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Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 1 TEXTO No 01 – INTRODUÇAÕ A ANATOMIA I - POSIÇÃO ANATÔMICA Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições do corpo humano ou mesmo descrições diferentes para uma mesma estrutura, optou-se por adotar uma posição padrão do corpo humano, a partir da qual as descrições anatômicas são realizadas. Esta posição denomina-se POSIÇÃO ANATÔMICA. Nela o indivíduo deve ser imaginado em pé, com a face voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos ao longo do tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente, os membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. Todas as descrições em anatomia são realizadas a partir de um indivíduo em posição anatômica. II - PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO 1) - PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO: É possível traçar linhas imaginárias interligadas que passam tangentes à superfície do corpo humano como se fossem "lâminas" (paredes) verticais e horizontais, de maneira a obtermos um paralelepípedo. Cada uma dessas lâminas é um plano de delimitação do corpo humano. São elas: 1.a. – Plano ventral ou anterior - corresponde à "lâmina" vertical que passa tangente ao ventre ou parte anterior do nosso corpo; 1.b. Plano dorsal ou posterior - corresponde à "lâmina" vertical que passa tangente à superfície do dorso ou da parte de trás do nosso corpo; 1.c. – Planos laterais direito e esquerdo - correspondem às "lâminas" verticais que passam tangentes às superfícies dos lados direito e esquerdo do corpo, respectivamente; 1.d. – Plano cranial ou superior - corresponde à "lâmina" horizontal que passa tangente à porção superior da cabeça; 1.e. – Plano inferior ou podálico (caudal) - corresponde à "lâmina" horizontal que passa tangente aos pés (planta dos pés). 2) - EIXOS DO CORPO HUMANO: Um exemplo dos planos de delimitação é possível também traçar eixos para o corpo humano através de linhas imaginários que interligam os planos de delimitação. São eles: 2.a. – Eixo longitudinal - ou crânio-caudal. Corresponde a uma linha imaginária que une o plano superior ao plano inferior. É, portanto, uma linha vertical que se estende da cabeça aos pés; 2.b. – Eixo sagital - ou ântero-posterior. Corresponde a uma linha imaginária que une o plano anterior ou ventral ao plano posterior ou dorsal. É, portanto, uma linha horizontal que se estende, por exemplo, do umbigo à coluna vertebral; 2.c. – Eixo transversal ou látero-lateral. Corresponde a uma linha imaginária, que une o plano lateral direito ao plano lateral esquerdo. É, portanto, uma linha horizontal que se estende, por exemplo, do cotovelo direito ao cotovelo esquerdo. 3) - PLANOS OU PRINCÍPIOS GERAIS DE CONSTRUÇÃO CORPÓREA: O corpo humano é construído (formado), segundo alguns princípios fundamentais que prevalecem para os vertebrados. São eles: 3.a. - Antimeria - O homem é construído segundo o princípio da simetria bilateral em sua parte externa. É possível dividir o corpo humano em duas metades: direita e esquerda, semelhantes. Cada metade é um antímero. Os antímeros são semelhantes entre si no que diz respeito à forma, função e localização. Contudo, a antimeria no ser humano é mais notável no período embrionário. Com o desenvolvimento e crescimento do indivíduo, a antimeria resultante não é perfeita, prevalecendo uma Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 2 assimetria, pois em algumas regiões do corpo não existe, por exemplo, correspondência exata entre a forma e a localização de órgãos. No antímero direito encontramos o fígado. No antímero esquerdo o baço. Existem diferenças na altura dos ombros, no comprimento dos membros etc. O plano de secção que divide os antímeros é o sagital mediano. 3.b. - Metameria - é um princípio de construção do corpo, onde se observa a superposição longitudinal de segmentos semelhantes. Cada segmento é um metâmero. No adulto, a metameria pode ser observada, por exemplo, na coluna vertebral e na caixa torácica. O plano de secção que divide os antímeros é o transverso ou transversal. 3.c. - Paquimeria - é o princípio de construção onde observa-se no segmento axial do corpo a formação de dois tubos ou cavidades. Cada cavidade é um paquímero. No adulto, existem os paquímeros ventral e dorsal. No ventral encontramos a maioria das vísceras, por isso este paquímero é também denominado paquímero visceral, e corresponde às cavidades torácica, abdominal e pélvica. No paquímero dorsal, encontramos o sistema nervoso central, por este fato, ele também é denominado paquímero neural e corresponde ao canal vertebral e a cavidade craniana. O plano de secção que divide os antímeros é o frontal ou coronal. 3.d.- Estratigrafia - é o princípio de construção, onde se observa a superposição de camadas (estratos) concêntricas de tecidos diferentes na estruturação do corpo humano. No braço, por exemplo, temos superficialmente a pele, abaixo desta, a tela subcutânea, depois, as fáscias musculares, músculos e ossos. Este princípio pode ser observado também nos órgãos ocos do nosso corpo. Por exemplo, no estômago as paredes são constituídas por camadas de tecidos superpostas. III - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO Nas descrições das estruturas e órgãos do corpo, são utilizados termos que relacionam estas estruturas e órgãos aos planos e eixos do corpo humano, fornecendo-nos, assim, uma idéia da localização, posição e direção dos mesmos dentro do corpo. Os termos mais utilizados são: 1) - mediano (a) - é toda a estrutura que se localiza na linha mediana do corpo (linha vertical que passa exatamente no centro do corpo), ou seja, é a estrutura ou órgão cuja localização coincide com a localização da linha mediana; 2) - lateral - estrutura ou órgão que tem localização afastada da linha mediana, ou seja, tem localização mais próxima dos planos laterais direito ou esquerdo; 3) - medial - estrutura ou órgão que tem localização próxima à linha mediana, ou seja, distante dos planos laterais; Este termo não deve ser confundido com o termo mediano. 4) - intermédio (a) - estrutura ou órgão localizado entre outros dois, onde um é lateral e o outro é medial; 5) - ventral ou anterior - estrutura ou órgão com localização mais próxima ao plano ventral ou anterior. O termo ventral é mais usado para o tronco e o termo anterior para os membros; 6) - dorsal ou posterior - estrutura ou órgão com localização mais próxima ao plano dorsal ou posterior. O termo dorsal é mais usado para o tronco e o termo posterior para os membros; 7) - cranial ou superior - estrutura ou órgão com localização mais próxima do plano cranial ou superior; 8) - podálico, caudal ou inferior - estrutura ou órgão com localização mais próxima do plano podálico ou inferior; 9) - média (o) - estrutura ou órgão localizado entre um ventral e outro dorsal, ou estrutura localizada entre uma anterior e outra posterior, ou ainda, estrutura localizada entre uma superior (cranial) e outra inferior (caudal); Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 3 10) - proximal e distal - termos utilizados, geralmente, para os membros superior e inferior. Indicam, respectivamente, as estruturas mais próximas e mais distantes (longes) das raízes dos membros superior e inferior; 11) – interno (a) - situação de uma região ou de uma parte de uma estrutura ou de um órgão voltada para o interior deuma cavidade; 12) - externo(a) - situação da parte voltada para o exterior de uma cavidade. IV - CONCEITOS DE NORMAL, VARIAÇÃO, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE 1) - normal - em anatomia representa a forma melhor adaptada à uma função, e que ocorre com maior freqüência na população. 2) - variação - é toda a alteração (desvio) na forma, localização, trajeto, etc., de um órgão ou de uma estrutura que não acarreta prejuízo à função. 3) - anomalia - é toda alteração na forma, localização, trajeto, etc., de um órgào ou de uma estrutura que resulta um prejuízo à função. Esta alteração, no entanto, é compatível com a vida e, às vezes, pode ser corrigida. 4) - monstruosidade - é toda alteração de forma, localização, etc., de estruturas do corpo incompatível com a vida (é letal). V - FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO: São eles: idade, sexo, etnia, biótipo e evolução. VI - DIVISÃO DO CORPO HUMANO: 1. cabeça e pescoço . tórax 2. tronco abdome raiz ombro 3. membro superior braço parte livre antebraço mão raiz quadril 4. membro inferior coxa parte livre perna pé Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 4 TEXTO No 02 – SISTEMA ESQUELÉTICO APARELHO LOCOMOTOR - OSTEOLOGIA I - ESQUELETO O esqueleto representa o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo do animal, desempenhando várias funções. II - FUNÇÕES DO ESQUELETO 1. Proteção para certos órgãos como, por exemplo: a caixa torácica protege o coração, os pulmões, o esôfago, etc.; a caixa craniana protege o encéfalo; os ossos do quadril protegem os órgãos pélvicos. 2. Sustentação de partes moles do corpo: no esqueleto prendem-se os músculos, os ligamentos, etc. 3. Armazenamento de sais minerais: o esqueleto armazena, principalmente, sais de cálcio e de fósforo. 4. Sistema de alavancas: Trabalha para movimentação do corpo juntamente com as articulações e com a musculatura, porém os ossos são elementos passivos na realização de movimentos. 5. Produção de células do sangue: produz, entre outras células, as hemácias ou glóbulos vermelhos do sangue. III - TECIDO ÓSSEO O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo composto por células e por matriz óssea. 1. Matriz óssea: corresponde ao conteúdo intercelular do tecido ósseo. Compreende uma parte orgânica e uma parte inorgânica (substância fundamental); 1.a. parte orgânica: é rica em fibras colágenas e proteínas. A parte orgânica da matriz confere elasticidade ao osso e resistência à tração. 1.b. parte inorgânica ou substância fundamental: é rica em sais minerais, principalmente em sais de cálcio e de fósforo. Confere ao osso rigidez (dureza) e resistência à compressão. 2. Células do tecido ósseo: “mergulhadas” na matriz óssea, encontramos três tipos de células no tecido ósseo. São eles: 2.a. osteoblastos: são células que promovem a formação e deposição do tecido ósseo. Atuam no crescimento em comprimento e em espessura do osso, e na reparação do mesmo nos casos de fraturas. 2.b. osteoclastos: são células grandes que promovem a reabsorção de tecido ósseo. 2.c. osteócitos: são as células responsáveis pela manutenção do tecido ósseo. IV - SUBSTÂNCIAS ÓSSEAS. De acordo com a arquitetura ou distribuição espacial das estruturas que compõem o tecido ósseo, podemos identificar nos ossos do corpo dois tipos diferentes de substâncias ósseas: 1. Substância óssea esponjosa: os elementos do tecido ósseo arranjam-se de maneira a formar septos ósseos (lamínulas ósseas) que delimitam diminutos espaços (poros), os quais conferem ao osso um aspecto poroso semelhante a uma esponja; 2. Substância óssea compacta: os elementos do tecido ósseo arranjam-se de maneira densa, formando lamelas ósseas concêntricas que não deixam espaços entre si, conferindo, assim, ao osso um aspecto compacto e maciço. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 5 OBSERVAÇÃO: os ossos do esqueleto são constituídos externamente (na parte superficial) por camadas de substância óssea compacta e, internamente, por substância óssea esponjosa. A substância óssea esponjosa de alguns ossos do crânio recebe a denominação de díploe. V - MEMBRANAS DE REVESTIMENTOS DOS OSSOS Externamente e internamente, os ossos são revestidos por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. 1. Periósteo: é uma membrana dupla de tecido conjuntivo que reveste a superfície externa dos ossos, exceto as superfícies articulares. Por ser dupla, possui, portanto, um camada externa e outra interna, a qual fica em contato com a superfície óssea. Cada camada tem características próprias. 1.a. camada externa do periósteo: formado por tecido conjuntivo, é rico em elementos fibrosos, possuindo poucas células. É denso e bastante inervado. As terminações musculares e alguns ligamentos prendem-se nessa parte do osso. 1.b. camada interna do periósteo: é rico em células do tecido conjuntivo (fibroblastos) e em vasos sanguíneos, contendo pouco tecido conjuntivo denso. Alguns de seus tipos celulares, quando estimulados por pressão mecânica ou por lesão, assumem aparência de osteoblastos com capacidade de formar novo tecido ósseo, atividade esta denominada osteogênica. Participa, portanto, do crescimento em espessura de um osso, da remodelação e da reparação do osso por ocasião de fraturas. 2. Endósteo: é uma delgada membrana de tecido conjuntivo constituída por células precursoras de osteoblastos. O endósteo reveste todas as cavidades presentes no interior de um osso, inclusive as paredes dos espaços (poros) da substância óssea esponjosa. Também possui atividade osteogênica. VI - PREENCHIMENTO DAS CAVIDADES DO INTERIOR DE UM OSSO Todos os espaços presentes no interior de um osso, inclusive os poros, são preenchidos por um tecido mielóide, que recebe o nome de medula óssea. Esta pode ser de dois tipos: 1. Medula óssea vermelha: é rica em vasos sangüíneos. É responsável pela produção de células do sangue, principalmente hemácias. Esta capacidade de produção de células do sangue denomina-se capacidade hematopoética. Ao nascimento, a medula óssea vermelha está presente, preenchendo os espaços internos da maioria dos ossos. No adulto, sua localização restringe-se aos espaços presentes no interior das costelas, vértebras, epífises dos ossos longos, ossos do crânio, osso esterno e osso ílio. 2. Medula óssea amarela: representa a medula óssea vermelha que se tornou inativa e rica em gordura. É a medula óssea vermelha que recebeu, com o desenvolvimento do esqueleto, deposição de gordura. É inativa na produção de células do sangue, podendo, quando requisitada, transformar-se em vermelha. No adulto, está presente preenchendo os espaços internos da maioria dos ossos. VII - NUTRIÇÃO DO OSSO O osso é bastante vascularizado. Os vasos sangüíneos do periósteo penetram no osso, nutrindo-oe distribuindo-se na medula óssea. O osso desprovido de periósteo deixa de ser nutrido e morre. Na superfície dos ossos é possível identificar orifícios que permitem a passagem de vasos sangüíneos. Os orifícios, na diáfise de um osso, denominam-se forames nutritivos (nutrícios). Nas epífises dos ossos os orifícios recebem o nome de forames vasculares. VIII - NÚMERO DE OSSOS O esqueleto de um indivíduo adulto e normal apresenta 206 ossos. Porém esse número pode ser alterado de acordo com critérios individuais (variações anatômicas), idade (crianças possuem mais Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 6 ossos, pois os mesmos não estão totalmente formados, por exemplo, o osso do quadril é divido em 3 partes; já em idosos, alguns ossos da calota craniana se fundem – sinostose – e a mesma torna se uma peça única) e com critérios de contagem (existem anatomistas que não contam os ossos sesamóides e nem os ossículos da orelha média). IX - OSSOS DO ESQUELETO Denomina-se ESQUELETO AXIAL o conjunto de ossos presente na cabeça, pescoço e no tronco. Representa o eixo central de nosso esqueleto. Denomina-se ESQUELETO APENDICULAR o conjunto de ossos presente nos membros superior e inferior. Representa “apêndices” que se ligam ao esqueleto axial. Os ossos presentes nas diferentes regiões do corpo estão listados abaixo. 1. CABEÇA 1.a. crânio: ossos ímpares: frontal, occipital, esfenóide e etmóide ossos pares: parietais e temporais 1.b. face: ossos ímpares: mandíbula e vômer; ossos pares: nasais, lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos e conchas nasais inferiores. 2. PESCOÇO E TRONCO 2.a. coluna vertebral: 07 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 05 vértebras lombares, osso sacro e osso cóccix. 2.b. caixa torácica: osso esterno e 12 pares de costelas. 2.c. osso hióide. 3. MEMBRO SUPERIOR 3.a. ombro: ossos escápula e clavícula, denominados, em conjunto, como cintura escapular. 3.b. braço: osso úmero 3.c. antebraço: ossos rádio e ulna 3.d. mão: ossos do carpo, do metacarpo e falanges. 4. MEMBRO INFERIOR 4.a. quadril: osso do quadril. O referido osso forma a cintura pélvica com o osso correspondente do antímero oposto. 4.b. coxa: osso fêmur 4.c. joelho: osso patela 4.d. perna: tíbia e fíbula. 4.e. pé: ossos do tarso, do metatarso e falanges. X - CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Os ossos do esqueleto podem ser classificados de acordo com vários critérios, como exposto a seguir. l. QUANTO AS DIMENSÕES (comprimento, largura e espessura): 1.a. Osso longo: é o osso no qual o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Todos os ossos longos possuem duas extremidades denominadas epífises, e uma região intermediária denominada corpo do osso ou diáfise. Como a maioria dos ossos longos localiza-se nos membros, uma das epífises é proximal e a outra é distal. Além disso, o corpo do osso longo apresenta no seu Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 7 interior, e por toda sua extensão, um canal - cavidade medular - também revestido por endósteo e preenchido por medula óssea. Nos ossos longos de indivíduos que não completaram o crescimento, entre cada epífise e o corpo do osso (diáfise), existe um disco de cartilagem hialina denominado cartilagem epifisária, também conhecido como cartilagem epifisial, disco epifisial e cartilagem de crescimento. A referida cartilagem permite o crescimento do osso longo em comprimento. A região do osso longo onde está localizada a cartilagem epifisária denomina-se metáfise. O osso longo cessa seu crescimento quando a cartilagem epifisária for totalmente substituída por tecido ósseo (calcificação); 1.b. Osso plano: é o osso no qual a largura e o comprimento predominam sobre a espessura. Por exemplo: osso parietal. 1.c. Osso curto: é o osso no qual as três dimensões são equivalentes. Por exemplo: ossos do carpo e do tarso; 1.d. Osso irregular: representa todos os ossos que possuem morfologia complexa, não se enquadrando nos tipos citados anteriormente. Por exemplo: vértebras e osso vômer. 1.e. Osso alongado: é aquele onde o comprimento predomina sobre a largura e sobre a espessura, porém, não apresenta cavidade medular. Por exemplo: costela; 2. QUANTO A PRESENÇA DE CAVIDADES CHEIAS DE AR: 2.a. Osso pneumático: é todo o osso que apresenta uma ou mais cavidades no seu interior, revestidas por mucosa e preenchidas por ar. Estes ossos estão localizados na cabeça e suas cavidades constituem os seios paranasais. São pneumáticos os ossos maxilas, temporais, frontal, etmóide e esfenóide; 2.b. Osso não pneumático: é o osso que não possui cavidades cheias de ar. Compreende todos os ossos que não foram citados como pneumáticos. Observação: os ossos podem ser classificados ainda de acordo com fatores combinados, por exemplo: o osso frontal pode é irregular e plano, bem como o temporal pode ser classificado desta maneira. 3. QUANTO AO NÚMERO GERAL DE OSSOS - 206 -: 3.a. Osso extranumerário: é o osso que pode estar presente no esqueleto de um ou de outro indivíduo, e que não entra na contagem geral dos ossos. Não é encontrado em todos os indivíduos, apenas em alguns. De acordo com sua localização ele pode ser: - osso sutural: é o osso extranumerário localizado na cabeça; - osso sesamóide: é o osso extranumerário localizado em outras regiões do esqueleto que não a cabeça, geralmente, “embutidos” em tendões musculares ou em cápsulas articulares. 4. QUANTO A ORIGEM DO OSSO: 4.a. Osso membranoso: origina-se a partir da ossificação de membranas conjuntivas. Por exemplo: ossos do crânio e da face e parte da clavícula; 4.b. Osso condral: origina-se a partir da ossificação de um molde pré existente de cartilagem hialina. Por exemplo: todos os ossos do corpo, a exceção dos membranosos já mencionados no item 4.a. XI - FORMA DO OSSO A forma inicial de um osso durante a formação do mesmo é determinada geneticamente. Já, a forma definitiva do osso depende de fatores extrínsecos, tais como: a resistência muscular, a pressão mecânica, o meio bioquímico, etc. XII - ALGUNS FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO ÓSSEO Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 8 1. Vitamina D: é essencial para a absorção de cálcio no intestino. A absorção deficiente de cálcio resulta em deficiência deste para o osso. O osso pobre em cálcio torna-se muito elástico e pouco rígido. Na criança, a falta de vitamina D provoca o raquitismo, e no adulto, a osteomalacia. 2. Vitamina C: é essencial para a síntese de colágeno. O osso pobre em colágeno perde a elasticidade, tornando-se muito rígido e quebradiço. 3. Hormônio de crescimento: atua indiretamente na cartilagem epifisária, promovendo a proliferação das células cartilagíneas. A falta deste hormônio promove um crescimento desproporcional dos ossos, e o excesso provoca o crescimento em comprimento além do normal. 4. Hormônio tiroxina: aumenta a velocidade de substituição da cartilagem epifisária por tecido ósseo. O excesso deste hormônio promove um fechamento prematuro das epífises, cessando o crescimento em comprimento. XIII - ACIDENTES ÓSSEOS Os ossos variam muito em forma e tamanho. A superfície de um osso pode apresentar projeções, saliências, reentrâncias, sulcos, orifícios, depressões, etc.,que constituem os acidentes ósseos. Os acidentes ósseos auxiliam a articulação de um osso com outro, permitem a passagem de vasos sangüíneos e nervos, servem para a fixação dos músculos, dos ligamentos, de membranas, etc. Todo acidente ósseo destinado a uma articulação possui a superfície desprovida de periósteo, e apresenta um aspecto mais liso e homogêneo do que as demais superfícies do osso em questão. Cada tipo de acidente ósseo recebe um nome específico. Orifícios e canais são denominados forames, óstios, foraminas, fissuras, canais, etc. Depressões nas superfícies ósseas são denominadas fossas, fovéolas, fóveas, sulco, etc. Saliências são protuberâncias, cristas, linhas, processo, túber, espinha, tubérculo, trocanter, maléolo, cabeça, capítulo, tróclea, dente, etc. Reentrâncias ao longo de uma margem são incisuras. Superfícies de acidentes utilizados em articulações são as faces articulares e as circunferências articulares. TEXTO No 03 – SISTEMA ESQUELÉTICO - ESQUELETO AXIAL I - OSSOS DA CABEÇA Os ossos da cabeça, articulados entre si (esqueleto cefálico), constituem uma caixa óssea que aloja e protege parte do sistema nervoso central (encéfalo), parte dos sistemas respiratório e digestório, órgãos da visão, audição, olfação e equilíbrio. Os ossos estão unidos através de articulações imóveis. O único osso móvel da cabeça é a mandíbula. 1. CAVIDADE CRANIANA: o interior da caixa craniana - cavidade craniana - é subdividido em compartimentos denominados fossas anterior, média e posterior do crânio. 2. CALVÁRIA ou CALOTA CRANIANA: é o termo usado para denominar a cúpula do esqueleto cefálico. É constituída por partes dos ossos frontal, occipital e parietais. 3. CRÂNIO AO NASCIMENTO: Ao nascimento, o crânio é volumoso para acompanhar o rápido crescimento do encéfalo. O tamanho da face em relação ao volume do crânio é menor, representando 1/8 da cabeça óssea. O osso maxila, sem o seio maxilar, é curto. O soalho da cavidade orbital e o teto da cavidade bucal (palato), estão muito próximos. Observa-se a presença de fontículos ou fontanelas (moleiras) entre os ossos do crânio que permitem moldagem da cabeça durante o parto. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 9 Os ossos parietais e frontal são mais convexos. 4. DIFERENÇAS SEXUAIS: O crânio da mulher adulta retém mais os aspectos infantis, sendo mais leve e liso que o crânio masculino. A mulher possui maxilar, mandíbula, dentes, processos mastóides e seios para-nasais menores que o homem. A capacidade craniana na mulher é 10% menor que a do homem. A margem superior da cavidade orbital na mulher é mais fina do que no homem. Na mulher a protuberância occipital externa, glabela e arcos superciliares são menos salientes. A mandíbula é mais maciça no homem. II - COLUNA VERTEBRAL Representa a parte do esqueleto axial localizada, mediana e posteriormente, no pescoço e no tronco. A coluna possui um canal ósseo, CANAL VERTEBRAL, que aloja a medula espinhal, protegendo-a. 1. CONSTITUIÇÃO: é formada por 24 vértebras pré-sacras (7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares) e pelos ossos sacro e coccígeo. O osso sacro é resultante da fusão de 5 vértebras sacrais e o osso coccígeo, pela fusão de 3 a 5 vértebras coccígeas. Canal vertebral: com a sobreposição das vértebras é formado um túnel ósseo – canal vertebral – que aloja a medula espinhal e as raízes nervosas que constituem os nervos espinhais. O canal vertebral está situado posteriormente à região mais volumosa de cada vértebra – corpo da vértebra – e anteriormente à uma projeção óssea bem saliente de cada vértebra denominada processo espinhoso. De cada lado do processo espinhoso cada vértebra possui uma saliência denominada processo transverso. O corpo da vértebra e o processo transverso servem para articular a coluna vertebral com as costelas. Forames intervertebrais: com a sobreposição das vértebras, na região lateral da coluna vertebral se formam os forames intervertebrais que permitem a passagem dos nervos espinhais que se encontram conectados à medula espinal e a passagem de vasos sangüíneos. 2. FUNÇÕES: aloja e protege a medula espinhal e suas raízes nervosas. Confere pontos de inserções para alguns músculos do tronco. Participa da movimentação do tronco. Auxilia a sustentação da cabeça, do tronco e dos membros superiores. 3. COMPRIMENTO: 70 cm aproximadamente no homem; e cerca de 60 cm na mulher. 4. FORMA: na fase de vida intra-uterina, a coluna vertebral é toda côncava anteriormente. Após o nascimento assume a forma de uma letra "S", com 04 (quatro) curvaturas normais: 4.a. curvatura cervical: possui concavidade posterior; 4.b. curvatura torácica: possui concavidade anterior; 4.c. curvatura lombar: possui concavidade posterior; 4.d. curvatura sacro-coccígea: possui concavidade anterior. As curvaturas torácica e sacro-coccígea são ditas curvaturas primárias, pois estão presentes na vida intra-uterina. As curvaturas cervical e lombar são ditas curvaturas secundárias pois surgem após o nascimento, com a sustentação da cabeça e posição bípide. Sob a influência de vários fatores, inclusive postura errada, as curvaturas da coluna vertebral podem se acentuar resultando em desvios patológicos de coluna que podem comprimir raízes dos nervos espinhais. Os desvios patológicos são: - cifose: curvaturas primárias acentuadas. - lordose: curvaturas secundárias acentuadas. - escoliose: desvio lateral da coluna vertebral. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 10 Todas as partes da vértebra citadas anteriormente possuem tamanho e forma que variam de acordo com as regiões da coluna vertebral. 5. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO OSSO SACRO: O osso sacro é resultante da fusão (união) de 5 vértebras sacrais (1ª VS, 2ª VS.......5ªVS). 5.a. forma: possui forma triangular, lembrando uma "cunha" curva com base superior e ápice inferior. A base articula-se com a 5a VL, e o ápice com o cóccix. 5.b. faces: possui uma face pelvina, anterior e côncava. A face oposta é a face dorsal. Esta é convexa e apresenta inúmeras saliências e forames para fixação de músculos e passagem de nervos, respectivamente. As faces laterais direita e esquerda apresentam, cada uma, a face auricular para a articulação do osso sacro com o osso do quadril e também possui a tuberosidade sacral para inserções de músculos e ligamentos. 9. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO OSSO COCCÍGEO (CÓCCIX) Esse osso é resultante da fusão de 3 a 5 vértebras coccígeas (VCo). É pequeno e triangular, articula-se apenas com o ápice do osso sacro. Possui, látero- superiormente, duas projeções ósseas denominadas de cornos coccígeos. III - CAIXA TORÁCICA É um arcabouço ósseo, de volume variável, presente no tronco e que aloja e protege órgãos como o coração, pulmões, esôfago, etc. Participa da mecânica respiratória. 1. CONSTITUIÇÃO: É constituída pelo osso esterno, por 12 pares de costelas e respectivas cartilagens costais e por 12 vértebras torácicas. 2. OSSO ESTERNO: 2.a. - Localização: anteriormente no tronco, coincidente com a linha mediana do corpo. 2.b. - Faces: tem faces anterior e posterior (côncava). 2.c. - Divisões (partes): é constituído por 3 peças ósseas articuladas entre si, são elas: manúbrio (é superior), corpo (é médio) e processo xifóide (é inferior). 2.d. - Margens: em suas 3 margens possui reentrâncias. São elas: - Margem superior: localizada no manúbrio, tem as incisuras claviculares, em número de 2. Estas incisuras são laterais e servem paraarticular o manúbrio com as respectivas clavículas. Tem também a incisura jugular que é mediana. - Margens laterais (direita e esquerda): estendem-se por toda a extensão do osso esterno e apresentam as incisuras costais, em número de 7 a 8, que servem para articular o osso esterno com as cartilagens costais e suas respectivas costelas. 3. COSTELAS: (12 pares) 3.a. - Extremidades: cada costela possui 2 extremidades a saber: - Extremidade esternal: é achatada e anterior. Articula a costela, por meio da cartilagem costal, ao osso esterno. - Extremidade vertebral: é volumosa e posterior. Articula a costela com as vértebras torácicas. 3.b. - Faces: tem 2 faces: - externa: é convexa; - interna: é côncava. 3.c. - Cartilagem costal: é cartilagem hialina que serve para articular as costelas ao osso esterno. Essas cartilagens podem sofrer calcificação gradativa após os 40 anos de idade, reduzindo a capacidade de aumentar ou diminuir o volume da cavidade torácica. 3.d. - Classificação das costelas: Além da classificação baseada nas 3 dimensões, existem outras 2 maneiras de classificarmos as costelas, uma quanto à articulação com o osso esterno e outra quanto à morfologia das costelas como mencionado a seguir. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 11 3.d.1.Classificação das costelas quanto ao modo de articulação com o osso esterno: - Costelas verdadeiras: são aquelas que se articulam com o osso esterno diretamente através da cartilagem costal, ou seja, para cada costela verdadeira existe uma cartilagem costal e uma incisura costal correspondentes. São costelas verdadeiras da 1a à 7a costelas, às vezes a 8a também; - Costelas espúrias ou falsas: são aquelas que se articulam indiretamente, por meio da cartilagem costal, ao osso esterno. Suas respectivas cartilagens costais ligam-se, primeiramente, às cartilagens costais suprajacentes. São costelas falsas as 8a, 9a e 10a costelas; Costelas flutuantes: são aquelas que não se articulam com o osso esterno. Estão ligadas apenas às vértebras torácicas. São flutuantes as 11a e 12a costelas. 3.d.2. Classificação das costelas quanto à morfologia e acidentes ósseos: - Costelas típicas: são morfologicamente semelhantes, apresentando os mesmos acidentes ósseos. São costelas típicas da 3a até a 10a costelas; - Costelas atípicas: possuem diferenças morfológicas, ou seja, apresentam acidentes ósseos que as demais não possuem ou, ainda, faltam nelas alguns acidentes presentes nas demais. São costelas atípicas as 1a, 2a, 11a e 12a costelas. 3.e. Principais acidentes ósseos de uma costela típica: - cabeça da costela: é uma saliência óssea presente na extremidade vertebral da costela, e possui faces articulares (faces articulares da cabeça da costela) para a articulação com o corpo vertebral da VT; - colo da costela: é a constrição que circunda a cabeça costal; - tubérculo da costela ou tubérculo costal: saliência óssea próxima ao colo da costela. Possui uma face articular para articulação da costela com os processos transversos da VT; - sulco da costela: é o sulco que acompanha, por toda a extensão, a margem inferior da face interna do corpo da costela. Este sulco aloja a artéria, a veia e o nervo intercostais. 4 CONSIDERAÇÕES GERAIS: A abertura superior da caixa torácica tem forma de rim (reniforme) medindo aproximadamente 10 cm de diâmetro transversal e 5 cm de diâmetro sagital e é bem menor do que a abertura inferior. Na mulher, a caixa torácica é mais arredondada e curta, as costelas são mais oblíquas e a capacidade (volume) torácica é menor. Os movimentos do tórax aumentam e diminuem a capacidade torácica umas 20 vezes por minuto durante a respiração tranqüila. O movimento das costelas é comparável ao movimento de levantamento e abaixamento da "alça de um balde". A elevação das costelas aumenta a largura torácica e desloca anteriormente o osso esterno, aumentando a profundidade torácica. Esses movimentos são permitidos pela elasticidade da cartilagem costal e pelas articulações das costelas com as vértebras torácicas. SISTEMA ESQUELÉTICO: ESQUELETO APENDICULAR - MEMBRO SUPERIOR 1.Constituição: 1.a. ombro: ossos escápula e clavícula. O conjunto desses ossos forma o cíngulo do membro superior ou cintura escapular que representa a raiz do membro superior. A escápula se articula com a clavícula e com o úmero do braço. A clavícula, por sua vez, se articula com o osso esterno e com a escápula; 1.b. braço: osso úmero. A epífise proximal do úmero se articula com a escápula (articulação escapulo-umeral). A epífise distal se articula com os ossos do antebraço. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 12 1.c. antebraço: ossos rádio e ulna; O rádio ocupa posição lateral no antebraço e a ulna a posição medial. Ambos se articulam com o úmero (articulação do cotovelo) e também entre si, nas regiões das epífises proximal e distal (articulação rádio-ulnar proximal e articulação rádio ulnar-distal) e entre as diáfises (sindesmose rádio-ulnar). Também se encontram articulados com os ossos do carpo. Na superfície do antebraço, os 2/3 distais do corpo do osso rádio pode ser palpado. Já a ulna pode ser palpada na superfície do antebraço por toda sua extensão. 1.d. mão: ossos do carpo, metacarpo e dos dedos. Os ossos do carpo situados na região do “pulso” são ossos curtos dispostos em duas fileiras: fileira proximal e fileira distal. Os ossos da fileira proximal, no sentido látero-medial, são: escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. Aqueles da fileira distal no sentido látero-medial são: trapézio, trapezóide, capitato e uncinado. Os ossos do metacarpo (região da palma da mão) são numerados no sentido látero-medial: metacarpais I, II, III, IV e V. Nos dedos encontramos três falanges: falanges proximal, média e distal. O polegar é exceção à regra. Nele está ausente a falange média, por isso ele é menor do que os demais dedos. SISTEMA ESQUELÉTICO: ESQUELETO APENDICULAR - MEMBRO INFERIOR 1. Constituição 1.a. região do quadril: possui os ossos do quadril direito e esquerdo. O conjunto destes dois ossos constitui o cíngulo do membro inferior ou cintura pélvica que representa a raiz do membro inferior. Faz a ligação do membro inferior com o tronco e suporta o peso do tronco, cabeça e membro superior. 1.b. coxa: osso fêmur; 1.c. região do joelho: osso patela; 1.d. perna: ossos tíbia e fíbula; 1.e. pé: ossos do tarso, metatarso e dedos. 2 - OSSO DO QUADRIL Cada osso do quadril é uma peça óssea única resultante da fusão de 3 peças ósseas. Estas são denominadas ossos ilíaco (ílio), ísquio e púbis. Estas peças fundem-se ao nível de uma região denominada acetábulo e seus acidentes ósseos recebem nomes relacionados às referidas peças. A articulação anterior entre os 2 ossos do quadril ocorre entre os ossos púbis direito e esquerdo, constituindo a sínfise púbica. O ângulo formado inferiormente na sínfise púbica é denominado ângulo subpúbico. 3. COXA - OSSO FÊMUR é o maior osso longo do corpo. Superiormente se articula com o osso do quadril (articulação do quadril ou coxo-femoral) e inferiormente se articula apenas com a tíbia, na região do joelho. 4. JOELHO: PATELA é um osso curto e está embutida no tendão do músculo quadríceps da coxa. A patela é móvel e serve para aumentar a ação de alavanca dos músculos que retificam o joelho. 5. PERNA - TÍBIA E FÍBULA Encontramos medialmente na perna o osso tíbia e, lateralmente, o osso fíbula. A tíbia pode serpalpada anteriormente na perna em toda sua extensão, ao passo que a fíbula é palpável apenas no 1/3 inferior da perna. A epífise proximal da tíbia se articula com o fêmur e com a epífise proximal da fíbula (articulação tíbio-fibular proximal). A epífise distal se articula com os ossos do tarso e também com a epífise distal da fíbula (articulação tíbio-fibular distal) Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 13 OBS: a tíbia e a fíbula articulam-se entre si, em toda a extensão de suas diáfises, por meio de uma membrana conjuntiva denominada membrana interóssea tíbio-fibular. O mesmo ocorre entre o rádio e a ulna (membrana interóssea rádio-ulnar). 6. PÉ (tarso, metatarso e dedos) É composto pelas regiões do tarso, metatarso e dedos. Cada região possui ossos. 6.a.TARSO: esta região é constituída por sete ossos curtos: calcâneo, tálus, cubóide, navicular, cuneiformes medial, intermédio e lateral. 6.b. METATARSO: esta região é constituída por cinco ossos longos localizados na "planta" do pé. São numerados a partir do hálux ("dedão" do pé) em metatarsais I, II, III, IV, V. 6.c. DEDOS: os dedos do pé estão constituídos por ossos longos denominados de falanges. Cada dedo possui falanges proximal, média e distal. O hálux apresenta apenas falanges proximal e distal. TEXTO Nº 04 – SISTEMA ARTICULAR (estudo das articulações ou junturas) Articulação representa o meio de união entre as peças que compõem o esqueleto, ou seja, união entre 2 ou mais ossos, entre ossos e cartilagens ou entre cartilagens. A denominação de cada articulação, na maioria das vezes, é um nome composto pelos nomes dos ossos que se encontram articulados entre si. Exemplos: articulação tibiofibular proximal (entre as epífises proximais da tíbia e da fíbula); sutura zigomaticomaxilar (entre os ossos zigomático e maxila), etc. CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES As articulações podem ser classificadas levando-se em consideração o tipo de união existente entre as peças do esqueleto e a natureza do tecido que promove a união. Assim temos: 1. ARTICULAÇÕES FIBROSAS São imóveis. O tecido de união presente neste tipo é o tecido conjuntivo fibroso que estabelece uma solução de continuidade entre as peças participantes de articulação. De acordo com a quantidade de tecido conjuntivo fibroso presente na articulação fibrosa, podemos subdividi-la em: sutura, sindesmose e gonfose. 1.1. Articulação fibrosa do tipo sutura: neste tipo existe pouco tecido conjuntivo unindo as partes ósseas, pois o espaço entre as partes é pequeno. É comum entre os ossos da cabeça. Exemplos: sutura sagital (entre os dois ossos parietais), sutura coronal (entre o osso frontal e os ossos parietais), sutura escamosa (entre o osso temporal e o osso parietal), sutura lambdóide (entre os ossos parietais e o occipital), sutura internasal (entre os ossos nasais). 1.2. Articulação fibrosa do tipo sindesmose: caracteriza-se pela presença de muito tecido conjuntivo entre as partes ósseas envolvidas na articulação, pois o espaço existente entre as peças é amplo. Ex.: sindesmose tíbio-fibular distal, membrana interóssea da perna (sindesmose tíbio-fibular), membrana interóssea do antebraço (sindesmose rádio-ulnar). 1.3. Articulação fibrosa do tipo gonfose: caracteriza, especificamente, a articulação do dente com seu respectivo alvéolo. 2. ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS São articulações imóveis. O tecido de união presente entre as extremidades ósseas é cartilaginoso, e estabelece uma solução de continuidade entre as extremidades ósseas. De acordo com a natureza da cartilagem, podemos subdividir estas articulações em sínfise e sincondroses. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 14 2.1. Articulação cartilagínea do tipo sincondrose: neste sub-tipo, a cartilagem presente é de natureza hialina (cartilagem hialina). Ex: no osso esterno há as sincondroses xifoesternal e esternal (entre o manúbrio e ocorpo do osso esterno), sincondrose esfeno-occipital. Alguns autores consideram, nos ossos longos, a região da metáfise com sua cartilagem de crescimento como região de sincondrose. 2.2. Articulações cartilagíneas do tipo sínfise: neste sub-tipo, a cartilagem presente é de natureza fibrosa (fibro-cartilagem). Ex: sínfise púbica, sínfise intervertebral (disco intervertebral). O disco intervertebral apresenta na região central um núcleo de aspecto gelatinoso, denominado de núcleo pulposo. O núcleo pulposo serve para amortecer os impactos da coluna vertebral, que podem ocorrer em diversas situações, tais como: marcha, corrida, salto, etc. OBSERVAÇÕES: as articulações fibrosas e cartilagíneas podem, com o tempo, sofrer calcificação (ossificação), desaparecendo. Este processo é denominado de sinostose, e determina a perda de elasticidade da articulação. 3. - ARTICULAÇÕES SINOVIAIS São as mais numerosas do nosso corpo e as que permitem mais mobilidade do esqueleto. Neste tipo, não existe solução de continuidade entre as peças ósseas participantes, mas sim, solução de contigüidade. O meio de união é realizado por uma cápsula que envolve as extremidades ósseas da articulação. Essas articulações são caracterizadas pela presença de: cápsula articular, cartilagem articular, líquido sinovial e cavidade articular. 3.1. Cartilagem articular: camada de cartilagem hialina que reveste as superfícies ósseas participantes da articulação sinovial. Essas superfícies são desprovidas de periósteo. A cartilagem articular não é vascularizada. 3.2. Cápsula articular: membrana dupla de tecido conjuntivo que envolve as extremidades ósseas de uma articulação sinovial, unindo-as parcialmente e limitando uma cavidade no interior da articulação. É constituída por duas camadas (camadas interno e externo): a. camada externo: denominado de membrana fibrosa, é constituído por tecido conjuntivo rico em fibras. Confere resistência e proteção à articulação, bem como serve de local de inserção para ligamentos e músculos. É muito vascularizado e inervado. b. camada interno: denominado de membrana sinovial; é constituído por tecido conjuntivo rico em células. É bastante vascularizado, e produz o líquido sinovial. 3.3. Cavidade articular: espaço presente no interior das articulações sinoviais e limitado pela cápsula articular (a cápsula representa suas paredes). A cavidade é preenchida pelo líquido sinovial. 3.4. Líquido sinovial: líquido incolor semelhante à "clara do ovo", produzido pela membrana sinovial. Preenche a cavidade articular. É responsável pela nutrição da cartilagem articular e pela lubrificação da articulação. Diminui o atrito entre as partes ósseas participantes. Possui, em sua constituição química, o ácido hialurônico responsável pela viscosidade do líquido sinovial. 4 - ANEXOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS São estruturas que podem estar presentes em algumas articulações sinoviais, mas não em todas. 4.1. menisco: estrutura de fibrocartilagem, em forma de "meia lua" interposta entre as extremidades ósseas participantes da articulação. Suas funções são bastante discutidas. Entre as funções atribuídas aos meniscos temos: tornam as extremidades ósseas mais congruentes, conferindo ajuste as mesmas; amortecem impactos; conferem estabilidade à articulação; garantem uma boa distribuição do líquido sinovial sobre as superfícies ósseas. Encontramos meniscos na articulação do joelho. 4.2. discos: estruturas semelhantes aos meniscos no que diz respeito à localização entre as extremidades ósseas, estrutura fibrocartilaginosa e funções. Sua forma é a de um "disco".Encontramos Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 15 discos, por exemplo, na articulação temporomandibular (ATM), articulação acromioclavicular, articulação esternoclavicular, etc. 4.3. lábio articular: estrutura de fibrocartilagem, que, contornando as margens das superfícies ósseas da articulação, aumenta a área (superfície) da articulação. Exemplos de sua localização: articulação do ombro (escápulo-umeral); articulação do quadril (coxo-femoral). 4.4. ligamentos: estruturas de tecido conjuntivo presentes em algumas articulações sinoviais cujas funções são: limitar os movimentos de uma articulação, impedindo movimentos indesejados ou não apropriados; reforçar a articulação; conferir estabilidade à articulação. De acordo com a localização dos ligamentos, estes podem ser classificados em: a. ligamentos capsulares: estão presentes na cápsula articular, reforçando-a e dando mais resistência. b. ligamentos extracapsulares: ligamentos independentes da cápsula inseridos em superfícies ósseas, externamente à cavidade articular ou com uma parte fixada na cápsula e a outra em um osso. c. ligamentos intracapsulares: presentes no interior da articulação inseridos entre as extremidades ósseas participantes. Ex: ligamento cruzado do joelho. 5. PRINCIPAIS MOVIMENTOS PROMOVIDOS PELAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 5.1. flexão: movimento que promove a aproximação de um ou mais eixos ósseos no sentido longitudinal, com diminuição do ângulo formado entre eles. 5.2. extensão: movimento de afastamento, no sentido longitudinal, de dois ou mais eixos ósseos com aumento do ângulo existente entre eles. 5.3. abdução: movimento de afastamento, no sentido transversal, de um ou mais eixos ósseos da linha mediana do corpo. 5.4. adução: movimento de aproximação, no sentido transversal, de dois ou mais eixos ósseos em direção à linha mediana do corpo. 5.5. rotação: movimento que leva um eixo ósseo girar, no sentido longitudinal, em torno de um outro eixo (pode ser medial e lateral). Ex: rotação da cabeça. 5.6. circundação: movimento que descreve no espaço a figura geométrica de um cone cujo o ápice (do cone) é a raiz. É resultante da combinação seqüencial de flexão, abdução, extensão e adução. 5.7.inversão: voltar a planta do pé para a linha mediana. 5.8.eversão: voltar a planta do pé lateralmente. 5.9.pronação: voltar a palma da mão posteriormente (para trás). 5.10.supinação: voltar a palma da mão anteriormente (para frente). 5.11.flexão plantar do pé: representa na realidade, a flexão do pé. Quando se tenta colocar ou aproximar a ponta do dedo do pé ao osso calcâneo. 5.12.flexão dorsal do pé ou dorsi-flexão: representa na realidade a extensão do pé. Aproxima o hálux da face anterior da perna. 6. CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS As articulações sinoviais podem ser classificadas segundo vários critérios como, por exemplo: o formato das extremidades ósseas que participam da articulação (articulação trocóide, selar, esferóide, gínglimo, plana, condilar); os movimentos propiciados pelas articulações (articulação monoaxial, biaxial, etc); e o número de peças ósseas envolvdias. Destas classificações ressaltaremos apenas a seguinte: CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DE ACORDO COM O NÚMERO DE PEÇAS ÓSSEAS PARTICIPANTES 6.1.articulação sinovial simples: participam duas extremidades ósseas. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 16 Ex.: interfalângicas. 6.2. articulação sinovial composta ou complexa: participam três ou mais extremidades ósseas. TEXTO Nº 05 - Sistema muscular (estudo dos músculos) 1.CONSTITUIÇÃO DOS MÚSCULOS: são formados por células alongadas que apresentam capacidade de contração. Essas células denominam-se fibras musculares. 2.CONTRAÇÃO: a contração muscular determina movimento. Quando os músculos se contraem afetam o movimento do corpo como um todo; o movimento do sangue, dos alimentos através do trato digestório; da urina através do trato urinário; do tórax, do diafragma e abdome durante a respiração; na deambulação, etc. I. PARTES DA FIBRA MUSCULAR 1.Sarcolema: é o nome dado à membrana celular da fibra muscular. 2.sarcoplasma: é o nome dado ao citoplasma da fibra muscular. Apresenta no seu interior elementos responsáveis pela contração da fibra muscular. Esses elementos são as miofibrilas (filamentos protéicos de actina, miosina, tropomiosina e troponina). O arranjo das miofibrilas no interior do sarcoplasma pode ou não determinar o surgimento de estriações na fibra muscular visíveis ao microscópio. II. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES Os diferentes tipos de fibras musculares determinam a formação de diferentes tipos de músculos, como mencionaremos abaixo: 1. Músculo liso: é constituído por fibras musculares denominadas lisas. A fibra muscular lisa é alongada e fusiforme e possui um núcleo central alongado. No interior do sarcoplasma existem miofibrilas que não se dispõem formando estriações visíveis ao microscópio óptico, daí o nome de lisa. O músculo liso se localiza e forma a musculatura das vísceras, dos vasos sangüíneos e da maioria dos ductos. A contração do músculo liso é lenta, porém, sustenida. O controle nervoso do músculo liso é dado pelo sistema nervoso autônomo, sendo, portanto, um controle involuntário (a contração da musculatura lisa não depende de nossa vontade). 2. Músculo Estriado Cardíaco: é constituído por fibras musculares estriadas cardíacas. A fibra muscular estriada cardíaca é longa e possui um núcleo central. Ela apresenta ramificações terminais que prolongam o tamanho da fibra, conferindo ao conjunto de fibras um aspecto de rede. Seu sarcoplasma apresenta miofibrilas dispostas de maneira a formar estriações transversais finas visíveis ao microscópio óptico. A velocidade de contração neste tipo de músculo varia de acordo com o animal considerado. O controle nervoso é dado pelo sistema nervoso autônomo, sendo, portanto, um controle involuntário. Quando lesado, o músculo estriado cardíaco não se regenera. No local da lesão aparece tecido cicatricial constituído por tecido conjuntivo fibroso. 3. Músculo Estriado Esquelético: constituído por fibras musculares estriadas esqueléticas. Estas são bem longas e apresentam as extremidades afiladas. Possui vários núcleos dispostos na periferia da fibra (núcleos periféricos). As miofibrilas do sarcoplasma formam estriações transversais bem visíveis ao microscópio óptico. Os músculos estriados esqueléticos estão localizados no esqueleto unidos aos ossos, unidos à pele e a tela subcutânea. A contração desses músculos é forte, porém não é sustentada por muito tempo. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 17 O controle nervoso é dado pelo sistema nervoso somático, sendo, portanto, um controle voluntário (pode ser regido pela nossa vontade). Quando lesado, dependendo da extensão da lesão, é regenerado com tecido muscular. O exercício prolongado pode aumentar a espessura do músculo. ___ __________________________________________________________________ OBS.: Neste capítulo estudaremos apenas a musculatura estriada esquelética. I - MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Representa cerca de 40% do peso de um indivíduo. Sua contração pode determinar movimento de partes do esqueleto, sendo, pois, o elemento ativo do movimento. 1. ORGANIZAÇÃO ou ARQUITETURA DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICONo músculo estriado esquelético, cada fibra muscular, além de seu sarcolema, é envolvida por uma membrana de tecido conjuntivo denominada ENDOMÍSIO. Várias fibras musculares com seus respectivos endomísios agrupam-se em feixes ou fascículos. Cada fascículo muscular, por sua vez, é envolto por outra membrana de tecido conjuntivo denominada PERIMÍSIO. Vários fascículos agrupam-se para constituir um músculo. O músculo é envolvido por uma membrana de tecido conjuntivo denominada EPIMÍSIO. 2. REGIÕES DE UM MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO 2.1. Ventre muscular: é a região carnosa do músculo, ou seja, é a região constituída por fibras musculares. O ventre muscular é a porção contrátil do músculo. Durante a contração muscular, ela diminui (encurta) o tamanho ou tem alterada a tensão em suas fibras. Possui coloração avermelhada, sendo intensamente vascularizada. Os ventres musculares apresentam formas e tamanhos variáveis. 2.2. Extremidades musculares: representam as regiões terminais dos músculos. Não possuem fibras musculares e são constituídas por tecido conjuntivo. As extremidades servem para fixar o músculo nas superfícies ósseas ou em outras estruturas do esqueleto (pele, cartilagem, etc.). Não apresentam capacidade de contração, possuem coloração esbranquiçada e brilhante, sendo muito resistentes. De acordo com o formato das extremidades, estas podem ser classificadas em tendões e aponeuroses. 2.2.a. tendões: são extremidades musculares cilindróides ou em forma de "fitas". Podem ser longos ou curtos. 2.2.b. aponeurose: é a extremidade muscular em forma de lâmina. OBS.: um músculo, geralmente, apresenta um ventre e duas extremidades (uma extremidade é a cabeça e a outra é a cauda). 3. ANEXOS MUSCULARES: representam estruturas de natureza "não muscular" que, não entrando na constituição do músculo, estão presentes no sistema muscular, exercendo diversas funções. São eles: 3.1. fáscia muscular: membrana de tecido conjuntivo fibroso, desprovida de gordura, que envolve os músculos, facilitando o deslizamento de um músculo, ou de um grupo muscular sobre outro, durante a contração. Em alguns locais do corpo, as fáscias podem apresentar-se espessadas, constituindo estruturas denominadas retináculos. Por exemplo, no antebraço, em nível dos tendões musculares, existe um retináculo cuja função é manter em posição os tendões musculares. Espessamento de fáscia semelhante a este é encontrado na perna. 3.2. bolsa sinovial: estrutura semelhante a uma pequena "bolsa", (esfera achatada), constituída externamente por tecido conjuntivo e internamente por membrana sinovial. Contém no seu interior líquido sinovial. Surge também como anexo de algumas articulações sinoviais. A bolsa sinovial tem como função proteger um músculo quando este movimenta-se diretamente sobre um osso. Neste caso, a bolsa localiza-se entre o osso e o músculo. Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 18 3.3. bainha sinovial: é uma dupla membrana de tecido conjuntivo que envolve certos tendões musculares. No espaço entre as duas membranas existe uma película de líquido sinovial. A bainha sinovial forma "canais" pelo interior dos quais passa um tendão. Sua função é facilitar o deslizamento dos tendões, mantendo-os em posição. 4. TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR 4.1. contração isométrica: é a contração que não resulta em movimento de qualquer segmento do esqueleto. O músculo aumenta a tensão de suas fibras, mantendo o comprimento muscular. Este tipo de contração ocorre, por exemplo, quando se tenta manter uma postura contra a ação da gravidade, quando seguramos um objeto, mantendo-o em uma posição fixa, etc. 4.2. contração isotônica: é a contração muscular que resulta em movimento de algum segmento do esqueleto. Neste tipo de contração o músculo tem seu tamanho diminuído (encurtamento), porém a tensão de suas fibras não é alterada. A contração isotônica ocorre, por exemplo, quando andamos, corremos, escrevemos, nadamos, falamos, etc. 5. DENOMINAÇÕES DAS FIXAÇÕES MUSCULARES O músculo apresenta suas extremidades fixadas ao esqueleto (ossos e cartilagens) ou em camadas da pele. Essas fixações recebem os nomes de origem e inserção, como veremos. 5.1. origem muscular: corresponde ao acidente ósseo onde se prende uma das extremidades muscular. A principal característica é que a origem sempre está localizada no osso que permanece fixo durante o movimento. 5.2.inserção muscular: é o acidente ósseo onde se prende a outra extremidade muscular. A inserção sempre está localizada no osso que se desloca durante o movimento. OBS: nos músculos dos membros, a origem é proximal e a inserção é distal. Existem músculos com mais de um ponto de origem e com mais de um ponto de inserção. 6. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS Os músculos estriados esqueléticos podem ser classificados de acordo com vários critérios: 6.1. Quanto às dimensões: os músculos podem ser longos, planos, curtos, etc. Seguem a mesma classificação dos ossos, quanto às dimensões; 6.2. Quanto à forma: classifica os músculos analisando a forma geométrica do mesmo. Por exemplo, músculo deltóide (forma de letra grega delta), músculo trapézio (forma geométrica de trapézio), etc; 6.3. Quanto à localização: analisa a localização do músculo nos diversos planos do corpo: 6.3.a. músculo cutâneo: são músculos localizados superficialmente no corpo, com inserções na pelo. Ex. músculos da mímica. 6.3.b. músculo esquelético: são músculos, que possuem inserções ósseas. Estes, podem ter localizações em planos superficiais e profundos. Ex. músculo sartório; músculo poplíteo; 6.4. Quanto à função ou quanto ao movimento que executa: Podem ser flexores, extensores, adutores, abdutores, pronadores, etc.; 6.5. Quanto ao número de cabeças (extremidades) de origem: Como comentado anteriormente, um músculo, geralmente, tem duas extremidades e um ventre. Contudo, alguns podem apresentar mais do que duas extremidades. Sendo, assim, temos: a. músculo bíceps: possui duas extremidades de origem (m. bíceps do braço); b. músculo tríceps - possui três extremidades de origem (m. tríceps do braço); c. músculo quadríceps - possui quatro extremidades de origem (m. quadríceps da coxa); Nos itens citados, as cabeças de origem unem-se em um único ventre, o qual possui uma única extremidade de inserção; 6.6. Quanto ao número de caudas de inserções: Apostila criada pela Profa Dra Sandra Stabille (UEM). Modificada pela Profa Dra Naianne Kelly Clebis (UFRN) em 2007. Modificada pelo Prof. Dr. Jodonai Barbosa da Silva (UFPI) em 2016. 19 6.6.a. músculo policaudado - possui várias extremidades para inserção; 6.7. Quanto ao número de ventres: nestes casos, o músculo possui uma extremidade de origem, uma de inserção e vários ventres; 6.7.a. músculo digástrico - possui dois ventres (m. digástrico); 6.7.b. músculo poligástrico - possui três ou mais ventres (m. reto do abdome); 6.8. Quanto à direção dos feixes musculares: 6.8.a. circular - (orbicular, esfíncter) fibras dispostas de maneira circular em torno de um orifício, segmento ou canal. Ex.: m. orbicular do olho, m. esfíncter externo do ânus. 7. TONUS MUSCULAR É o estado de tensão existente nas fibras musculares em repouso. Alguns autores definem como um estado de contração parcial da musculatura estriada esquelética em repouso. O tônus muscular é controlado pelo sistema nervoso. Em diferentes condições patológicas ou não o aumento do tônus muscular é a hipertonia e a diminuição hipotonia. 8. UNIDADE MOTORA É o conjunto formado pelo corpo de um neurônio (corpo da célula nervosa), pelo prolongamento do corpo deste neurônio (fibra nervosa) e pelas fibrasmusculares inervadas por este prolongamento, ou conectadas a este prolongamento. Cada ventre muscular é um conjunto de unidades motoras. O número de unidades motoras de um músculo depende, sobretudo, da função do músculo. Quanto mais preciso for o movimento determinado pela contração do músculo, mais unidades motoras ele apresentará, e vice-versa. As fibras musculares de uma mesma unidade motora se contraem ao mesmo tempo, simultaneamente. Já, a contração de um músculo ocorre com a contração alternada de suas unidades motoras.
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