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A CARREIRA DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO

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A CARREIRA DO 
ENGENHEIRO 
AGRÔNOMO 
Habilitação: Agronomia; Engenharia Agronômica, Agronomia com ênfase em Agroecologia
Duração do Curso: 5 anos
Área: Ciências Agrárias
Atributos do Profissional: Meticulosidade e organização, capacidade de interação com as populações rurais
Órgão de regulamentação e fiscalização do exercício profissional: Sistema CONFEA/CREAs – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia/ Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.
A agricultura no mundo vive uma profunda contradição entre produzir alimentos para o abastecimento local e a segurança alimentar e produzir em larga escala para os mercados do mundo sem envolver-se nas questões de segurança alimentar local.
O agrônomo envolve-se em praticamente todos os elos da cadeia agrícola - do plantio ou da criação de rebanhos à comercialização da produção. É o profissional que planeja, organiza e acompanha o preparo do solo e o cultivo, combate pragas e doenças; orienta e acompanha a colheita, o armazenamento e a distribuição da safra; cuida da alimentação, da reprodução, da saúde e do abate de animais. Gerencia a industrialização, o armazenamento e a comercialização de alimentos de origem animal e vegetal. Além de acompanhar o dia a dia da produção no campo, ele desempenha funções em escritórios, informando-se sobre novas tecnologias e pesquisas científicas da área, calculando estoques e atento a cotação dos produtos nas bolsas de valores internacionais. Outro possível campo de atuação é como representante comercial, quando divulga produtos ou demonstra o uso de suas tecnologias.
Na agricultura brasileira, divide-se entre a necessidade de se modernizar para atuar na competição com as agriculturas protegidas de outros países e as políticas de governos que não adotam medidas em favor dos agricultores, reduzindo recursos e serviços com os quais tradicionalmente se conta pra fazer de fato essa modernização.
O Engenheiro Agrônomo é o profissional com formação eclética, capaz de gerar e aplicar conhecimentos científicos e técnicas agronômicas adequadas a uma agricultura racional, à produção vegetal e animal e integrada à sólida formação humanística e consciência social, econômica, cultural e crítica das atividades pertinentes ao seu campo profissional, orientando a comunidade onde está inserido e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do homem.
O CURSO DE AGRONOMIA
Os dois primeiros anos mesclam matérias das áreas de ciências biológicas e exatas, como biologia, bioquímica, matemática, informática e estatística. Nos três anos seguintes, o forte são as disciplinas profissionalizantes, ministradas nas subáreas de engenharia rural, ciência do solo, agricultura entre outras. Boa parte da carga horária é dedicada a aulas práticas em laboratórios e fazendas experimentais. Nas Universidades Federais o estágio é obrigatório assim como o trabalho de conclusão de curso. Algumas instituições oferecem licenciatura em Ciências Agrícolas e em Ciências Agrárias para formar profissionais para dar aula no técnico agrícola e treinar mão de obra em propriedades rurais e na agroindústria. 
BASE DO CURRÍCULO MÍNIMO DO CURSO DE AGRONOMIA
Biologia Geral
Botânica
Fisiologia Vegetal
Química
Zoologia
Topografia
Desenho Técnico
Estatística
Climatologia (estudo do clima)
Pedologia (estudo dos solos)
ESPECIALIZAÇÕES DA CARREIRA DO AGRÔNOMO 
Defesa sanitária
Combater e prevenir pragas e doenças em lavouras, granjas e rebanhos.
Economia e administração agroindustrial
Planejar e gerenciar as operações de distribuição e venda de produtos agrícolas. Coordenar programas de crédito rural para cooperativas e para pequenos produtores.
Engenharia rural
Projetar e supervisionar obras em propriedades rurais, como construções, nivelamento do solo, montagem de sistemas de irrigação e de drenagem.
Fitotecnia
Acompanhar o cultivo e a colheita de safras, buscando aumentar a produtividade por meio da seleção de sementes, do emprego de fertilizantes e adubos e do combate a doenças e pragas.
Indústria e comercialização de alimentos
Supervisionar e gerenciar a qualidade e a estratégia de preços de alimentos de origem animal e vegetal.
Melhoramento animal e vegetal
Realizar pesquisas e desenvolver técnicas visando à melhoria da produção.
Produção agroindustrial
Gerenciar o processo de industrialização de produtos agrícolas, controlando a qualidade final da produção. Pesquisar novas tecnologias e produtos.
Silvicultura
Recuperar matas devastadas e cuidar do plantio e do manejo de áreas de reflorestamento. 
Solos
Manejar propriedades físicas e a fertilidade do solo, visando o aumento/ manutenção da produtividade e preservar sua capacidade de suporte e de produção.
Zootecnia
Controlar a produção animal, cuidando da alimentação, da saúde, da reprodução e da qualidade dos rebanhos e criações.
MERCADO DE TRABALHO:
O trabalho desse profissional nunca foi tão importante no agronegócio brasileiro em razão da preocupação crescente com o desenvolvimento sustentável. E o setor agropecuário brasileiro está em sua melhor fase de produção de grãos, abrindo muitas perspectivas para esse profissional, especialmente em empresas de semente e agroquímicos. A pecuária também absorve o profissional, que atua na produção animal, no manejo e na recuperação de pastagens. As vagas encontram-se, sobretudo, nas regiões mais avançadas em função da presença de agroindústrias, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e noroeste de Minas Gerais. Outros empregadores para os agrônomos são os frigoríficos e indústria de produtos de origem animal. Com a expansão das fronteiras agrícolas para o Centro- Oeste, Nordeste e Norte, existem oportunidades para pesquisa, em especial nos órgãos e empresas estatais. No interior de São Paulo, destaca-se o trabalho com hortaliças. A intensificação do comércio internacional aumenta a demanda por profissionais da área de gestão. Cresce o setor sucroalcooleiro, outro tradicional empregador. O aumento na demanda por cultivos em larga escala de espécies produtoras de biocombustíveis provocou necessidade de mão de obra especializada nessa área, principalmente no interior de São Paulo e nos estados do Centro-Oeste, expandindo-se para a Amazônia. O egresso que se decidir pela pós-graduação terá oportunidades em institutos de pesquisa, em pesquisa de inovação dentro de empresas e em universidades.
A REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO 
Consultar www.confea.org.br/ legislação 
O Decreto nº 23.196, de 12/10/1993 regulamentava o exercício da profissão do Agrônomo ou Engenheiro Agrônomo, com o propósito de ordenar e conter os problemas maiores, não tendo, por sua precariedade, por sua precariedade, alcançado resultados práticos, uma vez que a fiscalização do exercício profissional estava condicionada a um simples registro do título na Diretoria Geral de Agricultura, do Ministério da Agricultura. 
Entretanto, desde 1912, já havia diplomas legais que garantiam o título e as atribuições dos engenheiros diplomados por escolas superiores. Assim sendo, o título de Engenheiro Agrônomo, atribuído aos que concluíssem cursos superiores de agronomia, foi garantido através dos Decretos nºs 9.857 de 06/11/1912; 12.012 de 30/03/1916; 12.354 de 10/01/1917; 12.927 de 20/03/1918 e 14.120 de 29/03/1920. 
Com a Lei Delegada nº 9, de 11/10/1962, que reorganizou o Ministério da Agricultura, o registro do título foi transferido para a Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário-SEAV.
Em virtude da deficiência do Decreto 23.196, constatada ao correr dos anos, a classe agronômica brasileira encetou amplo movimento, com o objetivo de conquistar uma posição num diploma legal e satisfatório, que a regulamentasse e que, acima de tudo a valorizasse profissionalmente, possibilitando fiscalizar de modo efetivo e sistemático o exercício profissional. 
Dois meses depois de editado o Decreto anterior, precisamente no dia 11/12/1933, foi baixado o Decreto nº 23.569regulamentando o exercício das profissões do Engenheiro (civil, industrial, mecânico-eletricista, geógrafo e de minas), bem como as do engenheiro-arquiteto ou arquiteto e do agrimensor. Atualmente, no dia 11 de dezembro, é comemorado nacionalmente o Dia do Engenheiro e do Arquiteto. 
Para a fiscalização dessas profissões, o mesmo Decreto instituiu o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura - CONFEA e os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura - CREAs, fixando as suas composições e atribuições. 
Em 08/02/1934, o Decreto nº 23.857 atribuía o título de Agrônomo aos alunos que concluíssem a Escola Nacional de Agronomia, criando divergências quanto à denominação legal do profissional da área agrícola. 
Em 1937, o Decreto nº 44 fez retornar a denominação anterior de Engenheiro Agrônomo. Em 31/12/1938, outro dispositivo legal, o Decreto Lei 1015, revogava as disposições anteriores, uniformizando os títulos atribuídos aos formandos em escolas de agronomia: mais uma vez os profissionais, formados pelos cursos de agronomia, denominavam-se Agrônomos. 
Somente o Decreto Lei nº 9.585, de 15 de agosto de 1946, restabeleceu o título de Engenheiro Agrônomo, que prevalece até hoje. 
A atividade empreendida pelos engenheiros agrônomos na busca de uma nova regulamentação profissional iniciou-se com a apresentação, na Câmara Federal, do Projeto de Lei nº 3.171 B 57, pelo Deputado Napoleão Fontenele. 
No Senado, após longo e erudito Parecer, o Senador Eurico Rezende, na comissão de Justiça, concluiu por oferecer um substitutivo ao Projeto, com a regulamentação simultânea do exercício profissional da engenharia, arquitetura e agronomia, com a finalidade de reformular, também, o Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933.
Assim, surgiu a Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que manteve as entidades fiscalizadoras, CONFEA e CREAs, instituídas pelo Decreto nº 23509 de 1933, e aglutinou os engenheiros, arquitetos e engenheiros agrônomos sob a égide de um mesmo estatuto profissional, o qual prevalece até os dias atuais. 
Com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB, reiterando a qualificação profissional como fundamento de concessão de atribuições profissionais, espera-se que um debate amplo e disseminado entre os profissionais e a sociedade em geral possa balizar a definição de um novo modelo de regulamentação profissional.

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