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Introdução a Filosofia do Direito

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Introdução a Filosofia do Direito – Marcos Boeira
11/08/2016
 Ideia central da filosofia do Direito
Justiça Razão prática
 Existem concepções rivais de justiça
Toda ideia de sociedade pressupõe uma ideia objetiva de 
			 ORDEM noção de ordem varia com o tempo 
 Toda sociedade precisa de uma concepção de ordem
 
 Instituições garantem a ordem e a justiça
 Desejáveis -> Justas -> Racionais
Relações humanas
 Indesejáveis -> Injustas -> Irracionais 
 
 Desejo: não necessariamente ser desejado por um indivíduo, mas pelo “consenso” da ordem na sociedade
 Varia no tempo
Todas as sociedades humanas possuem uma concepção à cerca da ordem de suas relações humanas, bem como concepções de justiça e racionalidade que fundamentam essa mesma ordem. Esses valores servem de base para que as instituições possam decidir sobre as relações humanas.
Historicamente, as sociedades humanas possuem concepção própria do que seja a ordem das relações humanas, instituições voltadas para garantir esta mesma ordem e um conjunto de padrões que definem o que é a justiça e a racionalidade naquele contexto. A justiça é o fundamento da noção de ordem social. 
Noção de ordem para os gregos: COSMOVISÃO 
 mundo
 
Se dilata do indivíduo ao infinito
Somente um recurso era possível para expressar sua concepção
 MITOLOGIA
Princípio para a cosmologia grega símbolos/mitos/alegorias
 
 Base para a reflexão filosófica 
 em temas como a Justiça
Toda compreensão antiga sobre a ordem, o mundo e o universo
começou na literatura mitopoética. A investigação sobre a origem e o fim do universo só foi possível porque o espírito de Homero desvendou narrativas baseadas em mitos, símbolos e alegorias para explicar o “inexplicável” 
A cosmovisão grega parte de uma exposição sobre a estrutura da
realidade. Nessa perspectiva, o meio empregado por Homero e seus sucessores para explicitar a estrutura implícita do universo foi a literatura mitopoética, com símbolos, alegorias e mitos.
	
18/08/2016
A história primitiva da Grécia pode ser caracterizada como um intervalo de profundas transformações na sua estrutura linguística e cultural. Durante a Era dos Pré-Socráticos, a idade dos mitos foi cedendo a uma era racional, cujas exigências cosmológicas eram mais sofisticadas. Perguntas como “Qual o princípio de todas as coisas?” e “O que é o ser?” pressupunham raciocínios mais rigorosos de parte dos filósofos. 
O cosmos é composto de três níveis de ordem, articulados entre si: a natureza, composta de seres materiais em geral; a sociedade, composta de seres que agem racionalmente; e o logos, correspondente a instância racional intangível dos primeiros princípios do conhecimento. Cada nível desses possui uma autonomia na estrutura do universo.
Cada âmbito desses possui leis que lhe são correspondentes. As leis da natureza a ordenam; as leis da sociedade ordenam os comportamentos humanos ao bem da cidade (pólis); as leis do pensamento ordenam a inteligência ao uso dos primeiros princípios do conhecimento em geral.
O problema cosmológico na raiz da Filosofia Grega
Do mito ao logos (era da razão)
Cosmos -> questionamentos -> primeiramente respondidos através dos MITOS.
Início: literatura de Homero -> mitos como deuses, heróis e seres humanos se relacionam.
		
 
Diversas teorias para o princípio de todas as coisas que, com o
tempo, vão se refutando;
Era da razão: pré-Socráticos;
Entre Homero e Sócrates tivemos a passagem da era dos mitos para a idade do logos. Paulatinamente, o sentido do pensamento sobre o cosmos foi se descolando dos mitos e adquirindo níveis racionais mais exigentes.
Na era dos pré-socráticos, as respostas sobre o que é o ser e qual o princípio de todas as coisas foram variadas e contraditórias entre si até o advento de Sócrates.
Áreas do saber
Natureza Sociedade Princípios do conhecimento
 Uma não pode existir sem a outra Gnosiologia
Ordem
O cosmos é para os gregos uma ordem -> pressupõe dizer que todas as partes estão agrupadas, ou seja, precisa ser preenchida pelas três áreas.
Três níveis de existência:
 Escala
Natureza -> Physys seres animados
 Matéria seres inanimados
1ª dimensão de conhecimento
Sociedade -> Ethos
 lidando com comportamento humano
Ethos -> morada das virtudes
 comportamentos ordenados
 maximum
Ordem: expectativa do comportamento do outro; animal racional.
Logos (razão)
Além da matéria;
Lógica.
A concepção de ordem dos gregos tem uma direção que se inicia no 
elemento mais tangível do cosmos e que ascende progressivamente para as questões mais intangíveis e fundamentais. Os três níveis da ordem ao saber (physis, ethos e logos) exigem raciocínios cada vez mais complexos a medida que subimos na escala do conhecimento. O filósofo é aquele que alcançou o nível mais alto na escala da ordem cósmica.
Os níveis são autônomos;
Segundo os gregos, a natureza tem suas regras que dão
regularidade aos fenômenos;
Logos: lei do pensamento, lógica, primeiros princípios do
conhecimento humano.
Os níveis de ordem pressupõem, cada qual, leis que dirijam e
conservem os seus respectivos elementos. 
leis da natureza -> conservação do planeta;
leis da sociedade -> conservação da pólis;
leis do pensamento -> conservação das verdades intelectuais.
25/08/2016
Parmênides: ser é imutável; metafísica; intelectual; tudo permanece; Kairos = eterno
Heráclito: ser é movimento; alteração constante; transformação; cosmos em constante mudança; Chronos = deus da transformação.
As noções de Parmênides e Heráclito sobre o ser foram
fundamentais para a cosmologia platônica. Ambos apresentaram posições metafisicamente mais sofisticadas do que os pré-socráticos.
01/09/2016
Platão
Diálogo Timeu (especulação sobre a natureza do mundo físico e os seres humanos);
Cosmologia: estado do ser;
Ser: se origina do que é imóvel, entretanto ele mesmo é móvel;
Uno: indivisível, perfeito em si mesmo
 Imutável primeiro motor imóvel -> Dynamis
Demiurgo: concebido pelo uno para conceder as coisas do 
 universo, como um produtor.
 Dois níveis de plenitude e perfeição: 
 Expectador; contempla sua criação.
 inteligência
Demiurgo mundo das formas/ideias
 mundo sensível
UNO
No diálogo “Timeu”, Platão desenvolve sua teoria do ser sacando a
figura do Demiurgo como o produtor do universo. Esse artesão produz dois níveis de realidade: o mundo das formas (realidade suprassensível) e o mundo da “matéria” (realidade sensível)
O mundo das formas de Platão (teoria das ideias)
Demiurgo tem ideias (perfeitas): idealizar.	
 tudo que é inteligível
Forma: plena e perfeita. Fundamenta tudo que existe no mundo sensível. O mundo sensível participa do mundo das formas.
Conhecimento do mundo das formas: inteligível, se atinge pela inteligência.
O mundo sensível: imperfeito por conta da matéria -> é o cárcere da forma. A forma é impura por estar presa na matéria
“O demiurgo concebe o mundo das formas como um nível puro e perfeito. O mundo sensível, por outro lado, é impuro já que a matéria que preenche a forma apresenta de modo imperfeito para a inteligênciahumana.”
A matéria impede que conheçamos plenamente o mundo das ideias.
Tese da imortalidade da Alma
Ser humano
Forma: alma
Matéria: corpo
Nossa alma está presa em nosso corpo.
A alma é imortal e tem a finalidade de ascender (no sentido de sua plenitude, de conhecer a verdade), mas pode também “descer” (desprovida da verdade). Em certos momentos busca a plenitude e em outros o prazer.
Razão é diferente de intelecto. A razão é a operação do intelecto.
“A alma imortal é a forma perfeita dos indivíduos, o que lhe qualifica é o intelecto. A inteligência é a potência mais nobre da alma”.
Justiça e Racionalidade em Platão
 
Alma Forma
corpo Intelecto Matéria Ser humano
Alegoria da caverna -> República
 
 
 Sensibilidade	
Libertação -> se dá por meio da Paideia (educação) 
 Inteligência
 
 mundo interno
Mundo externo: bem e verdade
Ecos e sombras: presos a fatos e circunstâncias que somente aparecem, nada podem contemplar, olham apenas com os olhos do corpo, ou seja, não enxergam o bem e a verdade.
A matéria impede a contemplação das essências
Para sair da caverna (mundo dos prazeres e vícios) é necessário coragem e desenvolver o intelecto. A libertação da caverna é como uma luta contra si mesmo para colocar-se na luz.
Paideia (educação – sensibilidade e inteligência) -> ato de sair da caverna.
Libertar-se: busca pelo eu existencial
Educação dos sentidos e do intelecto;
Autodomínio -> pensamentos e atos em unidade;
Integridade;
Preparar o intelecto;
Platão funda uma academia para essa educação
A alegoria da caverna, para ser bem compreendida, evoca uma filosofia moral que lhe é implícita. A dicotomia interior/exterior da caverna corresponde à distinção existente entre o mundo material e o mundo das formas (bem e verdade). Enquanto no interior os indivíduos estão privados do bem absoluto em razão da matéria, no exterior o sol representa o bem pleno. O esforço de alguns indivíduos para atingir a liberdade (domínio dos prazeres) requer a busca incessante das virtudes, o que advém por meio da educação (paideia).
 Minhas anotações:
Mundo interior: mundo dos prazeres;
Sair da caverna é um ato de libertação, “sair de si mesmo”;
Liberdade é a perseguição das verdades
Filósofo é aquele que ama o saber, que alcançou a virtude máxima. Um rei filósofo seria necessário para a pólis ideal.
“Para Platão, dentre todos os indivíduos presentes na caverna, há um que é mais excelente que todos e cujo sentido da vida está na aquisição de virtudes e no amor pela sabedoria (amor pelo bem e pela verdade): eis o filósofo que, por estar nessa condição, também é o mais apto para governar a cidade em direção a sua felicidade.”
Pólis e Justiça
 Pólis concreta (imperfeita)
Formas
_______
Matéria
 Pólis ideal (perfeita)
 
 
 Bem/beleza/verdade
(Pólis ideal) FORMAS Inteligência
 Almas
Conjunto de relações ordenadas: virtudes da justiça
 na pólis: justiça é a virtude mais importante, gera harmonia
A forma ideal da virtude da justiça só é plenamente conhecida no mundo das formas pois corresponde ao conjunto de todas as relações perfeitamente ordenadas entre as almas. Nesse sentido, a virtude da justiça implica na plenitude da relação e serve de ideal a ser atingido pelos indivíduos que habitam a pólis concreta.
Como a pólis concreta busca a justiça?
Educação -> virtudes -> social -> justiça
Para ser justo: ordenado, corajoso
	ter excelências individuais; ter virtudes
	 Pólis
 Educar o coletivo
	Virtude
	Governantes (rei filósofo)
	Virtude
	Administradas
	 Virtude
	Artesãos/camponeses
Como a pólis concreta busca a justiça? Para Platão, a ordem da cidade política é diretamente proporcional a busca das virtudes que os indivíduos perseguem nos seus respectivos âmbitos de atividade, sejam governantes, administradores ou artesãos camponeses.
Justiça e razão prática em Aristóteles
Diferenças entre Platão e Aristóteles sobre a noção de “ser”;
Ser humano -> antropologia 
Platão
Mundo das formas -> perfeito;
Mundo da matéria -> imperfeito.
Para Aristóteles não existe mundo das formas:
A forma está na própria coisa;
Forma e matéria = conjugadas;
Ser: unidade de matéria e forma;
Todo ser tem princípios que o identificam
Teoria das quatro causas:
Unidade de matéria e forma;
Origem;
Finalidade;
Causa material: matéria prima, o que dá individualidade
Causa formal: forma;
Causa eficiente: origem;
Causa final: meta
A metafísica de um ser em Aristóteles parte da tese de que todo ser é composto de matéria e forma, ou seja, a forma está na coisa enquanto substância e não no mundo separado (tese platônica). Todo ser tem quatro causas: material, formal, eficiente e final. A forma se diz de dois modos: como substância individual e como essência (ideia, forma comum).
Ser humano – Aristóteles
Composto de matéria e forma
 
 corpo	 alma 
	 Alma
Causa eficiente do corpo; 
Não tem uma teoria teológica;
Princípio de movimento;
Organismo biopsíquico;
Destina o corpo para certos fins;
Psique humana;
Finalidade e origem do corpo;
Substância -> cada um tem a sua alma;
Essência -> todo ser humano tem
Faculdades/potências/disposições próprias deles
O ser humano possui matéria e forma, corpo e alma, como também origem e finalidade. Para Aristóteles, a alma é o princípio de movimento do corpo. É definida em termos mais físicos do que metafísicos. É, portanto, organismo biopsíquico, possuindo disposições e faculdades que lhes são próprias segundo essa natureza.
Potências da alma 
Potência vegetativa (corpo);
Potência sensitiva (corpo);
Potência intelectiva (intelecto).
Potência vegetativa: conservação e crescimento do corpo;
nutrição; o que nos torna seres vivos.
Potência sensitiva: sentido/sensações; consciência de nossas sensações; princípio do conhecimento -> sentido traz conhecimento humano;
Potência intelectiva: da alma enquanto alma; uso da inteligência da alma (quem opera é a alma e não o corpo); estamos conhecendo as coisas, adquirindo conhecimento; nesse ponto, corpo não é importante; a potência intelectiva possui modos para operar (razão -> operação do intelecto);
Para Aristóteles, as potências vegetativas e sensitivas visam dar movimento ao corpo. A potência intelectiva visa o conhecimento de todas as coisas. Somente os seres humanos possuem essa condição, por serem dotados de intelecto, por serem racionais.
Continuação potência intelectiva
Conhecimento da verdade
	Lógica;
	Metafísica;
	Gnosiológica;
	Moral;	
		 Mecanismo de operação para chegar a verdade
Intelecto é diferente de razão. Razão é uma operação do intelecto, enquanto esse é uma potência.
Diferenças entre razão teórica e prática:
Razão teórica: 
usada quando o intelecto procura verdade por meio de abstração;
descobrir/captar/desvendar verdades que são imutáveis e invariáveis; 
exemplos: matemática, aritmética elementar.
Razão prática: 
princípio de demonstrações (lógica);
princípio de contradição; 
“razão pela razão”; 
ação humana, agir; 
“fim de toda atividade é o bem e o bem é aperecível”; 
operação que move o indivíduo em busca de um bem;
bem não egocêntrico: nãose resume somente ao indivíduo -> altruísmo; bem comum;
razão + vontade -> instância superior ao “gosto” (2º querer)
Fim: verdade prática
Mutável e variável (não é absoluta);
Circunstâncias do agente.
Virtudes do intelecto:
Aperfeiçoam as duas razões;
Aumentam a inteligência.
O intelecto possui dois mecanismos de operação: a razão teórica e a razão prática. A razão teórica busca a verdade (o conhecimento dos princípios) por meio de abstração (exemplo: o princípio lógico da não-contradição, base para todo raciocínio matemático. A razão prática, por outro lado, tem em vista o bem devido a uma circunstância de ação dentro do qual o agente esteja. A razão prática opera em aliança com a vontade, desse modo a vontade racional é o princípio que vincula os seres humanos ao bem comum entre eles
Virtude é a busca pela perfeição, ser excelente, um hábito bom.
Virtude da razão teórica é a sabedoria: “é sábio aquele que tem maior conhecimento dos princípios;
Virtude da razão prática: sabedoria prática; prudência.
 Como devo agir?; Agir da melhor forma 
 Experiência possível em determinada 
 circunstância; mãe de to- . as virtudes morais.
A prudência é a virtude da razão prática, ou seja, é o bom hábito intelectual que leva a razão prática a deliberar bem nas circunstâncias variadas da vida. A prudência, portanto, é o princípio da ação racional e de todas as virtudes que lhes são correspondentes.
 Intelectuais (sabedoria e prudência)
2 tipos de virtudes
 Éticas (morais, do caráter) ações
				 dependem da prudência
	Razão prática prudência “BEM”
 bem; deliberar meio mais adequado.
 Achar meio termo nas ações; o termo adequado para chegar ao bem	
	Virtudes éticas:
Hábitos;
Dependem da prudência pois dizem quando falta ou quando excede a virtude.
Coragem enfrentar os próprios medos;
Temperança autodomínio, sensibilidade equilibrada;
Justiçadar a cada um o que lhe é devido. Relacional.
Noção de justiça: para Aristóteles, a justiça é uma virtude relacional pois a sua realização pressupõe dois ou mais indivíduos. A justiça, como também a temperança e a coragem, depende da prudência, isto é, do termo médio que torna o hábito bom.
Tipos de justiça:
Corretiva (comutativa)
Entre duas partes;
Partes em iguais condições (A=B);
Igualdade aritmética;
Exemplo: contratos de compra e venda.
Distributiva
Tratar proporcionalmente as partes envolvidas;
Dar a cada um o que lhe é devido de forma proporcional;
Envolvidos desiguais;
Igualdade proporcional/equidade;
Exemplo: Estado políticas públicas diminuir desigualdades.
Legal ou política
O bem que a parte dá ao todo;
Dar o bem que é devido a comunidade; 
Seguir as normas;
Igualdade política;
Exemplos: respeito devido ao meio ambiente; bem da comunidade política.
Para Aristóteles, há três tipos de justiça: a comutativa, em que uma parte dá o que é devido a outrem; a distributiva, em que o todo distribui de maneira proporcional os bens entre as partes; e a política, em que os habitantes de uma cidade dão o que é devido ao todo segundo o direito, e participando na vida social para aperfeiçoar os bens da comunidade política.
Eudaimonia
 ser feliz; ser virtuoso; habitualmente disposto a buscar o bem. 
Ação racional conforme as virtudes
Vontade racional orientada pela prudência;
Corajosa, temperante e justa;
Noção individual virtudes éticas (do caráter)
Bem da comunidade política bem comum
Felicidade coletiva;
Bem da cidade;
Bem apetecível politicamente;
Virtudes políticas;
Comportamento em conformidade com o direito;
Justiça política;
Forma da pólis ordem conjunto de suas instituições
Conserva ordem da pólis conserva outras justiças;
Instituições: manutenção da justiça.
A eudaimonia pressupõe que os habitantes de uma cidade persigam sempre o bem comum por meio de insituições que corrijam os excessos ou as faltas de justiça. 
_________________________________________________
Filosofia do direito na Idade Média
Justiça de Aristóteles + direito latino conjunto de contribuições;
Jusnaturalismo;
Teoria da Lei Natural – Tomás de Aquino:
Razão prática é um bem com a finalidade de alcançar o próprio bem;
Toda ação deve buscar o bem e evitar o mal ato imperativo;
Lei natural dirige a razão prática busca do bem comum através de atos de moralidade;
Direito natural conjunto de regras morais surgem através da convivência social;
Direito positivo expressão pública do direito natural;
Lei natural/razão prática direciona os atos humanos aos bens básicos;
Direito e lei em Thomas Hobbes
Direito ≠ Lei;
Indivíduos vivem no estado de natureza inclinação para a guerra;
Indivíduo movido por paixões ligado a uma paixão dominante, como uma ideologia;
Estado de natureza:
Competição;
Amor = satisfação do desejo;
Escassez competição;
Desconfiança (inclinação para a guerra);
Um grupo vitorioso.
Direito de natureza posso agir ou omitir em defesa da minha própria vida posso usar qualquer meio para esse fim;
Lei de natureza = obrigação de agir ou omitir para defender minha vida;
Tipos de Leis de natureza:
Busca pela paz preservação da vida guerra pode ser uma ferramenta;
Renúncia do direito de liberdade para alcançar a paz único beneficíario (direito) contrato social.
Contrato social indivíduos abdicam do estado de natureza transferindo seu direito de liberdade, de agir de qualquer modo para proteção da vida tentativa de garantir a paz necessidade de alguém/algo com poder de coação sobre todos soberano age através de leis positivas (origem do direito civil) fim ao estado natural de guerra.
Hobbes positivismo jurídico (diferenciação entre direito e moral)
__________________________________________________________
Filosofia do direito em Immanuel Kant
PRESSUPOSTO EPISTEMÓLOGICO razão
Noção de verdade subjetiva, o sujeito é portador dela e desconfia que os fenômenos externos não lhe apresentem a verdade. Fenômenos tem mudanças que não permitem que conheçamos sua essência: "conhecemos a essência do apagador ou o fenômeno do apagador?";
Para Kant, qualquer coisa fora do sujeito é objeto de desconfiança, de dúvida;
O Coração da verdade dentro da mente é a razão e as provas de verdade/conhecimento são sempre arguidas de razão.
	RAZÃO Instância, faculdade do espírito
				 tudo aquilo que é imaterial
Todos nós somos portadores da razão, todo aquele que tem razão tem acesso a uma espécie de interdito universal que é compartilhado por todos nós, algo que todos os sujeitos racionais pensam pelo simples fato de possuírem razão. Ter razão significa que o sujeito está habilitado a tomar posse da lei universal (conjunto de todas as determinações da razão), como se habitasse nos sujeitos de maneira inata. Chegamos a essas determinações porque isso está em nós, basta que esforcemos nossa razão para alcançá-las. Tudo que pensamos e construímos não é justificado por nada externo a nós, está tudo justificado internamente, na medida em que a minha razão é suficientemente capaz de acessar a lei universal, de acessar a essas determinações que me ordenam concluir certas questões de maneira determinada. Acessando essas determinações da lei universal nos deduzimos essas determinações para o nosso pensar e para o nosso agir, a prova disso é que nós demonstramos (2+2=4, aceitamos isso porque fizemos a mesma operação que o outro, uma determinação da lei universal, nesse caso uma operação aritmética. Não precisei do mundo externo, experimental, para provar isso. Para Kant falar que 2+2=5 éuma irracionalidade, uma violação da lei universal);
Lei universal: determinações universalmente compartilhadas por todos os sujeitos racionais.
O sujeito universal acessa a lei universal por intermédio da razão e dela deduz determinações para o pensamento e para a ação. Segundo Kant, o contemplar e o agir possuem como princípios as determinações da lei universal.
 IMPERATIVOS
Determinações da razão para os pensamentos e o modo de agir em sociedade;
 Teóricos
Conclusões pensamento
IMPERATIVOS CATÉGORICOS
					Ação categorias imperativos morais
					 Práticos 
							Como se dentro de nós houvesse um código moral que determina a melhor maneira de agir
			
Liberdade é ser racional, agir de um tal modo que respeite a máxima da universalidade da minha ação. 
Se eu agir sempre de acordo com os imperativos categóricos, sempre serei livre pois serei racional.
Imperativos categóricos referes a ação imperativos práticos.
 preceito de lei moral
Só há o absoluto/universal. Relativo está no campo externo.
Para Kant, os imperativos categóricos podem ser teóricos ou práticos: os primeiros são determinações lógicas para o pensamento e os segundos determinações lógicas para o agir humano – para tal requerem uma vontade do sujeito racional com a lei universal. Essa conexão pode ser vista na máxima “aja de tal modo que a máxima da tua ação esteja em conformidade com a lei universal.
MORAL E DIREITO
Agir moralmente adequar minha vontade a lei universal; agir de acordo com os imperativos práticos ser sujeito racional com autonomia moral;
Lei moral lei interna; depende da minha vontade de segui-la ou não.
	MORAL
	DIREITO
	Vontade lei universal
	Conjunto das leis positivas coerção
	Autonomia liberdade
	Heteronomia fora de mim determinado por algo que me transcede
As leis positivas que coagem o sujeito a agir de maneira universal se diferem da moral pois a coerção é externa;
Tanto a moral quanto o direito são imperativos práticos;
Moral determina o comportamento de um indivíduo, direito de todos; 
Validade do direito condicionada a moral; espelho externo da moral;
Justiça = máximo respeito a todas as autonomias morais; manutenção desse limite através do estado;
Finalidade do Estado manter a justiça, não é o bem comum. Estado não define o bem, apenas a forma;
Para Kant, tanto a moral quanto o direito são leis (lei moral e lei jurídica) que determinam os modos corretos da ação humana. A lei moral determina de modo autônomo e segundo um ato de vontade, enquanto a lei jurídica determina heteronomamente por meio da coerção externa. A justiça é definida como a manutenção das esferas individuais autônomas de liberdade.
Filosofia do Direito em G. H. Hegel
IDEALISMO ALEMÃO “filosofia do espírito”
Corrente que surge com Kant e Hegel;
Metafísica de Hegel;
“Espírito absoluto” imaterialidade;
O espírito absoluto é uma categoria puramente filosófica; tem uma existência contínua e absoluta que está acima da história e, ao mesmo tempo, é a razão da história; existe um movimento dialético do espírito;
Determinação
Consciência
Subjetivo (não consegue se determinar
Indeterminação (alienação)
Quando o espirito aliena-se, não tem consciência de si indeterminado;
Nos períodos de paz, o espírito está determiando, nos de guerra, indeterminado;
Espírito imagem, reflexo da civilização humana;
O direito é uma parte do espírito absoluto e representa como o espírito volta a consciência, a objetividade do espírito instrumento da busca da paz.
A metafísica de Hegel está sustentada na vida do espírito absoluto, entendido como a razão ou a ideia da história. O espírito é uma categoria filosófica tal como o uno de Platão. Segundo Hegel, há uma dialética do espírito: em certos momentos, está consciente de si, determinando a si próprio (espírito objetivo); em outros momentos, está alienado de si, sem condições de determinar-se (indeterminação). A vida do espírito absoluto é uma eterna tensão entre consciência e alienação.
FILOSOFIA DO DIREITO 
Tratado filosófico de Hegel: enciclopédia das ciências filosóficas: 
 	
Espírito absoluto Sujeito 
Espírito alienado, continua vivendo.
3 níveis de determinação
Direito abstrato
- faculdade/possibilidade que permite ao sujeito continuar vivendo
- é o campo ideal das faculdades humanas e das possibilidades de tomada de consciência. 
		Direito de propriedade
- direito de apropriar-se do que quer que seja para que volte a consciência;
- gera possibilidade de sair da alienação, mas não quer dizer que vá necessariamente sair sujeito pode continuar na indeterminação;
- é a categoria jurídica que permite ao sujeito continuar vivendo mesmo quando alienado. É, portanto, o campo humano da indeterminação
 b) Moralidade
- tomada de consciência do sujeito;
- não material, conceito formal;
- intenção, instinto, apetite, etc. motivações internas;
- consciência agir;
- tomada de consciência autonomia responsabilidade;
- o campo da moralidade, para Hegel, corresponde a consciência que o sujeito adquire para agir externamente. Essa consciência se deve às motivações internas, tais como intenção ou apetite. Na moralidade, o sujeito se determina objetivamente com grau de consciência e, assim, com responsabilidade pelos próprios atos.
 c) Eticidade
		- 3 insituições que reconhecem o indivíduo como consciente:
Família (formal união de indivíduos) laços sentimentais; vínculos afetivos;
Sociedade civil-burguesa (produtiva);
Estado instância máxima
- Como cidadãos, somos totalmente conscientes de nós mesmos autodeterminação = liberdade sou livre quando sou consciente de mim e reconhecido pelas insituições;
- O campo da eticidade corresponde ao mundo externo do sujeito composto por instituições de reconhecimento. No âmbito institucional, os indivíduos tomam consciência de si como sujeitos sociaiscuja autodeterminação responsável corresponde à liberdade reconhecida como válida. A autodeterminação ocorre em três graus institucionais: família, sociedade civil-burguesa e Estado. O Estado é a imagem do espírito absoluto na história.
	
Filosofia do Direito em J. J. Rousseau
	
Do estado de natureza ao estado civil
O indivíduo é dotado de certos direitos inalienáveis. No estado de natureza, na ausência de poder civil, na ausência de qualquer manifestação de poder, os indivíduos têm uma liberdade natural, uma liberdade que lhes confere poder para apropriar-se de coisas. O estado de natureza é uma situação na qual os indivíduos não tem nenhum limite para dispor de outras coisas. Para ele, o indivíduo nasce bom, mas a socialização/convivência social com os outros vai deteriorando essa bondade (deterioração da bondade natural). Essa deterioração leva a conflitos no estado de natureza, tornando necessária uma convenção que ponha fim a esse estado de natureza, caminhando para um pacto social, cedendo ao todo para poder conviver.
Passam a ter uma nova condição na qual podem conviver uns com os outros, passam de uma liberdade natural para uma liberdade convencional (liberdade fruto da convenção) -> diminui a esfera do “agir”, o poder e a disposição sobre todas as coisas.
A ordem social só pode vir através de uma convenção, que ocorre no pacto social.
“Para Rousseau, no estado de natureza os indivíduos possuem uma liberdade natural e direito inalienáveis. No contrato com outros indivíduos vai se deteriorando aquilo que existia de bondade. Surge a dominação e, com isso, o conflito. O único meio para buscar a ordem social e a paz é o pacto social, uma convenção na qual os indivíduos alienam seus direitos em prol de toda a sociedade. “
Quando o pacto social acontece, o antigo agrupamento de indivíduos isolados forma agora um corpo unitário com vínculos unitivos absolutos, cria uma sociedade que é vista como esse corpo social em que todos integram e são relevantes. Essecorpo social e político (Estado) é soberano, uno e indivisível (estado civil). Todo corpo social para expressar o seu poder soberano precisa de uma voz, a palavra é a condição absoluta de toda vida política. Na política, a palavra carrega significados e exigências profundas.
Vontade de todo = vontade geral
Vontade geral
Vontade geral é a própria soberania da nação. Qualquer decisão da vontade geral é uma ordem abstrata e geral para todos = lei. A lei é expressão da vontade geral, é a voz escrita da vontade geral. Lei adquire significado universal tão logo aprovada, não interessa se foi aprovada pela maioria, todos, inclusive as minorias, devem acatá-la. A lei como fruto da vontade geral é um modo bastante genuíno de como deveremos encarar a democracia, que é um mecanismo através do qual a vontade geral se expressa por meio de procedimentos.
 DemocraciaLEI
 Governo das leis
“Após o pacto social, o corpo político passa a ser concebido
como uma abstração, um todo orgânico dotado de soberania una e indivisível, tal soberania é expressa pela vontade geral que a manifesta por meio da lei. As noções de vontade geral e soberania são fundamentais para a moderna noção de lei e de democracia.”

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