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Classificação do Litisconsórcio no Processo Civil

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Curso de Direito – Disciplina de Teoria Geral do Processo 
 Profª Ms. Luciane de Freitas Mazzardo 
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Classificação do LITISCONSÓRCIO 
 Quanto ao momento de formação, o litisconsórcio pode ser: 
Inicial: É aquele formado no limiar do processo (art. 312, CPC). 
Ulterior: É aquele formado no decorrer do processo, sendo excepcional e cabível em três hipóteses: 
1. Em razão de intervenção de terceiros (chamamento ao processo e denunciação da lide); 
2. Pela sucessão processual (ingresso dos herdeiros no lugar da parte falecida, art. 110, CPC) 
3. Pela conexão (reunião das causas para processamento simultâneo, CPC, arts. 55 CPC); 
 Quanto à posição ocupada pelos litisconsortes (polo): 
Litisconsórcio ativo (pluralidade de partes autoras) 
Litisconsórcio passivo (pluralidade de partes rés) 
Litisconsórcio misto: (pluralidade de partes em ambos os polos da relação jurídica processual). 
 
 Quanto à obrigatoriedade de formação: 
Litisconsórcio Facultativo: refere-se aquele em que há opção entre formá-lo ou não, decisão que, em regra, 
depende do autor; ou em casos em que a formação do litisconsórcio depende da vontade do Réu, como no 
chamamento ao processo do devedor principal (fiança) ou codevedores solidários, art. 113 CPC. 
Litisconsórcio Necessário: está ligado à indispensável integração do polo passivo por todos os sujeitos, seja 
por conta da natureza da relação jurídica (unitário) ou por imperativo legal (art. 73, § 1º e incisos do CPC); ou 
seja, é obrigatório quando houver lei determinando a sua formação ou quando a natureza da relação exigir 
que o juiz decida a lide de maneira igual para todas as partes, segundo versa o art. 114 CPC. 
 Quanto ao regime jurídico aplicável aos litisconsortes no processo: 
 
 Litisconsórcio unitário Litisconsórcio simples ou comum 
 
 Aquele em que a decisão de mérito deve ser 
proferida de modo uniforme, sendo inadmissíveis 
julgamentos diversos para cada litisconsorte. 
Art.116 CPC 
Segundo Didier (2015), “é a unidade na 
pluralidade”, pois várias pessoas são tratadas no 
processo como se fosse uma apenas. 
Haverá unitariedade quando os litisconsortes 
discutem uma única relação jurídica e essa 
relação jurídica é indivisível. 
Credores ou devedores solidários podem ser 
Litisconsortes unitários se a obrigação 
solidária for indivisível. 
 
 
Nesse caso, a decisão judicial sobre o mérito pode ser diferente para 
os litisconsortes, pois cada um é tratado como parte 
autônoma, como litigantes distintos (CPC 117). 
 Ocorre quando há uma pluralidade de relações jurídicas sendo 
 discutidas no processo ou quando se discute uma relação jurídica 
 cindível. Basta a possibilidade de que a decisão seja diferente 
 para tornar o litisconsórcio simples. 
 
Ex: ação de divisão e demarcação (art. 574 PC); 
ação de inventário e partilha (art. 626 CPC), onde a sentença pode 
tratar diversamente cada litisconsorte. 
 
 
 
 De forma simples: o litisconsórcio unitário passivo será, em regra, necessário. 
 Excepcionalmente pode haver litisconsórcio unitário passivo facultativo. Ex: litisconsórcio formado 
entre réu-alienante de coisa litigiosa e adquirente de coisa litigiosa (art. 109, §2º CPC); entre réu- 
denunciante e denunciado à lide (art. 128, I, CPC). 
 
 Já as situações de litisconsórcio facultativo unitário ocorrem no polo ativo da relação jurídica 
processual. A facultatividade decorre de algumas razões: 
a) não se pode condicionar o direito de ação do autor à participação dos demais colegitimados como 
litisconsortes ativos. 
b) proposta a demanda sem a presença de todos os colegitimados, não poderia o magistrado ordenar 
aos faltantes a integração ao polo ativo, já que não é admissível, no nosso sistema, que alguém seja 
obrigado a litigar, como autor, em demanda judicial. 
 
As situações de litisconsórcio facultativo unitário ocorrem notadamente quando o litisconsórcio unitário 
deveria formar-se no polo ativo da relação jurídica processual, mas se reconhece a legitimação ordinária 
individual ou mesmo a legitimação extraordinária para a propositura da demanda. Exemplos: ação 
reivindicatória de coisa comum, que pode ser proposta por qualquer um dos condôminos, ação de 
dissolução de sociedade, que pode ser proposta por qualquer um dos sócios, pois o julgamento da causa 
deve ser um só, já que é impossível invalidar a assembleia para uns e mantê-la para outros, Ação popular, 
que pode ser proposta por qualquer cidadão, independentemente de adesão de outros cidadãos também 
colegitimados (art. 5º, LXXIII CF). 
 
** Litisconsórcio multitudinário: trata-se de litisconsórcio em que há a intervenção de número 
indeterminado de pessoas, vários litisconsortes facultativos na mesma lide, o qual pode ser limitado pelo 
magistrado, visando garantir maior celeridade ao processo, a teor da previsão expressa do art. 113, §§ 1º e 
2º NCPC, CPC. Um número muito grande de litisconsortes pode inviabilizar o exercício da jurisdição, 
conspirando contra o princípio da economia processual, que fundamenta a existência do litisconsórcio. Ao 
despachar a petição inicial, deve o juiz verificar se é o caso de propor o desdobramento das ações. (NERY 
JUNIOR; NERY, 2014). 
 
 
 Em síntese: 
a) Litisconsórcio necessário unitário: Como regra, no polo passivo. 
b) Litisconsórcio necessário simples: quando a necessariedade se der por força de lei. 
c) Litisconsórcio facultativo unitário: no polo ativo, quase que exclusivamente. 
d) Litisconsórcio facultativo simples: corresponde a generalidade das situações. 
 
Bibliografia: DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 2015 
THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 2015

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