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SISTEMA URINÁRIO: PATOLOGIAS E ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
COLÉGIO TÉCNICO 
SETOR DE ANÁLISES CLÍNICAS 
FUNDAMENTOS DA HISTOLOGIA 
PROFA.: PAULA LAGE 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA URINÁRIO: 
PATOLOGIAS E ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
ESTHER IOLANDA SILVA FROIS 
P3A 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE, MG, BRASIL 
NOVEMBRO, 2014 
 
INTRODUÇÃO 
O sistema ou aparelho urinário é o conjunto de órgãos responsáveis pela formação e 
excreção da urina, um fluido formado pela filtração do sangue. São eliminados vários 
metabólitos como ureia, ácido úrico e também são eliminados elementos que estão em 
excesso no corpo, como ácido ascórbico em pacientes que se auto-medicam com essa 
vitamina. 
Para o correto funcionamento do sistema urinário é necessário que todos os órgãos 
envolvidos estejam em perfeito funcionamento. Quando algum órgão é lesado ou é 
infectado por algum microorganismo patogênico, há modificações na sua estrutura, nos 
tecidos que compõe o órgão. Esse fato permite que doenças como glomerulonefrite 
aguda sejam diagnosticadas laboratorialmente, através de biópsia, no caso, renal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. SISTEMA URINÁRIO 
Sistema composto por rins (2), os ureteres(2), bexiga urinária(1) e uretra (1) e 
são irrigados pela artéria renal e pela veia renal (Imagem 1). São órgãos responsáveis 
pela filtração e eliminação dos metabólitos e outras substâncias em excesso ou nocivas 
ao corpo, de forma dissolvida em água, a urina. 
 
Imagem 1: Componentes do sistema urinário humano em suas posições anatômicas. 
 
 
2.1 Características funcionais1 
2.1.1 Rim 
Os rins são órgãos sólidos em forma análoga de grão de feijão, localizados em 
posição elevada na parede posterior do abdome, sob o peritônio. Os rins filtram 
o sangue e realizam uma ampla faixa de tarefas bioquímicas e fisiológicas, 
produzindo a urina. São considerados os osmorreguladores nos vertebrados. Os 
rins filtram 1700 litros de sangue por dia, produzindo aproximadamente 1 litro 
de urina. 
2.1.2 Ureteres 
São 2 tubos que recolhem a urina dos Rins e a transportam até a Bexiga 
Urinária. Possuem 6 mm de comprimento e 25 a 30 cm de comprimento. 
2.1.3 Bexiga Urinária 
É um orgão muscular oco elástico, que funciona como um reservatório 
temporário para o armazenamento da urina. Tem capacidade para armazenar 
700 a 800 mL de urina no homem e um pouco menos nas mulheres. Por se 
situar abaixo do útero, sua capacidade de armazenar grandes volumes é 
reduzida. 
2.1.4 Uretra 
É um ducto final que conduz a urina da bexiga para o meio externo. A uretra é 
anatomicamente diferente entre os dois sexos. 
2.1.4.1 Uretra feminina: 
Na mulher, a uretra é curta (5 cm) e faz parte exclusivamente do sistema 
urinário. Se estender a partir da bexiga urinária e se abre para o exterior na 
linha média do vestíbulo genital entre o clitóris e a borda superior da 
entrada vaginal. 
 
 
1
 <http://www.auladeanatomia.com/urinario/sistemaurinario.htm>. 
2.1.4.2 Uretra masculina: 
No homem, a uretra faz parte dos sistemas urinário e reprodutor e medindo 
de 20 a 35 cm de comprimento. A uretra sai da bexiga urinária e passa 
através da próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis, 
realizando 2 funções: conduz a urina e o esperma, mas não conduz os 2 ao 
mesmo tempo. 
 
2.2 Características histológicas2 
2.2.1 Rins 
Cada rim tem cerca de 11 cm de 
comprimento, 5 a 7,5cm de largura e 
um pouco mais que 2,5cm de 
espessura. O peso do rim do homem 
adulto varia entre 125 a 170g; na 
mulher adulta, entre 115 a 155g. 
Cada um deles, quando aberto 
longitudinalmente, apresenta uma 
região periférica, chamada de cortex 
renal, e outra mais interna, a 
medula renal. (Imagem 2). Os rins 
são formados por néfrons, que são 
estruturas tubulares microscópicas 
que realizam efetivamente a função 
dos rins. 
No cortex renal estão localizados 
os néfrons. Ná medula renal se 
localizam os tubulos coletores retos, 
que desembocam nos cálices renais, 
que desembocam no Ureter. 
 
2.2.1.1 Néfron 
O néfron é uma longa estrutura tubular localizada no córtex renal, responsável 
pela atividade efetiva dos rins. O néfron é formado por várias partes, sendo 
diferenciadas pela função e pelo formato. Porém basicamente é formado por 2 
componentes principais: o glomérulo e os sistemas tubulares medular e cortical. 
 
2.2.1.1.1 Glomérulo 
Em uma das extremidades do néfron há uma expansão em forma de 
taça, chamada de cápsula de Bowman, por onde o sangue passa em 
capilares emaranhados, chamado de glomérulo. (Imagem 3) O sangue que 
passa no glomérulo, devido á alta pressão, é filtrado. Dele são filtrados água, 
glicose, aminoácidos, sais, uréia, ácido úrico etc. O glomérulo é o local de 
filtração inicial do sangue. 
 
 
 
2
 STEVENS, Allan e LOWE, James. Histologia Humana. Pg 275-308 
Imagem 2: Esquema didaticamente colorido 
representando a morfologia interna do rim 
humano transversalmente cortado. 
 
Imagem 3: Correlação entre o tufo de capilares glomerulares e a cápsula de Bowman. 
 
O sangue entra na rede capilar glomerular a partir da arteríola aferente. 
A ultrafiltração do sangue ocorre então na rede capilar glomerular e o 
filtrado passa para o espaço tubular. O sangue parcialmente filtrado deixa o 
glomérulo pela arteríola aferente e segue em frente para fornecer um 
suprimento sanguíneo oxigenado para os sistemas tubulares. 
As células epiteliais da cápsula de Bowman são achatadas e cimples, 
exceto aquelas que ficam próximas à abertura do sistema tubular, onde 
tornam-se mais cúbicas e adquirem algumas das características das células 
epiteliais do túbulo contorcido proximal. O espaço entre a rede de capilares 
glomerulares e o folheto parietal da cápsula de Bowman é chamado de 
espaço capsular, que é contínuo com a luz do longo sistema tubular do 
néfron. . 
 
2.2.1.1.2 Sistemas tubulares medular e cortical 
O filtrado glomerular deixa a cápsula de Bowman no polo tubular do 
glomérulo e entra num túbulo que modifica sua composição. Os sistemas 
tubulares são locais onde a concentração e conteúdo da urina são 
controlados, de forma manter a hemostasia. Os sistemas tubulares são 
divididos em 4 regiões diferentes
3
, (Imagem 4): 
 
1) No córtex renal, o túbulo mais próximo à cápsula do glomérulo renal é 
bastante enovelado e chama-se túbulo contorcido proximal. Nele ocorre a 
reabsorção seletiva, por difusão ou por transporte ativo, da água, glicose, 
aminoácidos e sais, que retornam para o sangue; 
2) O túbulo seguinte é chamado de alça de Henle (ou segmento delgado), por 
ser um pouco mais fina e por lembrar a forma de uma letra U. Há reabsorção 
de água e reabsorção de sais por osmose para o sangue. 
3) A ultima porção é chamada de túbulo contorcido distal. Transporte ativo 
executado pelas células dos túbulos eliminam compostos indesejáveis (ácido 
urico, amônia, íons de hidrogênio etc) dos capilares sanguíneos, lançando-os 
na urina. 
4) A urina formada desemboca em um túbulo coletor reto, que desemboca no 
ureter e que se encontra na medula renal. 
 
 
 
3
 AMBIS e MARTHO. Fundamentos da biologia moderna. Pgs 321-322. 
 
Imagem 4: Esquema didático que ilustra a anatomia em relação à função do néfron, 
representado simplificadamente. 
 
 
2.2.1.2 Medula Renal 
A medula renal é a parte interna do rim. A urina sai dos tuboscoletores 
e passa para as pirâmides de Malpighi, na medula renal. As pirâmides de 
Malpighi se convergem na região central do rim, formando o bacinete. Dos 
bacinetes partem os ureteres. No córtex renal ficam estruturas microscópicas 
chamadas de néfrons, onde o sangue é efetivamente filtrado. (Imagem 2) 
 
2.2.2 Ureter 
São tubos musculares ocos revestidos por um 
epitélio especializado, a mucosa (Imagem 5). A 
mucosa é resistente a agressão pela 
osmolaridade variável da urina e pela 
concetração de solutos tóxicos em seu interior. 
As paredes os tubos são compostos por 
músculo liso, sendo capaz de transportar o 
fluido até a bexiga urinária pela contração e 
pelo relaxamento coodenados, chamado de 
peristalse. 
 
 
 
2.2.3 Bexiga urinária 
A bexiga urinária é um orgão oco, composto por 
tecido muscular revestido por um epitélio 
especializado. O epitélio é resistente a agressão 
pela osmolaridade variável da urina e pela 
concetração de solutos tóxicos em seu interior. As 
paredes musculares da bexiga possuem 
organização mais sofisticada de suas fibras, para 
permitir que funcione como um reservatório e uma 
bomba, forçando a urina para fora através da 
Imagem 6: Corte longitudinal do 
tecido da bexiga urinária. 
Legenda: Seta: epitélio de transição. 
Imagem 5: Corte longitudinal do uréter. 
Legenda: ET:epitélio de transição, 
TCS:tecido conjuntivo subepitelial, 
ML:Musculatura Lisa, TA:tecido 
adiposo. 
uretra, sob controle voluntário (Imagem 6). 
 
2.2.4 Uretra 
Tubo oco muscular revestido por células 
epiteliais secretoras de muco, que formam a 
mucosa do tecido (Imagem 7). Sua parede 
muscular é uma continuação do músculo 
liso involuntário da bexiga ruinaria. Possui 
também um esfíncter, o esfíncter externo. 
Este é composto por músculos estriado e 
está sob o controle voluntário. A uretra é 
revestida principalmente pelo epitélio 
pavimentoso estratificado. Sua lamina 
própria contem muitos canais vasculares, 
assim como poucas e pequenas glândulas 
secretoras de muco. 
 
 
3 GLOMERULONEFRITE4 
 
Os glomérulos são estruturas em 
forma de cálice, localizadas em uma das 
extremidades dos néfrons, por onde o 
sangue passa e é filtrado. O glomérulo 
possui uma membrana basal glomerular, 
formada de células endoteliais que 
impedem a passagem de macromoléculas 
do sangue, como a albumina. (Imagem 8) 
Etiologicamente, Glomerulonefrite 
significa infecção dos glomérulos. 
Histologicamente, são caracterizadas por 
reação inflamatória intraglomerular e 
proliferação celular, podendo levar a 
disfunção renal em graus variáveis, caso 
não seja tratada a tempo hábil. 
 
 
 
3.1 Glomerulonefrite aguda 
É a Glomerulonefrite caracterizada clinicamente pelo início abrupto. As suas 
causas conhecidas incluem infecções por agentes infecciosos, como 
streptococcus e não- streptococcus, disposição de imunocomplexos em doenças 
autoimunes ou por doenças sistêmicas. Células do sistema imune inato também 
podem aumentar as lesões do glomérulo através dos seus mecanismos, como 
citocinas, proteases e agentes quimiotáxicos. Durante o processo infeccioso, 
 
4 GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. 
Imagem 7: Corte longitudinal do corpo 
esponjoso do penis, incluindo a uretra. 
Imagem 8: Glomérulo normal. Legenda: 
(AA)arteríola aferente, (EA) arteriola eferente, 
(TP) pólo tubular, (us) espaço urinário, (CB) 
cápsula de Bowman 
pode haver a liberação de leucotrienos e 
tromboxanos, que induzem a vasoconstrição dos 
capilares com subsequente queda da filtração 
glomerular; podendo causar obstrução do capilar 
glomerular pelos neutrófilos. Independente da 
causa desencadeante, a glomerulonefrite aguda 
caracteriza-se por hipercelularidade do glomérulo, 
que pode ser secundária à infiltração de células 
inflamatórias, proliferação de células glomerulares 
residentes ou ambos os processos (Imagem 9). 
As Glomerulonefrite são classificadas de acordo com o sítio e a extensão da 
lesão, podendo ser primárias, quando as patologias são restritas ao rim, ou 
secundárias, quando associadas a doenças sistêmicas. Também há a 
classificação etiológica específica, dividindo as patologias em infecciosa ou 
não infecciosa. O diagnóstico de certeza é feito após biópsia renal. 
 
3.1.1 Glomerulonefrite aguda infecciosa 
A Glomerulonefrite infecciosa pode ser causada por Streptococcus do grupo 
A ß-hemolítico (denominada de Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica), 
por endocardite infecciosa, bacteremia estafilocócica, pneumonia 
pneumocócica, meningococcemia, febre tifóide, sífilis secundária, infecção 
aguda viral, micoplasma, entre outros agentes que podem infectar o organismo. 
 
 
3.1.2 Glomerulonefrite aguda não-infecciosa 
A etiologia não infecciosa pode ser em Glomerulonefrite primárias por 
nefropatia da IgA, Glomerulonefrite proliferativa mesanginal, Glomerulonefrite 
membranoproliferativa, glomerulopatia por IgM, Glomerulonefrite rapidamente 
progressiva idiopática. E em Glomerulonefrites secundárias a doenças 
sistêmicas por lúpus eritematoso sistêmico, diabetes, hipertensão, entre outras. 
 
3.2 Glomerulonefrite crônica 
A Glomerulonefrite Crônica é uma doença 
glomerular lentamente progressiva. É uma 
perturbação que ocorre no curso de várias 
doenças nas quais se lesam os glomérulos e a 
função renal se deteriora ao fim de alguns anos. 
As maiorias das doenças glomerulares agudas 
podem evoluir para Glomerulonefrite crônica. 
O diagnóstico é dado com a biópsia renal. 
Histologicamente, o rim torna-se atrofiado e 
diminuído e os glomérulos estão usualmente 
hialinizados e substituídos por colágeno (Imagem 
10). 
 
 
Imagem 9: Rim com 
Glomerulonefrite. Notar o 
processo inflamatório no 
glomérulo. 
Imagem 10: Glomerulonefrite crônica 
4 SÍNDROME NEFRÓTICA5 67 
A combinação de proteinúria, hipoalbuminemia e edema são chamados de 
Síndrome Nefrótica (SN). 
Há muitas causas de SN, mas todas parecem estar relacionadas a uma anormalidade 
estrutural ou funcional da membrana basal do glomérulo. As doenças nas quais a 
anormalidade é estrutural incluem o diabetes mellitus e a nefropatia membranosa. Na 
SN associada ao diabetes mellitus, a membrana basal glomerular está 3-5 vezes mais 
espessa e a demarcação em três lâminas é perdida. Na nefropatia membranosa, a 
membrana basal é lesada pela deposição de complexos antígeno-anticorpo em seu 
interior. Embora nestes exemplos a membrana basal esteja fisicamente espessada, 
funcionalmente ela permite vazamentos e muitas moléculas grandes podem passar para 
o espaço urinário, inclusive proteínas de alto peso molecular, como albumina. 
A síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria maciça (>3,5g/24h), 
acompanhada por hipoproteinemia, especialmente hipoalbuminemia (<3,0g/dl), edema 
generalizado (anasarca), lipidúria e hiperlipidemia. A proteinúria, principal elemento da 
SN, resulta da perda maciça de proteínas plasmáticas pelos capilares glomerulares que 
ocorre em diversas glomerulopatias. A hipoalbuminemia é conseqüência da proteinúria; 
contribuem, ainda, hipercatabolismo resultante de distúrbios do metabolismo 
intermediário e alterações na síntese das proteínas. Em alguns pacientes, pode ocorrer 
perda apenas de proteínas de baixo peso molecular (proteinúria seletiva) ou de peso 
molecular variável (proteinúria não-seletiva); no primeiro caso, o prognóstico e resposta 
terapêutica são melhores. 
 
 
5 PIELONEFRITE8 
Pielonefrite é o nome dado à infecção das vias urinárias superiores, acompanhadaspor processo inflamatório. Na maioria dos casos, ocorre pela infecção da bactéria 
Escherichia coli, bastonete Gram-negativo presente na flora intestinal por ser 
importante para a digestão. Mas no trato urinário essa bactéria pode infectar as vias 
urinárias (ureter, uretra), bexiga e/ou rins. (Imagem 11) Macroscopicamente, observa-se 
presença de exsudato neutrofilico agudo, vistos como flocos de coloração amarelada 
dentro dos túbulos e parênquima renal. 
Vários fatores parecem aumentar o risco de pielonefrite, dentre eles, alguns 
merecem destaque. Assim como nas outras infecções do trato genito-urinário, as 
mulheres tem mais propensão a esse tipo de infecção do que os homens, porque a 
distancia entre a uretra e o ânus e a pele é curta, por se localizarem na vulva, acima da 
abertura da vagina e abaixo do clitóris. Situações que provoquem a obstrução dos 
ureteres, como urolitíase e cateterismo, também são fatores de risco. 
 
5 <http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc> 
6 GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. 
7 STEVENS, Alan; LOWO, James. Histologia Humana. Pg. 238. 
8 <WWW.policlin.com.br/drpoli/101/> 
5.1 Pielonefrite aguda 
É uma infecção renal bacteriana, raramente 
viral, causada, na maioria dos casos, por 
bactérias Gram-negativas da flora do sistema 
digestivo, sendo resultante de complicações de 
infecções da uretra, bexiga e/ou ureter, sendo 
complicações ascendentes. O início é abrupto, 
com disúria, polaciúria, noctúria, piúria, e 
sintomas característicos de infecção, como 
febre e mal-estar. O tratamento é feito com uso 
de antibióticos, e deve ser iniciado rapidamente, 
de forma a evitar complicações, como 
bacteremia. 
Microscopicamente é observada inflamação 
supuratica, com infiltração de leucócitos. Há 
necrose das células dos túbulos renais e pode 
haver ou não formação de abcessos. Com a 
cura, há fibrosação dos leucócitos. 
5.2 Pielonefrite crônica 
É uma inflamação renal derivada de múltiplas ocorrências de pielonefrite 
aguda, de gravidades variadas, com uma certa frequência em um determinado 
período de tempo. As causas mais comuns são a urolitíase, devido à obstrução da 
urina nos ureteres, e a insuficiência dos mecanismos anti-refluxo das vias urinárias, 
com refluxo da urina da bexiga para o rim. O inicio geralmente é gradual e com 
sintomas mais brandos, porém com ocorrência de um longo período de tempo. A 
pielonefrite crônica geralmente evolui para insulfiencia renal crônica (IRC). 
Microscopicamente é visto atrofia do rim infectado. A pelve e os cálices ficam 
danificados e, podem obstruir a passagem da urina. É visto um a extensa fibrosação 
renal. Há atrofia de alguns túbulos e dilatação de outros. 
 
6 INSULFICIENCIA RENAL9 10 
A falência dos rins é denominada de insuficiência renal. Enfermidades 
vasculares, como a hipertensão sistêmica, o diabetes mellitus e a aterosclerose, 
lesam o rim com frequência, levando ao desequilíbrio das funções excretora e 
homeostática. 
É resultante de numerosas nefropatias e representa o declínio da função renal de 
forma lenta e progressiva. Decorre, especialmente, da redução do número de 
néfrons funcionantes, qualquer que seja o componente renal primariamente 
acometido: glomerular (glomerulopatias crônicas), tubular (defeitos tubulares 
congênitos), vascular (nefrosclerose vascular maligna), intersticial (pielonefrite 
crônica, nefrite intersticial) ou vias excretoras (uropatias obstrutivas). Dispõe de 3 
formas de terapia: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal, todas com seus 
riscos e benefícios que devem ser avaliados pelo urologista. Histologicamente, há 
cicatrizes e retrações na superfície do rim. 
 
9 GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. 
10 Histologia humana. Pg. 300 
Imagem 11:Pielonefrite: alteração 
macroscópica e microscópica 
6.1 Insulficiencia renal aguda (IRA) 
É uma síndrome onde ocorre uma parada súbita transitória de toda a atividade 
do néfron, que se deve a uma lesão súbita de todos os túbulos, ou de todos os 
glomérulos ou de ambos. Consequentemente, a filtração glomerular diminui durante 
um período de dias. Os casos de IRA no hospital tem, em sua maioria, etiologia 
hemodinâmica ou tóxica. Outras causas incluem obstrução, doenças túbulo 
intersticiais, como rim do mieloma, doenças vasculares, como SHU E PTT, rim da 
esclerodermia, e doenças glomerulares que causam GNRP. 
6.2 Insuficiência renal crônica (IRC) 
Clinicamente, os sinais e sintomas da nefropatia de origem podem persistir ou 
ceder lugar às manifestações da IRC. Esta constitui um conjunto de manifestações 
clínicas, alteração da função excretora renal e distúrbios bioquímicos, metabólicos 
e endócrinos. É o resultado final de todas as doenças renais crônicas. O tratamento 
definitivo é o transplante renal. Tratamento paliativo é obtido com hemodiálise. 
7 UROLITÍASE11 
Também denominada de Cálculo Renal e popularmente conhecida como “pedra nos 
rins”, Urolitíase é a patologia que se desenvolve quando sais e as substâncias minerais 
contidas na urina formam cristais, os quais se aderem uns aos outros, crescendo em 
tamanho. 
Os cristais normalmente são removidos do corpo pela urina, mas em certas 
situações, eles se aderem ao tecido renal ou localizam-se em áreas de onde não 
conseguem ser removidos e se acumulam. Os cristais podem crescer de tamanho 
variado. A maior parte dos cálculos inicia a sua formação na medula renal, mas alguns 
podem deslocar-se para outras partes do sistema urinário e crescerem, podendo ser 
formado a qualquer nível do trato urinário (cálices, ureteres, bexiga urinária). 80 a 90% 
deles são unilaterais (únicos ou múltiplos). Os sintomas clássicos são: obstrução do 
canal urinário, ulceração, hematúria e cólica renal. Os cálculos mais comuns são 
compostos por: 
. 75% são compostos por oxalato ou fosfato de cálcio, dependendo do pH urinário; 
. 15% são compostos por fosfato de amônio e magnésio; 
. 6% são compostos por uratos; 
. 2% são compostos por cistina. 
O aumento na concentração dos constituintes dos cálculos, as alterações do pH 
urinário, a redução do volume urinário e as bactérias desempenham todos algum papel 
na gênese de cálculos; entretanto, muitos cálculos formam-se mesmo na ausência destes 
fatores. A hereditariedade pode ser um fator associado, principalmente os erros inatos 
do metabolismo dos constituintes dos cálculos. 
Histologicamente são vistos depósitos de cristais no local com urolitíase (Imagem). 
 
 
11 <http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc> e 
GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. 
 
Imagem 12: Cristais depositados no interior do túbulo renal 
 
 
8 CISTITE12 
Cistite é uma infecção e/ou inflamação da 
bexiga, sendo a doença mais comum desso orgão. 
Em geral, é causada pela bactéria Escherichia 
coli, presente na flora intestinal por ser importante 
para a digestão. Mas no trato urinário essa 
bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga 
(cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros 
microorganismos também podem provocar cistite. 
Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à 
cistite. No entanto, ela é prevalente nas mulheres 
porque as características anatômicas femininas 
favorecem sua incidência. A uretra da mulher, além de muito mais curta do que a do 
homem está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos, o crescimento da 
próstata e consequente retenção de urinana bexiga podem causar cistite. Os sintomas 
são: necessidade urgente de urinar com frequência, escassa eliminação de urina em cada 
micção, ardor durante a micção, dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre; febre e 
hematúria. O diagnóstico clínico é feito observando o histórico clínico do paciente e 
seus sintomas, associando ao exame Urina Rotina e Urocultura com antibiograma. 
 Microscopicamente, devido ao processo inflamatório, há úlceras da mucosa, 
pancistite (inflamação que acomete toda a espessura da parede da bexiga) e infiltrados 
inflamatórios perineurais. A presença de mastócitos, com a libertação de histamina e 
consequentemente o aparecimento de dôr, hiperemia e fibrose, está claramente 
associada ao tipo clássico, sendo a sua ligação ao tipo não ulceroso menos freqüente 
(Imagem 13). 
 
 
 
 
 
 
 
12 < http://www.pro-renal.org.br/renal_031.php> e 
<http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc> e 
< http://anatpat.unicamp.br/laminfl29.html> 
Imagem 13: Cistite 
 
9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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