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Síndrome do desconforto respiratório agudo URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DEFINIÇÃO É um tipo de insuficiência respiratória de instalação aguda, de natureza inflamatória, de barreira constituída pelo epitélio alveolar e endotélio, que determina entre outras coisas, a formação de um edema alveolar rico em proteínas. FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA ESTÁGIOS DA SDRA Fase I ou exsudativa: Nas primeiras 24 a 48 horas Caracterizada pelo extravasamento de líquido e proteínas, edema intersticial e alveolar Presença de taquicardia, taquipnéia e alcalose respiratória ESTÁGIOS DA SDRA Fase II ou proliferativa: 48 horas ao 6º dia Migração de neutrófilos e fibroblastos por quimiotaxia intensa Produção de fibrina e mediadores inflamatórios. Constituição da fibrose pulmonar precoce Ocorre as principais complicações infecciosas e barotraumas Intensa taquipnéia e dispneia Diminuição da complacência pulmonar Shunt pulmonar elevado (PERFUSÃO SEM VENTILAÇÃO) PaCo2 começa a elevar-se ESTÁGIOS DA SDRA Fase III ou fibrótica: 7º dia em diante Fibrose pulmonar Hipoxemia grave Não responde ao tratamento Shunt pulmonar elevado Acidose respiratória e metabólica extrema PACIENTE COM SDRA Hipoxemia refratária ao O2 Desequilíbrio V/Q Elevação da pressão de pico Diminuição do surfactante Diminui a complacência Pulmão rígido Hipertensão pulmonar CLASSIFICAÇÃO 10 CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO LESÃO PULMONAR INDUZIDA PELA VENTILAÇÃO MECÂNICA CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS A SDRA 15 O QUE EVITA A ENTRADA DE FLUIDO NO PULMÃO? CASO CLÍNICO Paciente trazido da sala de emergência, com história de pneumonia há 3 dias, evolui com IRA, instabilidade hemodinâmica, PA de 90x40mmHg, FC: 129bpm e necessidade de IOT há 24 horas. Só agora conseguiu vaga na UTI. Iniciado todo protocolo de SEPSE da instituição. No VM em VCV, FiO2 de 80%, VC: 620ml, Fluxo: 40L/min, FR: 14irpm, PEEP: 8cm H2O. Radiografia de tórax revela infiltrado bilateral. Gasometria: Ph: 7,31, PaO2: 80, PaCO2: 43, HCO3: 16, SatO2: 92%. Relação PaO2/ FiO2: 100 SDRA GRAVE TRATAMENTO A terapia principal é o tratamento da causa básica e o suporte ventilatório. A ventilação mecânica na Síndrome é um procedimento terapêutico: Ajuda a diminuir a taxa de mortalidade Mantém oxigenação e a ventilação TRATAMENTO MEDIDAS DE SUPORTE: Restrição de líquidos se não houver sinais de hipoperfusão tecidual (manter nível de ureia sérica menor do que 80 mg/dL), o que é associado a menos tempo de uso da VM. Recomenda-se o controle intensivo da glicemia para pacientes cirúrgicos e, com alvo moderado, para pacientes clínicos. Profilaxia do tromboembolismo venoso com heparina (não fracionada ou de baixo peso molecular) é eficaz para reduzir sua incidência. Prevenção da hemorragia digestiva (seja por meio de dieta enteral ou farmacológica) minimiza a ocorrência de sangramento. TRATAMENTO MEDIDAS DE SUPORTE: O uso precoce de antimicrobianos e o controle do foco são essenciais. O tratamento deve ser considerado urgência médica, uma vez que o retardo da terapia está associado ao aumento da mortalidade. METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Adaptar os volumes de ar corrente com base na mecânica pulmonar do paciente, ao invés de normalizar a gasometria arterial. Prevenção de novas lesões no pulmão (barotrauma) Manutenção da oxigenação pulmonar Otimização da distribuição da oxigenação nos tecidos METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Metas de oxigenação: PaO2: 55 - 80 mmHg SpO2: > 92% Hipercapnia permissiva: A hipercapnia permissiva pode ser tolerada em pacientes com LPA/SDRA, se esta for necessária para diminuir a pressão de platô e o volume corrente (grau de recomendação A). SUPORTE VENTILATÓRIO A terapia padronizada para SDRA é o suporte ventilatório, utilizando a estratégia protetora: Modo assistido controlado sendo ciclado a volume (VCV) ou a pressão (PCV) Volume corrente (VC) baixo: 4 a 6 ml/kg Manter Pressão de platô: 25 a 30 cm/H2O Pressão de distensão ou “driving pressure”: caracterizado pela diferença entre a pressão de platô e a PEEP, deve ser mantido menor que 15 cmH2O; Menor FiO2 para manter oxigenação (SpO2 > 92%). SUPORTE VENTILATÓRIO Nas primeiras 48 a 72 horas utilizar modos controlados VOLUME CORRENTE: SDRA LEVE: manter o VC em 6 ml/kg de peso predito. SDRA MODERADA A GRAVE: 3 a 6 ml/kg de peso predito. Volumes correntes elevados aumentam a pressão nas vias aéreas, podendo provocar volutraumas. Utilizar a fórmula do predicted body weight, para determinar o peso predito: MULHERES: 45,5 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) HOMENS: 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) SUPORTE VENTILATÓRIO Fração inspiratória de oxigênio (FiO2): Usar a menor FiO2 possível para garantir SpO2 > 92% em todos as categorias de gravidade SARA. Valores elevados de oferta de oxigênio podem aumentar o risco de atelectasia de absorção e de toxicidade por oxigênio (sobretudo, quando a FiO2 for maior do que 60%). Pressão de Platô (Pplatô): Buscar manter Pplatô ≤ 30 cm H2O. Buscar manter o diferencial de pressão Platô - PEEP ( “driving-pressure”) menor ou igual a 15 cmH2O para todas as categorias de gravidade SARA. SUPORTE VENTILATÓRIO Frequência respiratória (FR) Recomendação: Iniciar com FR= 20 irpm e caso necessário aumentar até 35 irpm, desde que não ocasione auto-PEEP, de acordo com a PaCO2 almejada (manter abaixo de 80 mmHg). SUPORTE VENTILATÓRIO AJUSTES DA PEEP: SDRA LEVE SUPORTE VENTILATÓRIO AJUSTES DA PEEP: SDRA MODERADA A GRAVE SUPORTE VENTILATÓRIO RECRUTAMENTO PULMONAR Processo de aumento temporário da pressão transpulmonar de modo a vencer a pressão crítica de abertura dos alvéolos. Temos como indicação o uso da manobra de recrutamento alveolar na fase inicial da SARA (< 72 horas), em atelectasias, situações de hipoventilação alveolar e após intervenções associadas com o desrecrutamento, incluindo desconexões da ventilação mecânica e aspiração endotraqueal. (LAPINSKY & MEHTA, 2013) RECRUTAMENTO PULMONAR As manobras de recrutamento são frequentemente utilizadas no manejo à beira do leito de pacientes com SDRA, visando à melhora da oxigenação de forma aguda e cronicamente de homogeneização alveolar pulmonar. Aplica-se um alto nível de pressão nas vias aéreas (durante pouco tempo ou por escalonamento progressivo) com o objetivo de abrir o maior número de unidades alveolares colapsadas. A forma típica de realizar recrutamento é utilizar pressão contínua na via aérea (modo CPAP) de 30 a 50 cm H2O por 30 segundos. Podem ser empregadas visando à melhora da oxigenação durante períodos de hipoxemia e de desconexão do respirador com perda do recrutamento alveolar pela oferta de elevados PEEPs. RECRUTAMENTO PULMONAR Tem-se utilizado a soma da PaO2 e da PaCO2 a fim de se verificar a eficácia do tratamento, sendo maior do que 400 mmHg o alvo para recrutamento máximo. ESTRATÉGIA COM CONTROLE DO VOLUME Estratégia ventilatória denominada open-lung approach (uso combinado de volumes correntes baixos, pressão de platô limitada, manobras de recrutamento alveolar, manutenção de PEEPs elevadas) (PaO2/FiO2 =250) tem sido realizada por muitos grupos em pacientes com SDRA. POSIÇÃO PRONA: Essa estratégia deve ser considerada para pacientes que necessitam de altos valores de PEEP e FiO2 para manter adequada SaO2 (p. ex., necessidade de PEEP > 10 cm H2O a uma FiO2 =60% para manter SaO2 = 90%) ou pacientes com SDRA grave, a menos que o paciente apresente alto risco de consequências adversas da mudança postural ou esteja melhorando rapidamente (grau de recomendação A). SURFACTANTE: Não há, no momento, justificativa para o uso rotineiro de surfactante em pacientes adultos com LPA/SDRA (grau de recomendação A). Oxido Nítrico (NO): Pode-se utilizar, então, óxido nítrico inalatório como um tratamento de resgate em casos de hipoxemia grave não responsiva às medidas convencionais (grau de recomendação A). Bloqueador neuromuscular (BNM): Nos casos de SARA com P/F < 120 mmHg sob sedação profunda recomenda-se utilizar cisatracúrio nas primeiras 48 horas de suporte ventilatório. CORTICÓIDES: Estudos não mostraram benefícios com o uso de corticoides, não demonstrou diminuição da mortalidade. É recomendado o uso apenas quando não houver respostas com as medidas convencionais. O esquema recomendado geralmente é metilprednisolona em dose que não excede 1 mg/kg/dia, iniciada nas primeiras 72 horas em pacientes com SDRA grave ou progressiva, mantida durante 14 dias, seguida de lenta redução da dose. ALGORITMO DA SDRA RECRUTAMENTO PULMONAR PROGNÓSTICO A taxa de mortalidade de pacientes com SDRA é alta, estimada entre 34 e 60%. Os pacientes que sobrevivem permanecem por bastante tempo na UTI e apresentam significativas limitações funcionais logo após a alta. Já foram observadas perda da atividade muscular e redução da qualidade de vida. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ARDSnet. Disponível em: http://www.ardsnet.org. 2. Amato MBP, Carvalho CRR et al. III Consenso brasileiro de ventilação mecânica: ventilação mecânica na Lesão Pulmonar Aguda (LPA)/Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (Sara). Disponível em: www.sbpt.org.br. 3. Marini JJ, Gattinoni L. Ventilatory management of acute respiratory distress syndrome: A consensus of two. Crit Care Med 2004; 32(1): 250-5. 4. The National Heart, Lung, and Blood Institute Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) Clinical Trials Network. Comparison of two fluid-management strategies in acute lung injury. N Engl J Med 2006; 354:2564-75. • (N Engl J Med 1998;338:347-54.) 5. Hofnanian. A. Estratégias ventilatórias na síndrome do desconforto respiratorio agudo. Paciente crítico, diagnóstico e tratamento, Hospital Sírio Libanês 6. Terragan PP et al: Tidal hyperinflation during low tidal volume ventilation in Acute respiratory distress syndrome. J Resp Crit Care Med. 2007; 175: 160-166 7. Ware LB, Matthay MA: The Acute Respiratory Distress Syndrome. New Engl J Med. 2000; 342: 1334-1349. 8. Young D, et al: High frequency oscillation for acute respiratory distress syndrome. New Engl J Med. 2013; 368:806-813.
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