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015 Trypanosoma cruzi

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Fernanda Vandanezi - Trypanosoma cruzi — Doença de Chagas: 
Filo: Sarcomastigophora; Família: Tiypanoçomaiidae. 
- trapassomose americana; 
 
Distribuição: 
- antroponose (infecção exclusiva dos seres humanos e causada por parasita) — frequente nas Américas, principalmente na América Latina; 
 ∟ sendo um problema médico-social grave; 
- Brasil — atinge cerca de 8 milhões de habitantes, principalmente populações pobres que residem em condições precárias; 
 Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás; 
 
Hospedeiro: 
- Triatoma infestans — inseto hematógafo; 
 Ordem: Hemíptera; Família: Reduviidae; 
 
Morfologia e Habitat: 
- o parasito possui em seu ciclo biológico nos hospedeiros vertebrado e invertebrado várias formas evolutivas; 
- cinetoplasto — presente em todas as formas evolutivas do Trypanosoma cruzi; 
 constitui em uma mitocôndria modificada, rica em DNA; 
 ∟ um dos parârnetros utilizados na caracterização bioquímica de diferentes 
 amostras ou cepas de Trypanosoma cruzi; 
Hospedeiro vertebrado: 
- no sangue circulante e cultura de tecidos, são encontradas as formas amastigotas (intracelular) e tripomastigotas (extracelular); 
- são formas infectantes para as células in vitro e para os vertebrados; 
 
• Amastigota: 
- form arredondada ou oval; 
- possui o flagelo curto, que não se exterioriza; 
- tecido nervoso e muscular (cardíaco e esquelético) — intracelular; 
 
• Tripomastigota sanguíneo: 
- forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo; 
- o flagelo forma uma extensa membrana ondulante e toma-se livre na porção anterior da célula; 
- mais natural de infecção para o hospedeiro vertebrado; 
- apresentam variações morfológicas denominadas polimorfismo — relacionadas as características fisiológicas do parasito; 
- encontrado no sangue — extracelular; 
 
Hospedeiro Invertebrado: 
• Esferomastigota: 
- presentes no estômago e intestino do triatomíneo; 
- forma arredondada; 
- o flagelo livre, representando uma transição entre a forma amastigota e as formas flageladas 
 
• Epimastigota: 
- presentes em todo o intestino (e meios de cultura); 
- forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo; 
- possui pequena membrana ondulante lateralmente disposta; 
 
• Tripomastigota metacíclico: 
- presentes no reto e fezes do barbeiro; 
 
Transmissão: 
- pelo vetor — mecanismo com maior importância epidemiológica; 
 infecção ocorre pela penetração de tripomastigotas metacíclicos na pele ou mucosa íntegra; 
 ∟ eliminados nas fezes ou na urina de triatomíneos, durante o hematofagismo; 
- sanguínea — segundo mecanismo de importância epidemiológica na transmissão; 
 importância é maior ainda nas grandes cidades, onde é alta a prevalência da infecção; 
 ∟ a importância tem aumentado devido ao controle em bancos de sangue — que é deficiente; 
 tripomastigotas sanguíneos; 
- congênita — ocorre quando existem ninhos de amastígotas na placenta, que liberariam tipomastígotas que chegariam à circulação fetal; 
 diagnostico — encontro da forma amastigota do Trypanosoma cruzi na placenta; 
 pesquisa de anticorpos IgM anti-Trypanosona cruzi no soro do recém-nascido pela RIFI ou ELISA; 
- acidente de laboratório — entre aqueles que trabalham com o parasito sangue de animais, pessoas infectadas, meios de cultura ou vetor; 
 podem se contaminar por — do parasito com a pele lesada; 
 mucosa oral ou ocular ou auto-inoculação — tripomastigotas sanguíneos; 
 se faz necessário trabalhar bem e com todas as condições de segurança; 
- oral — pode acontecer em várias situações — amamentação: pois o T cruzi já foi encontrado em leite materno na fase aguda da infecção; 
 animais ingerindo triatomíneos (insetos) infectados; 
 canibalismo entre diferentes espécies de animais; 
 pessoas ingerindo alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomíneos infectados; 
 ∟ a penetração do parasito ocorre pela mucosa da boca íntegra ou lesada; 
- coito — nunca foi comprovado na espécie humana; 
∟ há apenas relato de encontro de tipomastígotas em sangue de menstruação de mulheres e no esperma de cobaios infectados; 
 já se conseguiu demonstrar infecção após depositar o Trypanosoma cruzi em vagina de ratas; 
- transplante — transmissão pode desencadear fase aguda grave; 
 o indivíduo que recebe um órgão transplantado infectado + toma drogas imunossupressoras; 
 ∟ consequentemente, toma-se menos resistente a infecção; 
 
Patogenia: 
- fase aguda — inicia-se por processo inflamatório focal; 
 ∟ quando Trypanosoma cruzi penetra na conjuntiva (sinal de Romana) ou na pele (chagoma de inoculação); 
 sinal de Romana — edema bipalpebral unilateral, congestão conjuntival, infartamento ganglionar-satélite (não vê linfonodo); 
 chagoma de inoculação — inflamação aguda local na derme e hipoderme, no ponto de inoculação do parasito; 
 
- fase crônica — degeneração tecidual → focos de necrose → áreas de fibrose → prejudica a integridade do órgão → dilatação do órgão; 
 com o correr do tempo apresentam sintomas relacionados com o sistema cardiocirculatório, digestivo ou ambos; 
 ∟ devido ao fato de mudar inteiramente a fisionomia anatômica do miocárdio e do tubo digestivo (esôfago e cólon); 
 observa-se reativação intensa do processo inflamatório, com dano destes órgãos; 
 ∟ nem sempre relacionada com o parasito, que se encontra extremamente escasso nesta fase. 
 
Manifestações Clínicas: 
- fase aguda — tem maior parasitemia; 
 aparecimento do sinal de romana ou chagoma de inoculação; 
 febre, anorexia, astenia (perda ou diminuição da força física ou resistência do sistema nervoso), edema localizado e generalizado, 
 hepatomegalia (aumento anormal do volume do fígado), esplenomeglia (aumento anormal do volume do baço), linfadenopatia 
 (processo patológico que afeta os nódulos linfáticos, inchando-o) e, às vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas. 
 
- fase crônica — tem menor parasitemia; 
 coração (macro) — aumentado de volume e mais pesado do que o normal (cardiomegalia) 
 congesto com espessamentos nodulares branco-peroláceos no epicárdio ao longo das coronárias; 
 hipertrofia das paredes ventriculares e atriais; 
 dilatação dos anéis das válvulas tricúspide e mitral; 
 presença da chamada lesão vorticilar ou aneurisma de ponta; 
 aumento da bexiga e do intestino; 
 entende-se por megas, dilatações permanentes e difusas de vísceras ocas ou de canais (ureter, por exemplo), acompanhados 
 ou não de alongamento da parede, não provocados por obstrução mecânica e cujo substrato anatômico seria a despopulação 
 neuronal intrínseca do órgão. 
 ∟ megavesicula, megabexiga, megaureter, megacolon, megaduodeno; 
 megaesôfago — disfagia (dificuldade de deglutir) e odinofagia (deglutição com dor); 
Diagnóstico: 
• clínico — a origem do paciente; 
 a presença dos sinais de porta de entrada — sinal de Romana e/ou Chagoma de inoculação + febre irregular ou ausente; 
 adenopatia-satéliteou generalizada; hepatoesplenomegalia; taquicardia; 
 edema generalizado ou dos pés — fazem suspeitar de fase aguda da doença; 
 alterações cardíacas + sinais de insuficiência cardíaca ( eletrocardiograma) + alterações digestivas e do esôfago e do cólon (raios X); 
 ∟ fazem suspeitar de fase crônica da doença; 
 • entretanto, em ambos os casos, há necessidade de confirmação do diagnóstico por métodos laboratoriais; 
 
• laboratorial: 
- apresentam diferentes resultados se aplicados na fase aguda ou crônica da infecção; 
 
fase aguda: 
- alta parasitemia + anticorpos inespecíficos e início de formação de anticorpos específicos (igm e igg) que podem atingir níveis elevados; 
- exame de sangue — a fresco com gota de sangue colocada entre lâmina e lamínula; tripogastigota; 
- exame de sangue em gota espessa — tem mais chances de detectar o parasito; 
 ∟ concentra maior quantidade de sangue em um mesmo espaço; tripomastigota; 
- esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa — oferece vantagem: permite observar a morfologia do parasito; 
 só é possível em casos de parasitemia muito elevada; tripomastigota; 
- punção e biopsia de gânglios + Giemsa; amastigota; 
 
fase aguda e crônica: 
- PCR; 
- xenodiagnóstico e a hemocultura — são métodos muito sensíveis na fase aguda; 
 o xenodiagnóstico pode chegar a 100% de positividade. 
 técnicas não são normalmente indicadas — resultados ocorrem após 30 dias; 
 epimastigota; 
• imunológico: 
- RFC (Machado-Guerreiro); ELISA; RIFI (Inumoflurescencia Indireta); HAI (Hemoaglutinação); 
 
 
Tratamento: 
- nifurtimox (lampit) — age contra as formas sanguíneas e parcialmente contra as formas teciduais; 
 administrado via oral, sob a forma de comprimido na dose 8 a 12mgkg por dia, até 90 dias; 
 esta droga foi recentemente retirada do mercado — usado na América Central; 
- benzonidazol — possui efeitos apenas contra as formas sanguíneas; 
 deve ser empregado em comprimidos, por via oral, na dose de 5 a 8mgkg por dia, durante até 60 dias; 
 usado no Brasil; 
Profilaxia: 
- tratar os indivíduos parasitados; 
- combate ao barbeiro — através de inseticidas, telas e mosquiteiros; 
- melhoria das habitações; 
- controle nas doações de sangue; 
- vigilância epidemiológica — focos; 
- vacinação (não existe 100% eficaz) — estão em estudo; 
- saneamento — água, fezes e lixo; 
 higinene dos alimentos e pessoal; 
 
Ciclo Biológico:

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