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Aula 07 – Filosofia Moderna – Parte III

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Aula 07 – Filosofia Moderna – Parte III
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar a tradição empirista;
analisar a teoria de Locke e sua crítica ao inatismo;
conhecer o conceito de empirismo;
identificar a influência de Bacon com seu método experimental;
conhecer o pensamento de Hume;
conhecer a importância da filosofia política do liberalismo e a tradição Iluminista, assim como a influência de Jean Jacques Rousseau.
Nessa aula, você conhecerá o que é o EMPIRISMO, a sua origem, e as suas linhas mestras e consequências para a educação.
Conhecerá também a importância da filosofia política do liberalismo, assim como a tradição iluminista e suas implicações na sociedade moderna.
Francis Bacon
John Locke
David Hume
Jean Jacques Rousseau
O empirismo e o racionalismo (pensamento cartesiano) constituíram conjuntamente algumas das principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial.
EMPIRISMO - A corrente empirista desenvolveu-se, sobretudo, na Inglaterra e entre os filósofos de língua inglesa, estando diretamente ligada à criação da Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento Natural. Essa sociedade foi fundada em 1660 e patrocinada pelos ricos comerciantes de Londres, que tinham interesse nas possíveis aplicações técnicas desses conhecimentos, desde as questões de navegação até os estudos sobre linguagem que permitiam a comunicação com os povos das novas terras com que negociavam. Contudo, o empirismo não se restringiu ao contexto de língua inglesa, encontrando repercussão também na França e em outros países. 
A palavra empirismo, deriva da palavra grega “empeiria”, que significa basicamente uma forma de saber derivado da experiência sensível, e de informações acumuladas com base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos. 
Podemos dizer que o empirismo é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria do conhecimento e da filosofia da ciência. 
O grito de guerra do empirismo é a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”.  Ou seja, todo conhecimento resulta de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial. Os empiristas, portanto, rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta. 
A seguir, você conhecerá os três principais pensadores do empirismo clássico: 
Francis Bacon (1561-1626), 
John Locke (1632-1704), e
David Hume (1711-1776).
BACON E O MÉTODO EXPERIMENTAL
Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuição de filosófica de Bacon:
1) a concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos;
A filosofia de Bacon, assim como a de Descartes, caracteriza-se por uma ruptura bastante explícita em relação à tradição anterior, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica. 
A preocupação fundamental de Bacon é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que encontramos a sua teoria dos ídolos.
MÉTODO QUE EVITE O ERRO E COLOQUE O HOMEM NO CAMINHO DO CONHECIMENTO CORRETO.
Este é um dos sentidos principais do pensamento crítico, que marcará fortemente a filosofia moderna, vendo a tarefa da filosofia como a libertação do homem de preconceitos, ilusões e supertições.
OS ÍDOLOS são ilusões ou distorções que, segundo Bacon, “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento. Os ídolos podem ser de quatro tipos: 
- Ídolos da tribo, 
- ídolos da caverna, 
- ídolos do foro, e 
- ídolos do teatro. 
2) a defesa do método indutivo no conhecimento científico e de um modelo de ciência antiespeculativo e integrado com a técnica.
Bacon propõe um modelo para a nova ciência. Segundo ele, o homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”, somente assim alcançará o verdadeiro saber.  
O novo método científico é o da indução que, a partir da observação atenta da natureza, permite formular leis científicas que são generalizações indutivas, a partir das quais se pode controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem. 
Bacon é um pensador que acredita no progresso. Para ele, o conhecimento se desenvolve na medida em que adotamos o método correto e a experiência como guia. Ele teve uma importância fundamental no sentido da ruptura com a tradição.  
A TEORIA DAS IDEIAS DE LOCKE E A CRÍTICA AO INATISMO
Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um MODELO EMPIRISTA, ANTIESPECULATIVO E ANTIMETAFÍSICO de conhecimento.
Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento. Portanto, não existem ideias inatas. Isto é, o conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência. 
Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a “tábula rasa”, na qual a experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias. 
Locke é considerado como um dos primeiros filósofos do período moderno a desenvolver uma filosofia da linguagem, mais especificamente uma teoria do significado. Ou seja, para esse filósofo, o significado das palavras é a ideia correspondente a elas em nossa mente, e é por meio das ideias que as palavras se referem às coisas. Esta é para Locke a semântica ideacional. A Linguagem é, assim, a expressão de um pensamento, criado anteriormente à linguagem e independente dela. 
O CETICISMO DE DAVID HUME
O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a CAUSALIDADE e a IDENTIDADE PESSOAL. 
HUME - David Hume foi, sob muitos aspectos, o mais radical dos empiristas, levando essas teses às suas últimas consequências e assumindo uma posição filosófica cética. 
CASUALIDADE - Segundo Hume, a causalidade é uma forma nossa (humana) de perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobe as operações de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do mundo natural.
IDENTIDADE PESSOAL - Para Hume, jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum tipo de percepção. O “eu” (sef) é um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. Estamos, assim, em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem.
 
A única coisa que assegura o nosso “eu” , o que somos e temos, é a força do hábito, do costume e da memória que conseguimos. Portanto, para esse filósofo, jamais temos um conhecimento certo e definitivo; toda a ciência é apenas resultado da indução, e o único critério de certeza que podemos ter é a probabilidade. É neste sentido e por esses motivos que ele é considerado um cético. 
Por outro lado, Hume também afirma que a maneira pela qual conhecemos e pela qual agimos no real depende apenas de nossa natureza, de nossos costumes e de nossos hábitos. Por esta razão ainda não se chegou a definir se ele é mais cético ou mais naturalista. 
A CONTRIBUIÇÃO VALIOSA DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Rousseau (1712-78) nasceu em Genebra e foi um dos mais importantes pensadores franceses do século XVIII no campo da política, da moral e da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa (1789). 
1 - O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de natureza humana representada pela famosa ideia: “Ohomem nasce bom, a sociedade o corrompe” (Contrato Social, livro I, cap.1) à qual se acrescenta a ideia de que “o homem nasce livre e por toda parte se encontra acorrentado”. 
A sociedade o corrompe - Porém, Rousseau não condena toda e qualquer sociedade, mas sim aquela que acorrenta e aprisiona o homem. Ele chegou a adotar como modelo de sociedade justa e virtuosa a Roma republicana do período anterior aos césares. 
2 - Para Rousseau, é possível, portanto, formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa. 
3 - A grande questão para Rousseau consiste em saber como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar que a vida em sociedade pode lhe oferecer. Sua resposta se encontra fundamentalmente no Contrato Social, mas também é possível observá-la em outros textos.
4 - Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade. O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não resulta apenas na soma da vontade de cada um. 
A vontade particular e individual de cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza pela defesa do interesse coletivo, do bem comum. 
Segundo a teoria do contrato social, é papel da educação a formação da vontade geral dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade.
1 - O processo educativo pressupõe o conhecimento profundo e deve dar a devida importância às leis psicológicas do desenvolvimento do educando. Essas leis devem orientar todo o processo educativo, deixando de lado todas as especulações teóricas a esse respeito. 
Leis psicológicas do desenvolvimento do educando
Essas leis podem ser resumidas da seguinte forma:
- deve-se observar a natureza e seguir o caminho que ela traçar;
- as funções, que se exercem numa etapa de vida, afirmam e preparam o surgimento e o desenvolvimento das funções posteriores;
- mesmo quando uma ação parece ser desinteressada, parece não satisfazer alguma necessidade ou interesse funcional, na realidade se trata sempre de uma adaptação funcional;
- deve-se respeitar a individualidade de cada educando, pois cada um tem sua forma própria. É em função dessa individualidade que ele deve ser orientado.
2- Na proposta de Rousseau, para que o processo educativo não degenere num exercício estéril e até nocivo, é indispensável partir da estrutura específica do educando. Não se deve ver na criança um adulto em miniatura, como era costume na época, uma etapa passageira, provisória, da existência humana, pois a criança tem uma existência própria e acarreta direitos específicos.
Síntese da Aula 07 - Filosofia Moderna - Parte III
Nessa aula, você refletiu sobre a contribuição da tradição empirista e seus reflexos para a educação. 
Conheceu o método experimental de Bacon, assim como a teoria das ideias e a crítica ao inatismo.
Conheceu também a contribuição da filosofia política do liberalismo e seus principais filósofos.
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