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Fernanda Vandanezi - Trypanosoma cruzi — Doença de Chagas: Filo: Sarcomastigophora; Família: Tiypanoçomaiidae. - trapassomose americana; Distribuição: - antroponose (infecção exclusiva dos seres humanos e causada por parasita) — frequente nas Américas, principalmente na América Latina; ∟ sendo um problema médico-social grave; - Brasil — atinge cerca de 8 milhões de habitantes, principalmente populações pobres que residem em condições precárias; Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás; Hospedeiro: - Triatoma infestans — inseto hematógafo; Ordem: Hemíptera; Família: Reduviidae; Morfologia e Habitat: - o parasito possui em seu ciclo biológico nos hospedeiros vertebrado e invertebrado várias formas evolutivas; - cinetoplasto — presente em todas as formas evolutivas do Trypanosoma cruzi; constitui em uma mitocôndria modificada, rica em DNA; ∟ um dos parârnetros utilizados na caracterização bioquímica de diferentes amostras ou cepas de Trypanosoma cruzi; Hospedeiro vertebrado: - no sangue circulante e cultura de tecidos, são encontradas as formas amastigotas (intracelular) e tripomastigotas (extracelular); - são formas infectantes para as células in vitro e para os vertebrados; • Amastigota: - form arredondada ou oval; - possui o flagelo curto, que não se exterioriza; - tecido nervoso e muscular (cardíaco e esquelético) — intracelular; • Tripomastigota sanguíneo: - forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; - o flagelo forma uma extensa membrana ondulante e toma-se livre na porção anterior da célula; - mais natural de infecção para o hospedeiro vertebrado; - apresentam variações morfológicas denominadas polimorfismo — relacionadas as características fisiológicas do parasito; - encontrado no sangue — extracelular; Hospedeiro Invertebrado: • Esferomastigota: - presentes no estômago e intestino do triatomíneo; - forma arredondada; - o flagelo livre, representando uma transição entre a forma amastigota e as formas flageladas • Epimastigota: - presentes em todo o intestino (e meios de cultura); - forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo; - possui pequena membrana ondulante lateralmente disposta; • Tripomastigota metacíclico: - presentes no reto e fezes do barbeiro; Transmissão: - pelo vetor — mecanismo com maior importância epidemiológica; infecção ocorre pela penetração de tripomastigotas metacíclicos na pele ou mucosa íntegra; ∟ eliminados nas fezes ou na urina de triatomíneos, durante o hematofagismo; - sanguínea — segundo mecanismo de importância epidemiológica na transmissão; importância é maior ainda nas grandes cidades, onde é alta a prevalência da infecção; ∟ a importância tem aumentado devido ao controle em bancos de sangue — que é deficiente; tripomastigotas sanguíneos; - congênita — ocorre quando existem ninhos de amastígotas na placenta, que liberariam tipomastígotas que chegariam à circulação fetal; diagnostico — encontro da forma amastigota do Trypanosoma cruzi na placenta; pesquisa de anticorpos IgM anti-Trypanosona cruzi no soro do recém-nascido pela RIFI ou ELISA; - acidente de laboratório — entre aqueles que trabalham com o parasito sangue de animais, pessoas infectadas, meios de cultura ou vetor; podem se contaminar por — do parasito com a pele lesada; mucosa oral ou ocular ou auto-inoculação — tripomastigotas sanguíneos; se faz necessário trabalhar bem e com todas as condições de segurança; - oral — pode acontecer em várias situações — amamentação: pois o T cruzi já foi encontrado em leite materno na fase aguda da infecção; animais ingerindo triatomíneos (insetos) infectados; canibalismo entre diferentes espécies de animais; pessoas ingerindo alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomíneos infectados; ∟ a penetração do parasito ocorre pela mucosa da boca íntegra ou lesada; - coito — nunca foi comprovado na espécie humana; ∟ há apenas relato de encontro de tipomastígotas em sangue de menstruação de mulheres e no esperma de cobaios infectados; já se conseguiu demonstrar infecção após depositar o Trypanosoma cruzi em vagina de ratas; - transplante — transmissão pode desencadear fase aguda grave; o indivíduo que recebe um órgão transplantado infectado + toma drogas imunossupressoras; ∟ consequentemente, toma-se menos resistente a infecção; Patogenia: - fase aguda — inicia-se por processo inflamatório focal; ∟ quando Trypanosoma cruzi penetra na conjuntiva (sinal de Romana) ou na pele (chagoma de inoculação); sinal de Romana — edema bipalpebral unilateral, congestão conjuntival, infartamento ganglionar-satélite (não vê linfonodo); chagoma de inoculação — inflamação aguda local na derme e hipoderme, no ponto de inoculação do parasito; - fase crônica — degeneração tecidual → focos de necrose → áreas de fibrose → prejudica a integridade do órgão → dilatação do órgão; com o correr do tempo apresentam sintomas relacionados com o sistema cardiocirculatório, digestivo ou ambos; ∟ devido ao fato de mudar inteiramente a fisionomia anatômica do miocárdio e do tubo digestivo (esôfago e cólon); observa-se reativação intensa do processo inflamatório, com dano destes órgãos; ∟ nem sempre relacionada com o parasito, que se encontra extremamente escasso nesta fase. Manifestações Clínicas: - fase aguda — tem maior parasitemia; aparecimento do sinal de romana ou chagoma de inoculação; febre, anorexia, astenia (perda ou diminuição da força física ou resistência do sistema nervoso), edema localizado e generalizado, hepatomegalia (aumento anormal do volume do fígado), esplenomeglia (aumento anormal do volume do baço), linfadenopatia (processo patológico que afeta os nódulos linfáticos, inchando-o) e, às vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas. - fase crônica — tem menor parasitemia; coração (macro) — aumentado de volume e mais pesado do que o normal (cardiomegalia) congesto com espessamentos nodulares branco-peroláceos no epicárdio ao longo das coronárias; hipertrofia das paredes ventriculares e atriais; dilatação dos anéis das válvulas tricúspide e mitral; presença da chamada lesão vorticilar ou aneurisma de ponta; aumento da bexiga e do intestino; entende-se por megas, dilatações permanentes e difusas de vísceras ocas ou de canais (ureter, por exemplo), acompanhados ou não de alongamento da parede, não provocados por obstrução mecânica e cujo substrato anatômico seria a despopulação neuronal intrínseca do órgão. ∟ megavesicula, megabexiga, megaureter, megacolon, megaduodeno; megaesôfago — disfagia (dificuldade de deglutir) e odinofagia (deglutição com dor); Diagnóstico: • clínico — a origem do paciente; a presença dos sinais de porta de entrada — sinal de Romana e/ou Chagoma de inoculação + febre irregular ou ausente; adenopatia-satéliteou generalizada; hepatoesplenomegalia; taquicardia; edema generalizado ou dos pés — fazem suspeitar de fase aguda da doença; alterações cardíacas + sinais de insuficiência cardíaca ( eletrocardiograma) + alterações digestivas e do esôfago e do cólon (raios X); ∟ fazem suspeitar de fase crônica da doença; • entretanto, em ambos os casos, há necessidade de confirmação do diagnóstico por métodos laboratoriais; • laboratorial: - apresentam diferentes resultados se aplicados na fase aguda ou crônica da infecção; fase aguda: - alta parasitemia + anticorpos inespecíficos e início de formação de anticorpos específicos (igm e igg) que podem atingir níveis elevados; - exame de sangue — a fresco com gota de sangue colocada entre lâmina e lamínula; tripogastigota; - exame de sangue em gota espessa — tem mais chances de detectar o parasito; ∟ concentra maior quantidade de sangue em um mesmo espaço; tripomastigota; - esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa — oferece vantagem: permite observar a morfologia do parasito; só é possível em casos de parasitemia muito elevada; tripomastigota; - punção e biopsia de gânglios + Giemsa; amastigota; fase aguda e crônica: - PCR; - xenodiagnóstico e a hemocultura — são métodos muito sensíveis na fase aguda; o xenodiagnóstico pode chegar a 100% de positividade. técnicas não são normalmente indicadas — resultados ocorrem após 30 dias; epimastigota; • imunológico: - RFC (Machado-Guerreiro); ELISA; RIFI (Inumoflurescencia Indireta); HAI (Hemoaglutinação); Tratamento: - nifurtimox (lampit) — age contra as formas sanguíneas e parcialmente contra as formas teciduais; administrado via oral, sob a forma de comprimido na dose 8 a 12mgkg por dia, até 90 dias; esta droga foi recentemente retirada do mercado — usado na América Central; - benzonidazol — possui efeitos apenas contra as formas sanguíneas; deve ser empregado em comprimidos, por via oral, na dose de 5 a 8mgkg por dia, durante até 60 dias; usado no Brasil; Profilaxia: - tratar os indivíduos parasitados; - combate ao barbeiro — através de inseticidas, telas e mosquiteiros; - melhoria das habitações; - controle nas doações de sangue; - vigilância epidemiológica — focos; - vacinação (não existe 100% eficaz) — estão em estudo; - saneamento — água, fezes e lixo; higinene dos alimentos e pessoal; Ciclo Biológico:
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