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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL ENF 383 – FLORESTAS URBANAS Profª Drª Angeline Martini PAISAGISMO NO BRASIL CRONOLOGIA DO BRASIL 1. PERÍODO COLONIAL XVII – dominação holandesa Maurício de Nassau quis urbanizar as cidades de Olinda e Recife - laranjeiras tangerineiras, limoeiros, Chapéu-de-sol/Sombreiro, coqueiro, noz-da-índia, tiriríca as residências ocupavam totalmente os lotes não havia um estilo ou uma tendência paisagística marcante árvores eram utilizadas como forma de amenizar o calor tropical No final do período colonial foram criados os primeiros passeios públicos: Passeio público do Rio de Janeiro – 1783 Passeio público de São Paulo – 1798 Passeio Público do Rio de Janeiro – 1783 primeira grande obra de urbanização - primeiro parque público da cidade Criado pelo Mestre Valentim da Fonseca e Silva Criação de um horto botânico no bairro da Luz (1798) Passeio público de São Paulo (1825) - Hoje Parque da Luz Jardim Botânico de Belém do Pará – 1798 Criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - 1808 Passeio Público de Salvador - 1810 Jardim botânico de Olinda -1811 objetivo agrícola, científico e econômico - local onde fossem aclimatadas plantas úteis ao comércio de especiarias dos europeus Características do paisagismo: Vegetação confinada a quintais e pátios Elemento de composição predominante - Chafarizes Existiam chácaras residenciais em volta dos centros urbanos Criação de jardins botânicos e hortos 2. BRASIL IMPÉRIO surgimento dos palacetes e a adoção de recuos e jardins laterais 1836 – primeiro marco do paisagismo – Ludwing Riedel foi contratado para arborizar as ruas do Rio de Janeiro por ocasião do casamento de D. Pedro I com Maria Leopoldina – sombra causava doenças 1858 – D. Pedro contratou Auguste Marie François Glaziou para ocupar o cargo de Diretor Geral de Matas e Jardins - primeiro a utilizar elementos da flora nativa Campo de Santana e a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, inspirados no paisagismo inglês – sem uso de cercas 1861 – Início do Reflorestamento da Floresta da Tijuca – Rio de Janeiro 1870 – Aberturas de grandes praças no Rio de Janeiro 1886 – Criação do Passeio Público de Curitiba 3. BRASIL REPÚBLICA Influência dos jardins franceses nas criações das praças – uso de simetria e topiaria 1938 – início de uma identidade própria ROBERTO BURLE-MARX nasceu em São Paulo 1909 mudou-se para o Rio de Janeiro em 1913 Estudou na Alemanha de 1928/1929 – artes plásticas Contato com a riqueza da flora tropical - plantas nativas brasileiras De volta ao Brasil foi convidado para fazer os jardins da casa da família Schwartz 1934 é convidado para exercer as funções de Diretor de Parques e Jardins de Recife 1938 projeta os jardins do Ministério da Educação e Saúde 1949 compra um sítio para sua coleção botânica faleceu em 1994 Preocupação local pesquisa e valorização das espécies nativas Utilizou princípios da arte moderna no desenho e distribuição dos jardins – curvas amplas, traçados sinuosos e livres, relacionado com a paisagem do entorno. “Detesto a fórmula, adoro princípios” Complexo da Pampulha, Belo Horizonte- 1941/1945 Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, 1965 Jardim Burle Marx, Eixo Monumental - Brasília, 1961 4. DÉCADA DE 90 Parque das Pedreiras viés ecológico reconstituição de ecossistemas parcialmente ou totalmente degradados espaços de eventos culturais - Espaço Paulo Leminsky e Ópera de Arame Antiga pedreira da prefeitura desativada na década de 1970 valorização das “áreas verdes” pela mídia, mercado imobiliário e comunidade 5. LINHAS PROJETUAIS DO PAISAGISMO BRASILEIRO ECLÉTICA início em 1783 Passeio Público do RJ – abandono aos padrões coloniais possui forte influência europeia uso de espécies exóticas visão romântica e idílica que representa a natureza dominada pela mão do homem prevalece a geometria e simetria utilização de planos ortogonais, caminhos em cruz e passeios perimetrais grande quantidade de áreas impermeáveis faz uso de mobiliários como coretos, monumentos, fontes, chafarizes, lagos e pontes. Clássica = Os caminhos possuem formas geométricas, favorecendo a criação de pisos e caminhos estruturados por eixos, que convergem para um ponto principal, conectando aos diversos acessos. A vegetação é disposta de uma maneira expositiva e entremeada por objetos pitorescos - como fontes e esculturas Romântica = recria a imagem do parque e do jardim francês da segunda metade do século, com clara inspiração nas referências dos ingleses. Os caminhos possuem formas orgânicas, sem eixos geométricos, grandes gramados e arvoredos em maciços. Dividem a paisagem com lagos românticos, edifícios de estilo grego, estátuas e outros elementos MODERNA início em 1934 Jardins da Praça de Casa Forte - Burle Marx (Recife) caracteriza-se pelo abandono das referência do passado espaço de recreação, educação, higiene e arte, seguindo um pensamento de utilidade pública tem o paisagista Roberto Burle Marx como seu ícone possui forte postura nacionalista, fazendo uso de espécies nativas do Brasil formam-se desenhos com as calçadas e a vegetação há caminhos ondulantes e cores vibrantes. CONTEMPORÂNEA início em 1990 Parque das Pedreiras (Curitiba) Liberdade e irreverência tem como símbolo a recuperação de áreas degradadas forte viés ecológico transita livremente entre os traçados geométricos, gráficos e rígidos, e as irreverentes formas pós-modernas, passando também por propostas que valorizem cenicamente o projeto há a visão utilitária do espaço, com o uso de estruturas destinadas a pratica de atividade física possibilitam o surgimento de novas organizações para os espaços livres ESTILOS DE JARDINS 1. JARDIM CLÁSSICO FORMAL Vem da época do Renascimento – século XVI – França e Itália Caracterizado pelas linhas geométricas e simetria do traçado Vegetação rigidamente podada Canteiros com bordaduras - cercas vivas Topiaria, estátuas, escadarias e fontes de desenho clássico Cultivo de violetas e roseiras Espaços planos Grande trabalho de manutenção Elevado custo de implantação Vegetação: buxinho; pingo-de-ouro; ciprestes; kaizuka JARDIM ORIENTAL - JAPONÊS ou CHINÊS Culto à Natureza + simbolismo Pacificar o espírito, equilibrá-lo em contato com a natureza e abri-lo a meditação Traçado com linhas curvas e suaves; Superfícies onduladas; Uso de plantas perenes de crescimento livre - muitas folhagens; “elementos obrigatórios”: Pedras de rio Água Lamparinas de pedra Ordenação casual dos elementos - plantas em um plano secundário Vegetação: pinheiro-negro; bambu; azaleia; bambu-mossô; cerejeira-do-japão; buxinho JARDIM CONTEMPORÂNEO Estilo livre - raízes no jardim inglês Ampla liberdade de ação, no sentido funcional e estético Traçado irregulares, com disposição informal Promove a integração entre o jardim e a casa Prioridade ao bem-estar - piscinas, pérgulas, jacuzzis e quadras de esportes pavimentações lisas, bem confeccionadas, de materiais caros e nobres, e a mobília adaptada ao modernismos de vida Uso de vasos e jardineiras. Vegetação: bromélia; moréia;orquídea-bambu; ráfis; palmeira-fênix; ave-do-paraíso JARDIM TROPICAL Valorização das plantas e folhagens, com muitas flores. Se resume a composições de plantas e caminhos de contornos naturais. Criação de uma área sombreada e pequenas cascatas. Composição de plantas altas, médias e baixas. Vegetação: pacová; heliconia; costela-de-adão; bromélia-imperial; dracena-vermelha; árvore-do-viajante JARDIM COLONIAL - Rural Caracteriza-se por incorporar materiais coloniais/ de fazenda (rodas, charretes, poço, cestas, carrinhos de mão) assim como fontes e lagos leva em consideração a vegetação da região, cria hortas e pomares variedade de espécies floríferas Vegetação: primavera; boca-de-leão; tagetes; boca-de-leão; primavera; cravina; begônia; margarida JARDIM ROCHOSO - JARDIM SECO/DESÉRTICO Reproduz uma paisagem árida Uso de plantas xerófitas, rochas, pedras e areia Necessitam de pouca água e manutenção Vegetação: agave-dragão; cacto colunar; agave-variegata; echeverias; cacto bola; kalanchoe OUTROS ESTILOS Minimalista - Jardim Clean falta de tempo para cuidar dos jardins Uso de poucas espécies linhas nítidas, com uso de traçados geométricos Tendência ao uso de simetria espécies vegetais mantem sua forma, mas se evita uso de espécies confusas e desordenadas valorização do espaço com composições leves e equilibradas proporcionando para sensação de profundidade/ampliação. Vegetação: areca-bambu; orquídea-bambu; palmeira-fênix; cyca; ráfis; gramado Rústico Traz alguns princípios do jardim colonial Uso de elementos ligados à natureza e a ambientes rurais Compreende menos flores coloridas e mais elementos em madeira. Ecológico - Jardim Sustentável Algumas semelhanças com o jardim rústico Uso de elementos reciclados - pneus, garrafas de vidro, pets, pallets, rodas de bicicleta Uso de espécies locais Plantas medicinais, aromáticas e para consumo (horta e pomar) Elementos de atração para avifauna Sem necessidade de irrigação
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