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THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 1 PÂNCREAS ENDÓCRINO – CAPÍTULO 67 1.0- INTRODUÇÃO É uma glândula mista: secreção exógena (sulco pancreático); secreção endócrina (insulina, glucagon, somatostatina e peptídeo pancreático). 2.0- PÂNCREAS 2.1- Origem e diferenciação PURA EMBRIOLOGIA! DESNECESSÁRIO 2.2- Ilhotas pancreáticas ou de Langerhans Células A: Periféricas, formando o revestimento das ilhotas. Formação de glucagon; Células B ou β: centrais, produtoras e secretoras de insulina; Células D ou δ: localizadas na periferia, mais próximas aos capilares; produtoras de somatostatina. Células F ou PP: Produtoras de polipeptídio pancreático; periféricas, mais próximas dos capilares. Há 1 a 2 milhões de ilhotas, sendo 2% do pâncreas humano. A irrigação das ilhotas vai na direção centro-periférica, irrigando inicialmente as células B. Há rica inervação simpática e parassimpática. 2.3- Insulina 2.3-1. Síntese A síntese da insulina inicia-se em retículo endoplasmático rugoso, formando-se pré-pró-insulina, contendo uma cadeia única de aminoácidos. Após a perda do peptídeo sinal, dá origem à pró-insulina. Durante o transporte dessa molécula pelo complexo de Golgi para ser empacotada, ela transforma-se em insulina e forma-se o peptídeo conector (peptídeo C). A insulina fica armazenada nos grânulos de peptídeos até receber o estímulo para ser exocitada. 2.3-2. Secreção O estímulo mais importante para a secreção de glicose é a concentração intracelular de glicose, que é um retrato da concentração externa. O transportador GLUT-2 SEMPRE estará na membrana das células B. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 2 o A enzima glicoquinase é o ponto chave na metabolização da glicose, sendo ela a responsável por prender a molécula de glicose à célula, fosforilando-a a glicose-6-P. Por isso, diz que a concentração intracelular de glicose é detectada pela concentração intracelular de glicoquinase. A metabolização da glicose resulta em um aumento de ATP. Esse aumento fará com que o canal de potássio ATP-dependentes (KATP). Com o fechamento dos canais de potássio, esse íon ficará mais concentrado no meio intracelular, despolarizando parcialmente a membrana. Com isso, os canais de cálcio dependentes de voltagem se abrem, permitindo uma grande entrada de cálcio na célula B, despolarizando-a. A entrada maciça de cálcio proporciona mudanças conformacionais no citoesqueleto, favorecendo a exocitose dos grânulos de insulina. Aminoácidos são importantes para o processo de secreção de insulina. Eles aumentam a secreção do hormônio ou por serem metabolizados ou por entrarem como intermediários do metabolismo energético, aumentando a quantidade de ATP. Ácidos graxos, principalmente os saturados, são potencializadores da secreção de insulina. Após um grande tempo de exposição, eles provocam lipotoxidade das células B. Sistema nervoso autônomo: o Parassimpático: aumento da secreção de insulina o Simpátivo: inibem a secreção de insulina THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 3 2.3-3. Regulação da secreção de insulina Cortisol e GH agem aumentando a resistência periférica à insulina, resultando no aumento da glicemia e a secreção de insulina. Glucagon e somatostatina agem diretamente nas células B. Hormônios gastrointestinais agem diretamente nas células B. 2.4- Glucagon 2.4-1. Síntese O gene do pró-glucagon é expresso nas células A pancreáticas e no intestino delgado. O RNAm é traduzido no retículo endoplasmático rugoso, formando-se o pré-pró-glucagon. Essa molécula sofre clivagem e forma o pró-glucagon. Dentro do complexo de Golgi para ser empacotado no grânulo o pró-glucagon é clivado, formando várias moléculas, dentre elas o glucagon. o Nas células intestinais, forma-se glicentina e os GLP-1 e 2. 2.4-2. Secreção Quando a glicemia está baixa, a concentração intracelular de glicose nas células A é baixa. A baixa de ATP nas células A abre os canais de KATP. Dessa forma, canais de cálcio do tipo T, canais de sódio dependentes de voltagem e os canais retificadores de potássio do tipo A são abertos. Com o aumento do influxo de cálcio, o hormônio é secretado. 2.4-3. Regulação da secreção Alta glicemia Aumento da secreção de insulina Aumento do transporte de insulina para os órgãos Diminuição da glicemia Diminuição da secreção do hormônio Estado alimentado THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 4 2.5- Somatostatina 2.5-1. Síntese A somatostatina é sintetizada por diferentes células do corpo (células hipotalâmicas, células intestinais, células D pancreáticas...) A somatostatina é sintetizada como pró-somatostatina com a clivagem posterior e formação dela. 2.5-2. Secreção É BASTANTE SIMILAR AO DA INSULINA 2.6- Polipeptídio pancreático Função não esclarecida 2.7- Inter-relações dos hormônios da Ilhota Pancreática Existem conexões gap entre as células das ilhotas, havendo evidentemente troca iônica. Insulina inibe a secreção de glucagon. Glucagon estimula a secreção de insulina e somatostatina A somatostatina inibe a secreção de glucagon, insulina e polipeptídio pancreático. A circulação nas ilhotas pancreáticas auxilia na secreção dos hormônios pancreáticos. Inicialmente a irrigação chega as células B, produtoras de insulina. Existe, pois um efeito tônico inibitório da insulina sobre a secreção de glucagon. 3.0- Mecanismo de ação dos hormônios pancreáticos Mecanismo de ação do glucagon: é um receptor de membrana acoplado a proteína Gs, envolvendo o aumento intracelular de AMPc. Mecanismo de ação da somatostatina: ela liga-se a 5 isoformas de receptor: SSTR1 a SSTR5. Esses receptores são acoplados a proteínas Gi, determinando a diminuição do AMPc, ativando também proteínas fosfatase. 4.0- Sinalização insulínica THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 5 4.1- Receptor de Insulina É um homodímero com atividade cinase intrínseca. Ele contém duas subunidades α e duas β. A subunidade α inibe a atividade tirosina cinase da subunidade β. A ligação da insulina a subunidade α, altera a conformação e autofosforila as unidades tirosina ma subunidade β, o que aumenta sua atividade cinase 4.2- Substratos do receptor de insulina Existem diversos substratos para o receptor de insulina. São 12 ao total, sendo os mais importantes os 4 pertencentes a família dos substratos do receptor de insulina, as proteínas IRS. A fosforilação das proteínas IRS cria sítios de reconhecimento para moléculas com homologia a Src 2. A molécula que irá ocupar esse sítio e que realmente importa é a fosfatidilinositol-3-cinase (PI 3- cinase) 4.3- Inibição da sinalização do receptor de insulina O receptor de insulina, além de ser fosforilado em tirosina, pode ser fosforilado em serina também. Esta fosforilação diminui a capacidade do receptor de se fosforilar em tirosina após o estímulo com insulina. Esse é um mecanismo de feedback negativo na sinalização de insulina epode provocar resistência à insulina. A ação da insulina também é atenuada por proteínas fosfatase que catalisam a rápida desfosforilação do receptor de insulina e seus substratos. 4.4- PI 3-cinase, proteína cinase B (PKB/Akt) e a Via CAP/Cbl PI 3-cinase é importante para a regulação da mitogênese, na diferenciação celular e no transporte de glicose estimulado pela insulina. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 6 A PI 3-cinase fosforila as proteínas IRS. Essas proteínas, por sua vez, fostidilinositol-3-fosfato, fostidilinositol-3,4-difosfatoe fostidilinositol-3,4,5-trifosfato. Este último liga-se a fatores PH de diversas moléculas sinalizadoras alterando sua atividade e localização subcelulares. A PI 3-cinase também tem atividade serina cinase. O fostidilinositol-3,4,5-trifosfato gerado pela PI 3-cinase pode gerar a PDK-1, que ativa uma serina/treosina cinase a Akt (ou PKB, como é conhecida também). Esta última promove, através de mecanismos de sinalização, o direcionamento da vesícula de GLUT 4 para a membrana celular, como também apresenta atividade catalítica. Além de fosforilar Akt, a PDK-1 pode fosforilar formas atípicas da PKC envolvidas na spintese proteica e no transporte de vesículas de GLUT4 para a membrana celular para a membrana celular. Na presença de insulina, há grande translocação de transportadores GLUT4 para a membrana celular, sendo pouco reabsorvidos nesse período. Existe uma segunda via para ação da insulina. o Ela envolve a fosforilação de proto-oncogene c-Cbl. Na maior parte dos tecidos sensíveis a insulina, Cbl está associado a proteína adaptadora CAP. Com a fosforilação do complexo Cbl- CAP, há migração deste para a membrana plasmática. Lá ele interage com a proteína adaptadora CrkII, que está associada a C3G. C3G catalisa a troca de GDP por GTP da proteína TC10. TC10 ativada desencadeia um segundo sinal que levará as vesículas contendo GLUT4 para a membrana plasmática. 4.5- Cascata de fosforilação estimuladas pela insulina É uma via independente da via de expressão do GLUT4 A via da MAP (proteína ativadora de mitogênese)- ligada a proliferação e diferenciação celular. 4.6- Regulação da síntese de glicogênio Fosforilação das protepinas IRS e/ou Shc Estas interagem com a proteína Grb2, que está associada à SOS SOS troca o GDP por GTP da proteína Ras, ativando-a Ativa a fosforilação em serida da cascata da MAP cinase Maior proliferação e diferenciação celular THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 7 NO FÍGADO O TRANSPORTADOR DE INSULINA GLUT2 SEMPRE ESTÁ NA MEMBRANA A insulina inibe a produção e a liberação de glicose no fígado pelo bloquei da gliconeogênse e glicogenólise. A insulina estimula a síntese de glicogênio no fígado e no músculo. No músculo é obtido graças a via desfosforilação da glicogênio sentetase: o Insulina liga-se ao receptor que fosforila IRS. o IRS fosforila PI 3-cinase que fosforila Akt o Akt fosforila e inativa a GSK-3, o que diminui a taxa de fosforilação da glicogênio sintetase, aumentando sua atividade. o Outro caminho é após a fosforilação da PI 3-cinase, ativa-se a fosfatase 1. Esta vai diretamente a glicogênio sintetase desfosforilá-la. A insulina inibe diretamente a transcrição de genes que codificam enzimas chave para a gliconeogênese, como é o caso da fosfoenolpiruvato carboxicinase (PEPCK). Esse hormônio também diminui a taxa de transcrição do gene que codifica frutose-1,6-bifosfatase e a glicose-6-fosfatase (enzimas neoglicogênicas) e aumenta a transcrição e genes de enzimas glicolíticas, como a glicinase da piruvato cinase. Conhecendo o mecanismo: o A insulina, via Akt, fosforila fatores de transcrição Foxo1. Com a fosforilação, Foxo1 deixa o núcleo, sendo redistribuído pelo citoplasma e reduzindo a produção hepática de glicose. A insulina também altera a quantidade de ácidos graxos livres liberados da gordura visceral. É preciso destacar que os ácidos graxos livres não são substratos da gliconeogênese, mas atuam modulando esta via de produção de glicose. Metabolismo de ácidos graxos no fígado: o Foxo2, outro fator de transcrição, controla o metabolismo de lipídeos no fígado no jejum e no diabetes tipo 2 (insensibilidade do receptor de insulina), e melhora a resistência à insulina em tecidos periféricos. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 8 o Foxo2 controla a expressão de genes envolvidos na oxidação de ácidos graxos, na cetogênse e na glicólise. o Foxo2 também é fosforilado pela Akt, deixando o núcleo e inibindo a atividade transcricional. o Em jejum ou em situações de diabetes tipo 2, Foxo2 continua no núcleo e estimula a via da lipólise (maior oxidação de lipídeos em diabéticos) e cetogênese (hálito cetônico de diabéticos). 3 situações hipotéticas, lembrando que Foxo2 é mais sensível a insulina que foxo1: o Sinalização de insulina normal: foxo1 efoxo2 estão fosforilados e deixaram o núcleo. Há acúmulo e oxidação de lipídeos no hepatócito regulados. Além disso, a gliconeogênese e glicogenólise estão inibidas o Resistência à insulina moderada: foxo1 e foxo2: foxo2 está fosforilado e fora do núcleo, mas foxo1 não foi fosforilado por ser menos sensível. Há maior gliconeogênese e glicogenólise, resultando em hiperglicemia (efeito de Foxo1 no núcleo). Há também esteatose hepática (efeito do foxo2 ter saído do núcleo). o Resistência grave à insulina: Foxo1 e Foxo2 não são fosforilados, continuando no núcleo. Isso resulta em maior glioneogênse, glicogenólise, que resulta em hiperglicemia. Além disso, a oxidação de ácidos graxos alcança seu auge, levando a cetoacidose. 4.7- Regulação da síntese e degradação de lipídeos A homeostase de lipídeos em células de vertebrados é regulada por uma família de fatores de transcrição SREBP (proteínas reguladoras do elemento regulador de esterol). Os fatores de transcrição SREBP ativam diretamente a expressão de cerca de 30 genes implicados na síntese e captação de colesterol, ácidos graxos, triglicérides e fosfolipídeos, assim como de NADPH, um cofator necessário para a síntese dessas moléculas. Ação da SREBP-1c, que é um dos três fatores de transcrição desse tipo no fígado, é a de aumentar a transcrição de genes envolvidos na síntese de ácidos graxos. Principais ações destacadas na imagem. o A insulina irá estimular a síntese de ácidos graxos no fígado em períodos de excesso de carboidratos. Isso se deve ao aumento de SREBP-1c. o A esteatose hepáticada resistência à insulina é causada pelo acúmulo de SREBP-1c, que está elevado em resposta aos altos níveis circundantes de insulina. Em adipócitos a insulina também reduz a lipólise pela inibição da lipase hormônio-sensível. A insulina irá inibir a ação dessa enzima através da sinalização envolvendo PI 3-cinase e Akt, ativando uma fosfodiesterase AMP cíclico específica (PDE3B), que reduz o AMPc nos adipócitos, inibindo a THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 9 atividade da PKA que é dependente de AMPc. A lipase-hormônio sensível é ativada pela PKA. Sem PKA, sem lipase-hormônio sensível. 4.8- O que causa resistência à insulina? A resistência à insulina ou diabetes do tipo 2 são causadas por problemas na transmissão do sinal de insulina. Podemos haver: redução da concentração e a atividade cinase do receptor de insulina, da concentração e da fosforilação do IRS-1 e 2, da atividade da PI 3-cinase, da translocação do GLUT4 e da atividade de enzimas intracelulares. Defeitos genéticos no receptor de insulina são raros, mas representam uma das formas mais graves de resistência. A síndrome de resistência à insulina e a diabetes do tipo 2 são poligênicos e podem envolver polimorfismos em vários genes que codificam proteínas envolvidas na via de sinalização, secreção ou metabolismo intermediário da insulina. A redução da expressão de GLUT4, principalmente em tecido adiposo, é um sinal de estado de resistência à insulina e diabetes tipo 2. O excesso deste é um sinal de hipersensibilidade. O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) apresenta resistência à ação da insulina no tecido muscular e adiposo no fígado, acompanhada de menor concentração de insulina. o Nesses tecidos, diversos fatorespodem promover a ativação de serinas cinases, especialmente a IKK e a JNK, capazes defosforilar moléculas da via em resíduos de serina, como IRS-1 e 2, inibindo a sinalização da insulina. Nas células beta, produtoras de insulina, esta regulação acelera a apoptose celular, reduzindo a massa dessas células. 5.0- EFEITOS BIOLÓGICOS DOS HORMÔNIOS PANCREÁTICOS É importante destacar o efeito proliferativo da insulina na vida fetal, resultando em crescimento do indivíduo. Na vida adulta, há hiperplasia de alguns tecidos específicos. A insulina previne a apoptose e controla a região do controle alimentar no hipotálamo. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 10 INSULINA, HORMÔNIO ANABÓLICO X GLUCAGON, HORMÔNIO CATABÓLICO 5.1- Homeostasia do estado alimentado e do jejum A função dos hormônios pancreáticos é garantir a homeostasia dos macronutrientes. Primariamente, a glicemia. Os macronutrientes são degradados posteriormente a absorção, sendo a fonte exógena de glicose, aminoácidos e ácidos graxos. O músculo esquelético é o maior sítio de reserva de proteínas no corpo humano. Ele libera aminoácidos que podem ser utilizados em diversas vias metabólicas. O tecido adiposo, o fígado, e as lipoproteínas circundantes no sangue são os reservatórios de lipídios no corpo. Estes funcionam como componentes estruturais da membrana celular e na geração de ATP através da degradação de ácidos graxos. O estoque de glicogênio da musculatura esquelética é muito maior do que o estoque hepático. No entanto, o estoque presente no músculo esquelético não pode, em primeira instância, ir para a corrente sanguínea porque o tecido muscular não conta com enzimas chave da gliconeogênese, como a glicose- 6-fosfatase. Dessa forma, apenas o tecido hepático possui a função gliconeogênica, visto que apenas glicose pode passar pelos transportadores de membrana GLUT e glicogênio no tecido muscular serve somente para ele. No período pós-prandial (ou absortivo) ocorre a elevação na concentração de glicose sanguínea, levando ao imediato aumento da secreção de insulina e baixas concentrações plasmáticas de glucagon. Dessa forma, o indivíduo entra em um período anabólico: o Proteogênese aumentada – captação de aminoácidos aumentada o Aumenta a captação de glicose, via glicolítica e síntese de glicogênio. o Aumento da lipogênese o Inibição de rotas catabólica No período pós-absortivo, a secreção de glucagon começa a aumentar, revertendo o efeito bioquímico- metabólico da insulina. Mais importante do que a alta de glucagon, é a baixa de glicose, sendo responsável por grande parte das ações metabólicas durante o jejum. o O jejum somente se inicia aproximadamente 6 horas após uma refeição completa. Características do jejum “overnight” (jejum após pelo menos 12 horas de privação alimentar, avaliado pela manhã): o Glicemia basal baixa: 70 mg/dL o Isulinemia baixa: 10 µU/mL o Glucagonemia alta: 75 pg/mL o Proteólise muscular o Lipólise no tecido adiposo o Aumento da glicogenólise e gliconeogênese hepáticas A glicogenólise pouco influencia na manutenção da glicemia no jejum porque os estoques de glicogênio são bem limitados. A atividade gliconeogênica dos túbulos renais e tecido hepático é essencial para manutenção de níveis basais da glicose no sangue. Cortisol, GH e talvez catecolaminas auxiliam na manutenção da homeostasia, funcionando como antagonistas da insulina e sinergistas do glucagon. Não se sabe a exata ação do glucagon in vivo porque todos os ensaios feitos foram realizados com a ausência de insulina. Sabe-se, no entanto, que, semelhantemente a insulina, as concentrações de glucagon diminuem muito ao passarem pelo fígado porque a grande degradação/ação destes no tecido hepático. Em consequência disso, é conhecido que o fígado está sob efeito de maiores concentrações de glucagon e insulina do que os tecidos periféricos Hipoglicemia e hiperglicemia: são condições PATOLÓGICAS. As flutuações da concentração de glicose são normais em todos os indivíduos. THIAGO PRATA- UFS- FISIOLOGIA ENDÓCRINO 11 6.0- ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS 6.1- Diabetes Mellitus e Síndrome metabólica A diabetes mellitus é uma síndrome metabólica que apresenta hiperglicemia. Ela possui dois tipos: o Tipo 1: destruição das células B do pâncreas- não há produção de insulina o Tipo 2: há resistência à insulina A DM tipo 2 têm forte fator genético, como já abordado. A obesidade induz a resistência à insulina por conta da ingestão excessiva de alimentos e superestimulação e dessensibilização de receptores de insulina. A síndrome metabólica é um conjunto de patologias, entre elas: obesidade, DM, dislipidemias, hipertensão arterial e doença cardiovascular arterosclerótica. 6.2- Hipoglicemia Quadro patológico caracterizado pela baixa concentração de glicose no sangue. É uma situação bastante grave e não muito comum. Muitas vezes, é decorrente de pacientes com insulinoma (tumor produtor de insulina) ou em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1 que fazem uso de doses altas de insulina exógena que não é degradada. Sinais e sintomas (Tríade e Whipple): o Glicemia menor ou igual a 40 mg/dL; o Sinais clínicos- hiperatividade simpática e /ou neuroglicopenia; o Recuperação imediata com a injeção endovenosa de glicose.
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