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THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 1 FISIOLOGIA DO METABOLISMO OSTEOMINERAL- CAPÍTULO 73 1.0- METABOLISMO MINERAL Cálcio: íon mais abundante em humanos (principalmente no meio extracelular). Ele está envolvido em processos como coagulação sanguínea, sinalização intracelular, contração muscular e exocitose. Fosfato: cristais de hidroxiapatita no osso, tampões citoplasmáticos, troca de energia, componente de membrana e ácidos nucleicos. O magnésio é, em nível intracelular, o segundo íon mais abundante. Ele está atrás apenas do potássio. Ele é um impostante cofator de reações enzimáticas. 2.0- ABSORÇÃO E EXCREÇÃO 2.1- Cálcio O fosfato de cálcio é o principal componente do esqueleto e é responsável pelas reservas de 99% do cálcio do organismo. As concentrações intracelulares de cálcio são de 10 a 10000 vezes maiores no meio extra do que o intracelular. Para que não existam picos pós-prandiais de cálcio no organismo reações de absorção, reabsorção e secreção são ajustadas. O cálcio precisa ser mantido em uma concentração praticamente constante ao longo do dia para que os mecanismos celulares que eles medeiam se mantenham. Como é o caso da contração muscular, liberação de neurotransmissores, movimento ciliar, dentre outros. Absorção do cálcio: o cálcio precisa ser solubilizado para ser absorvido, visto que a forma sólida ou ligada no alimento não é adequada para a absorção. o O cálcio é solubilizado graças a duas ações: (1) a química- enzimas proteolíticas, principalmente as peptidases, do intestino delgado; (2) o movimento peristáltico do intestino. o O cálcio é então absorvido e é transportado para a corrente sanguínea e linfática por dois meios: O primeiro modo é a forma ativa (saturável): ele ocorre na porção proximal do intestino delgado por uma via transcelular regulada por hormônio (vitamina D), consequentemente sofre feedback. O segundo mecanismo é o não-saturável, paracelular, dependente do gradiente de concentração intestinal. Ele ocorre por todo intestino delgado, mas menos vigorosamente que a forma ativa. Ele não possui controle endócrino. A forma não saturável só é utilizada após a saturação do processo ativo. O intestino secreta cerca de 300 mg de cálcio de origem endógena no lúmen intestinal por secreções da bile e outras, mas ele mesmo reabsorve cerca de 70% do cálcio secretado. Fatores limitantes da absorção de cálcio: o A proporção de fósforo:cálcio que deve ser menor ou a igual a 3:1 para que haja um a absorção adequada. o pH excessivamente alcalino no intestino interfere na absorção. o Açúcares, como a lactose, fazem a absorção de cálcio aumentar. o A vitamina D também faz a regulação hormonal do transporte ativo. o A quantidade de sódio e proteínas na dieta são diretamente proporcionais a excreção de cálcio. Secreção renal de cálcio: o 2% do cálcio filtrado pelos glomérulos é excretado, sendo 98% reabsorvido pelos túbulos renais. Esse mecanismo funciona normalmente, mas, quando há desequilíbrio na ingestão alimentar o indivíduo elimina mais cálcio pela via renal, prevenindo uma hipercalcemia. Ingestão normal de cálcio: o Quantidade suficiente para ter balanço 0 (em adultos normais, de 400 a 800 mg); o Gestantes ou mães lactantes: 1200 a 1500 mg; o Mulheres no climatério: 800 a 1000 mg/dia. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 2 2.2- Fósforo e magnésio Grandes quantidades de magnésio (350 mg) e fosfato (800 mg) precisam ser ingeridos diariamente. A absorção do fosfato e do magnésio também se dão no intestino por uma via não-saturável por transporte passivo. O fósforo está envolvido no processo de troca de energia (GTP, ATP...); composição dos sais de hidroxiapatita do osso; e mediação de reações metabólicas. Há uma relação diretamente proporcional entre absorção de fosfato, conteúdo alimentar e exceção nos rins. Além da via passiva por fluxo difusional, o fosfato pode ser transportado ativamente, caso haja deficiência dele na circulação sanguínea. Vejamos como ocorre, Thiago! Lembre-se que a dieta humana é rica em fosfato e muito raramente essa via será ativada. o Redução dos níveis plasmáticos do fosfato são um importante ativador da enzima renal 1-α- hidrolase, que converte 25-hidroxivitamina D em seu metabólito ativo, 1,25-hidroxivitamina D. Esta aumenta os níveis de fosfato no sangue por meio de liberação do fosfato ósseo e, principalmente, absorção intestinal, juntamente com o cálcio. Uma grande quantidade de fósforo é excretada pelo rim, mas também uma grande quantidade dele é reabsorvida nos túbulos renais. O hormônio paratireoide (PTH) reduz a reabsorção tubular de fosfato. Essa reabsorção ocorre por difusão passiva através da membrana basolateral, comandada por grandiente elétrico ou por transportadores moleculares de fosfato. 2.3- Fosfatonina Doenças que diminuem a concentração de fosfato. 3.0- DISTRIBUIÇÃO O cálcio, magnésio e fosfato que entram na corrente sanguínea são rapidamente ligados a proteínas plasmáticas, como a albumina. Uma pequena parte, que irá ter função biológica, fica livre. A concentração plasmática desses íons deve ser mantida controla por mecanismos de feedback de vários tecidos e glândulas. Isso é especialmente verdade para o cálcio que contribui para a manutenção do potencial de membrana. 3.1- Cálcio, magnésio e fosfato no citosol A matriz mineralizada é bastante rica em cálcio e magnésio, principalmente cálcio. A concentração intracelular do magnésio bem maior do que a do cálcio. O cálcio e o magnésio intracelulares são encontrados intracelularmente dentro de organelas principalmente. No caso do magnésio, eles se encontram também em fosfolipídios carregados negativamente e em outras moléculas, como ATP, ADP, RNA, DNA, proteínas e lipídeos carregados negativamente. As concentrações citosólicas de fosfato são 10 vezes menores do que no plasma. Concentrações citosólicas de cálcio são baixíssimas, sendo este mobilizado rapidamente do meio extracelular, do reticulo endoplasmático liso ou da mitocôndria, por exemplo, muito rapidamente durante alguns eventos físico-químicos, como: o Contração muscular; o Ação de alguns hormônios que liberam o sinalizador intracelular IP3; o A excitação de alguma célula secretora que necessita de concentrações citosólicas altíssimas de cálcio para liberar suas vesículas, como é o caso dos neurônios com neurotransmissores. A manutenção da baixa concentração de cálcio se mantém por conta de controle da entrada e saída do cálcio citosólico. A entrada é controlada pelos rápidos influxos de cálcio. Já a saída é relacionada diretamente com os transportadores de cálcio para fora do citosol. 4.0- METABOLISMO ÓSSEO 4.1- Organização estrutural do osso Anatomia: ossos apendiculares e axiais; THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 3 Anatomia: osso cortical (compacto) e trabecular (esponjoso). 4.2- Composição do osso Histologia: formação dos osteoblastos (formadores de matriz óssea) e posterior aprisionamento na matriz óssea como osteócitos. Histologia: o osso é formado por uma matriz mineral/inorgânica (cristais de hidroxiapatita) e orgânica (fibras colágenas). Homeostase mineral: ossos como uma reserva se sais minerais para o organismo; Homesostase esquelética: modelação da matriz óssea para atender as necessidades mecânicas do organismo. 4.3- Matriz extracelular: componentes orgânicos A matriz orgânica é formada basicamente por colágeno (90%) e lípides (10%) sem função bem determinada. Osteocalcina (Proteína GLA): 1-2% de toda a proteína do osso. Possui pouca afinidade ao cálcio, masgrande a hidroxiapatita. A vitamina D estimula a formação de osteocalcina, sendo sintetizada no osteoblasto. Ainda não se sabe ao certo qual a função dela na mineralização óssea. Osteonectina: presente enquanto o tecido ósseo é mineralizado. Fraca afinidade ao colágeno e alta à hidroxiapatita. Facilita a mineralização do colágeno tipo I. Proteínas osteoindutoras: TGF-β- fator de crescimento transformador, IGF-I e II – fator de crescimento semelhante à insulina, FGF- fator de crescimento de fibroblasto). o TGF-β participa do crescimento, diferenciação e morfogênese óssea. FGF e IGF participam do crescimento ósseo controlando a ação de TGF-β. Proteínas osteomorfogênicas (BMP): induzem a formação de cartilagem e osso. 4.4- Matriz extracelular: componentes inorgânicos A matriz óssea é formada praticamente por cálcio e fosfato, sais de hidroxiapatita. Há também sais de fluoroapatita, dependendo da ingestão de flúor, sódio, potássio, magnésio e carbonato. 4.5- Matriz celular O tecido ósseo é formado basicamente por três tipos celulares: osteoblastos, osteoclastos e osteócitos. Osteoblastos: elaboração do componente orgânico da matriz extracelular. São formados a partir de células mesenquimais que, por ação de FGF e BMP são diferenciadas, possuem receptores para PTH, citoquinas e prostaglandinase e para hormônios esteroide e vitamina D intracelularmente. Além desses possui receptores para fatores estimuladores de colônia I (CSF-1) e RANKL. o Cerca de 10 dias depois da formação da matriz orgânica se inicia a frente de mineralização óssea que mineralizará a matriz orgânica, formando osteoide. Osteócitos: osteoblastos envoltos por matriz mineralizada. Possuem receptores para PTH que provavelmente são responsáveis por desencadear a osteólise osteocítica (transferência rápida de cálcio da matriz óssea para o espaço extracelular. Osteoclastos: degradação da matriz óssea. 5.0- CRESCIMENTO, MODELAÇÃO E REMODELAÇÃO ÓSSEA Os processos de formação óssea são: o Ossificação intramembranosa- diferenciação das células mesenquimais primitivas. Depois forma-se um osso primário sem formação lamelar. No entanto, forma-se a conformação lamelar. o Ossificação endocondral- ocorre a partir de um molde cartilaginoso que se calcificação do tecido ósseo posteriormente. Esse é o processo de crescimento de ossos da coluna, longos, bacia e base do crânio. O crescimento ósseo cessa com o desaparecimento do disco epifisário, mas o processo de modelação e remodelação são contínuos durante toda a vida. Em aproximadamente 10 anos todo o esqueleto humano é renovado. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 4 Modelação óssea: Quando acaba o processo de crescimento ósseo, as alterações em sua estrutura não acabam, ocorrendo alterações da matriz orgânica e inorgânica pelo resto da vida. o Forças mecânicas a que se submete o esqueleto constantemente são importantes para determinação da formação e reabsorção de determinados pontos do esqueleto. o Em áreas em constante tensão, há maior formação óssea. Em áreas com pouca tensão, predomina a reabsorção. Isso é um indicativo de que o corpo faz de tudo para se manter com a menor massa óssea para desempenhar da melhor forma suas atividades habituais. o A força da gravidade é outro fator importante porque no espaço astronautas sofrem com a intensa perda óssea em decorrência da inexistência de cargas sobre seu corpo. O processo de remodelação é contínuo e garante as alterações de arquitetura óssea, além de participar da homeostase do cálcio e outros íons presentes no esqueleto. Além disso, forças mecânicas e fatores físicos também agem sem explicação ainda. 5.1- Remodelação óssea A remodelação óssea ocorre tanto no osso cortical quanto no osso trabecular, predominando no osso trabecular. A taxa de remodelação anual é de 10%. O equilíbrio entre reabsorção e formação óssea, a homeostase óssea, é mantido até os 40 anos de idade. A partir daí vê-se o predomínio da reabsorção principalmente em mulheres pós-menopausa por conta da queda de estrógenos. 5.1-1. Ativação A cada 10 segundos um novo sítio de remodelação é ativado. Os locais de remodelação são ativados por estímulos sistêmicos (PTH) ou locais (por tensão ou microfraturas). Os osteócitos determinam o local da remodelação. Células mononucleares da medula óssea sofrem diferenciação e fusão para formação dos osteclastos. A matriz óssea não-mineralizada é degradada antes da chegada dos osteoclastos na superfície. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 5 Dois fatores são necessários para que os osteoclastos sejam formados a partir das células hematopoiéticas: RANKL (ligante estimulador de colônia κB) e o fator de crescimento CSF-1 (Fator estimulador de colônia tipo 1). Juntos os dois fatores sçao capazes de estimular genes que tipificam os osteoclastos, como fosfatase ácido tartarato-resistente, a catepsina K, o receptor de calcitonina e de β3-integrina. 5.1-2. Reabsorção Como na imagem ao lado, o osteoclatos atracam em determinado local e degradam a matriz mineralizada. Depois de atracados, os osteoclastos formam uma borda em escova na superfície de contato com o osso, formando-se uma lacuna de Howship. A matriz inorgânica é dissovida por conta da acidificação do meio, ou seja, liberação de prótons pelos osteoclastos. A área que entra em contato com os prótons dos osteoclastos é altamente controlada pela intimidade da membrana dos osteoclatos. A degradação da matriz óssea é promovida por uma série de hidroxilases e colagenases para dentro da lacuna. O material restante é removido por transporte através da célula (transcitose) ou eliminado por baixo da camada de adesão. Ver imagem 73.6 e legenda. 5.1-3. Reversão Ela dura de uma a duas semanas entre a fase de reabsorção e formação. Células mononucleares são direcionadas ao local da lacuna para limpar a superfície e recobri-la com uma espécie de cimento. 5.1-4. Formação THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 6 Inicia-se com a formação dos pré-osteoblastos em osteoblastos. Acredita-se que o gatilho para essa diferenciação sejam as proteínas TGF-β. Além disso, elas recrutam as células osteoprogenitoras para os sítios. A via da sinalização da Wnt também é bem estimulada. Inicialmente os osteoblastos ativados recobrem a lacuna de reabsorção, liberando a matriz orgânica, que preencherá o local. Esta é formada predominantemente de colágeno tipo I. A matriz osteoide depositada pelos osteoblastos é mineralizada em aproximadamente 3 semanas. Sabe- se que a fosfatase alcalina e osteocalcina são enzimas chave da fase de formação óssea. O processo de mineralização: o Ele se inicia pela exocitose de vesículas osteoblásticas ricas em cálcio e fosfato. Existem normalmente fatores que inibem a formação de hidroxiapatita. Os osteoblastos possuem a enzima fosfatase alcalina que levam a clivagem dos grupamentos fosfato, que inibem os inibidores da formação dos sais de hidroxiapatita e aumentam a oferta de fosfato. Em determinadas situações fisiológicas (como a menopausa) e patológicas são responsáveis por aumentar a reabsorção óssea, mas não há quantidade suficiente de formação, causando grande fragilidade óssea. Moduladores da formação óssea: o PTH e 1,25-hidroxivitamina D: atuam nos osteoblastos diminuindo a síntese de colágeno e reduzindo a formação óssea. No entanto, in vivo, através de mecanismos ainda não estabelecidos há aumento da formação óssea. o Calcitonina: Agem inibindo os osteoclastos. o Glicocorticoides: reduzem a formação óssea. o Insulina: estimulaa síntese de colágeno e multiplicação de osteoblastos. o Prostaglandinas: altas concentrações inibem a síntese de colágeno, mas em concentrações mais baixas elas estimulam a função osteoblástica. 6.0- PARATIREÓIDES- PTH 6.1- Relações anátomo-funcionais As glândulas paratireoides são quatro: um par superiormente e outro inferiormente nos polos da glândula tireoide. O suprimento sanguíneo é realizado pela artéria tireoidiana inferior. É responsável pela síntese e secreção de paratormônio (PTH). As células de síntese de PTH apresentam-se em dois estágios intercambiáveis: o Estado ativo: São células com o complexo sintético de proteína com poucos grânulos secretores, visto que o PTH não é armazenado em grandes quantidades. o Estado inativo: a secreção e síntese de PTH não ocorrem nessas células. A relação células ativas/inativas é de 1/3, chegando a 1/10 em glândulas hormonalmente suprimidas pela hipercalemia. Elas armazenam lípides e glicogênio. o Existem ainda as células oxifílicas que são células com ausência de características secretórias. 6.2- Biossíntese do PTH THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 7 6.3- Controle da secreção de PTH A concentração de cálcio é o principal regulador da síntese e secreção de PTH. Baixas concentrações intracelulares de cálcio nas células paratireoideas são responsáveis por estimular a síntese e secreção de PTH. Biologia celular do funcionamento do PTH: o O cálcio, magnésio, Gd+3 e neomicina se ligam ao receptor de membrana acoplado a uma proteína Gi. Esta ativa fosfolipase C e inibe adenililciclase (forma AMPc) nos tecidos alvo. Ele faz isso graças ao rápido aumento da concentração citoplasmática de cálcio. A diminuição do AMPc é responsável pela supressão da secreção de PTH. o Altas ou baixas concentrações de magnésio são responsáveis por inibir a síntese e secreção de PTH. o A 1,25(OH) D, que é o metabólito ativo da vitamina D, inibe a síntese e secreção de PTH. o Glicocorticoides estimulam a síntese de PTH. 6.4- Efeitos biológicos do PTH Pré-pró-PTH é tradução no RE rugoso O pré-pró-PTH é clivado no RE enquanto é traduzido, formando pró-PTH O pró-PTH é transformado em PTH no complexo de Golgi. Hormônio é secretado e apresenta meia vida de 4 a 8 minutos Excreção nos rins e no fígado THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 8 6.5- Mecanismo de ação do PTH O PTH age em receptores de membrana ligados a proteínas G da membrana plasmática de alguns tipos celulares do tecido ósseo e renal. o Esses receptores estimulam o aumento de AMPc, através da estimulação da adenililciclase e/ou fosfolipase C, aumentando os níveis citosólicos de cálcio. 6.6- Ações renais do PTH 6.6-1. Reabsorção tubular de cálcio A ação direta do PTH nos rins, ramo ascendente da alça de Henle e final do túbulo contornado distal predominantemente, é aumentar a reabsorção tubular de cálcio. No túbulo proximal o cálcio é reabsorvido (maior sítio) por transportador acoplado ao transporte de sódio. O receptor de PTH está acoplado a uma proteína Gs, aumentando os níveis celulares de AMPc. 6.6-2. Efeitos fosfatúrico = perda de fosfato pela urina O PTH causa diminuição de 30-40% na reabsorção proximal de sódio e fosfato. O receptor de PTH também funciona no sistema adenilciclase/AMPc. 6.6-3. Outros efeitos na função renal Diminuição da reabsorção de bicarbonato- alcalinização da urina; Inibição da reabsorção de íons iônicos, aumentando a quantidade de água na urina. 6.7- Ações óssea do PTH O PTH age estimulando a reabsorção óssea e direciona o cálcio para o plasma sanguíneo. O PTH estimula a ação de osteoclastos, inibe a ação dos osteoblastos e, tardiamente, ativa a formação óssea. Em última análise, o PTH leva a diminuição da massa óssea, chamada de osteopenia. Ativam as enzimas lisossomais. O ostócitos sofrem a ação do PTH, ocasionando a osteólise osteolítica, aumentando a as lacunas ósseas imediatamente adjacente aos osteócitos. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 9 Osteoblastos: a inibição restrita a eles, via citrato descarboxilase, fosfatase alcalina e síntese de colágeno. Acredita-se que o PTH aumente a concentração de AMPc, mas só há receptores para PTH em osteoblastos. Por isso, acredita-se que estes liberem fatores locais (prostaglandinas) para os osteoclastos. 7.0- PTH-RELATED PEPTIDE- PTHrp O PTHrp é uma proteína fetal produzida normalmente. Ele é um determinante para manutenção de níveis calcêmicos, ativando a Ca+2-ATPase existente na placenta, elevados em relação aos níveis maternos. PTH assume o lugar do PTHrp. Em processos neoplásicos, o PTHrp ressurge e causa hipercalcemia humoral maligna, hipofosfatemia e elevados níveis de AMPc nefrogênicos. 8.0- CÉLULAS PARAFOLICULARES- CALCITONINA A calcitonina é produzida nas células parafoliculares ou células C da tireoide, embora outros tecidos também a produzam. As células C fazem parte das células APUD, que podem captar aminas precursoras de aminas, como dopae 5-hidroxitriptofano, descarboxilá-los e convertê-los em dopamina e serotonina. Microtúbulos extensas, complexo de Golgi desenvolvido e mitocôndrias abundantes. 8.1- Biossíntese e secreção da calcitonina A calcitonina é sintetizada na forma de pré-pró-hormônio e é secretada na circulação, sendo empacotadas em grânulos citoplasmático e é secretada na circulação. A calcitonina ativada é a CGRP. 8.2- Controle da secreção e síntese da calcitonina O nível de cálcio se eleva e o nível de calcitonina também. Existem evidências controvérsias sobre o efeito da hipercalcemia crônica na concentração de calcitocina. Hormônios gastrointestinais, como gastrina, colescistoquinina, glucagon e a secretina são importantes estimuladores da secreção de calcitonina. A mais potente é a gastrina depois do cálcio. Os homens possuem 2x mais calcitonina do que as mulheres. Na senescência, o nível de calcitonina despenca. Na gestação e na lactação, os níveis de calcitonina são aumentados. 1,25-diidroxivitamina D inibe a secreção de calcitonina; Glicocorticoides aumentam a secreção de calcitonina. Há três vias de controle para a secreção de calcitonina: o Primeira: elevação aguda dos níveis de cálcio intracelulares. Esse aumento é altamente dependente dos canais de cálcio voltagem dependente. Elevações crônicas do cálcio não levam ao aumento de calcitonina por conta da dessensibilização dos receptores das células C. o A outra via é a via do receptor acoplado a proteína Gs, aumentando os níveis de AMPc e PKA. PKA desencadeia a transcrição gênica de RNAm que irá produzir calcitonina. o A última via é a do fosfatidil 4,5-bifosfato localizado na membrana celular e sob ação da fosfolipase C. O fosfatidil 4,5-bifosfato é degradado a Inositol 1,4,5-trifosfato (IP3), que irá aumentar os níveis citoplasmáticos de cálcio, aumentando a formação de calcitonina; e a formação de DAG que ativa PKC, que por ação nuclear aumenta a formação de calcitonina. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 10 8.3- Efeitos biológicos da calcitonina O principal efeito da calcitonina é o aumento dos níveis circundantes de cálcio e fósforo, principalmente por uma inibição da saída destes minerais dos ossos. Há receptores para calcitonina no rim, ossos, sistema nervoso central e hipófise. Nos ossos, a calcitonina se liga aos osteoclastos, inibindo a reabsorção óssea e modificando a morfologia da célula, reduzindo a borda em escova dessas células. O receptor de calcitonina está ligado a uma proteínaGs, ligado ao sistema adenilciclase/AMPc. A calcitonina tem efeito antagônico ao PTH. Nos túbulos renais temos os seguintes efeitos: o Estimulação da 1-α-diidroxilase renal, aumentando a produção de 1, 25-diidroxivitamina D. Este aumenta a absorção de intestinal de cálcio, mas ele também inibe a síntese de calcitonina diretamente nas células C. 9.0- VITAMINA D A concentração corporal de vitamina D é composta minimamente pela via exógena, sendo a produção pela pele a principal via de produção. A vitamina D age semelhantemente a um hormônio esteroide. As vitaminas D (calciferóis) são uma família de esteroides lipossolúveis e biologicamente ativos. 9.1- Metabolismo da vitamina D THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 11 Anteriormente temos a conversão do precursor da vitamina D animal em vitamina D3 ou colecalciferol. Existe também a vitamina D2 proveniente de vegetais ou ergocalciferol. Esta é metolizada e possui efeito biológico equivalente a D3. Não há risco de hiperprodução de vitamina D por longas e exposições solares porque a pré-vitamina D3 passa a ser transformada em um isômero inativo quando se alcança concentrações adequadas. Fatores que influenciam a produção de vitamina D: o Exposição a luz solar- quanto mais, melhor. o Estações do ano- principalmente em países temperados; o Pigmentação da pele; o Área exposta. 9.2- Hidroxilação da vitamina D A vitamina D precisa ser metabolizada em fígado e rins para que chegue até a sua forma biologicamente ativa, a 1,25-diidroxivitamina D. Há uma pausa de 6 a 12 horas para que a molécula de calciferol seja ativada. 9.2-1. 1-alfa-hidroxilação Fatores que controlam a atividade da 1-alfa hidroxilase: THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 12 o PTH- a baixa calemia estimula as paratireoides a formar PTH: aumenta-se a reabsorção óssea, a reabsorção de cálcio renal e a fosfaúria renal. O PTH estimula a 1-alfa-hidroxilase no fígado, sendo responsável pela conversão ativação desta e da formação da 1,25-diidroxivitamina D. Este inibe diretamente a síntese de PTH nas paratireoides (alça de feedback) e aumenta a absorção intestinal de cálcio e fósforo o A deplação de cálcio aumenta os níveis de 1,25-diidroxivitamina D Os metabólitos da vitamina D são carreados no plasma pela calciferina 9.3- Mecanismo de ação da vitamina D A 1,25-diidroxivitamina D interage diretamente com o um receptor nuclear, semelhante ao de outros hormônios esteroidais. O complexo hormônio-receptor (VDR) se associa a região do DNA chamada VDRE (elemento responsivo à vitamina D. desencadeia respostas genômicas. No entanto, também são observadas respostas não-genômicas na ação da 1,25-diidroxivitamina D, como é o caso da liberação de enzimas lisossomais de células epiteliais, redistribuição de calmodulina nas células musculares e no transporte de cálcio nas células intestinais. 9.3-1. Ações no intestino Aumento muito grande da absorção de cálcio e um aumento mais tímido na absorção de fósforo e magnésio. Efeito genômico: aumento da transcrição do gene da calbindina D, cuja concentração corresponde a capacidade transportadora de cálcio. Essa atividade é completamente independente de PTH. O efeito não-genômico, ou rápido, é a transcaltaquia- NÃO MUITO ESCLARECIDO, OU SEJA, NÃO PRECISA SABER. AMÉM, SENHOR! 9.3-2. Ações no esqueleto A ação das 1,25-diidroxivitamina D é a mediada por osteoblastos já que não há receptores para essa molécula nas células osteoclásticas. Osteoblastos: aumenta a produção de fosfatase alcalina, osteocalcina, números de receptores de crescimento epidérmico e inibe a síntese de colágeno tipo I. A vitamina D age nas células hematopoéticas precursoras dos osteclastos, sendo fundamentais para desencadear sua diferenciação e fusão. Cresce que haja um efeito rápido nas células osteoclásticas, aumentando sua atividade. 9.3-3. Ações no Rim No rim exerce uma atividade retroalimentativa, inibindo a ação da enzima 1-alfa-hidroxilase. 9.3-4. Ações sobre a paratireoide O PTH estimula a formação de 1,25-diidroxivitamina D. No entanto, este esteroide age diretamente (inibindo a transcrição do gene da PTH) e indiretamente (aumentando a calcemia) inibindo a liberação de PTH. 10.0- REGULAÇÃO HORMONAL INTEGRADA DA HOMEOSTASE MINERAL A principal glândula da regulação osteomineral são as paratireoides 10.1- Respostas desencadeadas pela hipocalcemia Deficiências na produção do PTH induzem hipocalcemia (diminuição da reabsorção óssea) e hiperfosfatemia (decréscimo da eliminação de fosfato pelo rim). Hipocalcemia e/ouhiperfosfatemia per se induzem um pequeno aumento na produção de 1,25- diidroxivitamina D. Em hipocalcemia os níveis de PTH sobem e cessa-se a excreção renal de cálcio e aumenta-se a reabsorção óssea. Juntamente com isso, a excreção de fosfato aumenta. 10.2- Respostas desencadeadas pela hipercalcemia THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 13 Em situações de hipercalemia, o PTH é inibido. Em consequência disso, a excreção renal aumenta e diminui a de fosfato. A 1,25-diidroxivitamina D é inibida e há diminuição da absorção intestinal de cálcio. 10.3- Regulação do fosfato plasmático A hipofosfatemia que se persevera por muitos dias é seguida de um aumento na produção de 1,25- diidroxivitamina D, que irá inibir a secreção de PTH. Esta diminuição aumentará a eliminação de cálcio e diminuirá a de fosfato. A hiperfosfatemia é regulada pelo aumento da eliminação renal.
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