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Direito Processo Penal Renato Brasileiro

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceito
É um conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal objetivo, a sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como a persecução penal.
O direito processual penal funciona como instrumento do qual se vale o Estado para a imposição da sanção penal ao possível autor do fato delituoso. Todavia, o Estado não pode punir de qualquer maneira, devendo perseguir o autor do fato delituoso de modo a aplicar-lhe as disposições legais cabíveis, sem, contudo, desrespeitar seus direitos e garantias individuais. É esse, pois, o grande dilema do processo penal: de um lado, o necessário e indispensável respeito aos direitos fundamentais; do outro, o atingimento de um sistema criminal mais operante e eficiente.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
Sistema inquisitorial
Tem como característica principal o fato de que as funções de acusar, defender e julgar encontrarem-se concentradas em uma única pessoa, que assume assim as vestes de um juiz acusador, chamado de juiz inquisidor.
Essa concentração de poderes nas mãos do juiz compromete, invariavelmente, sua imparcialidade.
O sistema inquisitorial está bastante atrelado com o modelo de governo absolutista, no qual as funções de legislar, aplicar a lei e julgar encontram-se nas mãos de um só governante.
Neste sistema, o juiz possui ampla liberdade probatória, podendo utilizar seus poderes instrutórios da maneira que lhe aprouver.
O acusado, assim, é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito de direitos. O processo inquisitório é, em regra, escrito e sigiloso, mas essas formas não lhe são essenciais.
O processo inquisitorial é incompatível com a CF/88, pois viola os mais elementares princípios processuais penais e também os direitos e garantias individuais.
Sistema acusatório
Caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa com igualdade de posições, e a ambas se sobrepondo um juiz, de maneira equidistante e imparcial. Aqui, há uma separação das funções de acusar, defender e julgar.
No sistema acusatório, a gestão das provas é função das partes, cabendo ao juiz o papel de garante das regras do jogo, salvaguardando direitos e liberdades fundamentais.
Foi acolhido de forma explícita pela CF/88 (Art. 129, I da CF). Nesse sistema, o juiz deve abster-se de promover atos de ofício na fase investigatória, atribuição esta que deve ficar a cargo das autoridades policiais e do MP.	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Sistema misto ou francês
O processo se desdobra em duas fases distintas: a primeira é tipicamente inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem contraditório. Nesta, objetiva-se apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso. Na segunda fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.
Houve entendimento de que o ordenamento brasileiro tinha acolhido o sistema misto. Todavia, com o advento da CF/88, que prevê de maneira expressa a separação de acusar, defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a ampla defesa, estamos diante de um sistema acusatório.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da presunção de inocência
Também chamado de princípio da não culpabilidade.
Consiste no direito de não ser declarado culpado senão mediante sentença transitada em julgado, ao término do devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório).
Como decorrência da presunção de inocência, cabe ao órgão acusador demonstrar a culpa do acusado, e não este de demonstrar sua inocência (esta é presumida). Em outras palavras, recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da prova, incumbindo-lhe demonstrar que o acusado praticou o fato delituoso que lhe foi imputado na peça acusatória.
Não havendo certeza quanto à prática da conduta delituosa, o acusado será absolvido. A condenação deve fundamentar-se em elementos sólidos, com uma base probatória idônea (STF).
Ainda, como consectário do princípio em estudo, não há que se falar em nenhum tipo de antecipação de juízo condenatório ou de culpabilidade, ou seja, a restrição à liberdade do acusado antes do trânsito em julgado de sentença condenatória só deve ser admitida a título de medida cautelar (natureza excepcional), e desde que presentes os pressupostos legais.
Princípio do contraditório
Está previsto no Art. 5º, LV da CF.
Não se pode cogitar da existência de um processo penal eficaz e justo sem que a parte adversa seja cientificada da existência da demanda ou dos argumentos da parte contrária. Daí a necessidade da presença do acusado para responder pelos fatos que lhe são imputados.
O núcleo fundamental do contraditório estaria ligado à discussão dialética dos fatos da causa, devendo se assegurar a ambas as partes, e não somente à defesa, a oportunidade de fiscalização recíproca dos atos praticados no curso do processo.
Princípio da ampla defesa
Também previsto no Art. 5º, LV da CF.
A ampla defesa está intimamente ligada ao contraditório, mas com este não se confunde. A ampla defesa assegura ao acusado o direito de participar do processo penal, seja por meio de defesa técnica (exercida por profissional da advocacia legalmente habilitado), seja por meio da autodefesa (possibilidade de participar diretamente da produção de provas e influenciar na convicção do juiz).
A defesa técnica compreende o direito de escolha do defensor e uma defesa plena e efetiva; A autodefesa abrange os direitos de audiência e de presença.
Princípio da publicidade
Tem relação com o Estado democrático de direito e tem como objetivo assegurar a transparência da atividade jurisdicional, oportunizando sua fiscalização não só pelas partes, mas também por toda a comunidade.
De acordo com o Art. 93, IX da CF, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e, fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.	Comment by Everton: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Trata-se de um princípio absoluto?
Não. A lei pode limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
Princípio da busca da verdade
Durante muitos anos prevaleceu o entendimento de que no âmbito do processo civil vigorava o princípio da verdade formal (o que importava era a convicção do juiz acerca do caso concreto e não necessariamente a verdade, pois os objetos em discussão eram bens disponíveis); ao contrário, no âmbito do processo penal, vigorava o princípio da verdade material, no qual o juiz tinha amplos poderes instrutórios e buscava sempre a verdade real dos fatos (o direito a liberdade é um bem indisponível).
Atualmente, essa dicotomia entre verdade formal e material deixou de existir. Já não há mais espaço para a dicotomia entre a verdade formal (processo civil) e verdade material (processo penal).
Tem prevalecido na doutrina moderna que o que vigora no processo penal atual é o princípio da busca da verdade. Seu fundamento é o Art. 156 do CPP. Admite-se que o magistrado produza provas de ofício, porém apenas na fase processual, devendo sua atuação ser sempre complementar/subsidiária. Na fase preliminar de investigações (inquérito) não é dado ao magistrado produzir provasde ofício, sob pena de evidente violação ao princípio do devido processo legal e a garantia da imparcialidade do Juiz.	Comment by Everton: Art. 156.  A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
ATENÇÃO
No âmbito dos juizados especiais criminais busca-se uma verdade consensual, ou seja, a pacificação social é alcançada pela convergência das vontades das partes. Não se busca uma simples condenação, isto é, nos juizados especiais a intenção é promover a pacificação social por meio de medidas despenalizadoras, em que a parte ofendida e o ofensor saiam satisfeitos com a atuação do judiciário.
Princípio do juiz natural
Pode ser compreendido como o direito que cada cidadão tem de saber, previamente, a autoridade que irá processá-lo e julgá-lo, caso venha a praticar uma conduta definida como infração penal pelo ordenamento jurídico. Visa a assegurar que as partes sejam julgadas por um juiz imparcial e independente.
Princípio do duplo grau de jurisdição
Deve ser entendido como a possibilidade de um reexame integral da decisão do juízo a quo a ser confiado a órgão jurisdicional diverso do que a proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária.
No ordenamento pátrio, esse duplo grau de jurisdição é exercido, em regra, pelo recurso de apelação, cuja interposição pode devolver ao juízo ad quem o conhecimento de toda matéria de fato e de direito apreciada na instância originária.
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
Enquanto à lei penal aplica-se o princípio da territorialidade (Art. 5º do CP) e da extraterritorialidade incondicionada e condicionada (Art. 7º do CP), o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori.	Comment by Everton: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Se um ato processual tenha que ser praticado no exterior, v.g., citação, intimação, interrogatório, a lei processual penal a ser aplicada é a do país aonde tais atos venham a ser realizados.
Art. 1º do CPP. Como se percebe, por conta de tratados ou convenções que o Brasil haja firmado, ou mesmo em virtude de regras de Direito Internacional, a lei processual penal deixa de ser aplicada aos crimes praticados por certos agentes no território nacional, criando-se, assim, verdadeiro obstáculo processual à aplicação da lei processual brasileira (imunidades).	Comment by Everton: Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);III - os processos da competência da Justiça Militar;IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
CUIDADO
Apesar de não haver expressa disposição legal, os crimes eleitorais também dispõem de procedimento próprio para sua apuração.
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
O Art. 2º do CPP consagra o denominado princípio do tempus regit actum.	Comment by Everton: Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Incide no processo penal o princípio da aplicabilidade imediata, no sentido de que a norma processual aplica-se tão logo entre em vigor, sem prejuízo da validade dos atos já praticados anteriormente. Portanto, ao contrário da lei penal, que leva em conta o momento da prática delituosa (tempus delicti), a aplicação imediata da lei processual leva em consideração o momento da prática do ato processual (tempus regit actum). A lei processual é irretroativa.
Têm-se dois efeitos práticos:
Os atos praticados sob a vigência da lei anterior são considerados válidos;
As normas processuais têm aplicabilidade imediata, regulando o desenrolar restante do processo.
IMPORTANTE
Doutrina e jurisprudência têm feito uma subdivisão das normas processuais:
Normas genuinamente processuais – são aquelas que cuidam de procedimentos, atos processuais, técnicas do processo. A elas se aplica o Art. 2º do CPP;
Normas processuais materiais ou mistas – são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de processual penal. Ocorre quando um dispositivo legal, embora inserido em lei processual, versa sobre regra penal, de direito material, a ele serão aplicáveis os princípios que regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna.
ASPECTOS GERAIS DA LEI PROCESSUAL PENAL
A lei processual penal nasce como todas as demais leis, ou seja, deve ser proposta, discutida, votada e aprovada pelo Congresso Nacional. Após aprovada, deve ser promulgada, sancionada pelo Presidente e publicada.
Aplica-se a lei processual penal o Art. 1º da LINDB.	Comment by Everton: Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.§ 1o  Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
Uma vez em vigor, a lei processual penal vigora formalmente até que seja revogada por outra (Art. 2º da LINDB).	Comment by Everton: Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
IMPORTANTE
Art. 3º do CPP.	Comment by Everton: Art. 3o  A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
INQUÉRITO POLICIAL
Conceito
É o procedimento administrativo, inquisitório e preparatório presidido pela autoridade policial, consistente em um conjunto de diligências objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e à materialidade do delito, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
ATENÇÃO
Termo Circunstanciado – criado pela Lei dos Juizados. Art. 69 da Lei 9.099/95. O Termo Circunstanciado deve ser utilizado apenas para infração de menor potencial ofensivo (IMPO).	Comment by Everton: Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Infração de menor potencial ofensivo – são todas as contravenções penais e os crimes com pena máxima não superior a 02 (dois) anos, cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvados os crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher.
A Lei Maria da Penha tem um dispositivo expresso que afasta a violência contra a mulher do procedimento dos Juizados. Art. 41 da Lei 11.340/06.	Comment by Everton: Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Natureza Jurídica
Tem natureza de procedimento administrativo, pois dele não resulta a imposição direta de nenhuma sanção.
Uma ilegalidade cometida no inquéritocontamina o processo?
NÃO. Portanto, eventuais vícios constantes do inquérito policial não contaminam o processo a que deram origem, salvo no caso de provas ilícitas (HC 94.034/08 – STF).
Finalidade do inquérito
Colheita de elementos informativos quanto à autoria e à materialidade do delito. Art. 155 do CPP.	Comment by Everton: Art. 155. O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
	Elementos Informativos
	Prova
	São aqueles colhidos na fase investigatória;
	Em regra*, é produzida na fase judicial;	Comment by Everton: Provas Cautelares, não repetíveis e antecipadas podem ser produzidas durante a investigação.
	Não há necessidade de observância do contraditório e da ampla defesa;
	Observação do contraditório real e da ampla defesa;	Comment by Everton: Dá-se no momento da produção da prova.
	Papel do Juiz – o Juiz só deve intervir quando necessário e desde que seja provocado (atua como “garante das regras do jogo”);
	Papel do Juiz – Princípio da Identidade Física do Juiz. Art. 399, §2º do CPP. Durante o curso do processo, o Juiz tem certa iniciativa probatória, a ser exercida de maneira subsidiária;	Comment by Everton: § 2o  O Juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
	Finalidades –
Servem como subsídio para a decretação de medidas cautelares;
Servem para a formação da convicção do titular da ação penal.	Comment by Everton: “OPINIO DELICTI”
	Finalidade – 
Serve para formar a convicção do Juiz (condenação ou absolvição do acusado).
O Juiz Pode condenar ou absolver alguém com base em elementos informativos?
Elementos informativos, isoladamente considerados, não podem fundamentar uma decisão. Porém, não devem ser desprezados, podendo se somar às provas produzidas em juízo para formar a convicção do Juiz no sentido da absolvição ou condenação do acusado. (RE 425.734 STF); (RE 287.658 STF).	Comment by Everton: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. OFENSA AO ART. 5º, INCISOS LIV E LV. INVIABILIDADE DO REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF Nº 279. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INQUÉRITO. CONFIRMAÇÃO EM JUÍZO DOS TESTEMUNHOS PRESTADOS NA FASE INQUISITORIAL.1. A suposta ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa passa, necessariamente, pelo prévio reexame de fatos e provas, tarefa que encontra óbice na Súmula STF nº 279.2. Inviável o processamento do extraordinário para debater matéria infraconstitucional, sob o argumento de violação ao disposto nos incisos LIV e LV do art. 5º da Constituição.3. Ao contrário do que alegado pelos ora agravantes, o conjunto probatório que ensejou a condenação dos recorrentes não vem embasado apenas nas declarações prestadas em sede policial, tendo suporte, também, em outras provas colhidas na fase judicial. Confirmação em juízo dos testemunhos prestados na fase inquisitorial.4. Os elementos do inquérito podem influir na formação do livre convencimento do Juiz para a decisão da causa quando complementam outros indícios e provas que passam pelo crivo do contraditório em juízo.5. Agravo regimental improvido.
Provas cautelares – são aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da prova em virtude do decurso do tempo, em relação às quais o contraditório será diferido (postergado); podem ser produzidas na fase investigatória ou em juízo. Em regra, dependem de autorização judicial. NATUREZA URGENTE. EX: interceptação telefônica, busca domiciliar;
Provas não repetíveis – são aquelas que não têm como ser novamente coletadas ou produzidas, em virtude do desaparecimento da fonte probatória, em relação às quais o contraditório será diferido. Podem ser produzidas tanto na fase investigatória quanto em juízo. Em regra, não dependem de autorização judicial. EX: exame pericial nas infrações cujos vestígios podem desaparecer;
Provas antecipadas – são aquelas produzidas perante a autoridade judiciária com a observância do contraditório real, em momento processual distinto daquele legalmente previsto ou até mesmo antes do início do processo em virtude de situação de urgência e relevância. Podem ser produzidas na fase investigatória e em juízo. Dependem de autorização judicial. EX: Art. 225 do CPP (Depoimento “AD PERPETUAM REI MEMORIAM”); Art. 366 do CPP.	Comment by Everton: Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o Juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.	Comment by Everton: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o Juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
Presidência do Inquérito Policial
Em regra, a presidência do inquérito é de atribuição do Delegado de Polícia.
O Delegado tem atribuição e não competência. Delegado e Promotor possuem atribuições. Competência é exclusiva de Juiz.
	Natureza do Crime e a
Competência para o julgamento
	Atribuição para as investigações
	Crime militar: Justiça Militar da União;
	Forças Armadas – Oficial encarregado de Inquérito Policial Militar;
	Crime militar: Justiça Militar Estadual;
	Polícia/Bombeiro – Oficial encarregado;
	Crime eleitoral: Justiça Eleitoral;
	Polícia Federal; *	Comment by Everton: Se no município não houver delegacia da PF podem as investigações ser feitas pela Polícia Civil.
	Crime “federal”: Justiça Federal;
	Polícia Federal;
	Crime comum: Justiça Estadual;
	Polícia Civil/Polícia Federal Lei 10.446/02;	Comment by Everton: Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:I – sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima;II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990); eIII – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; eIV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação.
Características do Inquérito Policial
Peça escrita – Art. 9º do CPP.	Comment by Everton: Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 405, §1º do CPP. É possível sua aplicação analógica no inquérito policial.	Comment by Everton: § 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações.
Peça dispensável – se o titular da ação penal contar com elementos informativos quanto à autoria e materialidade obtidos a partir de peças de informação distintas do inquérito, estepoderá ser dispensado.
Art. 39, §5º do CPP.	Comment by Everton: § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Instrumentos investigatórios que não são inquéritos policiais são chamados de peças de informação.
Peça sigilosa – em regra, o elemento surpresa é fundamental para assegurar a eficácia das investigações.
OBS: em certos casos a publicidade ajuda nas investigações policiais. Nos casos em que se tem retrato falado. A divulgação de fotos do criminoso pode ajudar a capturá-lo.
A quem esse sigilo não se opõe?
Juiz (acesso amplo);
MP (aceso amplo);
Advogado (acesso restrito).
A Constituição Federal assegura ao preso assistência de advogado (Art. 5º, LXIII), logo, este também terá acesso ao inquérito policial. Não se pode esquecer o Estatuto da OAB, em seu Art. 7º, XIV, que prevê o acesso dos advogados ao inquérito policial. Este acesso é ilimitado quanto às informações já introduzidas nos autos, mas não em relação às diligências em andamento (STF, HC 82.354 e HC 90.232). Súmula Vinculante 14.	Comment by Everton: LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;	Comment by Everton: XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;	Comment by Everton: 1. Inaplicabilidade da garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa ao inquérito policial, que não é processo, porque não destinado a decidir litígio algum, ainda que na esfera administrativa; existência, não obstante, de direitos fundamentais do indiciado no curso do inquérito, entre os quais o de fazer-se assistir por advogado, o de não se incriminar e o de manter-se em silêncio.2. Do plexo de direitos dos quais é titular o indiciado - interessado primário no procedimento administrativo do inquérito policial -, é corolário e instrumento a prerrogativa do advogado de acesso aos autos respectivos, explicitamente outorgada pelo Estatuto da Advocacia (L. 8906/94, art. 7º, XIV), da qual - ao contrário do que previu em hipóteses assemelhadas - não se excluíram os inquéritos que correm em sigilo: a irrestrita amplitude do preceito legal resolve em favor da prerrogativa do defensor o eventual conflito dela com os interesses do sigilo das investigações, de modo a fazer impertinente o apelo ao princípio da proporcionalidade.3. A oponibilidade ao defensor constituído esvaziaria uma garantia constitucional do indiciado (CF, art. 5º, LXIII), que lhe assegura, quando preso, e pelo menos lhe faculta, quando solto, a assistência técnica do advogado, que este não lhe poderá prestar se lhe é sonegado o acesso aos autos do inquérito sobre o objeto do qual haja o investigado de prestar declarações.4. O direito do indiciado, por seu advogado, tem por objeto as informações já introduzidas nos autos do inquérito, não as relativas à decretação e às vicissitudes da execução de diligências em curso (cf. L. 9296, atinente às interceptações telefônicas, de possível extensão a outras diligências); dispõe, em conseqüência a autoridade policial de meios legítimos para obviar inconvenientes que o conhecimento pelo indiciado e seu defensor dos autos do inquérito policial possa acarretar à eficácia do procedimento investigatório.5. Habeas corpus de ofício deferido, para que aos advogados constituídos pelo paciente se faculte a consulta aos autos do inquérito policial e a obtenção de cópias pertinentes, com as ressalvas mencionadas.	Comment by Everton: Súmula Vinculante 14 É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
OBS: Negativa de acesso do advogado ao inquérito policial: cabível reclamação ao STF por desrespeito à Súmula vinculante; o advogado pode impetrar um mandado de segurança (em nome próprio). Em nome do investigado é cabível a impetração de Habeas Corpus, estando ele preso ou em liberdade. Para o STF, sempre que puder resultar, ainda que de modo potencial, prejuízo à liberdade de locomoção será cabível o HC.
OBS: quando houver informações sigilosas do investigado no inquérito policial, o advogado deve fazer uso de uma procuração para ter acesso ao inquérito.
ATENÇÃO
Não se pode utilizar o HC em crimes em que não se prevê a prisão como modalidade de sanção. EX: porte de droga para uso pessoal. Súmula 693 STF.	Comment by Everton: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Procedimento inquisitorial –
É obrigatória a presença do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial?
Posição majoritária – no inquérito não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa.
Posição minoritária – é possível a ampla defesa no inquérito policial. É possível exercê-la de duas formas: exercício exógeno e exercício endógeno.
Exercício endógeno – refere-se ao exercício do direito de defesa nos autos do inquérito policial, seja por meio da oitiva do investigado, seja por meio de diligências solicitadas pela defesa à autoridade policial. A ampla defesa exercida dentro do inquérito.
Exercício exógeno – é aquele efetivado fora dos autos do inquérito policial, seja por meio da impetração de remédios constitucionais, seja por meio de requerimentos endereçados ao Juiz ou ao MP.
OBS: Lei 6.815/80 – Estatuto de Estrangeiro. A Lei prevê um inquérito para a expulsão do estrangeiro. Neste inquérito é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa.
Procedimento discricionário – o inquérito policial deve ser conduzido de maneira discricionária pela autoridade policial, que deve orientar o rumo das investigações e das diligências de acordo com as peculiaridades do caso concreto.
Discricionariedade não se confunde com arbitrariedade. Discricionariedade é uma liberdade dentro dos limites da lei. Arbitrariedade é um ato praticado ao arrepio da lei.
Art. 14 do CPP.	Comment by Everton: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Procedimento indisponível – Delegado não pode arquivar inquérito policial. Art. 17 do CPP.	Comment by Everton: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Procedimento Temporário – tem prazo definido para a conclusão do inquérito:
Investigado preso – 10 dias;
Investigado solto – 30 dias.
Os prazos podem ser prorrogados?
Em caso de réu preso o prazo para a conclusão do inquérito não pode ser prorrogado. Contudo, se o investigado está solto o prazo é prorrogável.
Art. 10, §3º do CPP. O prazo não pode ser prorrogado indefinidamente.	Comment by Everton: § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao Juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo Juiz.
STJ – HC 96.666. VER. O STJ determinou o trancamento de um inquérito que durava mais de 07 anos.	Comment by Everton: 5. No caso, passados mais de 07 anos desde a instauração do Inquérito pela Polícia Federal do Maranhão, não houve o oferecimento de denúncia contra os pacientes. É certo que existe jurisprudência, inclusive desta Corte, que afirma inexistir constrangimento ilegal pela simples instauração de Inquérito Policial, mormente quando o investigado está solto, diante da ausência de constrição em sua liberdade de locomoção (HC 44.649/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 08.10.07); entretanto, não se pode admitir que alguém seja objeto de investigação eterna, porque essa situação,por si só, enseja evidente constrangimento, abalo moral e, muitas vezes, econômico e financeiro, principalmente quando se trata de grandes empresas e empresários e os fatos já foram objeto de Inquérito Policial arquivado a pedido do Parquet Federal.6. Ordem concedida, para determinar o trancamento do Inquérito Policial 2001.37.00.005023-0 (IPL 521/2001), em que pese o parecer ministerial em sentido contrário.
Formas de instauração do inquérito policial
Crimes de ação penal privada (1) e de ação penal pública condicionada à representação (2)	Comment by Everton: Crimes contra a honra.	Comment by Everton: Estupro.
Nesses casos a instauração do inquérito está condicionada a manifestação da vítima ou de seu representante legal. A manifestação da vítima não necessita de formalismos, ou seja, basta o inequívoco interesse desta ou de seu representante em agir.
ATENÇÃO
Antes de instaurar o inquérito, deve o Delegado verificar a procedência das informações.
Crimes de ação penal pública incondicionada
Várias formas de instauração: Art. 5º do CPP.	Comment by Everton: Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício;II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
De ofício – o Delegado toma conhecimento da prática de um crime de ação penal pública incondicionada através de sua atividade rotineira. Vigora aqui o princípio da obrigatoriedade/oficiosidade. Neste caso a peça inaugural do inquérito vai ser uma portaria;	Comment by Everton: Não confundir com o princípio da oficialidade. Este estabelece que o inquérito deve ser instaurado por órgão oficial do Estado (polícia).
Requisição do Juiz ou do MP – Art. 5º, II do CPP. Importante destacar que a requisição do Juiz viola o sistema acusatório e a sua imparcialidade.
Caso um Juiz tome conhecimento de uma infração penal, deve encaminhar o caso para o MP para este, como dono da ação penal, decidir pela instauração do inquérito. Art. 40 do CPP.	Comment by Everton: Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
Neste caso a peça inaugural do inquérito será a própria requisição do MP. Art. 129, VIII CF.	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
Requerimento do ofendido ou de seu representante legal – não há necessidade de formalismo. Antes de instaurado o inquérito deve ser verificado a procedência das informações. A portaria é a peça inaugural do inquérito.
Na hipótese de indeferimento por parte do Delegado, o código prevê a possibilidade de interposição de um recurso inominado para o chefe de polícia. Art. 5º, §2º do CPP. Atualmente o chefe de polícia pode ser o chefe da polícia civil ou o Secretário de Segurança Pública. No âmbito da PF a atribuição é do Superintendente da PF.	Comment by Everton: § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
Notícia oferecida por qualquer pessoa do povo – o Delegado pode instaurar o inquérito. Contudo, é necessário que o Delegado tome os cuidados necessários e averigue a procedência das informações. DELATIO CRIMINIS. Art. 5º, §3º do CPP. O inquérito se inicia através de uma portaria.	Comment by Everton: § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
ATENÇÃO
DELATIO CRIMINIS inqualificada ou apócrifa – conhecida como denúncia anônima. A denúncia anônima, por si só, não serve para fundamentar a instauração de inquérito policial. Porém, a partir dela a autoridade policial pode realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações e, então, instaurar o procedimento investigatório. HC 95.244 STF.	Comment by Everton: 
A Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus no qual se pleiteava o trancamento de investigação ou qualquer persecução criminal iniciada com base exclusivamente em denúncias anônimas. Tratava-se, na espécie, de procedimento investigatório — que culminara com a quebra de sigilo telefônico dos pacientes — instaurado com base em delação apócrifa para apurar os crimes de associação para o tráfico de entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 14) e de corrupção passiva majorada (CP, art. 317, § 1º),supostamente praticados por oficiais de justiça que estariam repassando informações sobre os locais de cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão. Destacou-se, de início, entendimento da Corte no sentido de que a denúncia anônima, por si só, não serviria para fundamentar a instauração de inquérito policial, mas que, a partir dela, poderia a polícia realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito. HC 95244/PE, rel. Min. Dias Toffoli, 23.3.2010. (HC-95244)
Auto de prisão em flagrante – Art. 27 do CPPM.	Comment by Everton: Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao Juiz competente, nos termos do art. 20.
NOTITIA CRIMINIS
É o conhecimento pela autoridade, espontâneo ou provocado, acerca de um fato delituoso. Nada mais é do que quando uma autoridade policial toma conhecimento do fato.
CLASSIFICAÇÃO:
De Cognição Imediata - Espontânea: a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras. “NOS CASOS DE OFÍCIO”;
De Cognição Mediata: a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através de um expediente escrito. “NOS CASOS DE REQUISIÇÃO DO MP; REQUERIMENTO DA VÍTIMA; NOTÍCIA POR QUALQUER DO POVO”;
De Cognição Coercitiva: toma-se conhecimento do fato obrigatoriamente. “NOS CASOS DE PRISÃO EM FLAGRANTE”.
Identificação Criminal
A identificação criminal envolve dois tipos de identificação: identificação fotográfica e a identificação datiloscópica.
O Delegado pode fazer a identificação criminal de toda pessoa?
Este assunto deve ser analisado em um momento anterior e um momento posterior. Antes da CF/88, a identificação criminal era a regra, mesmo para quem se identificasse pessoalmente (Súmula 568 do STF). Diante da CF/88 (Art. 5º, LVIII), o que antes era a regra, agora se tornou a exceção, ou seja, somente nos casos previstos em lei, quando será possível a identificação criminal. As leis que versam sobre este tema são: Lei 8.069/90 em seu Art. 109 (ECA); Art. 5º da Lei 9.034/95 (ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS); Lei 10.054/00 em seu Art. 3º (IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL).	Comment by Everton: A identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado civilmente. (Superada pelo Art. 5º, LVIII, CF - RHC 66881-RTJ 127/588)	Comment by Everton: LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;	Comment by Everton: Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.	Comment by Everton: Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificaçãocivil.
A novidade é a Lei 12.037/09 que revogou expressamente a Lei 10.054/00. Essa lei deixou de prever o rol taxativo de delitos, como fazia a lei anterior.
A Lei 12.037/09 também revogou os artigos do “ECA” e das “Organizações Criminosas”.
Observações quanto a Lei 12.037/09:
Ao contrário da Lei 10.054/00, a Lei 12.037/09 não trouxe um rol taxativo de delitos em relação aos quais seria obrigatória a identificação criminal. Portanto, presentes os requisitos do Art. 3º, a identificação criminal poderá ser feita em relação a qualquer delito;	Comment by Everton: Art. 3º  Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Não pode a autoridade policial mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados ou informações não destinados ao juízo criminal. Art. 6º.	Comment by Everton: Art. 6º  É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Arquivado o inquérito ou havendo a absolvição do acusado, é possível que o investigado solicite a retirada da identificação fotográfica dos autos, desde que apresente provas de sua identificação civil. Art. 7º.	Comment by Everton: Art. 7º  No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil.
ATENÇÃO
Lei 12.654/12
Acrescentou uma obrigação para determinados condenados. É a identificação do perfil genético (Art. 9º-A da LEP – vigência em 28/11/12).	Comment by Everton: “Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. § 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.”
A lei determina que o condenado deve, obrigatoriamente, fornecer material genético para abastecer o banco de dados. Três correntes já discutem essa previsão:
1ª corrente – a lei é inconstitucional. É a aplicação do direito penal do autor. Criação do criminoso nato (Lombroso);
2ª corrente – a lei é constitucional. A obrigatoriedade do fornecimento é que é inconstitucional (princípio do nemo tenetur se detegere). O Estado deve utilizar materiais desprendidos do corpo do condenado;
3ª corrente – a identificação é legítima. A obrigatoriedade do fornecimento do material genético é justificável; o banco de dados não viola a CF.
Incomunicabilidade do indiciado preso
Art. 21, parágrafo único do CPP.	Comment by Everton: Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)
Segundo a maioria da doutrina, esse dispositivo não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.
A própria CF/88 assegura ao preso a assistência da família e do advogado. A CF veda a incomunicabilidade inclusive no Estado de Defesa, Art. 136, §3º, IV da CF.	Comment by Everton: § 3º - Na vigência do estado de defesa:IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
E o regime disciplinar diferenciado?
Art. 52 da Lei 7.210. HC 40.300 STJ.	Comment by Everton: Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)	Comment by Everton: 1. Considerando-se que os princípios fundamentais consagrados na Carta Magna não são ilimitados (princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas), vislumbra-se que o legislador, ao instituir o Regime Disciplinar Diferenciado, atendeu ao princípio da proporcionalidade.2. Legitima a atuação estatal, tendo em vista que a Lei n.º 10.792/2003, que alterou a redação do art. 52 da LEP, busca dar efetividade à crescente necessidade de segurança nos estabelecimentos penais, bem como resguardar a ordem pública, que vem sendo ameaçada por criminosos que, mesmo encarcerados, continuam comandando ou integrando facções criminosas que atuam no interior do sistema prisional -liderando rebeliões que não raro culminam com fugas e mortes de reféns, agentes penitenciários e/ou outros detentos -e, também, no meio social.
Segundo posicionamento do Supremo, o RDD não fere a Constituição.
Indiciamento
Indiciar é atribuir a alguém a autoria ou a participação em determinada infração penal.
Denominações do sujeito durante a persecução penal
Suspeito (investigado)	 Indiciado	 Acusado(denunciado) Condenado(réu)
Pressupostos para o indiciamento
Elementos informativos quanto à autoria e à materialidade do crime. O indiciamento depende de um despacho fundamentado da autoridade policial.
O promotor pode determinar que o Delegado indicie alguém?
NÃO. A atribuição é exclusiva do Delegado de polícia.
Momento para o indiciamento
O indiciamento pode ser feito a partir do início das investigações até o momento anterior ao início do processo. Se o processo já está em andamento o indiciamento não pode mais ser feito.
Desindiciamento
Ocorre quando anterior indiciamento é desconstituído em virtude de ilegalidade. O HC é o instrumento hábil para promover o desindiciamento. HC 43.599 STJ. Pode ser feito pela autoridade policial ou pelo judiciário.	Comment by Everton: O indiciamento configura constrangimento quando a autoridade policial, sem elementos mínimos de materialidade delitiva, lavra o termo respectivo e nega ao investigado o direito de ser ouvido e de apresentar documentos. Ordem CONCEDIDA em parte, para possibilitar ao pacienteque preste seus esclarecimentos acerca do fato, em termo de declaração; junte documentos e indique providências no caderno investigatório.
Sujeito passivo
Em regra, toda e qualquer pessoa pode ser indiciada.
Exceções:
Membros do MP. Art. 18, II, “f”, parágrafo único LC 75/98;	Comment by Everton: Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:II - processuais:f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste artigo;Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato.
Membros da magistratura (Juízes);
Deputados Federais e Senadores podem ser indiciados?
INQ. 2411/MT STF.	Comment by Everton: 3. Antes da intimação para prestar depoimento sobre os fatos objeto deste inquérito, o Senador foi previamente indiciado por ato da autoridade policial encarregada do cumprimento da diligência.4. Considerações doutrinárias e jurisprudenciais acerca do tema da instauração de inquéritos em geral e dos inquéritos originários de competência do STF: i) a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que, nos inquéritos policiais em geral, não cabe a Juiz ou a Tribunal investigar, de ofício, o titular de prerrogativa de foro; ii) qualquer pessoa que, na condição exclusiva de cidadão, apresente "notitia criminis", diretamente a este Tribunal é parte manifestamente ilegítima para a formulação de pedido de recebimento de denúncia para a apuração de crimes de ação penal pública incondicionada.iii) diferenças entre a regra geral, o inquérito policial disciplinado no Código de Processo Penal e o inquérito originário de competência do STF regido pelo art. 102, I, b, da CF e pelo RI/STF. A prerrogativa de foro é uma garantia voltada não exatamente para os interesses do titulares de cargos relevantes, mas, sobretudo, para a própria regularidade das instituições. Se a Constituição estabelece que os agentes políticos respondem, por crime comum, perante o STF (CF, art. 102, I, b), não há razão constitucional plausível para que as atividades diretamente relacionadas à supervisão judicial (abertura de procedimento investigatório) sejam retiradas do controle judicial do STF. A iniciativa do procedimento investigatório deve ser confiada ao MPF contando com a supervisão do Ministro-Relator do STF. 5. A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial para apurar a conduta de parlamentares federais ou do próprio Presidente da República (no caso do STF). No exercício de competência penal originária do STF (CF, art. 102, I, b c/c Lei nº 8.038/1990, art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis.6. Questão de ordem resolvida no sentido de anular o ato formal de indiciamento promovido pela autoridade policial em face do parlamentar investigado.
Em se tratando de acusado com foro por prerrogativa de função, o Supremo entende que é indispensável a autorização do Ministro/Desembargador relator não só para o início das investigações, como também para o indiciamento.
Conclusão do inquérito policial
Prazos para a conclusão do inquérito policial
	
	Preso
	Solto
	CPP
	10 dias
	30 dias
	Polícia Federal
	15 dias + 15 dias
	30 dias
	Inquérito Militar
	20 dias
	40 dias
	Crimes Economia Popular
	10 dias
	10 dias
	Lei de Drogas
	30 dias + 30 dias
	90 dias + 90 dias
	Crimes Hediondos	Comment by Everton: Prisão Temporária
	30 dias + 30 dias
	
A prorrogação é possível se o investigado estiver solto. Em se tratando de acusado solto o prazo pode ser prorrogado inúmeras vezes. No entanto, no caso de indivíduo preso, se o excesso do prazo for abusivo e desproporcional, a prisão deve ser objeto de relaxamento. Exemplo, 02 dias, 04 dias... sem problemas; já no caso de meses é abusivo.
A contagem do prazo, como é feita?
No caso de investigado solto, o prazo é processual penal, sem dúvida alguma. Porém, quando o indivíduo está preso tem-se 02 correntes que se divide na doutrina: uns dizem que o prazo é penal e outros que dizem que é processual.	Comment by Everton: Adotar
Quando o prazo é penal o dia do início é computado, mas se o prazo é processual penal, o prazo começa a correr a partir do 1º dia útil subsequente.
Relatório do inquérito policial
Peça de caráter descritivo, com a descrição das principais diligências realizadas durante o curso das investigações. Em regra, não deve ser feito juízo de valor, pois o Delegado não é o titular da ação penal.
ATENÇÃO
Cuidado com a hipótese da Lei de Drogas. Art. 52, I da Lei 11.343/06.	Comment by Everton: Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
O Delegado deve fundamentar a classificação no sentido do tráfico ou do porte para consumo pessoal.
O relatório não é indispensável para o início do processo.
Destinatário dos autos do inquérito policial
Segundo o CPP os autos devem ser remetidos para o Juiz.
Art. 10, §1º do CPP.	Comment by Everton: Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao Juiz competente.
Resolução 63 do CJF – estabelece uma tramitação direta dos autos de inquérito policial entre a Polícia Federal e o MPF, salvo nas hipóteses em que houver necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
Providências a serem adotadas pelo MP após a remessa do inquérito policial
Crime de ação penal privada – o Promotor deve requerer a permanência dos autos em cartório aguardando-se a iniciativa do ofendido;
Crime de ação penal pública –
Denúncia;
Promoção de arquivamento;
Requisição de diligências – desde que imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 129, VIII da CF. Essas diligências devem ser requisitadas diretamente à autoridade policial, salvo se for necessária a intervenção do Poder Judiciário (interceptação telefônica, quebra de sigilo telefônico, etc.);	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
Pedido de declinação de competência – Se o promotor entender que o juízo não é dotado de competência deve requerer a remessa dos autos ao Juiz natural;
Suscitar um conflito de competência ou um conflito de atribuições – no pedido de declinação de competência, não há prévia manifestação de outra autoridade jurisdicional acerca da competência. Quando o MP suscita um conflito de competência, isso significa dizer que já houve anterior manifestação de outro órgão jurisdicional acerca da competência.
	Conflito de competência
	Conflito de atribuições
	Conflito entre dois ou mais órgãos jurisdicionais acerca da competência; Art. 113 e Art. 114 CPP.	Comment by Everton: Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só pela exceção própria, como também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição.	Commentby Everton: Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem competentes (conflito positivo), ou incompetentes (conflito negativo), para conhecer do mesmo fato criminoso;II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de processos.
	Conflito estabelecido entre órgãos do MP acerca da responsabilidade ativa para a persecução penal.
Quem decide o conflito de competência?
	Juiz Estadual de SP
	X
	Juiz Federal SP
	STJ
Procura-se a instância superior comum aos dois Juízes.
	STM
	X
	Juiz Eleitoral
	STF
Sempre que houver um Tribunal Superior envolvido o conflito vai para o STF.
	Juiz do JECRIM Federal de SP
	X
	Juiz Federal SP
	TRF
Súmula 348 STJ. CANCELADA. O Supremo entendeu que a competência é do TRF da 3ª região (caso de SP) RE 590.409 STF. O STJ editou a Súmula 428.	Comment by Everton: Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre Juizado especial federal e juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária.	Comment by Everton: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre Juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.
	Juiz do JECRIM Federal de SP
	X
	Juiz Federal MG
	STJ
Procura-se a instância superior comum aos dois Juízes.
Quem decide o conflito de atribuições?
	Promotor da BA
	X
	Promotor da BA
	Procurador Geral de Justiça
	Procurador do AM
	X
	Procurador do PA
	Câmara de Coordenação e Revisão do MPF
	MPM de SP
	X
	MPF do RJ
	Procurador Geral da República
O MPU subdivide-se em 04 ramos: MPM; MPT; MPDFT e MPF. O chefe é o PGR.
	Promotor de SC
	X
	Procurador do RS
	STF
(Art. 102, I, “f” da CF). Há um conflito entre um Estado e a União.	Comment by Everton: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente:f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
	Promotor do RN
	X
	Promotor do CE
	STF
Mesma hipótese do caso anterior. Conflito entre Estados. Art. 102, I, “f” da CF.
Arquivamento do inquérito policial
Trata-se de uma decisão judicial (ato complexo).
O MP pede a promoção do arquivamento do inquérito à autoridade judiciária.	Comment by Everton: É plenamente possível o arquivamento do TCO.
Fundamentos do arquivamento
Ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação (falta de representação, por exemplo);
Falta de justa causa para o início do processo – falta de lastro probatório;
Atipicidade formal/material da conduta delituosa – princípio da insignificância (atipicidade material);
Causa excludente da ilicitude – Art. 23 do CP;	Comment by Everton: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Causa excludente da culpabilidade – coação moral irresistível, obediência hierárquica, inexigibilidade de conduta diversa, salvo na hipótese de inimputabilidade do Art. 26, “caput” do CP. O inimputável deve ser denunciado, porém com pedido de absolvição imprópria (sujeita a medida de segurança);	Comment by Everton: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Presença de alguma causa extintiva da punibilidade – Art. 107 do CP.	Comment by Everton: Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:I - pela morte do agente;II - pela anistia, graça ou indulto;III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;IV - pela prescrição, decadência ou perempção;V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Coisa julgada na decisão de arquivamento
Coisa julgada é a decisão jurisdicional contra a qual não cabe mais recurso, tornando-se imutável.
Coisa julgada formal – é a imutabilidade da decisão dentro do processo em que foi proferida (endoprocessual);
Coisa julgada material – pressupõe a coisa julgada formal. É a imutabilidade da decisão fora do processo em que foi proferida (extraprocessual).
O arquivamento do inquérito faz coisa julgada?
Depende do fundamento do arquivamento.
Ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação. CJF;
Falta de justa causa para o início do processo – falta de lastro probatório. CJF;
Atipicidade formal/material da conduta delituosa. CJFM;
Causa excludente da ilicitude. CJFM*;	Comment by Everton: 1ª turma STF– HC 95.211 o arquivamento só gera CJF;Plenário STF (em tramitação) – HC 87.395 o arquivamento gera CJFM (3x1) 
Causa excludente da culpabilidade. CJFM;
Presença de alguma causa extintiva da punibilidade. CJFM.
ATENÇÃO
Certidão de óbito falsa – a decisão que extingue a punibilidade com base em certidão de óbito falsa é tida como inexistente, logo pode ser anulada. Assim, um inquérito arquivado com base nesta certidão falsa pode ser reaberto.
Desarquivamento do inquérito policial e posterior oferecimento de denúncia
Desarquivamento nada mais é do que a reabertura das investigações nas hipóteses de arquivamento por falta de justa causa.
Para desarquivar o inquérito é necessária apenas a notícia de provas novas. Art. 18 do CPP. Não há necessidade de autorização judicial.	Comment by Everton: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Para que seja possível oferecer denúncia é necessário o efetivo colhimento de provas novas (são aquelas capazes de alterar o contexto probatório dentro do qual foi proferida a decisão de arquivamento).
Prova formalmente nova – é aquela que já era conhecida, mas ganhou nova versão após o arquivamento;
Prova substancialmente nova – é aquela prova que estava oculta à época do arquivamento. Súmula 524 STF.	Comment by Everton: Arquivado o inquérito policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Procedimento do Arquivamento
Justiça Estadual
O Promotor de Justiça encaminha a sua promoção de arquivamento ao Juiz.
Se o Juiz concorda com o pedido de arquivamento, estará arquivado o inquérito policial.
Se por acaso o Juiz não concordar, ele irá aplicar o Art. 28 do CPP e mandar os autos ao Procurador Geral de Justiça.	Comment by Everton: Art. 28.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o Juiz obrigado a atender.
O princípio que está inserido no Art. 28 é o princípio da devolução (ocorre quando o Juiz, aplicando o Art. 28 devolve a apreciação do caso à chefia do MP).
Quando o Juiz aplica este artigo, ele estará exercendo uma função anômala, qual seja, a função de fiscal do princípio da obrigatoriedade.
O Procurador Geral de Justiça tem as seguintes possibilidades:
Requisitar diligências para formar sua opinião;
Pode oferecer denúncia;
Pode designar outro órgão do MP para o caso, ou seja, ele não pode designar o mesmo Promotor que pediu o arquivamento (independênciafuncional). Esse outro órgão do MP atua como LONGA MANUS DO PROCURADOR GERAL, ele age, portanto, por delegação (na prática tudo isso é resolvido com o chamado “PROMOTOR DO 28” – Rogério Greco).
Insistir no pedido de arquivamento, quando então o Juiz está obrigado a arquivar o inquérito.
Se o MP insistir no pedido de arquivamento, o Juiz será obrigado a arquivar.
Justiça Federal
Quem atua na Justiça Federal é o MPF. O Procurador da República pedirá o arquivamento do inquérito ao Juiz Federal. Se o Juiz não concordar com o arquivamento, ele mandará para a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. A manifestação da Câmara é meramente opinativa. Depois de opinar, a CCR envia os autos ao PGR, porque na verdade a decisão compete ao Procurador Geral da República.
OBS: essa decisão final do PGR pode ser delegada à Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.
Justiça Militar da União
Quem atua na Justiça Militar é o MPM. O MPM pedirá o arquivamento do inquérito ao Juiz AUDITOR. Se o Juiz auditor concordar com o arquivamento, ele é obrigado, mesmo assim, a mandar para o Juiz auditor corregedor. Se este Juiz auditor corregedor concordar com o pedido de arquivamento, significa que ele agora está arquivado. Se o Juiz auditor corregedor não concorda com o pedido de arquivamento, ele entrará com um recurso que será julgado pelo STM. Esse recurso será uma correição parcial. O STM vai julgar a correição parcial e se ele negar provimento à correição parcial significa que está arquivado. Mas se por acaso ele der provimento à correição parcial, os autos serão encaminhados a Câmara de Coordenação e Revisão do MPM. A decisão é meramente opinativa, porque quem na verdade irá julgar é o PGM.
Justiça Eleitoral
Quem atua na Justiça Eleitoral é o MP Estadual. O MP faz o pedido ao Juiz Estadual. Se este não concordar com o pedido de arquivamento, ele mandará os autos ao PRE (Procurador Regional Eleitoral) – nada mais é do que um Procurador Regional da República.
Hipóteses de atribuição originária do PGJ/PGR
Quando se tratar de atribuição originária do PGJ/PGR, na medida em que o Tribunal não tem como se insurgir contra esta decisão, não há necessidade de submetê-la à análise do Poder Judiciário, salvo nas hipóteses em que a decisão de arquivamento for capaz de fazer coisa julgada material.
Arquivamento implícito
Ocorre quando o MP deixa de incluir na denúncia algum fato delituoso ou algum corréu, sem se manifestar quanto ao arquivamento. Esse arquivamento implícito não é admitido nos Tribunais, devendo o Juiz devolver os autos ao MP para que se manifeste sobre o ponto omisso, sob pena de aplicação do Art. 28 (RHC 95141).
O MP pode denunciar apenas um dos acusados, porém terá que justificar o porquê de não ter denunciado o(s) outro(s) (princípio da divisibilidade).
Arquivamento indireto
Ocorre quando o promotor se recusa a oferecer denúncia por considerar o Juiz incompetente. Porém, o magistrado se dá por competente. Deve ser aplicado por analogia o Art. 28 do CPP.
Recorribilidade no arquivamento
Em regra não cabe recurso contra o arquivamento do inquérito policial, nem cabe ação penal privada subsidiária da pública.
Exceções:
Crimes contra a Economia Popular (Art. 7º da Lei 1.521/51). Há previsão de recurso de ofício “famoso reexame necessário”;	Comment by Everton: Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial.
Nas contravenções de jogo do bicho e corridas de cavalo fora do hipódromo há previsão de recurso em sentido estrito (Art. 6º, parágrafo único da Lei nº 1.508/51);
Se o Juiz arquiva o inquérito de ofício, sem a iniciativa do MP cabe correição parcial.
Trancamento do inquérito policial
Quem vai buscar esse trancamento vai ser a pessoa que está sendo investigada. O instrumento a ser usado para conseguir o trancamento é o HC, mas desde que o delito possa resultar em pena privativa de liberdade.
Trancamento é o encerramento anômalo do inquérito policial, que ocorre diante da falta de justa causa (Delegado SP/2011).
Esse trancamento é uma medida de natureza excepcional, somente sendo admitido em 03 hipóteses:
Manifesta atipicidade formal ou material da conduta delituosa;
Quando estiver extinta a punibilidade;
Instauração de inquérito em crime de ação penal privada ou crime de ação penal pública condicionada à representação sem prévio requerimento do ofendido ou de representante legal.
Investigação pelo Ministério Público
	ARGUMENTOS FAVORÁVEIS
	ARGUMENTOS DESFAVORÁVEIS
	Teoria dos poderes implícitos: a Constituição, ao conceder uma atividade fim a um determinado órgão ou instituição, implícita e simultaneamente, concede a ele todos os meios necessários para atingir esses objetivos. Logo, se o MP é o titular da ação pública deve se outorgar a ele os meios necessários para formar seu convencimento;
Não há violação ao sistema acusatório, pois os elementos colhidos pelo MP terão o mesmo valor daqueles colhidos em um Inquérito Policial;
Procedimento investigatório criminal: é o instrumento de natureza administrativa e inquisitorial instaurado e presidido pelo MP com a finalidade de apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elementos para o oferecimento ou não da denúncia. Res. 13 do CNMP.
	Atenta-se contra o sistema acusatório, pois se cria um desequilíbrio entre a acusação e defesa;
A Constituição Federal dotou o MP do poder de requisitar diligências ou de instaurar o inquérito policial, mas não a atribuição para presidir as investigações;
A atividade investigatória é exclusiva da polícia judiciária;
Falta de previsão legal destas investigações e de instrumento para tais investigações.
POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL
STJ – favorável (Súmula 234);	Comment by Everton: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
STF – sinalização no sentido de admitir (INQ 1968), (HC 91661; HC 89837).	Comment by Everton: ARTIGO
Relativamente à possibilidade de o Ministério Público promover procedimento administrativo de cunho investigatório, asseverou-se, não obstante a inexistência de um posicionamento do Pleno do STF a esse respeito, ser perfeitamente possível que o órgão ministerial promova a colheita de determinados elementos de prova que demonstrem a existência da autoria e da materialidade de determinado delito. Entendeu-se que tal conduta não significaria retirar da Polícia Judiciária as atribuições previstas constitucionalmente, mas apenas harmonizar as normas constitucionais (artigos 129 e 144), de modo a compatibilizá-las para permitir não apenas a correta e regular apuração dos fatos, mas também a formação da opinio delicti. Ressaltou-se que o art. 129, I, da CF atribui ao parquet a privatividade na promoção da ação penal pública, bem como, a seu turno, o Código de Processo Penal estabelece que o inquérito policial é dispensável, já que o Ministério Público pode embasar seu pedido em peças de informação que concretizem justa causa para a denúncia. Aduziu-se que é princípio basilar da hermenêutica constitucional o dos poderes implícitos, segundo o qual, quando a Constituição Federal concede os fins, dá os meios. Destarte, se a atividade-fim — promoção da ação penal pública — foi outorgada ao parquet em foro de privatividade, é inconcebível não lhe oportunizar a colheita de prova para tanto, já que o CPP autoriza que peças de informação embasem a denúncia. Considerou-se, ainda, que, no presente caso, os delitos descritos na denúncia teriam sido praticados por policiais, o que, também, justificaria a colheita dos depoimentos das vítimas pelo Ministério Público. Observou-se, outrossim, que, pelo que consta dos autos, a denúncia também fora lastreada em documentos (termos circunstanciados) e em depoimentos prestados por ocasião das audiências preliminares realizadas no Juizado especialcriminal de origem. Por fim, concluiu-se não haver óbice legal para que o mesmo membro do parquet que tenha tomado conhecimento de fatos em tese delituosos — ainda que por meio de oitiva de testemunhas — ofereça denúncia em relação a eles. HC91661/PE, rel. Min. Ellen Gracie, 10.3.2009. (HC-9166)
Controle externo da atividade policial pelo MP
ART. 129, VII da CF;	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
LC 75/93, ART. 9º;
LEI 8.625/93, ART. 80 (ELA DIZ QUE A LC 75/93, DE MANEIRA SUBSIDIÁRIA, APLICA-SE AO MP ESTADUAL).
A atividade de controle externo exercida pelo MP decorre do sistema de freios e contrapesos previsto pelo regime democrático, visando à efetividade dos direitos assegurados na CF, além de buscar um comprometimento maior com a investigação criminal.
Esse controle externo não pressupõe subordinação ou hierarquia dos organismos policiais. Tal controle externo deve atuar em conjunto com as corregedorias das polícias, quando possível.
Já tem doutrinador dizendo que esse controle externo se dá de 02 formas:
Controle Difuso: é aquele exercido pelos promotores com atribuição criminal. 
Formas: Controle de ocorrências policiais; Verificação de prazos de inquéritos policiais; Qualidade do inquérito policial; Controle e verificação de bens apreendidos; Propositura de medidas cautelares.
Controle Concentrado: é aquele exercido pelo órgão do MP com atribuições específicas para tanto. Hoje todos os Ministérios Públicos têm um órgão especializado para exercer o controle externo, exercendo o controle concentrado.
Formas: Verificação das comunicações de prisões em flagrante; Visitas às delegacias de polícia e às unidades prisionais; Termos de ajustamento de condutas e recomendações; Requisições e procedimentos investigatórios criminais; Ações civis públicas na defesa dos interesses difusos e ações de improbidade administrativa.
Toda essa forma de controle externo, tanto o controle difuso quanto o controle concentrado, consta da Resolução de nº 20 do CNMP. Foi ajuizada no STF contra a Resolução nº 20 a ADI 4.420 (não foi conhecida pelo STF por se tratar de ato regulamentar).
AÇÃO PENAL
Conceito
Direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a tutela jurisdicional relacionada a um caso concreto. O Estado chamou para si o exercício da função jurisdicional. A ação penal é o instrumento com o qual o indivíduo pode exercer seu direito de ação.
Condições da ação penal
São condições necessárias para o exercício regular do direito de ação. A ausência das condições da ação é causa de rejeição da peça acusatória. Art. 395, II do CPP.	Comment by Everton: Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
A rejeição da peça acusatória se dará no início do processo (aliás, nem se inicia o processo).
Se for verificada a ausência de uma condição durante o processo será decretada a sua extinção sem apreciação do mérito. Art. 267, VI do CPC. O dispositivo do CPC é aplicável no processo penal com base no Art. 3º do CPP.	Comment by Everton: Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;	Comment by Everton: Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
As condições da ação também são chamadas de condições de procedibilidade. São duas espécies de condições:
Condições genéricas – são aquelas que devem estar presente em toda e qualquer ação penal;
Condições específicas – são aquelas necessárias apenas em certas situações, a depender do procedimento, do acusado, da espécie de crime, etc. EX: a representação do ofendido; a requisição do Ministro da Justiça.
Condições genéricas da ação penal
Posição Conservadora – posição da Professora Ada Pelegrini. 
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
O pedido deve se referir a uma providência admitida pelo direito penal objetivo (EX: pedir a condenação penal de um menor de idade – tal providência não é admitida pelo ordenamento). Essa apreciação deve ser feita sobre a causa de pedir, abstratamente considerada, desvinculada de qualquer análise probatória. No âmbito do processo penal, deve ser analisado se a imputação formulada na peça acusatória refere-se a fato típico, ilícito e culpável praticado por cidadão com 18 anos completos ou mais. A peça acusatória deve imputar (atribuir) ao acusado a prática de fato aparentemente criminoso.
Durante o curso do processo penal, resta determinado que o acusado, à época do crime, era menor de 18 anos. O que o Juiz deve fazer?
O menor de 18 anos é inimputável. Assim, não é possível a instauração de um processo penal objetivando a aplicação de pena a acusado inimputável menor de 18 anos. Se reconhecida essa ausência de possibilidade jurídica do pedido, deve o processo penal ser extinto, com a posterior remessa dos autos ao Juízo da infância e adolescência para eventual instauração da ação socioeducativa.
DICA
Sempre que houver um exemplo em prova, verificar primeiramente se as condições da ação estão presentes. Depois, verificar a se a competência está sendo respeitada. Apenas após estes procedimentos deve-se analisar o mérito da causa.
LEGITIMATIO AD CAUSAM OU LEGITIMIDADE PARA AGIR
Consiste na pertinência subjetiva da ação. Quem pode entrar com a ação e quem pode ser o polo passivo.
Legitimidade ativa
Crime de ação penal pública – cabe ao MP propor a ação, ou seja, o MP é o “dono” da ação penal pública. Art. 129, I da CF;	Comment by Everton: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Crime de ação penal de iniciativa privada – o legitimado é o ofendido ou seu representante legal.
EX1: Dois candidatos trocam ofensas durante a propaganda eleitoral. Um deles oferece queixa-crime em face do outro pela prática de crime de difamação (Art. 139 do CP). Analise o caso concreto.	Comment by Everton: DifamaçãoArt. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
O crime de difamação é de ação penal privada. Acontece que as ofensas irrogadas durante a propaganda eleitoral configuram na verdade crimes eleitorais, que são de ação penal pública incondicionada (Art. 355 do Código Eleitoral). Há a previsão de crime de difamação no Código Eleitoral (Art. 325 do Código Eleitoral). Conclusão: tratando-se de ação penal pública incondicionada, deve ser reconhecida a ilegitimidade ad causam do querelante, com a consequente rejeição da peça acusatória.	Comment by Everton: Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.	Comment by Everton: Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
EX2: Tício praticou o crime de injúria racial contra Mévio no dia 30/08/2009. No dia 30/10/2009 Mévio ajuizou queixa-crime contra Tício. Pergunta-se: Mévio tem legitimidade para ocupar o polo ativo?
Resposta: Art. 140, §3º do CP (era crime de ação penal de iniciativa privada). Depois da Lei 12.033/09 (entrou em vigor dia 30/09/09) passou a ação penal pública condicionada à representação. A Lei 12.033/09 modificou a forma da pretensão punitiva do Estado, tornando-a mais gravosa. Trata-se de lei penal mais gravosa, assim sendo, essa lei não irá retroagir para prejudicar o acusado (Art. 5º, XL da CF). Portanto, Mévio tem legitimidade ativa no caso acima, pois a ação penal é privada.	Comment by Everton: § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

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