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© Aldário Bordonalli 1 EE 521EE 521 Introdução à Teoria EletromagnéticaIntrodução à Teoria Eletromagnética Equações de Poisson e Laplace Quadro 2 Equações de Poisson e Equações de Poisson e LaplaceLaplace � Apresentação das equações de Poisson e de Laplace. � Unicidade de solução da equação de Laplace. � Métodos de solução da equação de Laplace: – problemas simples; – método das imagens; – separação de variáveis; – métodos numéricos. Quadro 3 Introdução � Em problemas de eletrostática, procuram-se observar os efeitos ocasionados por cargas em repouso ou correntes estacionárias. � Estes problemas podem se apresentar de diversas maneiras, de acordo com as condições iniciais impostas. � As soluções geralmente são a determinação de um potencial, uma intensidade de campo elétrico e/ou uma distribuição de cargas. � Se a distribuição de cargas é conhecida, podem-se obter campo elétrico e potencial por meio de expressões já estudadas. � No entanto, em muitos problemas práticos, a distribuição exata de cargas não é conhecida em todo o espaço ou meio estudado, e a formulação apresentada não pode ser aplicada diretamente para encontrar estas grandezas. Quadro 4 Introdução II � Por exemplo, se um problema apresenta uma região do espaço ocupada por cargas discretas conhecidas e outra por condutores de potencial conhecido, fica muito difícil encontrar qual a distribuição superficial de carga nos condutores e/ou o próprio campo no espaço. � Em outros tipo de problemas, os potenciaias de condutores diversos podem ser conhecidos e se deseja conhecer o potencial e/ou o campo elétrico no espaço vizinho, bem como a distribuição de cargas na superfície destes condutores. � A manipulação de algumas das equações já estudadas e a adição de condições de contorno adequadas podem auxiliar na obtenção de soluções para estes problemas mais complexos, sejam elas analíticas ou aproximadas por métodos numéricos. Quadro 5 Equação de Poisson � Uma importante equação gerada pela manipulação de resultados conhecidos é a chamada equação de Poisson. � Relembrando, a forma pontual da lei de Gauss é dada por: � Além disto, a relação entre a densidade de fluxo elétrico e a intensidade de campo elétrico é, considerando-se qualquer meio: � Por fim, a relação entre a intensidade do campo elétrico e o potencial é dada por: vD ρ=⋅∇ rr ED rr ε= VE ∇−= rr Quadro 6 Equação de Poisson II � Assim, combinando estes resultados e assumindo um meio homogêneo (ε constante): ( ) ( ) v v VED VEEDD ρεε ερ =∇⋅∇−=⋅∇=⋅∇ ∇−===⋅∇ rrrrrr rrrrrr ε ρ ε ρ vv VV −=∇−=∇⋅∇ 2ou rr © Aldário Bordonalli 2 Quadro 7 Relembrando o operador nabla ... � Anteriormente, o operador nabla foi definido em coordenadas cartesianas: � As operações de divergente de um vetor (por exemplo, A) e gradiente de um escalar (por exemplo, R) foram escritas em função deste operador: zyx a z a y a x ˆˆˆ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ r zyx zyx a z R a y R a x RR z A y A x AA ˆˆˆ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =⋅∇ r rr Quadro 8 Em coordenadas cartesianas � Assim, considerando o resultado do primeiro membro da equação de Poisson, pode-se escrever que: � Portanto: 2 2 2 2 2 2 2 z V y V x VVV z V zy V yx V x V ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇⋅∇=∇ ∴ ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇⋅∇ rr rr ε ρv z V y V x VV −= ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ 2 2 2 2 2 2 2 Quadro 9 Equação de Laplace � Se ρv = 0, indicando densidade volumétrica de carga zero, mas permitindo que cargas pontuais, distribuição linear de cargas ou densidade superficial de cargas existam nas fronteiras como fontes do campo, a equação de Poisson se torna a equação de Laplace (em coordenadas cartesianas, cilíndricas e esféricas, respectivamente): ( ) ( ) ( ) 0sin 1 sin sin 11 011 0 2 2 222 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ φθθθθθ φρρρρρ V r V rr V r rr V z VVVV z V y V x VV Quadro 10 ComentáriosComentários � A equação de Laplace é geral pois, aplicando-a à qualquer região onde a densidade de carga é zero, ela estabelece que qualquer configuração concebível de eletrodos ou de condutores produz um campo para o qual a relação do potencial dada pela expressão anterior é válida. � Todos esses campos são diferentes com diferentes valores de potencial e com diferentes razões de variação espacial, embora, para cada um, a relação anterior é satisfeita. � Se qualquer campo (desde que ρv = 0) satisfaz a equação de Laplace, como se pode esperar que o procedimento inverso no uso da equação de Laplace leve a um campo específico para o qual possa haver algum interesse? � Evidentemente, requer-se mais informação, e a resposta é de que se necessita resolver a equação de Laplace sujeita a certas condições de contorno. Quadro 11 Condições de contornoCondições de contorno � Cada problema físico deve conter pelo menos uma fronteira condutora e, normalmente, contém duas ou mais. � Os potenciais nessas fronteiras são valores determinados, ou talvez até valores numéricos, e estas superfícies eqüipotenciais darão as condições de contorno para o tipo de problema a ser resolvido. � Em outros tipos de problemas, condições de contorno tomam a forma de valores específicos de E em uma superfície fechada, ou uma mistura de valores conhecidos de E e V. � Antes de se usar a equação de Laplace ou equação de Poisson, precisa-se mostrar que, se uma resposta satisfaz à equação de Laplace e também às condições de contorno, então esta é a única solução possível para um dado problema → independentemente do método de solução utilizado, a resposta obtida em cada método deve ser igual à produzida pelo outro!!!! Quadro 12 Exemplo 1 Determine se os seguintes campos potenciais satisfazem à equação de Laplace: (a) V = x2 – y2 + z2; (b) V = ρ cos(φ) + z. 22 2 2 2 2 2 2 2 222 =∇ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ +−= V z V y V x VV zyxV (a) Deve-se aplicar a expressão de V diretamente ao primeiro membro da equação de Laplace: Como a expressão nunca é 0, a equação de Laplace não é satisfeita para o campo em questão. © Aldário Bordonalli 3 Quadro 13 Exemplo 1 (cont.) ( ) ( )[ ] ( )[ ] 0 0cos1cos1 11 cos 2 2 2 2 2 2 2 2 2 =∇ +−+=∇ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ += V V z VVVV zV φρ ρ φ ρ φρρρρρ φρ (b) Novamente, deve-se aplicar a expressão de V diretamente ao primeiro membro da equação de Laplace: Portanto, a equação de Laplace é satisfeita para o campo em questão. Quadro 14 Solução única � Como mencionado anteriormente, independentemente do método utilizado para a solução da equação de Laplace, o resultado, se ele existir fisicamente, deve ser sempre único para um dado conjunto de condições de contorno. � Considere que, contrariando o que foi mencionado acima, tenha-se encontrado duas soluções para a equação de Laplace, ditas V1 e V2, e ambas funções gerais das coordenadas adotadas. � Desta forma, vale escrever que: ( ) 00 0e0 21 2 2 2 1 2 2 2 1 2 =−∇→=∇−∇ =∇=∇ VVVV VV Quadro15 Teorema da unicidade � Cada solução deve também satisfazer às condições de contorno e, se os valores de potencial dados nas fronteiras são representados por Vb, então o valor de V1 na fronteira, V1b, e o valor de V2 na fronteira, V2b, devem ser ambos idênticos a Vb: � Seja, agora, a identidade vetorial introduzida na ocasião do estudo da energia potencial armazenada por um sistemas de cargas: 02121 =−→== bbbbb VVVVV ( ) ( ) ( )VDDVDV ∇⋅+⋅∇=⋅∇ rrrrrr Quadro 16 Teorema da unicidade II � Na equação anterior, substitui-se o escalar V por V1 – V2 e o vetor D por ∇∇∇∇(V1 – V2), de maneira que: � Integrando-se através do volume limitado pelas superfícies de contorno especificadas: ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )212121212121 VVVVVVVVVVVV −∇⋅−∇+−∇⋅∇−=−∇−⋅∇ rrrrrr ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( )[ ]∫∫ ∫ −∇+−∇⋅∇− =−∇−⋅∇ volumevolume volume dvVVdvVVVV dvVVVV 2 212121 2121 rrr rr Quadro 17 Teorema da unicidade III � O teorema da divergência permite substituir a integral de volume do lado esquerdo da equação anterior por uma integral de superfície fechada sobre a superfície que limita o volume. � Esta superfície é constituída, exatamente, pelas de fronteiras já especificadas nas quais V1b = V2b = Vb e, portanto: � Tratando da primeira equação do segundo membro, tem-se, pela hipótese inicial que: ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] 0212212121 =−∇−=−∇⋅∇− ∫∫ volumevolume dvVVVVdvVVVV rr ( ) ( )[ ] ( ) ( ) 021212121 =⋅−∇−=−∇−⋅∇ ∫∫ S bbbb volume SdVVVVdvVVVV rrrr 0 Quadro 18 Teorema da unicidade IV � Desta forma, o termo restante é, forçosamente, também nulo, tal que: � Há, em geral, duas razões para as quais uma integral possa ser zero: ou o integrando é zero a cada ponto, ou integrando é positivo em algumas regiões e negativo em outras, cancelando-se as contribuições algebricamente. � Neste caso, adota-se a primeira razão porque a expressão ao quadrado não pode produzir resultado negativo e, portanto: ( )[ ] 0221 =−∇∫ volume dvVV r ( )[ ] ( ) 00 21221 =−∇→=−∇ VVVV rr © Aldário Bordonalli 4 Quadro 19 Teorema da unicidade V � Por fim, se o gradiente de uma grandeza escalar é zero em qualquer ponto, então esta grandeza não pode variar com nenhuma coordenada, ou seja, ela é constante (C): � Deve-se provar, agora, que esta constante é zero. � Esta constante é facilmente calculada, considerando-se um ponto na fronteira, onde a solução também deve ser válida. � Na fronteira, V1 – V2 = V1b – V2b = 0, e chega-se ao fato de que a constante é realmente nula e, portanto: � Com isto, prova-se a unicidade da solução da equação de Laplace. ( ) CVVVV =−→=−∇ 2121 0r 21 VV = Quadro 20 ComentáriosComentários � O teorema de unicidade também se aplica à equação de Poisson. � Visto como resposta à pergunta “como verificar se duas soluções das equações de Laplace ou de Poisson satisfazem ambas às mesmas condições de contorno?", o teorema da unicidade passa a certeza de que as duas respostas são idênticas. � Quando se encontra algum método de resolução da equação de Laplace ou de Poisson sujeito a condições de contorno dadas, o problema estará resolvido de uma vez por todas. � Nenhum outro método pode dar resposta diferente. Quadro 21 Exemplo 2 Os cones θ = pi/6 e θ = pi/3 estão com potenciais de -1,317 e -0,549 V, respectivamente. (a) As funções potenciais V1 = ln[tan (θ /2)] e V2 = -0,5 ln[(1 + cos θ)/(1 - cos θ)] satisfazem as condições de contorno supracitadas? (b) V1 e V2 satisfazem à Equação de Laplace? (c) V1 e V2 são idênticas? (a) Primeiro, devem-se testar as duas funções nos valores de θ e verificar se os potenciais concordam com o valores dados: ( ) OKV549,0 3 OKV317,1 6 2 tanln 1 1 1 −= −= = pi pi θθ V V V ( ) ( )( ) OKV549,0 3 OKV317,1 6 cos1 cos1ln 2 1 2 2 2 −= −= − + −= pi pi θ θθ V V V Quadro 22 Exemplo 2 (cont.) (b) Devem-se substituir ambas as expressões de potencial na equação de Laplace e verificar o resultado: ( ) ( ) 0 1sin 2tan 2tan1 2 1 2 tanln sin sin 1 1 2 1 2 1 1 21 2 =∇∴ = ∂ ∂ + = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ V V V V r V θ θ θ θθ θθ θ θ θθ Quadro 23 Exemplo 2 (cont.) (b) Continuando: ( ) ( ) ( ) 01sin sin 1 cos1 cos1ln 2 1 sin sin 1 2 22 2 2 22 2 =∇∴= ∂ ∂ = − + − ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ VV V V r V θ θ θθ θ θθ θ θ θθ Portanto, ambas expressões de potencial satisfazem a equação de Laplace. (c) Sim, V1 e V2 são idênticas. O teorema da unicidade permite esta conclusão!! Quadro 24 Solução da equação de Laplace � Vários métodos têm sido desenvolvidos para resolver equações diferenciais parciais de segunda ordem, da qual faz parte a equação de Laplace. � O primeiro método, e o mais simples, é o da integração direta e alguns exemplos serão apresentados para os vários sistemas de coordenadas. � Na seqüência, o método das imagens será explorado. � Além destes, o método de separação de variáveis será introduzido, com extensão a problemas que envolvam condições de contorno com valores nos limites. � Finalmente, serão discutidos e referenciados outros métodos que requerem conhecimento matemático mais avançado e podem envolver, inclusive, métodos numéricos aplicados a eletromagnetismo computacional. © Aldário Bordonalli 5 Quadro 25 Integração diretaIntegração direta � O método de integração direta é aplicável somente a problemas unidimensionais, ou seja, àqueles em que o potencial é função de somente uma das três coordenadas. � Como são três os sistemas de coordenadas, pode-se concluir que há nove problemas para se resolver, mas um pouco de reflexão mostrará que, por exemplo, o campo que varia apenas com x é fundamentalmente o mesmo quando o campo varia somente com y. � A rotação de eixos não modifica o problema físico. � Na realidade, há cinco exemplos básicos a se resolver, um em coordenadas cartesianas, dois em coordenadas cilíndricas e dois em coordenadas esféricas. Quadro 26 Problema 1Problema 1 � Considere um problema onde V seja função apenas de x; as condições de contorno definirão a que situação física o problema se refere. � Assim: ( ) BAxxV A x V x V x x VV += = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ =∇ 0 02 2 2 Quadro 27 Problema 1 (cont.)Problema 1 (cont.) � Na última equação, A e B são duas constantes de integração resultantes de uma equação diferencial de segunda ordem. � Estas duas constantes podem ser determinadas somente a partir das condições de contorno. � Que condições de contorno devem ser oferecidas? → elas vão depender do problema físico analisado, com exceção da hipótese inicial de que o campo varia somente com x. � No entanto, pode-se traçar algumas conclusões: como o campo varia somente com x, e ele não é uma função nem de y nem de z e, se x for uma constante, então V é uma constante e superfícies eqüipotenciais perpendiculares ao eixo x são descritas mantendo-se x constante. � Por exemplo, um campo potencial com estas características é o de um capacitor de placas paralelas → se o potencial em dois planos quaisquer são definidos, as constantes de integração A e B podem ser calculadas. Quadro 28Problema 1 (cont.)Problema 1 (cont.) � No geral, considere V = V1 para x = x1 e V = V2 para x = x2, que, substituídos na solução da equação diferencial, produzem: � Uma solução mais simples será obtida escolhendo-se condições de contorno mais simples. � Assumindo-se V1 = 0 V para x1 = 0 m e V = Vo para x2 = d m: ( ) ( ) ( ) 21 1221 21 2112 21 21 2211 xx xxVxxV xV xx xVxVB xx VVA BAxVBAxV − −−− =∴ − − = − − = +=+= ( ) d xV xV o= Quadro 29 Capacitor de placas paralelasCapacitor de placas paralelas � Suponha que o objetivo inicial fosse encontrar a capacitância de um capacitor de placas paralelas. � Resolve-se a equação de Laplace e obtêm-se o resultado com as duas constantes A e B. � Elas deveriam ser calculadas ou deixadas assim? � A pressuposição é de que se esteja interessado não no potencial em si mas na capacitância, podendo continuar com A e B ou, ainda, simplificar a álgebra com um pouco de esforço. � A capacitância é dada pela razão entre a carga e a diferença de potencial, de modo que pode-se agora escolher a diferença de potencial como Vo, o que é equivalente a uma condição de contorno, e então escolher a segunda condição de contorno como aquela que parece ajudar mais a forma da equação. � Esta é a essência da simplificação nas condições de contorno que produziu a última equação do quadro anterior. Quadro 30 Antes e depois ...Antes e depois ... � A diferença de potencial foi fixada como Vo, escolhendo-se o potencial de uma placa como zero e o da outra como Vo; a localização dessas placas foi feita a mais simples possível, colocando-se V = 0 em x = 0. � Para terminar de resolver o problema, precisa-se, ainda, da carga total de cada placa antes de poder encontrar a capacitância. � Deve-se lembrar que, quando este problema foi resolvido pela primeira vez, a camada de cargas era o ponto de partida. � Não havia a necessidade de se trabalhar para encontrar a carga, pois os campos estavam expressos em função dela. � O trabalho foi, então, despendido em encontrar a diferença de potencial. � O problema agora foi invertido (e simplificado). © Aldário Bordonalli 6 Quadro 31 Após usar a equação de Após usar a equação de LaplaceLaplace � Após a obtenção de V por meio da equação de Laplace e a adoção das condições de fronteiras adequadas para o problema, deve-se seguir os seguintes passos para finalizar o exemplo do capacitor de placas paralelas (e outros, também): – Dado V, use E = -∇∇∇∇V para encontrar E. – Use D = εE para encontrar D. – Calcule D em cada placa do capacitor, lembrando que D = Ds = Dnan. – Lembre-se que ρs = Dn. – Encontre Q por uma integração de superfície sobre a placa do capacitor. Quadro 32 Em outras palavras ...Em outras palavras ... � Voltando à equação de V(x) e seguindo o roteiro anterior: ( ) S d VQdS d VdSQ d VDa d VDD a d VED a d V a x VVE d xV xV o S o S s s o nx o x s x o x o x o εερ ρεε εε === ==−== −== −= ∂ ∂ −=∇−= = ∫∫ = ˆ ˆ ˆˆ 0 rr rr rr Quadro 33 Finalmente ...Finalmente ... � Utilizando-se a definição da capacitância, fica-se com: � Este procedimento será usado para resolver os próximos problemas, uma vez que se solicitará a obtenção da expressão da capacitância para cada um deles. d SC V QC S d VQ o o ε ε = = = Quadro 34 Problema 2Problema 2 � Considere um problema onde V seja função apenas de ρ (coordenadas cilíndricas), de maneira que: ( ) ( ) BAV AV V VV += = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ ρρ ρ ρ ρ ρ ρ ρ ρ ρρ ln 0 012 Quadro 35 Problema 2 (cont.)Problema 2 (cont.) � As superfícies eqüipotenciais são dadas por ρ = constante, e são cilindros; o problema é de um capacitor coaxial ou o de uma linha de transmissão coaxial. � Escolhendo uma diferença de potencial Vo, assumindo V = Vo para ρ = a e V = 0 para ρ = b, com a < b, então: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )ab bV ba bVV b ba VB ba VA BbAbVVBaAaV oo oo o ln ln ln ln ln lnlnlnln 0lnln ρρρ ==∴ − −= − = =+==+= Quadro 36 Problema 2 (cont.)Problema 2 (cont.) � Assim: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) aLaba VQdS aba VdSQ aba VDDa aba VDD a ab VED a ab V a VVE ab bVV o S o S s s o sn o a s o o o pi εερ ρεε ρ εε ρρ ρρ ρρ ρ ρρ 2 lnln ln ˆ ln ˆ ln ˆ ln ˆ ln ln === ===== == = ∂ ∂ −=∇−= = ∫∫ = rr rr rr © Aldário Bordonalli 7 Quadro 37 Problema 2 (cont.)Problema 2 (cont.) � Portanto: � Procurar comparar o resultado com aquele obtido anteriormente. ( ) ( )ab LC V QC ab LVQ o o ln 2 ln 2 piε piε = = = Quadro 38 Problema 3Problema 3 � Considere um problema onde V seja função apenas de φ (coordenadas cilíndricas). � A figura ao lado mostra uma situação que é compatível com a do problema proposto. � Escolhe-se uma diferença de potencial Vo tal que V = Vo para φ = α e V = 0 para φ = 0. Quadro 39 Problema 3 (cont.)Problema 3 (cont.) � Desta maneira: ( ) ( ) ( ) ( ) φ α φ αα φφ φ φφρ φρ o o VV VAVBV BAV AV V VV =∴ ==== += = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ =∇ 00 01 01 2 2 2 2 2 Quadro 40 Problema 3 (cont.)Problema 3 (cont.) � Assim: ( ) ( )12 1 2 0 ln ˆ ˆ ˆˆ 1 2 1 2 1 LLVQdzdVdSQ VDDaVDD a VED a V a VVE VV o L L o S s s o sn o s o o o − === ===−== −== −= ∂ ∂ −=∇−= = ∫ ∫∫ = ρ ρ α ερ αρ ερ ρ αρ ε αρ ε αρ ε ε αρφρ φ α φ ρ ρ φφ φ φφ rr rr rr Quadro 41 Problema 3 (cont.)Problema 3 (cont.) � Portanto: ( ) ( ) − = = − = 1 212 12 1 2 ln ln ρ ρ α ε ρ ρ α ε LLC V QC LLVQ o o Quadro 42 Problema 4Problema 4 � Considere um problema onde V seja função apenas de r (coordenadas esféricas), de maneira que: ( ) B r A rV A r V r r V r r r V r rr V +−= = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ 2 2 2 2 2 0 01 © Aldário Bordonalli 8 Quadro 43 Problema 4 (cont.)Problema 4 (cont.) � Escolhendo uma diferença de potencial Vo colocando V = Vo para r = a e V = 0 para r = b, com a < b (esferas concêntricas), então: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )ba brVrV bab VB ba VA B b AbVVB a A aV o oo o 11 11 11 1 11 0 − − =∴ − −= − = =+==+= Quadro 44 Problema 4 (cont.)Problema 4 (cont.) � Assim: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )ba VQdS ba aVdSQ ba aVDDa ba aVDD a ba rVED a ba rVa r VVE ba brVrV o S o S s s o snr o ar s ro ror o 11 4 11 1 11 1 ˆ 11 1 ˆ 11 1 ˆ 11 1 ˆ 11 11 2 22 2 2 − = − == = − == − == − == − = ∂ ∂ −=∇−= − − = ∫∫ = piεερ ρεε εε rr rr rr Quadro 45 Problema 4 (cont.)Problema 4 (cont.) � Portanto: ( ) ( )baCV QC ba VQ o o 11 4 11 4 − = = − = piε piε Quadro 46 Problema 5Problema 5 � Considere um problema onde V seja função apenas de θ (coordenadas cilíndricas). � A figura ao lado mostra uma situação que é compatível com a do problema proposto. � Escolhe-se uma diferença de potencial Vo tal que V = Vo para θ = α e V = 0 para θ = pi/2. Quadro 47 Problema 5 (cont.)Problema 5 (cont.) � Desta maneira: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]( )[ ]2tanln 2tanln 2tanln04tanln2 2tanln sin 0sin sin 1 0sin sin 1 2 2 2 α θθ ααpipi θθ θ θ θ θ θθ θ θ θθ o o VV VBAVBAV BAV AV V r V r V =∴ =+==+= += = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ Quadro 48 Problema 5 (cont.)Problema 5 (cont.) � Assim: ( ) ( )[ ]( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] s o sn o s o o o r VDD a r VDD a r VED a r V a V r VE VV ρ αα ε αα ε αθ ε ε αθθ α θθ θ αθ θ θθ === −== −== −= ∂ ∂ −=∇−= = = 2tanlnsin ˆ 2tanlnsin ˆ 2tanlnsin ˆ 2tanlnsin ˆ 1 2tanln 2tanln rr rr rr © Aldário Bordonalli 9 Quadro 49 Problema 5 (cont.)Problema 5 (cont.) � Portanto: ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( )[ ] ( )[ ]2tanln 2 2tanln 2 2tanlnsin sin sin 2tanlnsin 1 1 2 0 0 2 0 0 1 α piε α piεφ αα θε φθ αα ερ αθ pi pi rC V QC rVdrdVQ drdr r VdSQ o o r o o S s = = == == = ∞ ∫ ∫ ∫ ∫∫ Quadro 50 Novamente, o dipolo ...Novamente, o dipolo ... � Uma característica importante do campo do dipolo, estudado anteriormente, é o plano infinito para o qual V = 0 V, que existe à meia distância entre as cargas. � Tal plano pode ser representado por um plano condutor aterrado extremamente fino, porém infinito em extensão. � Assim, se o dipolo mostrado na figura é substituído por uma única carga mais o plano condutor mostrado, o campo não se altera na região acima da superfície V = 0 V!!!! Quadro 51 Simetria do problemaSimetria do problema � Abaixo do plano condutor, todos os campos são nulos, uma vez que tal região é desprovida de cargas. � Esta equivalência pode também ser encarada de modo inverso: começando com uma carga única acima de um plano condutor perfeito, verifica-se que os campos acima do plano não se alteram; se o plano é removido e uma carga negativa é colocada em uma posição simétrica abaixo do plano, tem-se o comportamento dos campos para um dipolo. � Nesta situação, a carga colocada é considerada como sendo a ''imagem'' da carga original e o seu valor é o simétrico do valor desta última. � É evidente que se pode também substituir uma única carga negativa, situada abaixo de um plano condutor, por um dipolo e obter campos equivalentes na metade inferior da região. Quadro 52 SuperposiçãoSuperposição � Por superposição, o processo pode ser estendido a qualquer distribuição de cargas próxima a um plano condutor aterrado (V = 0 V), realizando-se o processo, sucessivamente, até abranger todas as cargas da distribuição. � A distribuição original e o plano são substituídos pela própria distribuição e sua imagem, sem o plano condutor. � Na maioria das vezes, o campo potencial do novo sistema é muito mais fácil de ser determinado, uma vez que não é incluído o plano condutor nem sua distribuição superficial de carga, a qual não se conhece originalmente. Quadro 53 Método das imagensMétodo das imagens � Há uma classe de problemas eletrostáticos para a qual as condições de contorno são difíceis satisfazer se as equações de Poisson ou Laplace são resolvidas diretamente. � No entanto, as condições nas fronteiras podem ser alcançadas de forma mais simples se cargas imagens apropriadas são utilizadas. � Como resultado, as distribuições de potencial são determinadas diretamente. � Este método de substituição de superfícies de contorno por cargas imagens apropriadas para a solução das equações de Poisson ou Laplace é chamado de método das imagens. Quadro 54 Carga pontual e plano condutorCarga pontual e plano condutor � Considere o caso de uma carga positiva localizada a uma distância d (direção y) perpendicular a um plano condutor aterrado de área larga (plano xz), como mostrado pelo diagrama em corte transversal. � O problema é o de encontrar o potencial na região acima do plano. Q (0,d,0) x z y d P © Aldário Bordonalli 10 Quadro 55 Aplicando a equação de Aplicando a equação de LaplaceLaplace � O procedimento formal para resolver este problema seria encontrar a sua solução através da equação de Laplace em coordenadas cartesianas: � No entanto, V deve satisfazer as seguintes condições de contorno: 1. Em todos os pontos da placa condutora aterrada, o potencial é nulo. 2. Em pontos muito próximos à Q, o potencial se aproxima daquele de uma carga pontual sozinha. 3. Para pontos muito afastados de Q, o potencial aproxima-se de zero. 4. O potencial é uma função par com respeito às coordenadas x e z. 02 2 2 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ z V y V x VV Quadro 56 Para as condições, valem ...Para as condições, valem ... � Condição 1: � Condição 2, com R sendo a distância a Q: � Condição 3: � Condição 4: ( ) 0,0, =zxV R QV 04piε → ( ) 0,, →±∞±∞∞±V ( ) ( ) ( ) ( )zyxVzyxVzyxVzyxV −=−= ,,,,,,,, Quadro 57 Solução para Solução para VV � Com tudo isto para ser considerado, parece ser difícil encontrar uma solução para V que satisfaça todas as condições de contorno. � Por outro lado, pode-se argumentar que a presença de uma carga positiva Q a uma distância d do plano induziria cargas negativas na superfície do mesmo, resultando em uma densidade de cargas ρs. � Portanto, o potencial em um ponto acima do plano poderia ser escrito como: � Na equação acima, R1 é a distância de dS ao ponto. ( ) ( ) ∫++−+= S s dS Rzdyx Q zyxV 10 222 0 4 1 4 ,, ρ piεpiε Quadro 58 ComentárioComentário � O problema com a aparente simples solução apresentada é o de que ρs deve ser determinado por meio da condição de contorno V(x,0,z) = 0. � Além disto, a integral de superfície para este caso é difícil de ser resolvida, mesmo depois de ρs ser obtido para todo ponto do plano condutor. � O método das imagens permite uma solução exata sem muitas dificuldades. Quadro 59 Aplicando o método das imagensAplicando o método das imagens � Se o condutor é removido e substituído por uma carga -Q colocada diametralmente oposta ao plano do condutor, o potencial no ponto P na região equivalente “acima do plano” fica: +Q d P -Q d R+ R - ( ) ( ) ( ) 222 222 0 11 4 ,, zdyxR zdyxR RR Q zyxV +++= +−+= −= − + −+piε Quadro 60 Mas será que esta solução é válidaMas será que esta solução é válida?? � Mas será que esta solução é válida? � Aplicando a expressão a equação de Laplace, observa-se que ela a satisfaz. � Observando-se as condições de contorno: – V = 0 para qualquer que seja x e z quando y = 0. – Quando o ponto P está muito próximo de +Q, a contribuição desta carga é muito maior que aquela de -Q, de maneira que V tende a ser a contribuição de +Q. – Quando as coordenadas tendem a infinito, V → 0. – A função é par para x e z. � Como todas as condições são satisfeitas, a expressão apresentada é a solução e, pelo teorema da unicidade, ela é única!!!! ©Aldário Bordonalli 11 Quadro 61 ComentáriosComentários � A intensidade de campo elétrico na região acima do plano condutor pode ser encontrada por meio do gradiente de V. � Este campo corresponde exatamente àquele do dipolo, com as cargas distanciadas de 2d. � A solução deste problema eletrostático se torna bem simples pelo uso do método das imagens. � No entanto, deve-se ressaltar que a carga imagem está localizada fora da região na qual o campo deve ser determinado. � Cuidado: os resultados são válidos apenas para a região acima do plano → abaixo do plano, o potencial e o campo são nulos, não são?? Quadro 62 Exemplo 3 A figura abaixo mostra uma carga +Q colocada a distâncias d1 e d2 de dois planos condutores aterrados e perpendiculares. Determine V(x,y,z). +Q d2 P d1 Quadro 63 Exemplo 3 (cont.) Atribuindo-se eixos coordenados e adotando-se o método das imagens: A priori, pode-se pensar que apenas duas cargas -Q opostas à carga pontual do problema seriam necessárias. No entanto, para se garantir que o potencial seja nulo em todas as superfícies, é necessário a colocação de mais uma carga +Q. +Q xz y d2 P d1 -Q -Q+Q R1 R2R3 R4 Quadro 64 Exemplo 3 (cont.) Seguindo o procedimento para o caso mais simples mostrado anteriormente: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 222212 22 2 2 13 22 2 2 12 22 2 2 11 43210 1111 4 1 ,, zdyxdR zdyxdR zdyxdR zdyxdR RRRR zyxV +−++= ++++= +++−= +−+−= −+−= piε Quadro 65 Outros problemas clássicosOutros problemas clássicos � Alguns outros problemas que deverão ser estudados com o auxílio do método das imagens: – Linha de carga e cilindro condutor. – Carga pontual e esfera condutora. – Esfera carregada e plano condutor aterrado. Quadro 66 Linha de carga e cilindro condutorLinha de carga e cilindro condutor � Seja uma linha de carga ρl infinita localizada a uma distância d do eixo de um cilindro condutor circular infinito de raio a, paralelo à linha, como mostrado pelo diagrama em corte transversal. � Qual o potencial num ponto qualquer fora do condutor? ρl d P a O © Aldário Bordonalli 12 Quadro 67 Aplicando o método das imagensAplicando o método das imagens � Para se aplicar o método das imagens, deve-se notar que este requer que a superfície do condutor seja uma eqüipotencial. � No entanto, dado a geometria do problema, não se pode simplesmente colocar a linha imagem em posição simétrica em relação ao condutor → isto não garante a eqüipotencial. � O problema se torna complexo e uma solução é assumir que a linha imagem se localize no interior do cilindro, paralela a linha de carga original e cortando o segmento OP, de maneira que V seja constante quando ρ = a. Quadro 68 Onde fica a imagemOnde fica a imagem?? � A imagem é assumida como localizada ao longo do segmento OP no ponto Pi, que fica a uma distância di do eixo do cilindro. � O problema para “acertar” as características da imagem está em determinar ρi e di. ρl d Pi a O ρi M ri r di P Quadro 69 Assumindo o mais simples e diretoAssumindo o mais simples e direto � Inicialmente, para simplificar, assume-se que ρi = -ρl, o que, a priori, não se tem certeza de ser um resultado válido. � Apesar disto, esta suposição será mantida até se prove o contrário, ou seja, uma das condições de contorno não seja satisfeita. ρl d Pi a O ρi M ri r di P Quadro 70 EncontrandoEncontrando--se o potencialse o potencial � Como já estudado anteriormente, o potencial para uma linha de cargas é dado por: � Adaptando-se o resultado para o problema de calcular o potencial no ponto M, utilizando-se superposição, chega-se a: ( ) = ρ ρ piε ρρ 0 0 ln 2 lV = − = r r rr V il i ll M ln2 ln 2 ln 2 0 0 0 0 0 piε ρρ piε ρρ piε ρ Quadro 71 EncontrandoEncontrando--se as eqüipotenciaisse as eqüipotenciais � As superfícies equipotenciais podem ser encontradas se, na equação anterior, a razão é feita igual a uma constante A, ou seja: � Se a superfície eqüipotencial deve coincidir com a superfície cilíndrica (OM = a), o ponto Pi deve se localizar de tal maneira que os triângulos OMPi e OMP sejam equivalentes. � Do diagrama, observa-se que os triângulos possuem um ângulo em comum (∠MOPi = ∠MOP), de maneira que a equivalência é garantida se outros ângulos, como ∠OMPi e ∠OPM, forem também comuns, o que leva a: d adA d a a d r r i ii 2 =→=== A r ri = Quadro 72 Apesar do trabalho ...Apesar do trabalho ... � Se a condição anterior for garantida e ρi = -ρl, tem- se que a superfície do cilindro se torna equipotencial, mesmo que o ponto M se mova sobre a mesma. � Se M se move ao longo superfície, ri e r variam, porém, a razão entre eles continua a mesma. � Assim, a linha imagem -ρl pode substituir o cilindro condutor e o potencial e campo elétrico podem ser calculados fora da superfície como se apenas duas linhas de carga de densidade de carga de mesma magnitude e sinais contrários estivessem sendo analisadas!!!!! © Aldário Bordonalli 13 Quadro 73 Exemplo 4 Determine a capacitância por unidade de comprimento entre dois fios condutores muito longos, paralelos e de seção transversal circular de raio a, separados pela distância D entre seus eixos. a D a 12 Quadro 74 Exemplo 4 (cont.)Exemplo 4 (cont.) � O problema pode ser tratado como a superposição de dois problemas de linhas de carga e condutores cilíndricos. � O diagrama abaixo mostra a posição das linhas imagens adotadas, assumidas de cargas ρl e -ρl para os condutores 1 e 2, respectivamente, e separadas por (D - 2di) = d - di. � A diferença de potencial entre os dois fios é a mesma que entre quaisquer dois pontos dos respectivos fios. +ρl d Pi a O -ρl M ri r di P di 12 D Quadro 75 Exemplo 4 (cont.)Exemplo 4 (cont.) � Como já calculado, o potencial no ponto M é: � Portanto, para cada condutor e por simetria, tem-se que, em cada superfície que: = = d a r rV lilM ln2 ln 2 00 piε ρ piε ρ =−=∴ −= = a dVVV d aV d aV l o ll ln ln 2 ln 2 0 21 0 1 0 2 piε ρ piε ρ piε ρ Quadro 76 Exemplo 4 (cont.)Exemplo 4 (cont.) � Definindo a capacitância por unidade de comprimento por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )mC122ln 4 2 1 ln 2 0 22 2 0 −+ == −+=→−=−= == aDaDV C aDDd d aDdDd adV C o l i o l piερ piερ ( )mC o l V C ρ= Quadro 77 Carga pontual e esfera condutoraCarga pontual e esfera condutora � Seja uma carga pontual +Q localizada a uma distância d do centro de uma esfera condutora aterrada de raio a (a < d), como mostrado pelo diagrama. � Agora, como serão as expressões de V e E em pontos externos à esfera? Q d PaO Quadro 78 Onde fica a imagemOnde fica a imagem?? � Por razões de simetria, espera-se que a imagem Qi seja uma carga negativa situada no interior da esfera, ao longo do segmento OP, no ponto Qi, que fica a uma distância di do centro da esfera. � A primeira aproximação para se estimar a magnitude da imagem Qi seria assumir que ela vale Q, ou seja, Qi = -Q. V = 0 V +Q d Pi a O Qi M ri r di P © Aldário Bordonalli 14 Quadro 79 Nem sempre é o mais simplese diretoNem sempre é o mais simples e direto � No entanto, de análise anteriores, este arranjo de cargas pressupõe uma configuração tipo dipolo e a única eqüipotencial com V = 0 V seria uma plano infinito localizado em d/2, e perpendicular ao segmento OP. � Desta maneira, o problema para “acertar” as características da imagem está em determinar di e Qi. V = 0 V +Q d Pi a O Qi M ri r di P Quadro 80 EncontrandoEncontrando--se o potencialse o potencial � Como já estudado anteriormente, o potencial para uma carga pontual é dado por: � Adaptando-se o resultado para o problema de calcular o potencial no ponto M, utilizando-se superposição, chega-se a: ( ) r Q rV 04piε = += i i M r Q r QV 04 1 piε Quadro 81 EncontrandoEncontrando--se a eqüipotencialse a eqüipotencial � A superfície equipotencial V = 0 V é encontrada se, na relação anterior, o termo entre parênteses é zero, ou seja, cada parcela é igual a uma constante A: � Se a superfície eqüipotencial V = 0 V deve coincidir com a superfície esférica (OM = a), o ponto Pi deve se localizar de tal maneira que os triângulos OMPi e OMP sejam equivalentes. � Do diagrama, observa-se que os triângulos possuem um ângulo em comum (∠MOPi = ∠MOP), de maneira que a equivalência é garantida se outros ângulos, como ∠OMPi e ∠OPM, forem também comuns, ou seja: Q a dQ d adA d a a d r r i ii ii −==→=== e 2 AQ Q r r ii =−= Quadro 82 Apesar do trabalho ...Apesar do trabalho ... � Se a condições anteriores forem garantidas, tem-se que a superfície da esfera se torna equipotencial com V = 0 V, mesmo que o ponto M se mova sobre a mesma. � Se M se move ao longo superfície, ri e r variam, porém, a razão entre eles continua a mesma. � Assim, a carga imagem -(a/d)Q pode substituir a esfera condutora aterrada e o potencial e a intensidade de campo elétrico podem ser calculados fora da superfície como se apenas duas cargas pontuais de carga +Q e -(a/d)Q distantes de d estivessem sendo analisadas!!!!! Quadro 83 Exemplo 5 Seja uma carga pontual +Q localizada a uma distância d do centro de uma esfera condutora aterrada de raio a (a < d), como mostrado pelo diagrama. Determinar a distribuição de carga induzida na superfície e a carga total induzida. Q d PaO Quadro 84 Exemplo 5 (cont.)Exemplo 5 (cont.) � Neste caso, o ponto M é indicado no espaço para a obtenção da expressão do potencial. � Deve-se lembrar que a carga imagem é Qi = -(a/d)Q e que ela deve ser colocada no lugar da esfera condutora aterrada na posição di = a2/d. V = 0 V +Q d Pi O Qi M(R,θθθθ) RQi di = a2/d P RQR θθθθ © Aldário Bordonalli 15 Quadro 85 Exemplo 5 (cont.)Exemplo 5 (cont.) � Como já calculado, o potencial no ponto M é: � Pode-se trabalhar o diagrama anterior para escrever RQ e RQi em função de R e do ângulo θ: ( ) −= += dR a R Q r Q r QRV QiQi i 1 44 1 , 00 piεpiε θ ( ) ( )θ θ cos2 cos2 222 2 22 − += −+= d aR d aRR RddRR Qi Q Quadro 86 Exemplo 5 (cont.)Exemplo 5 (cont.) � A componente R do campo elétrico é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( )[ ] −+ − − − −+ − = ∂ ∂ −= 2 3 2222 2 2 3220 cos2 cos cos2 cos 4 , , , θ θ θ θ piε θ θθ daRdaRd daRa RddR dRQRE R RVRE R R Quadro 87 Exemplo 5 (cont.)Exemplo 5 (cont.) � Utilizando-se das condições de contorno metal- vácuo: ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) isS s s Rsn QQ d addadSQ adda adQ aED =−=== −+ − = == ∫ ∫∫ pi pi φθθθρθρ θpi θρ θερ 2 0 0 2 2 322 22 0 sin e cos24 , Quadro 88 Esfera carregada e plano condutor aterradoEsfera carregada e plano condutor aterrado � Seja uma esfera raio a carregada com carga +Q localizada a uma distância c de um plano condutor aterrado, como mostrado pelo diagrama. � De antemão, deve-se esperar que a distribuição de cargas nos condutores e o campo entre os dois devem ser não-uniformes. ca +Q Quadro 89 A equação de A equação de LaplaceLaplace é possívelé possível?? � O problema envolve coordenadas cartesianas e esféricas, de maneira que a solução pela aplicação da equação de Laplace se torna muito complicada. � Será que o método das imagens pode simplificar a tarefa?? ca +Q Quadro 90 Aplicando o método das imagensAplicando o método das imagens � Assumir, primeiramente, que uma carga pontual Q0 é colocada no centro da esfera. � Deseja-se encontrar um sistema de cargas imagens que, juntamente com Q0, farão com que a superfície esférica e o plano aterrado se tornem equipotenciais. � Se isto for possível, o problema proposto pode ser substituído por um outro bem mais simples de um sistema de cargas equivalente. © Aldário Bordonalli 16 Quadro 91 Duas cargas imagens ...Duas cargas imagens ... � Tomando como referência o diagrama, a presença de Q0 no ponto (-c,0) requer a presença de -Q0 no ponto (c,0) para fazer o plano equipotencial. � Porém, estas duas cargas impedem a superfície da esfera de ser equipotencial. � Para tanto, como visto no último caso, uma carga imagem Q1 = (a/2c)Q0 precisa ser colocada na posição (-c + a2/2c,0). c a Q0 y x c Q1Q2 -Q0-Q1-Q2 a2/2c a2/[2c –(a2/2c)] a 2/2c a2/[2c –(a2/2c)] O Quadro 92 Várias cargas imagens ...Várias cargas imagens ... � Em contrapartida, há a necessidade de posicionar uma carga -Q1 diametralmente para garantir que o plano fique equipotencial. � Este processo é repetido e outras cargas imagem devem ser colocadas, o que resulta num grupo de cargas imagem -Q0, -Q1, -Q2, ..., no lado direito do plano e outro grupo +Q0, +Q1, +Q2, ..., dentro da esfera. c a Q0 y x c Q1Q2 -Q0-Q1-Q2 a2/2c a2/[2c –(a2/2c)] a 2/2c a2/[2c –(a2/2c)] O Quadro 93 Calculando as contribuiçõesCalculando as contribuições � As várias cargas passam a ter valores dados por: ( ) − −− = − − = − = − = === 3 3 2 3 0 2 23 02 2 022 001 1 11 2 2 2 1 2 2 22 α α α α α α αα Q c a c a c aQ QQ c a c aQ c aQQ c aQ Quadro 94 Carga total na esferaCarga total na esfera � A carga total é: � A série acima converge rapidamente quando α < ½. + − ++= =+++= K K 2 2 0 210 1 1 2 α α α α QQ c aQQQQ Quadro 95 Potencial e capacitânciaPotencial e capacitância � Como os pares de carga (-Q0,+Q1), (-Q1,+Q2), ... garantem o potencial zero na superfície da esfera, apenas Q0 contribui para o potencial na superfície da esfera e: � A capacitância entre a esfera e o plano condutor fica: � Esta capacitância é maior que aquela de uma esfera de raio a, como esperado. + − ++== K2 2 0 1 14 α α αpiε a V QC o a QVo 0 0 4piε = Quadro 96 Voltando à Voltando à LaplaceLaplace ...... � Por fim, para esta etapa onde estão sendo mostradas técnicas de solução de problemas eletrostáticos, volta-se especificamente à equação de Laplace para a introdução do método de solução por separação de variáveis e comentários gerais sobre a aplicação de técnicas numéricas de solução. � Ométodo das imagens pode ser muito útil quando do estudo de certos tipos de problemas eletrostáticos envolvendo cargas livres perto de limites ou superfícies que têm geometria simples. � No entanto, se o problema envolve um sistema de condutores mantidos em potenciais especificados e sem cargas livres isoladas, o método das imagens deixa de ser útil. � Neste caso, a solução exige a utilização da equação de Laplace. © Aldário Bordonalli 17 Quadro 97 Método da separação de variáveisMétodo da separação de variáveis � Naturalmente, já se tem ciência de que usar a equação de Laplace envolve resolver uma equação diferencial parcial de segunda ordem e trabalhar em três dimensões, onde, em geral, a grandeza que se procura, o potencial, é função das três coordenadas. � Na seqüência, será apresentado um método de resolver o problema tridimensional onde as condições de contorno ou condições iniciais ou condições de fronteira do problema são dadas na forma ou de potencial ou da derivada do potencial. � Além disto, estas condições de fronteira tendem a coincidir com superfícies específicas e “bem comportadas” em relação ao sistema de coordenadas adotado. � Como resultado, a solução do problema pode ser expressa como o produto de três funções unidimencionais, cada uma dependendo apenas de uma coordenada – este procedimento é chamado de método da separação de variáveis. Quadro 98 Problema de valores na fronteiraProblema de valores na fronteira � Problemas que são modelados por equações diferenciais parciais com condições de fronteiras conhecidas são chamados de problemas de valores de fronteira. � Estes tipos de problema podem ser classificados de três maneiras: – Problemas de Dirichlet: no qual o valor de potencial é especificado em toda a fronteira. – Problemas de Neumann: no qual o valor da derivada normal do potencial é especificado em toda a fronteira. – Problemas mistos de valores de fronteira: no qual o valor de potencial é especificado em parte da fronteira e o valor da derivada normal do potencial é especificado no restante. � A escolha de condições de fronteira diferentes levam a diferentes funções de potencial, mas o procedimento para resolver os problemas por separação de variáveis é o mesmo. Quadro 99 Em coordenadas cartesianas � As soluções da equação de Laplace são freqüentemente chamadas de funções harmônicas. � Portanto, para que estas sejam obtidas, inicia-se o estudo do método de solução por separação de variáveis analisando um dado problema onde V pode ser especificado em coordenadas cartesianas: � Para a aplicação deste método, assume-se que a função que define V possa ser expressa como: 02 2 2 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =∇ z V y V x VV ( ) ( ) ( ) ( )zZyYxXzyxV =,, Quadro 100 Aplicando o método � As funções X, Y e Z são funções apenas de x, y e z, respectivamente, e substituindo a definição de V na equação de Laplace e, posteriormente, dividindo-se o resultado por V, fica-se com: � Notar acima que cada parcela da equação resultante é função apenas de uma coordenada e as derivadas parciais forma escritas como derivadas simples. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0111 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 =++ =++ dz zZd zZdy yYd yYdx xXd xX dz zZdyYxX dy yYd zZxX dx xXd zZyY Quadro 101 Validade do método ... � Para a última equação ser satisfeita para todo x, y e z, cada uma das parcelas deve ser uma constante. � Por exemplo, para a primeira parcela: � Na equação acima, kx é uma constante de integração determinada pelas condições de fronteira ou contorno, e o sinal negativo e o quadrado do termo são arbitrários e tem relação com possíveis simplificações e/ou definições posteriores. � Além disto, a chamada constante de separação kx pode ser real ou imaginária → por exemplo, se a constante de separação é imaginária, o segundo membro da equação acima é real e positivo!! ( ) ( ) 2 2 21 xkdx xXd xX −= Quadro 102 Separando as equações � Assim, pode-se escrever para todas as parcelas que: � Além disto, como as constantes de separação não são, em geral, iguais, deve-se satisfazer que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0 0 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 =+ =+ =+ zZk dz zZd yYk dy yYd xXk dx xXd z y x 0222 =++ zyx kkk © Aldário Bordonalli 18 Quadro 103 ComentáriosComentários � Desta maneira, o problema da equação de Laplace é reduzido a um onde se deve resolver três equações diferenciais ordinárias com coeficientes constantes das funções X, Y e Z nas coordenadas x, y e z, respectivamente. � A tabela abaixo mostra possíveis soluções para estas equações, onde as condições de fronteira irão indicar os valores das constantes de integração. C2ekϕ+D2e-kϕA2sinhkϕ+B2coshkϕjk- C1ejkϕ+D1e-jkϕA1sinkϕ+B1coskϕk+ -A0ϕ+B000 Forma exponencial de Ψ(ϕ)Ψ(ϕ)k ϕ(kϕ) 2 Quadro 104 Exemplo 6 A figura abaixo mostra dois eletrodos (condutores) paralelos, semi-infinitos e aterrados, separados por uma distância d. Um terceiro eletrodo, perpendicular e isolado dos outros dois é mantido a um potencial V0. Determine a distribuição do potencial na região entre os eletrodos. d PV = V0 V = 0 V = 0 … … y xz Quadro 105 Exemplo 6 (cont.) � Da figura, observa-se que V é independente de z, de maneira que (condição 1): � As outras condições de fronteira (2 a 5) exigem que: � Como V é independente de z, kz = 0 e, da tabela, pode-se escrever que: ( ) ( )yxVzyxV ,,, = ( ) ( ) 002 2 00 BzZA dz zZd === ( ) ( ) ( ) ( ) = = =∞ = 0, 00, : 0, ,0 : 0 dxV xV yeixo yV VyV xeixo Quadro 106 Exemplo 6 (cont.) � Desta forma, como kz = 0, a relação entre as constantes de separação restantes fica: � Do jeito que a relação acima foi escrita, k é um número real, de maneira que ky é real (ky = k) e kx é imaginário (kx = jk). � Portanto, para X(x), referenciando-se à tabela e à segunda condição de contorno para o eixo x, que força C2 = 0, tem-se que: � Já para Y(y), referenciando-se à tabela e à primeira condição de contorno para o eixo y, que força B1 = 0, tem-se que: 222 kkk xy =−= ( ) ( ) ( )kyAyYxV sin00, 1=→= ( ) ( ) kxeDxXyV −=→=∞ 20, Quadro 107 Exemplo 6 (cont.) � Combinando as soluções, fica-se com: � Das cinco condições de contorno ou condições de fronteira definidas, apenas três foram utilizadas e a solução acima deve obedecer a todas elas. � Para garantir que segunda condição do eixo y seja atendida, deve-se ter que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )kyeCyxV kyeADByxV kx nn kx n sin, sin, 120 − − = = ( ) ( ) ( ) ( ) K K ,3,2,1 ,3,2,10sin 0sin0sin, ==∴ ==→= =→== − n d nk nnkdkd kdkdeCdxV kxnn pi pi Quadro 108 Exemplo 6 (cont.) � Portanto: � A equação acima satisfaz a equação de Laplace, porém, ela ainda não satisfaz todas as condições de fronteira → falta ainda a primeira condição do eixo x. � Como existem n possíveis soluções para esta equação e como a equação de Laplace é linear, a primeira tentativa que se faz para que todas as condições de contorno sejam satisfeitas, inclusive a que falta, é a de sobrepor todas as possíveis soluções da equação acima (que também é solução), de modo que: ( ) ( ) = − y d n eCyxV xdnnn pipi sin, ( ) ( ) 0 11 sin,0,0 Vy d nCyVyV n n n n = == ∑∑ ∞ = ∞ = pi © Aldário Bordonalli 19 Quadro 109 Exemplo 6 (cont.) � Para determinar Cn, ambos os lados da última equação sãomultiplicados por sin(mpiy/d) e integrados de y = 0 até y = d: � Isto resulta em: ∫∑∫ = ∞ = d n d n dyyd mVdyy d my d nC 0 0 1 0 sinsinsin pipipi = = = ∫ parm ímparm m dV dyy d mV d 0 2 sin 0 0 0 pi pi ≠ = = ∑∫ ∞ = nm nm dC dyy d my d nC n n d n 0 2sinsin 1 0 pipi Quadro 110 Exemplo 6 (cont.) � Substituir os dois últimos resultados na equação abaixo produz, como resultado final da integração: � A solução final fica, para x > 0 e 0 < y < d: ∫∑∫ = ∞ = d n d n dyyd mVdyy d my d nC 0 0 1 0 sinsinsin pipipi = = = parn ímparn n V Cn 0 4 0 pi ( ) ( )∑ ∞ = − = ímpar n xdn y d n e n VyxV 1 0 sin14, pi pi pi Quadro 111 Em coordenadas cilíndricas � Para problemas com fronteiras cilíndricas, a função V pode ser trabalhada em coordenadas cilíndricas, de forma que a equação de Laplace fica: � Uma solução geral para a equação acima requer o conhecimento das funções de Bessel, que não serão, no momento, introduzidas. � Em situações nas quais as dimensões em comprimento da região cilíndrica são maiores que as do raio, a derivada parcial segunda em relação a coordenada z pode ser desprezada e vale aproximar a equação de Laplace por: 011 2 2 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ z VVVV φρρρρρ 011 2 2 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ φρρρρρ VVV Quadro 112 Aplicando o método � Desta forma, assume-se que a função que define V possa ser expressa como: � As funções Ρ e Φ são funções apenas de ρ e φ, respectivamente, e substituindo a definição de V na equação de Laplace e, posteriormente, dividindo-se o resultado por V/ρ2, fica-se com: ( ) ( ) ( ) ( ) 01 2 2 = Φ Φ + Ρ Ρ φ φ φρ ρρ ρρ ρ d d d d d d ( ) ( ) ( )φρφρ ΦΡ=,V Quadro 113 Separando-se as equações � Similarmente ao que foi feito no caso de coordenadas cartesianas, inicia-se por considerar que: � Sendo k a constante de separação, conseqüentemente: ( ) ( ) 2k d d d d = Ρ Ρ ρ ρρ ρρ ρ ( ) ( ) ( ) ( ) 0 1 2 2 2 2 2 2 =Φ+Φ −= Φ Φ φφ φ φ φ φ k d d k d d Quadro 114 Para uma coordenada ... � A última equação tem a mesma forma que as do caso cartesiano e as soluções podem ser obtidas a partir do que está listado na tabela anterior, com a ressalva de que, no caso de configurações cilíndricas, não se aplicam soluções hiperbólicas e as soluções tendem a ser periódicas em φ. � Assim sendo, para não se restringir a solução em φ, é apropriado assumir k como sendo um inteiro n, de maneira que: � Na equação acima, A e B são constantes obtidas por meio das condições de contorno ou condições de fronteira. ( ) ( ) ( )φφφ φφ nBnA cossin +=Φ © Aldário Bordonalli 20 Quadro 115 Solução geral � Voltando-se agora para a função radial, pode-se escrever que: � A solução para este tipo de equação diferencial, onde já foi assumido que k = n, é do tipo: � A solução geral fica, após manipulações: ( ) ( ) ( ) 022 2 2 =Ρ−Ρ+Ρ ρ ρ ρρ ρ ρρ n d d d d ( ) nn BA −+=Ρ ρρρ ρρ ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]φφρφφρφρ nBnAnBnAV nnnnnnn cossincossin, 2211 +++= − Quadro 116 ComentáriosComentários � Dependendo das condições de contorno ou de fronteira, pode-se precisar, como no Exemplo 6, usar a superposição da equação anterior para diferentes n. � Notar que, se a região de interesse inclui o eixo do cilindro (ρ = 0), então a solução em r -n não pode existir. � Por outro lado, se a região de interesse inclui um ponto no infinito, então a solução em r n deve ser descartada, pois lá, V → 0. Quadro 117 Exemplo 7 Considere um cabo coaxial muito longo, cujo corte transversal é mostrado abaixo. O condutor interno, de raio a, é mantido num potencial V0 enquanto que o condutor externo, de raio b, está aterrado. Determine a distribuição do potencial na região entre os condutores. V = V0 b a Quadro 118 Exemplo 7 (cont.) � Como o cabo é longo, pode-se desprezar a contribuição na direção z, e, por simetria (e conhecimento anterior), não há também contribuição na coordenada φ (k = n = 0), de maneira que: � Da mesma forma, para a componente radial, fica-se com: � Assim: ( ) ( ) φφφ φ B d d =Φ→=Φ 02 2 ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) 11 lnln DCDCBV +=+=ΡΦ= ρρρφρ ρρφ ( ) ( ) ( ) ( ) ρρ ρρρ ρρ ρρ ρ DC d d d d +=Ρ→= Ρ Ρ ln0 Quadro 119 Exemplo 7 (cont.) � Analisando o problema, as condições de contorno são: � Portanto: � Por fim: ( ) ( ) 00 VaVebV == ( ) ( ) = r b ab VV ln ln 0ρ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) = −= → =+ =+ ab bVC ab VC VDaC DbC ln ln ln ln 0ln 0 2 0 1 011 11 Quadro 120 Em coordenadas esféricas � Para problemas com fronteiras esféricas, a função V pode ser trabalhada em coordenadas esféricas → no entanto, a solução geral da equação de Laplace neste sistema de coordenadas demanda um procedimento um tanto quanto complexo, de maneira que é pertinente limitar a discussão a casos onde o potencial independe do ângulo φ, de forma que: � Mesmo com esta simplificação inicial, a solução ainda vai requerer a introdução de algumas funções matemáticas especiais → seguindo o procedimento anterior, assume-se que a função que define V possa ser expressa como: ( ) ( ) 0sinsin 11 2 2 2 2 = ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ θ θ θθ V rr V r rr V ( ) ( ) ( )θθ ΘΓ= rrV , © Aldário Bordonalli 21 Quadro 121 Aplicando o método � As funções Γ e Θ são funções apenas de r e θ, respectivamente, e substituindo a definição de V na equação de Laplace e, posteriormente, dividindo-se o resultado por V/r2, fica-se com: � Na seqüência, separando-se as equações para as duas coordenadas, tem-se que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0sin sin 11 2 = ∂ Θ∂ ∂ ∂ Θ + ∂ Γ∂ ∂ ∂ Γ θ θθ θθθr r r rr ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 22 sin sin 1 1 k k r r r rr −= ∂ Θ∂ ∂ ∂ Θ = ∂ Γ∂ ∂ ∂ Γ θ θθ θθθ Quadro 122 Componente radial � A equação diferencial para a componente radial pode ser rescrita como: � Para não se restringir a solução em θ, é apropriado assumir um inteiro positivo n de maneira que a solução para a equação acima é do tipo: � Substituindo-se a solução acima na equação diferencial, chega- se a uma relação entre n e k: ( ) ( ) ( ) 02 22 2 2 =Γ− ∂ Γ∂ + ∂ Γ∂ rk r r r r r r ( ) ( )1+−+=Γ nnnnn rBrAr ( ) 21 knn =+ Quadro 123 Componente angular � Com o valor de k dado, a equação diferencial para a componente angular pode ser rescrita como: � A equação acima tem a forma da equação de Legendre, cuja solução, quando θ varia na faixa completa, ou seja, de 0 a pi rad, são as funções de Legendre, usualmente denotadas por P(cosθ). � As funções de Legendre, quando n é inteiro, dão origem a polinômios em cosθ e são chamados polinômios de Legendre. � Portanto: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0sin1sin =Θ++ ∂ Θ∂ ∂ ∂ θθ θ θθ θ nn ( ) ( )[ ]θθ cosnn P=Θ Quadro 124 Solução geral � Combinando-se as soluções, tem-se que: � Dependendo das condições de contorno ou de fronteira, pode- se precisar usar a superposição (somatório) da equação acima para diferentes n. 1/2(5 cos3θ - 3 cosθ)3 1/2(3 cos2θ - 1)2 cosθ1 10 Pn(cosθ)n ( ) ( )[ ] ( )[ ]θθ cos, 1 nnnnnn PrBrArV +−+= Quadro 125 Exemplo 8 Uma esfera condutora descarregada de raio a é colocada num campo elétrico inicialmente uniforme, dado por E0 = E0 az. Determinar como fica o potencial após a introdução da esfera. Após a introdução da esfera condutora na região, uma separação e uma redistribuição de cargas irão acontecer de maneira a manter a superfície da esfera eqüipotencial. O campo elétrico no interior da esfera é nulo e, fora dela, as linhas de campo serão normais à sua superfície. Para pontos muito distantes da esfera, pode-se desconsiderar o efeito produzido pela inserção da esfera. O potencial pode ser considerado como independente de φ. Quadro 126 Exemplo 8 (cont.) � Analisando o problema, as condições de contorno são para r ≥ a: � Deve-se esclarecer que, para a primeira condição de contorno, outro valor poderia ter sido escolhido. � Já a segunda equação estabelece que o campo não é influenciado para pontos muito distantes da esfera. � Assim, para r ≥ a: : ( ) ( ) ( ) arrEzErVeaV >>−=−== ,cos,0, 00 θθθ ( ) ( )[ ] ( )[ ]∑∞ = +−+= 0 1 cos, n n n n n n PrBrArV θθ © Aldário Bordonalli 22 Quadro 127 Exemplo 8 (cont.) � Na equação anterior, para satisfazer a segunda condição de contorno, todos os An devem ser nulos exceto A1, com A1 = -E0, de maneira que: � Para explorar um pouco mais a expressão acima, alguns termos do somatório serão explicitados: � Levando em consideração o que já foi estudado, o potencial de uma esfera condutora carregada é proporcional ao inverso de r, semelhante ao segundo termo do segundo membro. � Como a esfera esta descarregada, pode-se assumir B0 = 0 e, então ( ) ( ) ( ) ( )[ ]∑ ∞ = +−+−= 0 1 0 coscos, n n n n PrBrErV θθθ ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]∑ ∞ = +−+++−= 2 1 2 10 0 coscoscos, n n n n PrB r B r B rErV θθθθ ( ) ( ) ( ) ( )[ ]∑ ∞ = +−+ −= 2 1 02 1 coscos, n n n n PrBrE r B rV θθθ Quadro 128 Exemplo 8 (cont.) � Aplicando-se a condição de contorno na superfície da esfera, tem-se que: � Esta equação só apresenta solução quando: � E, então: ( ) ( ) arr r aErV ≥ −−= θθ cos1, 3 0 ( ) ( ) ( )[ ]∑ ∞ = +−+ −= 2 1 02 1 coscos0 n n n n PaBaE a B θθ 3 01 2,0 aEB nBn =∴ ≥= Quadro 129 Métodos numéricosMétodos numéricos � Como pode ser visto, os problemas de eletrostática podem ficar bem complicados e a solução exige a adoção de formas alternativas aos teoremas e leis estabelecidas anteriormente. � A equação de Laplace surgiu como uma alternativa para tratar de problemas sem a presença de densidades volumétricas de cargas, onde se consideram regiões do espaço ocupada por cargas discretas conhecidas e por condutores de potencial conhecido, ou se deseja encontrar o potencial e/ou o campo elétrico no espaço vizinho a condutores diversos cujos potenciais são conhecidos. � Apesar de se tornar possível a solução analítica de vários problemas que ficariam quase impossíveis de serem resolvidos pela aplicação das equações anteriormente definidas, observou-se que a parte matemática fica rebuscada e, às vezes, complicada. � No entanto, há limitações para a obtenção de soluções analíticas para a equação de Laplace e vários problemas requerem a utilização de técnicas especiais numéricas, que levam a uma solução aproximada, porém, muito próxima daquela que seria medida em condições experimentais. � Estas técnicas, chamadas de métodos numéricos, freqüentemente exigem a utilização de computadores para se alcançar as soluções. Quadro 130 Diferentes métodos numéricosDiferentes métodos numéricos � Os métodos numéricos são vários e indicados para diferentes tipos de problemas. � Dois exemplos de métodos que podem ser aplicados à solução da equação de Laplace são o método dos elementos finitos e o método das linhas. � Para maiores informações no assunto, por exemplo, o livro de Matthew N. O. Sadiku, Numerical Techniques in Electromagnetics, é uma boa referência. Quadro 131 Elementos finitosElementos finitos � Em particular, o método dos elementos finitos (finite element method - FEM) tem sua origem no campo de análises estruturais. � Embora o tratamento matemático inicial date de 1943, o método só foi aplicado ao estudo do eletromagnetismo em 1968, a partir de quando passou a ser utilizado em problemas de guias de onda, máquinas elétricas, dispositivos semicondutores, linhas de fita e absorção de radiação por corpos biológicos. � Apesar de outros métodos, como o das diferenças finitas e dos momentos, serem conceitualmente mais simples e fáceis de programar que o FEM, a sistemática do método permite que programas mais gerais sejam escritos para uma ampla gama de problemas, onde, as vezes, estes programas podem ser utilizados em diferentes áreas de engenharia sem modificações ou com mínimas. � A análise por elementos finitos de um problema envolve, basicamente, quatro passos: – Discretizar a região de solução num número finito de sub-regiões ou elementos. – Derivar as equações que governam os elementos. – Agrupar as soluções de todos os elementos na região de solução, após as considerações de condições de contorno. – Resolver o sistema de equações resultante.
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