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Aula 3 A Formação do Mundo Políade e Sua Desestruturação – Atenas Um Estudo de Caso

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Aula 3: A Formação do Mundo Políade e Sua Desestruturação – Atenas: Um Estudo de Caso
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Determinar como teve início a ocupação do território grego; 
2. analisar as primeiras formas políticas adotadas no território grego; 
3. identificar as principais estruturas políticas existentes em Atenas durante o governo aristocrático; 
4. relacionar as novas leis e instituições introduzidas pelos líderes atenienses e o início da democracia; 
5. identificar as prerrogativas necessárias aos habitantes de Atenas para se tornarem cidadãos; 
6. destacar os fatores que contribuíram para a desagregação do mundo políade.
 Grécia 
A Arqueologia nos permite saber muito sobre os períodos mais remotos da história grega. As escavações de Sir Arthur Evans em Cnossos, na ilha de Creta, e outras explorações mais recentes revelam uma sociedade de palácios suntuosos que floresceu entre 2000 e 1450 a.C. (Essa sociedade era conhecida como Minoica por causa do lendário rei Minos). 
Na mitologia grega, o rei Minos seria filho de Zeus e da mortal Europa. Ele foi criado com seus irmãos Sarpedon e Radamanto pelo rei de Creta. Quando o rei morreu, teria deixado seu trono a Minos, que baniu os irmãos. Sua esposa, além dos filhos que lhe dera, seria mãe do mitológico Minotauro).
A origem da Grecia – Idade do Bronze - 2000 a. c. – 1200 a. c.
Os habitantes desses lugares não eram gregos, mas sua cultura teve uma influência significativa sobre eles. Por volta de 2000 a.C, novos povos se estabeleceram em muitas áreas da Grécia e mesclaram as influências minoicas com seus elementos, originando uma nova realidade.
Nessas áreas, acabaram desenvolvendo sua própria cultura palaciana que durou de 1600 a 1200 em lugares como Micenas, Tirinto e Pilos (Período Micênico). Sabemos agora que pelo menos alguns desses povos falavam  grego, pois centenas de tábuas de argila com inscrições feitas em uma escrita conhecida como Linear B foram encontradas em Pilos (Muitos estudos indicam que essas inscrições eram uma forma de grego.)
Esses palácios teriam sido destruídos por volta de 1200 a. C e ainda não descobrimos exatamente a razão para tal devastação. Segue-se, a partir daí, um período de instabilidade: a “Idade das Trevas”(1200-800 a.C), de que os gregos se lembravam  como uma época de nomadismo e migrações.
Costumamos dividir o território grego em três partes:
Grécia Continental
Grécia Peninsular
3) Grécia Insular
Idade das Trevas (XII a. C –VIII a.C)
A Idade das Trevas refere-se a um período de escassez de documentação, seja material ou arqueológica. O que sabemos é que houve um grande retrocesso cultural e organizacional. Os gregos, nessa fase, viviam em habitações menores e mais distantes, o que indica uma significativa redução populacional. 
Acredita-se que os poemas de Homero – a Ilíada e a Odisseia – sejam os maiores indicativos de como vivia a população desse período, mais especificamente a aristocracia.
Aristoi significa - em grego – belo e bem-nascido, ou seja, a elite econômica e de nascimento.
Período Arcaico (VIII a.C –VI a.C)
A unidade política básica da Grécia era a pólis, traduzida como Cidade-Estado. As comunidades gregas eram independentes umas das outras, rivalizando-se, inclusive. Assim, devemos lembrar que ao falarmos de Grécia Antiga, não estamos nos referindo a um território possuidor de unidade geográfica e sim de comunidades “aparentadas” por elementos culturais.
As comunidades gregas tinham nesse período apenas formas simples de organização política. Aos poucos e com muita resistência, os aristocratas passaram a reconhecer a autoridade central de uma só família que detinha a realeza. Os reis eram conhecidos pelo nome de basileus.
Para justificar seu poder perante o restante da população, era comum os aristocratas criarem uma genealogia divina ou heroica. Em Atenas, por exemplo, foi o herói Teseu (responsável pela morte do Minotauro, entre outros feitos) quem, segundo a tradição, unificou a Ática e deu à cidade um Conselho Central, o Areópago, no qual os aristocratas podiam reunir-se.
Por tradição, os sucessores de Teseu governavam em Atenas como basileus. No entanto, por volta do século VII a.C, o rei (basileu) já não exercia grande poder. Era apenas um dentre um corpo de funcionários nomeados anualmente, os nove arkhontes (arcontes).
Esses arkhontes tornavam-se membros vitalícios do Conselho que se reunia de vez em quando no Areópago e decidia os destinos da comunidade. Os postos de basileu e arcontes não eram destinados a todos os habitantes da pólis. A aristocracia mantinha o seu direito exclusivo aos cargos. Além de aristoi, eles também eram conhecidos pelo nome de eupátridas (filhos de bons pais).
Ao longo dos séculos seguintes, muitos homens iriam se ressentir de serem excluídos do poder e alguns passaram a explorar os descontentamentos e o poderio militar dos cidadãos para conquistar poder pessoal.
Uma primeira alternativa para tentar atenuar as insatisfações internas foi a fundação de colônias, as apoikias (colônias). A partir do século VIII a.C várias pólis gregas, entre elas Atenas, estabeleceram “colônias” na Jônia, costa da Ásia Menor. Posteriormente, a partir de 750 a.C, comerciantes e agricultores descontentes, que desejavam uma vida melhor, fundaram na Sicília, no sul da Itália, no sul da França, na Espanha, no norte da África e junto ao Mar Negro outras apoikias.
Internamente, aproveitando do clima de perturbação, alguns homens deram golpes e tomaram o poder. Esses usurpadores eram conhecidos como tiranos – palavra de origem não grega que não tinha necessariamente conotação de crueldade e opressão. (Muitos foram bons administradores, com aprovação popular). Os tiranos eram indivíduos que centralizavam o poder em suas mãos.
Segundo a tradição, em 621-620 a.C. o legislador ateniense Drácon publicou um código de leis que se tornou proverbial por sua severidade. Esse código pode representar uma tentativa de resposta dos eupátridas ao descontentamento geral.
O Código Draconiano regularizou os procedimentos que tratam do assassinato e, em certa medida, limitou os poderes da família de um morto, no que dizia respeito ao seu direito de vingança. O significado desse código é mais simbólico, pois, a partir dele, percebemos os primeiros indícios da afirmação do controle central sobre os laços de lealdade locais.
Além de todos os problemas que atingiam os atenienses no final do século VII a.C, a questão da propriedade agrícola era cada vez mais significativo. Os camponeses eram muito prejudicados pelas dívidas. Para manter sua propriedade, muitos contraíam débitos que não conseguiam pagar. Como solução, eram convertidos ao status de escravos (Essa instituição era conhecida como escravidão por dívidas).
A crescente insatisfação e instabilidade criava as condições para a tirania. Como alguns tiranos tinham o discurso da redistribuição das terras e o cancelamento das dívidas, recorrer a eles podia parecer solução atraente.
Nesse momento, em 594-93 a.C, Sólon foi nomeado arconte em Atenas e tentou oferecer soluções para os problemas da época. Aliviou a pressão das dívidas que levavam à escravidão. Sua solução foi chamada de seisákhteia. Definiu quatro classes com base na riqueza agrícola (pentacossiomedinos, zeugitas, tetes e hippeis).  
A partir desse momento, os mais ricos na sociedade, fossem ou não eupátridas, passaram a poder ocupar os principais cargos da cidade. Isso significava que, não apenas os nascidos nas famílias tradicionais teriam acesso à política. Sólon foi responsável também pela instituição de um Conselho popular (Boulé), com quatrocentos membros. Esse Conselho convivia paralelamente com o Areópago.
A despeito das reformas de Sólon, os aristocratas de Atenas continuaram a lutar por seu direito à liderança na comunidade ateniense. Em 561-560 a.C, um desses homens, Pisístrato, heróimilitar, ganhou o apoio popular e tomou o poder em Atenas como tirano. 
Seu controle esteve longe de ser inquestionável. Foi derrubado do poder duas vezes por seus inimigos políticos. Consolidou a tirania em Atenas anos mais tarde e, a partir de então, conseguiu permanecer no poder até sua morte, em 528-27.
Seu governo não pode ser reconhecido como realizador de mudanças radicais no âmbito da política. Garantiu apenas que seus amigos estivessem entre os arcontes. Em outras áreas, no entanto, obteve grandes êxitos: grandiosos projetos de edificações, a bela cerâmica de figuras negras das oficinas atenienses e a remodelação do festival das Grandes Panateneias.
A despeito das reformas de Sólon, os aristocratas de Atenas continuaram a lutar por seu direito à liderança na comunidade ateniense. Em 561-560 a.C, um desses homens, Pisístrato, herói militar, ganhou o apoio popular e tomou o poder em Atenas como tirano. 
Seu controle esteve longe de ser inquestionável. Foi derrubado do poder duas vezes por seus inimigos políticos. Consolidou a tirania em Atenas anos mais tarde e, a partir de então, conseguiu permanecer no poder até sua morte, em 528-27.
Seu governo não pode ser reconhecido como realizador de mudanças radicais no âmbito da política. Garantiu apenas que seus amigos estivessem entre os arcontes. Em outras áreas, no entanto, obteve grandes êxitos: grandiosos projetos de edificações, a bela cerâmica de figuras negras das oficinas atenienses e a remodelação do festival das Grandes Panateneias.
Pisístrato conseguiu deixar um sucessor, seu filho, Hípias. O jovem enfrentou uma crescente oposição aristocrática, mesmo por parte de homens que haviam colaborado com  seu pai.
Em 514 a.C, dois amantes aristocratas, Harmódio e Aristogíton, tramaram o assassinato de Hiparco (irmão de Hípias). Na procissão das Panateneias, os conspiradores entraram em pânico. Hiparco foi assassinado, mas Harmódio foi morto no atentado e depois Aristogiton morreu sob tortura. Hípias sobreviveu e sua tirania tornou-se ainda mais severa. Isso fez com que a oposição a seu governo crescesse e ele acabasse deposto. 
Os aristocratas atenienses solicitam ajuda de Esparta para derrubar o tirano e as rivalidades entre facções aristocratas aumentaram.  O vitorioso dessa contenda foi Clístenes, que empreendeu uma série de reformas que permitiram o nascimento da democracia. No entanto, não podemos considerá-lo o criador da democracia, pois não foi um processo deliberado.
Ele criou o conceito de isonomia. Todos os cidadãos passaram a ser considerados iguais perante a lei. Implantou ainda a participação direta do povo, a partir do comparecimento na Assembleia - Eclésia, que votava nas leis preparadas pela Bulé ou Conselho dos 500. A justiça era distribuída pela Heliae, formada por 12 tribunais e o comando do exército cabia ao estrategos, em número de dez, escolhidos pela Eclésia para um mandato anual. 
Com a finalidade de preservar a cidade de Atenas, Clístenes instituiu o ostracismo, que consistia em um exílio forçado dos maus cidadãos. Para isso, o nome do indivíduo era escrito em um pedaço de argila chamado ostrakon, Quando a maioria votava pela expulsão, o cidadão perdia seus direitos políticos, sem perda dos bens. Depois de dez anos, a pessoa banida podia voltar à cidade e recuperar todos os seus direitos de cidadão. Esse costume  prevaleceu até o final do século V a.C.
“Entenda que, para os atenienses, ser cidadão significava ser homem, maior de 25 anos, filho de pai e mãe atenienses e livre. Dessa forma estavam excluídas mulheres, estrangeiros (METECOS) e escravos, além dos menores de 25 anos.
Isso não quer dizer que Atenas fosse uma democracia deformada. Não podemos esquecer que é equivocado comparar sociedades antigas com valores atuais. Logo, dentro da lógica estabelecida, os cidadãos eram iguais perante as leis sim. 
Outro elemento importante da democracia ateniense é o modo de escolha de seus magistrados. Na maioria das funções, a maneira de acesso é o sorteio do qual qualquer cidadão poderia participar.”
GUERRAS MÉDICAS
No decorrer da formação de seu amplo império, os persas tiveram o domínio sobre várias regiões. Em seu processo de expansionismo, a partir do século V a.C, começaram a esbarrar nos interesses gregos, na Àsia Menor.  Os jônios, colonos gregos dessa região, solicitaram apoio militar das polieis de Erétria e Atenas contra seus inimigos e o resultado foi o início dos conflitos genericamente conhecidos como Guerras Médicas. O que estava em jogo era o controle marítimo-comercial na região.
No primeiro confronto, surpreendentemente, 10 mil gregos, liderados pelo ateniense Milcíades, conseguiram impedir o desembarque de 50 mil persas, vencendo-os na Batalha de Maratona, no ano de 490 a.C. Os persas, entretanto, não desistiram. Dez anos depois voltaram. As poleis gregas esqueceram suas divergências internas e se uniram contra o inimigo comum. Os persas foram vencidos em Salamina (480 a.C) e Plateia (479 a.C).
Apesar do êxito, o temor de que houvesse um novo ataque persa persistiu, o que levou as poleis a se unirem em uma confederação, a Liga de Delos. Cada pólis deveria contribuir com navios, soldados e dinheiro. Atenas aproveitou sua liderança sobre a liga e passou a utilizar o dinheiro em benefício da comunidade. Várias construções foram realizadas. Atenas entrou em uma fase de grande prosperidade.
Nessa época, se destaca o governo de Péricles, responsável pelo aprimoramento da democracia ateniense. A ação dos atenienses de utilizar os recursos da Liga de Delos e punir aquelas poleis que se rebelaram, logo motiva uma articulação.
Lideradas por Esparta, várias cidades da Grécia Antiga fundaram a Liga do Peloponeso. Tal associação visava combater a hegemonia de Atenas e da Liga de Delos. Entre 431 e 417 a.C., as várias cidades-Estado gregas se envolveram em um penoso conflito que ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso. 
Após a vitória na Batalha de Egos Pótamos, os espartanos exerceram uma política semelhante a de Atenas causando novos conflitos. Essa constante hostilidade no mundo grego esgotou seu poderio militar e os tornou vulneráveis a ataques externos e, nesse momento, do rei Felipe II da Macedônia. Teve fim a autonomia das poleis gregas que passaram a integrar o Império Macedônio.
Nessa aula você:
Compreendeu a importância da Arqueologia para a reconstrução da história;
identificou os principais elementos da política grega ao longo da estruturação políade;
analisou os principais fatores que contribuíram para a desagregação do mundo políade.
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