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Antiarrítmicos - Farmacologia 2 São fármacos utilizados no tratamento de arritmias. Breve revisão do potencial de ação no coração: Esse P.A. é de condução rápida e é característico do feixe his-purkinje . Porque no átrio a condução é mais lenta e nos nodos a condução é mais lenta ainda. Esse tipo de de PA que é característico do feixe liso . Fase 0 é dependente de canais de sódio. Então essa despolarização ocorre quando há o influxo de sódio. Então uma das categorias de Antiarrítmicos são os bloqueadores dos canais de Na+. Falamos de fármacos que atuam na fase 0 e diminuem a excitabilidade celular. Essa repolarização rápida na sequência, que é a fase 1 é dependente de canais de potássio e ainda canais de cloro. Nenhuma das categorias de Antiarrítmicos atuam na fase 1. Na sequência a fase 2, o platô do potencial de ação é dependente dos canais de cálcio. Canais de cálcio do Tipo L. Os fármacos são os antagonistas de canais de cálcio do tipo L. E também nessa fase 2 existem os canais de cálcio do tipo T. São utilizados sobre tudo pq no nodo átrio-ventricular a fase 0 é dependente deles. Bloquear canais de cálcio é uma forma de diminuir a velocidade de condução no nodo átrio-ventricular. Então canais de cálcio do tipo L estão na fase 2 do potencial de ação de condução rápida e adicionalmente eles estão responsável pela fase 0 do potencial de ação do nodo átrio-ventricular. Fase 3 - Essa repolarização ocorre às custas de várias correntes de potássio. Então os fármacos que agem nessa fase são os antagonistas de canais de potássio. É uma forma de alongar o potencial de ação. Fase 4 - O amplo dessa fase determina o automatismos cardíaco diminuir o amplo da fase 4 é uma forma de diminuir o automatismos cardíaco. Então nessa fase teremos uma corrente de marcapasso é dependente dessa corrente de marcapasso. Sabemos que os agonista Beta aumentam o automatismo. Então os Beta bloqueadores diminuem o automatismo. Bloqueiam essa corrente marcapasso. Diminui o automatismo cardíaco. É consequente diminuem o amplo da fase 4. O nodo sinoatrial é dotado de automatismo existem as fibras de condução lenta, o nodo atrioventricular faz condução lenta. Antagonistas de canais de cálcio diminui a condução lenta. Arritmias Supraventriculares - São fibrilações atriais e flutter atrial. Arritmias Ventriculares - Fibrilação Ventricular As arritmias são provocadas por um aumento da automaticidade. Comumente esse aumento ocorre por ativação simpática ou por nódulos que se tornam ectópicos. Exercício físico intenso pode determinar arritmias por causar ativação simpática. Necrose em áreas infartadas, também caracteriza aumento da automaticidade. Outra forma é pós-despolarização, quando os digitálicos, por exemplo a DIGOXINA , classe 3, período refratário relativo. Pode gerar novos picos e somados geram um novo potencial de ação, isso se chama pós-despolarização retardada, pois acontece em um período refratário relativo. Se ocorresse antes da fase 3 seria precoce, como ocorre já no final da fase 3 é retardada. A digoxina diminui potássio intracelular e aumenta cálcio intracelular, potássio diminuído e cálcio aumentado podem gerar esses novos picos. As pós-despolarizações retardada se manifestam na forma de múltiplos batimentos cardíacos. Uma outra forma de ocorrência de arritmias é pela reentrada. O sentido normal da condução é anterógrado. O estímulo é gerado no Nodo sinoatrial é conduzido através das fibras atriais para o nodo átrio-ventricular e se distribui pelos feixes de purkinje. A condução se faz sempre no sentido anterógrado. Na reentrada a condução passa a acontecer no sentido retrógrado. Por isso se chama reentrada. Essa reentrada acontece quando há áreas necrosadas que são chamadas de pontos funcionais. Existe um tipo de reentrada que é anatômica, que caracteriza uma síndrome congênita que é a de Wolff Parkinson White , nessa síndrome existe uma via acessória e é essa via assessoria que permite a reentrada da condução. A síndrome é normalmente tratada por procedimentos cirúrgicos, se faz a retirada do nodo, ou seja, essa via de condução acessória é retirada. No infarto, as áreas infartadas podem se tornar pontos funcionais que geram essa reentrada. Quais são os Antiarrítmicos em uso? Essa classificação é obsoleta,mas é didática. Não engloba três categorias. Classe 1 - Bloqueadores de canais de sódio, que agem na fase 0. Tem três subclasses. 1A 1B 1C Classe 2 - Beta bloqueadores agem na fase 4 diminuindo o automatismo cardíaco. Classe 3 - Bloqueadores de canais de potássio. Agem na fase 3 e alongam o potencial de ação. Classe 4 - Antagonista de canais de cálcio, que diminuem a velocidade de condução de nodo átrio-ventricular. Velocidade lenta, e eles diminuem ainda mais. É importante que nós saibamos que alguns desses fármacos influenciam o registro do ECG. Revisando o ECG: Onda P - Decorrente da despolarização do átrio. Complexo QRS - Decorrente da despolarização do ventrículo Onda T - Repolarização geral. Existem intervalos no ECG como o intervalo QR , existe a duração do QRS. Existe a duração do QT. Alguns fármacos mudam a duração do ECG. Mudam portanto a configuração. É comum dos Antiarrítmicos que eles tratem algumas modalidades de arritmia mas que façam outras arritmias. É comum por exemplo alongamento desse intervalo Q-T. Alongar Q-T faz arritmia, chamada torsades de pointes. Taquicardia paroxística . Exemplo característico dentro dos Antiarrítmicos é a Quinidina que faz alongamento do intervalo Q-T. Alguns Anti histamínicos - Terfenadine - também fazem esse alongamento de intervalo Q-T. Fármaco que é utilizado para tratar alergia mas que pode causar arritmia como efeito colateral. Existem pessoas que têm alongamento congênito desse intervalo Q-T. São alterações que existem nos canais de sódio e de potássio que fazem esse alongamento. Antagonistas de canais de cálcio diminuem a velocidade de condução no nodo átrio-ventricular. São utilizados quando ocorre fibrilação ou flutter atrial. São arritmias supraventriculares. Em ambas ocorrem taquicardia atrial. No flutter essa taquicardia é sincrônica, na fibrilação ela é assincrônica. A manobra para tratar essas taquicardias atriais é diminuir a velocidade de condução AV. Para que não haja taquicardia ventricular que é letal. Antagonistas de canais de cálcio diminuem a velocidade de condução A.V. Faz alongamento de intervalo Q-R. Alguns fármacos que interferem nos três intervalos. Figuras do Goodman Quando diminui o amplo da fase 4 são os betabloqueadores que diminuem automatismo cardíaco. Quem diminui o limiar de excitabilidade, são os antagonistas de canais de Sódio. Aumentar o potencial diastólico máximo , torná-lo mais negativo quem faz isso são fármacos que secretamAch, e Ach diminui frequência cardíaca. Ach diminui automatismo cardíaco e diminui velocidade de condução AV. Por que a Ach aumenta o potencial diastólico máximo. Torna o potencial mais eletronegativo. Quem secreta ach é a digoxina. Digoxina também é utilizada como Antiarrítmico por que tem ação vagotônica. Secreta ach. Bloqueadores de canais de K - aumentam a duração do PA. Classe 1-A - Quinidina, Procainamida, Disopiramida.. Quinidina - É um dos mais antigos. É uma evolução da quinina, quando a quinina foi utilizada para tratar malária observou-se que ela tratava arritmias. Um alcalóide. Continua em uso. Mas menos utilizada. Uma das razões para diminuição do seu uso é porque faz alongamento de intervalo Q-T. Que faz torsades de pointes ou taquicardia paroxística atrial. Classe 1- B - Lidocaína, Tocainida, Mexiletina e Fenitoína. Lidocaína - Quando utilizada por via endovenosa tem ação Antiarrítmica. Como ela só é administrada por via endovenosa, foram sintetizados outros fármacos que tem efeito similar a lidocaína e tem uso oral. Mexiletina e Fenitoína. Classe - 1C - Propafenona , Flecainida A diferença entre as subclasses é a constante de recuperação. Essa constante de recuperação ela tem um papel similar aquilo que já aprendemos sobre kd. Constante de Michaelis Menten para enzimas e KD para receptores. Essa constante diz o tempo que o fármaco se liga ao canal. Então constante de recuperação: Intermediária - 1A - 9 segundos Curto - 1B - 0,1 segundos Longo - 1C -11 segundos Tempo de recuperação denota quanto tempo o fármaco permanece bloqueando o canal. Classe 1A - Alongamento de intervalo QRS e QT. -- Constante de Recuperação intermediária. Quinidina - Intermediária, constante de recuperação 3s, ela faz alongamento de intervalo Q-T, pq além de bloquear canais de Sódio também bloqueia canais de K. Forma de alongar QT. Características alcalinas significa que quando o pH urinário está alcalino a excreção é reduzida. Manobra para excretar é acidificar o pH urinário. Faz alguns efeitos colaterais como Diarreia, cinchonismo, conjunto de efeitos colaterais produzidos pela quinidina. Cinchona é a planta de onde se obtém a quinina. Acontece quando as concentrações plasmáticas da quinidina se elevam. Diminuir filtração glomerular é uma forma de aumentar os níveis de quinidina. Alteração na audição, cefaléia, alteração de visão, púrpura trombocitopênica reação imunológica. Em concentração MUITO elevada pode deprimir o sistema respiratório. Angioedema na região subcutânea, reação alérgica. Colapso vascular significa hipotensão pois ela tem ação anti adrenérgica. E além de bloquear canais de sódio, de potássio, alterar as propriedades de excitabilidade do coração, a quinina tem efeito antiadrenérgico, ela pode fazer hipotensão. Colapso vascular. Sudorese e síncope. Fármaco de uso oral e uso crônico. Disopiramida - Propriedades similares mas não bloqueia canais de potássio, a constante de recuperação é 9s, ação anticolinérgica,diminui contratilidade cardíaca. Contra indicada na Insuficiência cardíaca moderada. Fármaco de uso oral e crônico. Efeitos colaterais por causa da ação anticolinérgica, glaucoma, constipação retenção urinária. Xerostomia. Procainamida - Constante de recupera 1,8 s, similares. Aplasia medular, lúpus eritematoso sistêmico. Escolhidos para tratar arritmias supraventriculares. Classe - 1B - Constante de recuperação curta. Lidocaína - Agem normalmente somente em canais de sódio, diminuem a excitabilidade celular de forma característica. Não afetam o registro do ECG pelo fato de permanecerem pouco tempo ligados nos canais. Não afetam ECG. A lidocaína tem características alcalinas. Os efeitos colaterais, pode alcançar o SnC, altera o centro da fala, alterações de consciência, nistagmo, visão turva, não é usada por via oral por que seria inativado no pH estomacal. Mexiletina - Uso oral, propriedades Farmacológicas Similares , meia vida longa e excreção renal aumentada,quando o pH urinário é acidificado. São utilizados nas arritmias ventriculares. Efeitos colaterais: Tontura, tremor, Nistagmo, convulsões. Fenitoína - Inibem canais de Sódio. Muito lipossolúvel. Aumenta o limiar de excitabilidade. Ela é ativadora do sistema microssomal hepático, ou seja, ela acelera o metabolismo de outras drogas. Ela também faz hipertrofia de gengiva. É um fármaco de escolha quando ocorre intoxicação digitálica. Por que não faz interação nem farmacocinética, e farmacodinâmica. Utilizada para tratar essas pós-despolarizações causadas pela Digoxina. Digoxina pode fazer parada cardíaco, pois ativa o VAGO, e Ach é secretada, diminui condução AV. Fenitoína não diminui velocidade de condução AV. Ela é indutora enzimática, acelera o metabolismo de outros fármacos. Digoxina não sofre metabolismo hepático. É usada para tratar ICC, pode ocorrer em níveis aumentados no plasma. Os efeitos colaterais são: ataxia, confusão mental, nistagmo, hiperplasia gengival. Fármaco alcalino, meia vida longa. Administrado por via oral, sofre metabolismo hepático. Liga-se a proteínas plasmáticas. Os metabólitos ativos são excretados pela bile e urina. Classe 1 C - Constante de recuperação longa Propafenona - Além de inibir canais de sódio, inibe também canais de potássio. Aumentam limiar de excitabilidade. Uso Oral. Faz arritmia, trata as supraventriculares. Pode fazer intervalo de alongamento QT. Pode fazer reentrada e taquicardia ventricular. Tratam uma modalidade, mas faz outra. Diminui contratilidade Cardíaca. Nos pacientes com insuficiência cardíaca é contraindicada. Exacerba efeito de beta-bloqueadores, já que eles diminuem automatismo e velocidade de condução AV. Efeitos colaterais: Broncoespasmos, agravamento de insuficiência renal. Classe 2 - Beta-Bloqueadores Diminui o automatismo, diminuem frequência cardíaca, diminui cálcio intracelular, ao bloquear B1, efeito adicional de reduzir a incidência de hipocalemia. O potássio é regulado pela aldosterona, e insulina e o sistema simpático também regulam potássio no organismo. Através dos receptores B2 ocorre a captação de potássio. Bloquear receptor Beta, é uma forma de aumentar potássio extracelular, que previne hipocalemia. Diminuem automatismo, e velocidade de condução AV. A Hipocalemia faz arritmia, por que a fase 3 vai estar comprometida. Sem potássio, a repolarização é comprometida. Qualquer betabloqueador tem ação antiarrítmica. Sotalol - É um beta-bloqueador e adicionalmente, bloqueia canais de potássio. Pode ta na classe ou classe 3. Diminuem correntes de potássio. Diminui automaticidade cardíaca. Diminuem cálcio extracelular que são responsáveis pela fase 0 de condução AV. Menos cálcio menor velocidade de condução AV. É fármaco de uso oral. Meia vida 3-5h. Utilizados em arritmias ventriculares quando ocorre fibrilação. Quando ocorre taquicardia atrial a manobra é diminuir a velocidadede condução AV, para prevenir a arritmia ventricular. Efeitos colaterais: Broncoconstrição na Asma e na DPOC, e máscara hipoglicemia, insuficiência arterial periférica, além de fazer torsades de pointes , alongamento do intervalo Q-T. Compromete repolarização. Diminuem o amplo da fase 4, o automatismo cardíaco. Classe 3 - Bloqueadores de Canais de potássio Amiodarona - Inibe correntes de potássio, de cálcio, e canais de sódio inativados. Diminui automaticidade anormal, aumenta a duração do potencial de ação. Uso oral ou endovenosa. Usados para tratar taquicardia ou fibrilação ventricular, resistentes a outros fármacos. Antiarrítmico de amplo espectro. Pouco absorvido no trato gastrointestinal. Meia vida longa de várias semanas. Efeitos colaterais extensos: pode induzir arritmia. Potente inibidor do metabolismo hepático. Interage com vários fármacos. Inibe filtração glomerular. Quando usada por via endovenosa, faz hipotensão. Por via oral efeitos colaterais são : Náuseas, fibrose pulmonar, disfunção hepática, microdepósitos na córnea, contém cianeto, pode levar a hipo ou hipertireoidismo. Mais comum fazer hipotireoidismo pois o cianeto compete com a captação de Iodo, neuropatia periférica e fotossensibilidade. Dronedarona - Fármaco da mesma categoria mais novo, mas tem menos efeitos colaterais. Diarreia, náuseas, alongamento de intervalo Q-T, metabolizada pelo CYP4503A4 , meia vida aumenta com o uso de antifúngicos, pois inibem a CYP4503A4. Aumenta a chance de torsades de pointes. Dofetilida - Bem absorvido por via oral,sofre metabolismo hepático. Uso: Arritmias supraventriculares. Faz Alongamento de Intervalo Q-T. Utilizado em Flutter e fibrilação atrial. Maior parte é excretada na forma ativa. Classe 4 - Antagonistas de Canais de Cálcio Diminuem a velocidade de condução AV , potencial de ação é dependente de canais de cálcio do Tipo L. Tratam arritmias supraventriculares por reentrada AV. Diminuem a chance de taquicardia ventricular. Controle da frequência ventricular na fibrilação atrial e no flutter atrial. Verapamil e Diltiazem - Escolhidos para tratar arritmias , porque tem mais seletividade pelos canais de cálcio no coração, enquanto os diidropiridínicos afinidade pelos vasos. Podem ser utilizados por via endovenosa ou oral. Efeitos colaterais: Verapamil - Não é isento de efeito sistêmico, age no coração e nos vasos. Menos que nifedipina, mas pode fazer hipotensão. Diltiazem, não faz esse efeito sistemicamente. Podem fazer bradicardia, já os diidropiridínicos não fazem, pelo contrário fazem aumento da frequência cardíaca principalmente a Nifedipina. Faz taquicardia reflexa, porque diminui a resistência vascular periférica, faz ativação simpática reflexa. Já os que agem no coração fazem bradicardia. Os Diidropiridínicos de longa duração não fazem taquicardia reflexa por que ocorre ajuste de barroreceptores. Cefaléia e rubor facial - Menos que a nifedipina. Reações alérgicas, edema periférico por causa da ativação simpática. Refluxo gastroesofágico, constipação. OUTROS que não estão na classificação de VAUGHAN WILLIAMS: Adenosina - Metabólito do ATP, utilizada terapeuticamente. Meia vida curta. Administração endovenosa, se faz em bolos. Utilizada emergencialmente. Diminui automatismo cardíaco, diminui velocidade de condução. Aumenta refratariedade no nodo AV. Por que atua através da Ach, as terminações colinérgicas do coração predominam no átrio. Ach, faz hiperpolarização aumenta o potencial diastólico máximo. Uso: Em arritmias de reentrada no átrio. Glicosídeos cardíacos - Digoxina, utilizada para fibrilação atrial e arritmia de reentrada no nodo AV. Ativação do sistema colinérgico e com isso corre diminuição da velocidade de condução AV. Uso Agudo. Ativação do Nervo Vago, e liberação de Ach. Faz múltiplos batimentos cardíacos e parada cardíaca se associada a outros fármacos como os betabloqueadores e antagonistas de canais de cálcio, por causa da diminuição de velocidade de condução AV. Sulfatos de magnésio - Inibe a Sódio-Potássio-ATPase, alteração dos eletrólitos intracelulares. Usado para tratar episódios recorrentes de torsades de pointes e intoxicação digitálica, assim como a fenitoína. Júnior Cavalcanti Acadêmico em Ciências Farmacêuticas - UFPE
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