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Citologia clínica

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Citologia clínica – Aula 2:
Endometriose: Patologia endometrial.
Endométrio:
Parte que reveste internamente o útero; É dividido em camada basal e camada funcional; Possui receptores nucleares para progesterona e estrogênio, Sua histologia apresenta epitélio glandular envolvido por um estroma caracterizado por tecido conjuntivo; Apresenta diferenças histológicas entre a fase proliferativa (mediada pelo estrogênio, hormônio essencial para a endometriose) e a fase secretora (mediada pela progesterona).
Endometriose: Presença de tecido endometrial composto por elementos estromais e/ou glandulares em localização extra-uterina. Exemplos: Endometriose de intestino, de ovário, de bexiga, de peritônio, entre outros; É uma doença onde suas lesões macroscópicas são císticas, fibróticas, bem rígidas, com grande produção de colágeno, podendo ocasionar aderências em outros órgãos (de gordura inclusive, que pode mascarar alguma presença da endometriose em si), em local bastante vascularizado; Mulheres com endometriose possuem uma adesão maior célula-célula; É uma doença benigna porém, algumas vezes se comporta como doença maligna;
	Doença estrogênio-dependente x Obesidade: Parte da síntese do estrogênio vem de uma parte da molécula do colesterol; Maior quantidade de colesterol, mais síntese de estrogênio.
Exemplo prático: Um médico suspeita da presença de endometriose intestinal em um paciente. Logo, fará uma biópsia do intestino e esta será mandada para nós, citologistas. Nossa função é procurar na lâmina toda se encontramos tecido estromal e/ou glandular em meio as células intestinais. Mesma coisa com suspeita de endometriose na bexiga, receberemos uma amostra de bexiga para procurar na lâmina toda se encontramos tecido endometrial infiltrado na bexiga. 
Possíveis causas: Doença multifatorial; Apesar de ser uma doença “nova”, “moderna”, já existe há muito tempo. 
1896: Antigamente, no final do século 19, as pessoas achavam que a endometriose surgia por conta de restos celulares embrionários (ou por influência embrionária ou por uma mulher que engravidava e, após ter o seu filho, os restos de células embrionárias, inclusive da placenta, não eram retirados e, mediante uma transformação, viravam lesões císticas);
1919: Metaplasia celômica (muito aceita até hoje); Metaplasia: Resposta adaptiva onde há a mudança de um tecido para outro por conta estímulos nocivos que estão causando lesões; Quando a célula sofre alguma agressão, primeiramente, a célula se adapta mudando a sua forma, tornando-se mais resistente, para que esta não morra por conta da lesão; 
O que acontece com uma célula se ela recebe grande estímulo hormonal, exemplo, se eleva e muito a quantidade de estrogênio em cima de uma célula? Ela irá se adaptar ou não? Houve um pesquisador que cultivou células peritoneais normais em três cultura: Uma cultura sem hormônio, em outra cultura, ele adicionou pouca quantidade de estrogênio e, na outra, grande quantidade de estrogênio. Quando ele foi olhar o tecido das culturas ao microscópio, notou que as células peritoneais da cultura com grande quantidade de estrogênio mudaram fenotipicamente, ou seja, começaram a mudar sua forma para se adaptar a grande quantidade de hormônio disposto, virando de células de músculo liso em um epitélio glandular, uma histologia muito próxima a histologia endometrial, comprovando que as células peritoneais conseguem mudar seu fenótipo para uma histologia semelhante ao tecido endometrial para se adaptar ao estímulo hormonal;
1921: Menstruação retrógrada (Teoria mais aceita de endometriose): Refluxo menstrual; É um evento fisiológico que ocorre por conta da contração e relaxamento do miométrio no processo de expulsão dos fragmentos teciduais, onde parte do tecido volta pras tubas uterinas e cai no peritônio. 
O que deveria ocorrer quando esse fragmento cai no peritônio? Deveria haver a migração de macrófagos para fazer a fagocitose dos fragmentos para a eliminação dos mesmos; Porém, em algumas mulheres, isso não acontece, ocasionando adesão do endométrio no peritônio. Este fragmento deverá se manter vivo para começar a invadir; Vasos sanguíneos locais nutrem estes fragmentos;
Estudar angiogênese: Mulher que possui maior vascularização, possui mais chances de lesões.
1924: Imunologia celular alterada: O endométrio fora do útero será um corpo estranho no organismo, ou seja, haverá a migração e ação de células de defesa neste fragmento ectópico; Estudo em relação aos macrófagos envolvidos nesse microambiente (M1 e M2);
1980: Predisposição genética;
1991: Questões ambientais: Dieta, uso de anticoncepcional, estilo de vida, fumo, entre outros;
Sintomas (prevalência de 10-20%): Infertilidade, dismenorreia (dor antes e durante a menstruação), disúria (dor ao urinar), dispareunia (dor durante e depois da relação sexual), dor pélvica, fluxo menstrual alterado.
Por que muita dor, constante? Pois é uma doença inflamatória; O microambiente peritoneal é bastante inervada;
O que causa a infertilidade? Primeiramente, ocorre a irregularidade nos níveis dos hormônios no organismo, afetando o ciclo menstrual, a ovulação; Inflamação que gera atrofia local;
A agressividade dos sintomas não se relaciona com a agressividade da doença;
Classificações da endometriose (de acordo com as aderências (consistência e localização)):
Mínima
Leve
Moderada
Severa
Diagnóstico: 
Ultrassonografia;
Ressonância magnética;
Laparoscopia (tanto diagnóstico como tratamento);
Amostra de tecido: Biópsia histológica e marcadores;
Amostra de sangue: 
CA 125: Marcador bioquímico – Marcador de agressividade (+/- tumoral); Não é específico para endometriose; É um marcador de qualquer alteração no local (ex: aumentado em casos de mioma, ovário policístico, carcinoma endometrial);
Extração de DNA e sequenciamento de alguns polimorfismos possíveis: 
Polimorfismos nos hormônios (Progesterona e estrogênio): Enzimas que trabalham no metabolismo desses hormônios; 10 a 15 CIPs, enzimas que aceleram o metabolismo destes;
Polimorfismo X mutação: Polimorfismo é uma característica individual, menos de 1%. Mutação é associado a uma condição patológica, acima de 1%. Ex: Uma mulher possui um polimorfismo na produção de progesterona, aumentando sua síntese, esta paciente não apresentará patologias endometriais, chances mínimas de câncer de mama, pois são patologias dependentes de estrogênio. É um polimorfismo benéfico, de proteção. 
Tratamento:
Tratamento medicamentoso: Hoje em dia, os medicamentos são utilizados para alívio dos sintomas, mas isso não elimina a lesão, não cura;
Possui tratamento invasivo: Laparoscopia; Única maneira de erradicar os focos de lesão; Benefício temporário (recorrência dos sintomas em 75% das mulheres após 2 anos - 50% é necessário repetir a cirurgia após 2 anos);
O que deve ser feito para evitar a recorrência? 2 anos de progestogênicos após a cirurgia, porém possui efeitos colaterais: Ganho de peso; Alteração de humor; Diminuir a libido; Uma solução para não tomar progestagênicos: Engravidar logo após a cirurgia; O pico de progesterona na gravidez é muito maior que o do estrogênio que alimenta a doença;

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