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Aula 00 Direito Processual Penal p/ OAB 1ª Fase XXIII Exame - Com videoaulas Professor: Renan Araujo 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑ!()!ΚΛ! AULA DEMONSTRATIVA: PRINCêPIOS DO PROCESSO PENAL. APLICAÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL SUMçRIO ! 1. APLICAÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL ..................................................... 7 1.1. Lei processual penal no espao ................................................................ 7 1.2. Lei processual penal no tempo ................................................................. 9 2. PRINCêPIOS PROCESSUAIS PENAIS .......................................................... 12 2.1. Princpio da inrcia ................................................................................ 12 2.2. Princpio do devido processo legal ......................................................... 13 2.2.1. Dos postulados do contraditrio e da ampla defesa ..................................... 14 2.3. Princpio da presuno de no culpabilidade (ou presuno de inocncia) 15 2.4. Princpio da obrigatoriedade da fundamentao das decises judiciais .. 18 2.5. Princpio da publicidade ......................................................................... 18 2.6. Princpio da isonomia processual ........................................................... 20 2.7. Princpio do duplo grau de jurisdio ..................................................... 20 2.8. Princpio do Juiz Natural ........................................................................ 21 2.9. Princpio da vedao s provas ilcitas ................................................... 22 2.10. Princpio da vedao autoincriminao ............................................. 22 3. RESUMO .................................................................................................... 23 4. EXERCêCIOS DA AULA ............................................................................... 27 5. GABARITO ................................................................................................. 29 ! Ol, meus amigos! Hoje, aqui no ESTRATGIA CONCURSOS (Projeto Estratgia OAB), daremos incio sua preparao para o XXIII EXAME DA OAB. Vamos estudar muito Direito Processual Penal, rumo sua aprovao. A vermelhinha est chegando!! O edital ainda no foi publicado, mas a Banca, como sabemos, a FGV. E a, povo, preparados para a maratona? Como de conhecimento comum, o ndice de reprovao na prova da OAB muito elevado. Mais de 80% dos candidatos no consegue ser aprovado. Para ser mais exato, o ndice de aprovao de 17,5% (ndice histrico). muito pouco! 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Κ!()!ΚΛ! No conhecer a Banca e no resolver questes anteriores talvez sejam os principais motivos para um ndice de reprovao to elevado. Isso faz com que os candidatos percam tempo estudando temas pouco importantes. Alm disso, quem no conhece a Banca muitas vezes acaba se enrolando na hora da prova, pois no est acostumado com o ÒestiloÓ da organizadora. No nosso curso iremos adotar uma metodologia que visa a evitar exatamente estes problemas. Vamos estudar teoria e questes, da seguinte forma: a)!Teoria resumida Ð Daremos nfase quilo que MAIS COBRADO. Claro que estudaremos as outras partes do contedo, mas de forma menos aprofundada. Foco! b)!Resoluo de TODAS as questes cobradas pela FGV no Exame da OAB Ð Como a prtica fundamental, vamos analisar em nosso curso todas as questes anteriores cobradas pela FGV no exame da OAB. c)! Frum de dvidas Ð Por meio do frum de dvidas vocs podero entrar em contato comigo para esclarecerem aqueles pontos que, eventualmente, no tenham sido compreendidos ou para reforar a compreenso, etc. Como disse, vamos dar mais importncia quilo que, efetivamente, mais importa. E como saberemos o que mais importa? Somente possvel descobrir isso mediante uma anlise minuciosa das provas anteriores. E foi isso que fiz, um RAIO-X do exame da OAB: ASSUNTOS (atualizado at o XXI exame) N¼ de questes TEMA 1: PRINCêPIOS DO PROCESSO PENAL E APLICAÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL 03 TEMA 2: INQURITO POLICIAL 08 TEMA 3: AÌO PENAL 06 TEMA 4: AÌO CIVIL EX DELICTO 01 TEMA 5: JURISDIÌO E COMPETæNCIA 10 TEMA 6: QUESTÍES E PROCESSOS INCIDENTES 06 Excees 01 Questes prejudiciais 01 Medidas assecuratrias 02 Incidentes 02 TEMA 7: DIREITO PROBATîRIO 08 TEMA 8: SUJEITOS PROCESSUAIS 00 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Μ!()!ΚΛ! TEMA 9: COMUNICAÌO DOS ATOS PROCESSUAIS 01 TEMA 10: ATOS JUDICIAIS 06 Sentena 06 TEMA 11: DA PRISÌO E DAS DEMAIS MEDIDAS CAUTELARES. LIBERDADE PROVISîRIA 06 Priso (em flagrante, preventiva e temporria) 06 Medidas cautelares diversas da priso 00 Liberdade provisria e fiana 00 TEMA 12: PROCEDIMENTOS DO CPP 09 Procedimento comum 03 Procedimento do Tribunal do jri 06 Outros procedimentos do CPP 00 TEMA 13: PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NA LEGISLAÌO EXTRAVAGANTE 13 Lei 7.492/86 01 Juizados Especiais Criminais 04 Lei 8.666/93 01 Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) 02 Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) 02 Execuo penal 03 TEMA 14: NULIDADES 02 TEMA 15: RECURSOS E AÍES AUTïNOMAS DE IMPUGNAÌO 16 Teoria Geral 06 Apelao 02 RESE 04 Agravo em execuo penal 01 Outros recursos 01 Habeas corpus 00 Reviso criminal 02 Mandado de segurana 00 TOTAL 96 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Ν!()!ΚΛ! Como vocs podem perceber, existem temas que so recorrentes e temas que so absolutamente ESQUECIDOS pela Banca. Para se ter uma ideia, quem souber os temas ÒrecursosÓ, Òinqurito policialÓ e Òjurisdio e competnciaÓ j sabe praticamente 40% daquilo que costuma cair na prova. Por outro lado, ficar estudando Òsujeitos processuaisÓ no vai levar voc a lugar algum. Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ? Meu nome Renan Araujo, tenho 29 anos, sou Defensor Pblico Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pblica da Unio no Rio de Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Tcnico Judicirio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps-graduado em Direito Pblico pela Universidade Gama Filho. Fiz o exame da OAB em 2009 e, graas a Deus, deu tudo certo! Neste curso vocs recebero todas as informaes necessrias para que possam ter sucesso na prova da OAB. Acreditem, vocs no vo se arrepender! O Estratgia OAB est comprometido com sua aprovao, ou seja, com voc! Bom, como j adiantei, neste curso estudaremos todo o contedo de Direito Processual Penal previsto no edital do exame da OAB. Adotaremoso seguinte cronograma: Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: ! AULA CONTEòDO DATA Aula 00 Introduo ao processo penal: Princpios do Direito Processual Penal. Aplicao da Lei processual penal. 17.03 Aula 01 Inqurito Policial 24.03 Aula 02 Ao Penal (Denncia, Queixa-crime e representao). Ao Civil ex delicto. 31.03 Aula 03 Jurisdio e competncia 07.04 Aula 04 Sujeitos processuais (o Juiz, do Ministrio Pblico, do Acusado e Defensor, dos Assistentes e Auxiliares da Justia). Atos de comunicao no processo - Das citaes e intimaes. Atos judiciais Ð Despacho, deciso e sentena. Nulidades. 14.04 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Ο!()!ΚΛ! Questes e processos incidentes. Aula 05 Provas (parte I) 21.04 Aula 06 Provas (parte II): Provas em espcie. Interceptao das comunicaes telefnicas (Lei 9.296/96). 28.04 Aula 07 Prises cautelares: Priso em flagrante (espcies, hipteses, etc.). Priso preventiva. Priso temporria (Lei 7.960/89). Medidas cautelares diversas da priso. Liberdade provisria. 05.05 Aula 08 Procedimentos do CPP (parte I) 12.05 Aula 09 Procedimentos do CPP (parte II) 19.05 Aula 10 Recursos. Aes autnomas de impugnao. 26.05 Aula 11 Procedimentos especiais na legislao extravagante 02.06 ∋ Como disse, o contedo cobre todo o programa exigido no exame da OAB. Contudo, ser dada nfase ao que mais cobrado. Em relao aos temas menos cobrados, faremos uma anlise menos aprofundada. Alm do nosso material em formato PDF, teremos ainda 16 videoaulas (30 minutos cada) especificamente gravadas para o Exame da OAB. Nestas videoaulas vamos tratar dos pontos mais relevantes para a prova da OAB, inclusive mediante a resoluo de diversas questes cobradas anteriormente no Exame de Ordem. No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! Prof. Renan Araujo 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Π!()!ΚΛ! E-mail: profrenanaraujo@gmail.com Periscope: @profrenanaraujo Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br Youtube: www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ Observao importante: este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos. ;-) 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Θ!()!ΚΛ! 1.!APLICAÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL 1.1.! Lei processual penal no espao O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal est relacionado sua aptido para produzir efeitos. Essa aptido para produzir efeitos est ligada a dois fatores: espacial e temporal. Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em determinado lugar e em determinado momento. Nesse sentido, devemos analisar onde e quando a lei processual penal brasileira se aplica. O CPP adotou, como regra, o princpio da territorialidade. O que seria esse princpio? Esse princpio determina que a lei produzir seus efeitos dentro do territrio nacional1. Simples assim! Desta maneira, o CPP a lei aplicvel ao processo e julgamento das infraes penais no Brasil. As regras de aplicao da Lei Penal brasileira esto no Cdigo Penal, mas isso no nos interessa aqui. O que nos interessa o seguinte: se for caso de aplicao da Lei Penal brasileira, as regras do processo sero aquelas previstas no CPP, em todo o territrio nacional. Portanto, no se admite a existncia de Cdigos Processuais estaduais, at porque compete privativamente Unio legislar sobre direito processual, nos termos da Constituio Federal. Como disse a vocs, esta a regra! Mas toda regra possui excees2. So elas: A)!Tratados, convenes e regras de Direito Internacional B)!Jurisdio poltica - Prerrogativas constitucionais do Presidente da Repblica, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da Repblica, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituio, arts. 86, 89, ¤ 2o, e 100) C)!Processos de competncia da Justia Eleitoral D)!Processos de competncia da Justia Militar E)!Legislao especial Assim, o CPP aplicvel aos processos de natureza criminal que tramitem no territrio nacional, com as ressalvas feitas anteriormente. Em relao aos tratados internacionais, ao julgamento dos crimes de responsabilidade, aos procedimentos previstos na Legislao especial e aos processos criminais da Justia Eleitoral, o CPP !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execuo penal. 12.¼ edio. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 92 2 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 85-92 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Ρ!()!ΚΛ! aplicvel de forma subsidiria. Em relao aos processos penais da Justia Militar, h divergncia doutrinria. H quem sustente que, em relao aos processos da Justia Militar o CPP no aplicvel nem mesmo de forma subsidiria, pois o CPPM suficientemente abrangente. Prevalece, contudo, o entendimento de que o CPP aplicvel de forma subsidiria (h previso nesse sentido, no prprio CPPM). Alm disso, o CPP s aplicvel aos atos processuais praticados no territrio nacional. Se, por algum motivo, o ato processual tiver de ser praticado no exterior (oitiva de testemunha, etc.), por meio de carta rogatria (ou outro instrumento de cooperao jurdica internacional), sero aplicadas as regras processuais do pas em que o ato for praticado. ! (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO) Em um processo em que se apura a prtica dos delitos de supresso de tributo e evaso de divisas, o Juiz Federal da 4» Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedio de carta rogatria para os Estados Unidos da Amrica, a fim de que seja interrogado o ru Mrio. Em cumprimento carta, o tribunal americano realiza o interrogatrio do ru e devolve o procedimento Justia Brasileira, a 4» Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mrio, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que no foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o ru. Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espao, a alegaodo advogado est correta? A) Sim, pois no processo penal vigora o princpio da extraterritorialidade, j que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do territrio nacional. B) No, pois no processo penal vigora o princpio da territorialidade, j que as normas processuais brasileiras s se aplicam no territrio nacional. C) Sim, pois no processo penal vigora o princpio da territorialidade, j que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer territrio. D) No, pois no processo penal vigora o princpio da extraterritorialidade, j que as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no territrio nacional. COMENTçRIOS: No Direito Processual Penal vigora o princpio da territorialidade da aplicao da lei processual, o que significa dizer que a Lei Processual brasileira (no caso, o CPP) somente se aplica no 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Λ!()!ΚΛ! TERRITîRIO NACIONAL, no havendo que se falar em utilizao da lei processual brasileira para um ato praticado fora do Brasil. Isso, inclusive, j foi decidido pelo STF, exemplificativamente, no HC 91444/RJ. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA B. 1.2.! Lei processual penal no tempo Nos termos do art. 2¡ do CPP: Art. 2o A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior. Por este artigo podemos extrair o princpio do tempus regit actum, tambm conhecido como princpio do efeito imediato ou aplicao imediata da lei processual. Este princpio significa que a lei processual regular os atos processuais praticados a partir de sua vigncia, no se aplicando aos atos j praticados.3 Esta a regra de aplicao temporal de toda e qualquer lei, meus caros, ou seja, produo de efeitos somente para o futuro. Caso contrrio, o caos seria instalado! Assim, vocs devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha se iniciado sob a vigncia de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o CPP (ainda que mais gravosa ao ru), esta ser aplicada aos atos futuros. Ou seja, a lei nova no pode retroagir para alcanar atos processuais j praticados, mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso. Esta possibilidade no ofende o art. 5¡, XL da Constituio Federal4. No ofende, pois no se trata de retroatividade da lei. Mais que isso, esse dispositivo s se aplica s normas puramente processuais. EXEMPLO: Imaginemos que uma pessoa responda pelo crime de homicdio. Nesse caso, a Lei prev dois recursos, ÒAÓ e ÒBÓ. Durante o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a possibilidade de interposio do recurso ÒBÓ, ou seja, prejudicial ao ru. Nesse caso, trata-se de norma puramente processual, e a aplicao da lei nova ser imediata. Entretanto, se o acusado j tiver interposto o recurso ÒBÓ, a lei nova no ter o condo de fazer com que o recurso deixe de ser julgado, pois se trata de ato processual j praticado (interposio do recurso), devendo o Tribunal apreci-lo. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96. No mesmo sentido, Eugnio Pacelli. PACELLI, Eugnio. Curso de processo penal. 16¼ edio. Ed. Atlas. So Paulo, 2012, p. 24. 4 XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru; 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΣ!()!ΚΛ! Ocorre, porm, que dentro de uma lei processual pode haver normas de natureza material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer normas que, na verdade, so de Direito Penal, pois criam ou extinguem direito do indivduo, relativos sua liberdade, etc. Nesses casos de leis materiais, inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre o fenmeno da heterotopia. Em casos como este, o difcil saber identificar qual regra de direito processual e qual de direito material (penal). Porm, uma vez identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua aplicao ser regulada pelas normas atinentes aplicao da lei penal no tempo, inclusive no que se refere possibilidade de eficcia retroativa para benefcio do ru. Diferentemente das normas heterotpicas (que so ou de direito material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza diversa), existem normas mistas, ou hbridas, que so aquelas que so, ao mesmo tempo, normas de direito processual e de direito material. No caso das normas mistas, embora haja alguma divergncia doutrinria, vem prevalecendo o entendimento de que, por haver disposies de direito material, devem ser utilizadas as regras de aplicao da lei penal no tempo, ou seja, retroatividade da lei mais benfica e impossibilidade de retroatividade quando houver prejuzo ao ru.5 CUIDADO! No que se refere s normas relativas execuo penal (cumprimento de pena, sadas temporrias, etc.), a Doutrina diverge quanto sua natureza. H quem entenda tratar-se de normas de direito material, h quem as considere como normas de direito processual. Entretanto, para ns, o que importa o que o STF e o STJ pensam! E eles entendem que se trata de norma de direito material. Assim, se uma lei nova surge, alterando o regime de cumprimento da pena, beneficiando o ru, ela ser aplicada aos processos em fase de execuo, por ser considerada norma de direito material. ! (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Joo, no dia 2 de janeiro de 2015, praticou um crime de apropriac Τo indbita majorada. Foi, ento, denunciado como incurso nas sanc Τes penais do Art. 168, ¤1o, inciso III, do Cdigo Penal. No curso do processo, mas antes de ser proferida sentenc Τa !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 5 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑϑ!()!ΚΛ! condenatria, dispositivos do Cdigo de Processo Penal de natureza exclusivamente processual sofrem uma reforma legislativa, de modo que o rito a ser seguido no recurso de apelac Τo modificado. O advogado de Joo entende que a mudanc Τa foi prejudicial, pois possvel que haja uma demora no julgamento dos recursos. Nesse caso, aps a sentenc Τa condenatria, correto afirmar que o advogado de Joo A) dever respeitar o novo rito do recurso de apelacΤo, pois se aplica ao caso o princpio da imediata aplicacΤo da nova lei. B) no dever respeitar o novo rito do recurso de apelacΤo, em razo do princpio da irretroatividade da lei prejudicial e de o fato ter sido praticado antes da inovacΤo. C) no dever respeitar o novo rito do recurso de apelacΤo, em razo do princpio da ultratividade da lei. D) dever respeitar o novo rito do recurso de apelacΤo, pois se aplica ao caso o princpio da extratividade. COMENTçRIOS: No processo penal vigora o princpio do tempus regit actum, ou seja, o ato processual ser praticado de acordo com a lei processual que vigorar no momento de sua realizao, independentemente de se tratar de lei processual mais gravosa do que aquela que vigorava no momento da prtica do delito, nos termosdo art. 2¼ do CPP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA A. (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO) A Lei n. 9.099/95 modificou a espcie de ao penal para os crimes de leso corporal leve e culposa. De acordo com o Art. 88 da referida lei, tais delitos passaram a ser de ao penal pblica condicionada representao. Tratando-se de questo relativa Lei Processual Penal no Tempo, assinale a alternativa que corretamente expe a regra a ser aplicada para processos em curso que no haviam transitado em julgado quando da alterao legislativa. A) Aplica-se a regra do Direito Penal de retroagir a lei, por ser norma mais benigna. B) Aplica-se a regra do Direito Processual de imediatidade, em que a lei aplicada no momento em que entra em vigor, sem que se questione se mais gravosa ou no. C) Aplica-se a regra do Direito Penal de irretroatividade da lei, por ser norma mais gravosa. 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΚ!()!ΚΛ! D) Aplica-se a regra do Direito Processual de imediatidade, em que a lei aplicada no momento em que entra em vigor, devendo- se questionar se a novatio legis mais gravosa ou no. COMENTçRIOS: No caso especfico da alterao da natureza da ao penal em relao aos crimes de leses corporais leves e culposas, o STJ entendeu que a norma possua carter hbrido (de direito processual e de direito material), devendo ser aplicada a regra relativa s normas de Direito Penal, no que tange retroatividade da lei mais benfica. Por se tratar de lei mais benfica, o STJ entendeu que deveria ser aplicada aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda estivesse tramitando, devendo a vtima manifestar seu interesse no prosseguimento da ao penal (j que a ao penal j havia sido ajuizada).6 Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA A. 2.!PRINCêPIOS PROCESSUAIS PENAIS 2.1.! Princpio da inrcia Alguns doutrinadores no consideram este um princpio do processo penal com base constitucional, embora seja unnime que aplicvel ao processo penal brasileiro. Este princpio diz que o Juiz no pode dar incio ao processo penal, pois isto implicaria em violao da sua imparcialidade, j que, ao dar incio ao processo, o Juiz j d sinais de que ir condenar o ru. Um dos dispositivos constitucionais que d base a esse entendimento o art. 129, I da Constituio Federal: Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei; Percebam que a Constituio estabelece como sendo privativa do MP a promoo da ao penal pblica. Assim, diz-se que o MP o Òtitular da ao penal pblicaÓ. Mas e a ao penal privada? Mais frente vocs vero que a ao penal privada de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz j no poderia a ela dar incio por sua prpria natureza, j que a lei considera que, nesses casos, o interesse do ofendido em processar ou no o infrator se sobrepe ao interesse do Estado na persecuo penal. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 6 (HC 10.841/RS, Rel. Ministro VICENTE LEAL, SEXTA TURMA, julgado em 22/08/2000, DJ 11/09/2000, p. 292) 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΜ!()!ΚΛ! Este princpio o alicerce mximo daquilo que se chama de sistema acusatrio, que o sistema adotado pelo nosso processo penal7. No sistema acusatrio existe uma figura que acusa e outra figura que julga, diferentemente do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do julgador, ofendendo inmeros outros princpios. Entretanto, este princpio no impede que o Juiz determine a realizao de diligncias que entender necessrias para elucidar questo relevante para o deslinde do processo. Isso porque no Processo Penal, diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o princpio da busca pela verdade real ou material, no da verdade formal. Assim, no processo penal no h presuno de veracidade das alegaes da acusao em caso de ausncia de manifestao em contrrio pelo ru, pois o interesse pblico pela busca da efetiva verdade impede isto. Alm disso, este princpio ir embasar diversas outras disposies do sistema processual penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato no contido na denncia (seria uma violao indireta ao princpio da inrcia), que caracteriza o princpio da congruncia8 entre a sentena e a inicial acusatria. 2.2.! Princpio do devido processo legal Esse princpio o que se pode chamar de base principal do Direito Processual brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra, encontram nele seu fundamento. Este princpio est previsto no art. 5¡, LIV da CRFB/88, nos seguintes termos: LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Assim, a Constituio estabelece que ningum poder sofrer privao de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prvio, em que lhe seja assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa. Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princpio norteia algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser ouvido pessoalmente (Sim, o interrogatrio um direito do ru), a fim de expor sua verso dos fatos, bem como o direito que o acusado possui de arrolar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos da acusao etc. Todos eles tiram seu fundamento do Princpio do Devido Processo Legal. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7 Alguns sustentam que se adotou um sistema PREDOMINANTEMENTE acusatrio. Outros sustentam ter sido adotado um sistema misto (entre acusatrio e inquisitivo), pois h caracteres de ambos. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p.71 8 Tambm chamado de princpio da adstrio ou princpio da correo entre acusao e sentena. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 608 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΝ!()!ΚΛ! A obedincia ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinrio ou outro), bem como s demais regras estabelecidas para o processo que se chama de Devido Processo Legal em sentido formal. Entretanto, existe outra vertente deste princpio, denominada Devido Processo Legal em sentido material. Nessa ltima acepo, entende-se que o Devido Processo Legal s efetivamente respeitado quando o Estado age de maneira razovel, proporcional e adequada na tutela dos interesses da sociedade e do acusado. O princpio do Devido Processo Legal tem como corolrios os postulados da Ampla Defesa e do Contraditrio, ambos tambm previstos na Constituio Federal, em seu art. 5¡, LV9. 2.2.1.! Dos postulados do contraditrio e da ampla defesa O princpio do Contraditrio estabelece que os litigantes em geral e, no nosso caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os argumentos trazidos pela parte contrria e as provas por ela produzidas. Entretanto, este princpio sofre limitaes, notadamente quando a deciso a sertomada pelo Juiz no possa esperar a manifestao do acusado ou a cincia do acusado pode implicar a frustrao da deciso. EXEMPLO: Imagine que o MP ajuza ao penal em face de Jos, requerendo seja decretada sua priso preventiva, com base na ocorrncia de uma das circunstncias previstas no art. 312 do CPP. O Juiz, ao receber a denncia, verificando estarem presentes os requisitos que autorizam a decretao da priso preventiva, a decretar sem ouvir o acusado, pois aguardar a manifestao deste acerca da priso preventiva pode acarretar na frustrao desta (fuga do acusado). J o postulado da ampla defesa prev que no basta dar ao acusado cincia das manifestaes da acusao e facultar-lhe se manifestar, se no lhe forem dados instrumentos para isso. Ampla Defesa e Contraditrio caminham juntos (at por isso esto no mesmo inciso da Constituio), e retiram seu fundamento no Devido Processo Legal. Entre os instrumentos para o exerccio da defesa esto a previso legal de recursos em face das decises judiciais, direito produo de provas, bem como a obrigao de que o Estado fornea assistncia jurdica integral e gratuita, primordialmente atravs da Defensoria Pblica.10 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 9 Art. 5 (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 10 LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos; 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΟ!()!ΚΛ! Portanto, ao acusado que no possuir meios de pagar um advogado, deve ser garantida a defesa por um Defensor Pblico, ou, em no havendo sede da Defensoria Pblica na comarca, ser nomeado um defensor dativo (advogado particular pago pelos cofres pblicos), a fim de que lhe seja prestada defesa tcnica. Alm da defesa tcnica, realizada por profissional habilitado (advogado particular ou Defensor Pblico), h tambm a autodefesa, que realizada pelo prprio ru, especialmente quando do seu interrogatrio, oportunidade na qual pode, ele mesmo, defender-se pessoalmente, sem a intermediao de procurador. Assim, se o Juiz se recusar a interrogar o ru, por exemplo, estar violando o princpio da ampla defesa, por estar impedindo o ru de exercer sua autodefesa. Ao contrrio da defesa tcnica, que no pode faltar no processo criminal, sob pena de nulidade absoluta, o ru pode recusar-se a exercer a autodefesa, ficando em silncio, por exemplo, pois o direito ao silncio um direito expressamente previsto ao ru. Este princpio no impede, porm, que o acusado sofra as consequncias de sua inrcia em relao aos atos processuais (no- interposio de recursos, ausncia injustificada de audincias, etc.). Entretanto, o princpio da ampla defesa se manifesta mais explicitamente quando o ru, embora citado, deixe de apresentar Resposta Acusao. Nesse caso, dada a importncia da pea de defesa, dever o Juiz encaminhar os autos Defensoria Pblica, para que atue na qualidade de curador do acusado, ou, em no havendo Defensoria no local, nomear defensor dativo para que patrocine a defesa do acusado. 2.3.! Princpio da presuno de no culpabilidade (ou presuno de inocncia) A Presuno de inocncia o maior pilar de um Estado Democrtico de Direito, pois, segundo este princpio, nenhuma pessoa pode ser considerada culpada (e sofrer as consequncias disto) antes do trnsito em julgado se sentena penal condenatria. Nos termos do art. 5¡, LVII da CRFB/88: LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria; O que trnsito em julgado de sentena penal condenatria? a situao na qual a sentena proferida no processo criminal, condenando o ru, no pode mais ser modificada atravs de recurso. Assim, enquanto no houver uma sentena criminal condenatria irrecorrvel, o acusado no pode ser considerado culpado e, portanto, no pode sofrer as consequncias da condenao. Este princpio pode ser considerado: ⇒! Uma regra probatria (regra de julgamento) - Deste princpio decorre que o nus (obrigao) da prova cabe ao acusador (MP ou 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΠ!()!ΚΛ! ofendido, conforme o caso). O ru , desde o comeo, inocente, at que o acusador prove sua culpa. Assim, temos o princpio do in dubio pro reo ou favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentena), havendo dvidas acerca da culpa ou no do acusado, dever o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa no foi cabalmente comprovada. CUIDADO: Existem hipteses em que o Juiz no decidir de acordo com princpio do in dubio pro reo, mas pelo princpio do in dubio pro societate. Por exemplo, nas decises de recebimento de denncia ou queixa e na deciso de pronncia, no processo de competncia do Jri, o Juiz decide contrariamente ao ru (recebe a denncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o ru no segundo) com base apenas em indcios de autoria e prova da materialidade. Ou seja, nesses casos, mesmo o Juiz tendo dvidas quanto culpabilidade do ru, dever decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas decises no h consequncias para o ru, permitindo-se, apenas, que seja iniciado o processo ou a fase processual, na qual sero produzidas as provas necessrias elucidao dos fatos. ⇒! Uma regra de tratamento - Deste princpio decorre, ainda, que o ru deve ser, a todo momento, tratado como inocente. E isso tem uma dimenso interna e uma dimenso externa: a)! Dimenso interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como inocente. Ex.: O Juiz no pode decretar a priso preventiva do acusado pelo simples fato de o ru estar sendo processado, caso contrrio, estaria presumindo a culpa do acusado. b)! Dimenso externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do processo, ou seja, o fato de estar sendo processado no pode gerar reflexos negativos na vida do ru. Ex.: O ru no pode ser eliminado de um concurso pblico porque est respondendo a um processo criminal (pois isso seria presumir a culpa do ru). Desta maneira, sendo este um princpio de ordem Constitucional, deve a legislao infraconstitucional (especialmente o CP e o CPP) respeit-lo, sob pena de violao Constituio. Portanto, uma lei que dissesse, por exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentena em primeira instncia seria inconstitucional, pois a Constituio afirma que o acusado ainda no considerado culpado nessa hiptese. CUIDADO! A existncia de prises provisrias (prises decretadas no curso do processo) no ofende a presuno de inocncia, pois nesse caso no se trata de uma priso como cumprimento de pena, mas sim de uma priso cautelar, ou seja, para garantir que o processo penal seja devidamente instrudo ou eventual sentena condenatria seja cumprida. Por exemplo: Se o ru est dando sinais de que vai fugir (tirou passaporte recentemente), e o Juiz decreta sua priso preventiva, o faz no por consider- lo culpado, mas para garantir que, caso seja condenado, cumpra a pena. Vocs vero mais sobre isso na aula sobre Priso e Liberdade Provisria! ☺ Ouseja, a priso cautelar, quando devidamente fundamentada na 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΘ!()!ΚΛ! necessidade de evitar a ocorrncia de algum prejuzo (risco para a instruo ou para o processo, por exemplo), vlida. O que no se pode admitir a utilizao da priso cautelar como Òantecipao de penaÓ. Vou transcrever para vocs agora alguns pontos que so polmicos e a respectiva posio dos Tribunais Superiores, pois isto importante. ¥! Processos criminais em curso e inquritos policiais em face do acusado podem ser considerados maus antecedentes? Segundo o STJ e o STF no, pois em nenhum deles o acusado foi condenado de maneira irrecorrvel, logo, no pode ser considerado culpado nem sofrer qualquer consequncia em relao a eles (smula 444 do STJ). ¥! Regresso de regime de cumprimento da pena Ð O STJ e o STF entendem que NÌO Hç NECESSIDADE DE CONDENAÌO PENAL TRANSITADA EM JULGADO para que o preso sofra a regresso do regime de cumprimento de pena mais brando para o mais severo (do semiaberto para o fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o preso tenha cometido novo crime doloso ou falta grave, durante o cumprimento da pena pelo crime antigo, para que haja a regresso, nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de Execues Penais), no havendo necessidade, sequer, de que tenha havido condenao criminal ou administrativa. A Jurisprudncia entende que esse artigo da LEP no ofende a Constituio. ¥! Revogao do benefcio da suspenso condicional do processo em razo do cometimento de crime Ð Prev a Lei 9.099/95 que em determinados crimes, de menor potencial ofensivo, pode ser o processo criminal suspenso por determinado, devendo o ru cumprir algumas obrigaes durante este prazo (dentre elas, no cometer novo crime), findo o qual estar extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF e o STJ entendem que, descoberta a prtica de crime pelo acusado beneficiado com a suspenso do processo, este benefcio deve ser revogado, por ter sido descumprida uma das condies, no havendo necessidade de trnsito em julgado da sentena condenatria do crime novo. CUIDADO MASTER! Recentemente, no julgamento do HC 126.292 o STF decidiu (entendimento confirmado posteriormente) que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condenao em segunda instncia por um rgo colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o princpio da presuno de inocncia, admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de cumprimento da pena) j estaria formada nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido contrrio). Isso significa que, possivelmente, teremos (num futuro breve) alterao na jurisprudncia consolidada do STF e do STJ, de forma que aes penais em curso passem a poder ser consideradas como maus antecedentes, desde que haja, pelo menos, condenao em segunda instncia por rgo colegiado (mesmo sem trnsito em julgado), alm de outros reflexos que tal relativizao provoca (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016). 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΡ!()!ΚΛ! 2.4.! Princpio da obrigatoriedade da fundamentao das decises judiciais Este princpio est previsto no art. 93, IX da Constituio11. Desta maneira, pode-se elevar esse princpio (motivao das decises judiciais) categoria de princpio constitucional, por ter merecido a ateno da Lei Mxima. Esse princpio decorre da lgica do sistema jurdico ptrio, em que a transparncia deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o acusador) saber exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela deciso e, assim, poder examinar se o Magistrado agiu dentro da legalidade. Alis, esse princpio guarda estrita relao com o princpio da Ampla Defesa, eis que a ausncia de fundamentao ou a fundamentao deficiente de uma deciso dificulta e por vezes impede a sua impugnao, j que a parte prejudicada no tem elementos para combat-lo, j que no sabe seus fundamentos. Alguns pontos controvertidos merecem destaque: ¥! A deciso de recebimento da denncia ou queixa, apesar de possuir forte carga decisria, no precisa de fundamentao complexa (STF entende que isso no fere a Constituio). ¥! A fundamentao referida constitucional Ð Fundamentao referida aquela na qual um rgo do Judicirio se remete s razes expostas por outro rgo do Judicirio (Ex.: O Tribunal, ao julgar a apelao, mantendo a sentena, pode fundamentar sua deciso referindo-se aos argumentos expostos na sentena de primeira instncia, sem necessidade de reproduzi-los no corpo do Acrdo). ¥! As decises proferidas pelo Tribunal do Jri no so fundamentadas, pois os julgadores (jurados) no possuem conhecimento tcnico, proferindo seu voto conforme sua percepo de Justia indicar. 2.5.! Princpio da publicidade !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 11 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princpios: (...) IX todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao; 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ϑΛ!()!ΚΛ! Este princpio estabelece que os atos processuais e as decises judiciais sero pblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa a regra prevista no art. 93, IX da CRFB/88: Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princpios: (...) IX- todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao; Percebam que a Constituio determina que os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, mas entende-se ÒjulgamentosÓ como qualquer ato processual. Entretanto, essa publicidade NÌO ABSOLUTA, podendo sofrer restrio, quando a intimidade das partes ou interesse pblico exigir. A isso se chama de publicidade restrita. Essa possibilidade de restrio est prevista, ainda, no art. 5¡, LX da CRFB/88: LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Ressalto a vocs que essa publicidade pode ser restringida apenas s partes e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa? Que alguns atos podem no ser pblicos nem mesmo para a outra parte! Sim! Imaginem que, numa audincia, a ofendida pelo crime de estupro no queira dar seudepoimento na presena do acusado. Nada mais natural. Assim, o Juiz poder mandar que este se retire da sala, permanecendo, porm, o seu advogado. Aos procuradores das partes (advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode negar publicidade dos atos processuais! Gravem isso! Essa impossibilidade de restrio da publicidade aos procuradores das partes decorrncia natural do princpio do contraditrio e da ampla defesa, pois so os procuradores quem exercem a defesa tcnica, no podendo ser privados do acesso a nenhum ato do processo, sob pena de nulidade.12 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 12 Por fim, vale registrar que no Tribunal do Jri (que tem regras muito especficas) o voto dos jurados sigiloso, por expressa previso constitucional, caracterizando-se em mais uma exceo ao princpio. Nos termos do art. 5¡, XVIII, b, da Constituio: Art. 5¼ (...) XXXVIII - reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, assegurados: (...) b) o sigilo das votaes; 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΣ!()!ΚΛ! 2.6.! Princpio da isonomia processual O princpio da isonomia processual decorre do princpio da isonomia, genericamente considerado, segundo o qual as pessoas so iguais perante a lei, sendo vedadas prticas discriminatrias. Est previsto no art. 5¡ da Constituio: Art. 5¼ Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: No campo processual este princpio tambm irradia seus efeitos, devendo a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitria, conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos recursais devem ser os mesmos para acusao e defesa, o tempo para sustentao oral nas sesses de julgamento tambm devem ser idnticos, etc. Entretanto, possvel que a lei estabelea algumas situaes aparentemente anti-isonmicas, a fim de equilibrar as foras dentro do processo.13 2.7.! Princpio do duplo grau de jurisdio Este princpio estabelece que as decises judiciais devem estar sujeitas reviso por outro rgo do Judicirio. Embora no esteja expresso na Constituio, grande parte dos doutrinadores o aceita como um princpio constitucional implcito14, fundamentando sua tese nas regras de competncia dos Tribunais estabelecidas na Constituio, o que deixaria implcito que toda deciso judicial deva estar sujeita a recurso, via de regra. Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princpio de ndole constitucional entendem que h excees, que so os casos de competncia originria do STF, aes nas quais no cabe recurso da deciso de mrito (bvio, pois o STF a Corte Suprema do Brasil). Assim, essa exceo no anularia o fato de que se trata de um princpio constitucional, apenas no lhe permite ser absoluto. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Assim, nesse caso, no h publicidade do voto proferido pelo jurado, mas a sesso secreta onde ocorre o julgamento pelos jurados (depsito dos votos na urna) acessvel aos procuradores. 13 Por exemplo, quando a lei estabelece que a Defensoria Pblica possui prazo em dobro para recorrer, no est ferindo o princpio da isonomia, mas est apenas corrigindo uma situao de desequilbrio. Isso porque a Defensoria Pblica uma Instituio absolutamente assoberbada, que no pode escolher se vai ou no patrocinar uma demanda. Caso o assistido se enquadre como hipossuficiente, a Defensoria Pblica deve atuar. Um escritrio de advocacia pode, por exemplo, se recusar a patrocinar uma defesa alegando estar muito atarefado. 14 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52. 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Κϑ!()!ΚΛ! 2.8.! Princpio do Juiz Natural A Constituio estabelece em seu art. 5¡, LIII que: LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente; Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair o princpio do Juiz Natural. O princpio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de ser julgada por um rgo do Poder Judicirio brasileiro, devidamente investido na funo jurisdicional, cuja competncia fora previamente definida15. Assim, est vedada a formao de Tribunal ou Juzo de exceo, que so aqueles criados especificamente para o julgamento de um determinado caso. Isso no tolerado no Brasil! Porm, vocs no devem confundir Juzo ou Tribunal de exceo com varas especializadas. As varas especializadas so criadas para otimizar o trabalho do Judicirio, e sua competncia definida abstratamente, e no em razo de um fato isolado, de forma que no ofendem o princpio. O que este princpio impede a manipulao das Òregras do jogoÓ para se ÒescolherÓ o Juiz que ir julgar a causa.16 Assim, proposta a ao penal, ela ser distribuda para um dos Juzes com competncia para julg-la. Boa parte da Doutrina sustenta17, ainda, a existncia do princpio do Promotor Natural. Tal princpio estabelece que toda pessoa tem direito de ser acusada pela autoridade competente. Assim, vedada a designao pelo Procurador-Geral de Justia de um Promotor para atuar especificamente num determinado caso. Isso seria simplesmente um acusador de exceo, algum que no estava previamente definido como o Promotor (ou um dos Promotores) que poderia receber o caso, mas algum que foi definido como o acusador de um ru aps a prtica do fato, cuja finalidade fazer com que o acusado seja processado por algum que possui determinada caracterstica (Promotor mais brando ou mais severo, a depender do infrator). Entretanto, a definio de atribuies especializadas (Promotor para crimes ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) no viola este princpio, pois no se est estabelecendo uma atribuio casustica, apenas para determinado caso, mas uma atribuio abstrata, que se aplicar a todo e qualquer caso semelhante. exatamente o mesmo que ocorre em relao s Varas especializadas. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 37 16 Outra situao que tambm NÌO VIOLA o princpio do Juiz Natural a atrao, por conexo ou continncia, do processo do corru ao foro por prerrogativa de funo de um dos denunciados (smula 704 do STF). Veremos mais sobre isso na aula sobre jurisdio e competncia. 17 Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΚ!()!ΚΛ! 2.9.! Princpio da vedao s provas ilcitas No nosso sistema processual penal vige o princpio do livre convencimento motivado do Juiz, ou seja, o Juiz no est obrigado a decidir conforme determinada prova (confisso, por exemplo), podendo decidir da forma que entender, desde quefundamente sua deciso em alguma das provas produzidas nos autos do processo. Em razo disso, s partes conferido o direito de produzir as provas que entendam necessrias para convencer o Juiz a acatar sua tese. Entretanto, esse direito probatrio no ilimitado, encontrando limites nos direitos fundamentais previstos na Constituio. Essa limitao encontra-se no art. 5¡, LVI da Constituio. Vejamos: LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos; Vejam que a Constituio clara ao dizer que no se admitem no processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilcitos. Mas o que seriam meios ilcitos? Seriam todos aqueles meios em que para a obteno da prova tenha que ser violado um direito fundamental de algum. A Doutrina divide as provas ilegais em provas ilcitas (quando violam normas de direito material) e provas ilegtimas (quando violam normas de direito processual). Veremos mais sobre o tema na aula sobre provas. ATENÌO! A Doutrina dominante admite a utilizao de provas ilcitas quando esta for a nica forma de se obter a absolvio do ru. 2.10.!Princpio da vedao autoincriminao Tal princpio, tambm conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por finalidade impedir que o Estado, de alguma forma, imponha ao ru alguma obrigao que possa colocar em risco o seu direito de no produzir provas prejudiciais a si prprio. O nus da prova incumbe acusao, no ao ru. Este princpio pode ser extrado da conjugao de trs dispositivos constitucionais: ¥! Direito ao silncio ¥! Direito ampla defesa ¥! Presuno de inocncia Assim, em razo deste princpio, o acusado no obrigado a praticar qualquer ato que possa ser prejudicial sua defesa, como realizar o teste do bafmetro (trata-se de uma fase pr-processual, mas o resultado seria 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΜ!()!ΚΛ! utilizado posteriormente no processo), fornecer padres grficos para realizao de exame grafotcnico, etc. ! 3.!RESUMO ! APLICAÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL Lei processual penal no espao Princpio da territorialidade Ð A Lei processual penal brasileira s produzir seus efeitos dentro do territrio nacional. O CPP, em regra, aplicvel aos processos de natureza criminal que tramitem no territrio nacional. EXCEÍES: "! Tratados, convenes e regras de Direito Internacional "! Jurisdio poltica Ð Crimes de responsabilidade "! Processos de competncia da Justia Eleitoral "! Processos de competncia da Justia Militar "! Legislao especial OBS.: Em relao a estes casos, a aplicao do CPP ser subsidiria. Com relao Justia Militar, h certa divergncia, mas prevalece o entendimento de que tambm aplicvel o CPP de forma subsidiria. OBS.: S aplicvel aos atos processuais praticados no territrio nacional. Se, por algum motivo, o ato processual tiver de ser praticado no exterior, sero aplicadas as regras processuais do pas em que o ato for praticado. Lei processual penal no tempo REGRA Ð Adoo do princpio do tempus regit actum: o ato processual ser realizado conforme as regras processuais estabelecidas pela Lei que vigorar no momento de sua realizao (ainda que a Lei tenha entrado em vigor durante o processo). Obs.: A lei nova no pode retroagir para alcanar atos processuais j praticados (ainda que seja mais benfica), mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso. Obs.: Tal disposio s se aplica s normas puramente processuais. "! Normas materiais inseridas em Lei Processual (heterotopia) Ð Devem ser observadas as regras de aplicao da lei PENAL no tempo (retroatividade benfica, etc.). 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΝ!()!ΚΛ! "! Normas hbridas (ou mistas) Ð H controvrsia, mas prevalece que tambm devem ser observadas as regras de aplicao da lei PENAL no tempo. "! Normas relativas execuo penal Ð H controvrsia, mas prevalece que so normas de direito material (logo, devem ser observadas as regras de aplicao da lei PENAL no tempo). PRINCêPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL Princpio da inrcia O Juiz no pode dar incio ao processo penal, pois isto implicaria em violao da sua imparcialidade. Este princpio fundamenta diversas disposies do sistema processual penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato no contido na denncia, que caracteriza o princpio da congruncia (ou correlao) entre a sentena e a inicial acusatria. OBS.: Isso no impede que o Juiz determine a realizao de diligncias que entender necessrias (produo de provas, por exemplo) para elucidar questo relevante para o deslinde do processo (em razo do princpio da busca pela verdade real ou material, no da verdade formal). Princpio do devido processo legal Ningum poder sofrer privao de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prvio, em que lhe sejam assegurados instrumentos de defesa. "! Sentido formal - A obedincia ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinrio ou outro), bem como s demais regras estabelecidas para o processo. "! Sentido material - O Devido Processo Legal s efetivamente respeitado quando o Estado age de maneira razovel, proporcional e adequada na tutela dos interesses da sociedade e do acusado. Dos postulados do contraditrio e da ampla defesa Contraditrio Ð As partes devem ter assegurado o direito de contradizer os argumentos trazidos pela parte contrria e as provas por ela produzidas. Obs.: Pode ser limitado, quando a deciso a ser tomada pelo Juiz no possa esperar a manifestao do acusado ou a cincia do acusado pode implicar a frustrao da deciso (Ex.: decretao de priso, interceptao telefnica). Ampla defesa - No basta dar ao acusado cincia das manifestaes da acusao e facultar-lhe se manifestar, se no lhe forem dados instrumentos para isso. Principais instrumentos: #! Produo de provas 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΟ!()!ΚΛ! #! Recursos #! Direito defesa tcnica #! Direito autodefesa Princpio da presuno de no culpabilidade (ou presuno de inocncia) Nenhuma pessoa pode ser considerada culpada (e sofrer as consequncias disto) antes do trnsito em julgado se sentena penal condenatria. Decorrncias lgicas: #! ïnus da prova (materialidade a autoria do fato) cabe ao acusador (MP ou ofendido, conforme o caso) #! Princpio do in dubio pro reo ou favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentena), havendo dvidas acerca da culpa ou no do acusado, dever o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa no foi cabalmente comprovada. OBS.: No violam o princpio da presuno de inocncia: #! A existncia de prises provisrias (prises decretadas no curso do processo) Ð No so baseadas na culpa. Possuem fundamento cautelar. #! A determinao de regresso de regime do cumprimento de pena (pena que est sendo cumprida em razo de outro delito) em razo daprtica de novo delito, mesmo antes do trnsito em jugado. Viola o princpio: #! Utilizar inquritos policiais e aes penais ainda em curso como Òmaus antecedentesÓ no momento de fixar a pena por outro delito (smula 444 do STJ). OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condenao em segunda instncia por um rgo colegiado (TJ, TRF, etc.), relativizando o princpio da presuno de inocncia (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016). Princpio da obrigatoriedade da fundamentao das decises judiciais Os rgos do Poder Judicirio devem fundamentar todas as suas decises. Guarda relao com o princpio da Ampla Defesa. Pontos importantes: #! A deciso de recebimento da denncia ou queixa no precisa de fundamentao complexa (posio do STF e do STJ). #! A fundamentao referida constitucional 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΠ!()!ΚΛ! #! As decises proferidas pelo Tribunal do Jri no so fundamentadas (no h violao ao princpio). Princpio da publicidade Os atos processuais e as decises judiciais sero pblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa publicidade NÌO ABSOLUTA, podendo sofrer restrio, quando a intimidade das partes ou interesse pblico exigir (publicidade restrita). Pode ser restringida apenas s partes e seus procuradores, ou somente a estes. Impossibilidade de restrio da publicidade aos procuradores das partes. Princpio da isonomia processual Deve a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitria, conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres. EXCEÌO: possvel que a lei estabelea algumas situaes aparentemente anti-isonmicas, a fim de equilibrar as foras dentro do processo (ex.: prazo em dobro para a Defensoria Pblica). Princpio do duplo grau de jurisdio As decises judiciais devem estar sujeitas reviso por outro rgo do Judicirio. No est expresso na Constituio. EXCEÌO: Casos de competncia originria do STF, aes nas quais no cabe recurso da deciso de mrito. Princpio do Juiz Natural Toda pessoa tem direito de ser julgada por um rgo do Poder Judicirio brasileiro, devidamente investido na funo jurisdicional, cuja competncia fora previamente definida. Vedada a formao de Tribunal ou Juzo de exceo. OBS.: No confundir Juzo ou Tribunal de exceo com varas especializadas. As varas especializadas so criadas para otimizar o trabalho do Judicirio, e sua competncia definida abstratamente, e no em razo de um fato isolado, de forma que no ofendem o princpio. Obs.: Princpio do Promotor natural - Toda pessoa tem direito de ser acusada pela autoridade competente (admitido pela Doutrina majoritria). Princpio da vedao s provas ilcitas No se admitem no processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilcitos, assim compreendidos aqueles que violem direitos fundamentais. A Doutrina divide as provas ilegais em provas ilcitas 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΘ!()!ΚΛ! (quando violam normas de direito material) e provas ilegtimas (quando violam normas de direito processual). ATENÌO! A Doutrina dominante admite a utilizao de provas ilcitas quando esta for a nica forma de se obter a absolvio do ru. Princpio da vedao autoincriminao Tambm conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por finalidade impedir que o Estado, de alguma forma, imponha ao ru alguma obrigao que possa colocar em risco o seu direito de no produzir provas prejudiciais a si prprio. O nus da prova incumbe acusao, no ao ru. Pode ser extrado da conjugao de trs dispositivos constitucionais: #! Direito ao silncio #! Direito ampla defesa #! Presuno de inocncia Bons estudos! Prof. Renan Araujo ! ! 4.!EXERCêCIOS DA AULA 01.! (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Joo, no dia 2 de janeiro de 2015, praticou um crime de apropriac∗o indbita majorada. Foi, ento, denunciado como incurso nas sanc∗es penais do Art. 168, ¤1o, inciso III, do Cdigo Penal. No curso do processo, mas antes de ser proferida sentenc∗a condenatria, dispositivos do Cdigo de Processo Penal de natureza exclusivamente processual sofrem uma reforma legislativa, de modo que o rito a ser seguido no recurso de apelac∗o modificado. O advogado de Joo entende que a mudanc∗a foi prejudicial, pois possvel que haja uma demora no julgamento dos recursos. Nesse caso, aps a sentenc∗a condenatria, correto afirmar que o advogado de Joo A) dever respeitar o novo rito do recurso de apelac∗o, pois se aplica ao caso o princpio da imediata aplicac∗o da nova lei. B) no dever respeitar o novo rito do recurso de apelac∗o, em razo do princpio da irretroatividade da lei prejudicial e de o fato ter sido praticado antes da inovac∗o. C) no dever respeitar o novo rito do recurso de apelac∗o, em razo do princpio da ultratividade da lei. D) dever respeitar o novo rito do recurso de apelac∗o, pois se aplica ao caso o princpio da extratividade. 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΡ!()!ΚΛ! 02.! (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO) Em um processo em que se apura a prtica dos delitos de supresso de tributo e evaso de divisas, o Juiz Federal da 4» Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedio de carta rogatria para os Estados Unidos da Amrica, a fim de que seja interrogado o ru Mrio. Em cumprimento carta, o tribunal americano realiza o interrogatrio do ru e devolve o procedimento Justia Brasileira, a 4» Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mrio, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que no foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o ru. Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espao, a alegao do advogado est correta? A) Sim, pois no processo penal vigora o princpio da extraterritorialidade, j que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do territrio nacional. B) No, pois no processo penal vigora o princpio da territorialidade, j que as normas processuais brasileiras s se aplicam no territrio nacional. C) Sim, pois no processo penal vigora o princpio da territorialidade, j que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer territrio. D) No, pois no processo penal vigora o princpio da extraterritorialidade, j que as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no territrio nacional. 03.! (FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME UNIFICADO) A Lei n. 9.099/95 modificou a espcie de ao penal para os crimes de leso corporal leve e culposa. De acordo com o Art. 88 da referida lei, tais delitos passaram a ser de ao penal pblica condicionada representao. Tratando-se de questo relativa Lei Processual Penal no Tempo, assinale a alternativa que corretamente expe a regra a ser aplicada para processos em curso que no haviam transitadoem julgado quando da alterao legislativa. A) Aplica-se a regra do Direito Penal de retroagir a lei, por ser norma mais benigna. B) Aplica-se a regra do Direito Processual de imediatidade, em que a lei aplicada no momento em que entra em vigor, sem que se questione se mais gravosa ou no. C) Aplica-se a regra do Direito Penal de irretroatividade da lei, por ser norma mais gravosa. D) Aplica-se a regra do Direito Processual de imediatidade, em que a lei aplicada no momento em que entra em vigor, devendo-se questionar se a novatio legis mais gravosa ou no. 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/010∋2∋33∀∀∀∋∃3,4∃∋!,∋&,5∋ %62170∋6∋68619:972;∋92<6=>0?2;∋ (12≅Α∋#6=0=∋,10ΒΧ2∋D∋,ΒΕ0∋!∃4&.∗%#,%∀Φ,∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ∋ ! !∀#∃%&∋()(∗+∀),−#∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗∗ΓΓΓΑ6;>10>6Η7092=9Β1;2;Α92<ΑΙ1∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!ΚΛ!()!ΚΛ! 5.!GABARITO 01.! ALTERNATIVA A 02.! ALTERNATIVA B 03.! ALTERNATIVA A ! 00000000000 00000000000 - DEMO !∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− /010 2 33∀∀∀ ∃3,4∃ !, &,5 %62170 6 68619:972; 92<6=>0?2; (12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 D ,ΒΕ0 ΦΓ !∀#∃%&∋()( +∀),−# ΗΗΗΑ6;>10>6Ι7092=9Β1;2;Α92<Αϑ1 ∀#∃%&∋ Μ () ΚΛ Na aula de hoje vamos estudar a principal forma pela qual se desenvolve a investigao criminal, o Inqurito Policial. Vamos analisar seu incio, desenvolvimento, concluso, arquivamento, etc. Temos muitas questes interessantes, algumas bem recentes! Ateno! Bons estudos! Prof. Renan Araujo !∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− /010 2 33∀∀∀ ∃3,4∃ !, &,5 %62170 6 68619:972; 92<6=>0?2; (12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 D ,ΒΕ0 ΦΓ !∀#∃%&∋()( +∀),−# ΗΗΗΑ6;>10>6Ι7092=9Β1;2;Α92<Αϑ1 ∀#∃%&∋ Κ () ΚΛ 1. INQURITO POLICIAL 1.1. NATUREZA E CARACTERêSTICAS Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inqurito Policial, para, a partir da, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como: ÒInqurito policial , pois, o conjunto de diligncias realizadas pela Polcia Judiciria para a apurao de uma infrao penal e sua autoria, a fim de que o titular da ao penal possa ingressar em juzoÓ.1 Assim, por Polcia Judiciria podemos entender a Polcia responsvel por apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato, houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). A Polcia Judiciria representada, no Brasil, pela Polcia Civil e pela Polcia Federal. A Polcia Militar, por sua vez, no tem funo investigatria, mas apenas funo administrativa (Polcia administrativa), de carter ostensivo, ou seja, sua funo agir na preveno de crimes, no na sua apurao! Cuidado com isso! O IP tem natureza de procedimento administrativo, e no de processo judicial. Muito cuidado com isso! O inqurito policial possui algumas caractersticas, atreladas sua natureza. So elas: ¥ O IP administrativo - O Inqurito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma autoridade policial, possui ntido carter administrativo. O Inqurito Policial no fase do processo! Cuidado! O IP pr-processual! Da porque eventual irregularidade ocorrida durante a investigao no gera nulidade do processo. 2 ¥ O IP inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do Inqurito decorre de sua natureza pr- processual3. No Processo temos autor (MP ou vtima), acusado e Juiz. 1 1 Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 Ð Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. Ð 28. ed. ver. e atual. - So Paulo : Saraiva, 2006. 2 Este o entendimento do STJ, no sentido de que eventuais nulidades ocorridas durante a investigao no contaminam a ao penal, notadamente quando no h prejuzo algum para a defesa (STJ - AgRg no HC 235840/SP). 3 Para entendermos, devemos fazer a distino entre sistema acusatrio e sistema inquisitivo. O sistema acusatrio aquele no qual h dialtica, ou seja, uma parte defende uma tese, a outra parte rebate as teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusatrio multilateral. !∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− /010 2 33∀∀∀ ∃3,4∃ !, &,5 %62170 6 68619:972; 92<6=>0?2; (12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 D ,ΒΕ0 ΦΓ !∀#∃%&∋()( +∀),−# ΗΗΗΑ6;>10>6Ι7092=9Β1;2;Α92<Αϑ1 ∀#∃%&∋ Λ () ΚΛ No Inqurito no h acusao, logo, no h nem autor, nem acusado. O Juiz existe, mas ele no conduz o IP, quem conduz o IP a autoridade policial (Delegado). No Inqurito Policial, por ser inquisitivo, no h direito ao contraditrio nem ampla defesa4. Como dissemos, no IP no h acusao alguma. H apenas um procedimento administrativo destinado a reunir informaes para subsidiar um ato (oferecimento de denncia ou queixa). No h, portanto, acusado, mas investigado ou indiciado (conforme o andamento do IP).5 Em razo desta ausncia de contraditrio, o valor probatrio das provas obtidas no IP muito pequeno, servindo apenas para angariar elementos de convico ao titular da ao penal (o MP ou o ofendido, a depender do tipo de crime) para que este oferea a denncia ou queixa. CUIDADO! O Juiz pode usar as provas obtidas no Inqurito para fundamentar sua deciso. O que o Juiz NÌO PODE fundamentar sua deciso somente com elementos obtidos durante o IP. Nos termos do art. 155 do CPP: Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas. Vejam que mesmo nesse caso, existem excees, que so aquelas provas colhidas durante a fase pr-processual em razo da impossibilidade de se esperar a poca correta, por receio de no se poder mais obt-las (ex.: Exame de corpo de delito). ¥ Oficiosidade Ð Em se tratando de crime de ao penal pblica incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o Inqurito Policial sempre que tiver notcia da prtica de um J o sistema inquisitivo unilateral. No h acusador e acusado, nem a figura do Juiz imparcial. No sistema inquisitivo no h acusao propriamente dita. 4 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso no significa que o indiciado no possua direitos, como o de ser acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado, embora no possua o Direito Constitucional ao Contraditrio e ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam realizadas algumas diligncias. Entretanto, a realizao destas no obrigatria pela autoridade policial. 5 Entretanto, CUIDADO: O STJ possui decises concedendo Habeas Corpus para determinar autoridade policial que atenda a determinados pedidos de diligncias; O exame de corpo de delito no pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP: Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negar a percia requerida pelas partes, quando no for necessria ao esclarecimento da verdade. !∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− /010 2 33∀∀∀ ∃3,4∃ !, &,5 %62170 6 68619:972; 92<6=>0?2; (12≅Α #6=0= ,10ΒΧ2 D ,ΒΕ0 ΦΓ !∀#∃%&∋()( +∀),−# ΗΗΗΑ6;>10>6Ι7092=9Β1;2;Α92<Αϑ1 ∀#∃%&∋ Ν () ΚΛ delito desta natureza. Quando o crime for de ao penal pblica incondicionada (regra), portanto, a instaurao do IP poder ser realizada pela autoridade policial independentemente de provocao de quem quer seja. claro que, se o MP j dispuser dos elementos necessrios ao ajuizamento da ao penal, o IP no precisa ser iniciado. O que o inciso I do art. 5¼ quer dizer que a autoridade policial tem o poder-dever de instaur-lo, de ofcio, no caso de crimes desta natureza (O que determinar a instaurao, ou no, ser a existncia
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