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Texto I A melhor judoca do país na história Bruno Doro Do UOL, no Rio de Janeiro A primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro é de uma carioca, nascida em uma favela e que começou a lutar em um projeto social. Rafaela Silva é a nova campeã dos leves (57kg) do judô, após bater a mongol Sumiya Dorjsuren, atual líder do ranking mundial, nesta segunda (08). "Treinei muito depois de Londres-2012 porque não queria repetir o sofrimento [foi eliminada na estreia, ao aplicar um golpe ilegal]. Depois da minha derrota, muita gente me criticou, disse que eu era uma vergonha para minha família, para meu país. E agora sou campeã olímpica", disse Rafaela logo depois da luta. "Em 2014, eu estava desacreditada, mas, agora, treinei o máximo que podia e o resultado veio". Técnico da seleção brasileira, Mário Tsutsui disse que a luta mais difícil foi a da semifinal. "Contra a romena, que foi decidida só no golden score [a morte súbita do judô], foi tenso. A Rafaela sentiu a pressão de lutar por uma final olímpica. Mas quando vimos a mongol ganhando da japonesa, ficamos confiantes e sabíamos que ela tinha uma chance muito grande de ganhar a medalha de ouro”, comentou - Dorjsuren venceu a atual campeã olímpica, Kaori Matsumoto. Com sua família e amigos nas arquibancadas, Rafaela cresceu com a vibração do público e reverteu um histórico incomodo: em cinco lutas contra a asiática, tinha vencido apenas uma vez, no ano passado. "Mesmo assim, sabíamos que a mongol não era perfeita. Trabalhamos muito em cima dela e sabíamos que ela abria a guarda para contra-golpes. Foi assim que veio o golpe da vitória", explicou Tsutsui. Na Arena Carioca 2, Rafaela Silva venceu a mongol por um wazari. A vantagem a permitiu controlar a luta, inclusive mantendo a rival longe e recebendo duas penalidades. A história da campeã olímpica Aos cinco anos, Rafaela saiu da Cidade de Deus, a comunidade carente e violenta que ficou famosa com o filme homônimo de Fernando Meireles, para se tornar a melhor judoca que o Brasil já teve. Em 2013, foi campeã mundial, também em sua casa, no Rio de Janeiro. Nenhum outro judoca do país tem títulos olímpicos e mundiais. Sarah Menezes, Aurélio Miguel e Rogério Sampaio têm ouros olímpicos, mas nunca venceram Mundiais. João Derly (duas vezes), Tiago Camilo, Luciano Correa e Mayra Aguiar têm o Mundial, mas não o ouro olímpico. A história da judoca começou em uma academia montada em sua rua, quando seus pais buscavam uma atividade para acalmar a menina brigona. O destino fez com que Geraldo Bernardes, o técnico de Flavio Canto, medalhista de bronze dos Jogos de Atenas-2004, visse na garota uma futura campeã. Ela foi treinar no Instituto Reação, que Bernardes e Canto criaram para ensinar judô em comunidades carentes. Em 2008 o trabalho já dava resultado, com o título mundial sub-20. Em 2009, foi a melhor brasileira no Mundial de Roterdã, com um quinto lugar. Em Londres-2012, já vice-campeã mundial, quase deixou o esporte. Eliminada por tentar um golpe ilegal, acabou bombardeada com mensagens racistas em redes sociais. Reagiu. Quando chegou no Brasil, queria parar. A família, Bernardes, Canto e uma psicóloga, Nell Salgado, não deixaram. No ano seguinte, ela já era campeã mundial e líder do ranking da Federação Internacional de Judô. Nos últimos três anos, subiu ao pódio em quase todos os torneios que disputou. A primeira medalha do judô na Rio-2016 não poderia vir de uma candidata melhor. http://www.uol/olimpiadas/especiais/rafaela-silva-ouro-na-rio-2016.htm#a-melhor-judoca-do-pais-na- historia Texto II Quatro anos atrás, Rafaela Silva estava chorando com o celular na mão, lendo as maiores barbaridades racistas que você pode imaginar sobre ela. Ela tinha perdido uma luta na olimpíada por conta de um golpe irregular. Foi eliminada e depois humilhada por gente que, pode apostar, nunca tinha parado pra ver uma luta de judô na vida. Mas a família e os amigos ajudaram a levantar a atleta e a mulher. Hoje ela conquistou o primeiro ouro para o Brasil nessas olimpíadas. Em casa, no Rio, perto da comunidade de Cidade de Deus, onde ela nasceu e descobriu o judô para parar de brigar na rua. Parabéns, Rafaela. Ouro na vida. Sabe onde estão os caras que te xingaram? Vendo o Brasil inteiro orgulhoso de você. ala ma oisa oa No dia 30 de julho de 2012, Rafaela Silva via seu sonho acabar. Depois de atacar as pernas da húngara Hedvig Karakas, a judoca brasileira foi eliminada e ficou alguns segundos deitada chorando sem acreditar. Foram 4 anos correndo atrás da medalha e tudo tinha acabado. A eliminação foi dura. Foi sofrida, mas nada foi pior do que ser xingada, ter sofrido na pele um racismo imbecil e covarde. Disseram que ela era uma vergonha para o país e para sua família. Ela chorou, pensou que não conseguiria dar a volta por cima. Mas ela estava errada. Rafaela Silva é negra sim, com muito orgulho. Rafaela Silva é favelada sim, com muito orgulho. Rafaela Silva é campeã olímpica! E o ouro veio no Rio de Janeiro, cidade que ela nasceu e começou a lutar judô. Começou para jogar sua energia no esporte e para fugir do tráfico. A volta por cima de Rafaela Silva é uma das histórias mais lindas do esporte brasileiro. O Esporte Interativo tem orgulho de acompanhar e mostrar isso. VOCÊ É O ORGULHO DO PAÍS! Texto III 1) Através do feminismo, mulheres puderam competir nos Jogos. Em 1900, seis mulheres feministas enfrentaram as regras olímpicas, obrigando a organização a criar um evento paralelo. Esse torneio paralelo foi levado até 1928. O Barão de Coubertim, criador das Olimpíadas Modernas, inclusive pediu demissão afirmando que a presença feminina era uma traição ao espírito olímpico. Ainda hoje, há muito a ser conquistado, como divergências nos valores de patrocínio. 2) Precisou do feminismo para entrar na Marinha. Com mulheres na corporação somente a partir da década de 80, apenas em 1996 foi aceita a promoção de oficiais mulheres, através de lutas feministas. 3) Precisou também de cotas. Ela foi, durante anos, beneficiária do Bolsa Atleta, programa do Ministério do Esporte que atende jovens promissores. O valor da bolsa, além do rendimento esportivo potencial do atleta, depende também de sua condição financeira, fornecendo valores maiores para aqueles promissores de baixa renda. Além disso, sua entrada na Marinha não se deu por meio tradicional e sim através de vagas fruto de uma parceria entre os Ministérios da Defesa e do Esporte. Ou seja, cotas. 4) Mas é claro que ela conquistou por mérito próprio. O fato de ela ter recebido bolsa, além dos benefícios históricos do feminismo, só ajudou para que ela pudesse estar em uma condição mais justa (ainda que esteja longe, muito longe do ideal) de competir com quem não enfrenta problemas de misoginia, pobreza e racismo. Mérito maior é ter vencido ainda em um patamar social muito inferior à maioria de suas concorrentes. Não há problema em você falar de meritocracia esportiva, desde que você entenda antes que ela só funciona isoladamente quando houver isonomia. De resto, ou você cita exceções como se fossem regras ou você solta chorumes como esse. 5) Enquanto você resolve soltar esse meme falando pela Rafaela, com esse tom conservador, é bom lembrar que a atleta é declaradamente de esquerda. Isso não faz dela melhor ou pior, mas significa que você, sem dúvida, está utilizando a imagem da atleta para propagar uma posição política contrária a dela, o que denota uma grande desonestidade intelectual. É triste saber que, mesmo diante do choro de desabafo pelos atos racistas que ela sofreu, alguém ainda prefira ignorar isso e tirar um discurso conservador de onde não existe. É chorume... E todo chorume fede. Post original: https://goo.gl/7pFy41 Texto IV 1- O que levou Rafaela fazer judô?2 Rafaela Silva ,em que alguns momentos, pensou em desistir de conquistar os seus objetivos.Que circunstâncias desanimaram a atleta? 4 O que a ajudou a não desistir? 4.Você já sentiu vontade de desistir de um sonho? Por quê? 5. O que diferencia Rafaela de outros campeões de judô no Brasil? 6.Em sua opinião, quais as características são,fundamentais para alguém ser Campeão? 7.A função da linguagem predominante no texto I é: a) Conativa b) referencial c) poética d) metalinguística e)fática 8.A finalidade discursiva do Texto ! é: a) Divulgar um produto. b)Descrever um procedimento. c) Relatar um acontecimento. d)Defender uma opinião e)Provocar reflexão. 9.A história de Rafaela é uma lição de: a) Racismo b) superação c) confiança d) humildade 10."Em 2014, eu estava desacreditada, mas, agora, treinei o máximo que podia e o resultado veio". As aspas foram usadas para: A) Apresentar uma informação de senso comum. B) Marcar a citação, isto é, a fala de alguém C) Destacar o trecho de uma obra. D) Enfatizar o emprego de palavra novas. E) Marcar uma critica de um especialista. 11. “ Mas quando vimos a mongol ganhando da japonesa, ficamos confiantes e sabíamos que ela tinha uma chance muito grande de ganhar a medalha de ouro”. Aa palavra destacada estabelece com o período anterior uma relação de A) Concessão. B)Conformidade. C) Oposição D)Finalidade. E)Proporção. 12. . O termo destacado pode substituir sem prejuízo de sentido por: A) pois B) porque C) logo D)portanto E) contudo 13. “No ano seguinte, ela já era campeã mundial e líder do ranking da ederação Internacional de Judô.” A vírgula foi usada nesse período para indicar: A) Separar elementos que exercem a mesma função sintática. B) Para indicar que uma palavra, geralmente verbo, foi suprimida. C) Isolar adjunto adverbial antecipado. D) Isolar o vocativo E) isolar o aposto.
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