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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS COLÉGIO TÉCNICO SETOR DE ANÁLISES CLÍNICAS FUNDAMENTOS DA HISTOLOGIA PROFA.: PAULA LAGE SISTEMA URINÁRIO: PATOLOGIAS E ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS ESTHER IOLANDA SILVA FROIS P3A BELO HORIZONTE, MG, BRASIL NOVEMBRO, 2014 INTRODUÇÃO O sistema ou aparelho urinário é o conjunto de órgãos responsáveis pela formação e excreção da urina, um fluido formado pela filtração do sangue. São eliminados vários metabólitos como ureia, ácido úrico e também são eliminados elementos que estão em excesso no corpo, como ácido ascórbico em pacientes que se auto-medicam com essa vitamina. Para o correto funcionamento do sistema urinário é necessário que todos os órgãos envolvidos estejam em perfeito funcionamento. Quando algum órgão é lesado ou é infectado por algum microorganismo patogênico, há modificações na sua estrutura, nos tecidos que compõe o órgão. Esse fato permite que doenças como glomerulonefrite aguda sejam diagnosticadas laboratorialmente, através de biópsia, no caso, renal. 1. SISTEMA URINÁRIO Sistema composto por rins (2), os ureteres(2), bexiga urinária(1) e uretra (1) e são irrigados pela artéria renal e pela veia renal (Imagem 1). São órgãos responsáveis pela filtração e eliminação dos metabólitos e outras substâncias em excesso ou nocivas ao corpo, de forma dissolvida em água, a urina. Imagem 1: Componentes do sistema urinário humano em suas posições anatômicas. 2.1 Características funcionais1 2.1.1 Rim Os rins são órgãos sólidos em forma análoga de grão de feijão, localizados em posição elevada na parede posterior do abdome, sob o peritônio. Os rins filtram o sangue e realizam uma ampla faixa de tarefas bioquímicas e fisiológicas, produzindo a urina. São considerados os osmorreguladores nos vertebrados. Os rins filtram 1700 litros de sangue por dia, produzindo aproximadamente 1 litro de urina. 2.1.2 Ureteres São 2 tubos que recolhem a urina dos Rins e a transportam até a Bexiga Urinária. Possuem 6 mm de comprimento e 25 a 30 cm de comprimento. 2.1.3 Bexiga Urinária É um orgão muscular oco elástico, que funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina. Tem capacidade para armazenar 700 a 800 mL de urina no homem e um pouco menos nas mulheres. Por se situar abaixo do útero, sua capacidade de armazenar grandes volumes é reduzida. 2.1.4 Uretra É um ducto final que conduz a urina da bexiga para o meio externo. A uretra é anatomicamente diferente entre os dois sexos. 2.1.4.1 Uretra feminina: Na mulher, a uretra é curta (5 cm) e faz parte exclusivamente do sistema urinário. Se estender a partir da bexiga urinária e se abre para o exterior na linha média do vestíbulo genital entre o clitóris e a borda superior da entrada vaginal. 1 <http://www.auladeanatomia.com/urinario/sistemaurinario.htm>. 2.1.4.2 Uretra masculina: No homem, a uretra faz parte dos sistemas urinário e reprodutor e medindo de 20 a 35 cm de comprimento. A uretra sai da bexiga urinária e passa através da próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis, realizando 2 funções: conduz a urina e o esperma, mas não conduz os 2 ao mesmo tempo. 2.2 Características histológicas2 2.2.1 Rins Cada rim tem cerca de 11 cm de comprimento, 5 a 7,5cm de largura e um pouco mais que 2,5cm de espessura. O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170g; na mulher adulta, entre 115 a 155g. Cada um deles, quando aberto longitudinalmente, apresenta uma região periférica, chamada de cortex renal, e outra mais interna, a medula renal. (Imagem 2). Os rins são formados por néfrons, que são estruturas tubulares microscópicas que realizam efetivamente a função dos rins. No cortex renal estão localizados os néfrons. Ná medula renal se localizam os tubulos coletores retos, que desembocam nos cálices renais, que desembocam no Ureter. 2.2.1.1 Néfron O néfron é uma longa estrutura tubular localizada no córtex renal, responsável pela atividade efetiva dos rins. O néfron é formado por várias partes, sendo diferenciadas pela função e pelo formato. Porém basicamente é formado por 2 componentes principais: o glomérulo e os sistemas tubulares medular e cortical. 2.2.1.1.1 Glomérulo Em uma das extremidades do néfron há uma expansão em forma de taça, chamada de cápsula de Bowman, por onde o sangue passa em capilares emaranhados, chamado de glomérulo. (Imagem 3) O sangue que passa no glomérulo, devido á alta pressão, é filtrado. Dele são filtrados água, glicose, aminoácidos, sais, uréia, ácido úrico etc. O glomérulo é o local de filtração inicial do sangue. 2 STEVENS, Allan e LOWE, James. Histologia Humana. Pg 275-308 Imagem 2: Esquema didaticamente colorido representando a morfologia interna do rim humano transversalmente cortado. Imagem 3: Correlação entre o tufo de capilares glomerulares e a cápsula de Bowman. O sangue entra na rede capilar glomerular a partir da arteríola aferente. A ultrafiltração do sangue ocorre então na rede capilar glomerular e o filtrado passa para o espaço tubular. O sangue parcialmente filtrado deixa o glomérulo pela arteríola aferente e segue em frente para fornecer um suprimento sanguíneo oxigenado para os sistemas tubulares. As células epiteliais da cápsula de Bowman são achatadas e cimples, exceto aquelas que ficam próximas à abertura do sistema tubular, onde tornam-se mais cúbicas e adquirem algumas das características das células epiteliais do túbulo contorcido proximal. O espaço entre a rede de capilares glomerulares e o folheto parietal da cápsula de Bowman é chamado de espaço capsular, que é contínuo com a luz do longo sistema tubular do néfron. . 2.2.1.1.2 Sistemas tubulares medular e cortical O filtrado glomerular deixa a cápsula de Bowman no polo tubular do glomérulo e entra num túbulo que modifica sua composição. Os sistemas tubulares são locais onde a concentração e conteúdo da urina são controlados, de forma manter a hemostasia. Os sistemas tubulares são divididos em 4 regiões diferentes 3 , (Imagem 4): 1) No córtex renal, o túbulo mais próximo à cápsula do glomérulo renal é bastante enovelado e chama-se túbulo contorcido proximal. Nele ocorre a reabsorção seletiva, por difusão ou por transporte ativo, da água, glicose, aminoácidos e sais, que retornam para o sangue; 2) O túbulo seguinte é chamado de alça de Henle (ou segmento delgado), por ser um pouco mais fina e por lembrar a forma de uma letra U. Há reabsorção de água e reabsorção de sais por osmose para o sangue. 3) A ultima porção é chamada de túbulo contorcido distal. Transporte ativo executado pelas células dos túbulos eliminam compostos indesejáveis (ácido urico, amônia, íons de hidrogênio etc) dos capilares sanguíneos, lançando-os na urina. 4) A urina formada desemboca em um túbulo coletor reto, que desemboca no ureter e que se encontra na medula renal. 3 AMBIS e MARTHO. Fundamentos da biologia moderna. Pgs 321-322. Imagem 4: Esquema didático que ilustra a anatomia em relação à função do néfron, representado simplificadamente. 2.2.1.2 Medula Renal A medula renal é a parte interna do rim. A urina sai dos tuboscoletores e passa para as pirâmides de Malpighi, na medula renal. As pirâmides de Malpighi se convergem na região central do rim, formando o bacinete. Dos bacinetes partem os ureteres. No córtex renal ficam estruturas microscópicas chamadas de néfrons, onde o sangue é efetivamente filtrado. (Imagem 2) 2.2.2 Ureter São tubos musculares ocos revestidos por um epitélio especializado, a mucosa (Imagem 5). A mucosa é resistente a agressão pela osmolaridade variável da urina e pela concetração de solutos tóxicos em seu interior. As paredes os tubos são compostos por músculo liso, sendo capaz de transportar o fluido até a bexiga urinária pela contração e pelo relaxamento coodenados, chamado de peristalse. 2.2.3 Bexiga urinária A bexiga urinária é um orgão oco, composto por tecido muscular revestido por um epitélio especializado. O epitélio é resistente a agressão pela osmolaridade variável da urina e pela concetração de solutos tóxicos em seu interior. As paredes musculares da bexiga possuem organização mais sofisticada de suas fibras, para permitir que funcione como um reservatório e uma bomba, forçando a urina para fora através da Imagem 6: Corte longitudinal do tecido da bexiga urinária. Legenda: Seta: epitélio de transição. Imagem 5: Corte longitudinal do uréter. Legenda: ET:epitélio de transição, TCS:tecido conjuntivo subepitelial, ML:Musculatura Lisa, TA:tecido adiposo. uretra, sob controle voluntário (Imagem 6). 2.2.4 Uretra Tubo oco muscular revestido por células epiteliais secretoras de muco, que formam a mucosa do tecido (Imagem 7). Sua parede muscular é uma continuação do músculo liso involuntário da bexiga ruinaria. Possui também um esfíncter, o esfíncter externo. Este é composto por músculos estriado e está sob o controle voluntário. A uretra é revestida principalmente pelo epitélio pavimentoso estratificado. Sua lamina própria contem muitos canais vasculares, assim como poucas e pequenas glândulas secretoras de muco. 3 GLOMERULONEFRITE4 Os glomérulos são estruturas em forma de cálice, localizadas em uma das extremidades dos néfrons, por onde o sangue passa e é filtrado. O glomérulo possui uma membrana basal glomerular, formada de células endoteliais que impedem a passagem de macromoléculas do sangue, como a albumina. (Imagem 8) Etiologicamente, Glomerulonefrite significa infecção dos glomérulos. Histologicamente, são caracterizadas por reação inflamatória intraglomerular e proliferação celular, podendo levar a disfunção renal em graus variáveis, caso não seja tratada a tempo hábil. 3.1 Glomerulonefrite aguda É a Glomerulonefrite caracterizada clinicamente pelo início abrupto. As suas causas conhecidas incluem infecções por agentes infecciosos, como streptococcus e não- streptococcus, disposição de imunocomplexos em doenças autoimunes ou por doenças sistêmicas. Células do sistema imune inato também podem aumentar as lesões do glomérulo através dos seus mecanismos, como citocinas, proteases e agentes quimiotáxicos. Durante o processo infeccioso, 4 GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. Imagem 7: Corte longitudinal do corpo esponjoso do penis, incluindo a uretra. Imagem 8: Glomérulo normal. Legenda: (AA)arteríola aferente, (EA) arteriola eferente, (TP) pólo tubular, (us) espaço urinário, (CB) cápsula de Bowman pode haver a liberação de leucotrienos e tromboxanos, que induzem a vasoconstrição dos capilares com subsequente queda da filtração glomerular; podendo causar obstrução do capilar glomerular pelos neutrófilos. Independente da causa desencadeante, a glomerulonefrite aguda caracteriza-se por hipercelularidade do glomérulo, que pode ser secundária à infiltração de células inflamatórias, proliferação de células glomerulares residentes ou ambos os processos (Imagem 9). As Glomerulonefrite são classificadas de acordo com o sítio e a extensão da lesão, podendo ser primárias, quando as patologias são restritas ao rim, ou secundárias, quando associadas a doenças sistêmicas. Também há a classificação etiológica específica, dividindo as patologias em infecciosa ou não infecciosa. O diagnóstico de certeza é feito após biópsia renal. 3.1.1 Glomerulonefrite aguda infecciosa A Glomerulonefrite infecciosa pode ser causada por Streptococcus do grupo A ß-hemolítico (denominada de Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica), por endocardite infecciosa, bacteremia estafilocócica, pneumonia pneumocócica, meningococcemia, febre tifóide, sífilis secundária, infecção aguda viral, micoplasma, entre outros agentes que podem infectar o organismo. 3.1.2 Glomerulonefrite aguda não-infecciosa A etiologia não infecciosa pode ser em Glomerulonefrite primárias por nefropatia da IgA, Glomerulonefrite proliferativa mesanginal, Glomerulonefrite membranoproliferativa, glomerulopatia por IgM, Glomerulonefrite rapidamente progressiva idiopática. E em Glomerulonefrites secundárias a doenças sistêmicas por lúpus eritematoso sistêmico, diabetes, hipertensão, entre outras. 3.2 Glomerulonefrite crônica A Glomerulonefrite Crônica é uma doença glomerular lentamente progressiva. É uma perturbação que ocorre no curso de várias doenças nas quais se lesam os glomérulos e a função renal se deteriora ao fim de alguns anos. As maiorias das doenças glomerulares agudas podem evoluir para Glomerulonefrite crônica. O diagnóstico é dado com a biópsia renal. Histologicamente, o rim torna-se atrofiado e diminuído e os glomérulos estão usualmente hialinizados e substituídos por colágeno (Imagem 10). Imagem 9: Rim com Glomerulonefrite. Notar o processo inflamatório no glomérulo. Imagem 10: Glomerulonefrite crônica 4 SÍNDROME NEFRÓTICA5 67 A combinação de proteinúria, hipoalbuminemia e edema são chamados de Síndrome Nefrótica (SN). Há muitas causas de SN, mas todas parecem estar relacionadas a uma anormalidade estrutural ou funcional da membrana basal do glomérulo. As doenças nas quais a anormalidade é estrutural incluem o diabetes mellitus e a nefropatia membranosa. Na SN associada ao diabetes mellitus, a membrana basal glomerular está 3-5 vezes mais espessa e a demarcação em três lâminas é perdida. Na nefropatia membranosa, a membrana basal é lesada pela deposição de complexos antígeno-anticorpo em seu interior. Embora nestes exemplos a membrana basal esteja fisicamente espessada, funcionalmente ela permite vazamentos e muitas moléculas grandes podem passar para o espaço urinário, inclusive proteínas de alto peso molecular, como albumina. A síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria maciça (>3,5g/24h), acompanhada por hipoproteinemia, especialmente hipoalbuminemia (<3,0g/dl), edema generalizado (anasarca), lipidúria e hiperlipidemia. A proteinúria, principal elemento da SN, resulta da perda maciça de proteínas plasmáticas pelos capilares glomerulares que ocorre em diversas glomerulopatias. A hipoalbuminemia é conseqüência da proteinúria; contribuem, ainda, hipercatabolismo resultante de distúrbios do metabolismo intermediário e alterações na síntese das proteínas. Em alguns pacientes, pode ocorrer perda apenas de proteínas de baixo peso molecular (proteinúria seletiva) ou de peso molecular variável (proteinúria não-seletiva); no primeiro caso, o prognóstico e resposta terapêutica são melhores. 5 PIELONEFRITE8 Pielonefrite é o nome dado à infecção das vias urinárias superiores, acompanhadaspor processo inflamatório. Na maioria dos casos, ocorre pela infecção da bactéria Escherichia coli, bastonete Gram-negativo presente na flora intestinal por ser importante para a digestão. Mas no trato urinário essa bactéria pode infectar as vias urinárias (ureter, uretra), bexiga e/ou rins. (Imagem 11) Macroscopicamente, observa-se presença de exsudato neutrofilico agudo, vistos como flocos de coloração amarelada dentro dos túbulos e parênquima renal. Vários fatores parecem aumentar o risco de pielonefrite, dentre eles, alguns merecem destaque. Assim como nas outras infecções do trato genito-urinário, as mulheres tem mais propensão a esse tipo de infecção do que os homens, porque a distancia entre a uretra e o ânus e a pele é curta, por se localizarem na vulva, acima da abertura da vagina e abaixo do clitóris. Situações que provoquem a obstrução dos ureteres, como urolitíase e cateterismo, também são fatores de risco. 5 <http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc> 6 GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. 7 STEVENS, Alan; LOWO, James. Histologia Humana. Pg. 238. 8 <WWW.policlin.com.br/drpoli/101/> 5.1 Pielonefrite aguda É uma infecção renal bacteriana, raramente viral, causada, na maioria dos casos, por bactérias Gram-negativas da flora do sistema digestivo, sendo resultante de complicações de infecções da uretra, bexiga e/ou ureter, sendo complicações ascendentes. O início é abrupto, com disúria, polaciúria, noctúria, piúria, e sintomas característicos de infecção, como febre e mal-estar. O tratamento é feito com uso de antibióticos, e deve ser iniciado rapidamente, de forma a evitar complicações, como bacteremia. Microscopicamente é observada inflamação supuratica, com infiltração de leucócitos. Há necrose das células dos túbulos renais e pode haver ou não formação de abcessos. Com a cura, há fibrosação dos leucócitos. 5.2 Pielonefrite crônica É uma inflamação renal derivada de múltiplas ocorrências de pielonefrite aguda, de gravidades variadas, com uma certa frequência em um determinado período de tempo. As causas mais comuns são a urolitíase, devido à obstrução da urina nos ureteres, e a insuficiência dos mecanismos anti-refluxo das vias urinárias, com refluxo da urina da bexiga para o rim. O inicio geralmente é gradual e com sintomas mais brandos, porém com ocorrência de um longo período de tempo. A pielonefrite crônica geralmente evolui para insulfiencia renal crônica (IRC). Microscopicamente é visto atrofia do rim infectado. A pelve e os cálices ficam danificados e, podem obstruir a passagem da urina. É visto um a extensa fibrosação renal. Há atrofia de alguns túbulos e dilatação de outros. 6 INSULFICIENCIA RENAL9 10 A falência dos rins é denominada de insuficiência renal. Enfermidades vasculares, como a hipertensão sistêmica, o diabetes mellitus e a aterosclerose, lesam o rim com frequência, levando ao desequilíbrio das funções excretora e homeostática. É resultante de numerosas nefropatias e representa o declínio da função renal de forma lenta e progressiva. Decorre, especialmente, da redução do número de néfrons funcionantes, qualquer que seja o componente renal primariamente acometido: glomerular (glomerulopatias crônicas), tubular (defeitos tubulares congênitos), vascular (nefrosclerose vascular maligna), intersticial (pielonefrite crônica, nefrite intersticial) ou vias excretoras (uropatias obstrutivas). Dispõe de 3 formas de terapia: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal, todas com seus riscos e benefícios que devem ser avaliados pelo urologista. Histologicamente, há cicatrizes e retrações na superfície do rim. 9 GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. 10 Histologia humana. Pg. 300 Imagem 11:Pielonefrite: alteração macroscópica e microscópica 6.1 Insulficiencia renal aguda (IRA) É uma síndrome onde ocorre uma parada súbita transitória de toda a atividade do néfron, que se deve a uma lesão súbita de todos os túbulos, ou de todos os glomérulos ou de ambos. Consequentemente, a filtração glomerular diminui durante um período de dias. Os casos de IRA no hospital tem, em sua maioria, etiologia hemodinâmica ou tóxica. Outras causas incluem obstrução, doenças túbulo intersticiais, como rim do mieloma, doenças vasculares, como SHU E PTT, rim da esclerodermia, e doenças glomerulares que causam GNRP. 6.2 Insuficiência renal crônica (IRC) Clinicamente, os sinais e sintomas da nefropatia de origem podem persistir ou ceder lugar às manifestações da IRC. Esta constitui um conjunto de manifestações clínicas, alteração da função excretora renal e distúrbios bioquímicos, metabólicos e endócrinos. É o resultado final de todas as doenças renais crônicas. O tratamento definitivo é o transplante renal. Tratamento paliativo é obtido com hemodiálise. 7 UROLITÍASE11 Também denominada de Cálculo Renal e popularmente conhecida como “pedra nos rins”, Urolitíase é a patologia que se desenvolve quando sais e as substâncias minerais contidas na urina formam cristais, os quais se aderem uns aos outros, crescendo em tamanho. Os cristais normalmente são removidos do corpo pela urina, mas em certas situações, eles se aderem ao tecido renal ou localizam-se em áreas de onde não conseguem ser removidos e se acumulam. Os cristais podem crescer de tamanho variado. A maior parte dos cálculos inicia a sua formação na medula renal, mas alguns podem deslocar-se para outras partes do sistema urinário e crescerem, podendo ser formado a qualquer nível do trato urinário (cálices, ureteres, bexiga urinária). 80 a 90% deles são unilaterais (únicos ou múltiplos). Os sintomas clássicos são: obstrução do canal urinário, ulceração, hematúria e cólica renal. Os cálculos mais comuns são compostos por: . 75% são compostos por oxalato ou fosfato de cálcio, dependendo do pH urinário; . 15% são compostos por fosfato de amônio e magnésio; . 6% são compostos por uratos; . 2% são compostos por cistina. O aumento na concentração dos constituintes dos cálculos, as alterações do pH urinário, a redução do volume urinário e as bactérias desempenham todos algum papel na gênese de cálculos; entretanto, muitos cálculos formam-se mesmo na ausência destes fatores. A hereditariedade pode ser um fator associado, principalmente os erros inatos do metabolismo dos constituintes dos cálculos. Histologicamente são vistos depósitos de cristais no local com urolitíase (Imagem). 11 <http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc> e GOLDMAN, Lee; AUSTIELLO, Dennis. Cecil medicina.23° ed. Pg 937. Imagem 12: Cristais depositados no interior do túbulo renal 8 CISTITE12 Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga, sendo a doença mais comum desso orgão. Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli, presente na flora intestinal por ser importante para a digestão. Mas no trato urinário essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros microorganismos também podem provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela é prevalente nas mulheres porque as características anatômicas femininas favorecem sua incidência. A uretra da mulher, além de muito mais curta do que a do homem está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos, o crescimento da próstata e consequente retenção de urinana bexiga podem causar cistite. Os sintomas são: necessidade urgente de urinar com frequência, escassa eliminação de urina em cada micção, ardor durante a micção, dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre; febre e hematúria. O diagnóstico clínico é feito observando o histórico clínico do paciente e seus sintomas, associando ao exame Urina Rotina e Urocultura com antibiograma. Microscopicamente, devido ao processo inflamatório, há úlceras da mucosa, pancistite (inflamação que acomete toda a espessura da parede da bexiga) e infiltrados inflamatórios perineurais. A presença de mastócitos, com a libertação de histamina e consequentemente o aparecimento de dôr, hiperemia e fibrose, está claramente associada ao tipo clássico, sendo a sua ligação ao tipo não ulceroso menos freqüente (Imagem 13). 12 < http://www.pro-renal.org.br/renal_031.php> e <http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc> e < http://anatpat.unicamp.br/laminfl29.html> Imagem 13: Cistite 9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Curso de Atualização em Normalização Bibliográfica - modalidade a distância. Tópico 15: Notas de rodapé. Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2- repositorio/File/ppgtds/NORMAS%20ABNT/15_-_Notas_de_rodape.pdf>. Acesso em: 03 Out. 2014. Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Atlas de histologia do aparelho reprodutor masculino. Disponível em: <http://histologia.icb.ufg.br/mascu/open.htm>. Acesso em: 01 Nov. 2014. GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil: Tratado de Medicina Interna/ tradução da 23° edição. Volume único. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. Vol II. 842-847 p. MSD Merck Sharp & Dohme AG. Glomerulopatias. Disponível em:<http://www.manualmerck.net/?id=150&cn=1185&ss>. Acesso em: 01 Out. 2014. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Glomerulonefrite pós-estreptocócica. Disponível em: <http://www.sbn.org.br/leigos/index.php?glomerulonefrite&menu=24>. Acesso em: 01 Out. 2014. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curso de Medicina. Laboratório de Patologia Experimental. Plano de aula teórica do módulo do sistema nefrourinário. Disponível em: <http://www.pucpr.br/saude/temp/laboratorios/patologia/docs/LPE_nefrourin.doc>. Acesso em: 01 Out. 2014 Universidade Estadual de Campinas. Faculsdade de ciências médicas. Departamento de Anatomia Patológica. Anatomia Patológica. Disponível em: <http://anatpat.unicamp.br/laminfl29.html>. Acesso em: 03 Nov. 2014. .
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