Buscar

CRIMINOLOGIA Mod V

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

�PAGE �2�
��
�PAGE �3�
��
V. FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA.
É função básica da Criminologia informar sobre o problema da criminalidade, analisado de forma científica, objetiva e válida.
Essa informação servirá de ponto de partida para:
1. Formulação e desenvolvimento de modelos teóricos explicativos do comportamento delitivo.
O conhecimento da gênese e dinâmica da criminalidade constitui a base de toda a política criminal, cujo objetivo é a prevenção e controle do problema gerado pelo crime.
Partindo de análises, como a das carreiras criminais, a Criminologia procura traçar uma teoria geral sobre a etiologia (gênese) da criminalidade, orientando a prevenção situacional e a intervenção (ação de tratamento), com base nos tipos de crimes e de criminosos.
Essa tipologia é importante, pois a complexidade do fenômeno delitivo torna as teorias gerais insuficientes, mas só elas conseguem explicar a estabilidade e as quedas da ocorrência de delitos. 
2. Prevenção do delito
O objeto das informações é a intervenção capaz de se antecipar ao delito, prevenindo-o e neutralizando-o com programas e estratégias adequadas às suas origens.
Essa intervenção tem a finalidade de dar uma resposta racional e eficaz ao problema humano e social relacionado ao delito. É a chamada prevenção primária.
Enquanto no Direito Penal a prevenção parte do efeito dissuasório da pena, na Criminologia ela se fixa:
- na nocividade da intervenção penal;
- na complexidade do mecanismo dissuasório;
- na possibilidade de ampliar o âmbito de intervenção, não se restringindo ao infrator.
Apesar da tendência atual de se reservar a pena a casos de estrita necessidade (intervenção mínima), ela é traumática, acentua os problemas sociais, estigmatiza o infrator, desencadeando sua carreira delitiva e trazendo péssimas expectativas sobre seu comportamento futuro.
Além disso, a função dissuasória da pena não depende apenas da sua severidade, mas da rapidez da aplicação, da probabilidade da imposição efetiva, da gravidade e conteúdo real do castigo, da possibilidade de conseqüências anteriores ao cumprimento do castigo, entre outras.
O aumento do rigor da pena atemoriza, mas não intimida, e a efetividade do sistema penal aumenta o número de punidos em curto prazo, mas não traz soluções em longo prazo.
A prevenção do crime é um problema de todos e deve incidir em todos os seus componentes: ambiente, meio social, pessoas propícias à vitimização etc..
Daí a necessidade de neutralização dessas variáveis através de programas que objetivem a melhoria das condições de vida, a informação e conscientização das pessoas com risco de vitimização, a reinserção dos ex-reclusos para evitar a reincidência.
3. Intervenção no homem delinqüente.
É impossível uma mudança qualitativa e ressocialização do criminoso através do cumprimento da pena no atual sistema penitenciário.
Além disso, falta-lhe assistência quando retorna à família e à sociedade.
De acordo com a Criminologia, 3 (três) metas devem ser estabelecidas para garantir uma intervenção reabilitadora:
1º. Evidenciar o impacto real da pena para neutralizá-lo, impedindo a incapacitação do condenado que inviabilize o seu retorno à sociedade; 
2º. Criar e avaliar programas de reinserção do ex-condenado na família, no emprego e no meio social através de intervenções que diminuam o prolongamento dos efeitos da pena, após seu cumprimento;
3º. Conscientizar a sociedade para que assuma a correspondente responsabilidade e se comprometa com a reinserção do condenado.
O problema também é da comunidade à qual pertence o infrator, pois aí teve sua origem.
Relação: Criminologia / Política criminal / Direito Penal.
Embora adotando critérios autônomos, as três disciplinas se ocupam do delito.
CRIMINOLOGIA
A Criminologia, ciência empírica, fática, do ser, relaciona-se com o Direito Penal, ciência cultural, normativa, jurídica e do dever ser. Entretanto, encara o delito como fenômeno real e se vale de método empírico para analisá-lo.
A Criminologia, pela característica da interdisciplinaridade, mantém estreitas relações com disciplinas tanto criminais, como não criminais, visando a absorver e coordenar os conhecimentos de que necessita sobre o delinqüente e o meio social.
A Biologia parte da concepção do ser humano como um complexo biopsicosocial, com indiscutível substrato biológico que interage com fatores psicológicos e sociológicos.
A Psiquiatria tem interesse no criminoso com psiquismo anormal, enquanto a Criminologia abrange também os normais, que são a maioria.
A Psicologia colabora através do estudo da vida psicológica normal.
A Psicanálise preocupa-se com o inconsciente e com os conflitos intrapsíquicos determinantes da personalidade e do comportamento.
A Sociologia ocupa-se das regras que conduzem a vida em sociedade. e dos mecanismos de controle e efetividade das mesmas. 
Estuda a conduta que se desvia dessas normas, enquanto a Criminologia engloba outras perspectivas, já que faz uma análise pluridimensional.
A Etologia estuda a estrutura biológica das espécies vivas, delimitando os componentes instintivos e os adquiridos.
A fisiologia da agressão teria uma base comum no homem e nos vertebrados superiores, sendo vários processos de cunho hereditário.
Entretanto, não se podem afastar do homem as influências culturais.
DIREITO PENAL
A ciência penal delimita, interpreta e analisa o delito de forma teórica e sistemática (formal), assim como sua persecução e conseqüências.
Seu objeto é normativo, seu método é dedutivo, sendo o delito uma realidade legal, jurídica, que envolve valoração.
Atualmente, a tendência é integrar Direito Penal e Criminologia, pois a compreensão e o controle eficaz da criminalidade requerem a consideração do normativo e do empírico.
POLÍTICA CRIMINAL
É a ciência que fornece, ao poder público, as opções científicas e eficazes de combate ao crime.
Compõe um dos 3 (três) pilares, juntamente com a Criminologia e com o Direito Penal, do sistema das ciências criminais.
Assim, a resposta científica ao crime deve ter três fases:
- Fase explicativa, na qual os conhecimentos empíricos e os fundamentos do crime são oferecidos pela Criminologia;
- Fase decisiva, quando essa informação proveniente da Criminologia em alternativas e programas científicos pela Política Criminal;
- Fase operativa ou instrumental, onde as opções são concretizadas na forma de normas gerais e obrigatórias pelo Direito Penal.

Outros materiais

Outros materiais