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Lei nº 9.455/1997
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Lei nº 9.455/1997
Lei
de
Tortura
(Lei nº 9.455/1997)
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Grupo “Alunos de André Landeira”
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LEI DE TORTURA
 INTRODUÇÃO
O estudo da tortura deve ser dividido em três grandes momentos:
1. Antes da II Grande Guerra – não havia uma preocupação mundial com relação à tortura;
2. Durante a II Grande Guerra – passou a ser um grande “divisor de águas”;
3. Após a II Grande Guerra – nasce um movimento mundial de repúdio à tortura. Esse movimento deu início a inúmeros tratados internacionais e convenções de direitos humanos, repudiando a tortura.
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O Brasil, com a CF/88, aderiu a este movimento (art. 5º, III):
Art. 5º. [...].
.............................
III – ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Durante 9 anos, da edição da CF até a Lei de Tortura (Lei n.º 9.455/1997), o Brasil ficou sem um estatuto próprio para a tortura. 
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Durante esses nove anos punia-se a tortura apenas pelo resultado que ela produzia, ou seja, punia-se como homicídio, (art. 121), como lesão corporal, (art. 129), como perigo para a vida ou a saúde de outrem (art. 132) etc.
Em outras palavras, usa-se apenas crimes do Código Penal.
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O ECA, em 1990, até chegou a tipificar um crime de tortura específico para quando a vítima fosse criança ou adolescente (art. 233, do ECA). 
Olha o que dizia:
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A tortura passou a ser uma preocupação mundial.
Não foi somente o Brasil que criou um estatuto próprio, punindo a tortura.
Vários países começaram a criar leis especiais para punir torturadores. 
A questão é que todos os países, seguindo os tratados internacionais, consideraram o crime de tortura como sendo um crime próprio.
 
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Nos tratados internacionais, o crime de tortura é crime próprio, vez que só pode ser praticado por quem é detentor de poder estatal (representante do Estado). 
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O Brasil destoou de todos.
Pela legislação brasileira o crime de tortura pode ser praticado por qualquer pessoa, não exigindo que o torturador seja um agente do estado.
 O Brasil considerou que o crime de tortura é um CRIME COMUM.
Em alguns crimes de tortura o legislador exigiu, do sujeito ativo, do passivo ou de ambos, uma certa condição especial. 
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CONCURSO COM OUTROS CRIMES
Os crimes de tortura absorvem os delitos menos graves decorrentes do emprego da violência ou grave ameaça, a exemplo das infrações de vias de fato, maus tratos, lesões corporais leves, constrangimento ilegal, ameaça etc., com exceção de abuso de autoridade. 
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CONCURSO COM O CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE
Abuso e Tortura: na doutrina prevalece o entendimento de que a tortura absorve o abuso de autoridade, porque o abuso é meio de execução da tortura. 
O STJ, no entanto, admite o concurso entre eles (STJ RHC 22727/GO).
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CRIMES DE TORTURA E A LEI DOS CRIMES HEDIONDOS
Conforme a CF e a própria Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/1990), os crimes de tortura NÃO SÃO HEDIONDOS.
 São considerados EQUIPARADOS ou ASSEMELHADOS aos crimes hediondos.
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PRESCRIÇÃO
Segundo a CF, a tortura é prescritível, pois apenas dois crimes são imprescritíveis:
a) racismo (art. 5º, inciso XLII);
b) a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado de Direito (art. 5º, inciso XLIV).
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AÇÃO PENAL
Todos os crimes de tortura são de ação penal pública incondicionada, mesmo na hipótese em que resulte apenas lesão leve na vítima.
COMPETÊNCIA
É sempre da Justiça Comum.
 
O crime de tortura praticado por militar será julgado na justiça comum. Não é competência da justiça militar, mesmo que a tortura seja praticada por outro militar, vez não ser crime militar.
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TORTURA E CRIME DE TORTURA
CASOS PARA ANÁLISE
Primeiro: oficiais do Exército Brasileiro, em algum estado da federação, aplicavam trotes nos recrutas que estavam sendo promovidos. A imagem mostrou os oficiais jogando baldes de água, desferindo chineladas, obrigando-os a permanecerem de cócoras etc. A reportagem rotulou o fato como tendo ocorrido um “crime de tortura no Exército brasileiro”.
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Segundo: uma madrasta deixou a enteada presa, algemada com a mão para cima. Além disso, grampeava a língua da menina. A reportagem da televisão divulgou a notícia como se tivesse havido “crime de tortura”, alegando que ela agia por ciúmes da enteada.
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Terceiro: Alguém, querendo causar sofrimento físico na vítima, por puro prazer (sadismo), tortura a vítima com choques elétricos, queimaduras com cigarro, chicotadas pelo corpo etc, tal qual o personagem Christian Grey, do livro 50 Tons de Cinza... 
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Quarto: um pai, querendo preparar sua filha (8 anos) para a vida, obriga-a diariamente a trabalhar na casa de forma abusiva (trabalho excessivo), além de mantê-la em cárcere privado para impedi-la de ter “contato” com rapazes. Ele assim agiu sem violência ou grave ameaça, mas apenas “obrigando-a” através do seu poder paterno.
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Nas quatro hipóteses apresentadas, podemos afirmar que houve tortura?
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Nas quatro hipóteses apresentadas, podemos afirmar que houve tortura?
SIM!!!!!!!!!!!!!
Afinal de contas, em todas elas a(s) vítima(s) foi(ram) submetida(s) a um intenso sofrimento físico ou mental. 
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Acontece que em nenhum das hipóteses ocorreu um CRIME DE TORTURA, pois o tipo penal de tortura é bem específico, só ocorrendo quando o sofrimento físico ou mental for provocado:
a) com a finalidade for obter uma confissão;
b) para obrigar alguém à prática de um crime;
Continua...
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c) em razão de uma discriminação racial ou religiosa;
d) para aplicar um castigo em alguém sob sua guarda, vigilância ou autoridade;
e) envolver uma pessoa presa. 
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LEI DE TORTURA – DEFINIÇÃO DE TORTURA
Nossa lei, no art. 1º, diz quais são os comportamentos que constituem crime de tortura. 
No entanto, antes se faz necessário definir o que vem a ser tortura, sendo esta extraída da segunda parte do inciso I do art. 1º, ou seja “torturar alguém é causar-lhe um sofrimento físico ou mental com o emprego de violência ou grave ameaça.”
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LEI DE TORTURA – COMPORTAMENTOS TÍPICOS
Art. 1º. Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
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Art. 1º. [...].
..............................
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
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Art. 1º. [...].
..................................
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
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FIGURAS TÍPICAS: ART. 1º, INCISO I
Art. 1º. Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
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Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum).
Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum).
Modo de execução: com emprego de VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA. 
Resultado (consumação): provocando um SOFRIMENTO FÍSICO ou MENTAL.
Finalidades:
a) obter informação, declaração ou confissão – tortura-prova; 
b) para provocar ação criminosa – tortura ação criminosa;
c) discriminação racial ou religiosa – tortura-preconceito ou tortura-discriminatória.
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Exemplos de tortura-prova:
a) policial que tortura suspeito para confessar um crime;
b) pessoa que tortura outra para obter uma confissão de adultério.
Exemplo de tortura para provocar ação criminosa:
a) réu que tortura testemunha presencial para mentir em juízo (para provocar falso testemunho);
b) pessoa que tortura um médico para que pratique um aborto em sua mulher .
Exemplo de tortura-discriminação: simplesmente para discriminar a pessoa em razão da sua raça ou da sua religião.
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O INCISO I
Momento consumativo: o crime de tortura do inciso I se consuma com a provocação do sofrimento físico ou mental, independentemente da obtenção da finalidade visada.
Crime formal: a obtenção da informação, a ação criminosa ou a efetiva discriminação não é indispensável para a consumação da tortura.
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Contravenção penal: na tortura para provocar ação criminosa, a vítima tem que ser torturada para praticar um crime. E se a pessoa for torturada para praticar contravenção penal? É tortura? Duas posições:
a) não é tortura. O agente deve responder por lesão corporal, homicídio ou qualquer outro crime que porventura venha a praticar. A finalidade tem que ser a prática de um crime. É a posição que prevalece;
b) responde por tortura e a contravenção praticada pelo torturado. É a minoritária.
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Discriminação: no caso da tortura-discriminação, só há o crime quando a discriminação se refere a raça ou religião. 
Não vale, por exemplo, para a discriminação sexual (homofobia). Homofobia não configura tortura-discriminação, pois não está abrangida pela alínea “c”.
Ela também não abrange a discriminação econômica, e nem a discriminação social !
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Art. 1º. [...].
..............................
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
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FIGURA TÍPICA: ART. 1º, INCISO II
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Sujeito ativo: somente alguém que tem outra sobre guarda, autoridade ou poder (crime próprio).
Sujeito passivo: somente alguém que esteja sobre guarda, autoridade ou poder de outrem (crime próprio).
Modo de execução: com emprego de VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA.
Resultado (consumação): provocando um INTENSO SOFRIMENTO FÍSICO ou MENTAL. É conhecido como tortura-castigo.
Finalidades:
a) aplicar castigo pessoal.
b) aplicar medida de caráter preventivo.
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O INCISO II
Guarda: é a assistência a pessoas que precisam dela, e compreende necessariamente a vigilância (marido com esposa doente). A guarda pode se dar de fato ou de direito, reconhecida ou não por decisão judicial.
 
Poder: é um múnus concebido como encargo legalmente atribuído a alguém, em virtude de certas circunstâncias, a que se não pode fugir. (poder familiar), englobando a autoridade. 
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Autoridade sobre a vítima: tem que ser uma autoridade ampla (pai com filho, tutor com tutelado, curador com curatelado).
Sujeito passivo: 
a) filho com relação ao pai; 
b) filho com relação a babá;
c) idoso com relação a enfermeira.
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Crime próprio: o crime não é comum, e sim próprio. É próprio porque tanto o sujeito ativo, quanto o sujeito passivo não podem ser qualquer pessoa, mas sim alguém com condição especial. 
Constrangimento: o inciso I fala em constranger alguém, o que não ocorre no inciso II, que fala em submeter alguém sob sua guarda, poder ou autoridade. Constranger significa anular a vontade da vítima, para obrigá-la a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. 
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Consumação: é a provocação do INTENSO sofrimento físico que marca a consumação do delito.
Crime de maus tratos: se não houver INTENSO sofrimento físico ou mental, haverá o crime de maus-tratos (art. 136, do CP). 
Diferença entre os crimes: a diferença da tortura para o crime de maus-tratos está exatamente na INTENSIDADE DO SOFRIMENTO DA VÍTIMA.
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Exemplos da tortura-castigo: exemplos reais.
a) a babá que surrou a criança porque ela teria urinado na roupa;
b) a enfermeira que castigou uma idosa por ter feito suas necessidades fisiológicas na roupa;
c) a procuradora do RJ que castigava e humilhava sua filha adotiva.
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Art. 1º. [...].
..................................
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
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FIGURA TÍPICA: ART. 1º, § 1º
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Sujeito ativo: qualquer pessoa que submeta a tortura uma pessoa presa ou sujeita a medida de segurança (crime comum).
Sujeito passivo: somente alguém que esteja preso ou sujeito a medida de segurança (crime próprio).
Modo de execução: mediante um comportamento ilegal (ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal) , não havendo a necessidade de ser com emprego de violência ou grave ameaça.
Finalidade: não há nenhuma finalidade específica. 
Resultado (consumação): provocando um SOFRIMENTO FÍSICO ou MENTAL.
É conhecido como tortura pela tortura.
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Art. 5º. [...].
...........................
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O § 1º
Essa tortura infringe o art. 5º, inciso XLIX, da CF: 
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Pessoa presa: a doutrina entende que abrange preso definitivo bem como preso provisório.
Abrange prisão penal e prisão extrapenal (devedor de alimentos).
 
E mais, para a doutrina, abrange ainda o menor infrator internado em estabeleci-mentos próprios (UNIS, UNIP etc.).
E também aqueles sujeitos a internação ou tratamento ambulatorial.
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Exemplos do § 1º:
a) é o caso real de uma adolescente, no Pará, que foi colocada para cumprir pena junto com adultos e lá sofreu todo tipo de violação sexual.
Todos os envolvidos foram denunciados por tortura e pelos crimes sexuais que ela sofreu, porque estavam na condição de garantes ou garantidores (art. 13, § 2º, do CP);
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b) na Paraíba, cerca de 80 presos nus, sem colchão e até mesmo água potável, se amontoavam numa única cela. Eles simplesmente dividiam o espaço numa cela com fezes flutuando em poças de água e urina.
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c) um vídeo exibindo presos praticando exercícios físicos pelados, no CDP de Aracruz/ES. As imagens mostram presos nus sendo obrigados por agentes a andar agachados e a fazer exercícios físicos em uma sala escura.
 (http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/02/noticias/cbn_vitoria/reportagem/1124190-video-de-tortura-em-presidio-mostra-presos-nus-praticando-exercicios.html).
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c) um grupo de pessoas persegue um autor de crime em via pública e o prende em flagrante delito, passando então a agredi-lo fisicamente (linchamento).
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QUADRO COMPARATIVO
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FIGURA TÍPICA: § 2º DO ART. 1º
Vamos ao art. 1º, § 2º, da Lei de Tortura:
Art. 1º. [...].
........................
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
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Omissão imprópria (o agente tinha o dever de evitar) e Omissão própria (o agente tinha o dever de apurar)
As duas omissões são punidas com pena de detenção de 1 a 4 anos (metade da pena do torturador ativo).
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Constitucionalidade do dispositivo: a omissão imprópria está sendo punida com a mesma pena da omissão própria. Tem doutrinador que considera que o legislador errou, vez que a Constituição diz que o omitente deve responder do mesmo modo que o torturador (art. 5º, inciso XLIII):
Art. 5º. [...]
..............................
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
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Duas correntes doutrinárias:
1ª Corrente: é uma exceção prevista em lei e que deve ser respeitada.
É uma exceção pluralista à Teoria Monista. É a que prevalece;
2ª Corrente: o § 2º é inconstitucional.
O juiz tem que ignorar a pena de 1 a 4 e aplicar a pena de 2 a 8, pois a Constituição da República manda equiparar as consequências para o omitente. 
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OMISSÃO IMPRÓPRIA
Sujeito ativo: é aquele que tem o dever de evitar (garante ou garantidor). Por exemplo, os pais, tutores, curadores, delegados (tem o dever de evitar tortura na delegacia), médicos (tem o dever de evitar tortura nos hospitais), professores (tem o dever de evitar tortura na escola), etc. 
Sujeito passivo: é o ofendido que pode ser qualquer pessoa. 
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OMISSÃO PRÓPRIA
A segunda espécie de tortura-omissão é a omissão própria. Aqui, o agente omite o dever de apurar.
Nessa espécie de tortura, o crime de a tortura já aconteceu. Aqui, sim, se justifica uma pena de 1 a 4 anos de detenção, pois a tortura já aconteceu.
 
Sujeito ativo: é quem tem o dever de apurar (crime próprio).
Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum).
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Exemplo: 
O réu confessa a autoria de um crime na polícia. Em juízo, no dia do seu interrogatório, fala que não foi ele e diz que na delegacia foi torturado.
Deve o promotor de justiça requerer que sejam extraídas cópias do interrogatório e remetidas para a Corregedoria, pois caso contrário ele é quem irá praticar o crime de tortura-omissão.
Por outro lado, caso a Corregedoria apure que não houve tortura, deve o réu ser denunciado por denunciação caluniosa (art. 339 do CP).
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Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º. A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 
§ 2º. A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
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FORMAS QUALIFICADAS (ART. 1º, § 3º)
Encontram-se no § 3º, do art. 1º, da Lei de Tortura:
Art. 1º. [...].
........................
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Preterdolo: trata-se de qualificadora preterdolosa ou preterintencional (dolo na tortura e culpa na lesão).
Lesões corporais:
1) lesão grave (art. 129, § 1º, do CP): a) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; b) perigo de vida; c) debilidade permanente de membro, sentido ou função; d) aceleração de parto;
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2) lesão gravíssima (art. 129, § 2º, do CP): a) incapacidade permanente para o trabalho; b) enfermidade incurável; c) perda ou inutilização do membro, sentido ou função; d) deformidade permanente; e) aborto;
3) lesão seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP).
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Dolo x dolo: caso haja dolo na tortura e dolo na lesão ou morte, concurso material de crimes:
a) tortura simples (art. 1º da Lei nº 9.455/1997) e lesão corporal grave (art. 129, § 1º, do CP) ou gravíssima (art. 129, § 2º, do CP);
reclusão de 2 a 8 anos + reclusão de 1 a 5 anos
ou
reclusão de 2 a 8 anos + reclusão de 2 a 8 anos
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b) tortura simples (art. 1º da Lei nº 9.455/1997) e homicídio doloso, que poderá ser qualificado:
	● pela conexão (art. 121, § 2º, V) – ocultação do crime de tortura; 
	● ou por outro recurso que tornou impossível a defesa da vítima (art. 121, § 2º, IV).
 
reclusão de 2 a 8 anos + reclusão de 12 a 30 anos
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Homicídio qualificado pela tortura: a tortura que qualifica o homicídio, prevista no Código Penal (art. 121, § 2º, III), não foi revogada pela Lei de Tortura.
Haverá homicídio qualificado pela tortura sempre que a intenção (dolo) do autor for a prática do homicídio, sem que tenha o dolo do cometer algum dos crimes de tortura previsto na lei especial (Lei nº 9.455/1997). 
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Primeiro exemplo:
Tício, após a prática de atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental em Mévio, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Tício responderá pelo crime de tortura simples em concurso material com o delito de homicídio.
( ) certo.
( ) errado.
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Primeiro exemplo:
Tício, após a prática de atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental em Mévio, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Tício responderá pelo crime de tortura simples em concurso material com o delito de homicídio.
(X) certo.
( ) errado.
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Segundo exemplo:
Tício, visando à obtenção de informações sigilosas de Mévio, praticou atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental na vítima, vindo a provocar-lhe a morte. Nesse caso, Tício responderá pelo crime de tortura qualificada (Lei de Tortura, art. 1º, § 3º) em concurso material com o delito de homicídio.
( ) certo.
( ) errado.
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Segundo exemplo:
Tício, visando à obtenção de informações sigilosas de Mévio, praticou atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental na vítima, vindo a provocar-lhe a morte. Nesse caso, Tício responderá pelo crime de tortura qualificada (Lei de Tortura, art. 1º, § 3º) em concurso material com o delito de homicídio.
( ) certo.
(X ) errado.
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Terceiro exemplo:
Tício, visando vingar-se de Mévio que o denunciou à Polícia pela prática de um crime de furto, praticou atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental na vítima antes de matá-lo. Nesse caso, Tício responderá pelo crime de tortura simples (Lei de Tortura, art. 1º) em concurso material com o delito de homicídio.
( ) certo.
( ) errado.
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Terceiro exemplo:
Tício, visando vingar-se de Mévio que o denunciou à Polícia pela prática de um crime de furto, praticou atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental na vítima antes de matá-lo. Nesse caso, Tício responderá
pelo crime de tortura simples (Lei de Tortura, art. 1º) em concurso material com o delito de homicídio.
( ) certo.
(X) errado.
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Tortura por omissão: essa qualificadora é aplicada também aos crimes de tortura por omissão?
Duas posições:
a) aplica-se inclusive à tortura-omissão imprópria (quem tinha o dever de evitar). É defendida por Rogério Sanches, mas é minoritária;
b) o § 3º do art. 1º só qualifica a tortura por ação, não atingindo a tortura por omissão. É a posição que prevalece.
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CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (§ 4º DO ART. 1º)
Art. 1º. [...].
.................................
§ 4º. Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
III – se o crime é cometido mediante sequestro.
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INCISO I (AGENTE PÚBLICO)
A maioria da doutrina conceitua agente público nos termos do art. 327, do Código Penal.
Alberto Silva Franco diz que se agente público já é elementar do tipo, não pode incidir o aumento, pois será bis in idem.
Acontece que em nenhuma das hipóteses de tortura “agente público” é elementar do tipo.
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INCISO II (CRIANÇA, GESTANTE ETC.
Criança e adolescente: o conceito é dado pelo ECA (até 12 anos incompletos e até 18 anos incompletos).
Portador de deficiência: para saber se determinada pessoa é ou não portadora de deficiência, deve-se analisar a Lei dos Portadores de Deficiência (Lei n.º 7.853/1989). Para aquelas pessoas que a lei especial considera deficientes é que incide a majorante. 
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Idoso: a vítima tem que ter mais de 60 anos. A vítima precisa ser idosa com mais de 60 anos! No dia do seu aniversário de 60 anos, ela já é idosa, mas não gera a majorante, que só incidirá no dia seguinte.
Dolo: essas causas de aumento do inciso II só incidem se o dolo do torturador abranger essas circunstâncias, de modo a não ocorrer a responsabilidade penal objetiva. Desta forma, o torturador tem que saber que a vitima é criança, gestante, adolescente, deficiente ou maior de sessenta anos.
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EFEITOS DA CONDENAÇÃO (§ 5º DO ART. 1º)
O que acontece com o torturador? O § 5º diz:
Art. 1º. [...].
...................................
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
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Esse efeito é automático ou necessota ser fundamentado na sentença?
No Código Penal, o esse efeito da condenação não é automático. (CP, art. 92).
Na Lei de Tortura o efeito da condenação é AUTOMÁTICO, não necessitando ser motivadamente declarado na sentença.
 Isso é o que prevalece no STJ (HC 92247), vez que na referida lei especial não existe expressa previsão quanto a decisão ser motivado pelo juiz.
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FIANÇA, GRAÇA OU ANISTIA (§ 6º DO ART. 1º)
Anistia é o esquecimento jurídico de uma ou mais infrações penais. Deve ser concedida pelo Congresso Nacional (CF, art. 48, VIII) em casos excepcionais, para apaziguar os ânimos, acalmar as paixões sociais etc.
Aplica-se, em regra, a crimes políticos (anistia especial), mas pode incidir também, sobre delitos comuns (anistia comum).
Art. 1º. [...].
.............................
§ 6º. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
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Graça: também é uma forma de extinção da punibilidade (CP, art. 107, II), sendo concedida pelo Presidente da República (CF, art. 84, XII) a pedido do condenado, do Ministério Público ou do Conselho Penitenciário. Ela é individual, pois só atinge determinado criminoso, não podendo incidir sobre fatos.
Indulto: é também uma forma de extinção da punibilidade (CP, art. 107, II), e também é concedido pelo Presidente da República (CF art. 84, XII) mas difere-se da graça nos seguintes aspectos:
a) é coletivo, e não individual como a graça;
b) incide sobre fatos, e não sobre pessoas, como a graça;
c) abrange várias pessoas, e não apenas uma;
d) é espontâneo, enquanto a graça deve ser solicitada. 
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A Lei de Tortura, no § 6º, não veda o indulto, motivo pelo qual a doutrina é divergente quanto a sua proibição. São duas correntes doutrinárias:
1ª Corrente: Ricardo Andreucci entende que o indulto é possível;
2ª Corrente: entende que o indulto está proibido quando se proíbe a graça. Guilherme de Souza Nucci. É a posição que prevalece, inclusive é a adotada pelo STF.
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Liberdade provisória não está vedada, pois hoje prevalece no STF o entendimento de que não competente ao legislador vedar a liberdade provisória, pois quem tem que analisar se cabe ou não é a pessoa do juiz.
Proibição em abstrato de liberdade provisória é inconstitucional. Hoje, é o que prevalece no STF.
Celso de Mello fomentou a segunda corrente e hoje é a que prevalece no STF.
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CUMPRIMENTO DA PENA (§ 7º DO ART. 1º)
Art. 1º. [...].
.............................
§ 7º. O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Observação: não se aplica para o condenado por tortura por omissão (art. 1º, § 2º).
A progressão do regime deve ser analisada antes e depois da Lei 11.464/2007, que alterou a Lei dos Crimes Hediondos - Lei nº 8.072/1990.
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LIVRAMENTO CONDICIONAL
Pela regra estabelecida no CP (art. 83, V), é cabível, salvo para o reincidente específico.
Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional...
...........................................
V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
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EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI (ART. 2º)
Art. 2º. O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Imprescritibilidade: segundo a CF, só dois crimes são imprescritíveis:
a) racismo (art. 5º, inciso XLII);
b) a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado de Direito (art. 5º, inciso XLIV).
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PRESCRIÇÃO
Os crimes de torturas NÃO SÃO IMPRESCRITÍVEIS.
Imprescritibilidade: segundo a CF, só dois crimes são imprescritíveis:
a) racismo (art. 5º, inciso XLII);
b) a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado de Direito (art. 5º, inciso XLIV).
Observação:
O Estatuto de Roma diz que a tortura, se praticada contra a humanidade (não é qualquer tortura!), visando exterminar pessoas (genocídio) ou em tempo de guerra, são torturas imprescritíveis.
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QUESTÕES
DE
PROVAS
DE
CONCURSOS PÚBLICOS
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 1) O Delegado de Polícia responsável por uma delegacia surpreende outros policiais, seus subordinados, praticando crime de tortura contra um preso. Assinale a afirmação INCORRETA (Investigador de Polícia/RJ).
a) o crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia;
b) os autores do tipo penal estão sujeitos à perda do cargo e interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada;
c) se o Delegado se omitir, todos os envolvidos, inclusive ele, estarão sujeitos à mesma pena privativa de liberdade cujo cumprimento se iniciará em regime fechado;
d) se o preso torturado for maior de 60 (sessenta) anos, deficiente físico ou mulher gestante, será caso de aumento de pena;
e) se a Autoridade Policial se omitir, estará sujeita à pena de detenção por período inferior à pena dos autores do fato.
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 2) Um investigador da polícia civil, com o intuito de obter informações a respeito de possíveis co-autores, mantêm pessoa presa em flagrante, já recolhida à cela, algemada, em posição desconfortável, e lhe desfere tapas na região do ouvido, de modo a imprimir-lhe sofrimento físico. Esta conduta constitui crime de (Investigador de Polícia/RJ):
a) abuso de autoridade;
b) excesso punível;
c) excesso de exação;
d) tortura;
e) exercício arbitrário das próprias razões.
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 3) Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves consequências caso não entregasse imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave (Agente de Polícia Federal em 2004).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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 Um agente de polícia federal, irritado com a postura arrogante de um traficante de substâncias entorpecentes preso durante uma operação na fronteira, por iniciativa própria, durante interrogatório levado a efeito no local da prisão, agrediu o preso fisicamente para obter informações que possibilitassem encontrar o laboratório onde a droga era processada. O fato ocorreu na presença do delegado que chefiava as operações, o qual não autorizou ou incentivou a atitude do subordinado e se afastou do local logo após o início das agressões. Ao final, a informação buscada foi obtida e a operação atingiu sucesso total, com a apreensão de grande quantidade de cocaína e a destruição do laboratório de refino da droga. Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os itens subsequentes.
Continua...
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4) Como a conduta do agente é tipificada como tortura na lei federal que disciplina a matéria, trata-se de crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo, nesse caso, apenas o agente, uma vez que a iniciativa da prática do crime foi sua e não houve ordem ou incentivo para a sua conduta por parte do delegado que chefiava as operações, o que impede a qualificação dessa autoridade como mandante do crime (Agente de Polícia Federal em 2004).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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5) O condenado em face da prática de crime de tortura perderá o cargo, função ou emprego público e ficará interditado para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. (Agente Penitenciário do AC em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
6) Sendo a vítima brasileira, não se aplica a Lei dos Crimes de Tortura quando o crime não tenha sido cometido em território nacional (Agente Penitenciário do AC em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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7) No momento de seu interrogatório policial, João, acusado por tráfico de entorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveis pelo procedimento a choques elétricos e asfixia parcial, visando à obtenção de informações sobre o endereço utilizado pelo suposto traficante como depósito da droga. João, após as agressões, comunicou o fato à autoridade policial de plantão, a qual, apesar de não ter participado da prática delituosa, não adotou nenhuma providência no sentido de apurar a notícia de tortura. Nessa situação, a autoridade policial responderá por sua omissão, conforme previsão expressa da Lei de Tortura. (Agente de Polícia Civil /TO em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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8) Carlos, após a prática de atos eficientes para causar intenso sofrimento físico e mental em José, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Carlos responderá pelo crime de tortura simples em concurso material com o delito de homicídio. (Agente de Polícia Civil /TO em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
9) É característica dos crimes definidos na Lei de Tortura (Lei n° 9.455/97) (OAB/MG em 2004).
a) tem sujeito ativo determinado, ou seja, é crime próprio;
b) revogou a Lei n° 4.898/1965 (abuso de autoridade);
c) é crime hediondo;
d) a necessidade de acarretar sofrimento físico ou mental na vítima.
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Lei nº 9.455/1997
10) Sendo crime próprio, o crime de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser funcionário público. (Juiz de Direito/AC em 2007):
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
11) A grave ameaça, por si só, não configura a figura típica do crime de tortura. Esse
crime é constituído apenas quando há violência física decorrente do emprego de força ou instrumento sobre a vítima, de modo a causar-lhe sofrimento físico ou mental. (Guarda Municipal de Vitória em 2007).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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12) De acordo com a Lei n° 9.455/1997, “Lei de Tortura”, a pena imposta pelo juiz poderá ser cumprida em: (Delegado/ES em 1995).
a) regime semi-aberto;
b) integralmente em regime fechado;
c) inicialmente em regime fechado;
d) regime aberto;
e) regime aberto e semi-aberto.
13) A lei que define a tortura comina pena mais grave na hipótese de a conduta resultar em morte. Assim, se, durante a tortura, o agente resolver matar a vítima, por exemplo, a tiros de revólver, deverá ser aplicada a lei especial. (SEJUS/ES em 2007).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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14) Considerando que “X”, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual de “Y”, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de “X” enquadrar-se-á na figura típica do crime de tortura discriminatória (Agente de Polícia Civil/ES em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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15) Se um policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. (Agente de Polícia Civil/ES em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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16) O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena (Agente de Polícia Civil/ES em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
17) O artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou disciplina passou a caracterizar a prática de tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico ou mental (Agente de Polícia Civil/ES em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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18) Um agente penitenciário estadual submete intencionalmente pessoa sob sua guarda a constante sofrimento físico e mental mediante emprego de violência com a finalidade de castigá-lo por causa de seu mau comportamento, vindo a causar-lhe a morte, poderá responder por (Prova de Sargento da PMES em 2009):
a) crime de tortura seguida de morte (Lei de Tortura);
b) crime de maus-tratos seguido de morte;
c) crime de homicídio qualificado pela tortura;
d) crime de arrebatamento de preso com concurso material com o crime de homicídio;
e) crime de lesão corporal seguida de morte.
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19) Uma guarnição da PM, prende, para averiguações, um indivíduo suspeito de vários crimes no Estado. Após conseguirem a confissão da autoria dos delitos, resolvem matar o preso. Para tanto, usam de longas sessões de espancamento até obterem o seu desígnio. Assinale a alternativa que corresponde ao delito cometido pelos militares. (Prova de Sargento da PMES em 2009).
a) crime de maus-tratos (Art. 136 do Código Penal);
b) crime de lesão corporal seguida de morte (Art. 129, § 3º do Código Penal);
c) extorsão com resultado morte (Art. 158, § 2º do Código Penal);
d) homicídio privilegiado por motivo de relevante valor moral (Art. 121, § 1º do Código Penal);
e) crime de homicídio qualificado pela tortura (art. 121, § 2º, III, do Código Penal).
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20) Um delegado da polícia civil que perceba que um dos custodiados do distrito onde é chefe está sendo fisicamente torturado pelos colegas de cela, permanecendo indiferente ao fato, não será responsabilizado criminalmente, pois os delitos previstos na Lei nº. 9.455/1997 não podem ser praticados por omissão. (Escrivão de Polícia/RN em 2009).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
21) A pena para a prática de delito de tortura deve ser majorada caso o delito seja cometido por agente público, ou mediante sequestro, ou ainda contra vítima maior de 60 anos de idade, criança, adolescente, gestante ou portadora de deficiência. (Escrivão de Polícia/RN em 2009).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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22) Se um membro da Defensoria Pública Estado do Rio Grande do Norte, integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos, for passar uma temporada de trabalho no Haiti – país que não pune o crime de tortura –- e lá for vítima de tortura, não haverá como aplicar a Lei nº. 9.455/1997. (Escrivão de Polícia/RN em 2009).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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23) César, oficial da Polícia Militar, está sendo processado pela prática do crime de tortura, na condição de mandante, contra a vítima Ronaldo, policial militar. César visava obter informações a respeito de uma arma que havia sido furtada pela vítima. Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta de acordo com a lei que define os crimes de tortura. (Agente e Escrivão de Polícia/PB em 2009).
a) o tipo de tortura a que se refere a situação mencionada é a física, pois a tortura psicológica e os sofrimentos mentais não estão incluídos na disciplina da lei que define os crimes de tortura;
b) se César for condenado, deve incidir uma causa de aumento pelo fato de ele ser agente público;
c) se César for condenado, a sentença deve declarar expressamente a perda do cargo e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, pois esses efeitos não são automáticos;
d) a justiça competente para julgar o caso é a militar, pois trata-se de crime cometido por militar contra militar;
e) o delito de tortura não admite a forma omissiva.
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24) Quanto à legislação a respeito do crime de tortura, assinale a opção correta. (Delegado de Polícia/PB em 2009).
a) a condenação por crime de tortura acarreta a perda do cargo, função ou emprego público, mas não a interdição para seu exercício;
b) não se aplica a lei de tortura se do fato definido como crime de tortura resultar a morte da vítima;
c) o condenado
por crime previsto na lei de tortura inicia o cumprimento da pena em regime semiaberto ou fechado, vedado o cumprimento da pena no regime inicial aberto;
d) aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura, tendo o dever de evitá-la ou apurá-la, é punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura;
e) pratica crime de tortura a autoridade policial que constrange alguém, mediante emprego de grave ameaça causando-lhe sofrimento mental, com o fim do obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa.
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25) A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. (Agente e Escrivão da PF em 2009).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
26) O crime de tortura praticado, em qualquer de suas modalidades, por agente público no exercício de suas funções absorve, necessariamente, o delito de abuso de autoridade. (Analista Processual do MPU em 2010):
a) a assertiva está correta; 
b) a assertiva está incorreta.
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27) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. (Técnico Especializado do MPU em 2010):
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
28) É considerado crime de tortura submeter alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. (Técnico Especializado do MPU em 2010):
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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29) Com a decisão do STF que declarou inconstitucional parte da Lei dos Crimes Hediondos, foi tacitamente revogado o dispositivo da Lei de Tortura que estabelecia a obrigatoriedade do regime inicial fechado, por analogia in bonam partem. (Promotor de Justiça/SE em 2010).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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30) Com base na Lei de Tortura (Lei n.º 9.455/1997), responda qual das espécies de tortura que é praticada sem finalidade especial? (Polícia Civil/RS em, 2009).
a) tortura-prova (inciso I do art. 1º);
b) tortura-preconceito (inciso I do art. 1º);
c) tortura castigo (inciso II do art. 1º);
d) a hipótese prevista no § 1º do art. 1º, que é submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
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31) Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador incluiu, no ordenamento jurídico brasileiro, mais uma hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual seja, a de o delito não ter sido praticado no território e a vítima ser brasileira, ou encontrar-se o agente em local sob a jurisdição nacional. (Defensoria/BA em 2010).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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32) Considere que três policiais militares, denunciados por um cidadão por corrupção ativa, sejam excluídos da corporação, após o devido processo legal. Revoltados com a denúncia, sequestrem o denunciante e, durante um breve espaço de tempo, imponham-lhe intenso sofrimento físico e mental, com a finalidade de vingança. Nessa situação, a conduta dos três agentes caracterizará o crime de tortura, com aumento de pena decorrente da privação da liberdade da vitima. (Perito/TO em 2008).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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33) Rui, que é policial militar, mediante violência e grave ameaça, infligiu intenso sofrimento físico e mental a um civil, utilizando para isso as instalações do quartel de sua corporação. A intenção do policial era obter a confissão da vítima em relação a um suposto caso extraconjugal havido com sua esposa. Nessa situação hipotética, a conduta de Rui, independentemente de sua condição de militar e de o fato ter ocorrido em área militar, caracteriza o crime de tortura na forma tipificada em lei específica. (Delegado de Polícia do ES em 2011).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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34) No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente, bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita no tipo objetivo. (Escrivão de Polícia/ES em 2011).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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35) Excetuando-se o caso em que o agente se omite diante das condutas configuradoras dos crimes de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, iniciará o agente condenado pela prática do crime de tortura o cumprimento da pena em regime fechado. (Escrivão de Polícia/ES em 2011).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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36) Com relação ao crime de tortura, previsto na Lei n.º 9.455/1997, analise as afirmativas a seguir: (Escrivão de Polícia/RJ em 2008).
I – A condenação pelo crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
II – Constitui crime de tortura submeter alguém sob sua guarda, com emprego de grave ameaça, a intenso sofrimento mental como forma de aplicar medida de caráter preventivo.
III – O disposto na Lei de Tortura (Lei n.º 9.455/1997) aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira.
a) se nenhuma afirmativa estiver correta;
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas;
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas;
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas;
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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37) A tortura, conduta expressamente proibida pela Constituição Federal e lei específica, (OAB 2010.3).
a) pode ser praticada por meio de uma conduta comissiva (positiva, por via de uma ação) ou omissiva (negativa, por via de uma abstenção);
b) é crime inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia;
c) exige, na sua configuração, que o autor provoque lesões corporais na vítima ao lhe proporcionar sofrimento físico com o emprego de violência;
d) se reconhecida, não implicará aumento de pena, caso seja cometida por agente público. 
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38) O delito de tortura também pode ser praticado na forma omissiva. (PMDF/CFO em 2010).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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39) Assinale a afirmativa incorreta. (PC-RJ/Delegado de Polícia em 2009).
a) considera-se autoridade, para os efeitos da Lei nº 4.898/1965, o serventuário da justiça; 
b) constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, em razão de discriminação religiosa;
c) constitui crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente submeter à tortura criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância;
d) de acordo com a doutrina, os sistemas de definição dos crimes hediondos são o legal, o misto e o judicial, sendo certo que o ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema legal;
e) a pena do crime de tortura é aumentada se o crime é cometido mediante sequestro.
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40) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, em razão de discriminação religiosa. (CEPERJ - 2009 - PC-RJ - Delegado de Polícia).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
41) A pena do crime de tortura é aumentada se o crime é cometido mediante sequestro. (CEPERJ - 2009 - PC-RJ - Delegado de Polícia).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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Bento, após fazer uso de substância entorpecente, consumindo um cigarro de “maconha”, foi preso em flagrante por agentes de polícia. Na delegacia, os agentes, com o intuito de obterem informações a respeito do nome do traficante que fornecia a substância entorpecente, colocaram Bento em um pau-de-arara e deram-lhe choques elétricos, causando-lhe intenso sofrimento físico. Em face dos constrangimentos, Bento assinou um termo de declarações indicando o nome do traficante, Ivo, e o local onde era realizada a difusão ilícita do tóxico, tendo os agentes, em decorrência das informações, apreendido 10kg de maconha e prendido em flagrante o traficante. Foi lavrado o auto de prisão em flagrante de Ivo pela prática de trafico ilícito de entorpecente. O advogado de Ivo impetrou uma ordem de habeas corpus objetivando a nulidade do flagrante, alegando constrangimento ilegal. Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem. 
Continua...
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42) Os agentes de polícia que participaram da oitiva de Bento praticaram crime de tortura, sendo que a condenação, caso advenha, acarretará a perda do cargo público. (Agente de Polícia Federal em 2002).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
43) Por tratar-se de crime equiparado a hediondo, a pena privativa de liberdade imposta aos agentes, se condenados pela prática de tortura, deverá ser cumprida em regime integralmente fechado. (Agente de Polícia Federal em 2002).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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44) Um grupo de religiosos radicais capturou uma pessoa de outra religião e contra ela praticou longa sessão de ofensas, ameaças e castigos físicos. A vítima, posteriormente, comunicou o fato à polícia judiciária, que o apurou. O promotor de justiça que recebeu o inquérito ofereceu denúncia contra o grupo pelos crimes de ameaça e lesões corporais, afastando a imputação de tortura pelo fato de os integrantes do grupo não serem funcionários públicos. Nessa situação, o promotor de justiça incidiu em erro, pois a lei que reprime a tortura não pune apenas agentes públicos, mas pode também alcançar particulares. (Escrivão de Polícia Federal em 2002).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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45) Um agente de polícia resolveu torturar um preso sob sua guarda, e, antes que isso ocorresse, o delegado responsável tomou conhecimento da intenção do agente. O delegado não concordava com a tortura e não a praticou, mas nada fez para evitá-la. Nessa situação, tanto o agente quanto o delegado poderiam ser responsabilizados penalmente, com base na lei que define os crimes de tortura. (Escrivão de Polícia Federal em 2002).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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46) Nenhum país procederá à expulsão, devolução ou extradição de pessoa para outro estado quando houver razões substanciais para crer que essa pessoa corre perigo de ali ser submetida a tortura. (Inspetor da Polícia Civil do CE em 2012).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
47) Tortura é qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos são inflingidos à pessoa a fim de se obterem informações ou confissões, ainda que tais dores ou sofrimentos sejam consequências unicamente de sanções legítimas. (Inspetor da Polícia Civil do CE em 2012).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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48) De forma a castigar seu filho de treze anos por ter lido revistas de conteúdo homoerótico impróprio para sua idade, José Haroldo decide colocar a cabeça do garoto na privada e puxar a descarga, colocar água fervente na região genital, bem como lhe dá uma surra. O garoto é internado com fraturas nos braços e pernas, queimaduras de segundo grau na região genital e nas coxas e rotura do baço. Ouvido em sede policial, José Haroldo confessa a surra, informando ao delegado que não iria deixar o filho se tornar um pervertido, mesmo que tivesse que matá-lo. Na hipótese, José Haroldo cometeu o crime de: (Inspetor de PC/RJ em 2012).
a) lesão corporal qualificada pela violência doméstica;
b) maus-tratos;
c) tortura simples, pois o crime foi praticado contra adolescente e não contra criança ou idoso;
d) lesão corporal qualificada pela gravidade da lesão;
e) tortura, com aumento de pena por ter praticado o crime contra adolescente.
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49) O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas dependências do distrito policial, um acusado de tráfico de drogas a confessar a prática do crime perderá automaticamente o seu cargo, sendo desnecessário, nessa situação, que o juiz sentenciante motive a perda do cargo. (Agente de Polícia Federal em 2012).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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50) Considerando a Lei de Tortura, assinale a opção incorreta. (OAB-RJ 33ª prova).
a) o condenado por crime de tortura, por constranger com violência alguém, causando-lhe intenso sofrimento físico, com o fim de obter confissão, inicia o cumprimento da pena em regime fechado, com posterior possibilidade de progressão de regime, se atendidos os critérios legais;
b) o crime de tortura é inafiançável;
c) o crime de tortura é insuscetível de graça ou anistia;
d) não cabe como forma de extinção da punibilidade o instituto do indulto no crime de tortura.
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51) Em relação ao crime de tortura é possível afirmar: (Defensor Público/SP em 2009).
a) passou a ser previsto como crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição Federal de 1988 que, no art. 5º, inciso III afirma que ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento desumano e degradante e que a prática de tortura será considerada crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia;
b) não pode ser praticado por qualquer pessoa que causa constrangimento físico ou mental à pessoa presa ou em medida de segurança, pelo uso de instrumentos cortantes, perfurantes, queimantes ou que produzam stress, angústia, como prisão em cela escura, solitária, submissão a regime de fome etc.;
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c) é cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter informação ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência resulte lesão corporal;
d) os bens jurídicos protegidos pela ‘tortura discriminatória’ são a dignidade da pessoa humana, a igualdade, a liberdade política e de crença;
e) é praticado por quem se omite diante do dever de evitar a ocorrência ou continuidade da ação ou de apurar a responsabilidade do torturador pelas condutas de constrangimento ou submissão levadas a efeito mediante violência ou grave ameaça.
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52) Um agente da polícia federal, em atividade rotineira, vem abordar Carlos, proveniente da região nordeste, em decorrência disso o agente submeteu Carlos a longa sessão de ofensas, ameaças e castigos físicos, dizendo que não gostava de pessoas de “cabeça chata”. Nesse caso, o policial praticou delito tipificado na lei de tortura. (Agente de Polícia Federal em 2009).
a) a assertiva está correta;
b) a assertiva está incorreta.
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53) Nos termos do que prevê a Lei nº 9.455/1997, que define os crimes de tortura, é correto afirmar que: (Promotor de Justiça em 2006):
a) a prática de tortura mediante sequestro aumenta a pena do crime;
b) o homicídio praticado mediante tortura passou a ser disciplinado por esse estatuto legal;
c) somente se caracteriza a tortura quando dela resultar lesão corporal;
d) quando a lesão decorrente da tortura for de natureza leve, somente se procede mediante representação da vítima;
e) o agente ativo do crime deve ser, obrigatoriamente, agente público.
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54) Everaldo pretendendo obter a confissão de Alexander acerca da prática de determinada conduta delituosa queima-o por meio de choques com um fio desencapado. Entretanto, sem prestar atenção a corrente elétrica utilizada vem a causar a morte de Alexander. Diante do fato narrado é correto afirmar-se que: (OAB-RJ em 2006).
a) Everaldo praticou os delitos de homicídio qualificado e tortura em concurso formal de crimes;
b) Everaldo praticou os delitos de homicídio qualificado e tortura em concurso material de crimes;
c) Everaldo praticou o delito de homicídio qualificado pela tortura;
d) Everaldo praticou o delito de tortura qualificada pelo resultado morte;
e) n.r.a.
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55) A Lei de Tortura tem tipos penais descritos que visam proteger o seguinte objeto jurídico: (OAB-MG em 2009).
a) o estado, devido aos abusos dos direitos constitucionais, principalmente os previstos no artigo 5º da Constituição da República;
b) a administração pública, considerando que tal lei revogou os crimes de abuso de autoridade;
c) a vida, sendo inclusive, julgados pelo Tribunal do Júri;
d) os direitos à integridade física, psicológica e de cidadania da pessoa, inclusive a própria dignidade;
e) n.r.a.
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56) Sobre o crime de tortura, assinale a alternativa CORRETA: (OAB-PR em 2007).
a) é crime inafiançável, insuscetível de graça, anistia e progressão de regime;
b) trata-se de crime próprio, pois o legislador restringiu sua prática apenas a funcionários públicos no exercício de suas funções;
c) trata-se de um crime formal, que se consuma com a morte da pessoa submetida ao intenso sofrimento físico;
d) o efeito automático da condenação é a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada;
e) n.r.a.
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57) No crime de tortura, a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público: (TJDFT - Juiz em 2006).
a) qualquer que seja a pena privativa de liberdade;
b) quando a pena privativa de liberdade for superior a 1 (um) ano;
c) quando a pena privativa de liberdade for superior a 2 (dois) anos;
d) quando a pena privativa de liberdade for superior a 4 (quatro) anos;
e) n.r.a.
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58) Relativamente ao crime de tortura (Lei 9.455/1997), é correto afirmar que a pena do crime é aumentada quando (PC/RJ em 2008).
a) o crime é cometido contra agente público;
b) o crime é cometido por pessoa maior de sessenta anos;
c) o crime é cometido por agente público;
d) o crime é cometido durante o repouso noturno
e) a pessoa que tinha o dever de evitá-las ou apurá-las se omite em face dessas condutas.
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59) Em relação aos atos que podem constituir crimes de tortura, assinale a afirmativa incorreta. (PC/RJ em 2008).
a) constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico com o fim de obter informação;
b) constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) constranger alguém com emprego de violência ou ameaça, causando-lhe sofrimento físico em razão de discriminação racial ou religiosa;
d) submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou ameaça, a intenso sofrimento mental, como forma de aplicar castigo pessoal;
e) constranger alguém sem emprego de violência nem ameaça, para que faça algo que a lei não obriga.
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60) A Lei de Tortura incorporou dentre seus fundamentos: (PM/MG em 2011).
a) o aumento de pena para o delito praticado mediante sequestro da vítima;
b) a punição para o homicídio doloso praticado por meio da tortura;
c) uma cláusula de aumento de pena para o delito derivado da discriminação racial;
d) a penalização pelo crime de tortura do agente que se omite diante do dever de evitar a conduta de outrem.
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