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1. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - NCPC 1. Normas processuais civis ................................................................................................................. 5 1.1. Normas fundamentais no processo civil ........................................................................................ 6 1.2. Normas processuais................................................................................................................... 18 2. Competência................................................................................................................................... 19 2.1. Perpetuação da jurisdição ........................................................................................................... 19 2.2. Fixação de competência .............................................................................................................. 20 2.3. Conexão e continência ................................................................................................................ 22 2.4. Prevenção ................................................................................................................................... 22 2.5. Foro de eleição ........................................................................................................................... 23 2.6. Alegação de incompetência ........................................................................................................ 23 3. Ação ............................................................................................................................................... 24 3.1. Pressupostos processuais ........................................................................................................... 24 3.1.1. Condições da ação ........................................................................................................... 25 3.1.2. Interesse de agir e legitimidade ........................................................................................ 25 3.1.3. Curadoria especial ............................................................................................................ 27 3.1.4. Representação processual das associações irregulares, capacidade processual do espólio e colaboração entre os entes federativos ........................................................................................ 27 3.1.5. Capacidade processual das pessoas casadas ................................................................. 28 3.1.6. Representação processual ............................................................................................... 29 4. Litisconsórcio .................................................................................................................................. 30 4.1. Litisconsórcio por comunhão, conexão ou afinidade ................................................................... 30 4.2. Litisconsórcio unitário .................................................................................................................. 31 4.3. Litisconsórcio necessário ............................................................................................................ 31 5. Intervenção de terceiros ................................................................................................................. 32 5.1. Oposição ..................................................................................................................................... 32 5.2. Assistência .................................................................................................................................. 32 5.3. Nomeação à autoria .................................................................................................................... 33 5.4. Denunciação da lide .................................................................................................................... 34 5.5. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica ............................................................. 35 5.6. Amicus curiae .............................................................................................................................. 36 6. Poderes e deveres do juiz............................................................................................................... 37 7. Deveres das partes ......................................................................................................................... 39 7.1. Litigância de má-fé ...................................................................................................................... 41 7.2. Despesas processuais ................................................................................................................ 41 7.2.1. Caução às custas ............................................................................................................. 41 7.2.2. Estímulo à autocomposição das partes ............................................................................ 42 7.2.3. Perícias ............................................................................................................................ 42 8. Regramento geral dos prazos processuais ..................................................................................... 44 8.1. Processo eletrônico e fuso horário .............................................................................................. 44 8.2. Contagem dos prazos ................................................................................................................. 44 8.3. Prazos especiais dos entes públicos ........................................................................................... 44 8.4. Atos praticados prematuramente ................................................................................................. 44 8.5. Litisconsortes .............................................................................................................................. 45 8.6. Calendário processual ................................................................................................................. 45 8.7. Outras questões .......................................................................................................................... 45 9. Advocacia ....................................................................................................................................... 46 9.1. Honorários ................................................................................................................................... 46 9.2. Procuração .................................................................................................................................. 49 9.3. Revogação da procuração e renúncia do advogado .................................................................... 50 9.4. Intimação..................................................................................................................................... 50 9.5. Sustentação oral e devolução dos autos ..................................................................................... 51 10. Mediação e conciliação ................................................................................................................... 52 10.1. Audiência preliminar de conciliação ou mediação ................................................................ 55 11. Ministério Público ............................................................................................................................ 56 12. Suspensão do processo ................................................................................................................. 58 13. Justiça gratuita ................................................................................................................................59 14. Citação ........................................................................................................................................... 64 15. Petição inicial .................................................................................................................................. 68 15.1. Requisitos ............................................................................................................................ 68 15.2. Emenda da inicial ................................................................................................................. 69 15.3. Pedido .................................................................................................................................. 70 15.3.1. Pedido genérico ................................................................................................................ 70 15.3.2. Alteração e aditamento do pedido .................................................................................... 71 15.3.3. Indeferimento da petição inicial ......................................................................................... 72 15.3.4. Improcedência liminar do pedido ...................................................................................... 72 16. Respostas do réu ............................................................................................................................ 73 16.1. Contestação ......................................................................................................................... 73 16.1.1. Ônus da impugnação especificada ................................................................................... 74 16.1.2. Alegação de incompetência no domicílio do réu ............................................................... 75 16.2. Reconvenção ....................................................................................................................... 75 17. Revelia............................................................................................................................................ 76 18. Alegação de impedimento e suspeição do juiz ................................................................................ 76 18.1. Novidades procedimentais ................................................................................................... 77 19. Providências preliminares ............................................................................................................... 78 20. Julgamento conforme o estado do processo ................................................................................... 78 20.1. Julgamento antecipado parcial do mérito ............................................................................. 78 20.2. Julgamento antecipado do mérito ......................................................................................... 79 20.3. Saneamento e organização do processo ............................................................................. 79 21. Provas ............................................................................................................................................ 81 21.1. Parte Geral ........................................................................................................................... 81 21.1.1. Negócios probatórios ........................................................................................................ 81 21.1.2. Superação do LIVRE convencimento motivado ................................................................ 81 21.1.3. Prova emprestada ............................................................................................................ 82 21.1.4. Ônus da prova .................................................................................................................. 82 21.1.5. Produção antecipada de prova ......................................................................................... 83 21.2. Provas em espécie ............................................................................................................... 86 21.2.1. Inspeção judicial ............................................................................................................... 86 21.2.2. Depoimento pessoal ......................................................................................................... 86 21.2.3. Confissão.......................................................................................................................... 87 21.2.4. Prova testemunhal ............................................................................................................ 89 21.2.5. Prova pericial .................................................................................................................... 92 21.2.6. Audiência de instrução e julgamento ................................................................................ 96 22. Sentença ........................................................................................................................................ 97 22.1. Extinção do processo sem exame do mérito ........................................................................ 97 22.2. Extinção do processo com exame do mérito ........................................................................ 99 22.3. Elementos da sentença ...................................................................................................... 100 22.3.1. Relatório ......................................................................................................................... 100 22.3.2. Fundamentação .............................................................................................................. 100 22.4. Sentença líquida ................................................................................................................ 102 22.5. Hipoteca judiciária .............................................................................................................. 103 22.6. Remessa necessária .......................................................................................................... 104 23. Coisa julgada ................................................................................................................................ 105 23.1. Coisa julgada apenas sobre o que foi expressamente decidido ......................................... 105 23.2. Consagração das coisas julgadas parciais ......................................................................... 106 23.3. Coisa julgada processual ................................................................................................... 106 23.4. Coisa julgada relativa a questões prejudiciais incidentais ................................................... 106 23.4.1. Tipologia das questões examinadas pelo juiz ................................................................. 106 23.4.2. Regime especial da coisa julgada relativa a questões prejudiciais incidentais ................ 108 23.5. Coisa julgada pode beneficiar terceiros .............................................................................. 110 23.6. Mudança no Código Civil .................................................................................................... 111 23.7. Acordo sobre coisa julgada ................................................................................................ 111 23.8. Eficácia preclusiva .............................................................................................................. 111 24. Liquidação .................................................................................................................................... 112 25. Cláusula geral de negociação sobre o processo ...........................................................................114 25.1. Panorama dos negócios processuais típicos ...................................................................... 115 25.2. Análise da cláusula de atipicidade dos negócios processuais ............................................ 115 25.3. Validade do negócio jurídico processual ............................................................................ 117 25.3.1. Capacidade .................................................................................................................... 118 25.3.2. Forma ............................................................................................................................. 119 25.3.3. Objeto ............................................................................................................................. 119 26. Cumprimento de sentença ............................................................................................................ 119 26.1. Títulos executivos judiciais ................................................................................................. 121 26.2. Protesto de sentença de inadimplida .................................................................................. 122 26.3. Competência para o cumprimento de sentença ................................................................. 122 26.4. Execução de tutela provisória ............................................................................................ 123 26.5. Exceção de pré-executividade............................................................................................ 123 26.6. Execução provisória ........................................................................................................... 123 26.6.1. Impugnação .................................................................................................................... 125 26.6.2. Honorários advocatícios ................................................................................................. 125 26.6.3. Incidência da multa pelo inadimplemento da execução provisória .................................. 125 26.7. Execução definitiva ............................................................................................................ 126 26.7.1. Honorários advocatícios ................................................................................................. 126 26.7.2. Requisitos da petição para o requerimento do cumprimento de sentença ...................... 127 26.7.3. Impugnação .................................................................................................................... 127 26.7.4. Incidente para o réu pagar antes de ser intimado ........................................................... 130 26.8. Execução de alimentos ...................................................................................................... 131 26.8.1. Opção do exeqüente pelo procedimento ........................................................................ 131 26.8.2. Execução de alimentos provisórios ................................................................................. 131 26.8.3. Protesto judicial .............................................................................................................. 132 26.8.4. Comprovação da impossibilidade de pagamento ............................................................ 132 26.8.5. Prisão ............................................................................................................................. 132 26.8.6. Competência .................................................................................................................. 132 26.8.7. Abandono material .......................................................................................................... 133 26.8.8. Constituição de capital .................................................................................................... 133 26.9. Execução de sentença de obrigação fazer e não fazer ...................................................... 133 26.10. Execução de sentença para a entrega de coisa ................................................................. 136 27. Execução de título extrajudicial e de sentença contra a Fazenda Pública ..................................... 137 28. Procedimentos especiais .............................................................................................................. 139 28.1. Ação monitória ................................................................................................................... 139 28.2. Usucapião .......................................................................................................................... 142 28.2.1. Usucapião de bem imóvel ............................................................................................... 142 28.2.2. Usucapião de bem móvel ............................................................................................... 143 28.2.3. Usucapião especial rural e especial urbana .................................................................... 143 28.2.4. Usucapião extrajudicial ................................................................................................... 143 28.3. Oposição ............................................................................................................................ 144 28.4. Ações possessórias ........................................................................................................... 145 28.4.1. Possessória multitudinária .............................................................................................. 145 28.4.2. Prazo de ano e dia .......................................................................................................... 147 28.4.3. Caução ........................................................................................................................... 147 28.4.4. Impossibilidade de ajuizamento de ação petitória ........................................................... 147 28.4.5. Ação de consignação em pagamento ............................................................................. 147 28.5. Embargos de terceiro ......................................................................................................... 148 28.6. Ação de exigir contas ......................................................................................................... 149 28.7. Ações de família ................................................................................................................. 151 29. Procedimentos especiais de jurisdição voluntária ......................................................................... 152 29.1. Parte geral.......................................................................................................................... 152 29.2. Divórcio e separação consensual ....................................................................................... 153 29.2.1. Alteração consensual do regime de bens ....................................................................... 154 29.3. Interdição ........................................................................................................................... 154 29.3.1. Mudanças na legitimidade .............................................................................................. 155 29.3.2. Petição inicial .................................................................................................................. 155 29.3.3. Curatela provisória .......................................................................................................... 155 29.3.4. Entrevista do interditando ............................................................................................... 156 29.3.5. Defesa do interditando ....................................................................................................156 29.3.6. Perícia ............................................................................................................................ 157 29.3.7. Sentença ........................................................................................................................ 157 29.3.8. Levantamento da curatela .............................................................................................. 158 30. Sistema de precedentes judiciais obrigatórios .............................................................................. 158 30.1. Introdução – abordagem teórica ......................................................................................... 158 30.2. Eficácia do precedente no Brasil ........................................................................................ 163 30.3. Rol dos precedentes obrigatórios ....................................................................................... 163 30.4. Distinção e superação de precedentes obrigatórios ........................................................... 167 30.4.1. Distinção (distinguishing) ................................................................................................ 167 30.4.2. Superação ...................................................................................................................... 168 31. Tutela provisória ........................................................................................................................... 170 31.1. Introdução terminológica .................................................................................................... 170 31.1.1. Tutela definitiva X tutela provisória ................................................................................. 170 31.1.2. Tutela satisfativa X tutela cautelar .................................................................................. 171 31.1.3. Tutela provisória incidente X tutela provisória antecedente ............................................ 173 31.1.4. Tutela provisória de urgência X tutela provisória de evidência ........................................ 173 31.2. Características gerais da tutela provisória .......................................................................... 174 31.3. Tutela provisória de urgência ............................................................................................. 176 31.4. Tutela de urgência antecedente ......................................................................................... 177 31.4.1. Tutela satisfativa antecedente ........................................................................................ 177 31.4.2. Tutela cautelar antecedente............................................................................................ 180 31.5. Tutela provisória de evidência ............................................................................................ 181 32. Execução de título extrajudicial ..................................................................................................... 183 32.1. Parte geral.......................................................................................................................... 183 32.1.1. Rol dos poderes do juiz .................................................................................................. 183 32.1.2. Rol das condutas atentatórias à dignidade da justiça ..................................................... 183 32.1.3. Sucessão na execução ................................................................................................... 184 32.1.4. Competência territorial .................................................................................................... 185 32.1.5. Inscrição do nome do devedor em cadastro de proteção de crédito ............................... 185 32.1.6. Rol dos títulos executivos extrajudiciais .......................................................................... 186 32.1.7. Responsabilidade patrimonial ......................................................................................... 187 32.1.8. Execução do fiador ......................................................................................................... 188 32.1.9. Fraude à execução ......................................................................................................... 188 32.1.10. Requisitos da petição inicial ........................................................................................ 189 32.1.11. Direitos reais sobre coisa alheia e execução ............................................................... 190 32.1.12. Princípio da menor onerosidade do executado ............................................................ 191 32.1.13. Interrupção da prescrição ............................................................................................ 192 32.1.14. Exceção de pré-executividade .................................................................................... 192 32.2. Penhora ............................................................................................................................. 193 32.2.1. Impenhorabilidades ........................................................................................................ 193 32.2.2. Rol dos bens penhoráveis .............................................................................................. 194 32.2.3. Depósito ......................................................................................................................... 195 32.2.4. Intimação da penhora ..................................................................................................... 196 32.2.5. Penhora online ............................................................................................................... 196 32.2.6. Penhora de faturamento ................................................................................................. 198 32.2.7. Penhora de frutos e rendimentos .................................................................................... 199 32.2.8. Penhora de empresa ...................................................................................................... 200 32.2.9. Penhora de cota social ou de ação ................................................................................. 200 32.3. Mudanças na expropriação ................................................................................................ 201 32.3.1. Adjudicação .................................................................................................................... 202 32.3.2. Alienação em hasta pública ............................................................................................ 203 32.4. Observações finais ............................................................................................................. 210 33. Processo nos tribunais .................................................................................................................. 211 33.1. Parte geral dos recursos .................................................................................................... 211 33.1.1. Juízo de admissibilidade dos recursos ............................................................................ 211 33.1.2. Ordem dos processos nos tribunais ................................................................................ 216 33.2. Recursos em espécie ......................................................................................................... 223 33.2.1. Embargos de declaração ................................................................................................ 223 33.2.2. Recurso ordinário constitucional ..................................................................................... 228 33.2.3. Apelação.........................................................................................................................228 33.2.4. Agravo ............................................................................................................................ 231 33.2.5. Agravo interno ................................................................................................................ 235 33.2.6. Recurso especial e extraordinário ................................................................................... 237 33.2.7. Embargos de divergência ............................................................................................... 253 34. Incidente de assunção de competência – IAC .............................................................................. 254 35. Ação rescisória ............................................................................................................................. 256 35.1. Cabimento .......................................................................................................................... 257 35.2. Prazo .................................................................................................................................. 258 35.3. Legitimidade ....................................................................................................................... 260 35.4. Hipóteses de cabimento ..................................................................................................... 260 35.5. Outras mudanças ............................................................................................................... 261 36. Reclamação .................................................................................................................................. 261 O Novo CPC traz um novo sistema. Não se trata de uma simples reforma do CPC, mas uma mudança completa. O CPC antigo serve como base de conhecimento. Não existe ainda doutrina forte e estabelecida sobre o Novo CPC. Mas há o Fórum Permanente de Processualistas Civis – encontro que se realiza a cada 6 meses. E esse fórum já produziu mais de 300 enunciados sobre o Novo CPC (os enunciados são aprovados por unanimidade e o fórum é integrado por 250 membros). Acompanhar o site (www.frediedidier.com.br) e o facebook para referências bibliográficas, já que ainda não há referências. Nesse curso só serão comentadas as mudanças mais relevantes. 1. Normas processuais civis Estrutura inicial do novo CPC: PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL O rol trazido pelo Capítulo 1 não é exaustivo (são 12 artigos nesse capítulo). Não estão nesse rol, por exemplo: i. proibição de prova ilícita (está na CF); ii. outras normas espalhadas pelo CPC (serão vistas ao longo do curso). O rótulo “normas fundamentais” consagra regras e princípios. 1.1. Normas fundamentais no processo civil Os artigos mais importantes desse capítulo serão individualmente analisados, mas não serão analisados necessariamente na ordem em que aparecem. 1) Artigo 1º Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Não é possível compreender o CPC sem antes analisar a CF. O CPC deve ser interpretado de acordo com a CF. Do ponto de vista simbólico, esse artigo é muito bom. Mas é uma obviedade. Se o juiz violar o art. 1º do CPC caberá RE (por violação à CF) ou REsp (por violar legislação infraconstitucional – novo CPC)? Cabe RE. Esse art. 1º é uma reprodução do texto constitucional e, dessa forma, não transforma o texto constitucional em texto infraconstitucional. Nesse mesmo sentido: Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Também é a repetição de um texto constitucional. Se, porventura, alguém violar os princípios da inafastabilidade da jurisdição violará a CF, cabendo RE. 2) Artigo 3º, §§ 2º e 3º Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Art. 3o, § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. Art. 3o, § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. Estabelece uma nova norma fundamental: princípio de promoção pelo Estado da solução por autocomposição. É uma verdadeira política pública. Consagra a Resolução 125/2010 do CNJ, que regulamentava isso. Art. 3o, § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Todo o Código é estruturado nesse sentido de estimular a autocomposição. Pela primeira vez, temos uma lei que disciplina com exaustão a mediação e a conciliação. Exemplos: i. dispensa do pagamento de custas, se houver transação. ii. se as partes fazem um acordo podem incluir outras lides, mas também outras pessoas. 3) Artigo 4º Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. As partes têm direitos de obter em prazo razoável a solução integral do mérito. i. 1ª parte: consagração da duração razoável do processo. Não há novidade; ii. 2ª parte: solução integral do mérito. Ou seja, as partes têm o direito à solução de mérito. Princípio novo: princípio da primazia da decisão de mérito. O objetivo desse princípio é que a decisão de mérito seja prioritária em relação à decisão sem julgamento do mérito. O juiz tem que julgar o mérito. Só não julgará se não houver jeito. Estão espalhadas ao longo do CPC: a. poderes do relator – este não pode não admitir o recurso sem antes intimar o recorrente para que emende o seu recurso; b. o juiz não pode indeferir a petição inicial sem antes determinar que o autor a emende; c. a apelação contra qualquer sentença sem julgamento do mérito tem efeito regressivo – permite a retratação pelo juiz; d. Art. 1029, § 3º: O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave – esse dispositivo é um marco e consagra o princípio da decisão da primazia da decisão de mérito. Ele também foi previsto na Lei 13.015/14 que trata dos recursos de revista no âmbito da Justiça do Trabalho (essa lei foi produzida com base no novo CPC). iii. 3ª parte: atividade satisfativa. Consagra-se o princípio da efetividade do processo. A novidade é que, pela primeira vez, temos um artigo que expressamente traz esse princípio. Nunca houve um dispositivo normativo consagrando esse princípio. Isso é muito simbólico e importante. 4) Artigo 5º Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Consagração do princípio da boa-fé processual, como um dos pilares do novo CPC. Antes desse artigo, a doutrina extraía esse princípio do devido processo legal. Não havia um dispositivo do antigo CPC que deixasse clara a existência desse princípio. Obs.: “Aquele que de qualquer forma”: o princípio se dirige a todos os participantes do processo (e não só às partes): juiz, perito, advogado, testemunha etc. Essa redação é cópia do CPC Suíço. Não confundir boa-fé subjetiva com boa-fé objetiva: Boa-fé subjetiva Boa-fé objetiva É um fato. E que fato é esse? O fato de alguém acreditar que está agindo licitamente. E esse fato é, muitas vezes, considerado pelolegislador Não é um fato, mas uma norma, mais precisamente, um princípio. Princípio segundo o qual os comportamentos humanos devem estar pautados em um padrão ético de conduta. Pouco importa se o agente tem a crença que está agindo corretamente ou não. Boa-fé objetiva = boa-fé. Ex.: posse. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos. O art. 5º é um exemplo de cláusula geral processual. Dessa forma, trata-se de um dispositivo normativo construído de maneira indeterminada quanto à sua hipótese normativa e quanto à sua conseqüência. Não há definição expressa do que seja a boa- fé (hipótese indeterminada) e não define o que acontece quando alguém não se comporta de acordo com a boa-fé (conseqüência indeterminada). Caberá aos tribunais essa definição. Concretização do princípio da boa-fé, de acordo com a doutrina alemã: i. o princípio da boa-fé torna ilícita qualquer conduta de má-fé (conduta dolosa). Ex.: “X” advogando em um processo trabalhista teve uma decisão contrária a seu cliente. “X” orientou o seu cliente a fazer um acordo, já que seria difícil reverter a decisão, e o cliente aceitou. O advogado começou a negociar um acordo com a parte contrária e esse acordo foi fechado por e-mail. Enquanto isso, o prazo para recorrer terminou e o advogado não recorreu porque fechou o acordo. Depois do término do prazo recursal, a parte contrária mudou de ideia e decidiu que não queria mais o acordo – evidente má-fé da parte contrária; ii. qualquer abuso do direito no processo viola a boa-fé – é um comportamento ilícito. Ex.: o autor tem o direito de negar a sucessão do réu pelo adquirente de coisa litigiosa. Mas se ele negar de maneira irrazoável, não fundamentada, haverá abuso do direito; iii. o comportamento contraditório também viola a boa-fé – se eu pratico um ato, e esse meu ato gera em outra pessoa a expectativa de que eu manterei a coerência na minha atuação e eu frustrar essa expectativa estarei violando a boa-fé. Proibição do venire contra factum proprium (do direito civil). Ex.: executado que oferece à penhora um bem e depois alega que o bem é impenhorável; iv. supressio processual – a supressio é a perda de um direito pelo fato de eu não ter exercido esse direito por um tempo tal que gerou na outra parte a expectativa de que eu não mais o exerceria. Ex.: processo tramita por 10 anos e o juiz, na sentença,, extingue o processo sem julgamento do mérito por falta de interesse de agir. Ora, o processo tramitou por 10 anos, com instrução, perícia etc. E o juiz nada falou durante esse período acerca do interesse de agir. Dessa forma, o juiz, ao ficar em silêncio, criou a expectativa nas partes de que o processo estava regular e o seu comportamento na sentença (extinção sem julgamento do mérito) viola a boa-fé. Além dessas 4 concretizações trazidas pela doutrina alemã, Fredie acrescenta mais duas: i. o princípio da boa-fé produz os deveres de cooperação; ii. e também exerce uma função hermenêutica, pois orienta a interpretação da postulação e da decisão. 5) Artigo 7º Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. A 1ª parte do artigo traz o princípio da igualdade no processo (paridade de tratamento). Não há novidade. É um princípio antigo, embora tenha sido dissecado pelo art. 7º. O princípio da igualdade no processo observa 4 aspectos: i. igualdade no processo; ii. igualdade no acesso à justiça; iii. igualdade nos momentos em que são reduzidas as dificuldades do acesso à justiça. Ex.: dificuldades financeiras (o sistema de gratuidade mudou completamente – a Lei 1060/50 está totalmente superada), dificuldades regionais e dificuldades comunicacionais (o novo CPC prevê expressamente a utilização da linguagem universal para pessoas surdas e mudas – língua brasileira de sinais – LIBRAS); iv. igualdade no recebimento de informações. Exemplo de aplicação do princípio da igualdade no novo CPC: Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: I. em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988 (pessoas com deficiência); II. regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Art. 1048, § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas. Art. 1048, § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. Art. 1048, § 3o Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável. Art. 1048, § 4o A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário. Mas a maior novidade do art. 7º é o trecho final, pois compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Surge aí uma norma fundamental nova: imposição ao juiz de zelar pelo efetivo contraditório. Mas o que significa isso? Esse dispositivo é muito aberto. Fredie tem receio que, os juízes, a pretexto de utilizar esse artigo, comprometam a sua imparcialidade. Para Fredie, é possível, com base nesse dispositivo, que o juiz nomeie um curador especial para os casos atípicos em que ele se revele necessário. Ex.: parte vai à audiência sem advogado – o juiz poderia nomear um defensor público para representá- la. O juiz pode dilatar os prazos processuais para garantir o contraditório (há previsão expressa – Art. 139, VI: O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI- dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito). o Mas atenção! Enunciado 129 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: essa dilatação do prazo não pode ser feita depois que o prazo acabou (não pode afastar a preclusão temporal já consumada). Ele deve fazer isso antes de o prazo começar a correr. No entanto, não seria possível que o juiz destituísse um advogado que ele repute fraco. 6) Artigo 8º Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. A análise de do artigo 8º deve ser dividida em 3 partes: i. o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum – norma prevista pela LINDB. Crítica: esse dispositivo é da década de 40, feito num contexto ditatorial, e não deveria ter sido reproduzido no CPC; ii. dignidade da pessoa humana, observando a proporcionalidade e razoabilidade. Essa disposição é incompatível com o disposto acima, do ponto de vista histórico. É uma mistura de metodologia. A primeira parte do artigo traz o contexto da ditadura, e depois, a segunda parte do artigo traz a ideia de que o legislador está atualizado e em consonância com a visão moderna do direito. De qualquer forma, é positiva essaprevisão (mas é negativa a previsão da 1ª parte do artigo). Regras concretizadoras da dignidade da pessoa humana previstas no CPC: a. utilização da linguagem de sinais no processo para as pessoas surdo-mudas; b. um grande rol de bens impenhoráveis – garantia do executado, que tem direito a um patrimônio mínimo; c. regra da tramitação prioritária de pessoas com doenças graves; d. humanização da interdição. iii. legalidade, publicidade e eficiência – o art. 37 da CF cuida dos princípios do Direito Administrativo e traz exatamente esses princípios (mais a impessoalidade e a moralidade). O legislador se inspirou nesse dispositivo. É uma miscelânea! Mas repare que o CPC não menciona a impessoalidade e a moralidade. Por quê? Porque a impessoalidade no âmbito do processo é o juiz natural (se o CPC trouxesse a impessoalidade haveria uma confusão desnecessária). E não se colocou moralidade, porque esta se confunde com boa-fé e este já está disciplinado no CPC, se o legislador falasse em moralidade também, haveria uma confusão desnecessária. Comentários sobre os princípios previstos no dispositivo: a. a publicidade dispensa maiores esclarecimentos; b. sobre a legalidade, é interessante destacar que esse dispositivo não fala em lei, mas em ordenamento jurídico, mais amplo. E o mesmo legislador que pensou nisso previu no final do artigo o princípio da legalidade. O CPC ajuda, então, na reconstrução do conceito do princípio da legalidade. Legalidade não é observância da lei apenas, mas sim do ordenamento jurídico brasileiro (leis, princípios, precedentes judiciais); c. sobre a eficiência, é um princípio expresso novo em sede processual. O princípio da eficiência é uma norma de direito administrativo, que recai sobre o Poder Judiciário enquanto ente administrativo. Também pode ser uma norma de direito processual, mas nessa dimensão recai na figura do juiz como administrador de determinado processo. A ideia da eficiência é: atingir a finalidade ao máximo com o mínimo de recursos, da melhor forma possível. Dessa forma, há uma relação direta entre o princípio da eficiência com o princípio da economia processual. Na verdade, o princípio da economia processual teve o nome mudado para eficiência, ou seja, são sinônimos. Mas eficiência tem previsão legal e é o nome moderno dado ao instituto. O principio da eficiência, na prática, funciona como regra interpretativa das leis processuais. Com base nesse princípio, é permitido ao juiz promover ajustes atípicos no processo, sem autorização expressa legal – ex.: possibilidade de o juiz unir processos sem conexão que terão a mesma perícia. Qual a diferença entre eficiência e efetividade? Eficiência tem relação com gestão, administração de recursos humanos e financeiros. Efetividade é relacionada ao resultado do processo. 7) Artigo 10 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. É um dos artigos mais importantes e relevantes do novo CPC. Essa regra já havia sido consagrada pela LEF, que estabelece que o juiz pode conhecer de ofício da prescrição, mas, antes de decidir com base nela, deve ouvir a Fazenda Pública. Há muitos anos no Brasil (pelo menos 20 anos) defende-se a ideia de que o direito ao contraditório garante às partes o direito de poder se manifestar sobre qualquer questão que seja relevante para a solução da causa mesmo que se trate de uma questão conhecida de ofício (ex.: inconstitucionalidade da lei, decadência legal, prescrição, incompetência absoluta). Qualquer questão que seja levada em consideração pelo juiz deve ser previamente submetida ao debate, ao diálogo processual. Isso é defendido há muito tempo, como garantia do contraditório, evitando-se decisões surpresa. Essa exigência decorre do dever de consulta do juiz, que foi consagrado pelo art. 10 do CPC. Trata-se de uma regra e não um princípio. Esta regra concretiza o princípio do contraditório. Exemplos concretizando esse dever no novo CPC: i. Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir; ii. Art. 927. § 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo; iii. Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. § 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente. § 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores. Se essa regra for descumprida, haverá nulidade da decisão por violação ao contraditório. 8) Artigo 9º Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: i. à tutela provisória de urgência; ii. às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; iii. à decisão prevista no art. 701. Mas atenção! É decisão CONTRA a parte. Dessa forma, se a decisão for a favor não é necessário ouvir a parte. Ex.: na improcedência liminar do pedido não é necessário ouvir o réu. Sobre as exceções: i. não é necessário ouvir a parte sobre decisão provisória de urgência (tutela antecipada com urgência), ou seja, apenas decisões definitivas não podem ser tomadas sem ouvir a parte prejudicada; ii. no caso de tutela de evidência (tutela provisória/antecipada sem urgência). Esse rol não é exaustivo: i. liminar possessória; ii. liminar de despejo; iii. liminar em mandado de segurança; iv. liminares em geral, previstas na legislação extravagante ou no próprio CPC. 9) Artigo 12 Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. Art. 12, § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. Art. 12, § 2o Estão excluídos da regra do caput: I. as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II. o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III. o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas – esse dispositivo é diferente do acima. Julgamento de recursos repetitivos e incidente de resolução de demandas devem ser julgados primeiro IV. as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 – extinção do processo sem exame do mérito e as decisões monocráticas do relator; V. o julgamento de embargos de declaração; VI. o julgamento de agravo interno; VII. as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII. os processos criminais,nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX. a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. Art. 12, § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais – Preferências legais têm uma ordem cronológica própria. Art. 12, § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. Art. 12, § 5o decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. Art. 12, § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3º (preferência legal), o processo que: i. tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; ii. se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II – aplicação da tese firmada em sede de recursos repetitivos. Juízes e tribunais deverão julgar de acordo com a conclusão do processo para julgamento. A lista deve ser pública. Essa regra prestigia a igualdade entre as pessoas perante o Poder Judiciário, bem como a duração razoável do processo. Somente se aplica às decisões finais, ou seja, nas decisões interlocutórias e acórdãos interlocutórios estão fora dessa regra. Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. Art. 153, § 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias. Art. 153, § 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor. E se o juiz preterir? Fredie entende que a sentença não pode ser invalidada, uma vez que o prejuízo é a terceiro estranho ao processo. Dessa forma, o juiz poderá ser responsabilizado disciplinarmente. É também possível utilizar essa preterição como um indício da suspeição do juiz. Regra de direito transitório: Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. § 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código. 10)Princípio do respeito ao autoregramento da vontade no processo Não está previsto no rol desse capítulo. O processo, para ser considerado devido, não pode ser um ambiente hostil ao exercício da liberdade. Liberdade essa concretizada pelo poder de autoregramento (autonomia privada). Dessa forma, o processo não pode conter restrições irrazoáveis ao poder de autoregramento. A ideia de que a vontade da partes é irrelevante está superada. A regra é a liberdade. Esse princípio está espalhado ao longo de todo o CPC: i. o CPC inteiro prevê um estímulo à autocomposição, conforme dito acima; ii. além disso, o Código consagra uma cláusula geral de negociação sobre o processo – a maior novidade do CPC; iii. há uma série de negócios processuais típicos: a. calendário processual; b. convenção sobre o ônus da prova; c. saneamento consensual; d. escolha consensual de perito; e. mudança convencional da audiência; f. escolha convencional do tipo de liquidação; iv. há um capítulo inteiro sobre mediação; v. a arbitragem é expressamente prevista como uma forma de jurisdição; vi. consagração do princípio da cooperação. Não há como pensar no novo CPC sem partir da premissa que ele é uma norma que prestigia a vontade das partes, ao poder de autoregramento. Trata-se de um princípio pilar do no CPC. 11) Artigo 2º Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Uma das exceções ao impulso oficial é a convenção das partes. Tradicionalmente, se dava como exemplo de exceção ao art. 2º a possibilidade de o juiz instaurar um inventário de ofício. Não é mais possível que o juiz comece de ofício o inventário. Além disso, a regra do impulso oficial não impede que a parte autora desista do processo. Aula 2 (Blocos 4, 5 e 6) – 10/4/2015 12) Artigo 6º Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Consagra o princípio da cooperação, que tem por meta transformar o processo em um ambiente cooperativo, ou seja, uma comunidade de trabalho em que vigorem a lealdade e o equilíbrio entre os sujeitos do processo. O juiz está em incluso nessa ideia. O modelo cooperativo está no meio-termo dos 2 modelos clássicos de processo: i. modelo publicista: o grande protagonista do processo é o juiz, que é quem interfere na condução do processo (condução ativa) e também decide; ii. modelo adversarial: liberal – cabe às partes a condução do processo e o juiz apenas assiste. Dessa forma, o modelo cooperativo está entre esses 2 modelos. É corolário da boa-fé. A boa-fé, de origem alemã, tem deveres anexos, e entre estes é possível falar em cooperação. E isso se aplica na ciência processual. Deveres do juiz decorrente do princípio cooperativo: i. dever de consulta às partes – artigo 10; ii. dever de prevenção – o juiz tem o dever de apontar as falhas do processo e de indicar como esses defeitos processuais devem ser corrigidos. Nesse contexto, o juiz tem o dever de evitar que o processo seja extinto sem julgamento de mérito; iii. dever de esclarecimento – o juiz deve dar manifestações claras. Isso não é novidade. Mas, além disso, o juiz tem o dever de solicitar esclarecimentos às partes se ele não entender as manifestações. Dessa forma, o juiz não pode indeferir o pedido só porque não entendeu; iv. dever de auxílio (consagrado no direito alemão e no direito austríaco) – o juiz deve auxiliar as partes. Fredie não concorda com esse dever, mas há doutrina que entende nesse sentido. Para Fredie, o máximo que o juiz pode fazer é zelar pelo contraditório e auxiliar as partes em casos em que elas não têm advogado (JECs, por exemplo). Obs.: já existe muita coisa escrita sobre o princípio da cooperação no Brasil mesmo antes do art. 6º do novo CPC. Ademais, o princípio cooperativo deve ser interpretado à luz do princípio de autoregramento da vontade no processo. 1.2. Normas processuais O Novo CPC tem vacatio de 1 ano. O Novo CPC, por expressa previsão legal (artigo 15), se aplica subsidiariamente (na ausência de normas) ao: i. processo trabalhista; ii. processo administrativo; iii. processo eleitoral. Não há mais procedimento sumário no CPC. Só existe o ordinário agora, que é chamado de procedimento comum. As causas de rito sumário que estiverem em andamento continuam no rito sumário até o fim do processo. Muitas leis extravagantes faziam referência ao rito sumário. Ex.: lei de usucapião especial. Dessa forma, todas as referências feitas na legislação extravagante ao procedimento sumário serão consideradas como referências ao procedimento comum. Pseudonovidades no CPC: nem tudo que está no novo CPC é novo. Há alguns casos de textos novos de normas velhas que continuam sendo aplicadas. Art. 14.A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Uma norma processual é aplicável aos processos em andamentos. Mas como um processo é um conjunto de atos, os atos jurídicos perfeitos são invioláveis por lei nova. Da mesma forma, as situações jurídicas (direitos processuais) já consolidadas não serão afetadas pela lei nova. Ex.: prazo para contestar do Poder Público no novo CPC: é em dobro (e não mais em quádruplo). Se o prazo já começou a correr, o Poder Público ainda tem direito de contestar em quádruplo, porque já há uma situação consolidada. 2. Competência 2.1. Perpetuação da jurisdição Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Via de regra, a causa perpetua no juízo e fatos posteriores não afetam isso. Ideia de estabilização da demanda. No antigo CPC: a data da perpetuação é a data da propositura. E a propositura da ação era considerada: i. despacho da inicial (uma vara); ii. distribuição (mais de uma vara). Já a prevenção no antigo CPC se dava com: i. despacho inicial (entre juízos da mesma competência territorial); ii. citação válida (entre juízos com competências territoriais distintas). No CPC de 2015, unificam-se os critérios (perpetuação da jurisdição = mesmo critério da prevenção): i. data do registro (vara única); ii. distribuição (mais de uma vara) da petição inicial. Antigo CPC (art. 87) – exceções à perpetuatio: i. supressão do órgão judiciário; ii. alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia; Novo CPC: i. supressão do órgão judiciário; ii. alteração da competência absoluta. 2.2. Fixação de competência Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I. de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II. sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. Art. 45, § 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. Art. 45, § 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. Art. 45, § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. O juiz deverá decidir aquele pedido para o qual é competente. E o pedido para o qual não é competente deverá ser formulado perante o juiz competente. A súmula 224 do STJ (“Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o juiz estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar conflito”) foi incorporada ao texto do novo CPC. Imagine que um juiz estadual receba um pedido para o qual ele tenha competência. A União intervém no processo. É o juiz federal quem decide se cabe ou não intervenção da União. Decidindo que a União não pode intervir, o juiz federal deve devolver o processo à Justiça Estadual. Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial (novidade!) e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Art. 48, Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I. o foro de situação dos bens imóveis – Antes o CPC previa “bens do de cujus”. Agora é bens imóveis; II. havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III. não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. Art. 51, Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. Esse dispositivo não é uma novidade. Reproduz o texto da CF. A novidade está no art. 52 que é um espelho do art. 51, mas para os Estados e o DF: Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Art. 52, Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Art. 53. É competente o foro: I. para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável (novidade!): a. de domicílio do guardião de filho incapaz; b. do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c. de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; O art. 100 previa o foro da mulher para causas envolvendo divórcio. Agora, a preferência é para o filho incapaz e não há mais a previsão de for especial para a mulher; II. de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III. do lugar: a. onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b. onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c. onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica; d. onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e. de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; – REGRA NOVA – direito do idoso como idoso. Esta regra é de competência relativa: o idoso propõe em seu domicílio se ele quiser. E essa regra só vale para as ações individuais. Ações coletivas seguem a regra do Estatuto do Idoso (local da ação ou da omissão); f. da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício – REGRA NOVA; IV. do lugar do ato ou fato para a ação: a. de reparação de dano; b. em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; V. de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 2.3. Conexão e continência Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido (CPC antigo falava objeto) ou a causa de pedir. Art. 55, § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado (súmula 225 do STJ foi incorporada aqui). Art. 55, § 2o Aplica-se o disposto no caput: I. à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico – isso era muito discutido na doutrina, se era possível reunir ação de execução e ação de conhecimento, agora o CPC pacificou; II. às execuções fundadas no mesmotítulo executivo. Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Essa é a mudança mais importante. Cria-se aqui uma conexão por prejudicialidade, ou seja, esse § 3º traz um novo caso de conexão. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. o Continência: mesmas partes, mesma causa de pedir, mas o pedido de uma abrange o da outra. o A ação maior proposta antes gera a extinção da ação menor proposta depois. o A ação menor proposta antes gera a reunião dos processos. 2.4. Prevenção Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. CPC de 73: i. despacho inicial – causas conexas estiverem na mesma competência territorial; ii. citação válida – causas conexas estiverem em competência territorial diversa. Isso só era pra complicar. Agora só há um critério: o registro ou a distribuição é que torna o juízo prevento. E é o mesmo fato que gera a perpetuação de competência, conforme dito acima. 2.5. Foro de eleição Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. Consagra-se uma prática internacional difundida. Foro internacional não viola a soberania brasileira. Respeito à autonomia privada – autoregramento da vontade das partes. Art. 25, § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo – Há as exceções no caso da competência brasileira exclusiva Art. 25, § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações Art. 63, § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. Art. 63, § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. Art. 63, § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu – Aqui fala-se em foro de eleição EM QUALQUER contrato – o CPC antigo falava em contrato de adesão. Art. 63, § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão – Antes da citação o juiz pode controlar de ofício, depois da citação só mediante alegação do réu na contestação (caso contrário há preclusão). 2.6. Alegação de incompetência Qualquer questão relacionada à incompetência deve ser alegada na contestação. o CPC de 1973: competência relativa deve ser alegada em peça avulsa. Qualquer alegação de incompetência pode ser feita no domicílio do réu. o O CPC de 1973 só permite isso em relação à competência relativa. MP fiscal da ordem jurídica (não se usa mais o termo fiscal da lei) pode alegar incompetência relativa nos casos em que ele intervenha. A incompetência absoluta não gera a nulidade automática do ato decisório. Pelo CPC de 73 é automático: o reconhecimento da nulidade absoluta gera a nulidade dos atos decisórios. Mas o Novo CPC preserva a decisão do juízo absolutamente incompetente e caberá ao juiz competente examinar se a decisão deve ou não ser anulada. A decisão sobre a incompetência deve ser imediata. A decisão do juiz sobre competência tende a ser uma decisão interlocutória: ou o juiz rejeita ou acolhe e remete os autos ao juiz competente. O problema é que o Novo CPC estabelece as hipóteses em que é cabível agravo de instrumento e não prevê a decisão sobre competência. Cabe recurso dessa decisão? Para Fredie, o rol é taxativo, mas permite analogia e, dessa forma, toda situação que se encaixe no modelo legal é agravável. Nesse lista, há previsão de que decisão que rejeita alegação de convenção de arbitragem é agravável – para Fredie, essa é uma decisão de competência (o juiz não é competente, mas sim o árbitro). Essa decisão, por ser essencialmente sobre competência, permite que qualquer decisão sobre competência possa ser agravada. Se não for permitido o agravo de instrumento nessa situação, não é possível discutir competência, porque o processo vai tramitar na justiça errada até eventual apelação – o que é um absurdo, segundo Fredie. O MP não intervirá nos conflitos de competência, mas apenas nas causas em que ele já intervém (no CPC atual o MP intervém em qualquer conflito de competência). O juiz que não aceitar o processo declinado para ele deve suscitar conflito. Isso é uma obviedade, mas o Novo CPC deixa claro. O Novo CPC também deixa claro que é possível o julgamento monocrático em situações definidas (art. 954) – o CPC de 1973 fala em jurisprudência dominante: i. súmula do STF ou do STJ; ii. tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. 3. Ação 3.1. Pressupostos processuais Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício Art. 76, § 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I. o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II. o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III. o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. O CPC de 73 determina que o 3º seja excluído sempre. Art. 76, § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I. não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II. determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. Art. 13 do CPC de 1973: disciplina o que o juiz deve fazer no caso de defeito relativo à capacidade processual. Esse dispositivo foi bem reformulado. É possível sanar problemas na capacidade processual em grau recursal. Se porventura não for feita a correção, aí então o recurso não será admitido. Agora fica claro que é admitido em grau recursal essa possibilidade. Primazia da decisão de mérito. 3.1.1. Condições da ação O termo “condição da ação” foi encampado pelo CPC de 1973: legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. Dessa forma, todo mundo aprendeu na faculdade os conceitos de pressupostos processuais e as condições da ação. Duas grandes críticas à figura das condições da ação: i. se elas são requisitos de admissibilidade, referentes à possibilidade do conhecimento do mérito do processo, deveriam ser chamadas pressupostos processuais e não condições da ação; ii. a legitimidade ordinária e a possibilidade jurídica do pedido são questões de mérito. O Novo CPC aboliu o rótulo “condição da ação”. Não existe mais essa expressão, Assim como não existe mais o termo “carência de ação”. O CPC continua falando da legitimidade e do interesse de agir, mas não diz que ambos são condições da ação. Para Fredie, legitimidade e interesse de agir são, agora, pressupostos processuais. E o CPC não fala mais da possibilidade jurídica do pedido,
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