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CONTROLE INTEGRADO DA STOMOXYS CALCITRANS (MOSCA DOS ESTÁBULOS)

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BOLETIM TÉCNICO Nº 1
Janeiro/2010
CONTROLE INTEGRADO DA STOMOXYS CALCITRANS
(MOSCA DOS ESTÁBULOS)
BOLETIM TÉCNICO No 1 
CONTROLE INTEGRADO DA STOMOXYS CALCITRANS 
(MOSCA-DOS-ESTÁBULOS)
Autores:
Daniela Miyasaka S. Cassol, M.V. (Gerente Técnica Ourofino) 
Gabriel A. F. Sandoval, M.V. (Diretor Técnico Ourofino) 
Paulo César N. Gil, M.V. (Gerente de Pesquisa Clínica Ourofino). 
Um problema ambiental conhecido como Stomoxys calcitrans 
Atualmente a Stomoxys calcitrans, comumente conhecida como 
“mosca-dos-estábulos” ou “mosca-da-vinhaça”, é responsável por causar 
prejuízos de grande impacto econômico nas cadeias produtivas da pecuária 
bovina e sucroalcooleira em alguns Estados do Brasil, dentre eles, Mato Grosso 
do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais (OLIVEIRA, J. N., 
2009).
As picadas dessas moscas são dolorosas e trata-se de vetores de 
diversas doenças (por exemplo, Escherichia coli e tripanossomas) causadas aos 
animais (URQUHART et al., 1998). 
Essa mosca tem como hospedeiros a maioria dos animais e o homem. Os 
restos alimentares e o vinhoto, que é um subproduto da indústria canavieira, 
atraem e estimulam a postura, bem como podem criar-se em palhas e restos 
de culturas, que permanecem no campo por algum tempo, principalmente se 
esses materiais encontrarem-se fermentados ou umedecidos com urina e fezes 
de animais (GUIMARÃES, 1983 e 1984). 
O vinhoto, resíduo da fabricação do açúcar, e os resíduos da própria 
cana-de-açúcar formam um dos substratos propícios à proliferação dessas 
moscas, que fazem a postura em um raio de até 11 km, dessa maneira, a 
proximidade das usinas pode afetar diretamente a pecuária. Segundo o 
pesquisador Ivo Bianchin (2009), essa mosca é comum nas três Américas, 
sendo uma praga veterinária cíclica, como a mosca-dos-chifres foi durante 
décadas. O mais importante é controlar a proliferação dessas moscas no 
ambiente. O uso indiscriminado de inseticidas tem provocado a resistência 
1
desse parasito, além de causar o desequilíbrio ambiental, ao eliminar 
possíveis predadores, portanto, a melhor estratégia para combater esse 
inimigo é o manejo e controle integrado desse inseto. 
Wilson Werner Koller (2009), especialista em Entomologia, destaca que 
o problema da infestação da mosca não é atribuído somente à produção da 
cana-de-açúcar, mas também a todo resíduo orgânico úmido, que é um 
ambiente propício para que a mosca se multiplique, como confinamentos, 
usinas, aviários, entre outros. “O controle deve ser feito também na palhada, 
modificando o ambiente, impedindo o desenvolvimento da mosca”. 
João Batista Catto (2009) acrescenta que o problema deve-se também 
ao regime pluviométrico desse ano, ou seja, o problema se agravou com o 
excesso de chuvas. 
De acordo com o Fernando Paiva (2009), pesquisador da Universidade 
Federal do Mato Grosso do Sul, a expansão da indústria sucroalcooleira é 
inevitável, provocando consequentemente o aumento no número de 
confinamentos instalados nesta região. Há necessidades emergenciais de 
controle, mas que não deve ser feito somente com o uso de inseticidas. 
Alguns autores relataram no Brasil que as moscas podem causar 
prejuízos na ordem de 100 milhões de dólares anuais (GRISI et al., 2002), mas 
esses estudos devem ser revistos para identificar a real perda econômica 
causada diretamente por esse muscídeo. 
Superficialmente, a S. calcitrans é parecida com a Musca domestica. O 
método mais simples para distinguir as moscas-dos-estábulos de outros 
gêneros não picadores é por meio da probóscide, que na S. calcitrans é 
saliente e projetada para frente. As moscas-dos-estábulos podem ser 
distinguidas de muscídeos picadores do gênero Haematobia pelo tamanho 
maior e pelos palpos mais curtos (URQUHART et al., 1998). 
As moscas (machos e fêmeas) nutrem-se de sangue de uma a duas vezes 
por dia, variando de acordo com a temperatura ambiente. As fêmeas podem 
ovipor de 25 a 50 ovos, semelhantes às moscas domésticas, em matéria 
vegetal em decomposição, como feno e palha, contaminados com fezes e 
urinas. Os ovos eclodem dentro de um a quatro dias, dependendo das 
condições climáticas, as larvas, com 06 a 30 dias. Após a emergência, as 
2
fêmeas adultas precisam de várias ingestões de sangue para que os ovários 
amadureçam e possam iniciar a oviposição. O ciclo evolutivo completo desde 
o ovo até a mosca adulta pode durar de 12 a 60 dias, dependendo 
principalmente da temperatura. São necessários 03 minutos para a ingestão 
de sangue e frequentemente a alimentação é interrompida, permitindo assim 
a transmissão mecânica de micro-organismos e protozoários patogênicos, por 
exemplo, os tripanossomas. 
A S. calcitrans também atua como hospedeiro intermediário do 
Habronema sp (URQUHART et al., 1998). 
As moscas adultas vivem durante cerca de um mês e são abundantes ao 
redor das instalações rurais/estábulos, no final do verão e do outono, nas 
regiões temperadas. Preferem a luz solar forte e picam principalmente ao ar 
livre, embora acompanhem os animais em recintos fechados para se 
alimentarem. Essas moscas em grande quantidade são uma enorme fonte de 
irritação/estresse para bovinos e, em algumas áreas, há estimativa de queda 
de produção de leite e carne de até 20% (URQUHART et al., 1998). 
Para o controle da S. calcitrans, a redução da fonte onde ela se 
prolifera é de fundamental importância. Devem ser evitados potenciais 
criadouros com a remoção regular de camadas úmidas, feno, resíduos 
alimentares e resíduos dos estábulos (alojamentos dos animais). 
As administrações de inseticidas à base de organofosforados, 
piretroides, na forma de aerossol/pulverização dentro e em volta dos 
estábulos e das instalações rurais proporcionam bom controle local 
(URQUHART et al., 1998). Pode-se utilizar o cloreto de alquil dimetil benzil 
amônio [CB-30 TA Ourofino, diluir 01 (um) litro do produto em 2.000 litros de 
água] para a limpeza e desinfecção dessas instalações. 
3
Limpeza e desinfecção das instalações. CB-30 T.A. 
Fonte: Arquivo do Departamento Técnico Ourofino Ourofino
O controle biológico dessa mosca com a utilização de 
microheminópteros parasitoides (ANDRESS e CAMPBELL, 1994), Lecanicillium 
lecanii (ALVES, P. S., 2008), Metharyzium anisopliae e Beauveria bassiana 
(MARI, A. I., 2006) requer aprimoramento e novos estudos são necessários 
para que possa ser aplicado com sucesso no campo. 
O controle químico nos animais pode ser feito com a utilização de 
produtos ectoparasiticidas organofosforados (exemplos: clorpirifós, diclorvós, 
diazinon, entre outros), associados ou não aos piretroides (exemplos: 
cipermetrina, deltametrina, entre outros), administrados pela via pour on e 
pulverização. Exemplos de produtos comerciais: Colosso Pulverização: o
produto deve ser diluído em água limpa. Para pulverização: 1 litro de Colosso 
Pulverização diluído em 800 litros de água, banhar toda a superfície do 
animal, utilizar aproximadamente 05 (cinco) litros de calda por bovino adulto. 
Colosso Pour On: a dosagem recomendada é de 10 ml para cada 100 kg de 
peso vivo, o produto deve ser aplicado em toda linha dorsal do animal, da 
inserção da cauda até o meio do pescoço. Cypermil Plus Pulverização: diluir 
01 (um) litro do produto em 400 litros de água; misturar bem até perfeita 
homogeneização da calda, com auxílio de pulverizador manual ou elétrico, 
banhar toda superfície do animal, no sentido contrário aos pelos, utilizar 
aproximadamente de 04 (quatro) a 05 (cinco) litros por animal adulto. Brinco
4
Mosquicida Na MOSCA: deve ser utilizado como auxiliar no controle dessa 
mosca, aplicando o brinco em uma das orelhas dos animais, com o auxílio deum aplicador, entre a segunda e a terceira cartilagem. 
Colosso Pulverização e Colosso Pour On 
Fonte: Ourofino. 
O manejo de esterqueiras é prioridade no Programa de Controle 
Integrado desse parasito, em virtude da proliferação intensa da mosca no 
ambiente. Na exploração leiteira, quando os animais são mantidos em regime 
de semi ou confinamento total, é preciso planejar os melhores métodos de 
tratamento e aproveitamento desses dejetos (CAMPOS, A. T., 2001). 
Um manejo de esterqueira simples e que pode ser recomendado é o 
“sistema de montes”. Realizado por meio da remoção e acúmulo do esterco 
durante 01 (uma) semana, em local de baixa umidade. Cobrir esse esterco 
com lona plástica. Realizar esse procedimento durante 04 (quatro) semanas. A 
partir da 5ª (quinta) semana, pode-se utilizar o primeiro monte, ou seja, 
incorporar ao solo o primeiro monte (SANDOVAL, G.; 2009 – comunicação 
pessoal).
5
Fonte: Arquivo do Departamento Técnico Ourofino. 
Diante do exposto, conclui-se que, além do clima favorável para a S.
calcitrans, o vinhoto, juntamente com a palha, eventualmente incorporada às 
fezes e urinas, contribuem para a proliferação desse parasito e são os 
principais fatores responsáveis pela sua elevada incidência, acarretando em 
um desequilíbrio ambiental e, consequentemente, perdas econômicas ao 
rebanho.
Portanto, o controle físico (limpeza e desinfecção do ambiente e 
manejo de esterqueiras), associado ao controle químico no animal e nas 
instalações rurais, constitui um programa integrado eficaz no combate e 
controle desse parasito. 
LITERATURA CITADA 
ADAMS, H. R. Farmacologia e Terapêutica em Veterinária. Ed 8ª Guanabara 
Koogan, Rio de Janeiro, cap. 50, p. 851-870, 2003. 
ALVES, P. S. Avaliação experimental de Lecanicillium lecanii no controle 
biológico de Stomoxys calcitrans. Mestrado em Ciências Veterinárias, 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2008. 
ANDRES, E. R.; CAMPBELL, J. B.; Inundative release of pteromalid parasitoids 
6
(Hyminoptera: Pteromalidae) for the control of stable flies, Stomoxys 
calcitrans (L) (Díptera: Muscidae) cattle installation in West Central Nebraska, 
J. Ecom. Entomol., n.87; p. 714-722, 1994. 
BIANCHIN, I. 2009. Deputado de MS alerta Assembléias Legislativas quanto à 
proliferação de mosca. Publicado dia 19/11/2009. 
Disponível em: < http://www.deputadomarciofernandes.com.br/?pag=ver...>. 
Acesso em: 29 dez. 2009. 
CAMPOS, A. T. INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA O PRODUTOR DE LEITE / ISSN NO 
1518-3254 Tratamento e manejo de dejetos de bovinos. Embrapa Gado de 
Leite2001.<http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:dn9PwxnjUjsJ:www
.cnpgl.embrapa.br/nova/informacoes/pastprod/textos/52Instrucao.pdf+mane
jo+de+esterqueira+bovinos&hl=ptBR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEEShZcxsLq1o6f
nAuOMpay6wCiH1iBB2eWGZuldrUjIxUVwzQti8p1nnxQKbp0U6tMlA3OEeC7M40I
WzsCJoKYmf33_rld0p8mEMEqOe8R_ZvvKbvlJDeK61HVKXOh_Acybhsf9u&sig=AHI
EtbRM4aXHGaR8S6j6lOEzw-x9xIRC-g>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
CATTO, J. B., 2009. Banco de Notícias Embrapa Gado de Corte -18 de 
novembro de 2009. Trabalho conjunto no combate à mosca-de-estábulo 
Disponível em: <http://www.cnpgc.embrapa.br/index.php?pagina...>. 
Acesso em: 29 dez. 2009. 
GOMES, R. A. Surtos de Stomoxys calcitrans (Díptera: Muscidae) em bovinos e 
equinos na região Noroeste de São Paulo (Brasil) devido ao desequilíbrio 
ambiental. Publicado em 27/02/2009. Disponível em: < 
http://pt.engormix.com/MA-pecuariacorte/saude/artigos/surtos-stomoxys-
calcitrans-diptera_132.htm>.
Acesso em: 29 dez. 2009. 
GRISI, L. et al. Impacto econômico das principais ectoparasitoses em bovinos 
no Brasil. A Hora Veterinária. Ano 21, n.125, p.8-10, 2002. 
7
8
GUIMARÃES, J. H. Moscas - biologia, ecologia e controle. Agroquímica Ciba 
Geigy, v.21, p.20-26, 1983. 
GUIMARÃES, J. H. Mosca dos estábulos. Uma importante praga do gado. 
Agroquímica Ciba Geigy, v.23, p.10-14, 1984. 
KOLLER, W. W., 2009. Banco de Notícias Embrapa Gado de Corte - 18 de 
novembro de 2009. Trabalho conjunto no combate à mosca-de-estábulo 
Disponível em: <http://www.cnpgc.embrapa.br/index.php?pagina...>. 
Acesso em: 29 dez. 2009. 
MARI, A. I. Utilização dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae 
para o controle de muscídeos em estábulos na região de Blumenau – SC. 
Dissertação de Mestrado Engenharia Ambiental, Centro de Ciências 
Tecnológicas, Universidade Regional de Blumenau (FURB), 2006. 
OLIVEIRA, J. N. Mosca vira praga e ataca animais. Disponível em: 
<http://www.suino.com.br/SanidadeNoticia.aspx?...>.
Acesso em: 29 dez. 2009. 
PAIVA, F. Banco de Notícias Embrapa Gado de Corte - 18 de novembro de 
2009. Trabalho conjunto no combate à mosca-de-estábulo Disponível em: 
<http://www.cnpgc.embrapa.br/index.php?pagina...>.
Acesso em: 29 dez. 2009. 
SANDOVAL, G.; 2009 – comunicação pessoal. Manejo de esterqueiras. 
URQUHART, G. M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J.L.; DUNN, A. M.; JENNIGS, F. W. 
Parasitologia Veterinária. Fam. Muscidae, Stomoxys, Guanabara Koogan: Rio 
de Janeiro, p.135-136, 1998.

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