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TEORIA DA CONTABILIDADE

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Professor Me. José Renato de Paula Lamberti 
Professor Me. Olirio Sperandio
TEORIA DA CONTABILIDADE
gRADuAçãO
CIêNCIAs CONTáBEIs
MARINgá-pR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenação de Marketing: Bruno Jorge
Coordenação Comercial: Helder Machado
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação de Curso: José Renato de Paula Lamberti
supervisora do Núcleo de produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura
Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Marchi Junior, José Jhonny Coelho, Luiz 
Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães Cripaldi
supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo 
Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda 
Canova Vasconcelos
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR
 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
 a distância:
 
C397 Teoria da contabilidade / José Renato de Paula Lamberti, 
 Olirio Sperandio. Maringá - PR, 2012.
 162 p.
 “Graduação Ciências Contábeis - EaD”.
 
 1. Teoria da contabilidade. 2. Patrimônio líquido. 3 .EaD. I.Título.
 CDD - 22 ed. 657 
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
 
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites pHOTOs.COM e sHuTTERsTOCK.COM”.
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br
TEORIA DA CONTABILIDADE
Professor Me. José Renato de Paula Lamberti 
Professor Me. Olirio Sperandio
5TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
ApREsENTAçãO DO REITOR
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. 
A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para 
liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no 
mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso 
de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-ex-
tensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que 
contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referên-
cia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de compe-
tências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação 
da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social 
de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também 
pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação 
continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
6 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Caro(a) aluno(a), “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a 
sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo 
de Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se 
fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da 
realidade social em que está inserido.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o 
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, 
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas 
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, 
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se 
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, 
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada 
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do 
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de 
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para 
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu 
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências 
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os 
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos 
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, 
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os 
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe 
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie 
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma 
comunidade mais universal e igualitária.
Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem!
Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR
7TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
ApREsENTAçãO
Livro: TEORIA DA CONTABILIDADE
Professor Me. José Renato de Paula Lamberti 
Professor Me. Olirio Sperandio
Olá, prezado(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) ao livro de Teoria da Contabilidade. 
Este livro foi feito especialmente para seu estudo, em que procuro mostrar aspectos teóricos 
da contabilidade em suas diversas abordagens para proporcionar maior aproveitamento para 
atividade profissional.
Agora, faço um pequeno relato para facilitar o entendimento das unidades.
Na Unidade I, chamada INTRODUÇÃO À TEORIA DA CONTABILIDADE, procurarei trazer 
os aspectos conceituais sobre a contabilidade como ciência. Além disso, será apresentada 
toda evolução histórica da contabilidade que ajuda a compreender o desenvolvimento do 
profissional contábil até os dias atuais com o desenvolvimento das escolas de pensamento 
contábil. Nesse contexto, será mencionada uma breve história da contabilidade no Brasil. Além 
disso, apresentar-se-ão aspectos conceituais da teoria da contabilidade e todas as abordagens 
que a teoria da contabilidade possui.
Na Unidade II, caro(a) acadêmico(a), vamos estudar os objetivos da contabilidade que serve 
de base para a execução do seu trabalho profissional por meio dos diversos usuários que você 
como contador tem que prestar informações com qualidade.
A Unidade III trará a estrutura conceitual básica que serve de arcabouço teórico por meio 
dos postulados,princípios e convenções que atualmente é tratado como os princípios da 
contabilidade segundo a Resolução 750/93 com atualização da 1282/2010.
Na Unidade IV, chamada de ATIVO, PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO, RECEITAS E 
DESPESAS apresentar-se-ão conceitos, características, mensuração e reconhecimentos de 
todos os componentes patrimoniais de uma entidade. 
Para finalizar, a Unidade V denominada EVIDENCIAÇÃO EM CONTABILIDADE, apresentará 
o conceito de evidenciar, os tipos de evidenciação que pode ser tanto obrigatório como 
8 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
voluntária e os níveis de evidenciação e as várias formas de evidenciação que são feitas por 
meio das demonstrações contábeis.
Caro(a) acadêmico(a), é isso que será apresentado no decorrer das unidades e esperamos 
que esse material facilite para o conhecimento sobre a Teoria da Contabilidade para sua vida 
profissional.
Qualquer dúvida, estarei à disposição juntamente com a nossa equipe!
Sucesso! 
Professor José Renato
suMáRIO
uNIDADE I
INTRODUÇÃO À TEORIA DA CONTABILIDADE
A CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA.....................................................................................16
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE .....................................................................21
ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTÁBIL ............................................................................28
BREVE HISTÓRIA DA CONTABILIDADE NO BRASIL ..........................................................33
TEORIA DA CONTABILIDADE ...............................................................................................37
ABORDAGENS DA CONTABILIDADE....................................................................................38
uNIDADE II
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ........................................................................................43
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ............................................................................45
ANÁLISE DAS QUALIDADES DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS .......................................50
uNIDADE III
POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES E RESOLUÇÃO 750/1993 E 1281/2010
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS ......................................................................................................66
AS CONVENÇÕES CONTÁBEIS (NORMAS E RESTRIÇÕES) .............................................72
TEORIA DA AGÊNCIA ............................................................................................................79
uNIDADE IV
ATIVO, PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO, RECEITAS E DESPESAS
ATIVO ......................................................................................................................................87
PASSIVO .................................................................................................................................94
PATRIMÔNIO LÍQUIDO ..........................................................................................................95
BASES PARA A MENSURAÇÃO DA RECEITA....................................................................101
DESPESAS ...........................................................................................................................104
O GRAU DE ASSOCIAÇÃO DAS DESPESAS COM AS RECEITAS ...................................107
GANHOS E PERDAS EXTRAORDINÁRIOS (ITENS EXTRAORDINÁRIOS) ...................... 113
uNIDADE V
A EVIDENCIAÇÃO EM CONTABILIDADE
EVIDENCIAÇÃO ...................................................................................................................121
AS VÁRIAS FORMAS DE EVIDENCIAÇÃO .........................................................................123
BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................124
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ........................................................125
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS ....................................127
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO .....................................127
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ...........................................................................129
DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO .....................................................................131
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE .........................................................132
NOTAS EXPLICATIVAS ........................................................................................................133
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO .....................................................................................133
PARECER DO CONSELHO FISCAL ....................................................................................134
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES ............................................................135
CONCLusãO ........................................................................................................................139
REFERêNCIAs .....................................................................................................................140
ANEXO ..................................................................................................................................141
uNIDADE I
INTRODuçãO À TEORIA DA CONTABILIDADE
Professor Me. José Renato de Paula Lamberti 
Professor Me. Olirio Sperandio
Objetivos de Aprendizagem
•	 Apresentar	os	principais	conceitos	de	Ciências	dos	números.
•	 Dissertar	uma	breve	história	da	Contabilidade.
•	 Demonstrar	os	principais	conceitos	sobre	Teoria	da	Contabilidade.
•	 Estudar	as	abordagens	da	Teoria	da	Contabilidade.
plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Definição	de	ciências
•	 Definição	de	ciências	contábeis
•	 História	da	Contabilidade
•	 Teoria	da	Contabilidade
•	 Abordagens	da	Contabilidade
15TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
INTRODuçãO
Prezado(a) acadêmico(a), em Ciências Contábeis, em nossa primeira unidade situaremos a 
Ciências Contábeis na concepção da humanidade pensante, a qual fazemos parte. 
Fo
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e:
 S
HU
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K.
CO
M
A primeira pergunta que gostaria de fazer aqui é a seguinte: como seria o mundo sem a 
Contabilidade? O que seria das empresas financeiras e não financeiras, do governo, dos 
empresários, dos acionistas, esses entes denominados stakeholders, caso a Contabilidade 
não gerasse documentos que pudessem ser interpretados para descobrir a essência de 
investimentos, financiamentos, riqueza? Seria possível tomar decisões em um ambiente cada 
vez mais competitivo?
É aqui o ponto de partida: estamos em um mundo cada vez mais competitivo, em que a tomada 
de decisão correta e rápida favorece-nos, isto é, proporciona as empresas o que chamamos 
de vantagem competitiva, o que faz uma pessoa se interessar pela nossa empresa e não pela 
16 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
do vizinho. E as informações contábeis são de suma importância nesse novo âmbito de mundo 
empresarial.
Muitos autores, referências em Contabilidade e até mesmo do mundo do negócio, declaram 
que a Ciências Contábeis é a profissão do futuro, uma das profissões que as empresas têm 
necessidade de mão de obra qualificada. No entanto, deixo claro que para entrar nesse mundo 
corporativo depende muito de você, de sua busca incessante de conhecimentos relacionados 
à contabilidade. A contabilidade como veremos a partir de agora é uma ciência, e suas teorias 
sempre estão em constante aperfeiçoamento, o que significa para nós que nunca deixaremos 
de estudar. Seremos eternos estudantes da Contabilidade.
A CONTABILIDADE COMO CIêNCIA
Caro(a) aluno(a), você já pensou no significado da palavraContabilidade? E o que essa palavra 
significa para toda a evolução da nossa sociedade do conhecimento? Como seria um mundo 
sem a Contabilidade? 
Vamos pedir auxílio aos nossos ilustres mestres de nossa grandiosa profissão. O primeiro 
deles é o saudoso mestre Antônio Lopes de Sá, que faleceu em 2010. No entanto, nos deixou 
preciosas obras que servem como fonte inspiradora para a prática das Ciências Contábeis.
Lopes de Sá (2010, p.46) define a contabilidade do seguinte modo: “a Contabilidade é a 
ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e 
comportamentos dos mesmos, em relação a eficácia funcional das células sociais”.
Para Lopes de Sá (2010, p. 39), a Contabilidade deve ser enquadrada como ciências, pois 
“atende a todos os requisitos necessários para tal qualificação”. Além disso, para o saudoso 
mestre o conhecimento contábil é por essência experimental, assim como ocorre em todas as 
outras ciências.
17TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Mas quando ouvimos a palavra ciência, nós não percebemos a força dessa palavra que está 
concentrada em nossas mãos. A palavra ciência deriva do latim scientia, que podemos traduzir 
como conhecimento. E é o que estamos fazendo agora, produzindo conhecimento sobre 
contabilidade.
Observe a tradução de ciência para Rubem Alves (1981, p.21):
Quando um cientista enuncia uma lei ou uma teoria, ele está contando como se 
processa a ordem, está oferecendo um modelo da ordem. Agora ele poderá prever 
como a natureza vai se comportar no futuro. É isto que significa testar uma teoria: ver 
se, no futuro, ela se comporta da forma como o modelo previu.
Esse trecho é profundo demais. Pena que poucos percebem essa tangibilidade inserida nos 
fatos contábeis. Quando ouvimos a palavra ciência, nós não percebemos a força dessa palavra 
nas teorias que desenvolveremos e que estará concentrada em nossas mãos. 
Outros autores, também, sustentam a Contabilidade como Ciências. Franco (1977, p.58) 
argumenta que a característica científica da Contabilidade é visualizada na “possibilidade de 
previsão dos efeitos gerados por determinados fenômenos patrimoniais”.
Já no CFC – NBC T, a Contabilidade é definida como ciência social:
A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é o patrimônio, busca, 
por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da eventual 
sumarização, da demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo 
patrimônio da entidade particularizada, a geração de informações quantitativas e 
qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos, como monetários.
Herrmann Júnior (1978, p. 29) define a contabilidade como: “Ciência autônoma que tem por 
objetivo o estudo do patrimônio aziendal sob o ponto de vista estático e dinâmico”.
Desse mesmo modo, Hendriksen e Breda (2010, p.29) descrevem: “a Contabilidade é 
a ciência que cuida do registro, classificação e sintetização, de maneira significativa e em 
termos monetários, de transações e eventos que são em parte, de natureza financeira, e de 
interpretação de seus resultados”.
18 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Essas afirmações só reforçam as razões científicas da Contabilidade.
Lopes de Sá sabia o que estava falando e para comprovar sua teoria, argumentou em favor do 
conhecimento contábil como científico, utilizando o quadro abaixo:
Quadro:	Contabilidade	como	ciência
Possui fontes de informação organizadas sistematicamente.
Pode enunciar verdades sobre fatos verificáveis.
Tem condições de descobrir novos fatos e de estabelecer modelos de situações ainda não 
constatáveis.
Por meio de sua doutrina e experimentação, pode enunciar leis científicas, válidas 
universalmente.
Contribui para a evolução da humanidade por seus postulados de eficiência no uso da 
riqueza, militando em favor do bem-estar material das células sociais, de seus componentes 
e de toda a sociedade.
Fonte: Adaptado de Lopes de Sá (2010)
E observando os fatos, a própria palavra teoria se correlaciona em sua essência com a ciência. 
Observe como Carqueja (2007, p.10) sintetiza o que significa teoria: 
O	significado	do	termo	“teoria”	foi	apurado	no	segundo	terço	do	século	passado,	pelas	
muitas referências à célebre “Teoria da relatividade”, de Einstein, e à equação E=mc². 
Socialmente o termo acabou muito ligado à ideia de explicação abrangente, embora 
num dicionário, do tipo de um dicionário escolar para o ensino médio, encontremos 
este	significado,	mas	também	outros:	conhecimento	especulativo,	princípios	básicos	de	
uma ciência ou doutrina, sistema ou doutrina que trata de princípios básicos, opiniões 
sistematizadas, conjectura, hipótese, explicação possível.
Dessa forma, apenas para finalizarmos esse primeiro tópico, verifique o quadro feito por Lopes 
de Sá (2011) que responde a todos os questionamentos sobre a natureza do reconhecimento 
contábil.
Possuir objetos de estudos. O Patrimônio é o objeto de estudos.
Aspecto peculiar. A eficácia é o aspecto observado.
19TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Levantar hipóteses válidas. Potencialidades do patrimônio, como con-tingências, por exemplo.
Estudar fenômenos com rigor Analítico. Análise de liquidez, custos, retornos de inves-timento.
Métodos básicos de estudo do objeto. Fenomenológico e Indutivo Axiomático. 
Verdades de valor universal.
Quanto maior a velocidade do capital circu-
lante, tanto menor a necessidade de capital 
próprio.
Permitir previsões. Orçamentos financeiros, de custos, de lucros.
Acolher correntes doutrinárias.
Contismo, personalismo, controlismo, reditua- 
lismo, patrimonialismo, aziendalismo, neopatri-
monialismo.
Possuir teorias próprias. Teoria: das aziendas, rédito, valor, equilíbrio patrimonial, funções, etc.
Basear-se em conhecimentos de na-
tureza.
Milenar é a acumulação do conhecimento 
contábil.
Prestar utilidade.
Aplicam-se os modelos de comportamento da 
riqueza para gestão empresarial e institucional 
a orientação de investimentos; ao controle 
orçamentário e fiscal, etc.
Fonte: Lopes de Sá (2011)
Sabe o que Lopes de Sá falaria agora, se estivéssemos em uma aula com esse saudoso 
mestre, ele nos esclareceria: 
Antônio Lopes de Sá
Fonte: <pt.wikipedia.org/wiki/Antônio_Lopes_de_Sá>
20 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
- “PRESTEM ATENÇÃO NO QUADRO ANTERIOR. NÃO HÁ DÚVIDAS, A CADA EXIGÊNCIA 
DA LÓGICA DAS CIÊNCIAS, RESPONDE A CONTABILIDADE COM CONCRETAS E 
OBJETIVAS ARGUMENTAÇÕES DE ENQUADRAMENTO”.
E assim terminaria mais uma grande aula.
Caro(a) amigo(a) aluno(a), assista a essa grande homenagem ao professor Lopes de Sá. É uma 
recomendação para a sua vida!
<http://www.youtube.com/watch?v=wff4N2bRPtU>.
Vale a pena ler o texto a seguir que de maneira singular dá forma a Ciências Contábeis. Foi retirado 
do artigo de Carqueja (2007, p.10 apud STAMP, 1993, p.295).
Assim	parece	razoável	afirmar	que	enquanto	nós	temos	uma	interessante	“realidade	aparente”	quer	
na	contabilidade	quer	na	economia,	consistindo	de	bens,	edifícios,	pessoas,	transações	financeiras,	
etc.,	só	a	podemos	organizar,	para	ficar	com	os	dados	simplificados	da	contabilidade,	excluindo	mui-
tos dos elementos dessa realidade. Ao procedermos assim pagamos um alto preço – não só porque 
temos	que	tomar	muitas	decisões	acerca	do	significados	das	entidades	envolvidas	(tal	como	o	do	con-
ceito legal de negócio), bastante arbitrários (poderíamos falar de atribuição de custos, da depreciação, 
etc.), mas também porque perdemos contato com a base, a muito complexa realidade de base, dos 
desejos humanos, do conhecimento, de processos dependentes do clima, e de outros aspectos sem 
conta sobre os quais repousam os aspectos económicos.
Quando na biologia pretendemos estudar a evolução não há grande problema porque sabemos que 
só alguns aspectos interessam.Na economia procurei demonstrar que não é assim, especialmente no 
21TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
campo da microeconomia. Os sistemas com os quais a contabilidade pretende lidar, desde armazéns 
de milho até multinacionais do petróleo são fundamentalmente sistemas abertos, interagindo intensa-
mente com o exterior a todos os níveis (para manter a analogia de observação com a física).
Esta	análise	pouco	promissora	da	realidade	econômica	não	satisfaz	nem	o	contabilista	nem	o	filósofo.	
Só	posso	encorajar	os	contabilistas	otimistas	a	procurar	uma	teoria.	Ao	filósofo	a	minha	análise	pa-
recerá	supersimplificada.	Em	particular	a	maior	parte	das	minhas	anotações	sobre	realidade	faz	com	
que esta pareçam teorias consistentes de sistemas fechados (ou quando não fechados relacionados 
subsidiariamente com teorias de outros sistemas fechados). Contudo esta é forma como um cientista 
tem que olhar para a realidade – cada vez que uma teoria muda é alterada a perspectiva de observa-
ção	da	realidade	a	que	respeita.	Mesmo	que	o	filósofo	não	nos	diga	que	é	frágil	a	nossa	percepção	da	
realidade a continua mudança de teorias bastaria para o evidenciar. 
Neste sentido todas as realidades que estudamos têm que ser consideradas como convenções (pes-
soais ou não), como poeira no vento, ou, como Platão via o problema, sombras na parede duma 
caverna.
EVOLuçãO HIsTÓRICA DA CONTABILIDADE
Prezado(a) acadêmico(a), nesse tópico pensaremos na evolução histórica da Contabilidade, 
com o objetivo de demonstrar a sua importância na história da civilização, do homem como 
conhecemos hoje, que busca o seu bem-estar social.
Para Iudícibus (2010), a Contabilidade é tão remota quanto o homem que pensa e conta, pois 
a sua necessidade de acompanhar a evolução dos patrimônios foi o grande motivo para o seu 
desenvolvimento. 
Conforme Iudícibus (2010) afirma, a Contabilidade é tão antiga quanto a origem do Homo 
Sapiens, sendo que alguns historiadores creditam os primeiros sinais objetivos da existência 
da contabilidade a aproximadamente 2.000 anos a.C. Outros historiadores determinam que 
até antes da era Cristã, surgiram diversos registros de transações contábeis na China, Egito, 
Assíria, Fenícia, Pérsia etc., claro que de forma rudimentar.
22 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Com o desenvolvimento do comércio com as Índias, deu-se o surgimento do Mercantilismo, 
da burguesia, a descoberta de diversos campos de conhecimento (Renascimento), ocorrendo 
daí a maturidade da contabilidade no tocante ao registro e controle das operações, que 
foi ocorrendo muito lentamente ao longo dos séculos. Nessa época, pela influência da 
Inquisição, os números negativos eram considerados bruxaria e apenas os números positivos 
representavam algo cristão, o que explica a aposição do sinal de menos para os números 
negativos e o sinal da cruz ou soma para os positivos. Para evitar a Inquisição, era necessário 
criar-se um método de escrituração das transações comerciais que demonstrasse a relação 
de causa e efeito das operações.
Essa expansão da contabilidade ganha novo ímpeto a partir da era industrial, especialmente 
pela complexidade na geração de informações. Nesse período, desenvolve-se um campo 
fértil para o desenvolvimento de novas teorias, especialmente àquelas relacionadas a custos 
industriais. 
Finalmente, o período pós-industrial apresenta-se como um novo desafio aos contadores. 
Agora já não era mais os custos das mercadorias ou produtos o alvo de controle por parte da 
contabilidade. Surge a figura dos custos dos serviços, com grau de complexidade ainda maior 
que aquele apresentado no período industrial. Como mensurar o custo dos serviços? Como 
avaliar o capital intelectual? Como contabilizar “Recursos Humanos”? São questões de uma 
nova era que a contabilidade precisa encontrar respostas se quiser continuar sendo relevante 
para as entidades.
Analisando o processo evolutivo da contabilidade ao longo da história pode-se perceber que, 
em cada época, a contabilidade procurou ou tem procurado gerar informações que pudessem 
atender aos requisitos dos usuários. 
23TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Fo
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ST
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K.
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No momento em que o homem passa a ter bens, mesmo em épocas muito longínquas, a 
contabilidade aparece como um instrumento eficaz no controle desses bens. E, assim 
permanece durante muitos anos, utilizando o método das partidas simples. 
Qual era fundamentalmente o objetivo da contabilidade nesse período? – informar, mesmo que 
de forma rudimentar, o objetivo da contabilidade estava direcionado ao registro e controle dos 
bens e das transações com vistas a informar o proprietário. 
Na era mercantilista, provavelmente no século XIII ou XIV, na Itália que floresceu a Contabilidade, 
nas cidades de Veneza, Florença e Pisa. Essas cidades, entre outras, fervilhavam de 
atividade mercantil, econômica e cultural, então foi nesse período, por volta de 1494, que o 
frei franciscano chamado Luca Pacioli escreveu seu famoso livro Tractatus de Computis et 
Scripturis, que descrevia o sistema de partidas dobradas, e apresentava o raciocínio em que 
buscavam os lançamentos contábeis, onde que para todo crédito há um débito.
Na era mercantilista, mas precisamente entre os séculos XIII e XIV começam a florescer no norte 
da Itália centros de comércio e, paralelamente a essa expansão comercial surgem os primeiros 
registros contábeis pelo método das partidas dobradas. Esse método desenvolvido pelo Frei 
Luca Pacioli provoca uma revolução na forma de controle e escrituração, especialmente por 
reconhecer na contabilidade de cada uma das entidades envolvidas, as relações de débito e 
crédito, ou em outra ótica, as fontes e as aplicações de recursos.
24 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Os vários fatores que contribuíram e até mesmo facilitaram o surgimento do método das 
partidas dobradas foram:
a) a escrita – o desenvolvimento da comunicação por meio da escrita (impressa) foi talvez 
o fato que provocou maior reflexo em toda a história da humanidade, pois o acesso ao 
conhecimento foi a alavanca propulsora do desenvolvimento econômico e social;
b) o surgimento da moeda – a moeda como instrumento de troca veio substituir o escambo 
e fez surgir um campo fértil para a compilação de valores e suas análises frente às ope-
rações realizadas;
c) a aritmética – a utilização dos fundamentos da aritmética na busca de soluções para pro-
blemas de controle contábil deu origem ao método das partidas dobradas, cuja evolução 
da escrita e da moeda proporcionou condições favoráveis à expansão da contabilidade 
em todo o mundo.
A aritmética teve grande influência no desenvolvimento da contabilidade, pois a obra de 
Luca Pacioli, “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita”, editada em 
1494, em que se apresenta toda a fundamentação sobre o método das partidas dobradas é 
basicamente um tratado de matemática.
Em decorrência de uma fundamentação lógica de fácil compreensão e aplicabilidade o método 
das partidas dobradas pode ser considerado como um divisor de águas entre a antiga e a nova 
contabilidade, visto que desde a sua publicação tem sido o direcionador do raciocínio contábil 
ao longo da história. 
Muitos anos já se passaram desde o desenvolvimento do método das partidas dobradas, o 
ambiente empresarial sofreu inúmeras modificações ao longo desses anos todos, entretanto, 
a base para a geração de informações contábeis permanece inalterada, o raciocínio contábil 
fundamenta-se na relação de fontes e aplicações de recursos, e desta forma tem contribuído 
para a geração de informações mesmo nos contextos mais complexos como os que vivemos 
atualmente.
25TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
A história nos evidencia que o mercantilismo que floresceu na Europaa partir dos séculos XIV, 
principalmente nas cidades de Gênova, Florença e Veneza provocou um ambiente favorável à 
expansão da contabilidade. 
Nesse período, as características do comércio diferem em grau de complexidade daquelas 
existentes em épocas anteriores. Mas, nesse novo ambiente, o objetivo da contabilidade 
permanece o mesmo? Sim, continua sendo informar. Evidentemente que em um contexto mais 
abrangente que aquele apresentado no início da contabilidade.
Com o advento da indústria os fatores determinantes do custo que permaneceram praticamente 
inalterados desde os primórdios da contabilidade até o fim da era mercantilista, tornam-se 
mais complexos. Na era mercantilista o custo era basicamente o valor de aquisição das 
mercadorias, sendo calculado da seguinte forma: Estoque inicial + Compras – Estoque final = 
Custo das Mercadorias Vendidas. Na era industrial surge uma nova característica de empresa: 
a indústria. Essa nova modalidade de empreendimento modifica substancialmente o cenário 
contábil, especialmente no tocante a formação de custos, na medida em que ao invés de 
comprar a mercadoria ou produto acabado, passa a adquirir a matéria-prima, sobre a qual 
agrega a mão de obra e os custos indiretos de fabricação de forma a gerar um novo produto 
com características próprias e específicas.
Neste contexto as pesquisas avançam no sentido de dotar as empresas de sistemas que 
pudessem informar o consumo de matéria-prima por produto, o nível de desperdício, o tempo 
de produção, o volume de gastos complementares, a forma de incorporação desses gastos aos 
produtos em elaboração, acabados etc., ou seja, foi necessário o desenvolvimento de teorias 
que propiciassem condições para que a contabilidade pudesse informar adequadamente os 
gestores sobre o desempenho da indústria.
A busca de mecanismos de informação acerca de custos contribuiu para o surgimento de 
teorias, como: absorção, RKW; ABC; Direto e outras similares, todas direcionadas a geração de 
informações com vistas a atender as necessidades informacionais de usuários internos e externos.
26 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Atribui-se também a era industrial o surgimento das grandes corporações que muito 
contribuíram para a evolução da contabilidade, especialmente pelo grau de qualidade exigida 
das informações contábeis. Nesse ambiente, a ótica de geração de informações também 
sofre um impacto com o advento das grandes corporações. Começa nesse período o 
desenvolvimento de teorias que distinguem a contabilidade direcionada aos usuários externos 
daquela direcionada aos usuários internos. Desses estudos subdivide-se a contabilidade em 
duas vertentes: a contabilidade financeira ou societária, cuja finalidade é gerar informações 
para os usuários externos dentro de requisitos específicos e legais. Vale lembrar que a 
contabilidade financeira ou societária não é a contabilidade fiscal. A contabilidade financeira 
ou societária deve ser elaborada para atender os interesses da entidade no que tange à 
geração de informações externas e os ajustes para atender os interesses do governo, de 
acordo com a legislação fiscal devem ser efetuados à parte. Ou seja: o governo é um usuário 
da informação contábil, tal qual fornecedores, bancos, sindicatos e muitos outros, só diferindo 
pelas exigências quanto à forma e conteúdo das demonstrações contábeis.
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A contabilidade gerencial foi organizada para ser um instrumento de apoio à gestão utilizando 
para tanto conhecimentos de custos, análises de balanços e sistema de informação. Em 
decorrência de suas peculiaridades a contabilidade gerencial utiliza procedimentos, muitas 
vezes, diferentes daqueles utilizados pela contabilidade financeira, especialmente por estar 
27TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
disponibilizada como uma ferramenta que pode gerar informações direcionadas aos diversos 
setores, unidades, departamentos etc., da organização com vistas a proporcionar condições 
adequadas de controle, análise e tomada de decisões. 
Finalmente tem-se a era pós-industrial, em que os fatores de formação de custos e 
gerenciamento apresentam-se cada vez mais complexos. Paralelamente ao surgimento do 
mercado de serviços tem início o processo de globalização que em conjunto com o mercado 
de serviços proporciona condições adequadas para uma análise dos conteúdos teóricos 
contábeis disponibilizados até então. A contabilidade precisava continuar informando, e quanto 
mais agressivo e complexo o ambiente, maior a necessidade de velocidade e precisão. As 
teorias de custos e os sistemas de informações advindas da era mercantil e industrial já não 
eram capazes de satisfazer as necessidades informacionais das empresas, especialmente pela 
necessidade de teorias que pudessem responder aos problemas de uma nova configuração 
de ambiente empresarial. A necessidade de uma contabilidade de custos industrial avançada 
ganha então um aliado de peso, a contabilidade de custos das empresas prestadoras de 
serviços. Os fatores de custos que na indústria são a matéria-prima, mão de obra direta e os 
custos indiretos de fabricação, nas empresas de serviços ficam restritos ao custo da mão de 
obra e alguns gastos complementares.
O que se abstrai dessa pequena reflexão sobre a evolução da contabilidade dentro da ótica 
da evolução do comércio, da indústria e da prestação de serviços é que, em cada época, 
independente do maior ou menor grau de complexidade, ou mesmo dos fatores internos ou 
externo às organizações, o objetivo da contabilidade permaneceu praticamente inalterado. 
O que mudou, dependendo da época, foi a necessidade informacional dos diversos usuários.
28 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
EsCOLAs DO pENsAMENTO CONTáBIL
Prezado(a) graduando(a), com a disseminação do conhecimento da contabilidade e as 
pesquisas feitas em torno dela, principalmente, após a obra de Luca Pacioli, começou a ser 
criado um arcabouço teórico capaz de fundamentar em ciência o que nós escolhemos hoje 
como profissão.
Dessa forma, teorias são defendidas por diversas correntes de pensadores, que nós chamamos 
de escola. Segue abaixo um breve resumo das escolas contábeis realizada por Coelho e Lins 
(2010):
Escola contista: surgiu no século XV, com a obra de Luca Pacioli, e foi impulsionada pelos 
primeiros livros impressos de contabilidade. Suas teorias ficaram inalteradas até o século 
XVIII, e foi conhecida como a era da estagnação contábil. A preocupação central era explicar o 
funcionamento das contas, esquecendo-se que a conta é apenas consequência das operações 
que ocorreram na entidade. Sendo que Degranges enumera os cinco principais efeitos: 1º 
mercadorias; 2º dinheiro; 3º efeito a receber; 4º efeito a pagar e 5º lucros e perdas. Nesta 
corrente de pensamento contábil, os pensadores que mais se destacaram foram: Jacques 
Savovy e Edmund Degrange (pai) (FAVERO et al., 1997). A escola contista perdeu influência 
devido à falta de suporte e enunciação.
Escola Personalista: essa escola do pensamento contábil é conhecida, também, como escola 
Toscana e surge em reação aos conceitos e propostas da escola contista. Essa corrente 
tem com objetivo explicar as relações de direitos e obrigações. Para defender suas teses os 
autores dessa época criaram os axiomas, que são premissas que admitem serem verdades 
sem exigência de demonstração. Essa linha de pensamento foi amplamente analisada pela 
escola aziendalista, como será visto mais adiante. Seguem os axiomas:
•	 1°AXIOMA: toda azienda (conjunto de obrigações, bens materiais e direitos que cons-
tituem um patrimônio) deve ser administrada, todas possuem um ou mais proprietários, 
29TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
e estes não podem conseguir uma gestão se não entrarem em contato com agentes e 
correspondentes.•	 2°AXIOMA: uma coisa é desfrutar a propriedade, outra é administrar.
•	 3°AXIOMA: uma coisa é administrar a azienda, e outra custodiar sua substância e por ela 
responder materialmente.
•	 4°AXIOMA: não se pode criar um devedor sem, simultaneamente, criar-se um credor e 
vice-versa.
•	 5° AXIOMA: o proprietário, administrado ou não a azienda, é, de fato, credor da substân-
cia e devedor das passividades pertinentes àquela, ao contrário do que ocorre com os 
agentes e com os correspondentes.
•	 6° AXIOMA: o débito e o crédito do proprietário não variam senão em razão de perdas ou 
lucros, ou ainda por acréscimos ou reduções do capital originário.
Escola Administrativa: vários são os nomes para nomear essa escola de pensamento contábil: 
escola administrativa, Lombarda, materialista ou ainda materialista substancial. Essa escola 
originou-se no norte da Itália, no século XIX, e a administração das entidades passou a ser 
o foco dos estudos. Aqui nasce a ideia de que todo empreendimento deve ser precedido 
de um estudo de viabilidade econômica. Dessa forma, nota-se que a contabilidade ligada à 
administração, destinada a interpretar a dinâmica das empresas.
Escola Controlista: os estudiosos dessa época entediam a contabilidade como a ciência do 
controle econômico. A administração econômica era dividida: gestão (que visa à administração 
do patrimônio); direção (que harmoniza a administração econômica e as relações internas e 
externas da entidade); e controle (que visa impedir o desperdício).
Escola Reditualista: era o pensamento contábil que enunciava ser o resultado (lucro ou 
prejuízo) o objeto de estudo da contabilidade. Fato é que os estudiosos dessa corrente 
estudavam a dinâmica da riqueza patrimonial, sem se preocupar com os elementos desse 
30 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
mesmo patrimônio. A grande contribuição feita por essa corrente foi a dinâmica do movimento 
patrimonial associada ao ciclo operacional e não ao ano-calendário. 
Escola Matemática: surgiu em 1901, por meio de um estudioso italiano chamado Giovani 
Rossi. Para esse autor, a contabilidade era uma ciência matemática na sua essência. 
Escola Norte-Americana: com a criação da AAPA (American Association of Public Accountants) 
em 1887, que centrou a melhoria da informação contábil, na padronização dos processos 
contábeis. Essa escola procurava metodologias que permitissem uma clara visão dos relatórios 
contábeis e dos lançamentos que lhe deram origem, a fim de facilitar o entendimento dos 
conceitos e teorias contábeis.
Escola Neocontista ou Moderna Escola Francesa: o neocontismo do início do século 
XX procurou restituir a contabilidade o seu verdadeiro objeto: a riqueza patrimonial e, em 
consequência, trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos 
decorrentes da gestão empresarial. 
Escola Alemã: surgiu na Alemanha a partir de 1919, concentrando-se em duas visões: teoria 
econômica das empresas e o sistema de cálculo. A contabilidade era considerada como o 
conjunto de registros para fornecer elemento de gestão. 
Escola Aziendalista: nessa corrente, que surgiu em 1922, a contabilidade é considerada como 
a ciência da administração econômica das entidades e estuda não só os resultados de uma 
gestão, mas também seus princípios e constituição harmônica das pessoas da organização. 
Nessa concepção, a azienda se constitui de dois elementos: pessoas (elemento humano) e a 
riqueza (patrimônio).
Escola Patrimonialista: a primeira proposta de formulação de uma corrente contábil, que 
defendia a contabilidade como ciência do patrimônio. Seu grande autor foi Vicenzo Masi, que 
começou a escrever teorias em 1923.
31TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Os principais fundamentos dessa escola, que são referência da contabilidade, são:
•	 A contabilidade é uma ciência social.
•	 O objeto da contabilidade é o patrimônio aziendal.
•	 Os fenômenos patrimoniais são fenômenos contábeis e podem ser divididos em: estática 
patrimonial, dinâmica patrimonial e levantamento patrimonial.
•	 O patrimônio deve ser observado em seus aspectos qualitativos e quantitativos.
•	 O fenômeno patrimonial conceitua-se como todo acontecimento que se verifica no patri-
mônio.
Escola Neopatrimonialista: pode-se dizer que é a primeira escola de pensamento contábil 
originada no Brasil. Seu início ocorreu em 1978, a partir dos estudos do Professor Antônio 
Lopes de Sá, que foram expostos pela primeira vez em 1987 na Universidade de Sevilha, na 
Espanha. Tem o mesmo enfoque a teoria patrimonialista, mas com claro objetivo de torná-la 
mais atual face às mudanças tecnológicas e científicas do nosso mundo.
Século XX – ênfase no controle (1ª fase): do ponto de vista conceitual, a escola presente até 
hoje é a patrimonialista, que teve sua concepção na década de 20. Nessa mesma época, nos 
Estados Unidos, houve a queda da Bolsa de Nova York, com a crise de 29, que tornou uma 
grande depressão e atingiu vários níveis mundiais, afetando a economia de vários países 
durante anos. A contabilidade não conseguiu prever a crise e nem seus efeitos. 
Dessa forma, houve muitas críticas sobre a falta de uma uniformidade das práticas contábeis. A 
partir desse momento, surge a necessidade dos pareceres da auditoria e de diversas análises 
dos demonstrativos contábeis. 
Essas metas aumentam o controle das empresas e regras de padronização. Nasce a SEC 
(Security and Exchange Comission), órgão fiscalizador independente do governo federal para 
fiscalizar se as empresas estavam cumprindo as novas regras, principalmente, as vinculadas 
aos títulos e valores mobiliários.
32 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
sugestão de Vídeo 1
Prezado(a) aluno(a), assista ao vídeo sobre a depressão de 1929. É muito interessante para enten-
dermos como a Contabilidade, naquele momento, não conseguiria prever a quebra das empresas e 
estava desatualizada.
<http://www.youtube.com/watch?v=sXyKhYQPp1w>.
sugestão de Vídeo 2
Prezado(a)	 aluno(a),	 assista	 a	 um	dos	melhores	 fi	lmes	que	 já	 assisti	 na	minha	 vida.	Essa	é	 uma	
recomendação minha. Esse vídeo mostra a grande depressão de 1929, mas de uma maneira muito 
particular.
Título original: It’s a Wonderful life 
Título no Brasil: A felicidade não se compra
Dirigido por: Frank Capra 
Com: James Stewart, Donna Reed, Ward Bond e outros
Gênero: Comédia dramática, Fantasia 
Nacionalidade: EUA 
33TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
sinopse: George Bailey (James Stewart) é um homem que nunca quis seguir a benevolente carreira 
de banqueiro do seu pai. Ele queria sair, para conhecer o mundo e seus segredos. Porém, por causa 
da necessidade de todos ao seu redor, ele nunca conseguiu realizar o seu sonho. Até que pensou em 
se matar, por causa de uma dívida, e recebeu uma mãozinha lá de cima.
Segue o link: <http://www.youtube.com/watch?v=ekWb0g4-zmQ>.
Século XX – a busca pela harmonização internacional (2ª fase):
Prezado(a) acadêmico(a), com a evolução da globalização da economia, avanço da tecnologia, 
o fortalecimento do mercado de capitais, dentre outros fatores, a contabilidade necessitava ter 
padrão internacional. 
Imagine a seguinte situação: como um investidor internacional investiria em uma empresa 
brasileira, caso não soubesse entender os documentos contábeis que lhe demonstrariam a 
sua rentabilidade financeira?
Perceba que a contabilidade, via de regra, está se ajustando a essa teoria.
BREVE HIsTÓRIA DA CONTABILIDADE NO BRAsIL
O Brasil não possui uma escola de pensamento contábil, mas inicialmente a nossa contabilidade 
foi baseada no método italiano e posteriormente migrou-se para o método norte-americano, na 
qual persiste até os dias atuais.
Na primeira fase, utilizou o método italiano, cuja época vai de 1915 a 1964 contando com 
ilustres autores, como: Carlos de Carvalho,Francisco D`Auria e Frederico Herrmann Júnior. 
Atualmente, são poucos os autores que seguem a corrente de pensamento italiano, dentre 
eles destacamos o professor Antônio Lopes de Sá.
34 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
A segunda fase foi marcada com adoção do método didático norte-americano pela USP, 
em 1964 e a FEA/USP elaborou o Livro Contabilidade Introdutória que tornou o livro básico 
adotado no curso de Ciências Contábeis do país. 
Favero et al. (1997) mencionam que no Brasil inicialmente foi fortemente influenciado pela 
escola italiana e com a chegada das multinacionais norte-americanas e inglesas foi necessária 
a incorporação do método de ensino da escola norte-americana, ou seja, com a instalação 
dessas empresas no Brasil, surgiram empresas de auditoria que tiveram que adotar uma nova 
metodologia.
Caro(a) aluno(a), entende-se que é necessário conhecer a evolução histórica dessa ciência, 
para se entender quais foram os caminhos trilhados até se chegar ao momento atual. Portanto, 
entender a evolução das sociedades, em seus aspectos econômicos, sociais e culturais é a 
melhor forma de entender e definir os objetivos da contabilidade que será visto na próxima 
unidade. 
Prezado(a) aluno(a), no youtube tem um vídeo muito interessante sobre a História da Contabilidade 
no Brasil. Segue o link:
<http://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg>.
35TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Prezado(a) acadêmico(a), segue abaixo um texto do Professor José Carlos Marion, muito interessante 
sobre o nascimento da Contabilidade como a conhecemos hoje. Preste atenção!
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Um	Frei	Franciscano	é	o	Pai	da	Contabilidade	Científi	ca
Prof. José Carlos Marion
Ainda que a Contabilidade remonte os primeiros sinais de existência há 4.000 anos Antes de Cristo, 
ela atinge a sua fase adulta e completa, nas cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença e Pisa. O 
desenvolvimento da Contabilidade está associado com o desenvolvimento social, comercial (econômi-
co) e institucional das sociedades. A Itália apresentava tais desenvolvimentos principalmente em torno 
do século XV, tornando-se conhecida como o berço da Contabilidade.
O	início	da	era	científi	ca	da	Contabilidade	ocorre	exatamente	neste	século.	O	que	marca	o	início	desta	
fase é a obra de Fra Luca Pacioli, com seu monumental livro Tractatus de Computis et Scripturis, 
em Veneza, em 1494. A obra de Pacioli dá início ao que ainda se denomina hoje de Escola Contábil 
Italiana de Contabilidade.
Luca Pacioli nasceu em Borgo S. Sepolcro, hoje Sansepolcro, provincia de Arezzo, por volta de 1445 
a 1450. Dedicou-se à matemática escrevendo Summa de Arithmetica, Geometria, Proportione et Pro-
portionalità que deu origem à obra acima referida.
36 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
No tratado de Pacioli, pela primeira vez, é explicado integralmente o método contábil, conhecido hoje 
como processo das partidas dobradas. Iniciou-se assim a introdução da Contabilidade como ciência, 
fi	cando	ele	conhecido	como	“o	pai	dos	autores	de	Contabilidade”	ou	ainda	“o	pai	da	Contabilidade	
Científi	ca”.
Depois de Pacioli, os que lhe sucederam limitaram-se quase que a copiar o que ele havia escrito. Sua 
obra, surpreendentemente atual, foi reeditada no século passado a uma linguagem atual por Vicenzo 
Gitti. 
Em plena era da tecnologia da informação, da reengenharia, das maiores invenções da história do 
homem,	nada	se	avançou	em	termos	do	método	contábil	ofi	cializado	por	Pacioli.	Até	mesmo	os	termos	
tão complexos de se entender, Débito e Crédito, usados por Pacioli, não encontraram qualquer varia-
ção. Conseguimos, sim, acelerar, dar uma velocidade espantosa na aplicação do método de Veneza 
na era da informática, porém, sem mudar a sua base estrutural um milímetro se quer.
Quem foi este gênio que revolucionou o mundo contábil? Que em 500 anos de predomínio absoluto 
em nada foi superado ou contestado? Será que em qualquer outra área existe um método que perdura 
tanto tempo, mantendo-se intacto, soberano, absoluto, sem concorrência?
Pacioli foi matemático, teólogo, geômetra, mestre, arquiteto, poeta, publicista, místico etc., tendo es-
crito várias obras sobre diversos assuntos, especialmente matemática. Viveu no período áureo que se 
denominou	Renascença.	Foi	uma	fi	gura	ímpar,	de	grande	relevo	das	artes	e	das	ciências	ao	ponto	de	
sua	fi	sionomia	ser	transposta	do	natural	para	a	tela,	pelos	pincéis	de	Giacomo	Barbari,	de	Leonardo	
Da Vinci e de Pierro Della Francesca. Aliás, Leonardo da Vinci foi seu amigo, companheiro de estudos 
e colaborador de Pacioli.
Possivelmente pelos seus conhecimentos de Contabilidade foi secretário de vários cardeais e mere-
ceu a proteção e estima dos papas Júlio II e Leão X, mecenas da Renascença, que lhe reconheceram 
méritos incontestáveis. Os méritos devido a Pacioli é também em função de ter sido mestre, exercendo 
o	magistério	com	 toda	a	dedicação	de	apóstolo,	 tendo	modifi	cado	os	hábitos	pedagógicos	da	sua	
época.
Existia na cidade natal de Pacioli um convento da Ordem fundada por São Francisco de Assis, il pove-
rello, do qual chegou a ser comissário, recebendo também as ordens sacras. Assim o monge, vestindo 
o hábito franciscano, tem proteção e apoio nas suas peregrinações.
Creio que o monge franciscano nunca poderia imaginar que passados cinco séculos seria tão famoso 
principalmente no meio contábil; certamente não poderia supor que jamais a sua obra seria superada.
Ele termina a sua Suma com a seguinte frase na sua maior obra: Frater Lucas de Burgo Sancti Se-
pulchri ordinis minorum et sacre theologie humilis professor suo parvo ingenuo ignaris compatiens 
hanc summan arithmetice, proportionumque et proportionalitatum edidit. “Irmão Lucas de Burgo Santo 
Sepulcro, da Ordem dos Menores e humilde professor da sagrada teologia deu lume este compêndio 
de aritmética, geometria, proporções e proporcionalidades com seu pouco engenho, por compaixão 
dos ignorantes”.
37TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
TEORIA DA CONTABILIDADE
Prezado(a) acadêmico(a), discutiremos abaixo conceitos sobre a teoria da Contabilidade que 
valem a pena ser refletidos.
De acordo com Hendriksen (2010, p.33): 
A teoria da contabilidade tem sido definida como um conjunto coerente de princípios 
lógicos que:
1. Oferece uma compreensão melhor das práticas existentes a contadores, investidores, 
administradores e estudantes. 
2. Oferece um referencial conceitual para a avaliação de práticas contábeis existentes. 
3. Orienta o desenvolvimento de novas práticas e novos procedimentos.
Como podemos observar nesse trecho, a teoria nos ajudará a entender melhor a nossa profissão 
e nossas práticas profissionais, assim como incentivará a criarmos novos procedimentos. 
Dessa forma, perceba que muitas vezes você já praticou da contabilidade sem ter o 
conhecimento teórico, não foi? Mas perceba que você consegue fazer, mas não consegue 
explicar como foi feito. Então, com a teoria ganhamos um argumento para explicarmos aos 
nossos clientes o que será ou foi feito, com a linguagem contabilística. 
Segundo Hermman Jr. e Herrmman Jr. (apud PADOVEZE, 2003, p. 05)
Fayol enquadrou a Contabilidade entre as seis operações administrativas fundamentais, 
emitindo a esse respeito os seguintes conceitos: ‘É o órgão visual das empresas’. Deve 
permitir que se saiba a todo instante onde estamos e para onde vamos. Deve fornecer 
sobre a situação econômica da empresa ensinamentos exatos, claros e precisos. 
Uma boa contabilidade, simples e clara, fornecendo uma ideia exata das condições da 
empresa, é um poderoso meio de direção.
Então, temos uma arma poderosa em nossas mãos. E se soubermos explicar o que fazemos, 
didaticamente, aos nossos clientes, teremos muito trabalho a fazer. No fundo é bem isso que 
todos nós queremos,pois muito trabalho significa prosperidade.
38 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
ABORDAgENs DA CONTABILIDADE
Caro(a) aluno(a), neste tópico será discutido as abordagens clássicas das Ciências Contábeis, 
presente no livro de Hendriksen e Breda (2010) e Iudícibus (2010), tais como:
•	 Abordagem ética: a contabilidade deve ser pautada na justiça, verdade e equidade. To-
davia, Iudícibus (2010) diz que a abordagem ética por ser subjetiva, apresenta pontos de 
cuidado, visto que contadores diferentes podem ter diferentes ideias sobre esse conceito. 
•	 Abordagem comportamental: confiar nas informações nas visões da psicologia e da so-
ciologia. Nessa abordagem, a preocupação reside na relevância da informação transmiti-
da a responsáveis pela tomada de decisões e no comportamento de indivíduos ou grupos 
diversos em consequência da apresentação das informações contábeis.
•	 Abordagem macroeconômica: utiliza-se da contabilidade com as teorias macroeconômi-
cas, com o objetivo de dirimir questões sobre recessão, taxa de juros, no processo de 
elaborar relatórios contábeis. Essa abordagem é muito semelhante à teoria do compor-
tamento.
•	 Abordagem sociológica: a contabilidade é julgada por seus efeitos no campo sociológico. 
É uma abordagem do tipo bem-estar social. 
•	 Abordagem sistêmica: o método de identificar, mensurar e comunicar informação 
econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos por parte 
dos usuários da informação.
•	 Dedução: raciocínio dedutivo em contabilidade é o processo de iniciar com objetivos e pos-
tulados e, destes, derivar princípios lógicos que proveem as bases para a aplicação prática 
ou concreta.
•	 Indução: este processo consiste em obter conclusões generalizadas a partir das observa-
ções e mensurações parciais detalhadas. Muitas descobertas no campo da Física e em 
outras ciências foram possíveis pelo uso do processo indutivo.
39TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
CONsIDERAçÕEs FINAIs
Prezado(a) aluno(a), observamos nesta primeira unidade a importância do termo Ciências 
Contábeis. Dessa forma, inferimos as razões para que o nosso objeto de estudo seja 
considerado uma ciência à luz de escolas que influenciaram as teorias contábeis.
Além disso, essa primeira unidade nos apresentou um histórico da contabilidade e sua evolução 
que sempre caminhou junto com o nosso processo evolutivo, pois como Lopes de Sá (2010) 
mesmo disse, a contabilidade sempre existiu, mesmo antes dos números e das letras. Pense 
agora se não existisse a Contabilidade, como você verificaria o seu patrimônio?
Nesse contexto, nasceu essa primeira unidade que já nos acena o seu objetivo e os princípios 
que serão estudados logo mais.
Sendo assim, um ótimo estudo para você!
ATIVIDADE DE AuTOEsTuDO
1. Com base no livro e utilizando de uma citação de autor, demonstre por que devemos 
considerar a Contabilidade como uma ciência.
2. Faça uma síntese das principais escolas contábeis.
3. Faça um quadro resumo e comparativo das abordagens da Contabilidade. Não se esqueça 
de apresentar suas principais características.
Prezado(a)	aluno(a),	verifi	que	este	artigo	que	descreve	a	Teoria	da	Contabilidade.	É	minha	sugestão	
para você que também será pesquisador.
<http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/tek/n7/v4n7a02.pdf>.
uNIDADE II
OBJETIVOs DA CONTABILIDADE
Professor Me. José Renato de Paula Lamberti 
Professor Me. Olirio Sperandio
Objetivos de Aprendizagem
•	 Compreender	os	objetivos	da	contabilidade.
•	 Classificar	os	tipos	de	usuários.
•	 Apresentar	as	qualidades	das	informações	contábeis.	
plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Objetivos	da	Contabilidade
•	 Usuários	da	Informação	Contábil
•	 Análise	das	qualidades	das	informações	contábeis
43TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
INTRODuçãO
Caro(a) acadêmico(a), o ponto de partida para o estudo da teoria de uma ciência social como 
a Contabilidade é estabelecer seus objetivos. Na verdade, tudo na vida começa com um 
objetivo, não é mesmo? Você tem um objetivo determinado e por isso escolheu o curso de 
Ciências Contábeis.
Nesse mesmo caminho, como veremos adiante, nós buscamos, nas Ciências Contábeis, 
respostas que as nossas empresas necessitam, para tomarem decisões operacionais ou 
estratégicas.
OBJETIVOs DA CONTABILIDADE 
Fo
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e:
 P
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Na Contabilidade, segundo Favero et al. (1997), os objetivos da contabilidade estão 
relacionados às informações que deverão ser geradas para que os diversos usuários possam 
tomar conhecimento da situação da organização em dado momento, com a finalidade de tomar 
decisões que consideram necessárias. 
44 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Então, o problema é que muitos contadores não pensam em dar lucratividade para as empresas 
que eles trabalham ou prestam serviço. Aqui surge um problema que trataremos mais adiante 
e que, também, será tratado na disciplina de Ética Profissional. Mas temos que já entender o 
objetivo contábil, que nunca mudou, apenas evoluiu.
É o que diz Hendriksen e Breda (2010). Para os autores, o objetivo principal da Contabilidade 
é fornecer informação econômica, física de produtividade e social relevante para que cada 
usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança.
Já Iudicíbus (2010, p.22) diz que a contabilidade tem: 
a capacidade de gerar relatórios de exceção para finalidades informativas especiais. 
Os relatórios financeiros tradicionais deveriam ter poder preditivo e vir acompanhados 
de quadros suplementares, demonstrando informações históricas e preditivas sobre 
indicadores de interesse para os vários usuários.
Percebe que os dois autores sustentam a ideia de que a Contabilidade gera informações para 
os usuários? 
Esse é o mesmo discurso da Associação Americana de Contabilidade (1973), que diz que a 
função fundamental da contabilidade tem permanecido inalterada desde seus primórdios. Sua 
finalidade é prover os usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudarão 
a tomar decisões. Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de usuários 
e nas formas de informação que têm procurado. Todavia, esta função das demonstrações 
contábeis é fundamental e profunda, ou seja, o objetivo básico dessas peças contábeis é 
prover informação útil para a tomada de decisões.
Para fecharmos esse diálogo entre autores, Marion (2010) diz que o objetivo principal da 
Contabilidade é fornecer informação econômica, física, de produtividade e social relevante 
para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança.
45TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
usuáRIOs DA INFORMAçãO CONTáBIL
Caro(a) aluno(a), cabe a nós respondermos essa questão: e quem são os usuários da 
informação contábil ? Conforme Iudícibus (2010), os usuários são:
Usuário	da	Informação	Contábil Tipo	de	informação	mais	importante.
Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos.
Acionista majoritário Fluxo regular de dividendos, valor de mercado da 
ação, lucro por ação.
Emprestadores em geral Geração de fluxo de caixa futuros suficientes para 
receber de volta o capital mais juros, com segurança.
Entidades governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributável.
Empregados em geral Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons 
aumentos ou manutenção de salários, com 
segurança, liquidez.
Média e alta administração Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio 
líquido, situação de liquidez e endividamento.
Fonte: Iudícibus (2010)
Uma vez estabelecidos os objetivos, teremos que verificar a metodologia/abordagem que 
deveremos utilizar.
Veja no quadro que segue os principais usuários internos, as informações que necessitam:ALguNs usuáRIOs INTERNOs ALguMAs INFORMAçÕEs REQuERIDAs
Diretor ou encarregado de finanças
Fluxo de caixa
Fluxo de caixa projetado
Controle de movimentação bancária
Controle de contas a receber (por idade, por região, 
por vendedor, liquidez e solvência etc.)
Controle de contas a pagar (por idade, fornecedor 
etc.)
Planejamento financeiro
46 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
Diretor ou encarregado de produção
Desempenho no consumo de matéria-prima
Desempenho de pessoal dos diversos setores
Nível de desperdício
Nível adequado de produção para redução de custos
Análise das variações entre orçado e real
Análise da evolução dos custos
Análise do fluxo de produção – parte contábil
Diretor ou encarregado de vendas 
Percentual de vendas não recebidas por vendedor 
e região
Percentual de vendas canceladas por vendedor e 
região
Volume de vendas e comissões pagas por vendedor
Custo por vendedor
Retorno por vendedor e região
Análise de tendências de vendas e resultados por 
produto e região
Diretor ou gerente administrativo
Análise de desempenho na área financeira
Análise de desempenho da produção
Análise de desempenho das vendas
Análise da condição de geração de caixa futura
Análise da necessidade de caixa frente desembolsos 
período a período 
Análise gerencial do resultado
Fonte: O autor (2012)
Vale lembrar que a geração de informações para os usuários internos está no contexto da 
contabilidade gerencial, portanto são informações geradas por meio de procedimentos 
específicos. São informações não padronizadas e direcionadas. Na sua elaboração são 
assumidos que a relevância e a compreensibilidade são pressupostos fundamentais para o 
alcance do objetivo proposto.
No que tange aos procedimentos específicos tem-se que os usuários internos possuem 
necessidades informacionais diferentes daquelas inerentes aos usuários externos e, neste 
sentido, a contabilidade é elaborada dentro de uma abordagem descritiva, levando para o 
47TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
campo prático teorias como o custeio-alvo, custeio variável, correção monetária integral, custo 
corrente de reposição e outras que não são aceitas pela contabilidade financeira ou societária.
Em relação à padronização verifica-se que pelo fato de requerer um nível maior de 
detalhamento, as informações para os usuários internos fogem aos modelos utilizados pela 
contabilidade financeira. Para os usuários internos os relatórios contábeis tradicionais como a 
Demonstração do Resultado do Período, Balanço Patrimonial e outros, tem pouco valor visto 
que foram elaborados com ferramentas como custeio por absorção, custo histórico e outras 
que desvirtuam os resultados para fins gerenciais.
O direcionamento da informação levando-se em conta a capacidade de compreensão dos 
usuários e as limitações da contabilidade representa um dos pontos mais relevantes da 
informação para o usuário interno. É nesse ponto que o contador percebe que o seu valor 
como profissional está exatamente na medida de relevância que o usuário destina à informação 
contábil por ele gerada. 
Os usuários externos são aqueles que não possuem relação direta com a empresa, mas 
que de alguma forma necessitam da informação contábil para a tomada de decisões. São 
informações padronizadas e, na maioria das vezes, não direcionada. Os usuários externos 
poderiam ser subdivididos em duas categorias:
a) uma representada pelo governo que tem uma série de exigências no tocante à informa-
ção contábil, para o qual tem-se como pêndulo da contabilidade financeira ou societária, 
a contabilidade fiscal;
b) outra representada pelos demais usuários externos em que a contabilidade deve seguir 
os parâmetros legais que nem sempre são os fiscais. Ou seja: para esses usuários tem-
-se a contabilidade financeira ou societária. 
Veja no quadro que segue os principais usuários externos, as informações que necessitam e 
as possíveis decisões.
48 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
ALguNs usuáRIOs EXTERNOs ALguMAs INFORMAçÕEs REQuERIDAs
Entidades governamentais Lucro tributável, produtividade e valor adicionado
Bancos e demais instituições financeiras
Capacidade de pagamento
Capacidade de geração de caixa
Nível de endividamento
Sindicatos
Resultado do período
rentabilidade
Capacidade de geração de caixa
Fornecedores 
Capacidade de pagamento
Nível de endividamento
Capacidade de geração de caixa
Acionistas ou cotistas minoritários
Retorno sobre o capital investido
Fluxo regular de distribuição de lucros
Capacidade de geração de caixa
Fonte: O autor (2012)
O fato de as informações contábeis dirigidas aos usuários externos serem praticamente 
padronizadas e, na maioria das vezes, não direcionadas, não significa falta de qualidade. 
Ao elaborar os relatórios contábeis deve-se tomar o cuidado para não agrupar valores em 
contas diversas ou mesmo utilizar terminologias não adequadas. As demonstrações devem ser 
concisas mais suficientemente claras para refletirem a situação da entidade em determinado 
período.
As notas explicativas não devem ser utilizadas para explicar aquilo que é possível de ser 
apresentado no corpo dos relatórios. 
Finalmente, pode-se afirmar que a discussão sobre os objetivos da contabilidade e os usuários 
da informação tem grande relevância no contexto da teoria contábil especialmente porque 
representam o fio condutor do desenvolvimento de quaisquer fundamentos. A busca de 
conhecimentos para levar as informações aos usuários de forma que eles possam compreender 
49TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
a real dimensão e importância da contabilidade em suas organizações é o grande desafio dos 
pesquisadores no momento atual e no futuro.
Nesse sentido, Padoveze et al. (2011) enfatizam que podemos verificar, principalmente nas 
empresas que negociam ações em bolsa de valores, uma estrutura padrão dessas informações, 
conforme figura abaixo:
Relatório Anual
Relatório da 
Administrção
Demonstração
Contábeis
Notas
Explicativas
Parecer dos 
Auditores 
Independentes
Parecer do
Conselho
Fiscal
Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Exercício
Demonstração do Resultado Abrangente
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração do Fluxo de Caixa
Demonstração do Valor Adicionado
Balanço Social
Fonte: Padoveze et al. (2011)
Você pôde observar na figura acima, que o Relatório Anual é composto por cinco partes, 
sendo:
1ª parte: Relatório da administração: nessa parte são evidenciadas informações gerenciais 
sobre o desempenho econômico-financeiro da empresa e atividades corporativas.
2ª parte: Demonstrações contábeis: são relatórios com finalidades específicas que apresen-
tam a situação patrimonial, econômica e financeira.
3ª parte: Notas explicativas: são notas de elementos das demonstrações contábeis que vi-
sam a apresentar um maior detalhamento sobre os mesmos.
4ª parte: Parecer dos auditores independentes: expressa a opinião independente sobre o 
exame das demonstrações contábeis.
50 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
5ª parte: Parecer do conselho fiscal: expressa a opinião do conselho fiscal sobre os atos 
administrativos do conselho de administração.
ANáLIsE DAs QuALIDADEs DAs INFORMAçÕEs CONTáBEIs
Caro(a) acadêmico(a), já vimos com diversos autores que as informações contábeis podem ser 
tanto quantitativos (por meio dos números) e qualitativos (por meio de sentenças), então devido 
a isso será tratado esse tópico sobre a qualidade da informação contábil e depois mais a frente 
será tratado a evidenciação em contabilidade.
O que contribui para que a informação contábil seja desejável aos diversos usuários são os 
ingredientes qualitativos que a compõem. Qualquer que seja o direcionamento dainformação, 
a compreensibilidade parece ser o ponto de partida para que se consiga sucesso no propósito 
de informar. Desta forma, acredita-se que uma explicação sobre os requisitos de qualidade da 
informação contribuirá substancialmente para que haja um maior entendimento do processo 
informacional, resultando em melhor aproveitamento da contabilidade como instrumento de 
apoio ao processo decisório nas entidades.
Assim sendo, o que segue é uma explicação até mesmo sucinta, mas necessária dos requisitos 
de qualidade da informação envolvendo inclusive os tomadores de decisão, a relação custo-
benefício e outras na seguinte ordem, presentes no livro de Favero: 
a) Tomadores de decisão e suas principais características.
b) A relação custo x benefício.
c) A compreensibilidade.
d) A utilidade da decisão.
e) A relevância.
f) A confiabilidade.
51TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
g) O valor preditivo e o valor do feedback.
h) A oportunidade ou Tempestividade.
i) A verificabilidade.
j) A fidelidade representacional.
k) A neutralidade.
l) A comparabilidade e a consistência.
m) A materialidade.
Usuários da informação contábil
Limites permeáveis
Qualidade de usuários específicos
Qualidades esenciais de decisões específicas
Ingredientes das qualidades esseciais
Qualidades secundárias e interativas
Limites para fim de reconhecimento
Tomadores de decisões e 
suas características
Relevância
Valor preditivo
Valor de retorno
Tempestividade Verificabilidade
Neutralidade
Fidelidade 
representacional
Confiabilidade
Benefícios > Custos
Compreensibilidade
Utilidade da decisão
Comparabilidade
(incluindo consistência)
Materialidade
Fonte: Financial Accounting Standards Board – FASB: Statement of Financial Accounting 
Concepts no 2 – Qualitative Characteristics of Accounting Information, May 1980, p. 9069. 
52 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
a) Os tomadores de decisão e suas principais características
O conhecimento de quem são os tomadores de decisão dentro de uma entidade e quais são 
as suas principais características, especialmente no tocante à tomada de decisões é muito 
importante para o sucesso no processo de informar bem. As pessoas diferem entre si, tanto 
em aspectos culturais como comportamentais e neste contexto quanto mais informações 
sobre as características dos decisores maior a possibilidade de acerto.
Na verdade, todos nós damos mais atenção para o que consideramos mais importante segundo 
o nosso julgamento. No caso da informação contábil o procedimento não é diferente. Nesse 
sentido, ao gerar a informação o contador deve ponderar pelo menos os seguintes aspectos:
1. Quando a decisão deve ser tomada.
2. Os métodos utilizados para a tomada de decisões.
3. As informações já obtidas de outras fontes.
4. A capacidade de processamento da informação.
A observação desses pontos evitará muitos dissabores por parte do contador e dos tomadores 
de decisão, visto que a preocupação em informar bem contribuiu para que se tomassem 
precauções no sentido de avaliar a geração de informação visando a sua utilidade no processo 
decisório.
b)	A	relação	custo	x	benefício
Muitas vezes, essa análise não tem sido realizada no campo informacional, o que pode ser 
justificado na medida em que nesse processo normalmente há o envolvimento de várias 
pessoas com interesses e capacidades decisoriais diferenciadas, o que tem dificultado a 
avaliação dos resultados. Existem situações nas quais informações de excelente qualidade 
perdem o seu valor informacional pela falta de compreensão da sua importância por parte dos 
decisores. 
53TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
O que se espera é que em uma relação normal de negócio os benefícios esperados superem 
os custos, quer seja em uma operação de venda, em um processo de produção ou na execução 
de um determinado serviço. A dificuldade está em medir a contribuição da informação nesse 
processo. Como medir a participação da informação contábil no sucesso ou fracasso de uma 
determinada transação? Como visualizar o benefício de uma informação? 
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A verdade é que o segredo para o sucesso de um processo informacional está na relação 
entre a geração de informação e o tomador de decisão. Se houver entre ambos a preocupação 
de executarem suas funções da maneira coerente, respeitando-se suas limitações tem-se 
grande possibilidade da informação contábil ser útil e necessária ao processo de gestão.
c) Compreensibilidade
A compreensão tem sido um dos maiores problemas de relacionamento humano. Quantas 
vezes acreditamos que estamos sendo o mais claro possível em uma determinada discussão 
54 TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
ou análise, e nem sempre alcançamos o objetivo almejado. O problema é que estamos 
sendo claros e muitas vezes concisos de acordo com o nosso padrão de conhecimento. E 
é aí que reside o problema da compreensibilidade. Informar significa levar a informação a 
outros sem ruídos de forma que possam compreender aquilo que está sendo transmitido. 
Informar em contabilidade significa combinar as características do usuário e as características 
inerentes à informação. Nesse sentido, para informar bem é preciso que estejamos atentos 
às características dos usuários, especialmente no que se refere aos aspectos cultural e 
comportamental, pois somente teremos sucesso com a informação se a nossa linguagem for 
compreensível àqueles aos quais estamos nos dirigindo. 
d)	Utilidade	da	informação
A utilidade da informação está ligada a fatores já comentados anteriormente como a 
compreensibilidade, a relação custo-benefício e especialmente o usuário e suas características. 
O segredo de qualquer sistema informacional está em conhecer detalhadamente as 
características dos usuários, visto que são eles quem utilizarão as informações no processo 
decisório. A partir do conhecimento das características e do equilíbrio na linguagem com vistas 
a eliminar possíveis ruídos, o caminho está aberto para que a informação torne-se relevante 
para esse usuário e, consequentemente, útil no processo de gestão. 
e) Relevância
Relevante pode ser considerado como aquilo que faz diferença, ou seja, o que é imprescindível 
para qualquer decisão que venhamos a tomar. No caso da contabilidade a informação relevante 
é aquela que contribui para a tomada de decisão, podendo inclusive, demonstrar tendências de 
resultados que permitam corrigir expectativas anteriores e ajudem a formar juízos a respeito de 
um resultado futuro. Uma informação relevante normalmente está revestida das características 
de compreensibilidade, confiabilidade e oportunidade, ou seja, a informação contábil que não 
possuir esses requisitos não poderá ser útil no processo decisório.
55TEORIA DA CONTABILIDADE | Educação a Distância
f)	Confiabilidade	
A confiabilidade relaciona-se ao crédito que é atribuído à informação e sustenta-se na 
fidelidade com a qual ela representa e o que se propõe a representar, combinando com a 
garantia para os usuários de que ela tem essa qualidade. Para ser útil, a informação tem de 
ser confiável e relevante. Mesmo que uma informação seja relevante sua utilidade pode ser 
comprometida pelo grau de confiabilidade dos usuários acerca do trabalho desenvolvido pelo 
contador. Diferentes graus de confiabilidade podem ser reconhecidos, todavia, vale lembrar 
que a utilidade da informação está relacionada ao quanto ela é útil ao processo decisório. 
Destaca-se ainda que a confiabilidade é uma qualidade inerente à informação, todavia alcança 
também o responsável pela sua geração. Uma vez prejudicada a qualidade da informação em 
decorrência de falhas que comprometam a confiabilidade, torna-se difícil recuperar o terreno 
perdido. A confiança

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