - sintomas gerais — dor abdominal, náusea, vomito, diarreia, disenteria, anemia e emagrecimento; • amebíase extra-intestinal (casos graves): - vai dependender de qual local o trofozoito vai estar: ∟ abcesso hepático amebiano — dor, febre, hepatomegalia; pode rompe e propagar trofozoítos para outros órgãos; ∟ abcesso pulmonar e cerebral (são raros) — pode ocorrer quando há o rompimento do abcesso hepático amebiano; Diagnóstico: • clínico — através dos sintomas; por imagem — raio x, tomografia, ressonância — não vai falar o que é, mas vai mostrar o aglomerado e as ulcerações; • laboratorial — HPJ → fezes em conservantes líquidos; devem ser coletados em 3 dias alternados — para pegar o dia em que o paciente está eliminando o cisto; fezes sólidas = cistos; fezes diarreicas = trofozoítos; coleta do material do abcesso — trofozoítos; • imunológico — com as fezes = amebíase extra-intestinal → ELISA ELISA — para diferenciar Entamoeba histolytica e Entamoeba díspar; com o soro sanguíneo — infecção atual = IgM e IgG; infecção passada = IgG; Tratamento: - metronidazol, secnidazol, tinidazol — atuam na luz intestinal e nos tecidos; - casos graves (extra-intestinal) — metronidazol + emetina (limitador da formação de proteínas) + antibióticos (para bactérias que seriam alimento) Profilaxia: - tratar os indivíduos parasitados; - saneamento — água, fezes e lixo; higinene dos alimentos e pessoal; Ciclo Biológico:
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