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© Aldário Bordonalli 1 EE 521EE 521 Introdução à Teoria EletromagnéticaIntrodução à Teoria Eletromagnética Campo Magnetostático Quadro 2 Campo Campo MagnetostáticoMagnetostático � Lei de Biot-Savart. � Exemplos de aplicação da lei de Biot- Savart. � Lei circuital de Ampère com exemplos. � Lei de Ampère na forma pontual (rotacional). � Campo magnético e equações de Maxwell. � Potenciais magnetostáticos. Quadro 3 Introdução � A esta altura o conceito de campo já deve ter se tornado um conceito familiar uma vez que, desde que inicialmente a lei experimental de forças existentes entre duas cargas pontuais foi aceita e a intensidade de campo elétrico foi definida, diversos campos foram trabalhados. � Alguns destes campos não possuem realidade física, pois as medidas precisam sempre ser em termos de forças sobre as cargas no equipamento de detecção. � Aquelas cargas que são a fonte fazem com que forças mensuráveis sejam exercidas sobre outras, consideradas como cargas detetoras. � No entanto, foi possível associar estes campos a outros mensuráveis, de maneira que, apesar de não serem uma realidade física, eles auxiliam no entendimento e solução de problemas. � Se um fio é colocado num campo uniforme produzido por um imã permanente, observa-se uma força aplicada ao fio no momento em que fecha-se o circuito ao qual este fio esta conectado, e há um fluxo de corrente → portanto, há a presença de um campo magnético na região!!! Quadro 4 Introdução II � Diferentemente do que foi feito para a eletrostática, o estudo de campo magnético será iniciado pela definição de campo magnético em si (ao invés de se começar pela força), mostrando como ele nasce de uma distribuição de corrente. � O efeito deste campo em outras correntes, no entanto, será deixado para uma outra oportunidade. � Da mesma maneira como se procedeu para o campo elétrico, a discussão inicial será limitada às condições do espaço livre, ficando o efeito num meio material para uma etapa seguinte. � A relação entre o campo magnético estacionário e a sua fonte é mais complicada que a relação entre o campo eletrostático e a sua fonte. � Será necessário aceitar, inicialmente, diversas leis, relegando as provas (um pouco mais difícil) para mais tarde. Quadro 5 Fonte de campo magnéticoFonte de campo magnético � A fonte de um campo magnético estacionário pode ser um ímã permanente, um campo elétrico variando linearmente com o tempo ou uma corrente contínua. � Por hora, o ímã permanente será ignorado e o campo elétrico variável deixado para uma discussão posterior. � As relações agora apresentadas dizem respeito ao campo magnético produzido por um elemento de corrente contínua. Quadro 6 A lei experimental de A lei experimental de BiotBiot--SavartSavart � Define-se um elemento diferencial de corrente como a pequena seção de um condutor filamentar, onde o condutor filamentar é o caso limite de um condutor cilíndrico de seção reta circular quando o raio tende a zero, e supõe-se a corrente I fluindo em um elemento diferencial de comprimento orientado do filamento, dL. � A lei experimental de Biot-Savart (Jean Baptiste Biot e Felix Savart), baseada nas observações de torque induzido em agulhas magnéticas (semelhante à da bússola) estabelece que, em qualquer ponto P, a intensidade do campo magnético produzido por um elemento diferencial é proporcional ao produto da corrente pela magnitude do comprimento diferencial e pelo seno do ângulo que liga o filamento e a linha que conecta o filamento ao ponto P, onde o campo é desejado. © Aldário Bordonalli 2 Quadro 7 A lei experimental de A lei experimental de BiotBiot--SavartSavart � A intensidade do campo magnético é inversamente proporcional ao quadrado da distância do elemento diferencial ao ponto P. � A direção da intensidade do campo magnético é normal no plano que contém o filamento diferencial e a linha traçada do filamento ao ponto P. � De duas normais possíveis, aquela que deve ser escolhida é a que estiver na direção dada pela regra da mão direita aplicada de dL para a linha que a liga com o filamento até P. � Usando unidades racionalizadas do sistema internacional, a constante de proporcionalidade é 1/4pi. 24 ˆ R aLIdHd R pi × = r r Quadro 8 Unidades e comentáriosUnidades e comentários � As unidades da intensidade de campo magnético H são evidentemente ampère por metro (A/m). � A lei de Biot-Savart é algumas vezes chamada de lei de Ampère para o elemento de corrente, mas mantém-se o primeiro nome por causa da possível confusão com a lei circuital de Ampère, estudada mais tarde. � Em alguns aspectos, a lei de Biot-Savart lembra a lei de Coulomb escrita para um elemento diferencial de cargas. � Ambas mostram uma lei de inverso de quadrados na dependência da distância e ambas mostram uma relação linear entre a fonte e o campo → a principal diferença aparece na direção do campo. Quadro 9 Corrente em circuito fechado � É impossível testar-se experimentalmente a Lei de Biot-Savart uma vez que o elemento diferencial de corrente não pode ser isolado. � Desta forma, restringem-se as considerações apenas à correntes constantes, para as quais a densidade de carga não é função de tempo. � Assim, da equação da continuidade, pode-se chegar a: � Isto pode ser interpretado como a corrente total que atravessa qualquer superfície fechada é zero, e esta condição pode ser satisfeita somente pela consideração de um fluxo de corrente em um percurso fechado. � É esta corrente fluindo de um circuito fechado que deve ser nossa fonte de experiência e não o elemento diferencial. ( ) 0 0 =⋅=⋅∇ =⋅∇→ ∂ ∂ −=⋅∇ ∫∫ S volume v SdJdvJ J t J rrrr rrrr ρ Quadro 10 Densidade superficial de corrente � Portanto, apenas a forma integral da Lei de Biot-Savart pode ser verificada experimentalmente, ou seja: � A lei de Biot-Savart pode também ser expressa em termos de fontes distribuídas, como densidade de corrente J, e densidade superficial de corrente K. � A corrente da superfície flui em uma camada de espessura infinitesimal, e a densidade de corrente J, medida em ampères por metro quadrado, é então infinita. � A densidade de corrente superficial é, contudo, medida em ampères por metro e designada por K. � Se a densidade de corrente superficial for uniforme, a corrente total I, em uma largura b, é: ∫ × = 24 ˆ R aLIdH R pi r r KbI = Quadro 11 Continuando ... � A largura b é medida perpendicularmente à direção na qual a corrente está fluindo, como na figura ao lado � Para uma densidade de corrente superficial não uniforme, a integração é necessária e: � Acima, dn é o elemento diferencial de caminho atravessado pela corrente que está fluindo. ∫= KdnI Quadro 12 Alternativamente ... � Assim, o elemento diferencial de corrente I dL, onde dL está na direção da corrente, pode ser expresso em termos de densidade superficial de corrente K ou de densidade de corrente J: � Conseqüentemente, podem-se escrever formas alternativas da Lei de Biot-Savart: ∫∫ × = × = volume R S R dv R aJHdS R aKH 22 4 ˆ 4 ˆ pipi r r r r dvJdSKLId rrr == © Aldário Bordonalli 3 Quadro 13 Aplicação de Biot-Savart � A aplicação da lei de Biot-Savart pode ser ilustrada considerando um filamento infinitamente longo. � Utiliza-se a forma diferencial da lei em primeiro lugar e, então, a integração é desempenhada. � A figura ao lado serve como referência. � Como no caso da eletrostática, deve-se reconhecer a simetria deste campo. � Não há variação com z nem com φ. � O ponto 2, onde o campo deve ser determinado,está em z = 0, e o vetor unitário aR12 é encontrado a partir de: 2212 ˆˆ ˆˆˆ z aza aazaR zRz + − =→−= ρ ρρ ρρ r Quadro 14 Campo magnético no ponto 2 � Como o filamento onde a corrente constante I passa encontra-se sobre o eixo z, pode-se escrever que: � Então: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )∫∫ ∞+ ∞− ∞+ ∞− + = + −× = + −× = × = 232223222 23222 12 12 2 ˆ 44 ˆˆˆ 4 ˆˆˆ 4 ˆ z adzI z azaaIdz H z azaaIdz R aLIdHd zz zzR ρ ρ piρpi ρ ρpi ρ pi φρ ρ r r r zadzLd ˆ= r Quadro 15 Finalizando ... � Finalizando, pode-se resolver a integral anterior de maneira que: ( ) ( ) φ φφ piρ ρρpi ρ ρpi ρ a IH z zaI z dzaIH ˆ 2 4 ˆ 4 ˆ 2 2122223222 =∴ + = + = +∞ ∞− ∞+ ∞− ∫ r r � A intensidade do campo não é uma função de φ ou de z e varia inversamente com a distância ao filamento. � A direção da intensidade do campo magnético é circunferencial (I para dentro). � As linhas de fluxo são então círculos em torno do filamento, como na figura ao lado. Quadro 16 ComentáriosComentários � A separação das linhas de fluxo é proporcional ao raio ou inversamente proporcional à magnitude de H. � A comparação da figura anterior com o esboço do campo elétrico de uma linha infinita de cargas mostra que as linhas de fluxo do campo magnético correspondem exatamente às eqüipotenciais do campo elétrico, e a família de linhas (não desenhadas) perpendiculares ao campo magnético, correspondem às linhas de fluxo do campo elétrico. � Esta correspondência não é acidental, pois existem vários outros conceitos que devem ser ensinados antes da analogia entre campo elétrico e campo magnético poder ser explorada mais profundamente. Quadro 17 Mais sobre a analogiaMais sobre a analogia � Usar-se a lei de Biot-Savart para encontrar H é, em muitos aspectos, similar a se usar a lei de Coulomb para encontrar E. � Cada uma requer a determinação de um integrando um pouco complicado, contendo quantidades vetoriais, seguido por uma integração. � Quando se trabalha com a lei de Coulomb, resolve-se um certo número de exemplos, incluindo o campo de uma carga pontual, de uma linha de cargas e de uma superfície de cargas. � A lei de Biot-Savart pode ser usada para resolver problemas análogos em campos magnéticos e alguns destes problemas irão aparecer ao longo deste desenvolvimento. Quadro 18 Resultado Resultado útiliútili � Um resultado útil, deixado como exercício, é aquele do campo de um elemento de corrente de comprimento finito, como mostrado na figura ao lado. � Fica claro que o campo magnético H é mais facilmente expresso em termos dos ângulos α1 e α2 como: � O resultado acima pode ser útil para se encontrar a intensidade do campo magnético causado por filamentos de corrente arranjados em uma seqüência de seguimentos de linha reta. ( ) ( )[ ] φααpiρ a IH ˆsinsin 2 122 −= r © Aldário Bordonalli 4 Quadro 19 Exemplo 1 Uma corrente de 11,6 A está fluindo na direção az em um filamento (situado no vácuo) que é paralelo ao eixo z e que passa pelo ponto (2, -4, 0). Encontre H no ponto (0, 1, 0) se o filamento se estende no intervalo: (a) -∞ < z < + ∞; (b) 0 < z < + ∞; (c) -3 < z < 3. (a) Deve-se, primeiramente, posicionar o filamento de maneira adequada em relação ao sistema de coordenadas. x y z 1 2 P-4 Quadro 20 Exemplo 1 (cont.) z zyx R zyx zyxy adzLd z azaa a azaarrR azaarar ˆ 52 ˆˆ5ˆ2 ˆ ˆˆ5ˆ2 ˆˆ4ˆ2ˆ 222 = ++ −+− = −+−=′−= +−=′= r rrr rr Para o primeiro caso, basta desenvolver o problema considerando o deslocamento do filamento em relação ao eixo z, o que sugere uma mudança de coordenadas para cartesianas: x y z 1 2 P -4 dL r’ r R Quadro 21 Exemplo 1 (cont.) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) mA/mˆ39,4ˆ98,10 29 ˆ2ˆ5 22929 ˆ2ˆ5 4 29 ˆ2ˆ5 4294 ˆ2ˆ5 524 ˆˆ5ˆ2ˆ 4 ˆ 22122 232232 232222 yxP yxyx P yxyx P zyxzR P aaH aaI z zaaIH z dzaaI z aaIdz H z azaaaIdz R aLIdHd −−= −− = + −− = + −− = + −− = ++ −+−× = × = ∞+ ∞− ∞+ ∞− ∞+ ∞− ∫∫ r r r r r pipi pipi pipi Desta forma, pode-se escrever que: Quadro 22 Exemplo 1 (cont.) ( ) ( ) ( ) mA/mˆ20,2ˆ49,5 29 ˆ2ˆ5 42929 ˆ2ˆ5 4 2 0 2122 yxP yxyx P aaH aaI z zaaIH −−= −− = + −− = +∞ r r pipi (b) Para esta região, basta considerar os extremos de integração na faixa proposta. Portanto: (c) Da mesma maneira: ( ) ( ) ( ) ( )[ ] mA/mˆ14,2ˆ34,5 487,0487,0 29 ˆ2ˆ5 42929 ˆ2ˆ5 4 2 3 3 2122 yxP yxyx P aaH aaI z zaaIH −−= −− −− = + −− = + − r r pipi Quadro 23 Semelhança com a eletrostática � Depois de resolver um certo número de problemas eletrostáticos simples com a lei de Coulomb, observou-se que os problemas podiam ser resolvidos muito mais facilmente usando-se a lei de Gauss, se um alto grau de simetria estivesse presente → mais uma vez, um procedimento análogo existe para os campos magnéticos. � Aqui, a lei que ajuda a resolver problemas mais facilmente é a chamada lei circuital de Ampère, algumas vezes chamada de lei de Ampère, que pode ser derivada da lei de Biot-Savart (a derivação é deixada para mais tarde). � Pode-se aceitar a lei circuital de Ampère temporariamente como uma lei passível de prova experimental. � Seu uso também necessitará de cuidadosa consideração da simetria do problema para se determinar quais variáveis e componentes estão presentes. Quadro 24 Lei Circuital de Ampère ILdH =⋅∫ rr � A lei circuital de Ampère estabelece que a integral de linha de H em qualquer percurso fechado é exatamente igual à corrente contida no percurso. � Matematicamente, pode-se escrever que: � Define-se como corrente positiva aquela que flui no sentido do avanço de um parafuso, na direção em que o caminho fechado é percorrido. © Aldário Bordonalli 5 Quadro 25 ComentáriosComentários � Para o condutor de seção circular da figura anterior, que tem uma corrente constante I passando por ele, a integral de linha de H nos percursos fechados a e b resultam na resposta de I. � A integral em um percurso c, que passa através do condutor, dá uma resposta menor que I e exatamente igual àquela porção da corrente total que é “enlaçada” pelo percurso c. � Embora os caminhos a e b dêem a mesma resposta, os integrandos são, claro, diferentes → a integral de linha exige a multiplicação da componente de H ao longo do percurso por um incremento do percurso e em cada ponto do mesmo, repetindo-se o procedimento ao longo do caminho para cada novo pedaço incremental até se percorrer todo o caminho. � Como H variará, em geral, de um ponto para outro e como os percursos a e b não são os mesmos, as contribuições à integral podem, a cada incremento do caminho, ser bem diferentes → somente as respostas finais são as mesmas!!! Quadro 26 Corrente envolvida por percursoCorrente envolvida por percurso � O que significa a expressão "corrente envolvida por um percurso“? � Suponha que uma correia de borracha, usada para representar um percurso fechado, envolva um fio → deformar a correia, torcendo-a e/ou entortando-a, pode proporcionar percursos bem estranhos, mas, se nem a correia de borracha e nem o condutor forem quebrados, a corrente envolvida pelo percurso é a que flui pelo fio. � Para tentar generalizar aindamais a idéia, suponha, agora, que a correia de borracha é substituída por um anel circular metálico, sobre o qual é esticada uma película de borracha → o anel forma um percurso fechado, e a corrente que flui pelo fio deve atravessar a superfície da película para a corrente ser envolvida pelo percurso. � Mais uma vez, pode-se torcer o anel e/ou deformar a película → porém, como um único condutor em que flui corrente atravessa a película apenas uma vez, tem-se que a corrente total é aquela envolvida pelo percurso. � Atenção: se o fio passar pelo anel e película uma segunda vez, a corrente total envolvida pelo percurso é a soma algébrica, que é zero. Quadro 27 Generalizando ...Generalizando ... � Em linguagem mais geral, dado um percurso fechado, caracteriza-se este percurso como o perímetro de um número infinito de possíveis superfícies abertas. � Qualquer corrente em um condutor envolvido por um percurso fechado deve passar através de uma destas superfícies uma única vez. � Evidentemente, algumas das superfícies podem ser escolhidas de modo que o condutor as atravesse duas vezes em uma direção e uma vez em direção contrária, mas a corrente total é ainda a mesma. � Portanto, bom senso na escolha do percurso fechado é importante → usualmente, deve-se optar por um percurso simples que possa ser desenhado num plano → a superfície mais simples é, então, a porção do plano envolvida pelo percurso, reduzindo-se o problema à tarefa de encontrar a corrente total que passa através deste plano. Quadro 28 Campo magnético de filamento infinitoCampo magnético de filamento infinito � A aplicação da lei de Gauss implica na determinação da carga total envolvida por uma superfície fechada → a aplicação da lei circuital de Ampère implica na determinação da corrente total envolvida por um percurso fechado!!! � Pode-se, agora, voltar ao problema de se determinar a intensidade do campo magnético produzida por filamento infinitamente longo pelo qual flui uma corrente I. � O filamento pertence ao eixo z e a corrente flui na direção dada por az. � Primeiro, por inspeção, a simetria mostra que não há variação com z ou com φ. � Considere, a seguir, as componentes de H que estão presentes pelo uso da Lei de Biot-Savart. � Sem usar diretamente o produto vetorial, pode-se dizer que a direção de dH é perpendicular ao plano que contém dL e R e, portanto, é na direção aφφφφ. � Por isso, a única componente de H é Hφ e ela é função somente de ρ. x y z P dL I R Quadro 29 Matematicamente ... � Deve-se escolher um percurso que, em qualquer porção, H seja perpendicular ou tangencial e ao longo do qual H seja constante. � O primeiro requisito (perpendicularidade ou tangência) permite substituir o produto escalar da lei circuital de Ampère pelo produto de magnitudes escalares, exceto ao longo da porção do percurso em que H é normal ao percurso e o produto escalar é 0. � A segunda exigência (constância) permite remover o campo magnético do sinal de integração. � A integração referida é usualmente comum e consiste em encontrar o tamanho da porção do percurso ao qual H é paralelo. � No exemplo, o percurso deve ser um círculo de raio ρ e, então, como anteriormente: piρ piρφρ φφ pi φ 2 2 2 0 IHIHdHLdH =→===⋅ ∫∫ rr x y z dL I ρ Cuidado com o dL!!!! Quadro 30 Linha de transmissão coaxialLinha de transmissão coaxial � Considere, agora, uma linha de transmissão coaxial com corrente total I uniformemente distribuída no condutor central e -I no condutor externo → a simetria mostra que H não é função de φ ou z. � Para determinar as componentes presentes, pode-se usar o resultado do exemplo anterior e considerar os condutores como constituídos por um grande número de filamentos. � Nenhum filamento fornece uma componente z para H. � A componente Hρ em φ = 0° produzida por um filamento localizado em ρ = ρ1, φ = φ1, é cancelada pela componente Hρ produzida pelo filamento simétrico em ρ = ρ1, φ = -φ1. � Mais uma vez, chega-se a apenas uma componente Hφ que é função somente de ρ. © Aldário Bordonalli 6 Quadro 31 Para as diferentes regiões ... � Portanto, um percurso circular de raio ρ, onde ρ é maior que o raio do condutor interno e menor que o raio interno do condutor externo, conduz imediatamente a: � Se ρ é menor que o raio do condutor interno, a densidade de corrente é constante e a corrente envolvida fica: � Se o raio ρ for maior que o raio externo do condutor externo, não há corrente envolvida (I e -I se cancelam) e: ( )baIH <<= ρ piρφ 2 ( )a a IHI a I en <=→= ρ pi ρ piρpi φ 222 2 ( )cH >= ρφ 0 Quadro 32 Para as diferentes regiões ... � Se o percurso circular de raio ρ se encontra no interior do condutor externo, tem-se que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )cbbc cIH bc bIIH bc bII b I bc I en en << − − = − − −= − − =→ − = − ρρ piρ ρ piρ ρ ρpipi φ φ 22 22 22 22 22 22 2222 2 2 Quadro 33 O problema do coaxialO problema do coaxial � A variação da intensidade do campo magnético com o raio está mostrada ao lado, para um cabo coaxial no qual b = 3a e c = 4a. � Deve notar-se que a intensidade de campo magnético H é contínua em todas as fronteiras condutoras. � Em outras palavras, um pequeno acréscimo no raio de um percurso fechado não implica o enlaçamento de uma corrente muito diferente. � O valor de Hφ não mostra bruscas variações. � O campo externo é zero, o que resulta da igualdade entre as correntes positiva e negativa envolvidas pelo caminho. � Cada uma produz um campo externo cuja intensidade é I/2piρ, ocorrendo, assim, um completo cancelamento. � Este é um outro exemplo de blindagem, pois, um cabo coaxial, mesmo que leve correntes altas, não produzirá qualquer efeito sensível num circuito adjacente. Quadro 34 Corrente superficialCorrente superficial � Como outro exemplo, considere uma camada em que flui uma corrente superficial na direção positiva de y, no plano localizado em z = 0. � Pode-se assumir que o retorno de corrente esteja uniformemente dividido em duas superfícies distantes, uma em cada lado da que se está considerando. � A superfície de densidade de corrente uniforme K = Kyay está mostrada. � Sob estas condições, H não pode variar com x nem com y. Quadro 35 Par de FilamentosPar de Filamentos � Se a camada for subdividida em um certo número de filamentos, é evidente que nenhum filamento pode produzir uma componente Hy. � Além disso, a lei de Biot-Savart mostra que as contribuições para Hz, produzidas por um par de filamentos localizados simetricamente, se cancelam. Caminho fechado Quadro 36 � Se o percurso for, agora, formado pelos segmentos 3 - 3’ - 2’ - 2 - 3, a mesma corrente é alcançada e: � Portanto a magnitude de Hx é a mesma para todos os valores positivos de z e, de modo similar, conclui-se que a magnitude de Hx é a mesma para todo z negativo. Continuando ... � Assim, Hz é também zero e somente a componente Hx está presente. � Escolhe-se o percurso composto pelos segmentos 1 - 1’ - 2’ - 2 - 1, levando a: ( ) yxx yxx KHH LKILHLH =− ==+−++ 21 21 00 1323 xxyxx HHKHH =→=− © Aldário Bordonalli 7 Quadro 37 Para as diferentes regiões ... � Por causa da simetria, então, a intensidade de campo magnético em um lado da superfície é o negativo do valor do outro lado: � Considerando an como um vetor unitário normal (externo) à superfície, o resultado pode ser escrito na forma correta para todo z como: � Se uma segunda superfície de corrente fluindo na direção oposta, onde K = -Kyay, écolocada em z = h, o campo na região entre as duas superfícies é dado por: ( ) ( )( ) <−= >= ⇒=−−=− 021 021 21 zKH zKH KHHHH yx yx yxxxx ny aKH ˆ21 ×= rr ( ) ( )hzzH hzaKH n ><= <<×= ,00 0ˆ r rr Quadro 38 ComentáriosComentários � A parte mais difícil da aplicação da lei circuital de Ampère é a determinação das componentes do campo que estão presentes. � O método mais seguro é a aplicação da lógica por trás da lei de Biot-Savart e um conhecimento de campos magnéticos para formas simples. � Apesar de dois exemplos da lei circuital de Ampère terem sido apresentados, é importante estudar ainda distribuições de correntes semelhantes ao que é encontrado em solenóides e toróides. Quadro 39 � Para um solenóide infinitamente longo de raio a e densidade superficial de corrente uniforme Kaaφφφφ, podem-se utilizar os resultados das superfícies paralelas e chega-se a: � Se o solenóide tem um comprimento finito d e consiste de N espiras bem juntas onde flui uma corrente I, então, em pontos bem no interior do solenóide, o campo é dado aproximadamente por: � A aproximação é útil, se não for aplicada a pontos mais próximos que dois raios dos lados abertos (terminais), nem mais perto da superfície do solenóide que duas vezes a separação entre espiras. SolenóideSolenóide ( ) ( )aH aaKH za >= <= ρ ρ 0 ˆ r r zad NIH ˆ= r Quadro 40 ToróideToróide � Para o toróide mostrado ao lado, pode mostrar-se que a intensidade de campo magnético para o caso ideal é: � Para um toróide de N espiras bem juntas, como o mostrado ao lado, onde flui uma corrente I, o campo na região mais central é dado aproximadamente por: ( ) ( )foraH centraldentroaaKH a 0 ,ˆ 0 = − = r r φρ ρ ( ) ( )foraHdentroaNIH 0ˆ 2 == rr φ piρ Quadro 41 Exemplo 2 Determine H em componentes retangulares no ponto P(0; 0,008; 0) para: (a) dois filamentos infinitos de corrente, um de 75 mA no eixo z, sentido -az e o outro de 75 mA em x = 0, y = 0,01, sentido +az; (b) uma linha de transmissão coaxial centrada no eixo z e tendo a = 2 mm, b = 7 mm, c = 9 mm e I = 0,7 A tendo sentido az no condutor central; (c) duas superfícies de corrente com 8ax A/m em y = 3 mm e -2piax A/m em y = 1 cm; (d) um longo solenóide com eixo em x = 1 cm, y = 2 cm, estendendo-se de z = -10 cm até z = 25 cm, diâmetro de 5 cm, número de espiras igual a 3.000 e I = 1 mA no sentido horário quando vista de z = 10 m; (e) um toróide centrado na origem, eixo em x, ρ0 = 1 cm, a = 3 mm, N = 200 e I = 2 mA, sentido ax no raio externo. Quadro 42 Exemplo 2 (cont.) (a) O diagrama abaixo mostra o plano yz, com os dois filamentos infinitos de corrente. Ambos de I = 75 mA e com um no eixo z e sentido -az para a corrente e o outro em x = 0, y = 0,01 m, e corrente no sentido +az. Para se calcular H, pode-se utilizar a superposição dos resultados para os dois filamentos. Por simetria, observa-se que o campo no ponto P terá direção +ax. ( ) ( ) A/mˆ46,7 108,010 1 108,0 1 2 1075 22 222 3 2121 x x x aH H HHH ad IH a IH = ×− + × × = += − == −− − − r pi pipi x y (cm) z d a P I I © Aldário Bordonalli 8 Quadro 43 Exemplo 2 (cont.) (b) O diagrama mostra o plano xy, com o corte transversal do coaxial de a = 2 mm, b = 7 mm, c = 9 mm e I = 0,7 A no sentido az do condutor central. A corrente entra no plano do quadro. Para se calcular H, por simetria, observa-se que o campo no ponto P terá direção -ax. De resultados anteriores, tem-se que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) A/mˆ40,7 107,0109,0 108,0109,0 108,02 7,0 2 2222 2222 2 22 22 x x x aH H bc yc y IH −= ×−× ×−× × = − − = −− −− − r pi piz x y a b P c Quadro 44 Exemplo 2 (cont.) (c) O diagrama mostra o plano xy, onde as duas superfícies de corrente com 8ax A/m em y = 3 mm e -2piax A/m em y = 1 cm são perpendiculares ao plano do quadro. Para se calcular H, pode-se utilizar a superposição dos resultados para duas superfícies. Por simetria, observa-se que as contribuições de campo no ponto P terão direção +az. ( ) A/mˆ14,7 2 28 22 212211 z z zzzzz aH H HHHKHKH = + = +=== r pi z x y P K1 K2 Quadro 45 Exemplo 2 (cont.) (d) O diagrama mostra o plano xy, onde o solenóide com eixo em x = 1 cm, y = 2 cm, estendendo-se de z = -10 cm até z = 25 cm, diâmetro de 5 cm, N = 3000 e I = 1 mA no sentido horário quando visto de z = 10 m. A direção da corrente é como a indicada. Por simetria, observa-se que o campo no ponto P terá direção -az. De resultados anteriores, tem-se que: ( )[ ] A/mˆ57,8 101025 101103 2 33 z z aH d NIH −= ×−− ××× == − − r z x y P I Quadro 46 Exemplo 2 (cont.) (e) O diagrama mostra o plano yz, um toróide centrado na origem, eixo em x, ρ0 = 1 cm, a = 3 mm, N = 200 e I = 2 mA, sentido -az no raio externo. A corrente sai do plano do quadro. Para se calcular H, por simetria, observa-se que o campo no ponto P terá direção -az. De resultados anteriores, tem-se que: A/mˆ96,7 108,02 102200 2 2 3 z z z aH H y NIH −= × ×× = = − − r pi pix z y P ρ0 a I Quadro 47 Mais uma relação de derivadaMais uma relação de derivada � O estudo da Lei de Gauss foi completado aplicando esta lei a um elemento diferencial de volume e introduzindo o conceito de divergência. � Similarmente, a lei circuital de Ampère será aplicada a um percurso diferencial fechado e a terceira e última derivada especial da análise vetorial, o rotacional, será encontrado. � O objetivo imediato é o de obter a forma pontual da lei circuital de Ampère. Quadro 48 Valor de referênciaValor de referência � Mais uma vez, as coordenadas cartesianas são utilizadas e um percurso incremental fechado de lados ∆x e ∆y. � Suponha que uma corrente, ainda não especificada, produza um valor de referência para H no centro do pequeno retângulo: zzyyxx aHaHaHH ˆˆˆ 0000 ++= r © Aldário Bordonalli 9 Quadro 49 Percurso incrementalPercurso incremental � A integral de linha fechada de H neste percurso é, então, aproximadamente a soma de quatro valores de H . ∆∆∆∆L, um em cada lado. � Escolhendo a direção de integração como sendo 1-2-3-4-1, a primeira contribuição é: � O valor de Hy nessa seção do percurso pode ser dado em termos do valor de referência Hy0 no centro do retângulo acrescido da razão de variação de Hy com x à distância ∆x/2 do centro ao ponto médio do lado 1-2: ( ) yHLH y ∆=∆⋅ −− 21,21rr ( ) yx x H HLHx x H HH yy y yy ∆ ∆ ∂ ∂ +≈∆⋅→∆ ∂ ∂ +≈ −− 2 1 2 021021, rr Quadro 50 Finalizando o percurso incrementalFinalizando o percurso incremental � Ao longo da próxima seção do percurso (2-3), pode- se, similarmente, escrever que: � Concluindo-se para os dois segmentos que faltam (3- 4 e 4-1) e somando os resultados, chega-se a: ( ) ( ) ( ) ( ) xy y HHxHLH yx x H HyHLH x xx y yy ∆ ∆ ∂ ∂ −≈∆=∆⋅ ∆ ∆ ∂ ∂ −−≈∆−=∆⋅ −− −− 2 1 2 1 014,14 043,43 rr rr ( ) ( ) xy y HHxHLH xxx ∆ ∆ ∂ ∂ +−≈∆−=∆⋅ −− 2 1 032,32 rr Quadro 51 Relação com Relação com JJ � Somando os resultados para cada setor do percurso, tem-se que: � Pela lei circuital de Ampère, este resultado pode ser igualà corrente envolvida pelo percurso ou a corrente que atravessa a superfície limitada pelo percurso → se a densidade de corrente genérica J é considerada, a corrente envolvida é então ∆I = Jz∆x∆y e: yx y H x H LdH xy ∆∆ ∂ ∂ − ∂ ∂ ≈⋅∫ rr z xy z xy J y H x H yx LdH yxJyx y H x H LdH ≈ ∂ ∂ − ∂ ∂ ≈ ∆∆ ⋅ ∆∆≈∆∆ ∂ ∂ − ∂ ∂ ≈⋅ ∫ ∫ rr rr Quadro 52 No limite ...No limite ... � Quando o percurso tende a zero, a expressão anterior torna-se mais exata e, no limite: � Tendo começado com a lei circuital de Ampère, que iguala a integral de linha de H à corrente envolvida, chega-se, agora, a uma relação que envolve a integral de linha de H em percurso fechado por unidade de área envolvida e a corrente por unidade de área envolvida, isto é, densidade de corrente. � Uma análise similar foi feita ao se passar da forma integral da lei de Gauss, que envolve o fluxo através de uma superfície fechada e a carga envolvida, para a forma pontual, relacionando o fluxo através de uma superfície fechada por unidade de volume envolvido e carga envolvida por unidade de volume, ou densidade volumétrica de carga. � Em cada caso um limite, é necessário para produzir uma igualdade. z xy yx J y H x H yx LdH = ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∆∆ ⋅∫ →∆∆ rr 0, lim Quadro 53 Outros planos coordenadosOutros planos coordenados � Para completar, deve-se considerar o fato de que a expressão anterior contempla apenas o que acontece no plano xy, porém, observa-se que a definição de H0 é geral e componentes de J podem existir também nas direções x e y. � Assim, se percursos fechados forem escolhidos e orientados perpendicularmente a cada uma das duas coordenadas restantes, o processo análogo leva a expressões para as componentes x e y da densidade de corrente: � Portanto, cada componente da densidade de corrente é dada pelo limite do quociente da integral de linha fechada de H em um pequeno percurso no plano perpendicular a esta componente, pela área envolvida quando o percurso tende a zero. y zx zx x yz yz J x H z H zx LdH J z H y H yz LdH = ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∆∆ ⋅ = ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∆∆ ⋅ ∫ ∫ →∆∆ →∆∆ rr rr 0, 0, lim lim Quadro 54 RotacionalRotacional � O limite referido anteriormente é aplicado em outros campos da ciência e há muito tempo recebeu o nome de rotacional (curl). � O rotacional de qualquer vetor é um vetor e qualquer componente do rotacional é dada pelo limite do quociente da integral de linha fechada do vetor, em um pequeno percurso do plano normal àquela componente desejada, pela área envolvida, quando o percurso tende a zero. � Deve notar-se que a definição acima não se refere especificamente a um sistema particular de coordenadas. © Aldário Bordonalli 10 Quadro 55 Matematicamente, ...Matematicamente, ... � A forma matemática da definição é: � Acima, ∆Sn é a área envolvida pela integral de linha fechada e n, que representa qualquer componente em qualquer sistema de coordenadas, indica que a componente do rotacional é a componente que é normal à superfície envolvida pelo percurso. � Em coordenadas cartesianas, pode-se escrever o rotacional em função de suas componentes como: ( ) n Sn S LdH H n ∆ ⋅ = ∫ →∆ rr r 0 limrot z xy y zx x yz a y H x H a x H z H a z H y HH ˆˆˆrot ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ = r Quadro 56 Ainda, matematicamente, ...Ainda, matematicamente, ... � Este resultado pode ser escrito em termos do operador nabla e na forma de um determinante: � Recapitulando, a componente z do rotacional foi obtida calculando-se a lei circuital de Ampère em um percurso incremental de lados ∆x e ∆y, e as outras duas componentes puderam, então, ser calculadas com a mesma simplicidade escolhendo-se percursos apropriados. � A forma do determinante é um método simples de guardar a expressão do rotacional em coordenadas cartesianas, já que a forma é simétrica e de fácil memorização. � Quanto ao operador nabla, pode-se verificar que o produto vetorial de sua definição com um vetor realmente leva à expressão do rotacional. zyx zyx HHH zyx aaa HH ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =×∇= ˆˆˆ rot rrr Quadro 57 Rotacional e sistemas de coordenadas � Abaixo, seguem o rotacional nos sistemas de coordenadas cartesiano, cilíndrico e esférico, respectivamente: ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( ) φ θ θ φθφ ρφ φ ρ ρ φ θ φθφθ θ θ φρ ρ ρρφρ a H r rH r a r rHH r a HH r H a HH a H z H a z HHH a y H x H a x H z H a z H y HH r r r z zz z xy y zx x yz ˆ 1 ˆ sin 11 ˆ sin sin 1 ˆ 1 ˆˆ 1 ˆˆˆ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ =×∇ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ =×∇ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ =×∇ rr rr rr Quadro 58 CirculaçãoCirculação � Embora o rotacional tenha sido descrito como integral de linha por unidade de área, isto não dá uma visão física satisfatória da natureza da operação, pois a integral de linha em si requer uma interpretação física. � A integral de linha em percurso fechado foi primeiro aplicada ao campo eletrostático onde se viu que a integral de linha em um circuito fechado de E . dL é 0 e a interpretação física, naquela situação, foi deixada de lado. � Recentemente, apresentou-se que a integral de linha de H em percurso fechado é igual a corrente envolvida pelo percurso. � Quaisquer destas duas integrais de linha fechada é também chamada de circulação → a circulação de H, ou a integral de linha fechada de H . dL, é obtida multiplicando-se a componente de H paralela ao percurso especificado a cada ponto ao longo do percurso pelos elementos diferenciais de comprimento, somando-se os resultados, quando os elementos diferenciais tendem a zero e o seu número se torna infinito. Quadro 59 Circulação e rotacionalCirculação e rotacional � Não é necessário um percurso pequeno que tenda a zero → a lei circuital de Ampère diz que, se H possui circulação em um percurso fechado, então a corrente atravessa este percurso. � Na eletrostática, viu-se que a circulação de E é zero em qualquer percurso, conseqüência direta do fato de que não é necessário trabalho para deslocar uma carga em percurso fechado. � Portanto, pode-se descrever o rotacional como circulação por unidade de área. � O percurso fechado é pequeno e tende a zero e o rotacional é definido em um ponto. � O rotacional de E deve ser zero, pois a circulação é zero. � O rotacional de H, contudo, não é zero → a circulação de H por unidade de área é a densidade de corrente a partir da lei circuital de Ampère. Quadro 60 Exemplo para o rotacionalExemplo para o rotacional � Como exemplo do cálculo do rotacional de H, partindo-se da definição e do cálculo de uma outra integral de linha, suponha que H = 0,2z2 ax, para z > 0, e H = 0 no restante, como mostra a figura ao lado. � Para um percurso quadrado de lado d, centradoem (0, 0, z1), em y = 0, onde z1 > (1/2)d, calcula-se a integral de linha de H ao longo de quatro segmentos começando pelo de cima: [ ] [ ] 212121 4,0022,0022,0 dzddzddzLdH =+−−++=⋅∫ rr © Aldário Bordonalli 11 Quadro 61 Exemplo para o rotacional 2Exemplo para o rotacional 2 � No limite, quando a área em questão (d2) tende a zero, encontra-se que: � Pode-se observar que as outras componentes serão zero, de maneira que: ( ) 12 21020 4,04,0limlim zd dzd LdH H ddy == ⋅ =×∇ →→ ∫ rr rr yazH ˆ4,0 1=×∇ rr Quadro 62 Exemplo para o rotacional 3Exemplo para o rotacional 3 � Para se calcular o rotacional sem tentar ilustrar a definição nem o cálculo de uma integral, simplesmente, toma-se a derivada parcial indicada pelo determinante: � O resultado acima concorda com o anterior quando se calcula o rotacional no ponto z = z1. ( ) yy zyx azaz z z zyx aaa H ˆ4,0ˆ2,0 002,0 ˆˆˆ 2 2 = ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =×∇ rr yazH ˆ4,0 1=×∇ rr Quadro 63 ConcluindoConcluindo--se para o rotacionalse para o rotacional � Para completar o exame original da aplicação da lei circuital de Ampère a um percurso diferencial, combinando os resultados anteriores, chega-se a forma pontual (ou local) da lei circuital de Ampère, que é a segunda das quatro equações de Maxwell aplicada a condições estáticas: � A esta altura, pode-se, também, escrever a terceira destas equações, que é a forma pontual para a integral de linha fechada de E . dL igual a zero, ou seja: JH rrr =×∇ 0=×∇ E rr Quadro 64 Pontual ou integralPontual ou integral � Embora tenha-se dedicado um bom tempo, em princípio, discutindo-se a operação rotacional, a contribuição do assunto aos campos magnéticos não deve ser esquecida. � Da lei circuital de Ampère, derivou-se uma das equações de Maxwell, ∇∇∇∇ x H = J. � Esta última equação deve ser considerada como uma forma pontual da lei circuital de Ampère e aplicada em termos de por unidade de área. � Agora, algum tempo será dedicado ao teorema matemático conhecido como Teorema de Stokes, onde se mostrará que a lei circuital de Ampère pode ser obtida a partir de ∇∇∇∇ x H = J. � Com isto, adquirem-se condições de se obter a forma integral a partir da forma pontual ou a forma pontual a partir da forma integral. Quadro 65 Interpretando o problemaInterpretando o problema � Considere a superfície S da figura ao lado, que está dividida em superfícies incrementais de área ∆S. � Se a definição de rotacional é aplicada a estas superfícies incrementais, obtém-se: � Acima, o índice n indica mais uma vez a normal coerente com a regra da mão direita e o índice em dL∆∆∆∆S que o percurso fechado é o perímetro de uma área incremental ∆S. � Definindo-se um versor normal a ∆S coerente com a regra da mão direita, o resultado acima pode também ser escrito na forma: ( )nS HS LdH rr rr ×∇≈ ∆ ⋅∫ ∆ ( ) ( ) SaHLdHaH S LdH nSn S ∆⋅×∇≈⋅→⋅×∇≈ ∆ ⋅ ∫ ∫ ∆ ∆ ˆˆ rrrrrr rr Quadro 66 Teorema de StokesTeorema de Stokes � Da última equação, pode-se, então, escrever que: � Calculando-se a circulação para todos os ∆S que compõem S e somando os resultado, ocorrem alguns cancelamentos, pois cada lado interior é coberto uma vez numa direção e outra em direção contrária. � Os únicos contornos em que o cancelamento não pode ocorrer formam a fronteira mais externa, o percurso que envolve S. � Portanto, tomando dL apenas no perímetro de S, pode-se escrever que: ( ) ( ) SHLdH SaHLdH S nS rrrrr rrrr ∆⋅×∇≈⋅ ∆⋅×∇≈⋅ ∫ ∫ ∆ ∆ ˆ ( )∫∫ ⋅×∇≡⋅ S SdHLdH rrrrr © Aldário Bordonalli 12 Quadro 67 Exemplo 3 Considere a porção de uma esfera, como mostrada na figura ao lado. Verifique a validade do teorema de Stokes, sabendo que a superfície é definida por r = 4, 0 ≤ θ ≤ 0,1pi, 0 ≤ φ ≤ 0,3pi, e que o caminho fechado que constitui o perímetro é composto por três arcos de circunferência. Para este caso, assumir que: ( ) ( ) ( ) φφθφ ararH r ˆcossin18ˆsin6 +=r Quadro 68 Exemplo 3 (cont.) Antes de mais nada, devem-se definir os arcos do percurso fechado a partir da figura. - O primeiro arco é dado por r = 4, 0 ≤ θ ≤ 0,1pi, φ = 0; - O segundo arco é dado por r = 4, θ = 0,1pi, 0 ≤ φ ≤ 0,3pi; - O terceiro arco é dado por r = 4, 0 ≤ θ ≤ 0,1pi, φ = 0,3pi. O elemento diferencial de caminho dL é a soma vetorial dos três elementos diferenciais de comprimento em coordenadas esféricas: ( ) φθ φθθ adrardadrLd r ˆsinˆˆ ++=r Quadro 69 Exemplo 3 (cont.) Para o elemento diferencial de caminho dL, o termo em ar pode ser desconsiderado nos três segmentos do caminho, pois r é fixo e igual a 4 (dr = 0). O segundo termo é zero no segmento 2, pois θ é constante, e o terceiro é nulo nos segmentos 1 e 3, de maneira que: ( ) ∫∫∫∫ ++=⋅ 321 sin θφθθ θφθ rdHdrHrdHLdH rr ( ) ( ) ( )[ ] ( ) A2,22 sincossin18sin 3,0 0 1,0,42 =⋅ ==⋅ ∫ ∫∫∫ == LdH drrdrHLdH r rr rr pi piθφ φθφθφθ No entanto, não existe componente θ para H e, então: Quadro 70 ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( ) cqdA2,22 sincoscos36 3,0 0 4 2 1,0 0 =⋅×∇ =⋅×∇ ∫ ∫ ∫∫ = S rS SdH ddrSdH rrr rrr pi pi φθθφθ ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) θ θ φφ φθ θ φφθ φθθ θ θ aaH a r rHH r a H r H r r r ˆcossin36 sin cos6ˆcoscos36 ˆ sin 11 ˆ sin sin 1 −+=×∇ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ =×∇ rr rr Exemplo 3 (cont.) Para operar o segundo membro do teorema de Stokes, deve-se, primeiramente, calcular o rotacional H, já se considerando a sua definição: Desde que dS = r 2sin(θ)dθdφ ar, a integral de superfície fica: Quadro 71 Ficou fácil ...Ficou fácil ... � Assim sendo, os resultados do Exemplo 3 verificam o teorema de Stokes, bem como se pode ver que uma corrente de 22,2 A está fluindo no sentido ascendente através da calota esférica. � Agora é muito fácil obter-se a lei circuital de Ampère de ∇∇∇∇ x H = J, pois se deve apenas multiplicar escalarmente cada lado por dS, integrar cada lado na mesma superfície (aberta) S e, então, pela aplicação do Teorema de Stokes, obter: � Esta pequena derivação mostra claramente que a corrente I, descrita como sendo a envolvida por um percurso fechado, é também a corrente que atravessa qualquer uma das infinitamente numerosas superfícies que têm o mesmo percurso fechado como perímetro. ( ) ILdHSdJSdH SS =⋅→⋅=⋅×∇ ∫∫∫ rrrrrrr Quadro 72 Outra identidade vetorialOutra identidade vetorial � O Teorema de Stokes relaciona a integral de superfície a uma integral de linha fechada enquanto que o teorema da divergência relaciona a integral de volume a uma integral de superfície fechada. � Os dois teoremas encontram sua maior aplicação em demonstrações generalizadas no cálculo vetorial. � Para apresentar uma nova identidade vetorial, assume-se que A representa um campo vetorial qualquer e que, sendo T um escalar: � Utilizando-se os teoremas de Stokes e da divergência, a idéia, agora, é demonstrar que T = 0!! TA =×∇⋅∇ rrr © Aldário Bordonalli 13 Quadro 73 Primeiro, o teorema da divergênciaPrimeiro, o teorema da divergência � Multiplicando-se ambos os membros por um incremento de volume e integrando através de qualquer volume, fica-se com: � Aplicando-se, primeiro, o teorema da divergência ao lado esquerdo, obtém-se: � O lado esquerdo é a integral de superfície do rotacional de A em uma superfície fechada que envolve o volume v. � Recapitulando, o teorema de Stokes relaciona a integral de superfície do rotacional de A em uma superfície aberta envolvida por um percurso fechadodado. ( ) ∫∫ =×∇⋅∇ volvol TdvdvArrr ( ) ∫∫ =⋅×∇ volS TdvSdA rrr Quadro 74 Percurso fechado e superfície fechadaPercurso fechado e superfície fechada � Se o percurso fechado é considerado como sendo a abertura de um saco e a superfície aberta como sendo a superfície do saco em si, observa-se que, à medida que gradualmente se fecha a superfície, puxando os cadarços da boca do saco, o caminho fechado torna-se menor e finalmente desaparece quando a superfície se torna fechada. � Por isso, a aplicação do Teorema de Stokes a uma superfície fechada produz um resultado zero, e, assim: � Portanto: 00 =→=∫ TTdvvol 0=×∇⋅∇ A rrr Quadro 75 UtilizandoUtilizando--se a nova identidadese a nova identidade � A identidade apresentada na equação anterior pode ser imediatamente aplicada a campos magnéticos invariantes no tempo para os quais: � O resultado acima é justamente o que se obtém da equação da continuidade quando não há variação de densidade volumétrica de carga com o tempo, exatamente o que se está assumindo em magnetostática (corrente constante)!!! ( ) 0 0 =⋅∇ ∴ ⋅∇==×∇⋅∇ =×∇ J JH JH rr rrrrr rrr Quadro 76 Densidade de fluxo magnéticoDensidade de fluxo magnético � A paritr de agora, pode-se definir uma nova grandeza, a densidade de fluxo magnético B no espaço livre (vácuo) por: � B é medido em weber por metro quadrado (Wb/m2), equivalente a outra unidade do Sistema Internacional de Unidades, o tesla (T). � A constante µ0, a permeabilidade do vácuo, não é adimensional e tem o valor definido para o vácuo em henry por metro (H/m): � Como H é medido em ampères por metro, o weber é dimensionalmente igual ao produto de henry e ampere. � Considerando-se o henry como nova unidade, o weber é meramente uma abreviatura conveniente do produto de henry por ampère. � Quando os campos variáveis do tempo forem introduzidos, será mostrado que weber é também equivalente ao produto de volt e segundo. ( )vácuoHB rr 0µ= H/m104 70 −×= piµ Quadro 77 Fluxo magnéticoFluxo magnético � O vetor densidade de fluxo magnético B, como o nome sugere, é um membro da família de campos vetoriais do tipo densidade de fluxo. � Uma das possíveis analogias entre campos magnéticos e elétricos compara as leis de Biot-Savart e Coulomb, estabelecendo assim uma analogia entre H e E. � As relações B = µ0H e D = ε0E servem, então, para relacionar B e D. � Se B é medido em weber por metro quadrado, então o fluxo magnético deve ser medido em weber. � Representando o fluxo magnético por Φ e definindo Φ como um fluxo que atravessa qualquer área especificada: Wb∫ ⋅=Φ S SdB rr Quadro 78 Lei de Gauss para o campo magnéticoLei de Gauss para o campo magnético � Para continuar a analogia, deve-se lembrar, agora, do fluxo elétrico Ψ, medido em coulombs, e da Lei de Gauss, que estabelece que o fluxo total que atravessa qualquer superfície fechada é igual à carga envolvida: � A carga Q é a fonte das linhas de fluxo elétrico e estas linhas começam e terminam em cargas positivas e negativas, respectivamente, porém, nunca foram descobertas fontes como estas para as linhas de campo magnético. � No exemplo de um filamento retilíneo infinitamente longo com uma corrente constante I, o campo H é formado de círculos concêntricos com o fIlamento. � Como B = µ0H , o campo B é da mesma forma e as linhas de fluxo magnético são fechadas e não terminam em uma "carga magnética". � Por esta razão, a lei de Gauss para o campo magnético e a aplicação do teorema da divergência levam a: QSdD S =⋅=Ψ ∫ rr 00 =⋅∇→=⋅∫ BSdBS rrrr © Aldário Bordonalli 14 Quadro 79 Equações de Maxwell (pontual)Equações de Maxwell (pontual) � A última equação é também a última das quatro equações de Maxwell aplicadas ao campo eletrostático e magnetostático. � Agrupando estas equações, têm-se então para campos eletrostáticos e magnetostáticos: � A estas equações, podem-se adicionar duas expressões relacionando D a E e B a H no espaço livre, além da definição do potencial eletrostático: JHE BD v rrrrr rrrr =×∇=×∇ =⋅∇=⋅∇ 0 0ρ VEHBED ∇−=== rrrrrr 00 µε Quadro 80 Equações de Maxwell (integral)Equações de Maxwell (integral) � Em relação ao que foi visto em eletrostática, fica faltando uma definição de potencial para o campo magnetostático, o que será feito na seqüência. � Além disto, o estudo de campos elétricos foi estendido de modo a incluir materiais condutores e elétricos e o vetor polarização P foi introduzido → tratamento similar será dado aos campos magnéticos mais tarde. � As quatro equações integrais que se aplicam a campos eletrostáticos e campos magnetostáticos são: ∫∫∫ ∫∫∫ ⋅==⋅=⋅ =⋅==⋅ S Svol vS SdJILdHLdE SdBdvQSdD rrrrrr rrrr 0 0 . ρ Quadro 81 ComentáriosComentários � O estudo de campo elétrico e de campo magnético teria sido muito mais simples se ou o conjunto de equações pontual ou integral pudesse ter sido utilizado desde o princípio. � Com um bom conhecimento de análise vetorial, como o que se deve ter adquirido até agora, qualquer dos conjuntos pode ser facilmente obtido a partir do outro, aplicando-se o teorema da divergência ou o teorema de Stokes. � As várias leis experimentais poderiam ter sido obtidas facilmente destas equações. Quadro 82 Exemplo 4 Determinar o fluxo entre os condutores da linha coaxial mostrada na figura ao lado. ( )baIH <<= ρ piρφ 2 r A intensidade de campo magnético entre os condutores é dada por: φ piρ µµ aIHB ˆ 2 0 0 == rr Portanto: Quadro 83 Exemplo 4 (cont.) O fluxo magnético contido entre os condutores de comprimento L é o fluxo que atravessa qualquer plano radial, estendendo-se de ρ = a até ρ = b e de, por exemplo, z = 0 até z = L. =Φ =Φ ⋅ =⋅=Φ ∫ ∫ ∫ ∫∫ a bIL dzdI adzdaISdB L b a L b a S ln 2 2 ˆˆ 2 0 0 0 0 0 pi µ ρ ρ pi µ ρ piρ µ φφ rr Esta expressão será usada mais tarde para se obter a indutância de uma linha de transmissão coaxial. Quadro 84 Exemplo 5 Uma linha coaxial de alta potência é resfriada com água, que passa não só por um orifício dentro do condutor interno como também por fora do condutor externo. Os raios do condutor interno são iguais a a = 5 e b = 7 mm e os do condutor externo a c = 19 e d = 20 mm. Os condutores transportam uma corrente contínua de 2.000 A. Determine o fluxo magnético em 1 m de comprimento: (a) do condutor interno; (b) do espaço entre os condutores; (c) do condutor externo. (a) Para todos os casos, deve-se inicialmente encontrar H e, depois, B. Na seqüência os resultados são utilizados para o cálculo do fluxo magnético. Apenas este item irá conter um novo resultado para H. © Aldário Bordonalli 15 Quadro 85 Exemplo 5 (cont.) Se ρ é menor que o raio externo do condutor interno, a densidade de corrente é uniforme e a corrente envolvida fica: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )22 22 0 022 22 22 22 22 22 2222 22 2 ab aIHB ab aIH ab aIHISdH ab aII a I ab IJ encenc − − ==→ − − = − − =→=⋅ − − =→ − = − = ∫ ρ piρ µµρ piρ ρ piρ ρ ρpipi φφφ φ rr Quadro 86 Exemplo 5 (cont.) Assim: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) µWb8,59 ln 2 1 2 ˆˆ 2 ˆ 2 222 22 0 0 22 22 0 22 22 0 =Φ −− − =Φ ⋅ − − =⋅=Φ − − = ∫ ∫∫ a b aab ab IL adzda ab aISdB a ab aIB L b a S pi µ ρρ piρ µ ρ piρ µ φφ φ rr r Quadro87 Exemplo 5 (cont.) (b) Para o espaço entre os condutores, pode-se utilizar a expressão desenvolvida anteriormente. Assim: µWb399 ln 2 ˆˆ 2 ˆ 2 0 0 0 0 =Φ =Φ ⋅=⋅=Φ = ∫ ∫∫ b cIL adzdaISdB a IB L c b S pi µ ρ piρ µ piρ µ φφ φ rr r Quadro 88 Exemplo 5 (cont.) (b) Para o condutor externo, pode-se também utilizar a expressão de H desenvolvida anteriormente. Assim: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) µWb43,10 2 1ln 2 ˆˆ 2 ˆ 22 2220 0 22 22 0 22 22 0 22 22 =Φ −− =Φ ⋅ − − =⋅=Φ − − =→ − − = ∫ ∫∫ cd c ddIL adzda cd dISdB a cd dIB cd dIH L d c S pi µ ρρ piρ µ ρ piρ µρ piρ φφ φφ rr r Quadro 89 Potencial magnéticoPotencial magnético???? � A solução de problemas de campo eletrostático é bem simplificada pelo uso do potencial escalar eletrostático V. � Embora este potencial possua um significado físico real, matematicamente, ele não é mais que um artifício que permite resolver um problema em menor número de etapas. � Dada uma configuração de cargas, pode-se encontrar o potencial e então, mais tarde, a intensidade de campo elétrico. � A pergunta que surge é se há a possibilidade desta “ajuda” ser estendida para campos magnéticos. Quadro 90 Potencial magnético escalarPotencial magnético escalar � Será que se pode definir uma função potencial que possa ser encontrada a partir de uma distribuição de corrente e da qual os campos magnéticos possam ser facilmente determinados? � Um potencial magnético escalar pode ser definido, analogamente, ao potencial eletrostático? � Na seqüência, será mostrado que a resposta à primeira questão é "sim", mas a segunda deve ser respondida "às vezes". � Inicialmente, considere a última questão e suponha a existência de um potencial magnético escalar designado como Vm e cujo negativo do gradiente dê a intensidade do campo magnético: mVH ∇−= rr © Aldário Bordonalli 16 Quadro 91 Validade limitadaValidade limitada � A escolha do sinal negativo para o gradiente é para se manter uma analogia mais próxima à do potencial elétrico. � Esta definição não deve ser conflitante com os resultados anteriores já obtidos para o campo magnético, e, portanto: � Contudo, o rotacional do gradiente, para qualquer escalar, é identicamente zero, uma identidade vetorial cuja prova é deixada como exercício. � Desta maneira, se H deve ser definido como um gradiente de um potencial escalar magnético, então, a densidade de corrente deve ser zero na região em que o potencial escalar magnético é definido: ( )mVJH ∇−×∇==×∇ rrrrr ( )0se =∇−= JVH m rrr Quadro 92 Equação de Equação de LaplaceLaplace � Como muitos problemas magnéticos envolvem geometrias em que os condutores ocupam uma fração relativamente pequena da região de interesse, é evidente que o potencial escalar magnético pode ser útil. � O potencial escalar magnético é também aplicável ao caso de ímãs permanentes e sua unidade é, obviamente, o ampère. � Este potencial escalar também satisfaz à equação de Laplace, de maneira que, no espaço livre: � Mais tarde, será visto que Vm continua a satisfazer à equação de Laplace em materiais homogêneos magnetizáveis, porém, não satisfaz a equação de Laplace na região em que exista densidade de corrente. ( ) ( )0se0 0 2 00 ==∇∴ =∇−⋅∇=⋅∇=⋅∇ JV VHB m m r rrrrrr µµ Quadro 93 VVmm verusverus VV � Embora o potencial escalar magnético seja investigado mais adequadamente em outra oportunidade, uma diferença entre V e Vm deve ser apontada agora → Vm não é uma função unívoca da posição. � O potencial elétrico V é unívoco → desde que uma referência seja considerada, existe um e somente um valor de V associado a cada ponto do espaço. � Este não é o caso de Vm!!! � Para ilustrar isto, considere o caso da seção reta de uma linha coaxial. Quadro 94 VVmm e a linha coaxiale a linha coaxial � A figura ao lado mostra a seção reta da linha coaxial em questão. � Na região a < ρ < b, J = 0 e se pode estabelecer o potencial escalar magnético. � O valor de H é: � Neste caso, I é a corrente total que flui na direção az no condutor interno. φ piρ a IH ˆ 2 = r Quadro 95 VVmm e a linha coaxial 2e a linha coaxial 2 � Utilizando-se a expressão do gradiente de Vm , pode-se escrever que: � Na equação acima, a constante de integração foi feita igual a zero. ( ) φ pi φ piφ φρpiρ φφ 2 2 1 2 IV IV VVIH m m m m −= −= ∂ ∂ ∂ ∂ −=∇−== r Quadro 96 VVmm e a linha coaxial 3e a linha coaxial 3 � Qual o potencial associado ao ponto P, onde φ = pi/4? � Por exemplo, assumindo-se Vm igual a zero em φ = 0 e percorrendo-se um círculo na direção contrária aos ponteiros do relógio, o potencial magnético torna-se linearmente mais negativo → assim, quando se completa uma circulação a partir de φ = 0, o potencial é -I, porém, este era o ponto onde, no início da análise, assumiu-se o potencial como zero. � Portanto, em P, φ = pi/4, 9pi/4, 17pi/4, ..., ou -7pi/4, -15pi/4, -23pi/4, ..., ou: � A razão para estes múltiplos valores pode ser mostrada por comparação ao caso eletrostático. ( ) ( )K K ,2,1,0 8 1 ,2,1,0 4 12 2 ±±= −= ±±= −= nnIV nn IV mP mP pipi © Aldário Bordonalli 17 Quadro 97 Eletrostático Eletrostático vsvs. . magnetostáticomagnetostático � Para o caso eletrostático, tem-se que: � A integral de linha, independente do percurso, é, portanto: � No caso magnetostático, contudo: � Porém, mesmo se J for zero ao longo do percurso de integração: ∫ =⋅=×∇ 0e0 LdEE rvrr ∫ ⋅= b a ab LdEV rv ( )00 ==×∇ JquesempreH rrr ∫ =⋅ ILdH rr Quadro 98 Eletrostático Eletrostático vsvs. . MagnetostáticoMagnetostático IIII � A cada vez que se completa um percurso em torno da corrente, o resultado da integração é acrescido de I. � Se não há corrente I envolvida pelo percurso, uma função potencial unívoca pode ser definida. � Em geral, contudo, vale que: � Acima, um percurso específico ou um tipo de percurso deve ser selecionado. � Assim, deve-se lembrar que, se o potencial eletrostático V é um campo conservativo, o potencial magnetostático Vm não é um campo conservativo. ( )específicopercurso , ∫ ⋅−= a b abm LdHV rr Quadro 99 Voltando ao problema do coaxialVoltando ao problema do coaxial � Voltando ao problema coaxial, a pluralidade de Vm pode ser matematicamente eliminada se uma chamada barreira em φ = pi for definida. � Com isto, cria-se um plano imaginário onde as trajetórias de integração são escolhidas de forma a não atravessar esse plano. � Com isto, I não é envolvido, e um potencial unívoco pode ser definido, resultando em: ( ) 8 e 2 IVIV mPm −=<<−−= piφpiφ pi Quadro 100 Potencial vetor magnéticoPotencial vetor magnético � Deixando temporariamente o potencial escalar magnético de lado, investiga-se agora um chamado potencial vetor magnético. � Este campo é extremamente útil no estudo da radiação de antenas, de aberturas, e irradiação de linhas de transmissão, guias de ondas e fornos de microondas. � O potencial vetor magnético pode ser usado em regiões em que a densidade de corrente é zero ou diferente de zero e, mais tarde, será estendido aos campos variáveis no tempo. Quadro 101 Potencial vetor magnético 2Potencial vetor magnético 2 � Para a definição deste novo campo, o potencial vetor magnético, em relação às grandezas já apresentadas,parte-se da seguinte relação: � Anteriormente, após a obtenção do teorema de Stokes, a seguinte identidade vetorial foi definida: � Observando-se as duas equações acima e associando-se a densidade de fluxo magnético ao vetor A, tem-se a definição do potencial vetor magnético em weber por metro (Wb/m): 0=⋅∇ B rr 0=×∇⋅∇ A rrr AB rrr ×∇= Quadro 102 Potencial vetor magnético 3Potencial vetor magnético 3 � A relação com H é então dada por: � O rotacional do rotacional de um campo vetorial não é zero e é dado por uma expressão muito complicada, cujo o conhecimento não será necessário no momento. � Em casos específicos, para os quais a forma de A é conhecida, a operação rotacional pode, sem dificuldade, ser aplicada duas vezes para se determinar a densidade de corrente. � OBS.: AJHAH rrrrrrrrr ×∇×∇==×∇×∇= 00 11 µµ ( ) AAA rrrrrrr 2∇−⋅∇∇=×∇×∇ © Aldário Bordonalli 18 Quadro 103 Aplicação para Aplicação para AA � Como visto, a definição de A não é conflitante com nenhum dos resultados anteriores e falta mostrar que esta definição particular pode ajudar a determinar mais facilmente os campos magnéticos. � É importante salientar que não se pode identificar A como uma grandeza facilmente mensurável ou advinda de uma experiência histórica, porém, como uma ferramenta que pode ser útil nos cálculos. � Posteriormente, será mostrado que, de acordo com a Lei de Biot- Savart, a definição de B e a própria definição de A, A pode ser determinado pela diferencial dos elementos de corrente através de: � Os termos na equação acima são os mesmo que os da Lei de Biot- Savart → uma corrente constante I flui ao longo de um condutor filamentar de um comprimento diferencial dL que está a uma distância R do ponto em que A deve ser calculado. ∫= R LIdA pi µ 4 0 r r Quadro 104 Comparação com a eletrostáticaComparação com a eletrostática ∫∫ == R dLV R LIdA l 0 0 44 piε ρ pi µ r r R LIdAd pi µ 4 0 r r = � O fato de A ser um potencial vetor magnético é mais claro quando a expressão anterior é comparada a uma expressão similar para o potencial eletrostático: � Cada expressão é a integral ao longo de uma fonte filamentar, num caso, uma linha de cargas, no outro, uma linha de corrente → cada integrando é inversamente proporcional à distância da fonte ao ponto de interesse e cada um envolve uma característica do meio (neste caso, o vácuo), a permeabilidade ou a permissividade. � A forma diferencial para a nova definição de A é: � Deve-se ressaltar que os campo magnéticos obtidos a partir da equação acima apenas tem significado físico quando a totalidade do percurso fechado no qual a corrente flui seja considerado. Quadro 105 Exemplo 6 Determinar o potencial vetor magnético de um filamento diferencial de corrente, disposto conforme o diagrama abaixo. Quadro 106 Exemplo 6 (cont.) Neste caso, tem-se que: 22 0 22 00 4 4 ˆ 4 ˆ z IdzdA z aIdz R LIdAd adzLd z z z + = + == = ρpi µ ρpi µ pi µ r r r Observar que dA tem a mesma direção de IdL. Cada pequena seção de um condutor percorrido por uma corrente produz uma contribuição para um potencial vetor magnético total que está na mesma direção do fluxo de corrente do condutor. Quadro 107 Exemplo 6 (cont.) Por exemplo, a partir de dA, pode-se encontrar a intensidade de campo magnético tomando-se o rotacional de dA em coordenadas cilíndricas, obtendo-se: ( ) φ φ ρ ρ pi ρµµ a z IdzHd a dAAdHd z ˆ 4 ˆ 11 2322 00 + = ∂ ∂ −=×∇= r rrr A expressão acima pode ser facilmente verificada se o ponto de partida é a lei de Biot-Savart. Quadro 108 Em termos de Em termos de KK e e JJ � As expressões para o potencial vetor magnético A podem ser também obtidas para uma fonte de corrente distribuída. � Para uma densidade superficial de corrente K, o elemento diferencial de corrente e A tornam-se: � No caso de fluxo de corrente através de um volume com a densidade J, tem-se que: � Comparando-se a forma destas integrais com aquelas que levaram ao potencial eletrostático, é evidente que, mais uma vez, uma referência zero para A é o infinito, pois nenhuma corrente finita pode produzir contribuição quando R → ∞. ∫=→= . 0 4vol R dvJAdvJLId pi µ r rrr ∫=→= S R dSKAdSKLId pi µ 4 0 r rrr © Aldário Bordonalli 19 Quadro 109 Derivação das leis � Chegou a agora de se apresentarem provas para as várias relações entre as quantidades relativas ao campo magnetostático. � Todas estas relações podem ser obtidas a partir das definições de H, de B e de A: � Primeiramente, esta análise será iniciada com a última definição de A dada e, a partir dela, chegar-se-á a conclusão que ela obedece as três relações acima. ABHB R aLIdH R rrrrr r r ×∇==×= ∫ 024 ˆ µ pi Quadro 110 Verificando-se A � Suponha que A pode ser expressa conforme apresentado anteriormente: � Primeiro, devem-se adicionar alguns índices para indicar o ponto em que o elemento de corrente está localizado, (x1, y1, z1), e o ponto em que A é dado, (x2, y2, z2). � Para o elemento diferencial de volume dv escreve-se dv1, e, em coordenadas cartesianas, dx1, dy1 e dz1. � As variáveis de integração são x1, y1, e z1, e, usando-se então esses índices: ∫= . 0 4vol R dvJA pi µ r r ∫= . 12 110 2 4 vol R dvJA pi µ r r Quadro 111 Aplicando-se a definição de H � Substituindo-se a última expressão na definição de H, tem-se que: � Na equação acima, há a necessidade de se obter o rotacional de A2, quantidade expressa em termos das variáveis (x2, y2, z2), e o rotacional envolve, portanto, derivadas parciais em relação a x2, y2 e z2 → por esta razão, coloca-se um índice no operador nabla de modo a lembrar das variáveis envolvidas no processo de diferenciação parcial. � A ordem da diferenciação parcial e integração é irrelevante, e µ0/4pi é considerado constante, de forma que: ∫×∇= ×∇ =→ ×∇ == . 12 110 2 00 22 2 00 4 1 vol R dvJAHABH pi µ µµµµ r r rr r rrr r ∫∫ ×∇=×∇= . 1 12 1 2 . 12 11 22 4 1 4 1 volvol dv R J R dvJH r r r rr pipi Quadro 112 Utilizando-se identidade vetorial � O rotacional do produto de um escalar por um vetor é dado por uma identidade que pode ser testada por expansão em coordenadas cartesianas: � Assim: � Acima, o segundo termo do integrando é zero, pois se toma o rotacional em coordenadas 2 de uma função em coordenadas 1 e o primeiro termo do integrando pode ser determinado expressando-se R12 em termos dos valores das coordenadas: ( ) ( )SLSLSL rrrrrr ×∇+×∇=×∇ ( )∫ ×∇+× ∇= . 112 12 1 12 22 11 4 1 vol dvJ R J R H rrrrr pi ( ) ( ) ( )21221221212 zzyyxxR −+−+−= Quadro 113 Finalmente ... � Tomando-se o gradiente do recíproco de R12 : � Assim: � Substituindo-se J1dv1 por I1dL1, chega-se a expressão da lei de Biot-Savart, provando-se a expressão inicial para A: ∫∫ × =→ × −= . 12 12 121 2 . 12 12 112 2 4 ˆˆ 4 1 vol R vol R dv R aJHdv R JaH pipi r r r r 2 12 12 3 12 12 12 2 ˆ1 R a R R R R −=−=∇ r r cqd 4 ˆ 2 12 1211 2 ∫ × = R aLdIH R pi r r Quadro 114 Verificando-se a lei de Ampère � A seguir, analisar-se-á a lei circuital de Ampère na forma pontual: � Combinando-se as definições de B e A, tem-se que: � Expandindo a expressão vetorial acimaem coordenadas cartesianas, fica-se com: JH =×∇ rr 000 µµµ AJHABH rrr rr rrr r ×∇×∇ ==×∇→×∇== ( ) zzyyxx aAaAaAA AAA ˆˆˆ 2222 2 ∇+∇+∇=∇ ∇−⋅∇∇=×∇×∇ r rrrrrrr © Aldário Bordonalli 20 Quadro 115 Divergente de A � A última expressão define a forma do laplaciano de um vetor. � Combinando-se os resultados anteriores, fica-se com: � Agora, basta encontrarem-se as expressões para a divergência e para o laplaciano de A. � O divergente de A pode ser encontrado através de: ( )[ ]AAH rrrrrr 2 0 1 ∇−⋅∇∇=×∇ µ 1 . 12 1 2 0 22 4 dv R JA vol ∫ ⋅∇=⋅∇ r rrr pi µ Quadro 116 Utilizando identidade vetorial ... � Utilizando-se a identidade vetorial do divergente de um escalar que multiplica um vetor, tem-se que: � A segunda parte do integrando é zero, pois J1 não é uma função das coordenadas cartesianas no ponto 2. � Quanto à primeira parte, esta relação apareceu recentemente, e, agora, adiciona-se uma expressão de equivalência que facilmente demonstrável: ( ) 1 . 12 1212 21 0 22 11 4 dvJ RR JA vol ∫ ⋅∇+ ∇⋅=⋅∇ rrrrrr pi µ 3 12 12 12 1 12 13 12 12 12 2 111 R R RRR R R r rr r r =∇→∇−=−=∇ Quadro 117 Utilizando o teorema da divergência � Assim, tem-se que: � A mesma identidade vetorial, mais uma vez aplicada, leva a: � Como se está trabalhando com campos magnetostáticos, a equação da continuidade mostra que o primeiro termo da equação acima é zero. � A aplicação do teorema da divergência ao segundo termo fornece: 1 . 12 11 0 22 1 4 dv R JA vol ∫ ∇⋅−=⋅∇ rrrr pi µ ( ) 1 . 12 1 111 12 0 22 1 4 dv R JJ R A vol ∫ ⋅∇−⋅∇=⋅∇ r rrrrr pi µ ∫ ⋅ −=⋅∇ 1 12 110 22 4 S R SdJA rr rr pi µ Quadro 118 ComentáriosComentários � A superfície S1 definida na equação anterior envolve o volume através do qual se está integrando. � Este volume deve incluir todas as correntes, pois a expressão original da integração para A era de uma integração que incluía o efeito de todas as correntes. � Como não há correntes fora desse volume (pois, de outro modo, dever-se-ia ter estendido o volume para incluí-las), pode-se integrar em um volume ligeiramente maior ou em uma superfície fechada ligeiramente maior, envolvendo este último volume, sem que com isto se varie A. � Nesta superfície maior, a densidade de corrente J1 deve ser zero e, portanto, a integral de superfície fechada é nula pois o integrando é zero e então, conclui-se que a divergência de A é zero. Quadro 119 Laplaciano de A � Para se encontrar o laplaciano do vetor A, compara- se a componente x de uma das definições de A com a expressão similar do potencial eletrostático: � Nota-se que uma expressão pode ser obtida da outra pela troca direta de variáveis, Jx por ρ, µ0 por 1/ε0, e Ax por V. � Contudo, obtiveram-se informações a mais acerca do potencial eletrostático que, por causa da equivalência, não precisam ser repetidas agora para a componente x do potencial vetor magnético. dv R Vdv R JA volvol x x ∫∫ == . 0. 0 44 piε ρ pi µ Quadro 120 Laplaciano de A � Assim, por exemplo, pode-se aplicar a definição da equação de Poisson, de maneira que: � Similarmente, para as outras coordenadas e generalizando: � Assim: xx JAV 0 2 0 2 µ ε ρ −=∇→−=∇ zzyy JAJA 0 2 0 2 µµ −=∇−=∇ JA rr 0 2 µ−=∇ ( ) ( ) cqd 0 0 0 0 2 HJAJA JAAA rrr rrr rrrr rrrrrrrr ×∇==×∇×∇∴=×∇×∇ −−=∇−⋅∇∇=×∇×∇ µ µ µ © Aldário Bordonalli 21 Quadro 121 ComentáriosComentários � Assim, demonstrou-se com sucesso que cada resultado, essencialmente para o ar rarefeito, decorre das definições básicas de H, B e A. � As derivações não são simples e devem ser compreendidas passo a passo. � Deve-se ressaltar que o procedimento não precisa ser memorizado!!! � Agora seria a hora de se utilizar a expressão do laplaciano de A em um exemplo, como o que foi feito no caso do potencial eletrostático. Quadro 122 Exemplo 7 Determinar o campo entre os condutores de um cabo coaxial com raios a e b e a corrente I na direção az. Entre os condutores, J = 0 e, portanto: 0ˆˆˆ 2222 =∇+∇+∇=∇ zzyyxx aAaAaAA r Porém, este resultado relativamente simples não é aplicável a outros sistemas de coordenadas. Felizmente, não é difícil mostrar para coordenadas cilíndricas que a componente z do vetor laplaciano é o escalar laplaciano da componente z de A, ou seja: 0222 =∇→∇=∇ zz z AAA r Quadro 123 Exemplo 7 (cont.) Considerando esta estrutura simétrica, pode-se adotar que Az é uma função somente de ρ e, assim: 01 = ρ ρ ρρ d dA d d z A equação diferencial acima já foi resolvida anteriormente quando do estudo da equação de Laplace e seu resultado produz: ( ) ( ) 21 ln CCAz += ρρ Considerando uma referência zero em ρ = b, chega-se a: ( ) = b CAz ρρ ln1 Quadro 124 Exemplo 7 (cont.) De modo a relacionar a constante de integração que restou às condições de contorno do problema, pode-se tomar o rotacional de A: 0 1 ˆˆ µρρ φφ HBaCaAA z r rr ==−= ∂ ∂ −=×∇ Calculando-se a integral de linha de H, chega-se a: Desta maneira: ( ) 0 1 2 0 0 1 2 ˆˆ µ piφρ ρµ pi φφ C adaCILdH −=⋅ −==⋅ ∫∫ rr pi µ 2 0 1 IC −= Quadro 125 Exemplo 7 (cont.) Assim: ( ) ( ) piρ ρ ρpi µρ φ 2 e ln 2 0 IH bIAz = = A expressão de Hφ coincide com o que foi calculado anteriormente. Como ficaria A no interior do condutor interno e no interior do condutor externo?
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