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Como e até que ponto a escola reproduz a desigualdade de gênero em sala de aula?

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Como e até que ponto a escola reproduz a desigualdade de
gênero em sala de aula?
B) Por meio de que atividades o professor pode trabalhar
com a questão da igualdade de gênero em sala de aula?
Sabemos que todas as escolas deveriam ser laicas, porém não é isso que ocorre na maioria delas, principalmente as que têm influências ou origens católicas. O que podemos dizer de um país que tem 64,6% da população católica, sendo considerado o maior país católico do mundo, segundo o último senso do IBGE.  Com certeza esses dados influenciam no modo de pensar da sociedade, nas educadoras e nas ideologias das escolas. Partindo desse ponto podemos afirmar que as pedagogas e professoras, às vezes sem perceberem, reproduzem seus dogmas religiosos e suas ideias tradicionalistas. A escola é o reflexo da sociedade e a sociedade é o reflexo da escola. Se não acontecer uma mudança de algum lado continuaremos com essa concepção, continuaremos com a desigualdade de gêneros e a classificação de gênero de uma forma antiquada, ou seja, profissões para determinados gêneros. Muitas ainda praticam a separação de meninas e meninos na hora de atividades em grupos e na prática de determinada atividade como: balé só para meninas ou futebol só para meninos etc.  No artigo “Relações entre gênero e escola no discurso de professoras do ensino fundamental”, os autores fazem uma discussão com os professores sobre a concepção de masculino e feminino. As características lembradas pelas professoras foram questões sociais e físicas. No caso do feminino, elas foram associadas a temperamentos e comportamentos que representavam fragilidade, delicadeza, sensibilidade e maternidade, relacionando a mulher ideal, a maternidade e a feminilidade com a bondade e a afeição. Já com relação ao masculino a agressividade, impaciência, sexo forte, o homem sempre tem razão. No mesmo artigo, uma professora relata que a escola deve intervir quando notar que o aluno tenha algum “desvio” no desenvolvimento considerado normal em relação à sua sexualidade. Muitas escolas estão despreparadas para discutir esse assunto, presas em ideologias antigas e com isso acabam por ensinar de forma incorreta, aumentando e reforçando ainda mais essa desigualdade.
Pensando nisto, podemos afirmar que a maior importância neste processo é a formação do professor, mudanças profundas nas escolas em relação a forma de ver esses assuntos. É preciso ter o domínio sobre esse tema para que sua transmissão seja realizada com sucesso. Tendo o domínio do assunto, o professor poderá aborda questões como: O que é menino e menina? Quais profissões são para homens e para mulheres?   Quais cores são para meninas e meninos? Qual o papel da mulher e do homem na família? Sempre foi assim ou no passado era diferente? Nesta hora o professor dialogará com os alunos e ouvirá suas opiniões, mediará e argumentará. Neste momento o professor conhecerá as opiniões de seus alunos.  Um livro interessante para trabalhar esse tema é  Cuecas e Calcinhas o certo e o errado de Todd Parr. Também poderá trabalhar com vídeos, na internet existem muitos vídeos sobre esse tema, no YouTube discute-se desigualdade de gênero para crianças, um vídeo muito legal seguido de um debate. Também existem muitos filmes para ajudar a falar no assunto, tais como: O Mágico de Oz, Valente etc, filmes que as meninas não são frágeis, fugindo do padrão estipulado pela sociedade. Outras ótimas formas são com livros tais como: Menina não entra, de Telma Guimarães etc; através da contação de história, leitura, teatro e música. Há infinidades para abordar esse tema em sala de aula, mas é preciso dominar o assunto e principalmente está aberto ao novo.

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