Buscar

MultiPhase 2008 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Modelagem de Escoamentos Multifásicos 
Prof. Fernando de A. França 
Depto. de Engenharia de Petróleo, sala CE 302 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Falar sobre engenharia de petróleo, especificamente o que se refere à produção e 
transporte de óleo e gás, é falar, muitas vezes, sobre escoamentos multifásicos. Quando se 
produz óleo de um poço de petróleo, quase sempre esta produção é bifásica, pois as frações 
mais leves de hidrocarbonetos ou já se dissociaram (gás livre) ou se dissociarão à medida 
em que o óleo escoa através do poço e sua pressão diminui. O mesmo pode-se dizer da 
produção de gás: há frações pesadas de hidrocarbonetos que se mantêm na fase líquida, ou 
se liquefazem à medida em que a temperatura do gás produzido se reduz ao escoar através 
do poço, ou ainda se condensam à medida em que há uma redução de pressão no sistema. 
Para complicar mais ainda, o que a natureza nos dá é efetivamente um escoamento 
multifásico, pois é usual que poços de óleo e gás produzam água e, em certa medida, 
também areia proveniente da formação rochosa. 
 
Neste curso estaremos concentrados no estudo de fenômenos e processos nos quais o 
escoamento bifásico é dominante na produção de óleo e gás (isto é, os efeitos dominantes 
são, via de regra, ditados pelo escoamento bifásico gás-líquido). Ele, por sí só, já é muito 
mais complicado que o escoamento monofásico de líquido ou gás, e prescindiremos da 
“mãozinha” complicadora da Mãe Natureza, isto é, a presença de mais que duas fases no 
escoamento. Entretanto, é importante ressaltar que a abordagem do Modelo de Dois Fluidos 
é genérica, e pode ser ampliada para escoamentos bifásicos gás-sólido, líquido-sólidos, 
desde que equações constitutivas apropriadas sejam utilizadas, e mesmo para escoamento 
multifásicos, isto é, três ou mais fases, desde que certos procedimentos de dedução sejam 
aplicados de forma mais genérica. 
 
 Escoamentos simultâneos de gás e líquido - escoamentos bifásicos gás-líquido - estão 
presentes não somente na produção de petróleo, mas em inúmeros processos de interesse da 
engenharia. Pode-se citar: 
 
 - produção e transporte de óleo e gás na indústria do petróleo; 
 
 - torres de extração de líquidos, destiladores e outros processos da indústria química; 
 
 - escoamentos em equipamentos de refrigeração (condensadores, evaporadores, 
 torres de resfriamento); 
 
 - misturadores siderúrgicos ( um gá inerte, argônio, por exemplo, usado para misturar 
componentes e o líquido, o aço fundente); 
 
 - bombeio de água por processo de elevação por ar ("gas-lift pump"); 
 
 - escoamentos em plantas de potência; 
 
 - escoamentos em reatores nucleares em situação de emergência, entre outros. 
 
 O escoamento multifásico é um fenômeno cuja análise é mais complexa que a 
aplicada ao escoamento monofásico, quando processos correlatos são analisados. Os 
motivos são variados: 
 
 1- Inicialmente, a presença de mais de uma fase no escoamento, exigindo um número 
adicional de equações para o fechamento ("closure") dos modelos matemáticos que 
expressam o fenômeno físico; 
 
 2- No escoamento multifásico geralmente há uma distribuição espacial das fases, a 
qual não é conhecida "a-priori". Ademais, a distribuição espacial das fases não deixa de ser 
um fenômeno de difícil quantificação. Em muitos casos a interface gás-líquido que separa 
as fases tem forma complicada, além de apresentar movimento aleatório; 
 
 3- Ademais, há mudanças de padrões de escoamento (a distribuição espacial das fases 
determina padrões de escoamento) que dependem de características físicas e operacionais 
do sistema. Estes padrões (algumas vezes também denominados de "regimes do 
escoamento bifásico”) por sua vez alteram e/ou determinam os fenômenos de transferência 
interfacial, isto é, os processos de transferência de massa, de quantidade de movimento e 
energia entre as fases; 
 
 4- E, mais, na medida em que há grande influência do escoamento de cada uma das 
fases no escoamento da outra, a realidade mostra que as variáveis locais (referentes a uma 
posição espacial) de cada fase, como a velocidade, a pressão, etc, podem flutuar no tempo 
com amplitude considerável. Consequentemente, definir, ou calcular ou mesmo medir o 
valor médio de uma variável em escoamento bifásico, requer procedimentos mais 
complexos que aqueles aplicados às variáveis de escoamentos monofásicos 
 
A título introdutório, vou formular, em procedimento muito simplificado, as equações de 
Conservação da Massa e da Quantidade de Movimento para ambos, o escoamento 
monofásico e o escoamento bifásico, para ilustrar os três primeiros aspectos mencionados. 
 
 
As Equações Básicas e o Escoamento de Duas Fases 
 
 Seja um escoamento monofásico (gás ou líquido) ou bifásico (gás + líquido), em uma 
tubulação genérica, como representado na figuras seguinte. Considere a aplicação das 
Equações de Conservação da Massa e Conservação da Quantidade de Movimento 
("Momentum") a um volume de controle delimitado pelas seções transversais 1 e 2 e pela 
parede interna da tubulação. 
 
 
 
A- Conservação da Massa 
 
 Sejam VL e VG as velocidades dos escoamentos de líquido e gás nesta tubulação 
(quando o escoamento monofásico for considerado, só uma das fases existe). Sejam ρL e ρG 
as densidades das fases, tidas como substâncias isotrópicas em A, a área da seção 
transversal, e A1 e A2 as áreas de entrada e saída, respectivamente. Nossa análise 
simplificada será realizada para escoamentos unidimensionais, apesar de haver uma 
distribuição das velocidades locais nas seções de entrada e saída, 1 e 2, veja figura seguinte. 
 
 
As equações para o escoamento unidimensional monofásico e bifásico serão escritas: 
 
 1 - Escoamento monofásico 
 
 
=⊄=== ρρ AVAV 2221 11W massa de fluxo & 
 
1
2
z
z'
β
φ
1
2
VG
VL
VG
VL
onde ξ é o símbolo que indica o valor médio da propriedade genérica ξξξξ na seção 
transversal ao escoamento. 
 
 Solução: conhecidos ρ, A1 e A2, mede-se W& e obtém-se-se as velocidades do 
escoamento monofásico (líquido, no caso) em 1 e 2, V1 e V2 . Para que se recupere a 
informação sobre a distribuição da velocidade na seção transversal, é necessário o 
conhecimento da sua função de distribuição (parabólica, para escoamento laminar, ou perfil 
de potência 1/7, para o escoamento turbulento). 
 
 
 2 - Escoamento bifásico (gás + líquido), sem transferência de massa 
 
 ( ) ( ) =⊄=== ρρ AVAVW LLLLLL 21L líquido de massa de fluxo & 
 
 
 
( ) ( ) =⊄=== ρρ AVAVW GGGGGG 21G gás de massa de fluxo & 
 
onde AG e AL são as áreas ocupadas pelo gás e pelo líquido na seção tranversal, 
respectivamente, e VG e VL são as velocidades médias do gás e do líquido na seção 
transversal ao escoamento, obtidas de 
 
∫=
=
dA
A
1
VV kL,Gk 
 
 Relação entre as áreas: se AG é uma fração da área transversal da tubulação, A, pode-
se escrever: 
 
 
AAG α= , e ( )A1AL α−= , 
 
sendo a variável αααα denominada de "fração de vazio". 
 
 As equações para o líquido e o gás podem ser reescritas como 
 
 ( )[ ]α−ρ= 1AVW LL 1L& 
 
 
[ ]αρ= AVW GG 1G& 
 
 Solução: conhecidos ρL, ρG e A, e medidos WL& e WG& , teremos duas equações e 
três incógnitas: V 1G , V 1L e αααα1. O mesmo procedimento é aplicado à seção transversal 2. 
Note, mais ainda, que para recuperar os valores locais das velocidades, e não somente os 
valores médios, as respectivas funções de distribuição deverão ser conhecidas. 
 
Temos então as seguintes possibilidades para resolver o escoamento, 
matematicamente representado pelo sistema de equações: 
 
 1 – fazer, a priori, VV 1L1G = (razão de deslizamento - "slip ratio" -, unitário 
1/ VV 1L1G = ), característica do que se denomina de “escoamento homogêneo”. Se talmodelo é assumido, pode-se escrever: 
 
 
( ) ( )
α
α
ρ
ρ
α
α
ρ
ρ −
=
−
=
1
1
G
L
1
1
1G
1L
G
L
G
L 11
V
V
W
W
&
&
 
 
 Obtém-se então uma solução para α1, V 1G e V 1L . Os escoamentos que têm o "slip 
ratio" unitário geralmente são idealizações e não acontecem na realidade. Veja o que ocorre 
em um copo de cerveja, logo após você enchê-lo: o gás dissolvido na solução aquosa (e 
alcoólica) de malte, de uma forma quase homogênea em relação à cerveja (líquido) 
dissocia-se e sobe através do meio líquido. Observe que quanto menores são as bolhas, 
menor é a sua velocidade de ascenção. Bolhas maiores sobem mais rápido. Se o líquido 
também estivesse em escoamento, as bolhas também estariam se deslocando em relação ao 
líquido da mesma forma: as menores com menor velocidade relativa, as maiores com maior 
velocidade relativa. Assim, o escoamento de cerveja (e de muitas e muitas outras 
combinações de fluidos em inúmeros sistemas práticos) não pode ser considerado um 
escoamento verdadeiramente homogêneo (as bolhas podem se formar homogeneamente 
distribuídas em relação à cerveja, mas a velocidade das fases não é a mesma, e isso tira uma 
das características de homogeneidade do meio bifásico, que requer a distribuição espacial 
uniforme das fases e homogeneidade do campo de velocidade das fases). De fato, a razão de 
deslizamento é uma função complexa de inúmeras variáveis, como dimensões e 
características geométricas do sistema (diâmetro da tubulação onde ocorre o escoamento, 
sua inclinação com a horizontal, etc), características operacionais (velocidade e pressão do 
escoamento, forma de dispersão de uma fase na outra), propriedades dos fluidos, e mesmo 
da fração de vazio αααα e da distribuição espacial das fases. 
 
2 - ( )xn,...,4x,3x,2x,1xf/ VV LG = , isto é, o “slip ratio” é uma função complexa de 
grande número de variáveis, função esta a determinar (experimentalmente, analiticamente, 
etc). 
 
B - Conservação da Quantidade de Movimento 
 
 
Forças superficiais atuando no VC, vetores velocidade e campo gravitacional 
 
 
 1 - Escoamento Monofásico 
 
 Forças provenientes da ação de: 
 
Pressão: 





 ∆
∂
∂





 ∆
∂
∂
+−




 ∆
∂
∂
+− z
z
A
z
z
p
z
z
p pApAp 11111 
Cisalhamento: 
- φ∆piτ coszDHW 
 
Gravidade: 
β∆piρ− zsen
4
g D
2
H
 
 
 Assim, a Equação de Conservação da Quantidade de Movimento é escrita em termos 
diferenciais (usando a Equação de Conservação da Massa, dividindo todos os termos por 
A∆z, e fazendo ∆z→0): 
 
z
A
z
V
A
W
sengcos
4
z
p
A
p
C
D 1
1
V
H
W
∂
∂
+
∂
∂
+βρ+φ=
∂
∂
−
τ &
 
 
p1
p2=p1
+(dp/dz
)dzττττw
V1
V2
ττττw
g
z
z'
g
∆∆∆∆z
 Na equação anterior DH é o diâmetro hidráulico da tubulação, o ângulo φφφφ determina a 
forma da tubulação, o ângulo ββββ é a inclinação do eixo de simetria da tubulação em relação à 
horizontal, CV é o coeficiente de distribuição davelocidade, o qual leva em conta sua 
distribuição na seção tranversal do escoamento e V é a velocidade média do escoamento 
nesta seção transversal. O coeficiente de distribuição da velocidade surge quando se faz a 
média dos termos da equação na seção tranversal, para determinar a equação 
unidimensional: como a média do produto da velocidade em ∫ ρA VVdAA
1
 não é igual ao 
produto de valores médios, Vρ V , surge o coeficiente de distribuição: 
 
AVV
VVdAC AV ρ
ρ
=
∫
 
 
 Os termos que constituem a perda de carga total, z
p
∂
∂
 são, respectivamente, a perda 
de carga por atrito, a perda de carga gravitacional, a perda de carga por aceleração e, neste 
caso particular, a perda de carga pela variação da área transversal da tubulação (o último 
termo à direita do sinal de igualdade). A solução para esta equação é obtida recorrendo-se à 
equação da conservação da massa. Por exemplo, neste caso de A variável, se o fluido é 
incompressível podemos escrever 
 
0
z
AV
z
VA =
∂
∂
+
∂
∂
 
 
 Se o fluxo de massa e a geometria da tubulação são conhecidos, pode-se calcular 
dV/dz. No caso do escoamento de um fluido compressível, necessita-se de uma equação de 
estado adicional. Ainda, é necessária uma equação constitutiva para τW. Assim, seja 
V2W 2
1f ρ=τ 
Onde o f é obtido de correlação (diagrama de Moddy, p. exemplo, ou a correlação de 
Blasius para tubo liso, etc). 
 Desta forma chega-se à solução de z
p
∂
∂
, dados W, ρ, A, g, φ, θ e a função 
distribuição da velocidade na seção transversal do escoamento (e uma equação de estado ρ 
= ρ(p,T) e também a temperatura T se o fluido é compressível). Da mesma forma como 
fizemos anteriormente, pode-se assumir um modelo: por exemplo: distribuição uniforme da 
velocidade na seção transversal, o que implica em CV = 1, fluido incompressível, etc, etc. 
 
 
 2 - Escoamento bifásico 
 
 Uma solução simplificada seria dada por 
 
( ) ( )( ) ( ) ( )VWVWVWVWpp G GL L 1G GL L 2LzW21 ZsengA1ZDA &&&& ++ρρτ −=θ∆α−+α−∆pi−− 
 
onde considerou-se que as pressões e velocidades são são uniformes nas seções 1 e 2 (note 
então que não teremos o termo de covariância Cv no termo de aceleração). Ademais, que a 
tubulação tem diâmetro constante (φ=0), que as fases também estão uniformemente 
distribuídas na seção transversal, e que τW é a tensão cisalhante na parede que resulta do 
escoamento da mistura bifásica. Em termos diferenciais chega-se a: 
 
( )( ) ( )( ) 





α
+
α−∂
∂
+θ∆α−+α+=
∂
∂
−
ρρ
−





 +ρρτ
G
2
L
2
GL
2
LG
W xx1
A
WW
1z
senZgA1
D
4
z
p &&
 
 
sendo o título, x, definido por 
WW
WW
LG
GG
W
x
&&
&&&
& +
==
 
 
 Notar que a solução para a perda de carga desta equação já razoavelmente 
simplificada, quando comparada com a de um escoamento monofásico, é muito mais 
complicada. Observe o termo da aceleração. No caso geral, o processo de transferência de 
massa entre as fases deve ser conhecido, isto é, necessita-se de uma equação constitutiva 
para expressar a variação do título com a posição. Há a necessidade ainda de uma equação 
para a fração de vazio e de uma equação de estado para a densidade. Seja agora um caso 
simples: não há mudança de fase no escoamento (x=⊄), o gás pode ser considerado como 
incompressível e o escoamento está desenvolvido (α=⊄). O termo de aceleração se anula e 
a solução de 




∂
dz
p depende de equações para τW e α. 
 
 Suponha que τW possa ser calculada por equação similar à utilizada em escoamentos 
monofásicos. O problema se transfere então para a determinação do fator de atrito f e da 
pressão dinâmina (1/2ρV2). Referem-se a uma das fases em escoamento ou à mistura? Sob 
que condições operacionais e configurações físicas do sistema? E a fração de vazio, α? 
 
 Suponha que a distribuição espacial das fases seja tal, etc, etc... 
 
 De uma maneira geral, o efeito físico resultante de um escoamento bifásico, quando 
comparado a um escoamento monofásico operacionalmente similar, é o incremento dos 
processos de transferência. E isto se reflete nos modelos matemáticos através dos termos 
mais complexos nas equações de conservação de massa, quantidade de movimento e 
energia. As figuras abaixo são ilustrativas destes efeitos. 
 
 Na Figura 1, é positiva a variação da taxa de incremento do coeficiente de 
transferência de massa, para uma dada variação do número de Reynolds do gás, à medida 
em que adiciona-se líquido ao escoamento (aumento do número de Reynolds do líquido). 
 
 Na figura seguinte é claro o aumento do gradiente total de pressão (atrito mais 
gravitacional maisaceleração) à medida em que o conteúdo de gás aumenta no escoamento, 
para uma dada vazão de líquido, ou vice-versa (implicando, inclusive, na mudança de 
padrão de escoamento). Evidentemente, há um claro aumento no gradiente de pressão em 
relação ao de um escoamento monofásico. 
 
 A última figura ilustra um processo de transferência de calor em um escoamento 
vertical ascendente de ar e água, em termos do coeficiente de película bifásico, htp, versus a 
razão entre as vazões volumétricas de ar e água, jg/jl. Neste caso, a menos de uma pequena 
faixa de condições operacionais nas menores vazões de líquido, o coeficiente de película 
cresce à medida em que aumenta a concentração volumétrica de ar no escoamento. Também 
aquí observa-se a diferença entre os coeficientes associados aos vários padrões de 
escoamento vertical ascendente. 
 
Coeficiente de transferência de massa (escala relativa) de um escoamento bifásico gás-
líquido gas versus número de Reynolds do gás, tendo como parâmetro o número de 
Reynolds do líquido, de Kafesjian, 1961. 
 
 
 
Gradiente de pressão versus vazão de ar, tendo a vazão de água como parâmetro, em um 
escoamento horizontal, do livro de Gouvier e Aziz, Flow Of Complex Mixtures in Pipes 
(veja a lista de referências) 
 
 
 
 
Transferência de calor em escoamento vertical ascendente de ar e água, 
do livro do Collier, Convective Boiling and Condensation (veja a lista de referências). 
 
Sugestão de exercícios: 
 
1- Formular a Equação de Conservação Unidimensional da Quantidade de 
Movimento do escoamento bifásico, passo a passo, preservando as complexidades inerentes 
ao fato de que a tubulação pode ser genérica, com área de seção transversal crescente, que a 
velocidade das fases tem uma distribuição na seção transversal, que as fases podem não ser 
uniformemente distribuídas na seção transversal e que as pressões do líquido e do gás 
podem ser diferentes. 
 
 2- Utilizando o gráfico do gradiente de pressão total retirado do livro de Gouvier e 
Aziz, calcular o gradiente de pressão por atrito em um escoamento de água e ar horizontal 
que tem por velocidades superficiais do líquido e do gás: jL = 0,3 ft/sec e jG = 3,0 ft/sec 
(G&A usam VSL VSG para nomear a velocidade superficial de líquido e gás, 
respectivamente). 
Desprezar o gradiente de pressão por aceleração. Lembrar que a velocidade superficial, jk, é 
a vazão da fase (k = L ou G) dividida pela área da seção transversal da tubulação. O diâmetro 
da tubulação está dado na legenda do gráfico, 1,026 inch pipe.

Outros materiais