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AINES - Farmacologia 1 Fármacos que são utilizados na clínica médica, sobretudo com o propósito anti inflamatório, podem apresentar outras atividades mas sobretudo potencial anti inflamatório. Os Anti inflamatórios não esteroidais são conhecidos como AINES ou MAINES. Esse grupo vai apresentar várias classes químicas. Todos eles apresentam como características em comum a capacidade de desencadear efeitos antiinflamatórios, efeitos analgesicos e antipireticos. Na farmacodinâmica, estudamos a relação atividade-efeito, ou seja, estes compostos que têm modificação na sua estrutura química, podem resultar em alterações nas características farmacodinâmicas e farmacocinéticas, então a relação estrutura química e efeito farmacológico tem importantes implicações em caracteristicas farmacodinâmicas e farmacocinéticas. A regra vai ter sempre exceção e uma dessas que vamos encontrar em farmacologia é em relação a esse grupo de fármacos os AINES. Por que vão ser compostos por classes quimicamente distintas. Essas atividades anti inflamatória, analgésica e antipirética está relacionada sobretudo a um único mecanismo de ação que vai justificar esses três efeitos. Efeito Analgésico Os AINES são bastante efetivos numa escala de dor que vai de leve a moderada. São excelentes Analgésicos nesse tipo de dor, como por exemplo cólica menstrual, dismenorreia, dor pós-operatória ou dor de origem, músculo esquelética, vão ser excelentes analgésicos. Em Dores que são classificadas numa escala de dor profunda, que dizemos que envolve as vísceras, dores viscerais eles não são tão efetivos, ou seja, não são os medicamentos escolhidos para tratar esse tipo de dor. Como cálculo renal, dor cardíaca e dor hepática, biliar, o que envolver vísceras. Portanto, potência como analgésico, os AINES só serão utilizados nessa escala de dor, que vai de leve a moderada. Efeito Antipirético Em relação ao efeito antipirético que é a capacidade de reduzir a temperatura corporal, ele só vai funcionar como tal naqueles quadros de febre ou de elevação na temperatura que estejam associados com o aumento na produção Prostaglandinas , PGE2, se qualquer outra elevação da temperatura corporal não tem relação com o aumento ou a síntese de PG's, eles não vão ter esse efeito antipirético. Pode ocorrer elevação da temperatura corporal durante o ciclo menstrual da mulher, hipertermia provocada pelo estresse , exercício físico ou de qualquer outra origem que não esteja associado com o aumento na produção de prostaglandina. Obviamente esse efeito antipirético vai estar associado àquela febre que está acontecendo um processo inflamatório, que acontece a síntese e secreção de prostanóides dentre esses prostanóides a PGE2, que é a prostaglandina com a atividade pirogênica, inflamatória e algogênica. Esses três efeitos analgesico, antiinflamatório e antipiretico estão associado a capacidade desses compostos de interferirem no metabolismo do ácido aracdônico. Como sabemos, a primeira etapa do metabolismo do ácido aracdônico está relacionada pela liberação desse ácido pela fosfolipase A 2, presente nas nossas membranas. Em seguida, sob a ação das ciclooxigenases COX 1 e COX 2, em seguida teremos a produção de prostaglandinas específicas para aquele tecido. Também há a síntese de tromboxano A 2 nas plaquetas e prostaciclinas nas células endoteliais. Células inflamatórias, outros tipos de prostaglandinas. Os três efeitos dos AINES estão relacionados com a capacidade de inibir as isoformas da Ciclooxigenase. - COX 1 e COX 2. A inibição dessas isoformas pelos AINES pode disponibilizar mais substrato para a via das lipoxigenases, claro que teremos um aumento na produção de metabólitos derivados do metabolismo do ácido araquidônico via lipoxigenases. Esse aumento na produção desses leucotrienos alguns especialistas dizem que está relacionado com a hipersensibilidade que este medicamento pode causar em por exemplo em indivíduos asmáticos. Leucotrienos são fortes agentes de contratura da musculatura lisa, presente nos alvéolos, ou seja, podem agravar mais ainda esse quadro. Além dos leucotrienos existem as reações alérgicas, normalmente os indivíduos que apresentam reações de hipersensibilidade, alergia , asmáticos, se deve ao fato de que quando há uma utilização desses compostos há um aumento na produção de derivados do ácido aracdônico na via das lipoxigenases. Então os alvos farmacológicos dos AINES são as isoformas da enzima ciclooxigenase. Eles agem bloqueando essa enzima, a grande maioria deles com exceção da Aspirina que é o AAS, todos eles vão inibir reversivelmente essas isoformas. Ou seja, só a aspirina inibe irreversivelmente as isoformas da ciclooxigenase. A aspirina ao interagir com essas isoformas promove uma acetilação em um resíduo de serina dessas enzimas e essa ligação se desfaz muito lentamente, por isso ela é dita irreversível. O Mecanismo de ação que vai justificar a atividade anti inflamatória, analgesica e antipiretica dos AINES é a inibição das isoformas de ciclooxigenases, tanto de origem central quanto de periférica. Com isso vão reduzir excessivamente a biossíntese e secreção desses importantes mediadores químicos, da febre, da dor e da inflamação, ou seja com um único mecanismo eu sou capaz de interferir em três ações. Eles funcionam como falsos substratos as isoformas e ao se fixarem eles impedem o substrato verdadeiro, que é o ácido aracdônico de serem metabolizado e gere os importantes mediadores químicos que são chamados de prostanóides. A maneira mais comum de classificar os AINES é em relação à classe química deles. Salicilatos Ácido Acetilsalicílico, Ácido Salicílico. Estão inseridos nos salicilatos a madonna dos anti inflamatórios não esteroides, que é a Aspirina. É a mãe referência dos AINES, foi a partir dela que foram descobertos a maioria dos outros AINES. Embora que registrando que a aspirina, seja um excelente anti inflamatório, analgésico e antipirético, ela não tem mais uso clínico corriqueiro nesses eventos em função de vários efeitos adversos. Outro patamar de uso na clínica médica da aspirina é que ela é utilizada como antitrombogênico para tratar indivíduos que têm tendências ou são propensos a acidentes cardiovasculares, como forma de evitar e prevenir, ou fazer o manejo de indivíduos que tiveram infarto do miocárdio e prevenção de acidentes tromboembólicos em doses distintas daquelas que eram utilizadas antigamente como analgésicos, antiinflamatórios e antipiréticos. O que diferencia esses grupos um do outro, além da diferença de classes químicas eles diferem sobretudo em relação a seletividade que vão apresentar sobre a inibição dessas isoformas de ciclooxigenases. Alguns deles vão inibir indistintamente COX-1 e COX-2, essa inibição de forma indistinta, não é terapeuticamente benéfica porque o organismonormalmente vai necessitar da produção de prostaglandinas. Quem é responsável por essa síntese de prostaglandinas que são fisiologicamente necessárias é a isoforma COX-1. Então para tratamento de processos inflamatórios, eu vou preferir drogas que tenham a seletividade pela isoforma COX-2, que é a isoforma que tem sua expressão aumentada nas células inflamatórias, durante um processo inflamatório. Então, eles vão também variar em termos de seletividade por COX-1 e COX-2. Obviamente os medicamentos que vão apresentar maior afinidade pela COX-2, vão apresentar efeitos menores do que aqueles que vão inibir as isoformas indistintamente. As prostaglandinas produzidas pela COX-1 são necessárias fisiologicamente para a homeostase do organismo. Esses grupos se diferenciam em função da classe química, bem como em relação a sua afinidade pelas isoformas. O Salicilatos inibem indistintamente COX-1 e COX-2 , a Aspirina é o único AINES que pode ser utilizado com outro propósito que não o de antiinflamatório, que é o preventivo de acidentes cardiovasculares. Também como tratamento e manutenção de indivíduos que tiveram infarto do miocárdio. Além dos efeitos antiinflamatórios, analgesicos e antipireticos as substâncias do grupo dos salicilatos, como a aspirina que também é chamado de AAS nenhum outro AINES têm esse uso antitrombogênico que a Aspirina possui. Além da aspirina temos nesse grupo, o ácido salicílico, é exclusivamente de uso tópico não deve ser administrado sistemicamente em função da sua elevada toxicidade, sobre tudo para a mucosa do trato gastro intestinal. Esse uso tópico está relacionada a uma propriedade que o Ácido salicílico detém que é a propriedade queratolítica ou queratolítica, capacidade de fazer a descamação de células epiteliais mortas. Na cosmetologia o Ácido salicílico vai estar presente nesses cosméticos com o propósito de fazer esfoliação da pele. É utilizado na clínica médica para a remoção de pequenos calos, verrugas e para tratar rachaduras nos pés. Obviamente esse uso para a remoção de pequenos calos e verrugas, é feito em microcirurgias. O uso dos salicilatos bem como o de todos os outros AINES, indistintamente, tem uma excelente biodisponibilidade quando são administrados por via oral, e por todo tipo de via extravascular. A partir do salicilato, vieram os novos compostos que apresentaram maior afinidade pela COX-2. Os mais antigos como os salicilatos, os fenamatos, são compostos que vão apresentar uma afinidade tanto por COX-1 quanto por COX-2. E aí foi surgindo, os AINES mais seletivos. Entre eles, o Celecoxib , único aprovado para aprovação nos EUA. Inibe seletivamente COX-2, continua inibindo COX-1, mas numa proporção mínima. Inibem a COX-2 cem vezes mais do que a COX-1. Quanto mais seletivo para COX-2, menos efeitos colaterais vão desencadear. Todos eles, vão apresentar em maior ou menor magnitude os três efeitos, em algum grau de magnitude, analgesico, antipirético e antiinflamatório. Embora esse efeito possa variar entre os compostos. É o caso por exemplo dos derivados dos Fenamatos, como o Ácido Mefenâmico. Os derivados da Pirazolona, dipirona. E os derivados do Paraminofenol, o Paracetamol ou Acetaminofeno. Esses compostos, sobretudo tem atividade Analgésicas e antipiréticas, mas são considerados muito fracos antiinflamatórios. O Paracetamol é utilizado na clínica médica para reduzir a temperatura corporal e mitigar a dor ou fazer com que ela seja pacificada numa escala de leve a moderada. Cefaleia, dentária. A dipirona por sua vez é um excelente analgésico, mas também considerada um fraco antiinflamatório. Ácido mefenâmico, é tão tóxico quanto a Aspirina, hoje é utilizado sobre tudo para as dismenorreias, as cólicas menstruais. É a única utilização, embora eles também detenham efeito antiinflamatório e antipirético, mas a toxicidade dele limita bastante essa utilização, todos eles vão inibir das isoformas de Ciclooxigenase, com essa inibição eu retiro ou diminuo, esses compostos, que são os tromboxanos, as prostaglandinas, e as prostaciclinas. As prostaglandinas essas dos outros tecidos por que tanto o tromboxano quanto as prostaciclinas também são prostaglandinas. O Ácido mefenâmico que é derivado do fenamatos, é potente e eficaz com a ação analgesica, e essa ação analgesica está relacionada além da capacidade desses compostos de inibir as isoformas da ciclooxigenase, eles são capazes de agir como antagonistas dos receptores de Prostaglandinas. O Ácido Mefenâmico, o paracetamol e a dipirona são conhecidos como analgésicos não narcóticos, significa que não induzem sono, como é o caso dos hipnoanalgésicos, que é a morfina e seus correlatos. Eles diminuem a sensibilidade a dor, sem causar narcose. Esses compostos, diferentemente dos hipnoanalgésicos, não vão desencadear nenhum tipo de dependência, nem química, nem psíquica. Então, pode-se tomar o tempo que quiser pois não se vai desenvolver dependência. Os outros, derivados do ácido propiônico e derivados indólicos, também vão inibir indistintamente a COX-1 e a COX-2, mas vão apresentar alguma vantagem em relação aos mais antigos como a Aspirina. Eles são mais potentes, ou seja uma dose bem menor, eu vou obter os mesmos efeitos que eu posso obter com uma dose bem maior da Aspirina. A outra vantagem desses compostos, que mesmo não seletivos eles são utilizados preferencialmente em relação a aspirina, deve-se ao fato que eles tem o tempo de meia vida bem mais longo, do que aquele apresentado pela aspirina. A classificação desses compostos ainda se deve a sua afinidade pela COX-1 ou COX-2. A COX-1 é chamada Enzima constitutiva, e a COX-2 é chamada a Enzima induzida. A COX-1 está envolvida na produção de várias prostaglandinas com participação em funções fisiológicas essenciais, em órgãos vitais, no rim, fazendo a manutenção do fluxo sanguíneo renal. No trato digestivo, funcionando como citoprotetores dessa mucosa. Tem ação litogênica, ou seja de aumentar a proliferação dessas células, o tromboxano A2, tem uma importante participação no processo de Coagulação sanguínea e entre outras funções. Quando eu inibo indistintamente essas duas isoformas, eu vou ter um impacto fisiológico importante. Eu vou tirar um importante papel dessas substâncias produzidas a partir da COX-1, na homeostase do organismo. A COX-2 é induzida, pois está associada ao processo inflamatório. Essa expressão é extremamente acentuada nas células inflamatórias que vão induzir prostaglandinas. A inibição pelos AINES vai desencadear efeitos terapêuticos, alívio e redução desse processo inflamatório, em contra-partida aqueles que são não-específicos vão provocar importantes efeitos colaterais, esses efeitos colaterais estão diretamente relacionados a essa pouca afinidade pela COX-1 ou COX-2.Quanto mais afinidade pela COX-2, mais minimizados serão os Efeitos Colaterais. Nenhum dos AINES agem como medicamentos curativos, eles vão agir como paliativos, não agem sobre a causa, a etiologia, agem sobre os sintomas. Inibidores seletivos da COX-1 Aspirina Em doses inferiores daquela necessária para a aspirina causar os importantes efeitos colaterais e efeitos terapêuticos, analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios. Em doses inferiores a aspirina vai inibir seletivamente a COX-1 e essa inibição seletiva da COX-1 vai ter um impacto importante nas plaquetas por que elas são células anucleadas e nao tem como fazer a sintese de proteinas. Então na presença da aspirina as plaquetas permaneceram durante toda a sua vida em torno de 7 a 1O dias sem produzir Tromboxano A2. Isso só é interessante naqueles indivíduos que têm propensão a formação de Trombos, em acidentes tromboembólicos. A Aspirina é extremamente efetiva, quando administrada por via oral, logo que ela se depara com o sistema porta ela já irá começar a fazer a inibição da COX-1 nas plaquetas. Mas as prostaciclinas também serão bloqueadas só que as células endoteliais são células nucleadas, como capacidade de produzir novas proteínas. Então ela mexe com esse equilíbrio, fazendo com que se tenha uma redução da produção de Tromboxano A2, sem mexer na produção de prostaciclinas que tem uma ação exatamente oposta ao Tromboxano A2. Inibidores Não-Seletivos Aspirina - Altas Doses Ibuprofeno Aqui a COX-1 e COX-2 são inibidas. Inibidor Seletivo da COX-2 Piroxicam Nimesulida É utilizado em todas as especialidades médicas para tratar distúrbios inflamatórios, excelente analgésico, excelente antipirético e excelente anti inflamatório. Coxibs - Celecoxibe, Rofecoxibe - Altamente seletivos da COX-2 Inibição intensa e absoluta da COX-2 foi bastante discutida, pois em alguns tecidos ela vai ser expressa independente de processos inflamatórios, como nos rins, TGI, Vasos sanguíneos. Alguns indivíduos hipertensos, tratados com anti-hipertensivos que fazem uso de AINES, sobretudo os seletivos para COX-2. Vai inibir sensivelmente em níveis de vaso sanguíneos as prostaciclinas, que são vasodilatadoras, e possa ser que esse indivíduo venha a ter uma piora nesse quadro. A Maioria dos prescritores por segurança preferem fazer a escolha dos seletivos que são tão bons quanto. Tem poucos efeitos colaterais, mas tem uma janela de segurança maior para ser trabalhado. Todos eles sem exceção apresentam boa atividade analgesica. Como Analgésicos vão ser excelentes para aliviar dores , como cefaléia, de origem músculo esquelética, como as mialgias, artralgias, dor pós-operatória e a dismenorreia. O mecanismo que vai justificar esse efeito analgesico é a capacidade desse composto de inibir as isoformas de Ciclooxigenases. Assim, diminuindo os níveis de prostaglandinas, já que a prostaglandinas nas terminações nociceptivas elas diminuem o limiar de disparo de neurônios. Quando eu bloqueio, tiro a interferência sobre os nociceptores, o que vai ocorrer é que os neurônios vão voltar ao seu estágio de disparo normal. Os Fenamatos, além de inibirem as isoformas da COX, eles também agem bloqueando os receptores de prostaglandina, vão antagonizar esses receptores. Daí a sua grande eficácia como analgésico. Como antipirético, o mecanismo que justifica esse efeito bloqueando a biossíntese de prostaglandinas no centro termorregulador em excesso as prostaglandinas desregulam esse centro, e puxam o cerne da temperatura para as alturas. Diminuem a temperatura, pois tiram a influência desses prostanóides, ou seja, da PGE2, desse centro termorregulador. Nas proximidades do hipotálamo há produção de prostaglandinas e são essas que vão agir nesse centro desregulando. Eu inibindo retiro a influência no centro termorregulador, assim como nos nociceptores dos neurônios. Como anti inflamatório o mecanismo de ação é exatamente o mesmo. Capacidade do medicamento de interferir no metabolismo do ácido aracdônico. Como Anti inflamatório, é justificada por que as prostaglandinas sobre os vasos ela vai fazer vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, facilita a saída de polimorfos nucleares que são as células inflamatórias, os neutrófilos principalmente que vão em direção ao local onde se encontra o estímulo inflamatório. São utilizados portanto para o tratamento de processos inflamatórios crônicos, a longo prazo. A dipirona é proibida em vários países, em função da capacidade de desencadear vários efeitos adversos. A atividade antiinflamatória é justificada pelo mesmo mecanismo, embora alguns AINES como a Indometacina, o Ibuprofeno, eles agem também interferindo na migração leucocitária. Para que ocorra a migração leucocitária é um processo bastante complexo. Além de bloquear a biossíntese e liberação dos prostanóides também diminuem a migração dos polimorfos nucleares. Efeitos Colaterais dos AINES ● Distúrbios Gastrointestinais Esse efeito colateral é tão maximizado quanto menos seletivo o AINES for para a isoforma COX-2. Então a Aspirina é o representante maior, que provoca graves efeitos colaterais a nível do trato gastrointestinal. Além de inibir indistintamente COX-1 e COX-2 ela é metabolizada no organismo e se transforma em ácido salicílico que é extremamente lesivo para a mucosa gástrica. Os AINES mais recentes, deixaram cair por terra essa grande limitação. Esses distúrbios do TGI tem haver com o mecanismo de ação dos AINES. As Prostaglandinas e as prostaciclinas no trato digestório, fazem citoproteção e fazem vasodilatação , para garantir a manutenção circulatória desses tecidos. Além de diminuírem a secreção do Ácido clorídrico por que as prostaglandinas interagem com receptores específicos para as mesmas nas células parietais que produzem HCl, e ao ativar esses receptores nas células parietais há uma redução da liberação de HCl. Ação litogênica, aumenta proliferação celular e aumenta a produção de muco. Se bloqueio, vou tirar a ação de citoproteção gerando esses distúrbios que podem culminar no aparecimento da úlcera. Geralmente os indivíduos com quadro de úlceras passados, quando tratados com AINES podem ter um agravamento do quadro ulceroso. Esse aparecimento é diminuído em pacientes que são tratados com AINES seletivos para a COX-2. PS: A Aspirina é uma droga de Origem Vegetal. Ela é derivada do Salgueiro, salix alba. ● Disfunção Renal Levando ao quadro de insuficiência renal, pois o tecido renal tem importante influência das prostaglandinas para manter o seu fluxo renal. A inibição das prostaglandinas que têm ação vasodilatadoras, prostaciclinas e PGE2, promove redução da taxa vasodilatação. Diminui a taxa de filtração glomerular e tudo o que pode decorrer a partir de então.Os indivíduos já portadores de doença renal, têm maiores probabilidades de exacerbar esse distúrbios. Os AINES mais recentes, a probabilidade é bem menor ou quase nula em indivíduos que não são doentes renais, de desencadearem esses distúrbios nefrológicos. Os indivíduos renais devem ser monitorados a nível de função renal frequentemente. ● Inibição da Agregação Plaquetária Essa inibição se deve ao bloqueio da produção de Tromboxano A2, o indivíduo coagula mais dificilmente, o Tempo de sangramento vai estar maior, o tempo de protrombina também. Os Indivíduos que são portadores de processos inflamatórios, crônicos que tomam durante longo período os AINES. Devem ser cautelosos quando vão ser submetidos a cirurgias de grande porte. Pois nessas cirurgias a probabilidade da ocorrência de uma hemorragia é bastante grande então a orientação médica é que suspenda a administração no intervalo de aproximadamente de 1O a 15 dias, antes do procedimento cirúrgico. Para dessa forma diminuir essa probabilidade já aumentada de ocorrer hemorragia durante o procedimento. ● Quadro de Reações Anafilactóides Comum em indivíduos que apresentam hipersensibilidade a AINES. O Termo anafilactóide é relacionado a Anafilaxia, ou seja semelhante, parecido com o que ocorre com a anafilaxia. Esses indivíduos que apresentam essas reações de sensibilidades a AINES normalmente deve-se ter cautela a aqueles antiinflamatórios do mesmo grupo. Os primeiros sinais são edemas palpebrais, labial e aparecimento de manchas vermelhas em vários locais. Que se não for tratado adequadamente pode haver uma broncoconstrição e edema de glote, o indivíduo pode vir a óbito. PS: A dipirona é hoje a droga de escolha para aliviar a dor e temperatura corporal dos indivíduos com dengue não diagnosticada. A Dipirona é a droga de escolha num ambiente hospitalar, pois o Paracetamol é hepatotóxico e o vírus da dengue já promove alteração hepática então a utilização do paracetamol foi praticamente banida com esse propósito. Como a dipirona em relação aos outros AINES, é a droga de escolha porque ela teria uma afinidade maior pelas isoformas de origem central e aí justifica esse uso. Iria afetar menos a produção de tromboxano A2, periférico. Mas depois que é diagnosticado, se é hemorrágica ou não, outros AINES podem ser administrados. ● Diminuição da motilidade intra-uterina Na musculatura lisa uterina, as prostaglandinas promovem contração da musculatura do útero. Gestantes, no final da gestação a prostaglandina tem grande influência na expulsão do conteúdo uterino. As mulheres no fim da gestação não devem ser tratadas com AINES. Mas se precisar deve estar sob acompanhamento médico. Normalmente se procura outra estratégia para o alívio da dor ou diminuição da temperatura corporal. As gestantes não devem ser medicadas com medicamentos que podem atravessar a barreira placentária. Farmacocinética Todos os AINES são ácidos orgânicos fracos. Única exceção é a Nabumetona, é uma pró-droga. Altamente seletiva para a isoforma COX-2, mas fora ela todos os outros são ácidos orgânicos fracos. São muito bem absorvidos quando administrados por via oral, ou outra via extravascular. Também são administrados por via endovenosa. Mas são sem dúvidas os medicamentos mais prescritos no mundo, em todas as especialidades médicas. São as drogas de primeira escolha no tratamento de processos inflamatórios envolvendo doenças reumáticas, obviamente essas situações não respondem ai mudamos para outras estratégias, como manobras fisioterápicas, corticóides. Se fixam preferencialmente à albumina. OS AINES que tem uma variação enorme em relação ao tempo de meia vida. Os mais antigos como a Aspirina tem um tempo de meia vida super curto, que exige administração de 3 a 4 vezes ao dia. Os mais recentes o tempo de meia vida é longo, o que faz com que o tratamento seja uma adm ao dia ou duas vezes ao dia, como é o caso da nimesulida. Todos eles são metabolizados pelo fígado, tanto envolvendo reações das fases 1, como as da fase 2, reações de conjugação. Todos eles quando metabolizados vão dar origem a produtos desprovidos de atividade farmacológica. Embora, alguns deles podem ser tóxicos, mas em doses terapêuticas o organismo consegue anular esses metabólitos, que em overdose, ou dose supra farmacológica podem desencadear importantes quadros de intoxicação. A eliminação desses medicamentos se dão, tanto por via renal, quanto por via biliar. Salicilatos É o único grupo que apresentam compostos que vão ter atividades Analgésicas, antipiréticas e antiinflamatórias. Também são utilizados como antiagregantes plaquetários, que é o caso da Aspirina. Somente a Aspirina, nenhum outro AINES. E também como ceratolítico, como o caso do Ácido Salicílico de ação exclusivamente de uso tópico. A eficácia é extremamente boa nas dores que vão de leve a moderada, quando se refere ao efeito analgesico. Os três efeitos, são obtidos com doses de aspirina diferentes daquelas doses que são administradas para efeitos antiagregantes plaquetários, que é uma dose inferior, as quais tem um propósito analgesico, antipirético e antiinflamatório. Os salicilatos, o quadro de toxicidade desencadeado, sobre tudo pela Aspirina. Foi responsável por intoxicação durante anos. Salicilismo: náuseas, vômitos, vertigens ou tonturas, ulceração da mucosa gástrica. A Hemoglobina do sangue quando degradada pelo HCl , o indivíduo vomita o sangue parecendo borra de café. Desequilíbrio hidroeletrolítico-ácido-base do organismo. A Aspirina, estimula o centro respiratório. Em Overdose age sobre tudo na musculatura esquelética, desacoplando a fosforilação oxidativa que gera mais CO2. Aumenta o consumo de Oxigênio, aumenta a produção de CO2. Aumenta a pressão parcial de CO2, que estimula o centro respiratório e o indivíduo passa a respirar mais frequentemente. Em doses terapêuticas. Em Overdose, a capacidade do tamponamento do organismo é sobrepujada, não ocorrendo a regulação. Aumento da CO2, aumento da produção de ácido carbonico. Gerando acidose respiratória e acidose metabólica, podendo levar o indivíduo a óbito. Derivados da Pirazolona - Dipirona Proscrita em alguns países. A Restrição maior se deve ao fato de promover sensível redução da produção de granulócitos, faz agranulocitose e produção de hemácias defeituosas, chamada de anemia blástica. Derivados do Paraminofenol - Paracetamol São excelentes analgesicos e antipiréticos ,mas são fracos antiinflamatórios. Podem provocar hepatotoxicidade. Podem desencadear um quadro de hepatite medicamentosa que em alguns casos é fatal. Esse quadro, é desencadeado em função da metabolização do paracetamol através da reação da fase 1. Assim que entra no organismo eles formam conjugadossem atividade tóxicas ou farmacológicas e são eliminados pela urina. Quando se saturam as reações da fase 2, essas reações da Fase 1 dão origem a um metabólito que é bastante tóxico e reativo com a membrana dos hepatócitos. Vão se ligar as membranas, promovendo lesão da membrana celular, em doses tóxicas. A produção desse metabólito em Overdose, é muito maior que a capacidade do fígado de produzir Glutations, que vão minimizar os efeitos tóxicos desses metabólitos e aí então ele vai se acumular e lesar as membranas dos hepatócitos. Há a possibilidade de clinicamente fazer a administração de um Antídoto por via intravenosa. N-Acetilcisteína - Antídoto Antioxidante que vai então fazer o papel de glutation, nesses indivíduos é claro que esse antídoto deve ser administrado o mais rápido possível, antes que o metabólito tenha interagido com as membranas celulares. Fenamatos Único que pode agir como antagonista dos receptores de prostaglandinas, além de inibir as isoformas da COX. É indicado sobretudo em função da sua forte atividade analgesica e não narcótica. Derivados Indólicos e do Ácido Propiônico Ambos além de serem potentes inibidores das isoformas, sem distinção. Agem diminuindo a motilidade dos neutrófilos, basófilos e eosinófilos. Tempo de meia vida maior. Eliminados por via renal, além de filtração glomerular passam por secreção tubular. São submetidos a circulação enterohepática. Os AINES mais recentes em comparação com a Aspirina apresentam uma vantagem que é a potência farmacológica. Doses Kilometricamente menores. Tempo de meia vida maior, administração uma vez, no máximo duas vezes ao dia. E também a seletividade pela isoforma COX-2. Júnior Cavalcanti Acadêmico em Ciências Farmacêuticas - UFPE
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