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Aplicação subsidiária do Novo Código de Processo Civil ao Processo do trabalho no que tange à ordem Preferencial de Penhora.

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Aplicação subsidiária do Novo Código de Processo Civil ao Processo do trabalho no que tange à ordem Preferencial de Penhora.
Introdução
O presente artigo visa demonstrar a possibilidade de aplicação subsidiária do Processo Civil à seara trabalhista, dentro da ordem Preferencial de Penhora.
Objetivo:
O objetivo deste estudo é conceder explicações minuciosas sobre o subtema retro mencionado, sendo plausível portanto aduzir que a “Ordem Preferencial de Penhora”, cerne de nossas explanações, ocupa um lugar especial na execução trabalhista e que seu conhecimento é primordial na atuação de um profissional da área, sob pena de lesar ou se ver lesado, diante de práticas incoerentes com aquilo que se prega nos dispositivos responsáveis por tratar do tema.
Metodologia:
Art. 15 CPC:
 O artigo 15 CPC é claro e inequívoco em mencionar que, na ausência de normas Trabalhistas, caberá a este aplicar suas disposições, de forma Supletiva ou subsidiária. 
Art. 15.  Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Hipóteses de aplicação:
Aplicação subsidiária: Neste diapasão, observaremos a aplicação subsidiária do NCPC no momento em que a CLT não disciplinar determinado tema, como é o exemplo da ordem preferencial de Penhora.
Aplicação Supletiva: Ato contínuo, avocaremos a aplicação supletiva em face de situações em que a norma processual Trabalhista tratar do tema, mas de forma incompleta ou no momento em que o Processo Civil possuir previsões mais justas ao caso em questão. Em que pese a existência normativa dentro do processo Trabalhista, nestas situações, o diploma comum atuará em caráter complementar. Um exemplo dessa modalidade é ônus da prova previsto no CPC, uma vez que a CLT dispõe do tema em seu artigo 818, todavia é o mesmo incapaz de resolver algumas questões como ausência de prova e prova dividida.
Art. 769 CLT:
Ao passo que o artigo 769 CLT estipulará requisitos para a aplicação do direito processual comum ao processo do Trabalho, portanto, nos dizeres de Mauro Schiavi (Manual de Direito Processual do Trabalho, editora LTr: 2008, São Paulo, página 93) a referida norma exige:
“a)       Omissão da CLT: quando a CLT e as legislações processuais trabalhistas extravagantes (Leis ns 5.584/70 e 7.701/88) não disciplinam a matéria;
b)            Compatibilidade com os princípios que regem o processo do trabalho. Vale dizer: a norma do CPC, além de ser compatível com as regras que regem o Processo do Trabalho, deve ser compatível com os princípios que norteiam o Direito Processual do Trabalho, máxime o acesso do trabalhador à Justiça”.
Lacunas:
Por si falar em Omissão, não há forma distinta para prosseguirmos com nossas ponderações senão , adentrando no campo das lacunas, já que motivam a aplicação do Processo Comum ao diploma Trabalhista, claro, desde que preenchidos os requisitos já citados. Adotaremos neste trabalho, os conceitos de Maria Helena Diniz :
(As lacunas do direito. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 95.)
Lacunas Normativas: quando a lei não contém previsão para o caso concreto. Vale dizer: não há regulamentação da lei sobre determinado instituto processual. 
Lacunas Ontológicas: quando a norma não mais está compatível com os fatos sociais, ou seja, está desatualizada. Aqui, a norma regulamenta determinado instituto processual, mas ela não encontra mais ressonância na realidade, não há efetividade da norma processual existente. 
Lacunas Axiológicas: quando as normas processuais levam a uma solução injusta ou insatisfatória. Existe a norma, mas sua aplicação leva a uma solução incompatível com os valores de justiça e de equidade exigíveis para a eficácia da norma processual.
Hipóteses de aplicação do CPC e à restrição ao nosso Tema:
Elencamos alguns dos momentos em que o recém chegado Código Processual Civil nos concederá o ar de sua graça nas normas trabalhistas, em meio a estes, temos as tutelas provisórias (urgência e evidência), ação rescisória; ordem preferencial de penhora, hipóteses legais de impenhorabilidade, dentre outras, fato é que, diante de todas as possibilidades, trabalharemos com uma para fins de maiores esclarecimentos, como já havíamos mencionado nos objetivos aqui descritos, estando esta, prevista no artigo 835 do CPC, “Ordem Preferencial de Penhora”.
Execução Trabalhista 
Nas execuções trabalhistas, é oportuno salientar que o artigo 889 da CLT nos afirma que a lei de execução fiscal deverá ser observada antes da aplicação da lei processual comum e que, apenas em caso de omissão da primeira, nos valeremos da segunda para atingirmos a finalidade desejada.
 A partir de então, como poderemos nos enveredar no CPC e ter a ciência de que a este compete legislar sobre a ordem de penhora no meio trabalhista quando diante de execução? Bom, será justamente neste ponto que passaremos a analisar um outro preceito normativo, a Instrução Normativa de número 39 de 2016.
IN 39
Em seu texto, a instrução Normativa mencionada anteriormente assim diz , nos termos de seu artigo 3°:
Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: 
 XVI - art. 835, incisos e §§ 1º e 2º (ordem preferencial de penhora);
Sem delongas, percebemos que o parágrafo terceiro do artigo 835 CPC, não se encontra elencado dentre aqueles que serão recepcionados para fins de validade no Direito do Trabalho, mas que fora este, todo o teor do artigo será aplicado. 
A IN 39, elaborada pelo TST tem como fundamento apontar aquelas normas do NCPC aplicáveis ao âmbito Trabalhista. O Instrumento passou por diversas críticas doutrinárias, pautadas, principalmente, na incompetência legislativa do TST para conceber tal instrução, o que, para essa corrente atribuiria ao instrumento um caráter inconstitucional. Uma vez que essa discussão não constitui o espetáculo principal de nossas abordagens, cabe-nos proferir apenas que, o dispositivo em questão encontra-se em vigor e nos legitima a recorrer ao Processo Civil nos casos de penhora na seara trabalhista.
Art. 835 CPC
Passamos ao artigo do 835 CPC:
Art. 835.  A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Destacamos alguns pontos de suma importância acerca deste artigo:
A ordem de Penhora não é absoluta, até por isso, o legislador optou pelo termo “preferencialmente” em seu texto, todavia, embora não seja absoluta, é evidente que há um motivo plausível para sua redação e organização nestes moldes, sendo tal justificativa o fato de que os bens de maior aptidão serão mais facilmente convertidos em dinheiro, atingindo o objetivo do exequente;
O rol do artigo não é exaustivo;
Para todos os efeitos, uma vez que o principal objetivo da penhora é o pagamento da dívida, dever se á observar, antes de qualquer outra coisa, a preferência pelo dinheiro, como nos aponta o paragrafo1º. É indispensável ainda que se afirme que as moedas estrangeiras serão aproveitadas e penhoráveis para fins de execução por quantia certa;
No CPC de 73, observávamos no artigo 655, antigo responsável por tratar do tema em estudo, que os Títulos da dívida Pública, bem como títulos e valores mobiliários com cotação em mercado figuravam um polo preferencial mais baixo que o posto hoje ocupado, estando, até o fim da vigência do citado código, dispostos a luz dos incisos IX e X, respectivamente, no CPC de 73, ascendendo, com o atual CPC, para os incisos II e III.Verificada a existência do valor econômico de ambos, ainda que naquele momento não tenham valor de mercado, deverão estar sujeitos a penhora, avaliação e posterior expropriação em favor do exequente;
Obviamente, os veículos de via terrestre também se encontram neste rol e figuram hoje, entre os bens mais penhoráveis. Dentre eles, não apenas aqueles motorizados, mas todo aquele que circula sob a terra, cabendo portanto a penhora desde caminhões até carroças, passando por bicicletas triciclos e etc...
Á luz do artigo 82 CC, encontramos que móveis serão aqueles “bens suscetíveis de movimentos próprios ou de remoção, por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômica social” (inteligência do artigo 82 CC), sendo ainda, semoventes os animais em geral, como previsto no artigo 82, “suscetíveis de movimento próprio.” O CPC de 2015, ao trazer de forma expressa a figura do semovente, inova em relação ao de 73, posto a ausência expressa desta figura naquele texto normativo;
Já que citamos os bens móveis, porquê não tratar dos imóveis? Elencados no inciso V do artigo em estudo, serão “o solo e tudo quanto se lhe incorpora natural ou artificialmente”(inteligência do artigo 79 CC), sendo estes também, passíveis de penhorabilidade, salvo aqueles que se encontrem sob o manto do artigo 833, II do CPC;
Um tema muito interessante que passa a figurar o rol expresso dos bens penhoráveis é justamente as quotas societárias, sendo possíveis para tanto quando falarmos em sociedade simples, contudo, na sociedade de pessoas, seria impossível que o exequente figure a posição de novo sócio em razão da ausência de affectio societats , tal feito, não exclui a possibilidade de se penhorar os haveres dos sócios, garantindo a satisfação do credor exequente. Não se esposa o mesmo entendimento em relação a sociedade de capital, em que o vínculo de pessoalidade não será o cerne da questão entre os sócios.
Francisco Ettore Giannico Neto, diz acerca da penhora de faturamento:
A penhora de faturamento é recurso altamente aconselhável para a satisfação do crédito exequendo porque, ao mesmo tempo em que privilegia os interesses do exequente,não prejudica a atividade produtiva do executado. Nesta linha a Jurisprudência é bastante pacífica ao admitir essa modalidade de penhora, desde que a sua incidência não torne inviável a atividade empresarial do executado(é comum encontrar julgados admitindo a penhora de 30% do faturamento da sociedade). Apesar de essa modalidade de penhora ser tida como excepcional e em ultimo caso pelo Supremo tribunal de justiça, não parece ser a melhor interpretação, porque expressamente presente na ordem preferencial de penhora e se bem aplicada, oferece a solução justa e razoável aos anseios do exequente e ao executado.
“Direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia” ( Art 835, XII) são frutos de mais uma inovação apresentada por este código, contudo, a presente inovação tem um cunho de importância maior em seu conteúdo, pois aqui nos parece claro que o conjunto de direitos também encontra se passível do instituto da penhora, inclusive aqueles derivados de promessa de compra e venda.
Brevemente, ainda teceremos algumas palavras acerca de Fiança bancária e seguro garantia, haja visto as dúvidas que pairam sob o tema. No que versa sobre estes dois institutos, devemos sempre analisar se o valor oferecido por meio de fiança bancária não é inferior ao valor constante na inicial, acrescido de 30%,porcentagem que terá por escopo minimizar o impacto sofrido em razão da perca do valor de mercado do dinheiro, como aponta o parágrafo 2º do artigo 835 CPC. Caso atenda á estes critérios, tal penhora se equiparará a dinheiro.
Para fins de considerações finais, será fundamental aduzir que ao houver execução de garantia real, prioritariamente, dever se á direcionar a penhora aos bens apontados como garantia, bem como proceder-se á com a intimação endereçada a terceiro garantidor, quando a este couber o título de propriedade daquele bem.
Aloysio de Oliveira, Bacharelando em Direito. Constante aprendiz das Ciências Jurídicas.
Editor da Página:https://www.facebook.com/aloysiodeoliveiraa/?ref=bookmarks
E-mail: aloysiodeoliveira@outlook.com
Referências:
SCHIAVI .Mauro ( Manual de Direito Processual do Trabalho, editora LTr: 2008, São Paulo)
NETO, Francisco Ettore Giannico .DIREITOCOM.COM
CALCINI, Ricardo Souza (Obra:O Código de Processo Civil de 2015 e a Justiça do Trabalho)
DINIZ, Maria Helena (As lacunas do direito. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 95)

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