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Conteúdo I Transformadas de Laplace 2 0.1 Transformada de Laplace como Integral Imprópria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 0.2 Funções de Ordem Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 0.3 Transformada Inversa de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 0.4 Resumo: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 II Resolução EDO com Transformadas 10 0.5 Resolução de PVI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1 Parte I Transformadas de Laplace 2 A transformada de Laplace permitirá que transformemos equações diferenciais em equações algébricas, após, utiliza- mos uma transformada inversa que faz com que a equação algébrica solucionada se torne a solução da equação diferencial (maquinário pesado para resolver equação diferencial"). Ela é uma transformada integral. 0.1 Transformada de Laplace como Integral Imprópria Definição 1. Seja f : [0,∞)→R. Então a transformada de Laplace da função f(t) é definida por: F(s) = L { f (t)}= ∞ˆ 0 e−st f (t)dt se a integral imprópria converge ao menos em um valor de s. O núcleo da transformada, no caso da de Laplace é n(s, t) = e−st Exemplo 1: f (t) = 1, t ≥ 0 usando a definição: F(s) = L{1}= ∞ˆ 0 e−stdt = lim ψ→∞ ψˆ 0 e−stdt = lim ψ→∞ ( e0 s − e −sψ s ) = 1 s Exemplo 2: L{ekt}= ∞ˆ 0 e−stektdt = ∞ˆ 0 e(k−s)tdt = lim ψ→∞ ψˆ 0 eudt L{ekt}= 1 s− k Para polinômios: L{tn}= n! s(n+1) (1) note que para 1: n = 0 L{1}= 0! s(0+ 1) = 1 s Exponencial: L{eat}= 1 s−a (2) A transformada por ser uma integral, possui as mesmas propriedades que a integral: • L {α f (t)+βg(t)}= ∞ˆ 0 e−st(α f (t)+βg(t)dt = α ∞ˆ 0 f (t)dt +β ∞ˆ 0 g(t)dt = αL{ f (t)}+βL{g(t)} Teorema 1. Se α e β são constantes, então L{α f (t)+β f (t)}= αL{ f (t)}+βL{g(t)} Podemos calcular a transformada de algumas funções a partir de outras conhecidas: Exemplo: L{5+ 8t3} t ≥ 0 L{5+ 8t}= 5L{1}+ 8L{t}= 5 0! s0+1 + 8 1! s1+1 = 5 s + 8 s2 = 5s2 + 8s s3 Exemplo: L{coshkx+ sinhkx} 3 teremos: coshkx = 1 2 ekx + e−kx e sinhkx = 1 2 ekx− e−kx logo (fazendo uma por uma): x→ t L{coshkt}= L { 1 2 ekt + e−kt } = 1 2 L{ekt + e−kt}= 1 s2− k2 tal como seno hiperbólico: = L{sinhkx}= 1 s2− k2 Para todo s maior ou igual a zero. 0.2 Funções de Ordem Exponencial Que tipo de funções possuem transformadas de Laplace. Definição 2. Uma função f é contínua por partes em um intervalo I [a,b] se o I puder ser particionado em um número finito de subintervalos contínupos (jura? è.é) I = (ti, ti+1), a = t0 < t1 < ...< tn = b tais que • f é contínua em cada subintervalo aberto (ti, ti+1) • São finitos os limites laterais: lim t→t+i f (t) e lim t→t−i , 0≥ i≥ n−1 existem f (t) = t + 1 t−1 não é contínua por partes ∈ [0,4] pois diverge quando t→ 1: lim t→t+i → 1± f (t) = ±∞ Definição 3. Uma função f é de ordem exponencial em [0,∞] se existem constantes C > 0 e k tais que | f (t)| ≤Cekt ∀ t ∈ (0,∞)∩Dom f Exemplo: f (t) = cos2t é de ordem exponencial em [0,∞), para C = 1 e k = 0 | f (t)|= |cos2t| ≤Cekt = 1,∀t > 0 Para toda função continua por partes e de ordem exponencial, a transformada de Laplace está definida e vale o seguinte teorema: Teorema 2. Se: 1. f contínua por partes em [0,A] | A ∈ (0,∞) 2. ∃C,k,M ∈R com C > 0, M ≥ 0 tais que | f (t)| ≤Cekt quando t ≥M. 4 Então, L{ f (t)}= F(s) ∃ ∀s> k Mas note que: ∞ˆ 0 e−st f (t)dt = φˆ 0 e−st f (t)dt + ∞ˆ φ e−st f (t)dt ψˆ φ |e−st f (t)|dt ≤C ψˆ φ |e−st f (t)|dt = [ C e(k−s)t k− s ]φ ψ =C ( e(k−s)ψ k− s −C e(k−s)φ k− s ) então lim ψ→∞ ψˆ φ |e−st f (t)|dt < ∞ (3) implicando que: ∞ˆ 0 e−st f (t)dt < ∞ O teorema diz que se f (t) for contínua por partes e de ordem exponencial, esta função tem transformada de Laplace e sabemos que a transformada de Laplace está definida para todos s> k. Corolário 1. Se f(t) satisfaz o Teorema 2, então: lim s→∞F(s) = 0 No Teorema 2, estabelecemos condições suficientes para que a transformada de Laplace possa ser calculada para certas funções e pelo Corolário, uma propriedade das transformadas de Laplace. Algumas funções não satisfazem o teorema 2, porém, TAMBÉM POSSUEM TRANSFORMADA DE LAPLACE. Existem funções que também não possem propriedade apontada no Corolário. Exemplo: f (t) = sin t, t ≥ 0 L{sint}= ∞ˆ 0 e−st sin tdt = lim ψ→∞ ψˆ 0 e−st sin tdt = s2 s2 + 1 lim ψ→∞ ( −e −sψ sinψ s − e −sψ cosψ s2 + 1 s2 ) = 1 s2 + 1 , s> 0 transformadas de Laplace simplificam a resolução de EDO’s. Objetivo: • Determinar y(t), solução de uma EDO; • resolvendo um problema associado para Y (s); • após determinar Y (s) encontrar y(t) Para isso precisamos inverter o operador transformada de Laplace. Provar que se L{ f}= L{g} temos f = g. Teorema 3. Se f (t) e g(t) satisfazem o Teorema 2 e F(s) = Y (s) ∀s > a (para algum a); então, f (t) = g(t) exceto nos pontos de descontinuidade. 5 0.3 Transformada Inversa de Laplace Pelo Teorema 3, se L{y(t)}= Y (s) pode ser resolvida para y(t), a solução é única e se chama Transformada Inversa de Laplace de Y (s), esse operador é denotado por: L−1{Y (s)} A transformada inversa de Laplace também é um operador linear: Y (s) = Y1(s)+Y2(s) e L{y1(t)}= Y1(t) e L{y2(t)}= Y2(t) para s> s0, teremos: L{y1(t)+ y2(t)}= y(t) que implica em: L−1{Y (s)}= L−1{L{y(t)}}= y(t0) é análogo às funções algébricas comuns como: ln(exp(x)) = x = exp(ln(x)) Exemplo ??: Calcule L−1 { 6s2−2s4+24 s4(s2+4) } L−1 { 6(s2 + 4)−2s4 s4(s2 + 4) } = L−1 { 6 s4 − 2 s2 + 4 } = L−1 { 6 s4 } −L−1 { 2 s2 + 4 } = t3− sin2t L{sinkt}= k s2 + k2 = L{coskt}= k s2 + k2 Teorema 4. (1o Teorema do deslocamento). Se L{ f (t)} = F(s) existe para s > a e se c ∈ R, então a transformada de Laplace da função ect f (t) existe para s> a+ c e é dada por L{ect f (t)}= F(s− c) O mesmo vale se f (t) = L−1{F(s− c)} Para s− c> a, temos: F(s− c) = ∞ˆ 0 e−(s−c)t f (t)dt = ∞ˆ 0 e−st |ect f (t)dt = L{ect f (t)} (4) A equação acima mostra que: ect f (t) = L−1{F(s− c)} O Teorema diz que uma translação no eixo s corresponde ao produto da função em t por uma exponencial. Exemplo ????: Calcule L−1{G(s)} com G(s) = 1 s2−4s+ 5 1 s2−4s+ 5 = 1 (s−2)2 + 1 como L{sin t}= 1 s2 + 1 , s> 1; teremos L−1 {G(s)}= L−1 {G(s−2)}= e2t sin t 6 Teorema 5. (Mudança de Escala). Se L{ f (t)} = F(s) existe para s > a ≥ 0 e se ε > 0 (ε =constante arbitrária), então a transformada de Laplace da função f (εt) existe para s> aε e é dada por: L{ f (εt)}= 1 ε F ( s ε ) tal que: L{ f (εt)}= ∞ˆ 0 e−st f (εt)dt com a regra de substituição: u = εt =⇒ u ε = t =⇒ du ε = dt o que nos leva para ∞ˆ 0 e−st f (εt)dt = 1 ε ∞ˆ 0 e− s ε u f (u)du L { s ε } = F ( s ε ) logo: L{ f (εt)}= 1 ε L { s ε } Calcule sin3t Como L{sin t}= 1 s2 + 1 teremos L{sin3t}= 1 3 9( s 3 )2 + 1 = 9 3s2 + 27 = 3 s2 + 9 Que corresponde ao resultado colocado lá atrás. Teorema 6. Suponha que f (t) é uma função que satisfaz o Teorema 2 Então a transformada de Laplace da função −t f (t) existe para s> k e é dada por: L{−t f (t)}= d ds L{ f (t)}= d ds F(s) O teorema pode ser expandido: L{−tn f (t)}= d n dsn L{ f (t)}= d n dsn F(s) Utilizar este teorema para encontrar a transformadainversa quando é mais fácil trabalhar com a derivada da transformada. Exemplo 100 Determine: L−1 { arctan ( 1 s )} Se Γ(s) = arctan ( 1 s ) e γ(t) = L−1 {Γ(s)} Saberemos que: L{−tγ(t)}= d ds Γ(s) = d ds arctan 1 s regra da cadeia: u = 1 s =⇒ arctan 1 s = arctanu então: d ds arctan 1 s = d du arctanu · d ds 1 s = 1( 1 s2 )2 + 1 ( − 1 s2 ) = − 1 s2 + 1 Obtemos então: −tγ(t) = L−1 { d ds Γ(s) } =⇒ γ(t) = −L −1{ ddsΓ(t)} den ou seja: γ(t) = L−1 { − 1s2+1 } −t = −sin t −t = sin t t 7 Teorema 7. Suponha que 1. f (t) seja contínua em [0,A] e que f ′(t) seja contínua por partes em [0,A] ∀ A> 0; 2. existem ε,κ,µ ∈R com ε,µ> 0 tais que | f (t)| ≤ εeκt quando t ≥ µ então L{ f ′(t)} ∃ ∀s> κ e é dada por L{ f ′(t)}= sL{ f (t)}− f (0) = sF(s)− f (0) Sejam t1 < t2 < ...< tn, ti ∈ [0,A] os (possíveis pontos de descontinuidade de f ′, logo: Aˆ 0 e−st f ′(t)dt = t1ˆ 0 e−st f ′(t)dt + t2ˆ t1 e−st f ′(t)dt + ...+ Aˆ tn e−st f ′(t)dt Integrando por partes: bˆ a e−st f ′(t)dt = e−st f (t) ∣∣b a + s bˆ a e−st f (t)dt = e−sb f (b)− e−sa f (a)+ s bˆ a e−st f (t)dt logo: Aˆ 0 e−stdt = e−st1 f (t1)− f (0)+s t1ˆ 0 e−st f (t)dt+e−st2 f (t2)−e−st1 f (t1)+s t2ˆ t1 e−st f (t)dt+ ...+e−sA f (A)−e−stn f (tn)+s Aˆ tn e−st f (t)dt = e−sA f (A)− f (0)+ s ˆ 0 e−st f (t)dt Logo, L{ f ′(t)}= lim A→∞ Aˆ 0 e−st f ′(t)dt = lim A→∞ e−sA f (A)− f (0)+ s Aˆ 0 e−st f (t)dt = sL{ f (t)}− f (0), s> k como | f (t) ≤C limA→∞ e(k−s)A = 0 =⇒ limA→∞ e−sA f (A) = 0 Se f ′ for contínua e de ordem exponencial e f ′′ for contínua por partes em I, A> 0, pelo Teorema 7 teremos: L{ f ′′(t)}= sL{ f ′(t)}− f ′(0) = s (sL{ f (t)}− f (0)− f ′(0) = s2F(s)− f ′(0)− s f (0) Podemos generalizar esse Teorema para derivadas de ordem superior Teorema 8. Suponha que 1. f , f ′, f ′′, ... f (n−1) sejam contínuas em I e que f (n) seja contínua por partes em I para qualquer ψ> 0; 2. existem ε,k,µ ∈R com ε.µ> 0 tais que | f (t)| ≤ εekt , | f ′(t)| ≤ εekt , ..., | f (n−1)(t)| ≤ εekt quando t ≥ µ Então, a transformada de Laplace de f (n) existe para s> k e é dada por: L{ f (n)(t)}= snL{ f (t)}− sn−1 f (0)− sn−2 f ′(0)− sn−3 f ′′(0)− ...− f (n−1)(0) Teorema 9. Seja F(s) = L{ f (t)}, então: L tˆ 0 f (x)dx = F(s)s , se s> 0 Seja g(t) = tˆ 0 f (x)dx, então g′(t) = f (t): F(s) = L{g′(t)}= sL{g(t)} 8 0.4 Resumo: • Transformada de Laplace é uma transformada integral L{ f (t)}= ∞ˆ 0 e−st f (t)dt L : f (t)→ F(s) • As transformadas de Laplace são operadores lineares; • L {tn}= n! sn+1 • L { eαt } = 1 s−α • Mudança de Escala L { f (εt)}= 1 ε F ( s ε ) • L {sin t}= L{cos t}= 1 s2 + 1 • L {cosh t}= L{sinh t}= 1 s2−1 • Transformada Inversa L : F(s)→ f (t) • Teorema do deslocamento (em s). Se F(s) ∃ ∀ s> α a transformada de Laplace de ect existe para todo s> α+ c: L{ect f (t)}= F(s− c) =⇒ L−1{F(s− c)}= ect f (t) • Teorema: se f (t) possui transformadas, então: L{−tn f (t)}= d n dsn L{ f (t)}= d n dsn F(s) • Se f , f ′, f ′′, ..., f n−1 forem contínuas em I e f (n) contínua por partes em I = [0,A] L{ f (n)(t)}= snL{ f (t)}− sn−1 f (0)− sn−2 f ′(0)− ...− f n−1(0) 9 I Transformadas de Laplace Transformada de Laplace como Integral Imprópria Funções de Ordem Exponencial Transformada Inversa de Laplace Resumo: II Resolução EDO com Transformadas Resolução de PVI
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