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Biografia de Karl Marx

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 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 
 CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
 DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 
 Disciplina: Teoria Economica Marxista 
 Professor: Rodrigo Gustavo de Sousa 
 Acadêmicos: Arthur Lemes 
 Felipe Marques 
 Henrique Azolin Camini 
 Leonardo A. S. Gardenal 
 Murilo Scrivanti 
 Nicolas Lazzaretti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biografia de Karl Marx 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maringá, 29 de novembro de 2009 
 
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Biografia e Desenvolvimento do Pensamento Marxista 
 
 
Resumo: O trabalho a ser apresentado, retrata de maneira expositiva a vida do 
pensador Karl Marx, fazendo um esboço de toda sua vida desde a formação 
acadêmica, assim passando por várias fases de sua carreira, analisando como 
fatores dentro da Universidade que o fizeram começar desenvolver seu acervo 
teórico, até o desenvolvimento de obras como “O Capital” e o “Manifesto do 
Partido Comunista”, e o quanto sua carreira profissional chegou afetar sua vida 
tanto no lado profissional como no relacionamento com sua família. O texto 
aborda também a influencia marxista em várias nações, e quais impactos 
ocorreram na sociedade desde então. 
 
Palavras chave: Marx, teorias, carreira acadêmica, impactos. 
 
ABSTRACT 
“The worker becomes all the poorer the more wealth he produces, the more his 
production increases in power and range. The worker becomes an ever 
cheaper commodity the more commodities he creates. With the increasing 
value of the world of things proceeds in direct proportion to the devaluation of 
the world of men. Labour produces not only commodities; it produces itself and 
the worker as a commodity -- and does so in the proportion in which it produces 
commodities generally”. 
 
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Karl-Heinrich Marx 
(1818 – 1883) 
 
 
 
 
“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, 
 o seu ser social que lhe determina a consciência." 
 
Karl Marx 
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INTRODUÇÃO 
 
O filosofo, cientista social, historiador e revolucionário, Karl Marx é sem 
dúvida o maior pensador social emergente no século 19. Mesmo que tenho 
sido ignorado pelos intelectuais de seu tempo, suas idéias sociais, econômicas 
e políticas ganharam rápida aceitação no movimento socialista depois de sua 
morte em 1883. Quase metade da população, nessas ultimas décadas, se 
diziam sob regimes que se categorizam Marxistas. No entanto, esse repentino 
sucesso significa que suas idéias originais foram frequentemente modificadas e 
seus significados adaptados para a grande variedade de circunstancias 
políticas. Em soma, o fato de que Marx atrasou várias de suas obras levou que 
somente muito tempo depois os intelectuais tiveram a oportunidade de apreciar 
e degustar a estrutura marxista. 
A Ideologia Alemã, ele também escreveu um polêmico artigo contra o 
socialismo de P. J. Proudhon (1809 - 1865), chamado A Pobreza da Filosofia. 
Nesse período Marx juntou-se, também à Liga Comunista. Cuja qual era uma 
organização de emigrantes alemães centrada em Londres em que ele e Engels 
tornaram-se os teóricos principais. Na conferência da Liga em Londres no final 
de 1847, Marx e seu parceiro foram comissionados a escrever uma declaração 
sucinta de suas posições. Assim que o Manifesto Comunista foi publicado em 
1848 uma onde de revoluções quebrou pela Europa. 
Em 1857 ele produziu um enorme manuscrito de 800 páginas sobre o 
capital, propriedade privada, trabalho assalariado, o Estado, comércio exterior 
e mercado mundial. No início da década de 60 ele surpreendeu apresentando 
seu trabalho em três grandes volumes. Teorias de Mais-Valia, no qual discutiu 
os teóricos de economia política, particularmente: Adam Smith e David Ricardo. 
Mas somente em 1867 que Marx conseguiu seu primeiro retorno de seu 
trabalho com o Vol. 1 de O Capital, um trabalho que analisou o processo 
capitalista de produção. No Capital, Marx elaborou sua versão da teoria do 
valor de trabalho e sua concepção de mais-valia e exploração, as quais 
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poderiam ultimamente chegar a uma queda constante da taxa de lucro e o 
colapso do capitalismo. 
Marx foi o melhor odiado e maior homem caluniado de seu tempo. 
Ambos os governos absolutistas e republicanos, deportaram ele de seus 
territórios. Os burgueses, sejam eles conservadores ou ultra-democratas, 
esbanjavam de ofensas à Marx. Tudo isso foi deixado de lado por ele, como se 
fosse uma teia de aranha. Ignorando estes, respondendo somente quando 
havia necessidade extrema. E morreu amado, reverenciado e bem quisto por 
milhões de revolucionários companheiros das minas da Sibéria até a Califórnia, 
e em todas as partes da America e da Europa – e eu não hesito em dizer que 
mesmo que ele tivesse muitos oponentes, ele nunca teve um inimigo pessoal. 
As contribuições marxistas para o estudo da nossa sociedade tem sido 
enorme. Seu pensamento não é aquele compreensivo sistema que alguns de 
seus aprendizes chamam de materialismo dialético. A grande dialeticidade da 
natureza de seu trabalho foi, normalmente, aberta. Havia também grandes 
tensões entre Marx, o político ativista e Marx, o estudante de economia política. 
Muitas de suas expectativas sobre o curso do movimento revolucionário no 
futuro, não se materializaram. Entretanto, seu stress no fator econômico da 
sociedade e sua analise estrutural do conflito entre classes tiveram uma 
enorme influencia na historia, sociologia e no estudo da cultura humana. 
Assim foi Karl Marx, o filósofo que gerou grandes polêmicas e 
contradições, não somente sua vida, mas sua obra e a suposta aplicação da 
teoria comunista vão ser estudadas neste texto. 
 
 
 
 
 
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1. A VIDA DE MARX 
 
 
1.1 Nascimento 
 
Filho de Heinrich Marx, um advogado, e de Henriette Pressburg, 
originária dos países baixos, os quais nessa época residiam numa pequena 
casa de dois pisos à Rua Brückengasse, Karl-Heinrich Marx nasceu em 5 de 
maio de 1818 na cidade de Trier ( ou Tréveris), a cidade mais antiga da 
Alemanha, localizada no estado da Renânia-Palatinado. A cidade foi fundada 
no século I a.C. como Augusta treverorum, supostamente pelo próprio 
imperador Augusto. 
 Importante ressaltar que Trier tinha uma vida tranqüila e calma, embora 
não estivesse desligada do movimento social que se desenvolvia na Alemanha. 
O pai de Karl Marx, Heinrich Marx, era uma personalidade marcante na 
cidade, pois, era um homem com uma vasta formação, que conhecia bem as 
obras dos grandes pensadores do século XVIII. As opiniões de Heinrich não 
iam além do liberalismo, mas isso era o bastante para despertar as suspeitas 
das autoridades prussianas.Tendo assimilado as ideias dos filósofos das 
Luzes, Heinrich manifestava-se com uma certa liberdade de pensamento em 
relação à religião, ainda que fosse originário de uma família de Rabinos. 
Manifestava-se com certa indiferença pelas formas concretas da religião e 
pelos dogmas ortodoxos. 
Karl, por toda a vida foi extremamente ligado ao pai, e esse sentimento 
não enfraqueceu mesmo quando surgiram as diferenças de opinião e 
divergências quanto a maneira de se encarar o futuro. Segundo relato do 
próprio Karl Marx, seu pai “distinguia-se tanto pela pureza do seu caráter comopelo seu talento jurídico”. 
Henriette Marx, sua mãe, e de mais oito irmãos ocupava-se dos afazeres 
domésticos. Detentora de um espírito acanhado e prático causador de uma 
certa distancia, impedindo-na de tornar-se uma verdadeira amiga de seu filho, 
tal como o pai. 
De todas as suas oito irmãs, apenas três sobreviveram: Sofia, a mais 
velha, Emília e Luísa, as mais novas. 
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O pequeno Karl, era o querido da família, sua inteligência viva, e seu 
espirito inventivo nos jogos,o dom de inventar e contar histórias e contos 
fantásticos tornavam-no a alma das festas infantis. 
Muitos anos depois, a filha de Marx relata ter ouvido de sua tia o quão 
grande havia sido a sua inflência sobre as irmãs. 
 
1.2 Vida Acadêmica 
 
Em 1830 Karl Marx entrou para o liceu Friedrich-Wilhelm de Trier, onde 
foi um bom aluno, embora não tivesse recebido prêmios, porém, onde os 
professores exigiam um trabalho criador, não havia quem o igualasse. O seu 
diploma de conclusão indicava que as suas composições se distinguiam pela 
riqueza das suas ideias e por uma profunda compreensão do assunto, que no 
respeitante ao grego e ao latim interpretava os textos com facilidade e 
segurança. Demonstrou também sólidos conhecimentos de matemática. 
Como afirmado em sua Biografia: “ os espessos muros do Liceu 
Friedrich-Wilhelm de Trier não podiam isolar os alunos da vida que fervilhava lá 
fora” pois, em 1833, foram descobertos livros proibidos, com versos satíricos 
dirigidos ao governo, um aluno foi preso. A partir de então Marx começou a 
sentir ódio por tudo que era retrógrado. 
Sua composição de fim de estudo tratava-se sobre a Reflexão de Um 
Jovem Perante a Escolha de Uma Profissão. 
Em 1835 Marx se inscreveu na Faculdade de Direito da Universidade de 
Bona, e lançou-se aos estudos com todo o estusiasmo, inclusive aconselhado 
pelo pai a não esgotar-se pelo excesso de trabalho. Marx inscreveu-se em 
diversas cadeiras e comprou uma enorme quantidade de livros, principalmente 
obras de história. Marx permaneceu apenas dois semestres em Bona, depois 
decidiu continuar os estudos na Universidade de Berlim, onde proferiam lições 
os mais destacados especialistas de jurisprudência. 
O desejo de explicar a realidade a partir das leis internas que lhe são 
próprias ou, como então se exprimia Marx, que professava as ideias do 
idealismo filosófico, de procurar a idéia na própria realidade, levou Marx até à 
filosofia de Hegel, na qual o mundo apresenta-se como um todo uno em 
constante desenvolvimento, do inferior para o superior. 
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Em principios de 1839, impregnando-se de idéias ateístas Marx era 
naturalmente atraído pela filosofia de Epicuro, um dos maiores pensadores da 
Antiguidade, que ele considerava o maior iluminista grego. Marx manifestava 
um profundo interesse pelas correntes filosóficas que estudavam os problemas 
morais, a atitude do homem perante o homem que o rodeia. Em 1839 e 1840 
Marx trabalhou afincadamente nos problemas da história da filosofia da 
Antiguidade e em 1841, tomou como tema da sua tese de doutoramento a 
“Diferença da Filosofia da Natureza de Demócrito e de Epicuro”, elevando o 
valor dos atomistas gregos no desenvolvimento espiritual da humanidade. 
 
1.3 Vida Adulta 
 
Ainda em outubro de 1836, durante as férias de Verão na casa paterna 
que começou a namorar Jenny von Westphalen, sua amiga de infância. Jenny, 
nascida em 1814 era filha do conselheiro privado Ludwig von Westphalen, neta 
de um militar destacado. Karl Marx guardou sempre um reconhecimento ao 
conselheiro de Trier, considerando-o um de seus mestres, alguns anos mais 
tarde dedicando-lhe a sua tese de doutoramento. 
Mas o namoro foi mantido em sigilo, durou sete anos até se tornar 
possível o casamento. Em 1843, a 19 de junho, na cidade de Kreuznach, onde 
se encontrava sua noiva, é registrado o casamento do senhor Karl Marx, doutor 
em filosofia, residente em Colonia e da menina Joanna Bertha Julia Jenny von 
westphalen, sem profissão. 
As opiniões democráticas revolucionárias incitavam Marx a procurar um 
largo campo de atividade, uma tribuna para a difusão das suas ideias. Tornou-
se colaborador do órgão oposicionista Rheinische Zeitung [Gazeta Renana], 
que começou aparecer em janeiro de 1842, na cidade de Colonia. Na violenta 
polêmica em torno dos problemas políticos e sociais da Alemanha ganhavam 
raízes as opiniões democráticas e revolucionárias de Marx e aperfeiçoava-se a 
sua pena de publicista revolucionário. 
Na figura de Engels, Marx encontrou um companheiro de idéias e um fiel 
camarada de combate, um auxiliar insubstituível no seu trabalho científico e na 
sua luta prática, um homem cujo nome é inseparável do seu. 
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A 26 de setembro de 1845 os Marx tiveram uma segunda filha, que 
chamaram de Laura e em dezembro de 1846, um filho, a quem deram o nome 
de Edgar, em homenagem ao irmão de Jenny. Para tanto a família passou a 
contar com mais um membro, Helene Demuth, uma criada de 22 anos, que foi 
um gênio bom para a família. 
As adversidades materiais perseguiram Marx ano após ano. Por vezes 
não tinha sequer meios para satisfazer as necessidades mais elementares, tais 
como, comprar jornais e papel, pagar aos médicos e comprar remédios, pagar 
as despesas de correio. 
Marx não podia sair à rua porque suas roupas tinham sido empenhadas . 
Era necessario fazer restrições em tudo e alimentar-se de pão e batatas 
durante semanas. 
A familia Marx viveu em dificeis condições de alojamento durante 
longuissimo período, Marx não pode permitir-se alugar uma casa minimamente 
aceitável. Do outono de 1849 a abril de 1859 a fámilia viveu num pequeno 
apartamento no sudoeste de Londres, onde nasceu seu quarto filho, Heinrich 
Guido. 
Depois, a fámilia encontrou refúgio provisório num hotel alemão de 
leicester street e logo após numa pequena casa de dois pavimentos. 
Só no outono de 1856, depois de ter recebido uma pequena herança 
deixada pela mãe de Jenny, Marx pode alugar uma pequena casa de campo 
nos suburbios, porem numa parte mais saudavel de Londres. 
A luta contra a miséria e um trabalho titânico minavam a saúde de Marx, 
as doenças tornariam-se constantes por uma alimentação deficiente e 
preocupações constantes. Marx começou a sofrer de Reumatismo e de uma 
inflamação nos olhos, além de uma doença no fígado. Seus filhos e esposa 
também estavam frequentemente doentes. 
Dos 7 filhos que tiveram, apenas 3 sobreviveram. 
Em palavras do próprio Marx, este afirma ”Se tivesse que recomeçar a 
minha vida mais uma vez, faria o mesmo, apenas não me casaria”, assim 
transmite a dor ao pensar que seus familiares tiveram que partilhar de todas as 
vicissitudes do destino de um revolucionário. 
Ainda assim, Marx era profundamente feliz em sua vida familiar, o seu 
otimismo e um clima de absoluta confiança recíproca e de cordialidade em 
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relação aos amigos da casa, emanavam de sua personalidade. Marx 
conservava seu amor juvenil para com sua esposa Jenny. Jenny, por sua vez 
sublinhava profunda satisfação que lhe proporcionava a leitura e a transcrição 
dos manuscritos do marido. 
 Em palavras de sua filha Eleanor, Marx era “o homem mais jocoso e 
mais alegre que jamais existiu, transbortante de humor, cujo riso franco tocava 
o coração, o mais amigo, o mais delicado e o mais simpático dos 
companheiros”. 
A sociedade das crianças era, para Marx, uma necessidade . As 
crianças pobres suscitavam nele uma simpatia particularmente viva. Todas as 
vezes que visitava os bairros proletarios, procurava reconforta-los com uma 
carícia ou uma palavra meiga para lhes proporcionar alguma alegria. 
Seus filhos era sua alegria, apresença deles no escritório ou a repousar 
depois de um trabalho intenso, nunca o perturbava. Geralmente tomava parte 
entregando-se a alegria geral com uma espontaneidade infantil. Na bacia cheia 
de agua eram as batalhas navais entre esquadras de navios de papel que o 
divertiam. 
Gostava de ler em voz alta para as crianças, contava-lhes contos e 
histórias divertidas e inventava-as muitas vezes ele póprio. 
Os pais souberam inculcar nos filhos a sinceridade, o ódio à mentira e à 
hipocrisia. Na família Marx reinava a simpatia pelos combatentes pela liberdade 
e vivia-se no desejo ardente de participar nessa luta. 
 Nessa época, Marx pôde apreciar toda a dedicação de Engels como 
amigo, a sua simpatia e o seu desinteresse. O dinheiro que enviava de 
Manchester ajudava toda a família de Marx nas horas mais difíceis. O 
pagamento de dívidas ou envio de presentes de Natal às crianças, de fruta e 
de vinho aos doentes da família. Em Manchester, em casa de Engels, Marx era 
recebido com a mais cordial hospitalidade. 
Em 1865 Marx respondeu um documento recreativo a pedido de suas 
filhas, que tornou-se muito interessante na atualidade à investigação de seu 
caráter pessoal, o denominando “A confissão”. 
 
 
 
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A confissão 
 
A sua virtude favorita: 
“a simplicidade” 
Sua caracteristica principal: 
“a unidade de objetivo” 
O defeito que mais detesta: 
“o servilismo” 
O defeito que mais se inclina a perdoar: 
“a credulidade” 
A sua concepção de felicidade: 
“a luta” 
A sua concepção de infelicidade: 
“a submissão” 
Seu herói favorito: 
“Espartaco, Kepler” 
A sua máxima favorita: 
“nada do que é humano me é estranho” 
 
 
1.4 Morte 
 
 
 
A ação destruidora da doença aproximou de dia para dia o 
desenlace tragico. 
A bronquite agravava-se uma infecção de garganta retira-lhe durante 
muito tempo a possibilidade de engolir qualquer alimento com a exceção do 
leite. Em fevereiro, os médicos diagnosticaram um abcesso no pulmão. A 
doença avançava a olhos vistos. 
À 14 de março, as duas horas de meia da tarde, estava, nas palavras de 
Engels, “deitado, dormindo, mas para não mais acordar”. 
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A notícia da morte do grande pensador e revolucionário espalhou-se 
rapidamente através do mundo, anunciada pelos órgãos de imprensa, tanto 
proletariados como burgueses, de muitos países da Europa e da America. 
Amigos e inimigos estavam de acordo em reconhecer a força intelectual 
de Marx. 
No sábado, dia 17 fora sepultado Marx no cemitério High-gate, no setor 
privado às pessoas banidas da sociedade oficial e rejeitadas pela igreja. As 
exéquias foram muito simples, segundo vontade do defunto, hostil a qualquer 
pompa fúnebre. 
Diante do túmulo aberto de Marx, onde repousavam os restos mortais, 
Engels evocou em termos comoventes o significado das suas geniais 
descobertas científicas e a sua grandeza de sábio e de combatente 
revolucionário: “O seu nome sobreviverá pelos séculos e a sua obra também!”. 
Essa perda imensurável foi carregada pelos militantes do proletário da Europa 
e da America, e pela ciência histórica, no fundo deste homem. O vão que foi 
deixado com a ida desse grande espírito será brevemente sentido. 
 
Assim como Darwin descobriu a lei de desenvolvimento ou a natureza 
orgânica, Marx descobriu a lei de desenvolvimento da historia humana: pelo 
simples fato de que até aqui selou um crescimento de ideologias, que a raça 
humana tem que, antes de tudo, comer, beber, achar abrigo e vestuário, antes 
que possa perseguir a política, ciência, a arte, religião e etc.. Portanto, o que a 
produção de materiais imediatos significa, e consequentemente o grau de 
desenvolvimento econômico atingido por determinadas pessoas em 
determinadas épocas, formaram as fundações pelas quais o Estado se baseia. 
As concepções legais, arte, e ate mesmo as idéias sobre religião, das pessoas 
preocupadas foram envolvidas, e na luz do que eles visavam, portanto, que 
seja explicito, ao invés de vice-versa. Como tem sido o caso até aqui. 
Mas isso não é tudo. Marx também descobriu uma lei especial de movimento 
governamental para o modelo de produção capitalista atual, e a sociedade 
burguesa que esse modo de produção criou. A descoberta da mais-valia 
subitamente levou luz ao problema em tentar resolver os problemas de todos 
os estudos anteriores, seja eles de economistas burgueses ou críticos 
socialistas, a solução teria ficado hesitante no escuro. 
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2. Teoria Marxista 
 
Juntamente com seu amigo Freidrich Engels, Karl Marx elaborou um 
conjunto de idéias que compreendessem as transformações sociais na época, 
e essas idéias foram lançadas sob o título de “Manifesto do Partido 
Comunista”. A obra tinha como propósito levar a todos as idéias comunistas, 
principalmente a classe dos operários. Relatam o fenômeno da globalização 
que a burguesia implementava mundializando o comércio,a navegação e os 
meios de comunicação. E o “Manifesto do Partido Comunista” foi quem deu 
origem à Teoria Marxista, ou Marxismo. O marxismo se baseia no materialismo 
e o socialismo científico, constituindo ao mesmo tempo uma teoria geral e o 
programa dos movimentos operários. 
Para os marxistas, o materialismo é a arma pela qual é possível abolir a 
filosofia como instrumento especulativo da burguesia (o Idealismo) e fazer dela 
um instrumento de transformação do mundo a serviço do proletariado (força de 
trabalho). O materialismo histórico coloca que a consciência dos homens é 
determinada pela realidade social, ou seja, pelo conjunto dos meios de 
produção. 
Marx desenvolveu uma teoria para o preço dos produtos: o valor é a 
quantidade de trabalho social utilizado na mercadoria. No sistema capitalista, o 
trabalhador vende ao proprietário sua força de trabalho, muitas vezes o único 
bem que possui, e ainda é submetido às leis do trabalho, como concorrência e 
baixos salários. ”Ou é isto ou é nada, decida-se que a fila é grande”. A 
diferença entre o valor do produto final e o valor pago ao trabalhador, Marx deu 
o nome de mais-valia, que expressa, portanto, o grau de exploração do 
trabalho. Os empregadores têm uma tendência natural de aumentar a mais-
valia, acumulando cada vez mais riquezas. 
Após a Segunda Guerra Mundial, o marxismo teve um crescimento 
considerável, principalmente em países do terceiro mundo, onde se constituiu 
como ponto de referência para os movimentos de libertação nacional. Este 
crescimento foi acompanhado de desenvolvimentos e divisões: a crítica ao 
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Stalinismo na antiga URSS e suas práticas nos países ocidentais, a ruptura 
entre URSS e a China, a análise do imperialismo por militantes políticos, como 
Ho Chi Minh, no Vietnã, Fidel Castro em Cuba, etc. 
 
3. A Aplicação da Teoria Marxista na URSS. 
 A teoria baseada em princípios socialistas idealizados por Marx e 
Engels, como visto no item anterior, foi uma utopia que passou por um teste no 
século XX, que se deu inicio na Revolução Russa de 1917. Com a revolução 
feita em princípios marxistas o estado russo passa por uma grande reforma 
dando partida a uma nova forma de governo mundial. 
 A Revolução Russa, prometendo pão, paz, terra, liberdade e trabalho o 
primeiro presidente socialista, Lênin, assumiu o governo russo e faz com que o 
país se unisse com outros que fizessem a revolução socialista, formando em 
1922 a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). 
 Os bancos se tornaram estatais, as terras foram desapropriadas, as 
indústrias não tinham mais donos, agora tudo pertencia ao Estado, que deveria 
ditar regras para manter o bem estar social da população. 
 A realizaçãodo sonho socialista foi falha, não aconteceu de fato. O 
estado soviético tornou-se desde seu segundo governo, o de Stálin, uma 
ditadura sanguinária de governo totalitarista, como pode ser citado no trecho a 
seguir escrito por Segrillo (2000): 
“Sob Stálin, qualquer forma de oposição mais articulada 
era considerada traição ao Estado Soviético e punida com 
extremo rigor que incluía eliminação física dos envolvidos. 
O período que se seguiu – vindo até 1985 – foi 
caracterizado por uma série de ciclos de abertura e 
fechamento econômico que não permitia uma oposição 
interna sistemática capaz de pôr em risco o poder, mas que 
por fim acabavam propagando idéias antagônicas as 
vigentes de maneira clandestina” (SEGRILLO; 2000) 
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 Esse pode ser visto como um dos fatores para a destruição do mundo 
utópico marxista, quando o poder totalitário individual ultrapassa o comum o 
socialismo marxista se torna falho e os princípios já vistos no absolutismo de 
Hobbes prevalece, o socialismo se torna falho. 
 Outro fator para a queda soviética que pode ser constatado pela 
Segunda Guerra mundial, em que a URSS estava plenamente envolvida. A 
reconstrução econômica foi uma tarefa que exigiu muito capital, assim nem o 
consumo nem os salários puderam ser reajustados. O nível de conforto dos 
soviéticos era muito baixo. Muitas famílias chegavam a dividir a mesma casa, e 
a distribuição de bens feita pelo governo era lenta e desigual, assim colocava o 
sistema em desequilíbrio. A grande diferença que sustentou a URSS durante 
anos, foi que mesmo com o nível de vida da população bem inferior ao dos 
países capitalistas a população não sofria com as crises macroeconômicas 
mundiais, já que estas não gerariam desemprego nem subconsumo, pois a 
produção interna era fechada e voltada para a população. 
 Sobre a situação paradoxal da qualidade do mundo soviético Segrillo 
ainda faz um comentário: 
“É fácil notar que esta situação paradoxal não é 
sustentável por muito tempo. Nos primeiros anos da 
década de 1980, os economistas soaram o alarme 
de que o governo não conseguiria sustentar o 
padrão de vida de uma população inteira por muito 
tempo.” (SEGRILLO; 2000) 
 Os anos 80 foram, talvez, a pior década até então para o socialismo dito 
"real". O socialismo sofreu diversos golpes, na própria União Soviética, após a 
posse de Mikhail Gorbachev como secretário-geral do Partido Comunista da 
União Soviética,em março de 1985, e que teve resultados em toda a Europa 
Oriental. 
 Gorvachev deu inicio ao processo chamado Perestroika, que era a 
abertura da economia soviética para o mundo capitalista, segundo o próprio 
secretário este processo foi: 
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“Um país que antes estivera alcançando 
rapidamente as nações mais avançadas do 
mundo, agora começava a perder posição. Além 
disso, o hiato existente na eficiência da produção, 
na qualidade dos produtos, no desenvolvimento 
científico e tecnológico, na geração da tecnologia 
avançada e em seu uso começou a se alargar, e 
não a nosso favor.” (GORBACHEV, 1987, p. 17). 
 
 A URSS chegou a construir empresas enormes para sustentar a sua 
população, mas ignorou qualquer desenvolvimento tecnológico, então nos anos 
70 essa deficiência já era eminente deixando os soviéticos atrasados na corrida 
tecnológica. Com a abertura econômica a URSS parecia estar mais de 20 anos 
de atraso em relação às outras potências. 
 Outro fator para o declínio do socialismo de governo autoritário da URSS 
foi a Guerra Fria, o governo soviético em sua disputa ideológica com os EUA 
deixou de gastar com o bem-estar social previsto nos princípios socialistas para 
gastar com a corrida militar, apesar de que se a URSS não tivesse entrado 
nesta disputa contra os EUA sua duração seria menor, pois como dito por 
RODRIGUES (2006) 
“O início da Guerra Fria e busca da paridade nuclear não 
foi uma escolha voluntária da URSS, mas sim uma corrida 
desesperada contra o tempo para não ver varrida do mapa 
pelo monopólio da tecnologia nuclear por parte dos EUA. 
Ao contrário do que sempre pregaram os apologistas 
ocidentais da Guerra Fria não partiu da URSS a corrida 
armamentista logo após a Segunda Guerra, até porque a 
URSS estava debilitada demais para dar continuidade a um 
novo conflito.” (RODRIGUES, 2006, p.194) 
 Um ano antes de assumir o cargo de secretário - geral do Partido 
Comunista Soviético PCUS, Gorbachev já defendia idéias como a 
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intensificação da economia, a aceleração do progresso técnico, uma 
reestruturação das formas e métodos de gerenciamento econômico e uma 
maior transparência política (Glasnost). Foram justamente esses ideais que 
fizeram com que assumisse tão importante cargo dentro da URSS. 
 Assim quando Gorbachev assumiu o poder ele, tratou de extinguir o 
falho projeto socialista que durou mais de 60 anos e colocou em prática a 
Perestroika. O maior exemplo da abertura econômica feita na dissolução da 
URSS foi a inauguração do Mac Donald’s em Moscou em 1990, que simbolizou 
juntamente com a queda do muro de Berlim o fim do Soclialismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conclusão 
 Como visto no “Manifesto” o socialismo visa à igualdade, nele todos 
deveriam ser iguais ter direitos iguais e poderes semelhantes, porém em teoria 
o Estado seria necessário inicialmente para que faça as pessoas aprenderem a 
igualdade e assim ele perderia seu poder gradualmente, mas isto não 
aconteceu. 
 O grande problema do socialismo é que o homem hobbesiano 
ultrapassou o homem puro de Rousseau, e desde o começo do governo 
soviético com Stálin pôde ser visto que os homens não estavam preparados 
para serem tratados como iguais àqueles que chegaram ao poder se tornaram 
totalitários e o socialismo sonhado na revolução se tornou uma ditadura. 
 Outro ponto é de que a falta de concorrência mostra que a economia fica 
estagnada, não há incentivos para o desenvolvimento e a pesquisa, assim esta 
sociedade não cresceu no mesmo ritmo que as outras e o atraso em relação às 
outras nações foi evidente, com o retorno da antiga URSS ao mundo 
capitalista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referência Bibliográfica 
 
Sites: www.marxism.org 
FEDOSSEIV; P. N., KARL MARX, biografia. Edições AVANTE!. 1983 – 
Portugal. 
GORBACHEV, Mikhail. Perestroika: novas idéias para o meu país e o mundo. 
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TAFFARELLO; Paulo Moraes: A crise orgânica do Partido Comunista Brasileiro 
(PCB) e o Declínio do “Socialismo Real”. 2009 – Marília, Brasil. 
MARX; Karl. Economic and Philosophic Manuscripts (1844) 
SEGRILLO; Angelo. O declinio da URSS um Estudo de Causas. 2000 – Brasil.

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