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AÇÕES CONSTITUCONAIS
As ações constitucionais ou remédios constitucionais são instrumentos à disposição do operador do Direito para garantir a aplicação da lei. A Constituição trouxe ao todo seis ações constitucionais: o mandando de segurança, o mandado de injunção, o Habeas data, a ação popular, o Habeas corpus e a ação civil pública.
MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança é uma ação constitucional que visa especificamente proteger direito líquido e certo, individual ou coletivo, violado ou ameaçado de violação por ato ou omissão de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica de direito privado no exercício de atribuições públicas, praticado ilegalmente ou com abuso de poder. 
O mandado de segurança foi introduzido no ordenamento jurídico constitucional em 1934. Atualmente o mandado de segurança está expresso no art. 5.º, incisos LXIX e LXX e regulamentado pela Lei 12.016/2009. O mandado de segurança pode ser individual ou coletivo. O mandado de segurança individual é aquele impetrado por pessoas físicas ou jurídicas, na defesa de seus respectivos direitos individuais, isoladamente ou em litisconsórcio ativo. Já o mandado de segurança coletivo, criado pela Constituição de 1988, é uma ação pela qual um sujeito legitimado, em nome próprio, defende direitos coletivos. 
São legitimados para a propositura do mandado se segurança coletivo, conforme art. 5.º, inciso LXX da Constituição: partidos políticos com representação no Congresso Nacional; organizações sindicais; entidades de classe; associações legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano. 
O mandado de segurança tem por objeto a proteção de direitos líquidos e certos, individuais ou coletivos, não amparados por habeas corpus e habeas data. O direito líquido e certo é aquele direito provado de plano, via prova documental. O mandado de segurança exige a prova pré-constituída. Caso a impetração ocorra sem a existência da prova pré-constituída, a petição inicial será desde logo indeferida. 
A autoridade coatora é aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática. Equiparam-se à autoridade os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público.
O direito de requerer mandado de segurança repressivo extingue se decorridos 120 dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado, conforme art. 23 da citada lei. A contagem do prazo não se sujeita à suspensão ou à interrupção.
HABEAS CORPUS
O Habeas corpus surgiu no Brasil com a Constituição de 1891. É um remédio voltado para a garantia da liberdade física de locomoção. É uma ação que assegura ao indivíduo o direito de não sofrer constrição ilegal ou abusiva em seu direito de ir, vir e permanecer. 
O Habeas corpus pode ser preventivo, com o objetivo de impedir a perpetração da violência ou coação ilegal, ou suspensiva, utilizada com o propósito de liberar o paciente quando já consumada a coação. Esse remédio está previsto no art. 5.º inciso LXVIII. O Código de Processo Penal nos art. 647 a 667 regulamenta o citado instituto.
A impetração do Habeas corpus pode ser feita por qualquer pessoa física, em seu favor ou de outrem, e pelo Ministério Público. Pode ainda ser concedido de ofício por qualquer juiz ou tribunal se verificada a ilegalidade. O citado remédio não exige capacidade postulatória, portanto qualquer pessoa, mesmo sem advogado, poderá impetrá-lo. Até mesmo um civilmente incapaz ou um analfabeto pode requerê-lo. A justificativa seria que a liberdade de locomoção é um bem tão valioso que não pode ser cerceado por mero procedimento formal. A legitimidade passiva pode ser qualquer pessoa, até mesmo um particular, desde que o constrangimento seja decorrente da função por ele exercida. Todavia, a Constituição no art. 142, § 2º assegura que não é cabível Habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
O Habeas corpus tem como objetivo proteger a liberdade de locomoção ou qualquer cerceamento ilegal praticado com abuso de poder. A ilegalidade seria uma afronta direta à lei. O STF também tem admitido o remédio para trancar ação penal quando houver ausência de justa causa. No entanto, essa medida é considerada como de caráter excepcional, não se aplicando quando houver indícios de autoria e materialidade do fato criminoso. 
HABEAS DATA
O Habeas data é uma ação constitucional de natureza civil, gratuita, que pretende viabilizar o acesso, a retificação ou anotação de informação da pessoa do impetrante constante em bancos de dados públicos ou privados de caráter público. O banco de dados de interesse público pode ser transferido a terceiros e não restrito ao órgão que o detém. O Habeas data tem caráter personalíssimo, porém comporta exceção no direito sucessório. O art. 5º, inciso LXXII da Constituição, regulado pela Lei 9.507/97, regulamenta o Habeas data.
As pessoas físicas, as pessoas jurídicas, os órgão públicos despersonalizados (mesa da Câmara, mesa do Senado) são legitimados ativos para interpor Habeas data. As pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado com caráter público, órgão público despersonalizados são os legitimados passivos.
A competência para julgar o Habeas data está disposta na Constituição e pode ser do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, d), Superior Tribunal de Justiça (105, I, b), do Tribunal Regional Federal (108, I, c), da Justiça Federal (109, VIII), da Justiça do Trabalho (114, IV) e do Tribunal Superior Eleitoral (121, § 4º, V). 
MANDADO DE INJUNÇÃO
O mandado de injunção visa assegurar o exercício de um direito quando ainda carente de regulamentação. A Constituição em muitos artigos dispôs sobre o direito, mas assegurou que caberia a lei regulamentar. Ocorre que, por razões diversas, nem sempre o legislador conseguiu regulamentar aqueles dispositivos. A norma de eficácia limitada é carecedora de regulamentação, assim o mandado de injunção refere-se exatamente a essas normas. O mando de injunção visa assegurar o direito em caso de falta de norma regulamentadora.
A legitimidade ativa pode ser pessoa física, pessoa jurídica, associação, entidade de classe ou o Ministério Público, esse último, conforme Lei Complementar 75/93. A legitimidade passiva é do órgão ou entidade pública encarregada da produção normativa ou do Presidente da República. O Governador de Estado ou a Assembleia Legislativa também podem figurar no pólo passivo, desde que o mandado de injunção refira-se a matéria de competência dos Estados e tenha previsão na Constituição do respectivo Estado.
A competência para julgar o mandado de injunção é definida na Constituição que pode ser do Supremo (art. 102, I, q), do Superior Tribunal de Justiça (105, I, h), da Justiça Federal (art. 109, I) e do Tribunal Superior Eleitoral (art. 121, § 4º ,V).
A doutrina e a jurisprudência são fartas ao elaborar teorias para dar efeitos ao mandado de injunção. Podemos afirmar que são pelo menos duas teses que explicam os efeitos.
1ª) Tese não concretista: essa apenas reconhece a inércia do Poder Legislativo. Essa tese apenas reconhece a inércia e não pode fazer nada, assim torna-se inócua. Até 2007 foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal. 
2ª) Tese concretista: essa tese pode ser dividida em geral e individual. A concretista geral concede o efeito erga omnes (para todos) a todas as decisões. Já a tese concretista individual pode ser divida em direta e intermediária. A direta, implementa de forma imediata a injunção. A intermediária, fixa um prazo para a elaboração da lei. Se descumprido o prazo concede a injunção.
AÇÃO POPULAR
A ação popular é uma ação constitucional, gratuita, salvo má-fé, de natureza cível que visa anular ato ou contrato lesivo ao patrimônio público ou ainda a moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico cultural. O patrimônio públicopode ser material ou imaterial, ou seja, tanto uma lesão ao tesouro público ou não.
A ação popular pode ser preventiva ou repressiva. A lei 4.717/65 e o art. 5.º, inciso LXXIII, da Constituição regulamentam a citada ação. O legitimado ativo da ação popular é o cidadão, portanto, aquele que é dotado de Direitos Políticos. A legitimidade independe de circunscrição eleitoral, assim o eleitor de Salvador pode propor uma ação popular em Lauro de Freitas. O menor entre 16 e 18 anos, desde que tenha título eleitoral, pode ajuizar ação popular. O português equiparado é o único estrangeiro legitimado para propor a ação. A pessoa jurídica, o Ministério Público e quem têm os direitos políticos suspensos não podem interpor a ação popular. A legitimidade passiva fica por conta das pessoas jurídicas de direito público, as autoridades administrativas e os beneficiários diretos. Os beneficiários indiretos (de boa-fé) não podem estar no pólo passivo.
A ação popular não possui foro por exercício de função. A competência é da primeira instância. A exceção ocorre quando tratar de conflito federativo e intervenção da União. Nesse caso haverá prerrogativa de função.
Os efeitos mais conhecidos da decisão da ação popular são: invalidar o ato lesivo ao patrimônio público; condenação das autoridades administrativas, funcionários ou beneficiários diretos; condenação das autoridades administrativas, funcionários ou beneficiários à custa e honorários; efeito erga omnes.
A ação popular possui prazo prescricional de cinco anos contados da lesão ao patrimônio público. A condenação pode ser diferenciada para cada litisconsorte e exige reexame necessário, salvo no caso de improcedência. Não é cabível a ação popular contra: ato de natureza político; contra decisão judicial; contra ato normativo em tese nos moldes da súmula 266, STF, exceto se o ato normativo for de efeito concreto. 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
A ação civil pública é um dos meios mais significativos de efetivação das normas constitucionais na defesa coletiva dos direitos fundamentais. Essa ação foi criada pela Lei 7.347/85 que fixou a disciplina da responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
O Código de Defesa do Consumidor trouxe contornos mais precisos e teve o seu objeto ampliado para abranger, muito além dos interesses e direitos difusos e coletivos, a categoria dos direitos individuais homogêneos. Assim, o novo sistema da ação civil pública tem por finalidade a tutela jurídica de todos os interesses e direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
A citada ação tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. O art. 5º da citada Lei 7.347/85 trouxe os legitimados ativos para a propositura da ação: o Ministério Público, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a autarquia, empresa pública, a fundação ou sociedade de economia mista e a associação que esteja constituída há pelo menos um ano e inclua entre suas finalidades a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
A Ação Civil Pública e as respectivas medidas cautelares deverão ser propostas no foro do local onde ocorrer o dano. Sendo a União, suas autarquias e empresas públicas interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou opoentes, a causa correrá perante os juízes federais e o foro será o do Distrito Federal ou da capital do Estado. Sendo o Estado, suas autarquias ou entidades paraestatais interessados na causa, mesmo que lei estadual lhes dê Vara Privativa na Capital, ainda assim prevalece o foro do local do dano.
O réu na Ação Civil Pública tem responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, por isso mesmo o autor não precisa demonstrar culpa ou dolo na sua conduta, bastando evidenciar o nexo de causalidade entre a ação ou omissão e o dano decorrente. Essa responsabilidade objetiva específica provém da Lei n° 6.938/81, art. 14, § 1°. A mesma situação processual ocorre quando a ação visa à proteção do consumidor. 
REFERÊNCIAS
CUNHA JÚNIOR. Dirley. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Bahia: Juspodivm, 2008. 
CAPEZ, Fernando; CHIMENTI, Ricardo Cunha; ROSA, Márcio Fernando Elias e SANTOS, Marisa F. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2006.

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