Buscar

TRABALHO INDIVIDUAL 1º E 2º SEMESTRE DEPENDENCIA 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

�PAGE �
SUMÁRIO
31	INTRODUÇÃO	�
42	DESENVOLVMENTO	�
53	O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE AS INFORMAÇÕES DA CONTABILIDADE DEVIDO À LEI Nº 11.638/2007	�
84	O MERCADO CONSUMIDOR ATUAL E O DA ÉPOCA DAS TEORIAS CLÁSSICA E CIENTÍFICA	�
95	OS ASPECTOS ECONÔMICOS NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO E AS MUDANÇAS NO AMBIENTE DOS NEGÓCIOS	�
106	AS DIFERENÇAS CULTURAIS, ECONÔMICAS, SOCIAIS E POLÍTICA SEGUNDO BAUMAN	�
117	CONCLUSÃO	�
128	REFERÊCIAS	�
� �
INTRODUÇÃO
Neste trabalho será apresentado a resenha que se baseia-se nos pensamentos de zygmunt bauman, em sua obra “a sociedade contemporânea: a visão de zygmunt bauman”, que busca refletir sobre a sociedade contemporânea.
Essastransformações modificaram os conceitos de tempo, espaço e indivíduo. Com as identidades plurais em evidencia e momentos de exploração sobre o consumo na cultura pós-moderna, bauman consegue expor seus pensamentos por meio da sua obra “a vida para consumo”, como os indivíduos são alvos desse contexto fluido e suas reais consequências.
Serão tratadas sobre o impacto da globalização sobre as informações da contabilidade, quais as mudanças foram introduzidas na contabilidade devido a lei nº 11.638/2007 para adequar as normas brasileiras as normas internacionais da contabilidade, como também apresentado comparativo do mercado consumidor atual e o da época das teorias Clássica e Científica e relatar de que forma a mudança desse mercado consumir influenciou na globalização. 
E por iremos falar sobre os aspectos econômicos no cenário da globalização e explicar o que mudou no ambiente dos negócios bem como as políticas que deverão ser implantadas no Brasil para que o país esteja apto economicamente para atuar no contexto de economia globalizada, descrevendo as diferenças culturais, econômicas, sociais e política segundo Bauman, entre os comportamentos e as concepções da “sociedade dos produtores” versus “sociedade de consumidores.
DESENVOLVMENTO
 O presente estudo teórico explora o conceito de sociedade de consumidores na obra do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Em particular, o trabalho objetiva analisar, a partir de sua obra, de que modo a subjetividade do sujeito contemporâneo se faz construída ao tomarmos como referência as implicações teóricas do conceito sociedade de consumidores. 
Acerca desse processo, o artigo procura evidenciar os principais argumentos do sociólogo acerca da conformação de um modelo societário reproduzido através da associação entre estado e mercado, e o modo como seus dispositivos acabam por incidir nos sujeitos. 
Estratégias de vida específicas, com ênfase para uma participação na vida pública legitimada pela compra de objetos de mercado, apontam para um cenário no qual desejos e anseios possuem como referentes novas crenças sobre a felicidade. 
O estudo sinaliza, por conseguinte, para a concepção de sociedade de consumidores proposta por Bauman como uma ferramenta conceitual que colabora efetivamente para uma leitura da produção de subjetividade a partir da conjuntura macroeconômica da sociedade
O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE AS INFORMAÇÕES DA CONTABILIDADE DEVIDO À LEI Nº 11.638/2007
Pelo processo de convergência de suas regras contábeis às regras internacionais, ocorridas a partir da edição da Lei 11.638, em dezembro de 2007, e da tradução das normas internacionais de contabilidade editadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), através de pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), e aprovados por Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além de outros órgãos de regulamentação específicos, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Prova disso foi à aprovação da Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Ela pondera em alguns artigos da Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976, alterações, e assim introduz uma nova modelagem em regras específicas das SA's, que caracterizam seu conteúdo e forma de análise das demonstrações financeiras tendo como base o exercício iniciado no ano de 2008. Tais disposições inovadoras vem com o intuito de possibilitar apenas o início da aproximação da contabilidade brasileira, com a contabilidade internacional, o que já se percebe em países de padrões europeus. 
A emergência dessa lei ainda não leva completamente às normas internacionais de contabilidade. A temática em foco trata das inovações da lei n°. 11.638/07, as consequências para as sociedades por ações. Portanto, toda a demanda teórica procurou responder ao quais as principais inovações trazidas pela lei nº. 11.638/07 à Lei nº. 6.404/76. Pois, segundo hipótese levantada a Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007 modificou a Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações, alterando, criando e excluindo algumas contas do Balanço Patrimonial, e instituindo a auditoria externa para as empresas de grande porte. O objetivo geral desse trabalho conclusivo é analisar as principais inovações da Lei nº. 11.638/07 em relação às sociedades por ações e suas consequências. 
Como objetivos específicos: apresentar as principais alterações da Lei nº 11.638/2007 e MP nº 449/2008; analisar as consequências dessas alterações em relação à aplicabilidade da Lei 11.638/2007 na elaboração das demonstrações contábeis; e, elencar possíveis considerações acerca do contexto atual da harmonia das Normas Brasileiras com as Normas Internacionais de Contabilidade. 
Portanto, é de total importância, porque caracteriza as inovações que foram trazidas pela legislação e dessa forma, acabam por exigir dos profissionais mais conhecimentos e maior aperfeiçoamento acerca do assunto, sendo, necessário, desta forma, acompanhar o desenvolvimento do país, e dessa busca em se suprirem as necessidades, igualando-se ao processo internacional, já que o processo de globalização tem atingido inclusive a área contábil.
A lei nº 11.638/2007 foi sancionada pelo Presidente da República em 28 de dezembro de 2007 modificando a Lei das Sociedades por Ações nº 6.404/1976. 
Tais alterações e revogações foram referentes à elaboração e divulgação das demonstrações financeiras, com a finalidade de harmonizar a lei societária em vigência com as práticas contábeis internacionais, além de modernizá-la. 
As alterações ocorreram nos artigos 176 a 179, 181 a 184, 187, 188, 197, 199, 226 e 248 e as revogações nas alíneas c e d do § 1º do art. 182 e o § 2º do art. 187. 
As sociedades que estão sujeitas às disposições da lei nº 11.638/2007, são as sociedades por ações, de capital aberto ou fechado e as sociedades de grande porte que tiveram no exercício social anterior, total do ativo superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais), ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).
Vejamos a seguir as principais alterações ocorridas com a criação da Lei nº 11.368/2007.
Elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC em substituição à DOAR.
DVA - Demonstração do Valor Adicionado obrigatória pra S.A.’s abertas. 
DVA - Demonstração do Valor Adicionado obrigatória pra S.A.’s abertas.
Escrituração elaborada de acordo com princípios fundamentais de contabilidade. Eventuais alterações oriundas da legislação tributária ou legislações especiais deverão ser mantidas em livros auxiliares.
Ativo Permanente dividido em: investimentos, ativo imobilizado, intangível e ativo diferido.
Patrimônio Líquido dividido em: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
Os prêmios recebidos na emissão de debêntures, bem como as doações e as subvenções para investimento, devem integrar o resultado do exercício e poderão futuramente ser destinados para as reservas de lucros.
Ativos avaliados pelo custo ou mercado, dos dois o menor, sempre deduzidos de provisões para perdas. Para ativos de longoprazo, deverão ser efetuados ajustes a valor presente.
Aumentos ou diminuições de valores nos saldos de contas de ativo ou passivo decorrentes de avaliações a preço de mercados serão registrados na conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido enquanto não computadas no resultado do exercício.
Passivos avaliados de acordo com o princípio do Conservadorismo, acrescidos de todos os encargos, juros, multas, correções e variações cambiais. Para passivo de longo prazo serão ajustados ao seu valor presente e também para passivo circulante quando houver efeito relevante.
As sociedades controladas e sociedades que fazem parte do mesmo grupo que estejam sob influência e controle comum devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
As operações de incorporação, fusão e cisão devem ser registradas a valores de mercado. Foi incluída a transformação na Lei n.º 11.638/2007. Antigamente essa opção era normatizada pelo DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio.
o mercado consumidor atual e o da época das teorias Clássica e Científica
As mudanças ocorridas na sociedade trazem modificações, também, para o ordenamento jurídico, este tenta se adaptar e se adequar às transformações, de modo a não perder sua eficácia, nem se tornar ultrapassado.
Desde sua criação, o Código de Defesa do Consumidor tem sido um grande colaborador para a atualização hermenêutica do ordenamento jurídico, e uma referência para todas as áreas do Direito.
O presente trabalho tem por finalidade analisar como se dá o instituto da responsabilidade civil nas relações de consumo, quais foram as mudanças trazidas pelo Código de Defesa do Consumidor - Lei n. 8.078 de 1990 - ao ordenamento jurídico brasileiro e quais são as novas formas de avaliar as relações consumeristas.
Será analisado, ainda, o Direito do Consumidor na Constituição Federal, sua origem, elementos, finalidade, hipóteses em que incidirá a responsabilidade civil e as regras e exceções de aplicação da responsabilidade dentro dos acidentes de consumo.
Pós a Revolução Francesa surgiu o Código Civil de Napoleão em 1804, este buscou unificar e positivar o direito. Consagrou a ideia de igualdade formal, em que todos deveriam ser tratados da mesma forma, como forma de repudiar os privilégios concedidos à nobreza e ao clero.
Este Código primava pelos princípios da autonomia da vontade, do direito de propriedade e brocardo pacta sunt servada, que pode ser entendido como “os pactos devem ser observados”.
Para os codicistas, o ordenamento era considerado perfeito, e se bastava em si mesmo, não havia lacunas de Direito nem antinomias (dogma da completude) e todas as soluções se encontravam no Código, uma vez que o ordenamento (ou sistema) era considerado fechado e deveria achar soluções e justificativas dentro de si mesmo (autonomia).
A partir de 1880 ocorre o declínio do Código Civil de Napoleão, pois apesar do dogma da completude, com as mudanças ocorridas na sociedade começaram a ocorrer alterações no Código. As transformações ocorridas no século XX fizeram com que os princípios basilares do Código Civil francês não fossem mais suficientes para reger essa nova sociedade de forma justa, e logo surgiu o princípio da função social do contrato.
Com a Primeira Guerra Mundial houve o advento da Teoria da Imprevisão. Essa teoria aduz que no caso de impossibilidade de prosseguir com o contrato (pacta sunt servanda), por motivos supervenientes e imprevisíveis, sendo necessária a possibilidade de revisão deste contrato (rebus sic standbus) para evitar sua rescisão.
Já a Segunda Guerra Mundial faz com que haja um grande acréscimo de indústrias de produção em massa, ideia anteriormente disseminada pela Revolução Industrial, “assim como a crescente massificação do crédito e da atividade publicitária”. Em 1916, influenciado por todos esses acontecimentos históricos, passa a existir o Código Civil brasileiro.
Surge, contudo, os contratos de adesão em que há uma “despersonalização do contrato”. Contratante e contratados são estranhos entre si, tendo como único elo o contrato por eles estabelecidos.
Logo a ideia da igualdade formal utilizada pelo Código Civil francês foi substituída pela igualdade material, em que os desiguais devem ser tratados na medida de suas desigualdades.
O Estado, que se mostrou interventivo, podendo o juiz no caso das relações de consumo, por exemplo, inverter o ônus da prova em benefício do consumidor, pois embora no direito do consumidor seja aplicada a responsabilidade objetiva é, ainda, imprescindível que se prove o nexo de causalidade.
O Código Civil de 2002, e o Código de Defesa do Consumidor de 1990 trouxeram inovações para a teoria clássica dos contratos. O Código de Defesa do Consumidor contribuiu para essa mudança de visão que havia nos princípios clássicos contratuais e, rompeu com as barreiras construídas pelo Código Civil de 1916, mesmo antes do novo Código Civil.
A finalidade precípua do Código de Defesa do Consumidor é “restabelecer o equilíbrio e a igualdade nas relações de consumo”, pois o consumidor é considerado parte vulnerável nessa relação.
Enfim, o fornecedor atualmente fabrica milhões de mercadorias, não tendo como analisá-las individualmente. O interesse da indústria é a produção em larga escala com diminuição dos custos, e, aumento da produção.
O mercado consumidor hoje é globalizado e deve ser observado de forma internacional. As fronteiras geográficas entre países e cidades, com o advento da tecnologia principalmente, têm se tornado cada vez mais tênue.
Na realidade, os direitos do consumidor surgem como uma forma de balancear as relações de consumo, compensando a vulnerabilidade do consumidor em relação ao fornecedor. 
A Constituição Federal de 1988 trouxe grandes mudanças para hermenêutica jurídica brasileira, pois a visão do Brasil, a partir desta Constituição, é de um Estado Democrático de Direito voltado à dignidade da pessoa humana.
A interpretação de todo o ordenamento jurídico deve estar em harmonia com a Constituição, sob pena de ser declarado inconstitucional. Inclusive o Código Civil, antes norma base de referência interpretativa, hoje sofre o fenômeno chamado por vários doutrinadores de constitucionalização do direito civil.
“Antes havia a disjunção; hoje, a unidade hermenêutica, tendo a Constituição como ápice conformador da elaboração e aplicação da legislação civil. A mudança de atitude é substancial: deve o jurista interpretar o Código Civil segundo a Constituição e não a Constituição, segundo o Código, como ocorria com frequência (e ainda ocorre)”.
A Constituição Federal versa sobre o direito do consumido, em seu art. 5°, XXXII, prevê o seguinte “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Também há previsão em seu art. 170, V, aduz que a Ordem Econômica observará os princípios de defesa do consumidor.
No art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias foi estabelecido o prazo de 120 dias, contados da promulgação da Constituição Federal, para que fosse elaborado pelo Congresso Nacional o Código de Defesa do Consumidor.
Apesar de não respeitado o prazo de 120 dias, em 11 de setembro de 1990 entrou em vigor o Código de Defesa do Consumidor, Lei n. 8.078. Com um papel de suma relevância para todo ordenamento jurídico brasileiro. 
“As normas ora instituídas são de ordem pública e interesse social, o que equivale dizer são inderrogáveis por vontade dos interessados em determinada relação de consumo, embora se admita a livre disposição de alguns interesses de caráter patrimonial”.
Ou seja, em relação ao direito do consumidor, às partes cabe respeitar as leis impostas pelo Estado, não podendo regular inter partes de maneira diversa ao que está posto pelo Código.
O conceito de consumidor pode suscitar dúvidas em relação ao significado do termo “destinatário final” utilizado no final do art. 2° do CDC. “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviçocomo destinatário final”, esse é o conceito de consumidor standard ou strictu sensu.
Existem duas teorias acerca da definição do termo “consumidor”, a teoria maximalista e a teoria finalista. Para a teoria maximalista basta que o produto seja retirado do mercado para que aquele que o adquiriu seja compreendido como consumidor.
Já para a teoria finalista, para ser compreendido como consumidor não basta apenas que aquele sujeito retire um produto do mercado, é preciso, ainda, que ele seja o destinatário final daquele produto. Pode ser entendido como destinatário final aquele que consome, adquire, utiliza, esgota o produto adquirido para seu uso próprio, “e não para desenvolvimento de outra atividade negocial”.
A teoria pioneira, sem dúvidas, é a finalista. Contudo, há jurisprudências recentes que consideram a hipossuficiência e vulnerabilidade daquele que adquiriu o produto independente da finalidade que ele dê para este produto, mesmo que seja uma finalidade profissional, ele será considerado consumidor.
Ora, de fato não se pode comparar um taxista autônomo que trabalha em veículo próprio, com uma fábrica multinacional de veículos, sendo aquele vulnerável e hipossuficiente em relação a este. Logo, dependerá do caso concreto se será ou não aplicado o Código de Defesa do Consumidor.
Da mesma forma, aquele que vende sua única casa, propriedade de sua família por motivos de mudança, por exemplo, sem intermediação de uma imobiliária não pode se comparar a uma imobiliária multinacional com vários empreendimentos.
OS ASPECTOS ECONÔMICOS NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO E AS MUDANÇAS NO AMBIENTE DOS NEGÓCIOS
Podemos observar que ao final do século XX e início deste, a globalização das economias revela-se através de políticas liberais adotadas por inúmeros governos que vêm atuando sistematicamente a favor do mercado financeiro, dificultando a relação entre a produção e a utilização da força de trabalho.
Devemos aí colocar parênteses. As influências e créditos à globalização reforçam-se e ampliam-se com o uso excessivo da própria palavra que se revela, na verdade, na retórica de governantes – incluam-se aí os do Brasil – como maneira para abrandar e/ou justificar tanto a adoção de medidas impopulares como a inexistência de resultados prometidos ao longo das suas campanhas: crescimento econômico, elevação dos níveis de emprego, inclusão social, este último geralmente superdimensionado.
O insucesso do resultado apresentado é rapidamente justificado, alegando a seu favor a presença de uma força inexorável e irreversível, que vem se impondo ao mundo; uma onda globalizadora à qual a sociedade contemporânea estaria supostamente obrigada à obediência e à dependência.
O modo como a globalização tem sido gerenciada, abrangendo os contratos de comercialização internacionais, que têm cumprindo um papel importante na retirada dessas barreiras, bem como as políticas que têm sido impostas aos países em desenvolvimento no processo de globalização, precisa ser radicalmente repensada.
Na verdade, o que ocorre com os mercados, na maioria dos países em desenvolvimento, não é a virulência das ameaças militares (intervenção militar) que impõe a abertura de suas economias ao gosto das economias mais avançadas, mas o poder econômico internacional, mediante ameaças de sanções ou interrupções temporárias de ajuda financeira necessária em épocas de crise.
Os países em desenvolvimento, caracterizados em geral por: desigualdade na distribuição da renda; grande dependência tecnológica; altos índices de desemprego e subemprego; índice de poupança interna insuficiente e concentrado e altas taxas de juros, apresentam como conseqüência uma forte dependência do capital externo, motivada em grande parte pelas políticas econômicas adotadas nas últimas décadas do século XX.
Esses aspectos – somados às condições desfavoráveis no comércio internacional, advindas do atual processo de globalização econômica que, de certa forma, é o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista – revelam o grau de dependência do Brasil aos países desenvolvidos.
Stiglitz prossegue: Os Estados Unidos davam ordens a todos, em especial depois da crise no Leste Asiático, sobre o capitalismo de compadres e seus perigos. Se a pregação do Ocidente não é levada a sério em todos os lugares, devemos compreender por quê. Não são apenas injúrias passadas, como as práticas injustas de comércio mencionadas anteriormente.Trata-se daquilo que estamos fazendo hoje4. Outros voltam-se não apenas para o que dizemos, mas também para aquilo que fazemos. E nem sempre é um quadro bonito.5
O processo de globalização tem nos oferecido um resultado contrário ao desejado, lembrando que os defensores da ideologia de mercado continuam difundindo o processo de internacionalização econômica, em que os valores e as crenças defendidos pelos capitalistas são impulsionados pelas grandes corporações internacionais.
O que deveria ser correto afirmar é que a globalização, ao contrário do que muitos defendem, é a supremacia de um grupo social sobre outros; em outras palavras, estamos assistindo à hegemonia do processo de internacionalização do mundo capitalista. O atual processo de globalização pode ser entendido, de certa forma, como o apogeu da ideologia capitalista.
Não acreditamos que o atual modelo de globalização seja inexorável e nem irreversível, e estamos convencidos de que se trata de mais um capítulo da história universal que apenas começa, um novo ciclo econômico, a internacionalização do capitalismo, isto é, uma forte concentração das atividades internacionais sob o domínio dos países desenvolvidos: a hegemonia capitalista.
Para Chomsky6 ,a palavra globalização foi convenientemente adotada pelos donos do poder que proveram a ela um significado, usando-a para definir a nova ordem econômica mundial sob a forma de integração internacional, que passou a ser aceita como verdade única. Esse processo globalizante é equivocadamente denominado de acordos de livre comércio, ressaltando que alguns meios de comunicação são mais honestos, como a imprensa econômica, especificamente o Wall Street Journal, que os chamam de acordos de livres investimentos.
A afirmação do Wall Street Journal pode ser aceita como correta, uma vez que os acordos defendidos pelos ricos e poderosos não têm a ver com o livre comércio, mas podem ser considerados de fato livres investimentos, a saber, liberalização dos sistemas financeiros: fluxo de capitais voláteis e não sujeitos a controles.
Por exemplo, o todo-poderoso presidente do FED – Federal Reserve Bank (Banco Central Americano), o Sr. Alan Greespan, reconheceu publicamente em declarações aos principais jornais americanos em 2002 que, na maioria das vezes, são impostas medidas em nome da justiça comercial, mas o que realmente se observa é que tais medidas freqüentemente não passam de puro protecionismo.
Se as pessoas comuns quiserem fazer algo em direção contrária a esse sistema de propaganda, terão de criar organizações que lhes proporcionem uma força para contrapor-se aos principais centros do poder, e quem sabe expandir essa força em outras direções.
De acordo com Bauman, um dos efeitos da globalização seriam o aumento da exclusão social e o redimensionamento do conceito de bem-estar social.
Além disso, o Estado-nação se caracteriza sempre mais pelas medidas contra os “portadores” de insegurança. 
As imensas desigualdades da globalização, situadas no ambiente da compressão do tempo e do espaço, permitem conceber essa nova ordem sob a marca da economia política da incerteza, definida como “o conjunto de ‘regras para pôr fim a todas as regras’ imposto pelos poderes financeiros, capitalista e comercial extraterritoriais sobre as autoridades políticas locais” (Bauman, 2000, p. 175). 
Nada fica no lugar por muito tempo. O contraste é grande com o desenvolvimento do capitalismo industrial no qual os investimentos, as instalações e as máquinas fixavam-se duradouramente nas localidades e nos territórios.A economia política da incerteza desmantela tudo, e alguns de seus alvos foram as redes públicas de proteção social porque o Estado não pode ser deficitário e a confiança internacional requer esse atestado de bons antecedentes. Enquanto o capital flui livremente, a política permanece irremediavelmente local: a globalização retira o poder da política, pois parece que a arena das decisões está em um espaço impalpável. Consolidou-se, assim, o decréscimo da responsabilidade da comunidade sobre o destino daqueles(as) que a integram.
A vida cotidiana nunca esteve tão vulnerável aos acontecimentos globais, o que afeta as ações humanas e os próprios contornos institucionais. Em um mundo cada vez mais interdependente, com uma circulação inaudita de ideias, valores e heranças culturais, a defesa da “pureza” de um determinado conjunto de doutrinas é a última trincheira onde se amontoam os desenganados da globalização, cujo efeito prático é a rejeição do engajamento dialógico de ideias no espaço público. 
As pessoas se retraem no individualismo e na privatização de variadas dimensões da vida social temendo pela sua “segurança”, elas tendem a se desinteressar pela ação coletiva ou pela recomposição das redes de solidariedade social, traduzindo sua passividade e seu medo em votos para aqueles(as) que prometem “ordem.
Essa demanda por segurança implica políticas sociais de criminalização da pobreza que aprofundam as fronteiras sociais. Segundo os dados apresentados em outro livro de Bauman, Globalização: as conseqüências humanas há um aumento considerável de pessoas atingidas pela legislação criminal e destinadas às prisões. De 1979 a 1997, nos Estados Unidos, a proporção de prisioneiros(as) ou de pessoas sob a tutela da lei para cada 100 mil habitantes subiu de 230 para 649 (2% da população estava sob controle do sistema penal). Do início da década de 1960 até hoje, esse número subiu de 40 para 64 na Noruega e de 30 para 86 na Holanda.
Atualmente, na Inglaterra e no País de Gales, 114 para cada 100 mil habitantes têm suas mazelas com o sistema penal. É, portanto, uma segurança experimentada apesar dos outros, em vez de uma segurança vivida com os outros.
No novo contexto mundial, a mobilidade tornou-se um dos pontos mais desejados, pois dela decorre a proeminente hierarquia social, onde os padrões econômicos, sociais e políticos deixaram à esfera local e passaram a agir mundialmente, sendo, portanto, indispensável esta liberdade de ajustamento, pois dela deriva a eficácia do capital e dos investidores modernos. 
Este encurtamento das distâncias e término da geografia é um efeito da velocidade das informações e dos meios de comunicação, assim como um crescente desenvolvimento de novas tecnologias que ao invés de diminuir os espaços das diferenças homogeneizando-as, ele as tornou polarizadas. 
Para alguns ele assegura uma liberdade sem precedentes para se locomover, adaptar e agir à distância, assim podem se locomover para fora da localidade. Mas para outros esta distância continua muito abrangente, cabendo a estes somente o caminho da observação e da constante inépcia para a utilização das informações adquiridas. 
Diz-se com freqüência e com mais freqüência ainda é tido como certo que a idéia de espaço social nasce na cabeça dos sociólogos” (BAUMAN, 1999, p. 34), mas o que é visto e comprovado é o oposto.
O homem desde os primórdios da sociedade sempre se utilizou de padrões de comparação e medidas, de limites e fronteiras. A partir desta idéia o autor nos expõe à luz a discussão da estrutura proposta pelos homens em padronizar os espaços geográficos e a partir dele construir um espaço de reprodução e homogeneidade, tanto no que tange os mapas das cidades, como a própria construção desta. 
Assim, Bauman delineia que para a construção e visão da cidade perfeita os homens são obrigados a rejeitar a história e seus traços palpáveis. Todo esse processo de transformação redundou na precarização e na desintegração dos “laços humanos”, onde a vida seguida de seus padrões lógicos permeou a solidão e demudou as relações sociais em relações autônomas. 
Bauman afirma que desde a origem da sociedade sempre foram utilizados padrões de comparação de medida, limites e fronteiras, contrariando a ideia de que o espaço social nasce na cabeça dos sociólogos. Partindo dessa premissa, o autor nos expõe à luz de que o ser humano tendenciosamente busca homogeneidade na forma de produzir mapas e a construção de cidades com estruturas similares, utopicamente buscando a “cidade perfeita” e que para a construção e visão da cidade perfeita os homens são obrigados a rejeitar a história e seus traços palpáveis.
Esse mapa, não só geograficamente falando, tinha que ser uniformizado de acordo com as necessidades do Estado Pré-moderno, que, para se tornar moderno, teria que ser oficialmente aprovado por esse mesmo Estado. E com todo esse processo de transformação operou-se uma desintegração aos “laços humanos”, onde, com a padronização, as relações sociais se tornaram autônomas e, arremata Bauman que “os homens não se tornam bons simplesmente seguindo as boas ordens ou o bom plano de outros”. Na construção da cidade idealizada, esqueceram que ela depende da oportunidade dada aos homens, pois são eles, e somente eles, que devem se privilegiar desta harmonia “os homens não se tornam bons simplesmente seguindo as boas ordens ou o bom plano de outros” (BAUMAN, 1999 p 54). 
A cidade que outrora fora criada para preservar o coletivo dos males vindos de fora, agora serve para preservar os cidadãos do “inimigo interior”. Sendo assim, pode-se considerar que a cidade foi originalmente criada para preservar a todos dos males vindos de fora. Basta que se observe cada vez mais a busca pela própria segurança como a utilização de carros fechados, sistemas de segurança, etc. 
Estamos nos isolando cada vez mais, pois o evitamento e a separação fazem parte das estratégias de sobrevivência nas grandes cidades. Os muros não estão mais para proteger as cidades e, sim, para blindar o indivíduo que agora se protege dentro de sua casa e de seus muros. Partindo desta reorganização social, o Estado ganha um novo sentido na visão de Bauman. 
No seu terceiro capitulo o autor trabalha com a mudança e a nova perspectiva do Estado, onde este abre uma divisão com a economia. Com a velocidade dos novos acontecimentos, a economia ganha um impulso determinante, que acaba por romper com as últimas barreiras de proteção do Estado, ficando este condicionado ao fator econômico. 
Para Bauman (1999) a pobreza leva ao processo de degradação social que nega as condições mínimas de vida humana. A soma do resultado “fome=pobreza”, derivam outros fatores que “enfraquecem os laços sociais” e passam a destruir também, os laços afetivos e familiares. Todas as tentativas de mudança encontram barreiras e sua eficiência é momentânea, pois, este sofrimento da sociedade humana tem como precedente, amaras, que são facilmente retraçadas e mutáveis pela globalização e pelo sistema de produção capitalista. A globalização deu mais oportunidades aos extremamente ricos de ganhar dinheiro mais rápido.
Esses indivíduos utilizam a mais recente tecnologia para movimentar largas somas de dinheiro mundo afora com extrema rapidez e especular com eficiência cada vez maior. Infelizmente, a tecnologia não causa impactos nas vidas dos pobres do mundo. De fato, a globalização é um paradoxo: é muito benéfica para muito poucos, mas deixa de fora ou marginaliza dois terços da população mundial. BAUMAN, 1999, p. 79). 
Assim sendo, Bauman destaca que a cada momento temos um aumento da pobreza, diminuição das condições mínimas de sobrevivência. Em contrapartida, existe um aumento das grandes potências empresarias e da exploração advinda do seu modelo desvinculado do local, tendo na sua visão e modelo global, um alicerce para sua manutenção e precarização da vida humana.
Com essa discussão, Bauman pensa o mundo como uma sociedade global e, continua, os estudos e as interpretações focalizando temascomo: grupos sociais e classes sociais, guerra, revolução, modernidade e pós-modernidade. Enfim, a produção de Bauman produz interrogações sobre o modo pelo qual se forma, conforma, organiza e transforma a sociedade nacional e as estruturas. Para apreendê-las, é necessário repensar aspectos das Ciências Sociais. Bauman não propõe um rigor de uma mudança paradigmática, mas elabora o estoque de conceitos, como: identidade nacional, partidos, história nacional e modernização.
AS DIFERENÇAS CULTURAIS, ECONÔMICAS, SOCIAIS E POLÍTICA SEGUNDO BAUMAN
Segundo Bauman existem dois tipos de sociedades, essas sociedades se baseiam em Modernidade Sólida e a Modernidade Líquida. 
Zygmunt Bauman encontra-se entre os mais importantes sociólogos da sociologia moderna. Ela pesquisa escreve a respeito temas relevantes dos tempos atuais como: a globalização e suas consequências, tanto no que tange suas transformações, assim como as mudanças trazidas par a vida das pessoas nela inserida. Uma das maiores preocupação do Bauman é analisar o processo de individualização da sociedade. Para desenvolver tal análise ele se voltar para a observação do projeto da modernidade no ocidente. 
Segundo o Bauman, a modernidade costuma ser entendida como um ideário relacionado ao projeto de mundo e visão de sociedade, empreendidos em diversos momentos ao longo da Idade Moderna, sobretudo a partir da Revolução Industrial. Em síntese, ela faz uma investigação sobre as origens e desenvolvimento do Capitalismo.
Para fundamentar suas análises, Bauman faz uma distinção entre períodos da modernidade e da pós-modernidade (1998; 1999); ou como tem preferido chamar em seus últimos trabalhos: modernidade sólida e modernidade líquida (2001; 2004; 2006). A primeira seria justamente a que tem início com as transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de valores e modos de vida cultural e político. Desta forma, Bauman afirma que sólido é aquilo que para outros pensadores, como Weber e Marx, soa como algo rígido, duradouro e previsível em suas formas e possibilidades, em muitos de seus aspectos (econômico, social, político etc.). 
A Modernidade significa o fim da crença em uma ordem revelada e mantida por Deus e a assunção de que “os humanos encontram-se no mundo por conta própria”. Para ele, essa nova modernidade maleável promove a ascensão do individual, e causa declínio das instituições sólidas e tradicionalistas. Para Bauman (1999 e 2004), o que mudou foi a modernidade sólida que cessa de existir e em seu lugar surge a modernidade líquida. 
A modernidade sólida, para Bauman, é caracterizada, principalmente, através da ideia de projeto moderno. O projeto moderno seria o projeto de controle do mundo pela razão par tornar o mundo o “melhor possível dos mundos,” através do ordenamento racional e técnico. O Estado, através de seu projeto: “fornecia os critérios para avaliar a realidade do dia presente. Esses critérios dividiam a população em plantas úteis a serem estimuladas e cuidadosamente cultivadas e ervas daninhas a serem removidas ou arrancadas. 
Bauman concebe a modernidade sólida como plano de controle estatal e científico, valorizando, assim, instituições sociais e políticas. Nessa fase, a igualdade era, ainda, um valor tão importante, ou mais, que a liberdade. Apesar de a individualização ser considerada relevante, era secundária. O indivíduo podia ser distinto e diferente, no entanto, caso desejasse uma aceitação plena deveria se conformar à identidade do Estado a que pertencia. No entanto, os indivíduos já eram entendidos como livres e iguais, podendo exercer direitos e deveres, sendo responsabilizados por suas ações, e sendo livres para empreender a tarefa de construção de uma identidade. Com a modernidade (sólida), os indivíduos deveriam ambicionar se tornar alguém, e lidar com as consequências dessa ambição, tendo em vista que poderiam inclusive fracassar em pleno caminho de sua realização como indivíduos. Essa mudança de parâmetros teria provocado, então, uma quebra dos moldes, as molduras de classe, etnia, linhagem etc., alguns dos já históricos pontos de orientação. 
Para Bauman, o projeto moderno, motor da modernidade sólida, realizava através dos Estados-Nações, uma eliminação da ambivalência. Tudo deveria ser conhecido e categorizado – para então ser controlado. Tudo que permanecesse duplo, confuso, “em cima do muro” – deveria ser eliminado. A ciência operou essa eliminação da ambivalência através da classificação do mundo, visando seu posterior uso técnico. Assim, constata um crescente predomínio da racionalidade instrumental. A racionalização percebida por Bauman, opera na modernidade - tal como Weber acentua - através principalmente da ciência e do Estado. 
A eliminação da ambivalência é definida por Bauman como o exercício da modernidade rumo à racionalização. O objetivo da ciência era eliminar toda a incerteza, imprevisibilidade e indeterminação. Da mesma forma, o objetivo do Estado era a eliminação de suas contradições internas, e isso significava a exclusão dos que não se adaptassem. 
Com o mundo dos objetos manipulados pela ciência e pela técnica, a sociedade passou a ser tomada como objeto de manipulação técnica. A engenharia social foi a transformação do ser humano num meio racionalmente controlável. A humanidade foi tomada, durante a modernidade sólida, como objeto de controle, como instrumento ajustável aos fins do projeto moderno. O ser humano foi tomado como objeto a ser moldado pela racionalidade científica e técnica, e também pela racionalidade legislativa.
Enfim, para Bauman a modernidade significou uma luta contra a toda e qualquer indeterminação. Foi a tentativa de eliminar a incoerência de toda a existência humana. O grande problema da modernidade foi, para Bauman, a suposição de que a ação política – e técnica - racionalmente orientada poderia eliminar toda a contradição do mundo. O processo de individualização é central na modernidade, assim como o processo de racionalização das relações sociais.
Para Bauman na modernidade líquida, tudo é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perde consistência e estabilidade. O indivíduo já não era determinado pelo lugar no qual nascia, e por relações pré-estabelecidas. Medo, exclusão social, produção do mal: são estes os elementos que Bauman considera como “os efeitos colaterais” precisamente da modernidade líquida marcada pela globalização.  Na fase da liquidez, as megaempresas desfrutam de toda a liberdade para realizarem manobras econômicas que tornam o Estado um mero espectador, dominado e sem poder de reação. Tendo na incerteza do mercado uma arma de amortização dos possíveis atos de revolta, tanto da sociedade, como de seus governantes. 
A promessa do livre comércio e o desenvolvimento econômico como profícuo a diminuição das desigualdades sociais, tem se mostrado uma falácia, o que se apresenta é um aumento cada vez mais elevado da riqueza dos mais ricos e uma diminuição drástica das condições de vida dos mais pobres. 
Este novo mundo proposto é o da fome, pobreza e miséria absoluta, onde 800 milhões de pessoas estão em condições de subnutridas e 4 bilhões de pessoas vivendo na miséria (BAUMAN, 1999, p. 81). 
Bauman fala que o que se propaga é a ideia de que pobreza é sinônimo de fome, mas existem outras questões da pobreza que ficam “encobertas”: péssimas condições de vida, analfabetismo, famílias destruídas, etc. Todas as tentativas de mudança encontram barreiras e sua eficiência é momentânea, pois, este sofrimento da sociedade humana tem como precedente, amarras, que são facilmente retraçadas e mutáveis pela globalização e pelo sistema de produção capitalista.
Com a individualização radicalizada, todas as formas de sociabilidade que sugerem dependência mútua passam a ser vistas com desconfiança. As relações interpessoais, segundo Bauman, suspiram um saudosismo descaracterizado do pré-conceito do termo, ele nãose dá pelas inter-relações, mas por uma busca da eficácia de mútua vigilância, de saber quem é você no limitado universo de sua vizinhança, ressalta-se, homogênea. Criando-se uma situação dúbia, pois ao mesmo tempo em que se investe em proteção, adicionando formas de expurgar esses novos vilões, há o enclaustramento, cada vez mais reducionista, de seus investidores em uma realidade-cela.
Com a modernidade líquida, o indivíduo se torna único – ou assume o dever de ser único. Essa mutabilidade de relações também promove o desprendimento, no sentido afetivo e de posse eterna dos bens lucrativos, bastando dizer que hoje devem sim ser de favorável retorno financeiro, mas já tendo noção que são altamente perecíveis e, decorrente a isto, devem ser rapidamente rotacionados. Na modernidade líquida pode-se identificar a centralidade do consumo um meio por onde opera uma objetivação e instrumentalização das relações sociais.
O consumo se torna, na modernidade líquida, fonte principal de satisfação. Mas, além de fonte de satisfação, o consumo se torna o meio por onde os indivíduos se constroem como sujeitos. Através da condição que é a posse de determinados objetos de consumo que uma identidade pode ser assumida ou não. Esses indivíduos, controversamente, não têm controle sobre seus destinos e decisões e, o que é pior, nem podem culpar um terceiro pelo seu grilhão imaginativo, pois a pseudoliberdade é uma ilusão criada como possibilidade de fuga, da incapacidade deste, que não ousa extrapolar os paradigmas. 
Assim, até o espaço público têm-se tornado lugar de problemas privados, socialmente trata-se de uma involução ímpar pelo fato de que: “Não há indivíduos autônomos sem uma sociedade autônoma, e a autonomia da sociedade requer uma auto constituição deliberada e perpétua, algo que só pode ser uma realização compartilhada de seus membros”.
A individualidade é assim, condicional à posse de objetos específicos, ou seja, sujeita ao mundo dos objetos que podem (ou não) ser adquiridos e consumidos. Segundo Bauman: O mundo construído de objetos duráveis foi substituído pelo de produtos disponíveis projetados para imediata obsolescência. Num mundo como esse, as identidades podem ser adotadas e descartadas como uma troca de roupa. O horror da nova situação é que todo diligente trabalho de construção pode mostrar-se inútil; e o fascínio da nova situação, por outro lado, se acha no fato de não estar comprometida por experiências passadas, de nunca ser irrevogavelmente anulada, sempre ‘mantendo as opções abertas.
Assim sendo, os objetos são vistos como objetos de consumo, os quais perdem rapidamente seu poder de sedução. De acordo com Bauman, com o consumo a sedução se perde. Para ser indivíduo é necessário estar consumindo constantemente, pois, ao consumir, através da posse dos objetos de consumo, que o homem se torna indivíduo. Ou seja, a individualização obtida através do consumo.
Para Bauman, todas as relações passam a ser reduzidas a relações de consumo por meio da instrumentalização das relações sociais. Como o consumo, que é passageiro – e se esvai com o fim do desejo – o indivíduo se torna algo móvel, passageiro: “Para a grande maioria dos habitantes do líquido mundo moderno, atitudes como cuidar da coesão, apegar-se às regras, agir de acordo com precedentes e manter-se fiel à lógica da continuidade, em vez de flutuar na onda das oportunidades mutáveis e de curta duração, não constituem opções promissoras. ”
Para Bauman, porém, no atual período da modernidade, a centralidade não se encontra propriamente no dinheiro, e sim no seu uso, no ato de consumo, se hoje o dinheiro é tão importante é porque apenas através dele podemos nos realizar no consumo de bens. Segundo ele: “Numa sociedade de consumo, compartilhar a dependência de consumidor – a dependência universal das compras – é a condição ‘sine qua non’ de toda liberdade individual; acima de tudo da liberdade de ser diferente, de ‘ter identidade Inclusive as mais profundas relações afetivas – amizades, namoros, casamentos – são afetadas pelo consumo como ideal do agir social moderno-líquido. 
O outro passa agora, a ser tomado também como objeto de consumo, útil enquanto oferece satisfação, e dispensável ao fim da utilidade. “Todo o mundo pode ser lançado na moda do consumo; todo o mundo pode desejar ser um consumidor e aproveitar as oportunidades que esse modo de vida oferece. Mas nem todo o mundo pode ser um consumidor, palavras de Bauman, que exemplifica essa colocação com dois extremos: o Turista e o Vagabundo. O turista é um privilegiado que conseguiu o prêmio da mobilidade, sua única frustração é pensar que pelo fato de estar aqui agora, não pode estar em outro lugar. 
Ele vive ansioso pela nova experiência. Seu maior privilégio é movimentar-se porque quer, como quer e quando quer. O vagabundo é um consumidor frustrado. Movimenta-se porque é empurrado pela necessidade de experiência. Os seus sonhos são apenas um emprego qualquer, uma tarefa humilhante para o turista. O primeiro viaja à vontade, normalmente em primeira classe, diverte-se bastante, é adulado, recebido com sorrisos e de braços abertos. O segundo viaja às escondidas, por vezes ilegalmente, ou pagando pela terceira classe e, muitas vezes, visto com desaprovação. As relações humanas dos indivíduos que se constroem pelo consumo, acabam sendo, como eles próprios, imagem do consumo, e acaba por gerar uma fluidez, uma fragilidade cada vez mais acentuada nos relacionamentos humanos. 
Observa-se, ainda, que numa mesma sociedade de consumo o consumidor é a pessoa em movimento e fadada a se mover sempre. A identidade individual se torna passageira, o consumo se torna a forma de construção do self, e como produtos que se alternam nas propagandas, o indivíduo rompe com a fixidez. O indivíduo agora, sem obrigatoriedade de conduta em conformidade com a comunidade, se torna livre, mas essa liberdade é relativa na medida em que suas opções de construção da individualidade são limitadas (ou ilimitadas) pelo consumo.
CONCLUSÃO
O conceito de sociedade de consumidores, em Zygmunt Bauman, como pudemos brevemente analisar no presente trabalho, possui implicações teóricas contundentes para a compreensão da subjetividade do sujeito contemporâneo.
Aponta para a associação entre estado e mercado, e seus dispositivos hegemônicos que no mostra uma engrenagem social de elaboração de discursos com vistas a colocar em andamento os desejos e satisfação dos cidadãos.
O conceito de sociedade de consumidores, no presente autor, por tudo isso, sinaliza bem mais do que uma breve descrição do atual status de nossa relação com os objetos de mercado, mas propõe uma leitura da produção de subjetividade com implicações teóricas relevantes para todos aqueles que buscam ferramentas conceituais para a compreensão dos efeitos subjetivos de uma forma de organização societária forjada no capitalismo neoliberal.
REFERÊCIAS
BAUMAN, Zygmunt. O medo líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Companhia das letras, 2007.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Revisão Renato Janine Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Jahar, 1994.
Benedetto Vecchi, Entrevista à. 1ª ed. Rio de Janeiro: J. Zahar Editor, 2005.
Zahar, As conseqüências humanas. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
Zahar, O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
Jorge Zahar, Medo Líquido. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Ed., 2008.
INTERNET, Google. Books.google.com.br – Pesquisas Diversas, 2015.
SISTEMA DE ENSINO PRESENSIAL CONECTADO
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FABRÍCIO PASSOS DE CASTRO
 FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
 1º SEMESTRE
 2º SEMESTRE 
Juazeiro
2015
FABRÍCIO PASSOS DE CASTRO
FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
Trabalho de CiênciasContábeis apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Dependência do 1º e 2º Semestre.
Juazeiro
2015

Outros materiais