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10 Responsabilidade civil do Estado

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Direito Administrativo para XXII Exame OAB 2017 
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AULA 10 
Olá pessoal! 
Na aula de hoje estudaremos o assunto ³responsabilidade civil do 
Estado´. 
Seguiremos o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Responsabilidade civil do Estado .......................................................................................................................... 3 
Responsabilidade objetiva: art. 37, §6º da CF ................................................................................................. 5 
Responsabilidade civil das empresas estatais ............................................................................................... 14 
Responsabilidade civil das prestadoras de serviços públicos ................................................................. 14 
Responsabilidade civil por omissão da Administração .......................................................................... 18 
Excludentes de responsabilidade ....................................................................................................................... 25 
Ação de reparação do dano: particular x Administração ...................................................................... 29 
Ação regressiva: Administração x agente público ..................................................................................... 34 
Denunciação à lide ..................................................................................................................................................... 40 
Casos especiais .............................................................................................................................................................. 43 
Responsabilidade civil por Atos legislativos .................................................................................................. 44 
Responsabilidade civil por Atos judiciais ........................................................................................................ 45 
Responsabilidade por danos de obras públicas ............................................................................................ 48 
Responsabilidade civil dos notários ................................................................................................................... 52 
Jurisprudência ............................................................................................................................................................... 54 
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 61 
Questões comentadas na aula ............................................................................................................................... 63 
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 70 
 
Depois de 2012, o tema não vinha sendo cobrado nas provas da OAB, 
mas voltou a aparecer em 2016, inclusive exigindo conhecimento da 
jurisprudência. Sendo assim, bastante atenção nesta aula! 
Aos estudos! 
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
2� YRFiEXOR� ³responsabilidade´� p� XWLOL]DGR� SDUD� TXDOTXHU� VLWXDomR�
em que alguém deva responder pelas consequências dos seus atos. Esse 
³DOJXpP´��QR�QRVVR�WHPD�GH�HVWXGR��p�R�SUySULR�Estado que, por possuir 
personalidade jurídica, também é titular de direitos e obrigações na ordem 
civil. 
No campo do Direito, verifica-se a existência de uma tríplice 
responsabilidade: a administrativa, a penal e a civil, inconfundíveis, 
independentes entre si e, eventualmente, cumuláveis. 
Em apertada síntese, a responsabilidade administrativa resulta de 
infração a normas administrativas; a responsabilidade penal decorre da 
prática de crimes e contravenções tipificados na lei penal; já a 
responsabilidade civil decorre de infrações a normas de direito civil, 
gerando para o infrator a obrigação de reparar o dano ou de ressarcir o 
prejuízo causado a outrem. 
A reponsabilidade do Estado, como pessoa jurídica, é sempre 
civil1. A responsabilidade civil tem como pressuposto a ocorrência de um 
dano (prejuízo). Significa que o sujeito só é civilmente responsável se sua 
conduta ou omissão provocar dano ao terceiro, dano que pode ser de 
ordem material (patrimonial) ou moral. 
A sanção aplicável no caso de responsabilidade civil é a indenização, 
que é o montante pecuniário necessário para reparar os prejuízos 
causados pelo responsável. 
Na maioria das relações entre particulares, o direito civil reconhece a 
chamada responsabilidade contratual. A responsabilidade contratual, 
como o próprio nome sugere, se funda no descumprimento de cláusulas 
estabelecidas em contratos prévios firmados entre as partes. 
Diversamente, a responsabilidade civil do Estado constitui 
modalidade extracontratual, por inexistir um contrato que sustente o 
dever de reparar. Para caracterizar a responsabilidade civil ou 
extracontratual do Estado, basta que haja um dano (patrimonial e/ou 
moral) causado a terceiro por comportamento omissivo ou comissivo 
de agente público. A responsabilidade civil impõe ao Estado a obrigação 
de reparar (indenizar) esse dano. 
 
1 Não confunda com a responsabilidade dos agentes públicos (pessoas físicas), que pode ser 
administrativa, penal e civil. 
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RESPONSABILIDADE OBJETIVA: ART. 37, §6º DA CF 
O art. 37, §6º da Constituição Federal assim dispõe: 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
A doutrina ensina que esse dispositivo constitucional consagra no 
Brasil a responsabilidade extracontratual objetiva da Administração 
Pública, na modalidade risco administrativo. 
Sendo assim, a Administração Pública tem a obrigação de indenizar o 
dano causado a terceiros por seus agentes, independentemente da 
prova de culpa no cometimento da lesão (e independentemente da 
existência de contrato entre ela e o terceiro prejudicado). 
A responsabilidade objetiva prevista no art. 37, §6ºda CF alcança: 
 Todas as pessoas jurídicas de direito público (administração direta, 
autarquias e fundações de direito público), independentemente das 
atividades que exerçam; 
 As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços 
públicos (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações 
públicas de direito privado que prestem serviços públicos); 
 As pessoas privadas, não integrantes da Administração Pública, que 
prestem serviços públicos mediante delegação (concessionárias, 
permissionárias e detentoras de autorização de serviços públicos). 
 
1. (Cespe ± DP/DF 2013) Segundo o ordenamento jurídico brasileiro, todas as 
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que integrem a 
administração pública responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros. 
 Comentário: A responsabilidade civil objetiva abrange (i) todas as 
pessoas jurídicas de direito público e (ii) as pessoas jurídicas de direito 
privado prestadoras de serviço público, mas não as pessoas jurídicas de 
direito privado exploradoras de atividade econômica. Portanto, a palavra 
³WRGDV´�PDFXOD�R�TXHVLWR� 
 Gabarito: Errado 
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exercendo. Não importa se a atuação do agente foi lícita ou ilícita2; o 
que interessa é exclusivamente ele agir na qualidade de agente 
público, e não como pessoa comum. 
Dessa forma, se um policial fardado, agindo em nome do Estado (o 
que, no caso, presume-se pelo só fato de o agente estar fardado e 
integrar efetivamente os quadros da corporação policial), ainda que em 
dia de folga, causar dano ao particular, a obrigação de indenizar compete 
ao Poder Público, independentemente da existência de irregularidade na 
conduta do agente. 
 
2. (FGV ± OAB 2011) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, 
quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um 
transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera. 
Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado 
(A) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus 
quadros. 
(B) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral. 
(C) somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não 
tenha condições financeiras. 
(D) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não 
atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público. 
 Comentários: Não haverá responsabilidade do Estado nos casos em que 
o agente causador do dano seja realmente um agente público, mas não esteja 
atuando na sua condição de agente público (nem parecendo estar). 
Assim, na situação narrada no comando da questão, o Estado não será 
responsabilizado, pois o policial, apesar de ser agente público, não atuou 
nessa qualidade; seu comportamento derivou de interesse privado, motivado 
por sentimento pessoal. Dessa forma, sua conduta não poderá ser imputada 
ao Estado��GDt�R�JDEDULWR��DOWHUQDWLYD�³G´�� 
Sobre esse assunto, cabe ressaltar que existe uma polêmica na 
jurisprudência. Caso, na mesma situação, o disparo tivesse sido efetuado com 
uma arma da corporação, não há consenso sobre se haveria ou não 
 
2 Conforme ensina Hely Lopes Meirelles, a atuação ilícita do servidor não exclui a responsabilidade 
objetiva da Administração. Antes, a agrava, porque tal atuação traz ínsita a presunção de má escolha do 
agente público para a missão que lhe fora atribuída. 
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3. (FGV ± OAB 2011) Antônio, vítima em acidente automobilístico, foi atendido 
em hospital da rede pública do Município de Mar Azul e, por imperícia do médico que 
o assistiu, teve amputado um terço de sua perna direita. Nessa situação hipotética, 
respondem pelo dano causado a Antônio 
(A) o Município de Mar Azul e o médico, solidária e objetivamente. 
(B) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, regressivamente, em caso 
de dolo ou culpa. 
(C) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, subsidiariamente. 
(D) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, solidária e subjetivamente. 
 Comentários: A questão apresenta um caso de dano causado a terceiro 
por um agente do Município. Assim, nos termos do art. 37, §6º da CF, o próprio 
Município responderá objetivamente pelo dano causado ao paciente, 
independentemente de dolo ou culpa do médico. Posteriormente, o Município 
poderá entrar com ação regressiva contra o médico, a fim de cobrar o 
ressarcimento da indenização paga ao paciente na ação de reparação. A 
diferença é que, na ação regressiva, o médico responderá subjetivamente, ou 
seja, apenas será condenado em caso de dolo ou culpa. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
4. (Cespe ± PC/CE 2012) A responsabilidade civil do Estado exige três requisitos 
para a sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e nexo 
de causalidade. 
Comentário: A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito 
público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço 
público, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, ocorre 
diante dos seguintes requisitos: 
a) Dano a terceiro; 
b) Ação administrativa; 
c) Nexo causal entre o dano e a ação administrativa. 
Essa responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite 
pesquisa em torno da culpa da vítima, para o fim de abrandar ou mesmo 
excluir a responsabilidade da pessoa jurídica de direito público ou da pessoa 
jurídica de direito privado prestadora de serviço público. 
 Gabarito: Certo 
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5. (Cespe ± Ministério da Justiça 2013) Para a configuração da 
responsabilidade civil do Estado, é irrelevante licitude ou a ilicitude do ato lesivo. 
Embora a regra seja a de que os danos indenizáveis derivam de condutas contrárias 
ao ordenamento jurídico, há situações em que a administração pública atua em 
conformidade com o direito e, ainda assim, produz o dever de indenizar. 
 Comentário: Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente 
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente 
público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua 
competência legal, nem mesmo se o ato foi culposo ou doloso. Não importa, 
portanto, perquirir se a atuação do agente foi lícita ou ilícita, uma vez que essa 
atuação ± legal ou ilegal ± é imputada ao órgão ou entidade cujos quadros ele 
integra. 
Por exemplo, o agente da Administração, ao realizar a manutenção dos 
bueiros da cidade, pode esquecer a tampa de um deles aberta e, com isso, 
provocar estragos num veículo particular que transitar sobre o local. Nessa 
hipótese, mesmo que o fato de deixar a tampa do bueiro aberta não caracterize 
um ato ilícito do agente público, ainda assim a Administração deverá indenizar 
o particular. 
 Gabarito: Certo6. (ESAF ± IRB 2006) Caio, servidor público federal efetivo e regularmente 
investido na função pública, motorista da Presidência da República, ao dirigir carro 
oficial em serviço, dorme ao volante e atropela uma pessoa que atravessava, 
prudentemente, em uma faixa de pedestres em Brasília, ferindo-a. 
Considerando essa situação hipotética e os preceitos, a doutrina e a jurisprudência 
da responsabilidade civil do Estado, assinale a única opção correta. 
a) Na hipótese, há aplicação da teoria do risco integral. 
b) A teoria aplicada ao caso para a responsabilização do Estado é a subjetiva. 
c) No âmbito de ação indenizatória pertinente e após o seu trânsito em julgado, Caio 
nunca poderá ser responsabilizado, regressivamente, caso receba menos de dois 
salários mínimos. 
d) Caso Caio estivesse transportando material radioativo, indevidamente 
acondicionado, que se propagasse no ar em face do acidente, o Estado só poderia 
ser responsabilizado pelo dano oriundo do atropelamento. 
e) Na teoria do risco administrativo, há hipóteses em que, mesmo com a 
responsabilização objetiva, o Estado não será passível de responsabilização. 
 Comentário: A situação narrada no enunciado apresenta um típico 
exemplo de incidência da responsabilidade civil objetiva do Estado. Afinal, um 
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agente público, agindo nessa qualidade (no exercício de suas funções), 
causou um dano a terceiro. Portanto, estão presentes os elementos fato do 
serviço, nexo causal e dano, caracterizadores da responsabilidade 
extracontratual do Estado. No caso, a União terá que indenizar o pedestre 
independentemente de Caio (o motorista público) ter atuado com dolo ou culpa 
(a responsabilidade é objetiva). A culpa ou dolo de Caio só importará na ação 
de regresso. Nesta ação, se ficar comprovado que o agente agiu com dolo ou 
culpa (o que parece ser o caso, pois ele dormiu ao volante, demonstrando pelo 
menos a culpa), terá que ressarcir ao erário o valor dispendido com a 
indenização paga ao pedestre. 
 Dito isso, vamos analisar cada alternativa: 
a) ERRADO. Na hipótese, há a aplicação da teoria do risco administrativo. 
Isso porque a responsabilidade da União poderá ser afastada caso ela 
demonstre (o ônus da prova é dela) a presença de algum excludente de 
responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima ou a ocorrência de caso 
fortuito e força maior. Não parece ser o caso, pois o pedestre estava na faixa. 
b) ERRADO. Como dito acima, a responsabilidade do Estado é objetiva; 
apenas a responsabilidade do agente, na ação de regresso, que é subjetiva. 
c) ERRADO. Caio poderá sim ser responsabilizado na ação regressiva, 
caso seja provado que agiu com dolo ou culpa, não importando, para tanto, o 
valor do seu salário. 
d) ERRADO. O acidente com o material radioativo caracterizaria um dano 
nuclear, em que a responsabilidade civil do Estado também é objetiva, só que 
na modalidade risco integral. 
e) CERTO. De fato, se ficar comprovada a presença de algum excludente 
de responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima ou a ocorrência de caso 
fortuito e força maior, o Estado não será responsabilizado. Por exemplo, se a 
União conseguisse provar que o pedestre não estava atravessando 
prudentemente na faixa, e sim havia se jogado sobre o veículo oficial, fora da 
faixa, numa tentativa de suicídio, a responsabilidade do Estado poderia ser 
afastada ou, ao menos amenizada. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³H´ 
7. (ESAF ± CGU 2006) A responsabilidade objetiva do Estado, em última análise, 
resulta na obrigação de indenizar, quem tenha sido vítima de algum procedimento 
ou acontecimento, que lhe produza alguma lesão, na esfera juridicamente protegida, 
para cuja configuração sobressai relevante haver 
a) ausência de culpa do paciente. 
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b) culpa ou dolo do agente causador. 
c) nexo causal entre aquele comportamento e o dano causado. 
d) prova de ilicitude desse acontecimento danoso. 
e) prova de falta ou deficiência do serviço que causou o dano 
 Comentário: Sinteticamente, os elementos necessários para a definição 
da responsabilidade civil extracontratual objetiva do Estado são: 
ƒ Ato lesivo causado pelo agente público, nessa qualidade; 
ƒ Ocorrência de um dano patrimonial ou moral; 
ƒ Nexo de causalidade entre o dano e a atuação do agente, ou seja, é necessário que 
o dano efetivamente tenha decorrido diretamente da ação do agente público. 
A doutrina também costuma apontar o requisito da alteridade, isto é, o 
prejuízo deve ter sido provocado por outrem, e não por culpa exclusiva da 
vítima. 
6HQGR�DVVLP��FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³F´� 
1D�RSomR�³D´�R�HUUR�p�TXH�D�DXVrQFLD�GH�FXOSD�GR�SDFLHQWH�p�MXVWDPHQWH�
um indicativo de que a responsabilidade do Estado não pode ser afastada 
(como excludente de responsabilidade tem-se a culpa exclusiva da vítima ou, 
como atenuante de responsabilidade, a culpa concorrente). 
1D� RSomR� ³E´�� R� HUUR� p� TXH� R� GROR� RX� FXOSD� GR� DJHQWH�S~EOLFR� QmR� WHP�
influência alguma sobre a responsabilidade civil do Estado, afinal, este 
responde de forma objetiva, com base na teoria do risco administrativo. No 
caso, a presença de dolo ou culpa do agente terá repercussão apenas 
posteriormente, na ação regressiva do Estado contra ele. 
O erro da oSomR� ³G´� p� TXH� R� (VWDGR� UHVSRQGH�� REMHWLYDPHQWH�� SRU� DWRV�
lícitos ou ilícitos de seus agentes que tenham provocado danos a terceiros. 
3RU� ILP�� R� HUUR� GD� RSomR� ³H´� p� TXH� D� SURYD� GH� IDOWD� RX� GHILFLrQFLD� GR�
serviço que causou o dano é necessária para caracterizar a responsabilidade 
civil subjetiva do Estado (por omissão); o enunciado trata da responsabilidade 
objetiva. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´ 
 
 
 
 
 
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8. (Cespe ± TCE/ES 2012) De acordo com o entendimento do STF, empresa 
concessionária de serviço público de transporte responde objetivamente pelos danos 
causados aos usuários de transporte coletivo. 
 Comentário: Na verdade, de acordo com o entendimento do STF, empresa 
concessionária de serviço público de transporte responde objetivamente pelos 
danos causados aos usuários e aos não-usuários de transporte coletivo. Não 
obstante, embora incompleto, o quesito pode ser considerado correto. 
 Gabarito: Certo 
9. (Cespe ± PC/BA 2013) O corte de energia elétrica por parte da concessionária 
de serviço público presume a existência de dano moral, sendo desnecessária a 
comprovação dos prejuízos sofridos à honra objetiva de empresa ou usuário afetado 
pela interrupção do serviço. 
 Comentário: Para restar configurada a responsabilidade civil objetiva da 
concessionária de serviço público, é necessário que se demonstre a existência 
do dano, do ato da empresa e do nexo causal entre um e outro. Portanto, ao 
contrário do que afirma o quesito, é necessária a comprovação dos prejuízos 
sofridos. 
 Gabarito: Errado 
10. (ESAF ± PGFN 2012) Assinale a opção que corresponde ao entendimento 
atualmente esposado pelo Supremo Tribunal Federal sobre a responsabilidade civildas empresas concessionárias de serviços públicos. 
a) Há responsabilidade somente perante os usuários do serviço público, na 
modalidade do risco administrativo. 
b) Há responsabilidade somente perante os usuários do serviço público, desde que 
caracterizada ao menos culpa da prestadora do serviço. 
c) É reconhecida a possibilidade de responsabilização em face de dano causado a 
não-usuário do serviço, uma vez caracterizada ao menos culpa da concessionária e 
nexo de causalidade entre a conduta e o resultado prejudicial. 
d) É reconhecida a possibilidade de responsabilização objetiva das concessionárias, 
mesmo em face de terceiros não-usuários do serviço. 
e) A teoria da responsabilidade subjetiva é aplicável tanto perante usuários como 
não-usuários do serviço público, considerando-se que as concessionárias são 
empresas privadas que não integram o Poder Público. 
 Comentário: Vale transcrever a jurisprudência do STF sobre o tema 
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(RE 591.874/MS): 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, 
DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO 
PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU 
PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS 
DO SERVIÇO RECURSO DESPROVIDO I A responsabilidade civil das pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva 
relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do 
art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de 
causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do 
serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da 
pessoa jurídica de direito privado. III - Recurso extraordinário desprovido. 
 a) ERRADA. A responsabilidade das concessionárias é perante os 
usuários e os não-usuários do serviço público, daí o erro. Não obstante, é 
certo que a responsabilidade é na modalidade risco administrativo. 
 b) ERRADA. Como dito, a responsabilidade da concessionária é objetiva, 
na modalidade risco administrativo, ou seja, independe da demonstração de 
culpa do agente ou da própria concessionária. 
 c) ERRADA. De fato, é reconhecida a possibilidade responsabilização em 
face de dano causado a não-usuário do serviço. No entanto, não é necessária a 
caracterização da culpa da concessionária, embora seja imprescindível existir 
nexo de causalidade entre a conduta e o resultado prejudicial. 
 d) CERTA. Suficiente a leitura da ementa transcrita acima. 
 e) ERRADA. A jurisprudência do STF trata da responsabilidade objetiva. 
Ademais, a responsabilidade das concessionárias não deriva do fato de serem 
³HPSUHVDV� SULYDGDV� TXH� QmR� LQWHJUDP� R� 3RGHU� 3~EOLFR´�� H� VLP� SRUTXH� VmR�
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público. 
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RESPONSABILIDADE CIVIL POR OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
Como já foi afirmado, o Estado pode causar dano a particulares por 
ação ou omissão. 
Quando há ação, os danos podem ser gerados por conduta culposa 
ou não do agente público. Em ambos os casos incide a responsabilidade 
civil objetiva, desde que presentes os seus pressupostos ± o fato do 
serviço, o dano e o nexo causal. 
Todavia, quando há omissão, em regra existe a necessidade da 
presença do elemento culpa para a responsabilização do Estado. Em 
outras palavras, nas hipóteses de danos provocados por omissão do Poder 
Público, a sua responsabilidade civil passa ser de natureza subjetiva, na 
modalidade culpa administrativa. Nesses casos, a pessoa que sofreu o 
dano, para ter direito à indenização do Estado, tem que provar (o ônus da 
prova é dela) a culpa da Administração Pública. 
A culpa administrativa, no caso, origina-se do descumprimento do 
dever legal, atribuído ao Poder Público, de impedir a consumação do dano. 
Ou seja, decorre de falta no serviço que o Estado deveria ter prestado 
(abrangendo a inexistência, a deficiência ou o atraso do serviço) e que, se 
tivesse sido prestado de forma adequada, o dano não teria ocorrido. 
 7DO� ³FXOSD� DGPLQLVWUDWLYD´�� QR� HQWDQWR�� QmR� SUHFLVD� VHU�
individualizada, isto é, não precisa ser provada negligência, imprudência 
ou imperícia de um agente público determinado. Basta ao lesado provar o 
nexo causal entre o dano e a omissão estatal. 
A responsabilidade subjetiva do Estado usualmente se aplica a 
situações em que há dano a um particular em decorrência de atos de 
terceiros, não agentes públicos (ex: delinquentes ou multidões) ou de 
fenômenos da natureza (ex: enchente ou vendaval). 
Por exemplo, na hipótese de ocorrência de uma enchente que 
provoque estragos na residência de um particular, este terá direito à 
indenização do Estado caso consiga provar que os bueiros e as galerias 
pluviais, cuja manutenção é dever do Poder Público, estavam entupidos. 
Nesse exemplo, como o dano foi causado por um evento da natureza, e 
não por um ato de um agente público atuando nessa qualidade, para se 
atribuir ao Estado a responsabilidade civil pelo prejuízo, há necessidade de 
se provar a culpa administrativa (a responsabilidade é subjetiva, 
portanto). A culpa, na situação, está caracterizada pela ausência ou 
deficiência no serviço de manutenção, que contribuiu para o dano causado 
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ao patrimônio do particular; não há, contudo, necessidade de provar qual 
foi o agente público responsável pela omissão8. 
Por outro lado, caso se verifique que o dano decorreu 
exclusivamente de atos de terceiros ou fenômenos da natureza, sem 
qualquer omissão culposa da Administração, esta não terá a obrigação de 
indenizar. 
No mesmo exemplo anterior, caso todo o sistema de escoamento 
estivesse em perfeitas condições e, mesmo assim, por conta de uma 
chuva de intensidade excepcional e imprevisível, não tenha sido suficiente 
para evitar a enchente, a responsabilidade do Estado será afastada, 
porque o dano terá ocorrido exclusiva e diretamente de situação de força 
maior, sem qualquer culpa da Administração. A responsabilidade pela falta 
do serviço só existe quando o dano era evitável. 
Assim, podemos concluir que a regra da responsabilidade objetiva da 
Administração Pública não vale para os casos de omissão estatal. A 
responsabilidade passa a ser subjetiva. Este é o entendimento tanto 
doutrinário como jurisprudencial dominante9, e que deve ser tomado 
como regra geral. 
Disse que deve ser tomado como regra geral porque há situações em 
que os atos omissivos acarretarão a responsabilidade objetiva do 
Estado, nos termos do §6º do art. 37 da CF. 
Segundo a jurisprudência do STF10, quando o Estado tem o dever 
legal de garantir a integridade de pessoas ou coisas que estejam sob 
sua proteção direta (ex: presidiários e internados em hospitais públicos) 
ou a ele ligadas por alguma condição específica (ex: estudantes de 
escolas públicas) o Poder Público responderá civilmente, por danos 
ocasionados a essas pessoas ou coisas, com base na responsabilidade 
objetiva prevista no art. 37, §6º, mesmo que os danos não tenham sidodiretamente causados por atuação de seus agentes. Nesse caso, de forma 
excepcional, o Estado responderá objetivamente pela sua omissão no 
dever de custódia dessas pessoas ou coisas. 
Como exemplo, pode-se citar um presidiário que seja assassinado por 
outro condenado dentro da penitenciária ou um aluno de escola pública 
 
8 Não obstante, a detecção do agente causador da omissão é importante para o Estado, para que possa 
apurar as devidas responsabilidades, e, assim, acionar o agente público em sede de ação regressiva, mas 
essa é outra história, que veremos daqui a pouco. 
9 STF Ȃ RE 695.887/PB; STJ Ȃ RE 602.102 
10 RE 633.138/DF 
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servidores no caso de dolo ou culpa. 
 3RUWDQWR��FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³G´��SRLV�R�FLGDGmR�IDOHFHX�TXDQGR�HVWDYD�
sob a guarda do Estado (internado em hospital público), em razão de uma 
omissão específica dos servidores que possibilitou a ocorrência do acidente. 
*DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³d´ 
12. (FGV ± OAB 2016) José, acusado por estupro de menores, foi condenado e 
preso em decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo 
após seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um 
colega de cela. Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no 
estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta. 
A) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do 
Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo de 
causalidade, independentemente da possibilidade de o Estado atuar para evitar o 
dano. 
B) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do 
Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de agentes do 
Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal. 
C) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do 
Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do risco 
integral. 
D) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do 
Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas 
submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos. 
 Comentário: vamos analisar cada item: 
 a) ERRADA. Segundo a jurisprudência dos nossos tribunais superiores, o 
Estado possui sim o dever de assegurar a segurança dos detentos em 
estabelecimentos prisionais públicos. Em razão desse dever, não há que se 
IDODU�HP�³IDWR�H[FOXVLYR�GH�WHUFHLUR´�FRPR�Hxcludente de responsabilidade. É 
diferente, por exemplo, de um assalto ocorrido dentro de um ônibus de 
concessionária de serviço público. Neste caso, o fato exclusivo de terceiro 
afasta a responsabilidade civil objetiva da concessionária, pois esta não tem o 
dever de proteger os seus passageiros contra assaltos (tal função seria das 
forças de segurança públicas). 
 b) ERRADA. Existe sim o nexo de causalidade entre a conduta de agentes 
do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal, uma vez que a 
omissão dos agentes em garantir a integridade do detento acabou 
possibilitando que ele fosse assassinado dentro da cela. 
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 c) ERRADA. No caso, o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria do 
risco administrativo, que conduz à responsabilidade civil objetiva do Estado. 
 d) CERTA. De fato, estão presentes os elementos configuradores da 
responsabilidade civil do Estado, que é a conduta do agente público (no caso, 
a falha dos agentes em proteger o detento), o dano a terceiro (no caso, o 
assassinato do detento) e o nexo de causalidade (no caso, o detento foi 
assassinado dentro da cela, onde o Poder Público deveria garantir a sua 
segurança). Detalhe é que, neste caso, a despeito de o dano ter ocorrido por 
uma omissão dos agentes públicos, a jurisprudência entende que a 
responsabilidade civil do Estado é objetiva, pois seria uma espécie de omissão 
específica. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³d´ 
13. (Cespe ± TCDF 2012) A responsabilidade do Estado por danos causados por 
fenômenos da natureza é do tipo subjetiva. 
 Comentário: Nos danos decorrentes de caso fortuito ou força maior ± 
como se pode classificar os fenômenos da natureza ± sem que haja conduta 
comissiva da Administração Pública, esta somente será responsabilizada caso 
se comprove que a adequada prestação do serviço estatal obrigatório teria 
evitado ou reduzido o resultado danoso. Nesses casos, a responsabilidade do 
Estado, se houver, é subjetiva, baseada na teoria da culpa administrativa. 
 Gabarito: Certo 
14. (Cespe ± Câmara dos Deputados 2012) O fato de um detento morrer em 
estabelecimento prisional devido a negligência de agentes penitenciários configurará 
hipótese de responsabilização objetiva do Estado. 
 Comentário: Na hipótese de danos sofridos por pessoas sujeitas à guarda 
do Estado, como os detentos, a jurisprudência reconhece que a 
responsabilidade do Estado é objetiva, ainda que o dano não tenha sido 
provocado por uma atuação direta de um agente público. Ou seja, trata-se de 
uma exceção à regra de que a omissão estatal acarreta responsabilidade 
subjetiva do Estado. 
 Gabarito: Certo 
15. (ESAF MDIC 2012) Assinale a opção em que a responsabilidade civil dar-se-á 
de forma subjetiva. 
a) Responsabilidade pela omissão também chamada de serviço deficiente ou falta 
do serviço. 
b) Responsabilidade do Estado pelo ato comissivo ensejador de dano que seu 
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agente cause a terceiro. 
c) Responsabilidade dos prestadores de serviço público por ato comissivo causador 
de dano ao usuário do serviço. 
d) Responsabilidade pela omissão ensejadora de serviço deficiente, ocasionando 
dano nuclear. 
e) Responsabilidade pela atuação omissiva do Estado no seu dever de assegurar a 
integridade de pessoas ou coisas. 
 Comentários: A responsabilidade civil do Estado dar-se-á de forma 
subjetiva nas hipóteses em que o dano ao terceiro decorre diretamente da 
omissão estatal. São danos causados por fatos da natureza ou fatos de 
terceiros, mas que poderiam ter sido evitados ou minorados se o Estado, 
tendo o dever de agir, se omitiu. Decorre, portanto, de falta no serviço que o 
Estado deveria ter prestado (abrangendo a inexistência, a deficiência ou o 
atraso GR� VHUYLoR��� (QWmR�� HVWi� FRUUHWD� D� DOWHUQDWLYD� ³D´�� 7RGDV� DV� GHPDLV�
alternativas apresentam situações nas quais incide a responsabilidade civil 
objetiva GR�(VWDGR��QD�DOWHUQDWLYD�³F´��D�UHVSRQVDELOLGDGH�p�GD�Sessoa jurídica 
prestadora do serviço). Ademais, perceba que, em todas as demais 
alternativas, a responsabilidade objetiva é na modalidade risco administrativo, 
exceto QD�³G´� �GDQR�QXFOHDU��� HP�TXH�D�PRGDOLGDGH�p� risco integral. Por fim, 
atente para a alterQDWLYD�³H´��TXH�VH� UHIHUH�D�XP�FDVR�HVSHFtILFR�GH� omissão 
que enseja responsabilidade objetiva do Estado (ao contrário, portanto, da 
regra geral, em que omissão gera responsabilidade subjetiva); com efeito, 
quando o Estado peca por omissão no seu dever de assegurara integridade de 
pessoas ou coisas, a jurisprudência entende que o Poder Público responderá 
objetivamente, mesmo que o dano não tenha sido causado diretamente por 
atuação de seus agentes (ex: presidiário que fere outro dentro da 
penitenciária). 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³D´ 
 
 
 
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Por exemplo: um motorista, servidor público, vem dirigindo em 
serviço de forma cautelosa quando, de repente, um particular avança o 
sinal vermelho e colide com o veículo oficial. Nesse caso, o Estado não 
teria o dever de indenizar o proprietário do automóvel particular, pois o 
dano foi causado exclusivamente por ato do próprio particular. Em outras 
palavras, não houve nexo de causalidade entre alguma ação do agente 
público e o dano, daí o fundamento para a exclusão da responsabilidade 
civil do Estado. 
Detalhe é que a responsabilidade do Poder Público, em razão de culpa 
atribuível à própria vítima, pode ser totalmente excluída como também 
pode ser reduzida proporcionalmente. No exemplo dado, a 
responsabilidade foi totalmente excluída, pois a culpa pelo acidente foi 
exclusiva do particular. 
Por outro lado, se alguma ação do servidor público, de alguma forma, 
tivesse contribuído para o acidente, haveria aquilo que a doutrina chama 
de culpa concorrente (do agente público e da vítima). Nesse caso, a 
responsabilidade civil da Administração seria afastada apenas 
parcialmente, ou seja, o Estado teria o dever de indenizar o particular, só 
que o valor da indenização seria reduzido proporcionalmente. 
Outra excludente de responsabilidade se verifica na hipótese de 
caso fortuito ou força maior. 
Não há consenso na doutrina acerca do que vem a ser caso fortuito e 
do que vem a ser força maior. Alguns autores dizem que caso fortuito 
decorre de eventos da natureza e força maior da conduta humana; outros 
autores afirmam exatamente o contrário. Entretanto, não nos interessa 
aqui fazer distinção entre os conceitos. Para o nosso objetivo, vamos 
adotar a posição majoritária da doutrina e da jurisprudência que considera 
³FDVR IRUWXLWR´�H�³IRUoD�PDLRU´�FRPR�VH�IRVVHP�D�PHVPD�FRLVD� 
Nesse sentido, tanto o caso fortuito como a força maior 
constituem fatos imprevisíveis, não imputáveis à Administração e 
que podem romper a necessária causalidade entre a ação do Estado e o 
dano causado. 
Os eventos de caso fortuito e força maior só podem ser considerados 
excludentes de responsabilidade nas situações em que o dano decorrer 
exclusivamente dos efeitos do evento imprevisível. Isso é necessário 
para caracterizar a necessária quebra do nexo de causalidade entre o 
dano e alguma ação ou omissão estatal. 
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Sendo assim, na ocorrência de algum evento imprevisível que tenha 
causado dano a terceiros, deve-se analisar se houve omissão por parte do 
Estado (ou do prestador do serviço público) quanto a providências de sua 
incumbência para evitar o prejuízo. Caso fique caracterizada a omissão 
culposa, a responsabilidade do Estado não será afastada, havendo direito 
de indenização por parte do prejudicado. 
Aqui, vale o mesmo exemplo apresentado anteriormente sobre os 
danos causados por uma enchente e a manutenção dos bueiros e galerias 
pluviais. Se a ausência ou deficiência na manutenção a cargo do Estado 
contribuiu para a produção dos efeitos da enchente, não há que se falar 
em exclusão da responsabilidade civil da Administração (no caso, de 
natureza subjetiva); por outro lado, se os bueiros e galerias pluviais 
estavam em boas condições e, mesmo assim, a enchente ocorreu devido a 
forte chuva de intensidade imprevisível, então esse evento pode ser 
considerado um excludente da responsabilidade do Estado, pois foi ele 
próprio (o evento imprevisível) que provocou diretamente o dano, sem 
nenhuma contribuição da Administração Pública. 
No que diz respeito ao fato exclusivo de terceiros, a posição 
prevalente é de corresponder também a uma excludente da 
responsabilidade civil da Administração Pública. A análise assemelha-se à 
relativa aos fatos imprevisíveis (caso fortuito ou força maior): sem que se 
possa imputar atuação omissiva direta ao Estado, não há como 
responsabilizá-lo civilmente por atos de terceiros. 
É o que ocorre, por exemplo, em assaltos nos ônibus. Se não ficar 
caracterizada a omissão do prestador do serviço público, não há como 
responsabilizar a empresa concessionária de transporte pelo prejuízo 
provocado pelo assaltante. Afinal, segurança não está relacionada ao 
serviço prestado pela empresa. Nesse caso, o fato exclusivo de terceiro 
seria uma excludente de responsabilidade. 
Outro exemplo de fato exclusivo de terceiros seria o dano causado 
por multidões a bens particulares, como ocorre em muitos protestos no 
Brasil e no mundo. Também nesse caso deve-se perquirir se a 
Administração poderia ou não evitar o tumulto, a fim de preservar o 
patrimônio das pessoas. Se ficar comprovada a omissão do Poder Público, 
não há como afastar a responsabilidade civil do Estado; caso contrário, se 
os danos decorreram exclusivamente dos atos da multidão enfurecida, 
sem que o Poder Público pudesse fazer algo para contê-la, então o fato 
não acarreta a responsabilidade civil do Estado. 
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16. (FGV ± OAB 2012) Ambulância do Corpo de Bombeiros envolveu-se em 
acidente de trânsito com automóvel dirigido por particular, que trafegava na mão 
contrária de direção. No acidente, o motorista do automóvel sofreu grave lesão, 
comprometendo a mobilidade de um dos membros superiores. Nesse caso, é correto 
afirmar que 
(A) existe responsabilidade objetiva do Estado em decorrência da prática de ato 
ilícito, pois há nexo causal entre o dano sofrido pelo particular e a conduta do agente 
público. 
(B) não haverá o dever de indenizar se ficar configurada a culpa exclusiva da vítima, 
que dirigia na contramão, excluindo a responsabilidade do Estado. 
(C) não se cogita de responsabilidade objetiva do Estado porque não houve a 
chamada culpa ou falha do serviço. E, de todo modo, a indenização do particular, se 
cabível, ficaria restrita aos danos materiais, pois o Estado não responde por danos 
morais. 
(D) está plenamente caracterizada a responsabilidade civil do Estado, que se 
fundamenta na teoria do risco integral. 
 Comentário: A banca formulou a questão de modo a levar ao 
entendimento de que o acidente foi causado por culpa do motorista do 
automóvel, que trafegava na direção contrária, ou seja, na contramão. A culpa 
exclusiva da vítima é considerada um excludente de responsabilidade do 
Estado, pois afasta o nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo particular 
e a conduta do agente público. Assim, o Estado não terá o dever de indenizar a 
YtWLPD��RSomR�³E´�� 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
17. (Cespe ± TJDFT 2013) Se um particular sofrer dano quando da prestação de 
serviço público, e restar demonstrada a culpa exclusiva desse particular, ficará 
afastada a responsabilidade da administração. Nesse tipo de situação, o ônus da 
prova, contudo, caberá à administração. 
 Comentário: A responsabilidade civil objetivana modalidade risco 
administrativo admite excludente de responsabilidade para afastar o dever de 
indenizar do Estado. Entre os excludentes de responsabilidade, está a culpa 
exclusiva da vítima, o caso fortuito e a força maior. Detalhe é que o ônus da 
prova em relação à presença do excludente de responsabilidade é da própria 
Administração (afinal, ela é que será beneficiada com a exclusão). 
 Gabarito: Certo 
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18. (Cespe ± MIN 2013) Considere que um particular, ao avançar o sinal vermelho 
do semáforo, tenha colidido seu veículo contra veículo oficial pertencente a uma 
autarquia que trafegava na contramão. Nessa situação, o Estado deverá ser 
integralmente responsabilizado pelo dano causado ao particular, dado que, no 
Brasil, se adota a teoria da responsabilidade objetiva e, de acordo com ela, a culpa 
concorrente não elide nem atenua a responsabilidade do Estado de indenizar. 
 Comentário: De acordo com a teoria da responsabilidade objetiva, na 
hipótese de culpa concorrente, a responsabilidade do Estado será atenuada, 
ou seja, o valor da indenização que terá de pagar será reduzido 
proporcionalmente, na medida de sua culpa. Como o particular também teve 
culpa, parte do prejuízo será suportado por ele. 
 Gabarito: Errado 
***** 
Vamos agora aprender como ocorre a reparação do dano causado 
pelo agente público ao particular, e como a pessoa jurídica poderá exercer 
o seu direito de regresso contra o agente. 
Em frente! 
AÇÃO DE REPARAÇÃO DO DANO: PARTICULAR X ADMINISTRAÇÃO 
Caso a Administração e o terceiro lesado não consigam entrar em 
acordo para reaver o prejuízo de forma amigável, na via administrativa, o 
particular que sofreu o dano praticado por agente público deverá intentar 
a ação judicial de reparação em face da Administração Pública, 
pleiteando indenização pelo prejuízo. 
 
A ação de reparação deve ser movida contra a 
Administração (pessoa jurídica), e não contra o 
agente que causou o dano. 
Isso porque, conforme o art. 37, §6º da CF, é a própria pessoa 
jurídica (de direito público ou de direito privado prestadora de serviço 
público) que responderá objetivamente pela reparação dos danos 
causados a terceiros por seus agentes. Portanto, quem deve figurar no 
polo passivo (respondendo, sendo processado) da ação de indenização 
movida pelo particular é a pessoa jurídica, e não o agente público; este 
tampouco poderá figurar em conjunto com a pessoa jurídica, na posição 
de litisconsorte. 
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Como a responsabilidade civil do Estado é do tipo objetiva (ou seja, 
independe de culpa ou dolo da Administração), basta ao particular, na 
ação de reparação, demonstrar a existência de um nexo causal entre o 
fato lesivo (de autoria da Administração) e o dano (material ou moral). A 
partir daí, se o Poder Público quiser se eximir da obrigação de indenizar 
deverá provar que a vítima concorreu com dolo ou culpa para o evento 
danoso. Caso não consiga provar, o Estado responderá integralmente pelo 
dano (ou parcialmente, se conseguir provar a culpa concorrente), devendo 
indenizar o particular. 
O valor da indenização deve abranger o que a vítima efetivamente 
perdeu e o que gastou ± por exemplo, com advogado ± para ressarcir-se 
do prejuízo (danos emergentes), bem como o que deixou de ganhar em 
consequência direta do dano provocado pelo agente público 
(lucros cessantes). Some-se a isso, quando for o caso, a indenização 
pelo dano moral. 
Detalhe importante é que, conforme previsto na Lei 9.494/9711, a 
ação de reparação contra a Administração se sujeita a prazo de 
prescrição de cinco anos. 
Em outras palavras, o particular tem cinco anos para mover a ação 
judicial de reparação contra as pessoas jurídicas cujos agentes tenham lhe 
provocado algum prejuízo. Passado esse prazo, o particular perde o direito 
à indenização. O prazo prescricional de cinco anos se aplica, inclusive, 
para os danos provocados pelos agentes das delegatárias de serviços 
públicos, não integrantes da Administração. 
 
 
11 Art. 1o-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de 
pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços 
públicos. 
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submetem à regra da responsabilidade civil objetiva do Estado. Frise-se que a 
responsabilidade é da própria concessionária, e não do ente político titular do 
serviço delegado. Assim, no caso narrado na questão, a concessionária de 
ônibus terá que ressarcir os danos materiais e morais sofridos por Manoel, 
independentemente de dolo ou culpa do motorista. Manoel terá o prazo de 
cinco anos para entrar com a ação de reparação em face da concessionária, 
sob pena de prescrição do direito à indenização. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³a´ 
20. (Cespe ± PGE/BA 2014) Suponha que viatura da polícia civil colida com 
veículo particular que tenha ultrapassado cruzamento no sinal vermelho e o fato 
ocasione sérios danos à saúde do condutor do veículo particular. Considerando essa 
situação hipotética e a responsabilidade civil da administração pública, julgue o item 
subsequente. 
No caso, a ação de indenização por danos materiais contra o Estado prescreverá em 
vinte anos. 
 Comentário: A ação de indenização contra o Estado prescreverá em 
cinco anos, e não em vinte. 
 Gabarito: Errado 
21. (Cespe ± TRT10 2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região 
metropolitana de determinado município é acometida por inundações, o que causa 
graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local demonstraram que os fatores 
preponderantes causadores das enchentes são o sistema deficiente de captação de 
águas pluviais e o acúmulo de lixo nas vias públicas. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente. 
Caso algum cidadão pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor 
ação contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o agente público 
responsável, visto que a responsabilidade civil na situação hipotética em apreço é 
solidária. 
 Comentário: Com base na jurisprudência do STF, a ação de indenização 
deverá ser proposta contra o Estado, e não diretamente contra o agente 
público, daí o erro. A responsabilidade do Estado, no caso, é subjetiva, na 
modalidade culpa administrativa, de modo que o cidadão só terá direito a 
indenização se restar comprovado ± e o ônus da prova é do cidadão ± que 
determinada omissão culposa da Administração concorreu para o surgimento 
do resultado danoso. 
Gabarito: Errado 
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22. (FGV ± OAB 2011) Tendo o agente público atuado nesta qualidade e dado 
causa a dano a terceiro, por dolo ou culpa, vindo a administração a ser condenada, 
terá esta o direito de regresso. 
A respeito da ação regressiva, é correto afirmar que 
(A) em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao princípio da 
indisponibilidade. 
(B) o prazo prescricional tem início a contar do fato que gerou a ação indenizatória 
contra a Administração. 
(C) a prescrição será decenal, com base na regra geral da legislação civil. 
(D) o prazo prescricional será o mesmo constante da esfera penal para o tipo 
criminal correspondente. 
 Comentários: A doutrina majoritária é no sentido de que a ação 
regressiva é obrigatória. Afinal, é a integridade do erário que está jogo, não 
podendo o agente público abrir mão, a seu critério, de um patrimônio que é de 
todos. Tanto é assim que a Lei 4.619/1965 estipula o prazo de 60 dias para 
ajuizamento da ação regressiva, a contar da data em que transitar em julgado a 
condenação imposta ao Estado. O não cumprimento desse prazo pelos 
procuradores responsáveis por impetrar a ação constitui falta no exercício do 
GHYHU��6HQGR�DVVLP��FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³D´. 
Quanto às demais opções, o erro é que ação de regresso, em si, é 
imprescritível, ressalvado algum entendimento contrário da banca a partir da 
decisão do STF no RE 669.069, conforme explanado anteriormente. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³D´ 
23. (Cespe ± MDIC 2014) Considere que o motorista de um veículo oficial de 
determinado ministério, ao trafegar em velocidade acima do limite legal, tenha 
colidido contra um veículo de particular que estava devidamente estacionado. Nessa 
situação, embora o Estado seja obrigado a indenizar o dano, somente haverá o 
direito de regresso do Estado caso se comprove o dolo específico na conduta do 
servidor. 
 Comentário: Nos termos do art. 37, §6º da CF, direito de regresso do 
Estado existe em caso de dolo ou culpa (e não apenas em caso de dolo). 
 Gabarito: Errado 
 
 
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24. (Cespe ± MTE 2014) O servidor que, por descumprimento de seus deveres 
funcionais, causar dano ao erário, ficará obrigado ao ressarcimento, em ação 
regressiva. 
 Comentário: O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo 
exercício irregular de suas atribuições. Nos termos do art. 122 da Lei 
8.112/1990, ³D� UHVSRQVDELOLGDGH� FLYLO� GHFRUUH� GH� DWR� RPLVVLYR� RX� FRPLVVLYR��
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros´. Assim, na 
hipótese de um ato do servidor causar dano ao erário, ele responderá na 
esfera civil diretamente, ficando obrigado ao ressarcimento. A ação regressiva 
ocorre para os casos de danos a terceiros, daí o erro. 
 Gabarito: Errado 
25. (ESAF ± CGU 2006) No caso de responsabilidade civil do Estado, por dano 
causado a outrem, cabe ação regressiva, contra o agente causador, que tenha agido 
culposa ou dolosamente, mas constitui requisito essencial para tanto, ter havido 
a) ajuizamento de ação pelo paciente, cobrando indenização do dano. 
b) condenação do Estado a indenizar o paciente. 
c) reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente. 
d) prova produzida pelo paciente, de culpa ou dolo do agente. 
e) recusa do agente em assumir o ônus da reparação desse dano. 
 Comentário: Para entrar com a ação de regresso contra o agente, a 
pessoa jurídica (entidade pública ou delegatária de serviços públicos) deverá 
comprovar que já foi condenada judicialmente a indenizar o particular que 
sofreu o dano. Isso porque o direito de regresso nasce com o trânsito em 
julgado da decisão condenatória prolatada na ação de indenização. Portanto, 
pode-se afirmar que o requisito essencial para a ação regressiva é a 
condenação do Estado a indenizar o paciente �RSomR� ³E´��� 3HUFHED� TXH� R�
³UHFRQKHFLPHQWR� GH� FXOSD� RX� GROR�� SRU� SDUWH� GR� DJHQWH´� �RSomR� ³F´�� QmR� p�
propriamente requisito para a propositura da ação regressiva, e sim para a 
condenação do agente nessa ação. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
 
 
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DENUNCIAÇÃO À LIDE 
Antes de encerrar esse tópico, cabe abordar a (in)aplicabilidade da 
³GHQXQFLDomR� j� OLGH´ aos processos judiciais fundados na 
responsabilidade civil objetiva do Estado. 
Primeiro, vamos ver o que significa essa expressão. Lide quer dizer 
litígio, uma questão a ser resolvida, normalmente, em processo de 
natureza judicial. Assim, ³denunciar à lidH´ significa, de maneira simples, 
trazer para um processo judicial alguém que pode (ou deve, em 
algumas situações) ser trazido. 
O art. 70, III, do Código de Processo Civil determina que ³a 
denunciação à lide é obrigatória àquele que estiver obrigado, pela lei ou 
pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a 
GHPDQGD´. Isso significa que, na esfera do direito privado, se uma 
empresa é alvo de ação civil por prejuízo causado por um de seus 
HPSUHJDGRV�� VHUi�REULJDWyULD�D� ³GHQXQFLDomR�GD� OLGH´�DR� IXQFLRQiULR��RX�
seja, aquele funcionário deverá ser chamado a responder na mesma ação 
e se defender. 
Existem divergências doutrinárias e jurisprudenciais a respeito da 
aplicação ou não do instituto da denunciação à lide às ações civis contra o 
Estado. Não obstante, a posição majoritária da doutrina e da 
jurisprudência é no sentido da inaplicabilidade da denunciação à lide 
pela Administração a seus agentes. 
Em outras palavras, a Administração não pode, já na primeira ação 
(isto é, na ação de indenização movida pela pessoa que sofreu o dano), 
trazer para o processo (denunciar à lide) seu agente cuja atuação 
ocasionou o dano. 
O argumento é: a responsabilidade do agente é subjetiva; a do 
Poder Público, objetiva. Admitir a denunciação pelo Poder Público ao 
agente importaria trazer, já para a ação de indenização, a discussão 
acerca da existência de dolo ou culpa na conduta do agente público, o que 
certamente traria prejuízos ao particular interessado; primeiro porque 
atrasaria o recebimento da indenização (afinal, enquanto a 
responsabilidade da Administração é objetiva, não demandando análise de 
culpa, denunciar o agente à lide tornaria a ação dependente da 
demonstração da sua culpa, ou seja, seria gasto mais tempo com análise 
de provas, atrasando a solução final do litígio), e segundo porque, se 
ficasse comprovada a culpa do agente já na ação de reparação, este é que 
seria o responsável por indenizar o particular, e não a Administração, 
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RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATOS LEGISLATIVOS 
No que diz respeito aos atos legislativos típicos, a doutrina e a 
jurisprudência têm admitido, por exceção, a responsabilização do 
Estado em duas hipóteses: 
 Edição de leis de efeitos concretos; e 
 Edição de leis inconstitucionais, desde que declaradas pelo STF. 
Leis de efeitos concretos são aquelas quenão possuem caráter 
normativo, não detêm generalidade, impessoalidade e nem abstração. São 
leis exclusivamente formais, provindas do Legislativo, mas que possuem 
destinatários certos, determinados. 
No caso, o administrado atingido diretamente pela lei de efeitos 
concretos tem direito à reparação dos eventuais prejuízos advindos da 
aplicação da norma, configurando-se a responsabilidade extracontratual 
do Estado. 
A razão para que as leis de efeitos concretos determinem o dever de 
o Estado arcar com os prejuízos que elas tenham causado ao particular é 
que tais atos legislativos são leis apenas formalmente (isto é, quanto à 
forma, eis que aprovadas pelo Legislativo), mas, materialmente (isto é, 
quanto ao conteúdo), são muito parecidas com os atos administrativos 
(por possuírem destinatários certos e determinados), proporcionando, 
portanto, os mesmos efeitos de atos desta natureza (administrativos). 
São exemplos as leis que aprovam planos de urbanização, as leis que 
concedem isenções fiscais a determinado setor ou pessoa, etc. 
Em relação à edição de leis inconstitucionais, parte-se da 
premissa de que o Poder Legislativo, embora possua soberania para editar 
leis, deve elaborá-las em conformidade com a Constituição. Assim, caso o 
Legislativo não observe essa condição e venha a elaborar leis 
inconstitucionais, poderá surgir a responsabilidade extracontratual do 
Estado. 
Ressalte-se que a responsabilização do Estado, nessa hipótese, 
depende da declaração de inconstitucionalidade da lei pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF), tanto no controle concentrado como 
no difuso. Sem a declaração da Suprema Corte, não há que se cogitar a 
responsabilidade estatal. 
Ademais, é necessário que a lei tenha efetivamente causado dano 
ao particular. Dessa forma, havendo a declaração de inconstitucionalidade 
da lei, a pessoa que tenha sofrido danos oriundos da sua incidência terá 
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que ajuizar uma ação específica pleiteando a indenização, a fim de 
demonstrar o dano sofrido. 
Para a autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o entendimento quanto 
às leis inconstitucionais pode ser estendido aos regulamentos do Poder 
Executivo e às normas das agências reguladoras, com a 
peculiaridade de que a indenização poderá ser pleiteada com 
fundamento na simples ilegalidade do ato, dispensando-se a prévia 
apreciação judicial. 
 
27. (Cespe ± MPTCDF 2013) O Estado só responderá pela indenização ao 
indivíduo prejudicado por ato legislativo quando este for declarado inconstitucional 
pelo STF. 
 Comentário: O Estado responderá pela indenização ao indivíduo 
prejudicado por ato legislativo quando este for declarado inconstitucional pelo 
STF e também quando este for um ato legislativo de efeitos concretos. 
3RUWDQWR�� D� SDODYUD� ³Vy´� UHVWULQJH� LQGHYLGDPHQWH� R� LWHm. Sobre o tema, 
ressalte-se que alguns autores também apontam que a omissão legislativa 
pode gerar a responsabilidade civil do Estado, especialmente quando a mora 
do legislador é reconhecida por meio de decisão judicial (ex: mandado de 
injunção). 
 Gabarito: Errado 
RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATOS JUDICIAIS 
No que diz respeito aos atos judiciais típicos, a própria Constituição 
Federal estabeleceu, como garantia individual, que ³R�(VWDGR�LQGHQL]DUi�R�
condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do 
tempo fixado na sentença´ (CF, art. 5º, LXXV). 
Portanto, na hipótese de o indivíduo ser condenado por 
erro judiciário, terá direito, contra o Estado, à reparação do prejuízo. No 
caso, a responsabilidade extracontratual do Estado é objetiva, isto é, 
independe de dolo ou culpa do magistrado. 
 
O erro judiciário que gera a 
responsabilização civil do Estado restringe-
se a erro na esfera penal. 
Detalhe é que esse dispositivo da CF alcança apenas os erros 
cometidos pelo Judiciário na esfera penal. Nesses casos, o Estado poderá 
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28. (Cespe ± DP/DF 2013) Considere que o Poder Judiciário tenha determinado 
prisão cautelar no curso de regular processo criminal e que, posteriormente, o 
cidadão aprisionado tenha sido absolvido pelo júri popular. Nessa situação 
hipotética, segundo entendimento do STF, não se pode alegar responsabilidade civil 
do Estado, com relação ao aprisionado, apenas pelo fato de ter ocorrido prisão 
cautelar, visto que a posterior absolvição do réu pelo júri popular não caracteriza, por 
si só, erro judiciário. 
 Comentário: A questão apresenta corretamente o entendimento do STF 
acerca do assunto, no sentido de que a prisão preventiva, por si só, não é 
suficiente para atrair a responsabilidade civil objetiva do Estado nos casos em 
que o réu, ao final da ação penal, venha a ser absolvido ou tenha sua sentença 
condenatória reformada na instância superior. 
 Gabarito: Certo 
29. (Cespe ± TCDF 2014) Incidirá a responsabilidade civil objetiva do Estado 
quando, em processo judicial, o juiz, dolosamente, retardar providência requerida 
pela parte. 
 Comentário: À época da prova, vigorava o CPC antigo, o qual estabelecia 
que, quando o juiz, dolosamente, retardasse providência requerida pela parte, 
incidiria a responsabilidade pessoal subjetiva do magistrado, ou seja, não 
seria o Estado quem deveria pagar a indenização ao prejudicado, e sim o 
próprio juiz. Porém, o novo CPC modificou essa regra: a partir de agora, na 
hipótese de conduta dolosa do magistrado que venha a causar prejuízo à parte 
ou a terceiro, incide a responsabilidade civil objetiva do Estado, assegurado o 
direito de regresso contra o juiz. Assim, vamos atualizar o gabarito original da 
questão. 
 Gabarito: Certo 
 
 
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RESPONSABILIDADE POR DANOS DE OBRAS PÚBLICAS 
Na aferição da responsabilidade civil por danos decorrentes de obras 
públicas interessa indagar, a priori, se o dano foi causado: 
 Pela própria natureza da obra, ou seja, pelo só fato da obra; 
 Pela má execução da obra. 
Quando o dano decorre da própria natureza da obra ou, em outras 
palavras, pelo só fato da obra, sem que tenha havido culpa de alguém, a 
responsabilidade da Administração é do tipo objetiva, na modalidade 
risco administrativo. 
Nesta situação, o dano resulta da obra em si mesma, por sua 
localização, extensão ou duração prejudicial ao particular, sem relação 
direta com alguma falha na execução propriamente dita. 
A ideia subjacente é que, como o resultado da obra pública, em tese, 
irá beneficiar a todos, é justo que os danos decorrentes da própria 
natureza da obra também sejam repartidos, através da indenização 
arcada pelo erário. 
Nessa hipótese (dano causado pelo só fato da obra), a 
responsabilidade da Administração independe de quem estava 
executando a obra (se a própria Administração ou algum particular 
contratado). 
Como exemplo de dano provocado pelo só fato da obra, Marcelo 
Alexandrino e Vicente Paulo trazem as rachaduras nas paredes das casas 
próximas a uma obra para ampliação do metrô, provocadas pelas 
explosões necessárias à perfuração e abertura de galerias, apesar de 
todas as precauções e cuidados técnicostomados. Nesse caso, o dano a 
essas casas é ocasionado pelo só fato da obra, sem que haja culpa de 
alguém, e quem responde pelo dano é a Administração Pública 
(responsabilidade civil objetiva), mesmo que a obra esteja sendo 
executada por um particular por ela contratado. 
De outra parte, danos também podem ser causados pela 
má execução da obra, ou seja, pela falha na adoção das técnicas 
construtivas ou pela não observância dos procedimentos corretos por 
parte do executor da obra. 
Nessa hipótese, já interessa saber quem está executando a 
obra. 
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30. (FGV ± OAB 2016) A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho, 
Maria atravessa uma área em obras, que está interditada pela empresa contratada 
pelo Município para a reforma de um viaduto. Entretanto, por desatenção de um dos 
funcionários que trabalhava no local naquele momento, um bloco de concreto se 
desprendeu da estrutura principal e atingiu o pé de Maria. Nesse caso, 
A) a empresa contratada e o Município respondem solidariamente, com base na 
teoria do risco integral. 
B) a ação de Maria, ao burlar a interdição da área, exclui o nexo de causalidade 
entre a obra e o dano, afastando a responsabilidade da empresa e do Município. 
C) a empresa contratada e o Município respondem de forma atenuada pelos danos 
causados, tendo em vista a culpa concorrente da vítima. 
D) a empresa contratada responde de forma objetiva, mas a responsabilidade do 
Município demanda comprovação de culpa na ausência de fiscalização da obra. 
 Comentário: Na situação narrada, dois fatores contribuíram para o dano 
provocado a Maria: 
(i) o fato de a vítima ter atravessado uma área proibida. 
(ii) a desatenção do funcionário que fez despender o bloco de concreto. 
O primeiro fator denota que Maria contribuiu para a ocorrência do 
acidente, caracterizando um excludente de responsabilidade, qual seja, a culpa 
concorrente da vítima, que atenua a responsabilidade do Poder Público. Não 
se trata de culpa exclusiva da vítima por causa da presença do segundo fator 
acima, que também concorreu para a ocorrência do dano. 
O segundo fator mostra que houve uma má execução da obra, em razão 
da não observância dos procedimentos corretos por parte do funcionário, que 
estava desatento. Neste caso, como a obra estava sendo executada por uma 
empresa contratada, é ela quem responderá civilmente pelo dano causado a 
Maria. A responsabilidade da empresa é do tipo subjetiva, conforme previsto 
no art. 70 da Lei 8.666/93. O Estado, no caso, responderá apenas de forma 
subsidiária. 
Pelo exposto, nota-VH�TXH�DSHQD�D�DOWHUQDWLYD�³F´�HVWi�FRUUHWD� 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´ 
31. (FGV ± OAB 2016) Um servidor público federal em São Paulo viajou a serviço 
para Brasília, para uma inspeção, e cobriu todas as despesas com recursos 
próprios. Passados exatos 3 anos e 10 meses, o servidor formulou pedido na esfera 
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administrativa de reembolso de despesas e pagamento das diárias de viagem. A 
decisão final no processo administrativo somente foi proferida 1 (um) ano e 6 (seis) 
meses após a formalização do pedido, negando o pleito. Diante desse fato, ele 
pretende ingressar com demanda para cobrar o referido valor Considerando o 
exposto, assinale a afirmativa correta. 
A) O prazo prescricional é de 3 (três) anos, que já se tinha consumado quando o 
servidor formulou o pedido na esfera administrativa. 
B) O prazo prescricional é de 5 (cinco) anos e este foi suspenso pelo pedido 
administrativo. Com a decisão negativa, volta a correr a prescrição contra o servidor. 
C) O prazo prescricional é de 10 (dez) anos e, a despeito de não haver previsão de 
suspensão ou interrupção do prazo, este ainda não se consumou em desfavor do 
servidor. 
D) O prazo prescricional é de 5 (cinco) anos e, portanto, este já transcorreu 
integralmente, visto que o pedido formulado na esfera administrativa não suspende e 
nem interrompe a prescrição. 
 Comentários: A resposta está no Decreto 20.910/1932, que regula a 
prescrição das dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem 
assim de todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou 
municipal: 
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e 
qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for 
a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do 
qual se originarem. 
Art. 4º Não corre a prescrição durante a demora que, no estudo, ao reconhecimento 
ou no pagamento da dívida, considerada líquida, tiverem as repartições ou 
funcionários encarregados de estudar e apurá-la. 
Parágrafo único. A suspensão da prescrição, neste caso, verificar-se-á pela entrada 
do requerimento do titular do direito ou do credor nos livros ou protocolos das 
repartições públicas, com designação do dia, mês e ano. 
 Uma vez suspenso o prazo prescricional, este não poderá retomar seu 
curso enquanto não houver manifestação definitiva da Administração. Correta, 
SRUWDQWR�� D� DOWHUQDWLYD� ³E´�� 'HWDOKH� p� TXH�� QR� FDVR�� WUDWD-se de suspensão, e 
não de interrupção do prazo prescricional. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
 
 
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RESPONSABILIDADE CIVIL DOS NOTÁRIOS 
O serviço público notarial e de registro é serviço próprio do 
Estado, uma vez que tem a finalidade de assegurar autenticidade, 
segurança jurídica, eficácia e publicidade aos assentos, atos, negócios e 
declarações dos registros e/ou das notas, todos com fé pública18. 
Nos termos da Constituição Federal, o serviço notarial e de registro é 
exercido em caráter privado, por delegação do Poder Público (CF, 
art. 23619). Ressalte-se que tal delegação não está entre as regidas pelo 
art. 175 da CF (as quais estudamos na aula sobre serviços públicos). 
Uma das diferenças é que a delegação dos serviços notariais e 
registrais não é feita mediante licitação e sim por meio de concurso 
público de provas e títulos. 
Ademais, essa delegação é feita pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe, 
ainda, competência exclusiva para a fiscalização; esta, vista como poder 
de polícia, permite a cobrança de taxa. 
O delegatário, também chamado de notário ou tabelião, é uma 
pessoa física. É considerado um agente público em sentido amplo 
(mas não é um servidor público detentor de cargo efetivo, é só agente 
público). 
A serventia (cartório) não é uma pessoa jurídica, sendo o próprio 
particular, para o qual foi conferida a outorga da delegação, o responsável 
pela prestação do serviço. Como dito, ele exerce a atividade em caráter 
privado, e é responsável por todos os atos praticados na serventia. 
O tabelião pode causar dano a terceiros quando, por exemplo, 
reconhecer uma firma falsa ou registrar erroneamente um protesto, 
causando restrições cadastrais indevidas. Sendo assim, qual seria a 
responsabilidade civil do tabelião nesses casos? 
A responsabilidade civil dos tabeliães é de natureza subjetiva, 
conforme expressamente previsto no art. 22 da Lei 13.286/2016:

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