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Semiologia Farmacêutica Prof.ª Thaisa Almeida Pinheiro Introdução Roland Barthes (1915-1980) definiu semiologia como tendo “por objetivo” qualquer sistema de signos, sejam quais forem a sua substância ou os seus limites: as imagens, os gestos, os sons melódicos, os objetos e os complexos dessas substâncias que encontramos os ritos, nos protocolos ou nos espetáculos constituem, se não ‘linguagens’, pelo menos sistemas de significação” Introdução O termo semiologia farmacêutica se refere à utilização dos métodos de semiologia adaptados à prática farmacêutica e voltados à prevenção e a condutas tomadas para problemas relacionados a medicamentos Anamnese A definição de anamnese é a informação acerca do princípio e da evolução de uma doença até a primeira observação do médico. A anamnese pretende não só identificar os sintomas de significado clínico que acometem o paciente, mas também detalhes da sua vida. Anamnese De maneira geral, o comportamento do paciente, seus sentimentos, conflitos psicológicos e padrões habituais de defesa são indispensáveis para auxiliar na interpretação ou completar as informações adquiridas com o exame físico ou métodos complementares de diagnóstico. O conjunto de informações recolhidas que dizem respeito à vida do paciente através da anamnese é de grande valor para reconhecer as três dimensões do espaço diagnóstico- o paciente, a moléstia e as circunstâncias. Limitações da anamnese como método diagnóstico Deficiências importantes na audição ou fonação, diferenças idiomáticas, depressão do estado de consciência, distúrbios mentais e pouca idade. Características da educação, da cultura e personalidade do paciente. Expressões utilizadas pelo paciente. Dificuldades de verbalizar os sintomas. Obtenção da anamnese (Princípios básicos) Estar sinceramente motivado a ouvir, com atenção o relato do paciente; Evitar interrupções por solicitações que não sejam de natureza urgente; Dispor de tempo suficiente para ouvir o relato do paciente; Observar o comportamento do paciente; Obtenção da anamnese (Princípios básicos) Não intervir na narrativa do paciente; Durante a anamnese, não fazer julgamentos precipitados; Não discutir com o paciente sobre as opiniões que este emite; Saber interrogar o paciente; Possuir conhecimentos teóricos básicos sobre a fisiopatologia e as manifestações da doença. Roteiro de Perguntas Vantagens Desvantagens Composição do roteiro História Pregressa Histórico Familiar História Psicossocial História pregressa Devem constar dados sobre doenças prévias, traumatismos, gestações, partos, cirurgias, hospitalizações, exames laboratoriais realizados, uso de medicamentos, tabaco, álcool, tóxicos, fatores de risco, imunizações, sono e hábitos alimentares Histórico Familiar Identificar moléstias de caráter familiar, transmitidas em decorrência de herança ou de condições ambientais; Identificar o estado emocional do paciente em relação a estas moléstias. Importância da história psicossocial Personalidade do paciente e história de sua vida; A situação socioeconômica atual; Características do ambiente físico; O processo patológico em curso; Tipos de pacientes Paciente ansioso Paciente sugestionável Paciente hipocondríaco Paciente deprimido Paciente eufórico Paciente hostil Tipos de pacientes Paciente inibido ou tímido Paciente psicótico Paciente em estado grave Paciente com pouca inteligência Paciente surdo-mudo Crianças e adolescentes Paciente idoso Paciente ansioso Manifestações: inquietude, voz embargada, mãos frias, taquicardia, boca seca. A conversa deve ser naseada em fatos aparentemente sem importância, para diminuir a tensão. Paciente sugestionável Muito impressionável. Quando uma doença é divulgada ele começa a sentir os sintomas. A conversa deve ser cuidadosa para não desencadear idéias erradas. Paciente hipocondríaco Queixa-se de diferentes sintomas. Não acredita nos resultados normais dos exames feitos e nos diagnóstico. O profissional deve ajudar a analisar aspectos da sua vida, como dificuldades familiares e no trabalho, e descartar a possibilidade de interação medicamentosa. Paciente deprimido Desinteressado por si mesmo e pelo que está à sua volta, tem tendência a isolar-se, é cabisbaixo. Chora facilmente, está desmotivado, perda da vontade de viver. A anamnese ocorre em ritmo lento e frio, é difícil alcançar sintonia. Paciente eufórico Tem humor exaltado Fala e movimenta-se demasiadamente Sente-se forte e sadio, tem pensamentos rápidos Durante a entrevista, ele começa a responder uma questão feita e logo desvia o assunto, podendo haver dificuldade de compreendê-lo. Paciente hostil A hostilidade pode ser percebida após as primeira palavras ou traduzida em respostas e insinuações mal disfarçadas. Etilismo crônico e uso de tóxicos. O profissional não deve adotar uma posição agressiva, revidando com palavras ou gestos. Paciente inibido ou tímido Não encara o profissional, senta-se na beira da cadeira, fala baixo. Pacientes pobres e da zona rural são mais tímidos ou inibidos. Esses pacientes tendem a responder às perguntas afirmativamente Paciente psicótico Difícil de ser reconhecido. Principais: confusão mental, alucinações, delírios, alteração de comportamento. Seu mundo é incompreensível. Paciente em estado grave Apresenta problemas psicológicos. Não deseja ser perturbado por ninguém. A entrevista deve ser feita com perguntas simples, diretas e objetivas. Sempre deve haver a preocupação de não agravar o sofrimento do paciente. Paciente com pouca inteligência Adote uma linguagem mais simples, direta, usando palavras corriqueiras, ordens precisas e curtas e muita paciência, caso contrário o paciente se sente retraído por não entender o farmacêutico. Pacientes surdo-mudo Geralmente este paciente é acompanhado por uma pessoa da família que faz o papel de intérprete. A anamnese deve ser resumida aos dados essenciais. Crianças e adolescentes A principal qualidade para lidar com criança é a bondade. Deve-se conquistar sua confiança e simpatia. Já com o adolescente faz-se uma investigação dos antecedentes familiares, pessoais, imunização e ainda investigação sobre alimentação, vida escolar, relação com os pais e irmãos e relações sociais. Paciente idoso Precisa sentir que é o centro das atenções e que é respeitado. Deve-se aceitar suas manias e agir com paciência e delicadeza. A subjetividade pe inevitável e necessária, tanto que a entrevista pode adquirir um tom de relacionamento criança-adulto. Exame Físico Os objetivos dessa prática devem estar inseridos dentro do espírito da atenção farmacêutica e do seguimento farmacoterapêutico de pacientes. Um uso errado destes princípios pode levar o farmacêutico a ser acusado de exercício ilegal da medicina. Todos os exames físicos relaizados devem ter uma explicação farmacoterapêutica. Exame Físico Inspeção Palpação Percussão Ausculta Sinais vitais Dados antropométricos Temperatura Sinais e Sintomas Importantes em Farmácia Clínica Febre Prurido Febre A febre é definida como um estado funcional anormal do sistema de termorregulação. É uma manifestação comum a vários tipos de processos patológicos não apenas infecciosos, mas também de outras naturezas. Na criança e no idoso, a resposta febril à infecção costuma ser desproporcional à gravidade da mesma. Febre Febres de origem medicamentosa são habitualmente do tipo continuo, havendo nítida descorrelação entre a intensidade da mesma e o bom estado geral do paciente. Medicamentos potencialmente causadores de febre Comumente Ocasionalmente Raramente Anti-histamínicos Antipsicóticos Penicilinas sulfonamidas Vancomicina Cefalosporinas Cimetidina Cocaína Digitais Cloranfenicol tetraciclinas Prurido É um formigamento peculiar ou irritação incômoda da pele que provoca o desejo de coçar a parte afetada. Pode ser local ou generalizado. As causas variam de acordo com idade, sexo, localização, características, evolução e fatores agravantes. Prurido Exemplos de prurido localizado: Picada de insetos, queimadura de sol, parasitas(piolho) Exemplos de prurido generalizado: Urticária, doenças infecciosas (sarampo, catapora), reações alérgicas a alimentos e medicamentos
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