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08 Mercado Externo Administração e Economia Empresarial201501

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Prévia do material em texto

8. Mercado Externo Página 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1 Introdução 
Adicionando o setor externo ao fluxo circular 
obtém-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mercado Externo 
8 
 
Demanda Oferta 
Mercado Interno 
Demanda Oferta 
Mercado Externo 
Pagamentos em moeda 
estrangeira Exportações Importações 
Unidades 
Produtivas 
Pessoas 
Demanda 
Despesa 
Privada 
Oferta 
Produtos Renda 
(fichinhas) 
Taxas e 
Impostos 
Subsídios e 
Salários 
Governo 
Despesa 
Pública 
Intermediários Financeiros 
Mercado Financ. 
Autoridades Monetárias 
Depos. 
à prazo 
Saques 
Emprest. 
Depos. 
à vista 
Dinheiro 
em poder 
do público 
Reserva 
Compuls. 
Rec. 
Conta 
Mov. 
Talões 
de 
Cheque 
Moeda 
Títulos 
Moeda 
Títulos 
Moeda 
Títulos 
8. Mercado Externo Página 114 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A figura mostra as transações com pessoas e organizações que não residem 
na região (mercado externo), caracterizadas como: 
 Importações - compras de produtos no mercado externo. 
 Exportações - vendas de produtos ao mercado externo. 
 
As exportações não são de todo ruim, pois: 
 Obtém divisas, 
 Gera empregos no país 
 Melhora a renda interna através do crescimento econômico 
 Incentiva o mercado interno(quando balanceada). 
Um país para crescer precisa ter mercados externos para colocar seus 
produtos. 
 
8.2 Observações das Transações com o exterior 
 
(A) Nem toda a produção do país vai para o mercado interno. 
Existem escapamentos: parte da produção é exportada para gerar 
receita em dólares. 
(B) As exportações são parecidas com os investimento das empresas 
Em uma exportação uma parcela de produtos não chega ao mercado 
interno  pode ser vista como uma economia de produtos no 
mercado interno  portanto um investimento externo. 
(C) Parte da receita recebida pelas unidades produtivas sai do país. 
As unidades precisam pagar a empresas no exterior: royalties, juros 
sobre empréstimos, dividendos sobre lucros, salários para 
trabalhadores estrangeiros, valor dos insumos importados, etc.  as 
empresas precisam dispor de reservas em moeda estrangeira para 
fazer frente a essas despesas. 
(D) As exportações têm que pagar as importações mais os juros e 
dividendos enviados ao exterior 
A necessidade de moeda estrangeira (divisas) requer que sejam 
vendidos produtos também no exterior (exportações)  outro 
balanço adicional (além do orçamento) tem que ocorrer para que a 
economia fique estabilizada. 
(E) É recomendável que o déficit de produto gerado pelas exportações 
seja compensado pelas importações 
Devido ao fato da exportação resultar na redução de produtos no 
mercado interno (sem que a renda tenha sido reduzida), essa redução 
deve ser compensada com produtos importados. 
(F) É recomendável que a receita gerada pelas exportações seja poupada 
ou consumida no exterior 
Para que haja equilíbrio, a receita adicional gerada pelas exportações 
tem que ser poupada (e posteriormente investida no processo 
produtivo) ou consumida no exterior para evitar excesso de moeda no 
país e inflação. 
(G) Para exportar é preciso ter preço competitivo no exterior. 
Pode-se atingir isto através da manipulação adequada da taxa de 
câmbio, que melhora a posição dos preços de alguns produtos. Mas é 
preciso cuidado, pois uma maxidesvalorização da moeda, apesar de 
baratear o produto no exterior, prejudica as importações e muito 
dos produtos exportados necessitam de insumos que são 
importados. 
 
8. Mercado Externo Página 115 
Além disto, uma maxi provoca queda na demanda interna (as pessoas 
deixam de consumir para poupar e comprar dólares) que no final 
acaba gerando recessão e queda salarial (i.e., o trabalho acaba 
pagando a conta final). 
(H) Uma economia onde as importações são superiores às exportações 
acaba sem reservas. 
Quando não for mais possível perder reservas, tem que se virar 
conseguindo empréstimos, atraindo investidores estrangeiros, 
reduzindo o pagamento de juros, negando dívidas ou transformando 
juros em dividendos e enviando depois. 
 
8.3 Efeitos das exportações 
 
Considerando que: 
Y = renda C = Consumo Pessoal I = Investimento 
G = Gastos do Governo X = Exportações M = Importações 
Então: 
 Y = C + I + G + X - M 
 
Logo, os efeitos das exportações são: 
 Aumento líquido na riqueza do país exportador. 
 Transferência de ouro ou moeda estrangeira, ou algum outro haver, de 
não residentes para o país exportador. 
 Abrir mão de um crédito bancário ou de outro ativo no país 
 Redução do crédito dos não-residentes no país exportador. 
 Aumento de empréstimos no país exportador. 
 
8.4 As reservas internacionais 
 
 Reservas (conceito de caixa) - corresponde ao total de recursos, de 
valor externo (divisas em moeda estrangeira), de curto prazo, 
descontados os títulos e aplicações de difícil recebimento. 
 Reservas (conceito de liquidez internacional) - contabiliza ativos de 
liquidez imediata mais haveres de médio e longo prazos, isto é, 
reservas de curto prazo acrescidas dos valores a receber no médio e no 
longo prazo. Assim, leva em consideração não só os recursos 
imediatamente disponíveis, mas também os créditos de médio e longo 
prazo do país, normalmente expressos em dólar americano. 
 
 Reservas - US$ milhões (liquidez internacional) 
1986 4,25 
 
1994 38,81 
 
2002 37,80 
 
2010 288,58 
1987 7,46 
 
1995 51,84 
 
2003 49,25 
 
2011 352,01 
1988 9,14 
 
1996 60,11 
 
2004 52,94 
 
2012 378,61 
1989 9,68 
 
1997 52,10 
 
2005 53,80 
 
2013 376,00 
1990 9,97 
 
1998 44,50 
 
2006 85,84 
 
2014 375,49 
1991 9,41 
 
1999 36,30 
 
2007 180,33 
 1992 23,75 
 
2000 33,00 
 
2008 206,80 
 1993 32,21 
 
2001 35,80 
 
2009 232,90 
 
EstoqueCE = Estoque de capital estrangeiro no país = US$ 33.920 milhões 
DívidaEx = Dívida externa de curto prazo = US$ 32.000 milhões 
No equilíbrio: EstoqueCE + DívidaEx ≤ Reservas 
 
 
8. Mercado Externo Página 116 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ou seja: Soma do Estoque com a Dívida totaliza o mesmo volume das 
reservas cambiais 
93,43% do estoque de capital é destinado às Bolsas 
 
Reservas altas é proteção contra ataque especulativo. 
 
As reservas deveriam incluir estoques de mercadorias e não apenas divisas 
em moeda estrangeira. Dessa maneira uma nação poderia deixar cair o 
nível de estoque para reforçar divisas, vendendo as mercadorias. 
 
8.5 Exportação como investimento 
 
Depende de ser proveniente de: 
 Riqueza adicional criada (crescimento). 
 Venda de estoques existentes (excedente). 
 
8.6 O FMI 
 
Criado na conferência de Breton Woods logo após a 2ª Guerra Mundial, é o 
órgão que regula as relações financeiras entre nações (uma espécie da 
Banco Central internacional). 
 
(A) Quotas – quantidade de moeda proporcional ao tamanho da 
economia de cada nação depositada no FMI. Os EUA têm 20% das quotas 
 
(B) Votos - são proporcionais ao número de quotas. 
 
(C) Decisões- são aprovadas por maioria de votos e podem ser vetadas 
com 20% dos votos. Os EUA tem o privilégio do veto, mas não tem o 
mesmo privilégio para aprovação, entretanto sua política econômica 
influencia fortemente as posições do FMI. 
 
(D) Empréstimos – são oferecidos aos países que estão com dificuldades 
na balança de pagamentos. Nesta situação o FMI impõe ajustes 
proporcional ao volume emprestado. Como qualquer banqueiro 
(preocupado em receber os pagamentos), o FMI troca dinheiro por 
submissão a certas normas internas que implicam políticas econômicas 
para gerar superávit na balança de pagamentos. 
 
Após a crise de petróleo de 1974 os Bancos privados criaram um sistema 
que exige o aval do FMI à política econômica de um país para liberação de 
empréstimos. 
 
(E) DES (Depósito Especial de Saque) - criado na reunião de 1957 no Brasil, 
é uma espécie de dinheiro internacional. Com os DES, o FMI deixou de ser 
meramente um banco para depósitos e passou a gerar também dinheiro. 
Um certo número de DES são creditados na conta de um país na reunião 
anual do FMI . Quanto mais pobre é um país, maior é o potencial de DES 
que recebe. 
 
 
Observação: 
Princípio dos governos latino-
americanos: dada uma boa 
reserva viro populista (na 
década de 80 os Argentinos 
compraram coisas no mundo 
inteiro até esgotar todas as 
suas reservas). Existe, 
portanto, um grande perigo 
de congelamento cambial 
quando se tem reservas 
elevadas e eleições próximas, 
pois todos governos 
populistas fazem isso. 
 
8. Mercado Externo Página 117 
8.7 Balança Comercial 
 
 É o resultado da diferença entre exportações (X) e importações (M). 
 O saldo final (X-M) gera divisas para as reservas do país. 
 Para honrar compromissos, uma balança de pagamentos 
desequilibrada gera necessidade de moeda externa. Uma forma para 
compensar o desequilíbrio são as operações de swaps onde dois 
Bancos Centrais combinam de trocar temporariamente moedas. 
 
Os resultados positivos da balança comercial serviam no passado para 
equilibrar o balanço de pagamentos, que inclui os gastos em dólares com 
serviços e juros da dívida externa. Entretanto, no plano Real eles perderam 
essa função, que passa agora a ser desempenhada pelo capital estrangeiro. 
 
Assim é o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos quem 
estará financiando o déficit do setor público. Ou seja, o país está usando a 
poupança vinda do exterior para cobrir despesas do setor público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bal. Comercial em 2005 Bal. Comercial em 2006 Bal. Comercial em 2007 Bal. Comercial em 2008 Bal. Comercial em 2009 
 (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) 
Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo 
7.444 5.261 2.183 9.271 6.452 2.819 10.980 8.466 2.514 13.277 12.344 933 9.782 10.311 -529 
7.756 4.969 2.787 8.750 5.953 2.797 10.130 7.230 2.900 12.800 11.951 849 9.586 7.823 1.763 
9.251 5.902 3.349 11.366 7.706 3.660 12.890 9.570 3.320 12.613 11.618 995 11.809 10.053 1.756 
9.202 5.326 3.876 9.803 6.741 3.062 12.446 8.263 4.183 14.058 12.321 1.737 12.322 8.627 3.695 
9.818 6.369 3.449 10.275 7.289 2.986 13.648 9.780 3.868 19.303 15.233 4.070 11.984 9.348 2.636 
10.206 6.176 4.030 11.435 7.371 4.064 13.120 9.300 3.820 18.594 15.876 2.718 14.468 9.862 4.606 
11.062 6.054 5.008 13.620 7.991 5.629 14.120 10.773 3.347 20.451 17.134 3.317 14.142 11.229 2.913 
11.346 7.676 3.670 13.642 9.121 4.521 15.100 11.558 3.542 19.747 17.472 2.275 13.841 10.771 3.070 
10.635 6.306 4.329 12.550 8.109 4.441 14.170 10.690 3.480 20.017 17.263 2.754 13.863 12.536 1.327 
9.904 6.210 3.694 12.661 8.735 3.926 15.768 12.336 3.431 18.512 17.305 1.207 14.082 12.754 1.328 
10.790 6.700 4.090 11.866 8.662 3.204 14.050 12.030 2.020 14.700 13.100 1.600 12.653 12.038 615 
10.897 6.551 4.346 12.235 7.223 5.012 14.231 10.595 3.636 13.818 11.500 2.318 13.720 12.285 1.435 
118.311 73.500 44.811 137.474 91.353 46.121 160.653 120.591 40.062 197.890 173.117 24.773 152.252 127.637 24.615 
 
Bal. Comercial em 2010 Bal. Comercial em 2011 Bal. Comercial em 2012 Bal. Comercial em 2013 Bal. Comercial em 2014 
 (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) (Em US$ milhões) 
Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo 
11.305 11.474 -169 15.215 14.791 424 16.141 17.448 -1.307 15.967 20.007 -4.040 16.026 20.085 -4.059 
12.197 11.804 393 16.732 15.535 1.197 18.028 16.322 1.706 15.549 16.828 -1.279 15.934 18.062 -2.128 
15.727 15.059 668 19.286 17.733 1.553 20.911 18.891 2.020 19.320 19.158 162 17.628 17.514 114 
15.161 13.878 1.283 20.173 18.310 1.863 19.566 18.687 879 20.631 21.620 -989 19.724 19.216 508 
17.702 14.259 3.443 23.209 19.689 3.520 23.215 20.255 2.960 21.822 21.059 763 20.752 20.037 715 
17.094 14.817 2.277 23.689 19.261 4.428 19.353 18.549 804 21.134 18.826 2.308 20.467 18.105 2.362 
17.673 16.316 1.357 22.252 19.117 3.135 21.003 18.133 2.870 20.807 22.705 -1.898 23.024 21.452 1.572 
19.236 16.796 2.440 26.158 22.285 3.873 22.381 19.159 3.222 21.424 20.201 1.223 20.463 19.301 1.162 
18.833 17.740 1.093 23.285 20.211 3.074 19.998 17.446 2.552 20.996 18.853 2.143 19.617 20.557 -940 
18.380 16.527 1.853 22.140 19.785 2.355 21.763 20.104 1.659 22.821 23.046 -225 18.330 19.507 -1.177 
17.688 17.376 312 21.773 21.191 582 20.472 20.659 -187 20.861 19.122 1.739 15.646 17.996 -2.350 
20.918 15.551 5.367 22.129 18.312 3.817 19.748 17.505 2.243 20.846 18.192 2.654 0 
201.914 181.597 20.317 256.041 226.220 29.821 242.579 223.158 19.421 242.178 239.617 2.561 207.611 211.832 -4.221 
 
8. Mercado Externo Página 118 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a mudança de função, o que se espera é que a balança comercial 
aponte a continuidade do crescimento da corrente de comércio (corrente 
de comércio = soma das exportações e importações). 
 
Quando grande parcela das importações são compras de insumos e bens 
de capital, confirma-se que se está fazendo investimentos maciços no 
parque industrial para se exportar muito mais. 
 
Diante de um déficit na balança comercial, a preocupação é mostrar que o 
país tem como financiar o resultado negativo, através da entrada de 
investimentos externos, e reservas internacionais. 
 
O aumento das importações pode, portanto, também representar um 
crescimento das exportações no futuro. Ou seja, as empresas estão 
importando mais agora para melhorar a sua capacidade de produção e, 
assim, exportarem mais. 
 
Déficit público  sem investimentos para crescer a economia  Não se 
obtém eficiência no sistema produtivo  exportações não deslancham e 
as importações continuam subindo  não se criam as condições 
necessárias para baixar o déficit da balança comercial. 
 
 
8.8 Balança de Serviços 
 
A Balança de Serviços inclui receitas obtidas no exterior e despesas com o 
pagamento de juros da dívida externa. 
 
Serviços (líquido) = pagamentos que inclui os juros da dívida externa, 
frete, aluguel de máquinas, seguros, etc. 
Serviço da Dívida = Juros + Amortização 
 
8.9 Conta Corrente 
 
Conta corrente = Balança Comercial + Balança de Serviços 
 
 Balança Comercial - calcula os resultados de exportações e 
importações 
 Balança de Serviços - inclui receitas obtidas no exterior e despesas com 
o pagamento de jurosda dívida externa, frete, aluguel de máquinas, 
seguros, etc. 
 
8.10 Balança de Transações Correntes 
 
É a soma das operações da balança comercial, transferências unilaterais 
(remessas unilaterais de brasileiros residentes no exterior), e serviços (com 
juros, receita e despesa). 
 
Transações Correntes = Balança Comercial + Transferências unilaterais + 
Balança de Serviços 
 
As transações Correntes pode ser deficitária ou superavitária. Um déficit 
de transações correntes significa uma absorção externa de recursos 
(endividamento externo) 
 
Fatores sazonais na balança 
comercial 
No segundo semestre (julho a 
outubro), as exportações 
normalmente crescem (julho 
normalmente é um mês 
superavitário), voltando a cair 
geralmente a partir de 
outubro, isto é, no mês de 
novembro, por causa das 
festas de fim de ano, quando 
o brasileiro consome mais (o 
que aumenta as 
importações), somente se 
recuperando em julho do ano 
seguinte. As importações 
normalmente crescem mais 
nos últimos meses do ano. 
 
8. Mercado Externo Página 119 
(A) Déficit de transações correntes 
Déficit de transações correntes = absorção externa de recursos 
endividamento externo 
 
À medida que o déficit em conta corrente cresce, aumenta o nível de 
dependência do país ao capital externo e a vulnerabilidade ao que ocorre 
no exterior. À medida que cresce o rombo externo, mais o país precisa de 
recursos dos investidores estrangeiros para cobri-lo. E acaba ficando mais 
frágil e mais sujeito às oscilações do mercado internacional, como ocorre 
com os países vítimas de ataques especulativo. 
 
Investidores internacionais acompanham o déficit e de repente podem 
sacar seu dinheiro e provocar uma crise cambial. 
 
Para cobrir o déficit de transações corrente: 
 Desenvolvimento de forte programa de privatizações 
 Incentivar aplicações estrangeiras na bolsa de valores 
 Aumentar o nível de reservas internacionais 
 
(B) Movimento de Capitais 
Movimento de Capitais = entrada de capitais sob a forma de 
investimentos diretos e empréstimos em moeda. 
 
Boa parte desse dinheiro é capital especulativo, que pode sair do país a 
qualquer momento. 
 
Não incluem o dinheiro para as bolsas de valores, fundos de privatização e 
renda fixa. 
 
8.11 Balanço de Pagamentos 
 
Balanço de pagamentos = Transações Correntes + Movimentos de capitais 
 
Transações Correntes À medida que o déficit em conta corrente cresce, 
aumenta o nível de dependência do país ao capital externo e a 
vulnerabilidade ao que ocorre no exterior. 
 
Movimentos de capitais À medida que cresce o rombo externo, mais o 
país precisa de dólares dos investidores estrangeiros para cobri-lo. E acaba 
ficando mais frágil e mais sujeito às oscilações do mercado internacional, 
como ocorre com os países vítimas de ataques especulativo. 
 
Investidores internacionais acompanham o déficit e de repente podem 
sacar seu dinheiro e provocar uma crise cambial. 
 
 
8.12 Ataque Especulativo 
 
Um ataque especulativo ocorre quando os investidores começam a trocar 
as moedas locais por dólares, obrigando os bancos centrais a se 
desfazerem de suas reservas para sustentar a cotação das suas moedas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Como o estoque de reservas em moeda internacional é limitado, os bancos 
centrais não têm como sustentar o jogo indefinidamente. Por isso, quando 
a corrida por dólares é maciça, não resta outra alternativa a não ser deixar 
o câmbio flutuar, o que leva à queda esperada pelos especuladores, ou 
fazer a desvalorização pura e simples da moeda. 
 
Motivos que levam a um ataque especulativo, provocando uma saída 
imediata dos ativos (hot money = capital de curto prazo) do país: 
 
 Dificuldades crescentes de cobrir o déficit nas contas externas (levam a 
uma aposta pelos especuladores de que o governo acabaria 
desvalorizando o câmbio para estimular as exportações). 
 Percepção de que os preços das ações se elevam oferecendo retorno 
mais rápido a sua venda imediata do que a manutenção do 
investimento. Cerca de 93,43% do estoque de capital no Brasil são 
destinados às Bolsas, e é chamado de capital especulativo. 
 
Enquanto as ações estiverem com os preços baixos e pagando dividendos 
altos não ocorre fuga do capital. 
 
Entre os vários indicadores desenvolvidos pelo FMI como alertas 
antecipados para possíveis crises externas, um deles tem funcionado muito 
bem: a relação entre o volume de moeda amplamente definida e o das 
reservas. Este indicador subiu tanto antes da quebra do México, em 94, 
quanto da Tailândia, neste ano. 
 
A definição de moeda usada no indicador é o M2 ( a soma dos depósitos à 
vista, das reservas bancárias e dos títulos do governo). 
Relação entre M2 e Reservas 
México 5 (1993) 7 (Abr/94) 20 (Dez/94) 
Tailândia 3,6 (Dez/96) 4 (Abr/97) 4,6 (Mai/97 
 
 Quando atinge uma magnitude elevada, o medidor de crises passa a ser 
o próprio déficit. Quando passa de um determinado nível, entra-se na 
zona amarela. O limite mais prudente é 4% quando acende a luz 
amarela. Se chegar a 7% ou 8% já é a beira do abismo onde caiu o 
México e a Tailândia. 
 
 Tailândia entrou em crise quando apresentou um déficit de transações 
correntes equivalente a 7,1% do seu PIB, sendo apenas 0,9% desse total 
era financiado por investimentos diretos. 
 
 Não dá para sustentar a política cambial por muito tempo se não forem 
feitas reformas e aumentos de competitividade. 
 
 As privatizações garantem a entrada de dólares necessários para cobrir 
a diferença entre importações e exportações e as despesas com 
serviços pagos ao exterior, que formam a conta de transações 
correntes. 
 
 
 
8. Mercado Externo Página 121 
 A única maneira de consertar essa situação é atacando a falta de 
poupança doméstica. Poupança se faz em casa, para não haver o risco 
de uma crise exterior afetar o país. O bolo de gastos com a Previdência 
e pensões no setor público não pode aumentar muito se a receita não 
crescer tanto. 
 
 A situação de países é semelhante a de bancos: se começam rumores 
de que os compromissos podem não ser honrados acontece uma 
corrida de saques. Um país, assim como um banco, tem que dar 
segurança aos investidores. 
 
 O chamado capital especulativo é um dinheiro sem pátria, que se guia 
pelo cheiro de oportunidades. 
 
8.13 Agências de Rating 
 
Informam aos estrangeiros sobre valores, indicadores e políticas de um 
país, e divulgam periodicamente relatório de classificação de risco de um 
país para: 
 Investimentos em moeda estrangeira (risco cambial) 
 Operações em moeda local 
 
É com base nas indicações e avaliações dessas empresas especialistas que 
os investidores decidem o destino de seu dinheiro. Sem crédito no 
mercado externo, um país não consegue cobrir suas necessidades de 
investimento. O conceito do país no exterior é responsável pela imagem 
do país e portanto de sua credibilidade (capacidade de honrar 
compromissos). 
 
Agências: 
 Fitch Investor Service (associada à Atlantic Rating no Brasil) 
 Standard & Poors 
 Moody’s 
 
Na realidade, essas agências estendem a cultura e crença de uma nação 
credora para as demais nações, utilizando parâmetros próprios da nação 
credora para julgar políticas e estruturas das outras nações. É, portanto, 
uma imposição, uma vontade imperial e unilateral a que as nações 
devedoras são obrigadas a seguir para usufruírem do benefício de crédito8.14 O Câmbio 
 
Câmbio defasado de 20% significa moeda 1,2 vezes o dólar, o que pode 
representa um barateamento de 20% do preço dos produtos importados 
em troca do encarecimento de 20% dos produtos exportados. Se nesta 
situação a oferta ficar equilibrada com a demanda, é porque as pessoas 
estão comprando as importações 80% mais baratas do que deveriam ser, e 
as exportações estão sendo drenadas para o mercado interno já que estão 
20% mais caras no mercado externo. Se o câmbio estivesse equilibrado a 
inflação seria de 20%, pois se o câmbio estivesse desequilibrado, não se 
importariam os mesmas quantidades ocorrendo portanto uma ausência de 
20% de produtos (que deveriam ser importados), cuja compensação seria 
uma alta correspondente nos preços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Neste caso os pressupostos são: ninguém paga mais caro por um produto 
tendo um equivalente mais barato. Assim: 
 
(A) Na situação de Equilíbrio 
 
Considerando que: 
 Y = renda 
 C = Consumo Pessoal 
 I = Investimento 
 G = Gastos do Governo 
 X = Exportações 
 M = Importações 
 
Então: 
Y = C + I + G + X - M 
Y – C – I – G = X – M logo  = X – M 
Definindo: 
x1 = quantidade dos produtos exportados 
px1 = preço dos produtos exportados 
X = px1 * x1 
 
m2 = quantidade dos produtos importados 
p2 = preço dos produtos importados 
M = pm1 * m1 
 
(B) Com câmbio defasado e na situação de equilíbrio 
 
x2 = quantidade dos produtos exportados 
px2 = preço dos produtos exportados 
Xd = px2 * x2 
 
m2 = quantidade dos produtos importados 
p2 = preço dos produtos importados 
Md = pm2 * m2 
 
Mas: 
px2 = 0,80 * px1 
pm2 = 1,2 * pm1 
 
logo: 
Xd = 0,80 * px1 * x2 
Md = 1,20 * pm1 * m2 
 
Se as quantidades se mantiverem constantes (isto é, se a necessidade dos 
produtos estiverem sendo satisfeitas), teremos: x1 = x2 e m1 = m2 
Portanto: 
Xd = 0,80 * px1 * x1 => Xd = 0,80 * X 
Md = 1,20 * pm1 * m1 => Md = 1,20 * M 
8. Mercado Externo Página 123 
Logo 
Xd – Md = 0,80 * X – 1,20 * M 
Xd – Md = 0,80 * X + 0,20 * X – 0,20 * X – 1,20 * M + 0,20 * M – 0,20 * M 
Xd – Md = X – M – 0,20 * (X + M) 
Xd – Md =  - 0,20 * (X + M) 
 
O saldo da balança comercial (Xd – Md) cai 20% da corrente de comércio (X 
+ M) 
 
Exemplo: Para o Brasil no ano de 1994 temos: 
Saldo: X – M = 3.426 US$ milhões 
Corrente: X + M = 43.488 US$ milhões 
 
Em 1995 o saldo Xd – Md = -3.156 US$ milhões, assim: 
-3.156 = 3.426 – k * 43.488 
Logo: k = (3.156 + 3.426) / 43.488 = 6.582 / 43.488 = 0,15 => defasagem no 
câmbio de 15% 
 
8.15 Conta de Produção Final 
 
DÉBITO CRÉDITO 
A = Importação de bens e serviços L = Exportação de bens e serviços 
B = Renda líquida enviada ao 
exterior 
M = Consumo pessoal 
C = Salários N = Consumo do governo 
D = Juros pagos O = Formação bruta de capital fixo 
E = Aluguéis pagos P = Variação de estoques 
F = Lucros distribuídos 
G = Depreciações 
H = Lucros retidos 
I = Outras receitas correntes do 
governo 
 
J = Impostos - Transferências 
 
8.16 O Déficit do Governo 
 
A produção nacional pode ser feita com pleno emprego (todos os fatores 
de produção são usados; não há ociosidade), ou com algum emprego. Essa 
produção nacional é: 
 Comprada pelas pessoas (consumo) 
 Comprada pelas empresas (investimentos físicos) 
 Comprada pelo resto do mundo (exportações) 
 Comprada pelo governo (gastos do setor público) 
 
A soma dos gastos desses quatro agentes tem que ser igual ao total da 
produção nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
8. Mercado Externo Página 124 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se o governo gasta mais do que suas possibilidades, pagando com emissão 
de moeda, produz um déficit. Esse déficit com a economia abaixo do pleno 
emprego induz ao emprego dos fatores ociosos. Neste caso, o déficit 
poderia provocar apenas uma inflação temporária, pois logo adiante a 
economia estaria com uma produção maior. Porém, se não houver 
desemprego, o déficit só pode provocar excesso de demanda (compras) 
criando condições para elevações de preços, já que a economia está 
produzindo o máximo. 
 
Se o governo criar um déficit apenas porque aumentou o salário dos seus 
funcionários, e isto provocar um aumento na demanda de produtos, os 
preços destes podem subir, se a produção estiver no limite, isto é, toda 
vendida. Mesmo que haja ociosidade em outros setores, a produção geral 
não reage. 
 
 
Para obter os recursos monetários para cobrir o déficit público, o governo 
pode ir ao mercado e vender títulos públicos. Agindo desta maneira, o 
governo estará aumentando a dívida interna e desviando recursos de 
poupança dos indivíduos, que poderiam entrar na economia para o 
aumento da produção. 
 
8.17 Como o déficit é pago: 
 
 Na China, as pessoas ganham e não gastam toda a renda. Logo, não 
compram tudo que a economia produz. Sobra renda por um lado e 
sobra produção por outro. Aí vem o governo e compra essa produção 
excedente, pagando com o dinheiro do povo que empresta ao 
governo. Em suma, a poupança privada é emprestada ao governo, 
que não emite moeda para pagar seu déficit. (o déficit não 
desequilibra a demanda nem aumenta o estoque de moeda). 
Consequentemente não pode haver inflação. 
 A China exporta mais do que importa e gera enorme saldo em 
dólares. O governo toma emprestado esses dólares (provocando um 
déficit) e faz importações. Ou seja, esse déficit não pressiona a procura 
por produtos internos nem aumenta o estoque de moeda. 
 A China investe no exterior o enorme saldo da balança comercial 
(exportações - importações) 
 O governo brasileiro emite moeda para pagar seu déficit (gastos 
maiores do que a arrecadação), e continua emitindo para pagar os 
encargos da dívida decorrente dos déficits passados. Como o estoque 
de moeda tem de estar lastreado na produção, emissões 
descontroladas só podem elevar os preços. 
 
 
8. Mercado Externo Página 125 
8.18 Para saber mais 
[1] WONNACOTT, Paul; WONNACOTT, Ronald. Introdução à Economia. São 
Paulo: Editora McGraw-Hill do Brasil, 1994. 
[2] MOCHÓN, Francisco. Princípios da Economia. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2007. 
[3] MANKIW, N. Gregory. Introdução À Economia. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
[4] IBGE: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=1&no=1 
(acessado em 02/09/2014) 
[5] SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia 
http://www.sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&id=135&Itemid
=218 (acessado em 02/09/2014)

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