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Organização do Trabalho Academico

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www.esab.edu.br
Organização do
Trabalho Acadêmico
Organização do Trabalho 
Acadêmico
Vila Velha (ES)
2013
Diretoria Executiva
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Margarete Lazzaris Kleis
Thiago Kleis Pereira
Conteudista
Maria Aparecida Hahn Turnesa
Coordenação de Projeto
Andreza Lopes
Patrícia Battisti
Supervisão de Design Educacional
Barbara da Silveira Vieira
Supervisão de Revisão Gramatical
Andrea Minsky
Supervisão de Design Gráfico
Laura Martins Rodrigues
Design Educacional
Giovana Spiller
Revisão Gramatical
Elaine Monteiro Seidler
Érica da Silva Martins Valduga
Hellen Melo Pereira
Paulo de Tarso Vieira
Design Gráfico
Neri Gonçalves Ribeiro 
Diagramação
Fernando Andrade
Equipe Acadêmica da ESAB
Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Escola Superior Aberta do Brasil
Diretor Acadêmico
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Curso de Administração EAD 
Rosemary Riguetti
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Claudio David Cari
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
David Gomes Barboza
Produção do Material Didático-Pedagógico
Delinea Tecnologia Educacional / Escola Superior Aberta do Brasil
Diretor Geral 
Nildo Ferreira
Apresentação
Caro estudante,
Seja bem vindo à ESAB. A Escola Superior Aberta do Brasil, funda-se no princípio 
básico de atuar com educação a distância, utilizando como meio, tão somente, 
a internet. Em 2004,foi especialmente credenciada para ofertar cursos de pós-
graduação a distância, via e-learning, utilizando-se de software próprio denominado 
Campus Online.
Em 2009 foi credenciada com Instituição de Ensino Superior – IES, através da 
portaria MEC nº 1242/2009, de 30 de dezembro de 2009, ocasião em que também foi 
autorizada a ofertar o curso de pedagogia – licenciatura, na modalidade presencial, 
conforme portaria MEC nº 14/2010, de 9 de janeiro de 2010.
Em outubro de 2012 recebeu o Prêmio Top Educação 2012, da Editora Segmento, 
sendo reconhecida como a Melhor Instituição de Ensino EAD para Docentes.
Em 2013 é aprovada para a oferta dos cursos de: Administração (Bacharelado); 
Pedagogia (Licenciatura) e Sistemas de Informação (Bacharelado), todos na 
modalidade EAD, com avaliação máxima das comissões avaliadoras. 
Seja bem-vindo à disciplina de Organização do Trabalho Acadêmico! Convidamos você 
a seguir conosco uma conversa que é dividida em 24 unidades.
Considerando o número de unidades, não nos ateremos, aqui, a apresentar cada uma 
delas. Todavia, é interessante destacar que os conteúdos da ementa serão abordados 
nas unidades. Tudo certo até aqui? Que bom! Fique tranquilo, estamos seguros de 
que você se sairá bem nesta disciplina, afinal, embora o conteúdo seja longo, ele 
é acessível, além de fundamental para todo o processo de formação acadêmica, e, 
porque não, da atuação profissional.
Então, vamos prosseguir nosso estudo! A disciplina Organização do Trabalho 
Acadêmico parece ter um caráter eminentemente prático, mas, na verdade, 
ela envolve o exercício teórico-prático constante para que você satisfaça seus 
questionamentos e resolva suas dúvidas.
Dito isso, queremos deixar claro que esta disciplina não constitui um simples 
conjunto de conteúdos a serem “decorados” por você para verificação em dia de prova. 
Constitui, sim, em um instrumental indispensável para que você seja capaz de atingir 
seus objetivos na caminhada acadêmica.
Para saber mais sobre organização do trabalho acadêmico, você encontrará indicações 
de textos, vídeos e sites para visita e pesquisa, com intuito de ampliar seu repertório 
teórico e cultural.
Ao longo das unidades, as quais são baseadas nas obras de Lakatos (2010), Medeiros 
(2012) e Munhoz (2011), você também encontrará questões a respeito do conteúdo 
na seção Para sua reflexão, assim como o Estudo complementar fará parte de sua 
caminhada na disciplina. Neste espaço, indicaremos uma leitura complementar mais 
densa, por exemplo: um manual, um texto, um artigo científico.
Bom estudo!
Equipe Acadêmica da ESAB
Objetivo
O nosso objetivo é possibilitar ao aluno o conhecimento da metodologia de estudos 
no Ensino Superior, dos estudos em Educação a Distância (EaD), das características 
comuns do ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), dos 
tipos de trabalhos acadêmicos, das orientações para leitura e escrita, da pesquisa 
bibliográfica e da normatização de trabalhos como conteúdos constituintes da 
organização de trabalhos acadêmicos.
Competências e habilidades
• Entender a dinâmica da vida acadêmica.
• Compreender os princípios das tecnologias de informação e comunicação e suas
relações com o estudo na modalidade de Educação a Distância (EaD).
• Adquirir, avaliar e transmitir informações.
• Desenvolver habilidades necessárias para a organização nos estudos.
Ementa
Metodologia de estudos no Ensino Superior. O estudo na EaD. Características 
comuns no ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Tipos 
de trabalhos acadêmicos. Orientações à leitura e à escrita. Pesquisa bibliográfica e 
normatização de trabalhos. 
Sumário
1. A história do Ensino Superior no Brasil ............................................................................7
2. As políticas públicas no Ensino Superior no Brasil .........................................................13
3. O papel do aluno no Ensino Superior .............................................................................17
4. O Estudo na EaD: a história da EaD no mundo e no Brasil ..............................................22
5. Legislação de EaD ..........................................................................................................26
6. Principais características e conceitos da EaD .................................................................30
7. As tecnologias de informação e comunicação e a mediação pedagógica em EaD ..........36
8. Características comuns no ensino presencial e em Ambiente 
Virtual de Aprendizagem (AVA): relação entre o ensinar e o aprender ...........................40
9. Características do ensino presencial ..............................................................................46
10. Características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem .................................49
11. O aluno da EaD ..............................................................................................................53
12. As similaridades entre o ensino presencial e em Ambiente 
Virtual de Aprendizagem ..............................................................................................57
13. Docente e tutor .............................................................................................................61
14. Potencialidades da internet para organização de trabalho ............................................67
15. Como pesquisar na internet ..........................................................................................73
16. Normalização para apresentação de trabalho de ensino superior .................................78
17. Como produzir um trabalho acadêmico no Ensino Superior: introdução .......................83
18. Como produzir um trabalho acadêmico no Ensino Superior: desenvolvimento .............87
19. Como produzir um trabalho acadêmico no ensino superior: conclusão ........................93
20. Orientações à leitura e à escrita: ler e escrever é preciso ..............................................101
21. Orientações sobre o exercício da leitura na formação acadêmica ................................10622. Linguagem nos textos do Ensino Superior ..................................................................111
23. Linguagem científica ..................................................................................................115
24. Autoria e Ética na produção de trabalhos do Ensino Superior ......................................120
Glossário ............................................................................................................................125
Referências ........................................................................................................................129
www.esab.edu.br 7
1 A história do Ensino Superior no Brasil
Objetivo
Conhecer a história do Ensino Superior no Brasil.
Antes de iniciarmos o estudo da disciplina, é importante você conhecer 
o motivo de ela ser ofertada no curso. Você já parou para pensar sobre 
isso? É porque, com certeza, na trajetória do curso você desenvolverá 
inúmeros trabalhos acadêmicos que exigem rigor metodológico, 
pois agora você é aluno de um curso de graduação. Outro fator a ser 
destacado é que você precisará organizar seus estudos e apresentar 
trabalhos. 
Bom, esta disciplina contribuirá com conhecimento e organização de 
sua rotina acadêmica, que, aliás, é fundamental para um estudante, 
especialmente para os que, assim como você, cursam graduação na 
modalidade de EaD. 
Para iniciar, convidamos você a ler a letra da música “Como uma onda”, 
de Lulu Santos. Você pode também ligar o som para escutá-la, será bem 
mais interessante, pois, do nosso ponto de vista, a melodia é linda.
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Como uma onda (Lulu Santos)
Nada do que foi será 
De novo do jeito que já foi um dia 
Tudo passa 
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas 
Como um mar 
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é 
Igual ao que a gente 
Viu há um segundo 
Tudo muda o tempo todo 
No mundo
Não adianta fugir 
Nem mentir 
Pra si mesmo agora 
Há tanta vida lá fora 
Aqui dentro sempre 
Como uma onda no mar 
Nada do que foi será 
De novo do jeito 
Que já foi um dia 
Tudo passa 
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas 
Como um mar 
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é 
Igual ao que a gente 
Viu há um segundo 
Tudo muda o tempo todo 
No mundo
Não adianta fugir 
Nem mentir pra si mesmo agora 
Há tanta vida lá fora 
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
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Para sua reflexão
A letra da música fala de mudança. Agora, 
considere sua inserção em um curso de graduação, 
situação que você está vivenciando. Você será o 
mesmo nesse processo ou o curso trará mudanças 
para sua vida? E quais mudanças você imagina 
que possam acontecer? Este é o primeiro exercício 
para sua reflexão.
As respostas a essas reflexões formam parte de sua 
aprendizagem e são individuais, não precisando 
ser comunicadas ou enviadas aos tutores.
Talvez você tenha concluído que não será mais o mesmo. Pois bem, assim 
como você não será mais o mesmo, pois seus horizontes se ampliarão, 
também a história do Ensino Superior no Brasil não foi sempre a mesma. 
Então, vamos conhecê-la?
Nas aulas de história, você ouviu falar nos padres jesuítas que vieram 
inicialmente para catequizar os índios, mas que tiveram uma grande 
participação na história da educação do Brasil. Segundo estudos de 
Cunha (2000), foram eles que fundaram, aproximadamente em 1550, na 
Bahia, onde estava a sede do governo geral, o primeiro estabelecimento 
de Ensino Superior no Brasil. Criaram também 17 colégios, nos quais 
eram oferecidos o ensino das primeiras letras e o ensino secundário, 
destinados a alunos internos e externos, sem a finalidade exclusiva de 
formação de sacerdotes. Em alguns desses colégios, também era oferecido 
o Ensino Superior de Artes e Teologia. 
No século XVIII, o Colégio da Bahia desenvolveu os estudos de Matemática a ponto 
de criar uma faculdade específica para seu ensino. Cursos superiores foram também 
oferecidos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Pernambuco, no Maranhão e no 
Paraná. (CUNHA, 2000, p. 152)
Veja bem, mesmo com a criação desses colégios que ofereciam graduação 
no Brasil, era na Europa que a elite ia estudar ou complementava os 
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estudos realizados aqui. Assim, as tentativas de criação de universidades 
no Brasil na época em que era Colônia, em seguida, quando Império, e 
no início da República não tiveram êxito. Mas foram promulgados vários 
dispositivos legais na Primeira República referentes ao Ensino Superior. 
A primeira universidade do país foi criada em Manaus, em 1909, 
durante o período áureo da exploração de borracha, por grupos privados. 
Lá se oferecia os cursos de Direito, de Medicina, de Farmácia, de 
Odontologia e de formação de Oficiais da Guarda Nacional. Em 1926, 
com a decadência da exploração da borracha, essa instituição foi extinta, 
restando apenas a Faculdade de Direito. Em 1962, essa faculdade foi 
incorporada quando da criação da Universidade Federal do Amazonas 
(CUNHA, 2000).
Por volta dos anos de 1960 aconteceu a criação de inúmeras 
universidades federais públicas e gratuitas pelo Brasil afora, fruto de 
um movimento da federalização de instituições de Ensino Superior já 
existentes. Até então, o fomento do Ensino Superior no Brasil estava 
nas mãos da iniciativa privada e de algumas mantidas pelos Estados da 
Federação. 
Nas décadas de 1950 e 1960, foram criadas universidades federais em 
todo Brasil, sendo ao menos uma em cada Estado, além de estaduais, 
municipais e particulares. Mas foi a partir dos anos de 1970 que ocorreu 
a explosão do Ensino Superior, fazendo com que o número de matrículas 
subisse de 300 mil para um milhão e meio até 1980. Isso aconteceu em 
decorrência da concentração urbana e da exigência de melhor formação 
para a mão de obra industrial e de serviços, que forçaram o aumento do 
número de vagas. O governo, impossibilitado de atender a essa demanda, 
permitiu que o Conselho Federal de Educação aprovasse milhares de 
cursos novos. Além disso, mudanças também aconteceram no exame de 
seleção: as provas, dissertativas e orais, passaram a ser de múltipla escolha.
Se você faz o curso de Pedagogia, estuda as Leis de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (Lei n° 4024/61, Lei n° 5692/71 e a última, Lei 
n° 9394/96). Você já deve ter ouvido falar em avaliação institucional, 
Exame Nacional de Desempenho de Estudante (Enade), eleição para 
www.esab.edu.br 11
reitor, formação e regime de contratação dos professores. Todas essas 
ações são decorrentes do processo das reformas universitárias.
Os dados apresentados na tabela a seguir demonstram o panorama 
atual das universidades brasileiras no que diz respeito ao número 
de universidades públicas e privadas, de cursos oferecidos nessas 
universidades, de alunos matriculados nela, bem como destaca esses 
mesmos dados na pós-graduação.
Tabela 1 – Estatísticas básicas de graduação (presencial e a distância por categoria administrativa - Brasil - 2010).
Estatísticas Básicas
Categoria Administrativa
Total Geral
Pública
Privada
Total Federal Estadual Municipal
Graduação
Instituições 2.377 278 99 108 71 2.099
Cursos 29.507 9.245 5.326 3.286 633 20.262
Matrículas de Graduação 6.379.299 1.643.298 938.656 601.112 103.530 4.736.001
Ingressos (todas as 
formas)
2.182.229 475.884 302.359 141.413 32.112 1.706.345
Concluintes 973.839 190.597 99.945 72.530 18.122 783.242
Funções Docentes em 
Exercício¹
345.335 130.789 78.608 45.069 7.112 214.546
Pós - Graduação
Matrículas de Pós-
Graduação
173.408 144.911 95.113 48.950 848 28.497
Graduação e Pós - Graduação
Matrículas Total² 6.552.707 1.788.209 1.033.769 650.062 104.378 4.764.498
Razão Matrículas Total²/
Funções docentes em 
Exercícios
18,97 13,67 13,15 14,42 14,68 22,21
Nota 1: corresponde ao número de vínculosde docentes a instituições que oferecem cursos de graduação. 
A atuação docente não se restringe, necessariamente, aos cursos de graduação.
Nota 2: Inclui matrículas de graduação e pós-graduação.
Fonte: BRASIL (2011).
Ainda que tenhamos apresentado brevemente a história do Ensino 
Superior no Brasil, faz-se necessário destacar que ela foi e continua 
sendo marcada por determinações sociais de grupos distintos, como os 
empresários, os movimentos sociais, e, principalmente, por professores e 
alunos.
www.esab.edu.br 12
Você deve estar se perguntando: e a Educação a Distância (EaD), quando 
começou? Não se preocupe, trataremos na unidade 4 os detalhes dessa 
modalidade de ensino. 
Saiba mais
Para conhecer a história do Ensino Superior no 
Brasil no contexto dos anos de 1990 e os desafios 
dessa década para a formulação de uma política 
voltada a esse complexo sistema, em que já se 
trabalhava com determinadas formas de Educação 
a Distância, mas começava a incorporar os 
computadores e a internet, acesse o artigo “Ensino 
superior brasileiro nos anos 90”, de Carlos Benedito 
Martins, clicando aqui.
www.esab.edu.br 13
2 As políticas públicas no Ensino Superior no Brasil
Objetivo
Apresentar as principais políticas públicas do Ensino Superior no 
Brasil.
Continuando nossos estudos, convido você a observar a obra “Os 
operários”, de Tarsila do Amaral.
Figura 1 – Obra “Os operários”, de Tarsila do Amaral.
Fonte: <www.polifoniaperiferica.com.br>.
Você deve estar pensando qual o sentido de trazer essa imagem para fazer 
relação com o conteúdo desta unidade – políticas públicas para o Ensino 
Superior. Bom, se você analisar o conceito de políticas públicas, verá que 
tem tudo a ver. 
É importante dizer que esse é um termo polissêmico, pois não existe 
apenas uma, nem uma melhor definição do que seja política pública. 
Entretanto, das definições pesquisadas, a que nos parece mais condizente 
com nosso debate é a apresentada por quem as políticas públicas podem 
ser denominadas como programas de ação governamental que visam 
www.esab.edu.br 14
coordenar os meios à disposição do estado e as atividades privadas para a 
realização de objetivos importantes e politicamente determinados. 
A obra de arte vista anteriormente nos mostra operários, mulheres e 
homens, brancos, negros e pardos. Assim, se a relacionarmos a esse 
conceito, podemos entender que as políticas públicas só fazem sentido 
quando atendem às necessidades da população em geral, promovendo 
a cidadania. Para que isso ocorra, é necessário que os governos 
disponibilizem meios, ou recursos, para sua efetivação.
A expansão do mercado de trabalho, a necessidade de mão de obra 
qualificada e a democratização da Educação Básica são pontos que 
fazem com que a universidade seja repensada em termos de acesso, 
especialmente do acesso da população menos favorecida, que ficou às 
margens desse nível de ensino.
O Ensino Superior é parte do sistema educacional brasileiro e possui o 
mesmo grau de importância dos demais níveis da Educação Básica, por 
isso é necessário criar políticas que lhe deem sustentação. Para responder 
a essas questões, o governo colocou em pauta os seguintes eixos:
Programa Universidade para Todos (ProUni) (Política de cotas)
Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes)
Sistema de Seleção Uni�cada (Sisu)
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)
Universidade aberta do Brasil (UAB)
Figura 2 – Políticas públicas para sustentação do Ensino Superior no Brasil.
Fonte: Elaborada pela autora (2012).
Nesta unidade, você vai conhecer cada uma dessas políticas e entender 
qual é o seu objetivo, começando pelo ProUni. Vamos lá? Acompanhe!
www.esab.edu.br 15
A política de cotas expressa no ProUni tem como finalidade
[...] a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e 
sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. 
Criado pelo Governo Federal em 2004 e institucionalizado pela Lei n° 11.096, em 13 
de janeiro de 2005, oferece, em contrapartida, isenção de alguns tributos àquelas 
instituições de ensino que aderem ao Programa. (PROUNI, 2010)
O ProUni vem se constituindo como uma política que alcança números 
expressivos em relação à quantidade de estudantes matriculados no 
ensino privado com bolsas (integral ou parcial). Segundo dados do 
Ministério da Educação (MEC), o número de bolsas ofertado pelo 
ProUni para o segundo semestre de 2011 foi de 92.107. Esse dado 
representa um contingente significativo de estudantes de todo país que 
tiveram acesso ao nível superior em universidades privadas.
Também faz parte desse programa o sistema de cotas para estudantes de 
escolas públicas, pessoas com deficiência, povos indígenas e negros.
O Sinaes foi instituído em abril de 2004, quando foi sancionada a Lei n° 
10.861 (BRASIL, 2004), cujo objetivo é:
[...] assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, 
dos cursos de graduação e de desempenho acadêmico de seus estudantes, nos 
termos do art. 9°, VI, VIII e IX, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 
9.394/1996.
O processo de avaliação considera aspectos como o ensino, a pesquisa, 
a extensão, a responsabilidade social, a gestão da instituição e o corpo 
docente. Também reúne informações do Enade, bem como das avaliações 
institucionais e dos cursos. Todas essas informações obtidas são utilizadas 
para orientação das instituições de Ensino Superior e para embasar as 
políticas públicas, além de serem úteis para toda a sociedade, pois sinaliza 
as condições dos cursos e das instituições.
www.esab.edu.br 16
Para a coordenação e supervisão dos processos avaliativos do Sinaes, o 
MEC institui a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior 
(Conaes), enquanto a operacionalização é de responsabilidade do 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
(Inep).
O Sisu é um sistema informatizado, que é gerenciado pelo MEC e no 
qual as instituições públicas de Ensino Superior oferecem vagas para 
estudantes que participaram do Exame Nacional de Ensino Médio 
(Enem).
O Fies é um programa do Ministério da Educação que se destina a 
financiar os cursos de graduação a estudantes de instituições aprovadas. 
Portanto, só podem recorrer a esse programa os estudantes matriculados 
em universidades que tenham avaliação positiva no Sinaes.
A UAB configura-se, desde 2005, como outra política que busca 
expandir o acesso ao Ensino Superior. Assim, a UAB
[...] é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível 
superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação 
universitária, por meio do uso da metodologia da Educação a Distância. O público em 
geral é atendido, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de 
formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos 
estados, municípios e do Distrito Federal. (UAB, 2010)
É importante saber que todas essas políticas não são dadas gratuitamente 
pelos governos. Elas são frutos de movimentos de diferentes categorias, 
que se unem em prol de seus interesses e suas necessidades.
Saiba mais
Para conhecer melhor cada uma dessas políticas e 
entender como elas afetam o Ensino Superior no 
nosso país, acesse o site do MEC clicando aqui. Lá, 
você terá informações sobre cada programa.
www.esab.edu.br 17
3 O papel do aluno no Ensino Superior
Objetivo
Discutir o papel do aluno no Ensino Superior.
Você já parou para pensar no seu papel como aluno de um curso 
superior? Será que ele difere muito de suas funções como aluno de 
Ensino Médio? 
Com certeza, estando no Ensino Superior você necessitará manter-se 
atuante no processo de apropriação dos conhecimentos necessários para 
sua formaçãohumana e profissional. Para que isso aconteça, você deverá, 
em muitos momentos, fazer escolhas.
Mas faça, agora, mais uma pausa para arte, que acalanta a alma. Leia o 
poema de Cecília Meireles (2012), a seguir.
www.esab.edu.br 18
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol,
Ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa 
Estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
Se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
Qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Assim como fala o poema, no Ensino Superior nós necessitamos, de uma 
vez por todas, fazer escolhas entre realizar uma formação consistente ou 
levar, como no dito popular, “com a barriga”. Afinal, você agora é um 
estudante universitário! 
Mas, afinal, o que é estudo?
Para Medeiros (2012, p. 5), “[...] estudar é realizar experiências 
submetidas à análise crítica e à reflexão com objetivo de apreender 
informações que sejam úteis à resolução de problemas.”
www.esab.edu.br 19
Ainda segundo Medeiros (2012, p. 5), “[...] além da análise do exame 
sistemático, o estudo inclui: a organização de trabalhos, busca de 
informações, anotações, leitura, elaboração de resumos, memorização.”
Para isso, você precisa ter o “espírito universitário”, ou seja, inserir-se na 
vida universitária! O que significa isso? 
A princípio, significa que você deve ter autonomia no estudo e não se 
limitar somente ao que os professores propõem, pois nenhum curso dará 
a qualquer pessoa a abrangência de uma formação, é necessário ampliar 
os conhecimentos.
Em segundo lugar, você precisa se organizar! Organizar seu espaço, seu 
material e seu tempo para que você tenha sucesso em seus estudos sem 
gasto desnecessário de energia.
Em relação ao espaço para realizar seus estudos, procure, se possível, um 
lugar aconchegante, bem iluminado e bem ventilado. Com certeza isso 
contribuirá para seu aprendizado! 
Quanto ao material de estudos, ele pode ter diversas fontes: você pode 
estudar em livros, revistas, filmes e o material pode ser impresso ou 
virtual, afinal, hoje contamos com um vasto acervo virtual. Mas é muito 
importante que seu material também seja bem organizado e esteja 
facilmente acessível. 
Entretanto, o mais importante é organizar o seu tempo, estabelecendo 
horas de estudo semanais. Faça um cronograma, dividindo seus estudos 
em períodos de no máximo duas horas por disciplina e deixando um 
tempo para descanso. Além disso, Medeiros (2012, p. 7) alerta que:
[...] estabelecer um cronograma de estudos, reservando determinadas horas do dia 
para o estudo e revisar a matéria, é passo relevante para a prática do estudo eficaz. 
E, ao realizar um cronograma de estudos, evidentemente não se reservam os piores 
horários do dia para tal. [...] É possível encontrar tempo, se formos organizados, se 
estabelecermos horário para iniciar e concluir determinadas tarefas.
www.esab.edu.br 20
Portanto, em época de maior demanda de trabalhos e provas, você 
precisa fazer escolhas: sair ou não no final de semana? Se você estuda e 
também trabalha, possivelmente não terá saída: terá de sacrificar algumas 
horas do descanso e do lazer. 
Ainda segundo Medeiros (2012, p. 6),
[...] o estudo é fruto da experiência direta ou indireta. É direta a experiência da qual 
o indivíduo participa. Indireta, se o exame é feito pela observação de filmes, mapas, 
leitura de relatórios, fotografias, participação em conferências, congressos, colóquios, 
conversas.
Dessa forma, é fundamental que você amplie seu repertório cultural, 
assistindo a bons filmes e ouvindo boas músicas, por exemplo. Mas é 
interessante que você faça isso, principalmente, participando de eventos 
relacionados a seu curso, pois eles darão um diferencial em sua formação.
Bom, sabendo de tudo isso, podemos sintetizar que o papel do aluno 
do Ensino Superior é estudar, ter autonomia no processo de estudos e 
organizar-se, certo? 
No entanto, queremos destacar que, além disso, o papel do aluno 
também está vinculado ao papel da instituição de Ensino Superior e dos 
seus professores!
Cabe à instituição de Ensino Superior formar cidadãos críticos e 
participativos para que estes sejam capazes de pensar com autonomia. 
Assim, o compromisso das universidades é com o desenvolvimento de 
uma sociedade mais justa e democrática.
Entretanto, nem sempre as universidades atendem a essas características. 
Por isso, você, aluno, deve ser questionador, reflexivo, crítico em seus 
estudos, lendo nas entrelinhas tudo o que é apresentado, seja pela 
instituição de Ensino Superior, seja pela mídia. 
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É papel do aluno, também, comprometer-se com uma sociedade mais 
justa, mais igualitária. Portanto, lembre-se de que seus estudos devem ser 
desenvolvidos com compromisso, verdade e afinco.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de 
Aprendizagem da instituição e participe do nosso 
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com 
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, 
por meio da interação, a construção do seu 
conhecimento. Vamos lá?
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4 O Estudo na EaD: a história da EaD no mundo e no Brasil
Objetivo
Conhecer a história da EaD no mundo e no Brasil.
Muito bem, vamos para mais uma unidade de nosso caderno, seguindo o 
estudo da disciplina. Desta vez, vamos tratar da história da EaD no Brasil 
e no mundo. Acompanhe!
A EaD, tão criticada por uns como o jeito mais fácil e aligeirado de se 
formar e a forma mais barata de fazer educação, por outro lado, também 
é elogiada por outros como um espaço de democratização do ensino, um 
espaço de inovação. 
Com críticas e elogios, essa modalidade vem sendo cada vez mais 
utilizada nas universidades. Sua expansão está associada a dois motivos: 
primeiro pelas crescentes necessidades educacionais que não seriam 
satisfeitas pelos sistemas tradicionais; e segundo, pelo desenvolvimento 
das tecnologias de informação e comunicação. Mas de onde vem essa 
modalidade de educação? Qual é a sua história?
Pois bem! Vamos conhecer um pouco da história dessa modalidade de 
ensino no mundo e no Brasil a partir de agora.
A EaD não é muito nova, tem uma longa história de experimentação, de 
fracassos e sucessos.
Apesar de muitos defenderem que se trata de uma nova ideia, a Educação a Distância 
já possui uma longa trajetória. Retomando vários séculos na história da humanidade, 
pode-se dizer que a Educação a Distância tem a idade da escrita. (MAIA; MATTAR, 
2007, p. 21)
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Nas sociedades de tradição oral, a comunicação era necessariamente 
feita por meio da fala, todavia, com a invenção da escrita não é mais 
necessário que as pessoas estejam presentes no mesmo ambiente para que 
haja comunicação.
Maia e Mattar (2007) apresentam três gerações da EaD:
1ª Geração
Cursos de correspondência que datam de 1720. Cursos de taquigra�a. 
Entretando, a EaD efetivamente surge por volta do século XIX com o 
desenvolvimento dos meios de transporte (trens) e correspondência 
(correios).
2ª Geração
Decorrente das novas mídias: televisão, rádio, �tas de áudio e vídeo e 
telefone. Momento em que foram criadas as universidades abertas de 
ensino a distância, in�uenciadas pelo modelo de Open University na 
Inglaterra, fundada em 1969, que utilizava o rádio, a tevê, os vídeos, 
as �tas cassete e os centros de estudos. Esse modelo faz crescer o 
interesse pela EaD por diversos países do mundo.
3ª Geração
Trata-se da EaD on-line, essa quevocê conhece, que começou a se 
expandir em 1995 com o desenvolvimento explosivo da internet.
 
Figura 3 – As três gerações da EaD.
Fonte: Adaptada de Maia e Mattar (2007).
A história da EaD no Brasil, comparando com a experiência mundial, 
apresenta muitas diferenças. No primeiro momento, ela seguiu o 
movimento internacional, todavia, a experiência de universidade aberta 
foi atrasada até os dias de hoje, quando ocorreu a recente criação da 
Universidade Aberta do Brasil (UAB).
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Maia e Mattar (2007) apresentam algumas referências da EaD em nosso 
país. Veja a seguir cada uma delas.
•	 Escolas internacionais e cursos por correspondência (1904): 
instituições privadas que ofereciam, em jornais, cursos pagos por 
correspondência.
•	 Rádio-escola (1923): um grupo liderado por Henrique Morize 
(engenheiro industrial e civil, geógrafo e professor de física francês 
que foi naturalizado brasileiro e criou a Academia Brasileira de 
Ciências) e Edgard Roquette–Pinto (antropólogo e entusiasta da 
utilização do rádio como forma de educar, pois esse poderia alcançar 
até mesmo as pessoas mais pobres e geograficamente distantes), 
pioneiros da radiodifusão no Brasil, criou a rádio Sociedade do Rio 
de Janeiro, que foi ao ar em 20 de abril de 1923 e ofereceu cursos 
de português, francês, silvicultura, literatura francesa, esperanto, 
radiotelegrafia e telefonia. Em 1936, essa rádio foi doada ao 
Ministério da Educação e no ano seguinte foi criado o Serviço de 
Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.
•	 Rádio Monitor (1939): os primeiros institutos brasileiros a 
oferecerem sistematicamente cursos profissionalizantes a distância 
por correspondência.
•	 Instituto Universal Brasileiro (IUB) (1941): outro pioneiro de 
EaD no Brasil, fundado por um ex-sócio do Instituto Monitor, que 
oferece cursos profissionalizantes em diferentes áreas e também curso 
supletivo.
•	 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço 
Social do Comércio (Sesc) e emissoras associadas: fundaram 
a Universidade do Ar em 1947. Esta durou dois anos e tinha o 
objetivo de oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os alunos 
estudavam por meio das apostilas e corrigiam os exercícios com o 
auxílio dos monitores.
•	 Movimento de Educação de Base MEB (1961): a Diocese de 
Natal, no Rio Grande do Norte, criou algumas escolas radiofônicas, 
dando origem ao Movimento de Educação de Base, que promoveu o 
letramento de jovens e adultos.
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•	 Projeto Minerva (1970): convênio entre o Ministério da Educação, 
a Fundação Padre Landell e a Fundação Padre Anchieta, cuja meta 
era utilizar o rádio para a educação de adultos. Foi mantido até 
1980.
•	 Senac: a experiência do Senac com EaD continua até hoje. Em 
1976, foi criado o Sistema Nacional de Telecomunicações, centrado 
no ensino por correspondência, com algumas experiências com rádio 
e tevê. A partir de 1988, esse sistema foi informatizado, e, em 1995, 
foi criado o Centro Nacional de Educação a Distância (CEaD).
•	 Telecurso (1977): oferecia cursos supletivos a distância. Hoje é 
denominado Telecurso 2000 e utiliza livros, vídeos e transmissão por 
tevê.
•	 Salto para o Futuro (1991): promovido pela TV Escola, canal 
educativo da Secretaria da Educação a Distância, do Ministério 
da Educação, tornou-se um marco na EaD nacional. Trata-se de 
um programa de formação continuada de professores que utiliza 
diferentes mídias: material impresso, tevê, fax, telefone e internet, 
além de promover encontros presenciais nas telessalas, que contam 
com as mediações de um orientador da aprendizagem.
Além de todos esses programas, no início dos anos 1990 houve um 
grande avanço da EaD no Ensino Superior brasileiro em decorrência dos 
projetos de informatização, que continua até os dias de hoje.
Estudo complementar
Para aprofundar seu conhecimento sobre 
a evolução da EaD brasileira em relação ao 
paradigma da educação presencial, acesse o 
trabalho “EaD – sua origem histórica, evolução 
e atualidade brasileira face ao paradigma da 
educação presencial” realizado por Karla da 
Silva Costa e Geniana Guimarães Faria, que está 
disponível clicando aqui.
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5 Legislação de EaD
Objetivo
Conhecer a legislação de EaD.
Na unidade anterior, você viu a história da Educação a Distância. 
No Brasil, ela surgiu oficialmente pela Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) e foi 
regulamentada pelo Decreto nº 5.622, de dezembro de 2005, e pela 
Portaria Ministerial nº 4.361/2004. Nessa lei, foi reservado um artigo 
para a EaD. Vejamos o que ele nos apresenta:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas 
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação 
continuada. (Regulamento)
§ 1° A Educação a Distância, organizada com abertura e regime especiais, será 
oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2° A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de 
diploma relativos a cursos de Educação a Distância.
§ 3° As normas para produção, controle e avaliação de programas de Educação 
a Distância e a autorização para sua implementação caberão aos respectivos 
sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes 
sistemas. (Regulamento)
§ 4° A Educação a Distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante 
autorização, concessão ou permissão do poder público; (Redação dada pela Lei nº 
12.603, de 2012)
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II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários 
de canais comerciais. (BRASIL, 1996)
Optamos por transcrever o texto na íntegra, pois desse modo você já 
sabe o que diz exatamente esse artigo. Além disso, assim você pode 
entender que uma lei instituída, até que outra seja aprovada, vai sofrendo 
alterações regulamentadas por decretos e portarias. Foi o que aconteceu 
com a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, referência 
legal para todos os níveis e modalidades de ensino! 
Você já deve ter se deparado ou ouvido falar de muitas mudanças que 
acontecem na Educação, sendo a mais recente o Ensino Fundamental de 
nove anos. Essas mudanças são decorrentes dessa lei. Assim, é importante 
você saber que sempre que tiver alguma dúvida ou problemas na área da 
educação, antes de tomar qualquer atitude, deve consultar a LDBEN.
Voltando à EaD, temos sobre a sua expansão:
[...] final dos anos 1990 não nos trouxe apenas a Internet e a possibilidade 
do trabalho em redes de colaboração, mas também reflexões sobre práticas e 
metodologia pedagógicas que permitissem o uso de ferramentas interativas para 
melhorar a qualidade de ensino-aprendizagem, o que coincidiu, não por acaso, com a 
necessidade de se reformar o Ensino Superior [...]. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 29)
O advento das multimídias e da internet e a consequente possibilidade 
da interatividade trouxeram novo entusiasmo aos pensadores e 
pesquisadores da Educação a Distância. Isso foi tão evidente que o 
próprio Ministério da Educação publicou, em dezembro de 2004, a 
Portaria n° 4.059, que regulamenta, no Ensino Superior, a oferta de 
disciplinas a distância para atender até 20 por cento da carga horária de 
cursos presenciais reconhecidos pelo Ministério da Educação. 
E, veja, o movimento continua! O Ministério da Educação criou, em 
2002, a Comissão Assessora de especialistas em Educação a Distância, 
que produziu um relatório esclarecendo às instituições de Ensino 
www.esab.edu.br 28Superior e ao próprio Ministério de Educação as principais diretrizes para 
o desenvolvimento da EaD no Brasil. 
Mas a EaD não se limita aos cursos de graduação; a legislação também 
ampara a pós-graduação. A Resolução CNE/CES n° 1, de 3 de abril de 
2001 resolve:
Art. 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu, compreendendo programas de 
mestrado e doutorado, são sujeitos às exigências de autorização, reconhecimento e 
renovação de reconhecimento previstas na legislação. 
Art. 3º Os cursos de pós-graduação stricto sensu a distância serão oferecidos 
exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União, conforme 
o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei 9.394, de 1996, obedecendo às mesmas 
exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 
estabelecidas por esta Resolução.
§ 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância devem, 
necessariamente, incluir provas e atividades presenciais.
§ 2º Os exames de qualificação e as defesas de dissertação ou tese dos cursos de 
pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância devem ser presenciais, diante de 
banca examinadora que inclua pelo menos um professor não pertencente ao quadro 
docente da instituição responsável pelo programa.
§ 3º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância obedecerão às 
mesmas exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 
estabelecidas por esta Resolução. (BRASIL, 2001)
Com relação aos cursos de especialização, a Resolução n° 1 de 8 de junho 
de 2007 resolve:
Art. 6º Os cursos de pós-graduação lato sensu a distância somente poderão ser 
oferecidos por instituições credenciadas pela União, conforme o disposto no § 1° do 
art. 80 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
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Parágrafo único. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância 
deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial individual de 
monografia ou trabalho de conclusão de curso. (BRASIL, 2007).
É importante ressaltar que o mercado, hoje, impõe-nos a continuidade 
dos estudos, portanto, ao realizar o curso de graduação, você já deve ir 
planejando-se para fazer, por exemplo, um curso de pós-graduação. 
Quando falamos em planejar-se, é no sentido de pensar em algum tema 
em que você queira aprofundar-se em seus estudos, e a pós-graduação é 
uma possibilidade.
Estudo complementar
Conheça também a Portaria Normativa nº 40, de 
dezembro de 2007, que foi reeditada em 2010 
e institui sistema eletrônico do Ministério da 
Educação, clicando aqui.
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6 Principais características e conceitos da EaD
Objetivo
Analisar as principais características e conceitos da EaD.
Nas unidades anteriores, você estudou a história da EaD no mundo e no 
Brasil e a Legislação da EaD no Brasil. Esse foi o início!
Nesta unidade, vamos aprofundar a nossa reflexão sobre as questões da 
EaD, seus conceitos e suas características. A escolha desses conteúdos na 
disciplina se dá porque você precisa, além de vivenciar, saber os aspectos 
envolvidos nessa modalidade de educação.
Antes de conceituarmos a Educação a Distância, é interessante 
refletirmos sobre o que é educação. Para Maia e Mattar (2007, p. 4), o 
conceito de educação:
[...] pode ser desmembrado nas ideias de ensino e aprendizagem. A educação se 
realizaria quando um projeto de ensino gerasse aprendizagem: sem aprendizagem, o 
projeto teria fracassado; sem projeto, haveria aprendizado espontâneo [...]
Veja bem, a educação pode ser considerada como parte do processo 
ensino e aprendizagem, no qual um depende do outro, pois não existe 
aprendizagem sem ensino nem ensino sem aprendizagem. Todavia, tanto 
um como outro precisa ser bem planejado, projetado, caso contrário, o 
aprendizado seria espontâneo, mas não haveria educação, pois esta requer 
uma intencionalidade. 
A Educação a Distância, como uma forma de fazer educação de maneira 
mais atual, ou contemporânea, também faz parte desse processo.
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A música a seguir, de Gilberto Gil, ilustra um pouco de como vamos 
nos inserindo nesse novo modo de relação social. Você pode escutá-la 
clicando aqui.
Pela internet
Criar meu web site 
Fazer minha homepage 
Com quantos gigabytes 
Se faz uma jangada 
Um barco que veleja
Que veleje nesse informar 
Que aproveite a vazante da infomar é 
Que leve um oriki do meu orixá 
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar 
Que aproveite a vazante da infomaré 
Que leve meu e-mail até Calcutá 
Depois de um hot-link 
Num site de Helsinque 
Para abastecer
Eu quero entrar na rede 
Promover um debate 
Juntar via internet 
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar 
O chefe da Mac Milícia de Milão 
Um hacker mafioso acaba de soltar 
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contatar 
Os lares do Nepal, os bares do Gabão 
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular 
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar
Tanto o conceito de educação como a música de Gil levam-nos a refletir 
sobre a educação como um processo amplo, que na atualidade tem uma 
característica peculiar, pois pode ser mediada pelas novas tecnologias de 
www.esab.edu.br 32
informação e comunicação. Você, neste curso, aprenderá sobre os valores 
da vida acadêmica em EaD e também da futura profissão. 
Vamos ver agora um conceito de EaD? Maia e Mattar (2007, p. 6) 
nos dizem que “[...] a EaD é uma modalidade de educação em que 
professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que 
utiliza diversas tecnologias de comunicação”.
Nesse sentido, a EaD apresenta algumas características. Vejamos as 
principais, destacadas por Maia e Mattar (2007).
Separação do espaço 
A EaD ocorre com a separação geográfica entre o aluno e o professor, 
isto é, prescinde a presença física. Todavia, essa relação é mediada pelas 
tecnologias e, em alguns casos, é diversificada com encontros presenciais. 
No caso deste curso, por exemplo, você terá encontros presenciais sob 
orientação de um professor tutor.
Separação de tempo
Uma característica marcante da EaD é a separação temporal, ou seja, 
os alunos e os professores não precisam estar realizando atividades ao 
mesmo tempo. Porém, existem alguns cursos de EaD que propõem 
atividades em que professores e alunos devem estar conectados na mesma 
hora, interagindo, por exemplo, via chat, videoconferência ou web 
conferência.
Planejamento
A EaD é um modalidade de ensino e aprendizagem que necessita ser bem 
planejada por uma instituição. Esse planejamento prevê a organização 
do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, além de acompanhar o 
processo de aprendizagem dos alunos, deve-se incluir o acompanhamento 
e a supervisão dos professores e tutores. No caso do Ensino Superior, a 
instituição deve estar credenciada pelo Ministério da Educação.
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Tecnologias de comunicação
Para superar obstáculos entre os alunos e os professores que possam ser 
impostos tanto pela distância como pelo tempo, a EaD utiliza-se de 
diversas ferramentas de comunicação. Assim, a relação entre os alunos e 
os professores passa a ser mediada pela tecnologia.
Autonomia e interação
As novas tecnologias geram mais interação entre os professores e os 
alunos, e ao mesmo tempo possibilitam o estudo independente, ou seja, 
permite a autonomia do aluno no processo de aprendizagem.
Você deve ter observado que em diversos momentos falamos de processo 
de ensino e aprendizagem. Fazemos isso porque entendemos que tanto 
o ensino (função pontual do professor) como a aprendizagem (função 
pontual do aluno) acontecem paralelamente.
Público
A princípio, o público da EaD é ilimitado. Do nosso ponto de vista, 
a EaD é uma educação inclusiva,pois possibilita que as pessoas que 
não teriam acesso à educação – seja porque moram em lugares isolados 
ou por não terem tempo regular para frequentar um curso presencial, 
impedindo de frequentarem instituições convencionais – encontram 
nessa modalidade a realização de satisfazer uma necessidade ou sonho de 
se emanciparem intelectualmente. 
Você viverá, nestes três anos de graduação, a modalidade de EaD. 
Nesse contexto, os homens e as mulheres que nasceram depois da 
década de 1990 contam com uma facilidade, pois nasceram com 
as novas tecnologias. Para os que nasceram antes, terão o desafio de 
familiarizarem-se com elas, perdendo o medo de utilizá-las. Isso é 
interessante, pois vencer desafios é sempre gratificante!
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Saiba mais
Nesta unidade, discutimos brevemente sobre 
os conceitos e as características da EaD. Para 
entender um pouco mais sobre essa modalidade 
de ensino, assista ao vídeo “O que é EaD”, clicando 
aqui. 
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Resumo
Sabemos que você deve ter se empenhado, de fato, para estudar estas seis 
unidades, afinal elas tratam de questões pertinentes a sua formação.
Na unidade 1, você conheceu a história da educação superior no Brasil, 
como essa proposta educacional foi se constituindo em cada época da 
realidade brasileira. Iniciamos a viagem do Brasil-Colônia aos dias atuais.
Na unidade 2, apresentamos as principais políticas públicas do Ensino 
Superior no Brasil, que são apresentadas nos seguintes eixos: ProUni, 
Sinaes, Sisu, Fies, UAB.
Na unidade 3, discutimos o papel do aluno no Ensino Superior, 
destacando a importância do protagonismo, do comprometimento e do 
planejamento do acadêmico no processo de aprendizagem.
Na unidade 4, você conheceu a EaD, sua história no mundo e no Brasil. 
Aprendeu que, apesar de parecer nova, ela já acontece há muitos séculos. 
No Brasil, essa modalidade aconteceu mais tarde, todavia, atualmente 
vem acompanhando sua evolução mundial. 
Na unidade 5, você conheceu as leis que regem a EaD. No Brasil, 
podemos considerar como marco a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional 9394/1996. 
Finalmente, na unidade 6, analisamos os principais conceitos e as 
características da EaD, quais sejam: separação no tempo e no espaço, 
como ela é planejada, as tecnologias de comunicação como ferramentas, 
a autonomia do aluno, as interações estabelecidas e o público a que 
atende.
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7
As tecnologias de informação 
e comunicação e a mediação 
pedagógica em EaD
Objetivo
Identificar as tecnologias de informação e comunicação e sua relação 
com a EaD.
Vamos dar sequência a nossa interlocução sobre a EaD? Nesta unidade, 
trataremos de ferramentas indispensáveis para a EaD acontecer: as 
tecnologias de informação e comunicação!
Quando você começou a aprofundar seus estudos sobre a EaD na 
unidade 4, que tratou da história da EaD no mundo e no Brasil, em 
certa medida já refletiu sobre as tecnologias utilizadas em cada momento 
histórico. 
Você, no processo do curso, deverá saber comunicar-se e buscar 
informações e selecionar as ferramentas para melhor realizar essas tarefas. 
Pensando nisso, voltamos à história de como os homens informaram-se e 
comunicaram-se ao longo dos tempos.
Em relação ao uso da tecnologia da informação na educação, 
inicialmente havia os cursos por correspondência, que utilizavam o 
material impresso, entregue pelo correio. Com o surgimento do cinema, 
foram produzidos filmes instrucionais com objetivo educacional. Já 
o rádio, a primeira tecnologia eletrônica de massa, foi utilizado para 
transmitir muitas aulas em diversos países. 
Em seguida, no meio educativo, a tevê tomou o lugar do rádio, sendo 
ainda muito utilizada para a formação inicial (isto é, relacionada ao 
Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos) 
bem como profissionalizante, como é o caso do Telecurso 2000, que 
é transmitido por muitos canais de tevê aberta. Esse projeto é muito 
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conhecido e prepara estudantes para prestarem os exames supletivos 
oferecidos pelas Secretarias Estaduais de Educação. 
Apesar da grande abrangência da tevê, a grande revolução da EaD foi 
consolidada mundo afora com o advento do computador e da internet. 
São as ferramentas tecnológicas, cada uma a sua época, que diferenciam a 
EaD atual da que já foi realizada em cada época desde o seu surgimento, 
como vimos na unidade 4. Hoje, o computador e a internet contribuem 
para aumentar as possibilidades de comunicação entre os estudantes, os 
professores e os tutores com o uso do correio eletrônico, dos fóruns, das 
listas de discussões e dos ambientes virtuais de aprendizagem. 
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) favorecem os 
processos de ensino e a aprendizagem porque transformam a prática 
pedagógica (professor como mediador e orientador), possibilitam a 
aprendizagem significativa e contextualizada e favorecem a pesquisa e a 
maior interação entre os estudantes.
Portanto, as novas tecnologias, o uso de teleconferências, as 
videoconferências, o correio eletrônico, as ferramentas de buscas na 
internet, as listas de discussão, os fóruns de discussão e diversas outras 
ferramentas potencializam a EaD na atualidade, pois ela pode utilizar 
toda e qualquer mídia que sirva de agente mediador, que possibilite o 
processo de ensino e aprendizagem e a comunicação entre os estudantes, 
o corpo docente e os gestores das instituições de ensino.
Na relação estabelecida entre as tecnologias de informação e 
comunicação e a educação, em especial a EaD pela internet, configura-se 
a oportunidade para promover a construção coletiva do conhecimento, 
já que a internet possui uma elevada capacidade de conectar, integrar, 
localizar, armazenar e gerenciar informações. 
No computador, você pode escrever textos, fazer cálculos, construir 
planilhas e banco de dados; desenhar, manipular imagens, fazer e tocar 
músicas; jogar, gravar sons e vídeos, assistir a filmes, enfim, pode fazer 
muitas coisas para enriquecer o seu processo de aprendizagem e auxiliar 
na construção do conhecimento.
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Você, que acompanha a evolução dessa ferramenta, sabe que rapidamente 
passamos do microcomputador para o laptop, depois para o netbook. E 
mais recentemente temos o tablet, como este que você tem em mãos para 
acessar o conteúdo do seu curso. Este dispositivo que você utiliza para 
realizar seu curso é inovador em termos de tecnologias aliadas à educação!
Por meio da internet, podemos conectar inúmeros computadores 
espalhados pelo mundo, gerando uma poderosa rede de recursos e 
serviços. Atualmente, esse é um meio de informação e comunicação que 
permite o transporte, em forma digital, de documentos escritos, sons e 
imagens, além de possibilitar a comunicação entre pessoas e instituições 
do mundo inteiro.
É dessa forma que você vai realizar a sua formação! Na EaD, sua 
aprendizagem será mediada por essas tecnologias. No Ambiente Virtual 
de Aprendizagem você estudará os conteúdos, realizará as atividades, 
poderá interagir com os tutores e professores e com os colegas de curso.
Por isso, é necessário que você se organize, dedique um tempo específico 
para seus estudos e acesse o ambiente virtual sistematicamente; faça as 
atividades, leia, pesquise. 
Dica
Você pode acessar livros, arquivos de áudio e de 
imagem que estão em domínio público por meio da 
biblioteca digital do governo brasileiro. Clique aqui.
A internet disponibiliza uma grande variedade de conteúdos para fazer 
trabalhos, realizar as pesquisas, aprofundar os conhecimentos. De 
trabalhos acadêmicos a livros, está tudo disponível, basta saber e querer 
buscar. Por isso, ao longo deste material, você verá como realizar suas 
pesquisas e qual a relação das tecnologias de informação com o processo 
de elaboração depesquisas, trabalhos e do seu conhecimento.
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Um ponto importante para isso é a mediação pedagógica, que na EaD 
é realizada por meio das tecnologias de informação e comunicação. 
Você sabe o que isso significa? Por mediação entendemos que há uma 
intervenção, o que no contexto pedagógico refere-se a intermediar o 
processo de ensino e aprendizagem. Tradicionalmente, a relação entre 
o aluno e o conhecimento acontecia exclusivamente pelo professor. Na 
EaD, isso muda um pouco, pois a distância separa esses dois sujeitos. 
Mas isso não quer dizer que o professor é completamente dispensável, 
pois continua sendo necessário planejar as aulas e os conteúdos. 
Por isso, os materiais, como este que você está utilizando, são frutos de 
muitas pesquisas e de planejamento para que você possa ampliar seus 
conhecimentos e horizontes com uma base bem fundamentada. 
Além disso, o material e as aulas são organizados de maneira que a 
mediação pedagógica seja feita por intermédio das tecnologias de 
informação e comunicação. Ou seja, ainda que separados fisicamente, 
conseguimos desenvolver o processo de ensino e aprendizagem de forma 
planejada e responsável e viabilizá-lo por meio do uso das TICs. 
Assim, o papel do tutor torna-se essencial, pois é ele que atende o 
estudante de modo direto e frequente, garantindo que o processo de 
ensino e aprendizagem se realize com sucesso. Para isso, ele atua como 
um intermediário entre professor, conteúdo e aluno no momento de tirar 
dúvidas e ajudar o aluno a estudar ou até mesmo a organizar-se.
Saiba mais
Para compreender melhor os conceitos de 
comunicação e informação, assista ao vídeo 
“Processo de comunicação”, disponível clicando 
aqui.
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Características comuns no ensino 
presencial e em Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA): relação 
entre o ensinar e o aprender
Objetivo
Compreender a relação entre o ensinar e o aprender.
Dando sequência a nossos estudos, vamos refletir sobre o processo de 
ensino e aprendizagem. Quando falamos em ensino e em aprendizagem, 
logo pensamos em aluno, professor, escola, educação, não é mesmo?
O ensinar e o aprender têm relação com a educação. Os índios ensinam 
suas gerações pelas vivências e pela palavra. A sociedade moderna, 
industrial, criou a escola como um espaço para educação formal e, nesse 
modelo, o ensinar e o aprender estão geralmente ligados ao professor e ao 
aluno.
Você já deve ter visto na mídia, ou em bate-papos em diferentes espaços, 
a crítica feita a alguns modelos de educação mais rígidos ou mais soltos. 
Mas, veja bem, o que determina o modo de ensinar e aprender é a 
concepção de educação, ou seja, que tipo de homem a sociedade quer 
formar. 
Por exemplo, no Brasil, na época da ditadura, tivemos uma educação 
mais rígida porque se precisava de homens que aceitassem aquele modo 
de governar. Com a abertura política, a educação passou a ser mais crítica 
e o professor e o aluno passaram a ter mais liberdade e até mesmo mais 
contato.
Temos algumas teorias de educação que defendem que o papel de ensinar 
é do professor e do aluno, aprender. Outras defendem que o professor só 
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orienta aquilo que o aluno quer aprender, e essas são as que dizem que 
professor e aluno aprendem juntos. Nesse caso, “educar (e ser educado) 
é um ato de ‘co-laborar’: trabalhar em conjunto” (MAIA; MATTAR, 
2007, p. 4)
A ideia de que o aluno e o professor são ativos no processo de ensinar e 
aprender nos parece muito interessante e sensata, porém é importante 
entendermos que cada um tem funções distintas. O professor, como 
alguém mais experiente e com formação para a ação docente, organiza 
e conduz o ensino para que o aluno aprenda de modo ativo, ou seja, o 
processo de ensino é realizado por meio da mediação do professor, que 
dá aos alunos as condições para que eles assimilem, de forma ativa e 
independente, os conhecimentos.
O processo de ensino e aprendizagem, nesse sentido, deve ser de 
participação, isto é, os sujeitos envolvidos – alunos e professores – são 
responsáveis diretos por promover a assimilação do conhecimento. E 
esse modo de fazer educação, atualmente, faz parte da proposta tanto 
da educação presencial como da Educação a Distância, sendo a segunda 
ainda mais fortemente marcada pela autonomia, pois é definida como 
uma
[...] forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos 
sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, 
utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de 
comunicação. (BRASIL, 1998)
Esse novo modo de fazer educação em Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, seja presencial ou a distância, possibilita a ruptura da 
grande crise da sociedade atual: a crise de participação, da autonomia. A 
presença das novas tecnologias de informação e de comunicação muda 
significativamente nossas relações sociais, uma vez que amplia nossos 
conhecimentos e as informações, além de estar disponível na hora real.
Contamos com documentos oficiais, legislação e muitos pesquisadores 
que se debruçam sobre o ensino em AVA, dentre eles destacamos: Belloni 
(2001); Maia; Mattar (2007); Palloff; Pratt (2004), todavia Munhoz 
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(2011, p. 31 a 32 ) nos apresenta pontualmente 10 características 
comuns entre o ensino presencial e em AVA. Para ele a vivência em AVA:
•	 engloba todas as atividades que você iria desenvolver em um campus 
presencial;
•	 apresenta para seu uso uma infraestrutura altamente coordenada;
•	 proporciona uma estratégia de suprimento de informações 
(metadados) que você necessita para desenvolver as propostas;
•	 dá privilégio a uma estratégia de incentivo a sua comunicação, 
dialogo e interatividade com os demais participantes, como 
diferencial; 
•	 oferece uma interoperabilidade entre tecnologias e sistemas 
pedagógicos que convivem no interior de equipes multidisciplinares, 
montadas para o desenvolvimento de programas de cursos para lhe 
dar maior qualidade possível, no mínimo similar aquela que você 
poderia obter no ensino presencial;
•	 inclui a presença de informações administrativas em profusão, que 
orientam você na comunicação com todos os demais participantes 
da estrutura, com destaque para o acesso às suas atividades 
acadêmicas;
•	 incentiva você a utilizar uma vasta gama de recursos tecnológicos 
distribuídos, síncronos ou assíncronos, com precisão, inclusive, de 
encontros presenciais (e-mail, fórum, chat, vídeo, áudio, rádio).
•	 propõe que você tenha suporte e seja direcionado de forma 
diferenciada de condutismo, que, como novo enfoque, você 
será orientado a desenvolver a solução de problemas, trabalho 
colaborativo e aprendizagem independente;
•	 proporciona a você acesso livre a todo o conteúdo colocado à 
disposição nos repositórios de dados internos e externos (bibliotecas 
digitais). Na atualidade, é dado preferência ao conceito de que esses 
recursos educacionais adotem os pressupostos da teoria dos objetos 
de aprendizagem;
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•	 permite que orientadores e acadêmicos monitorem suas atividades 
de aprendizagem de maneira frequente com retorno de suas 
comunicações nunca deixando-o sozinho.
Essas são condições necessárias que direcionam a qualidade da educação 
em AVA, todavia não são suficientes para que a aprendizagem ocorra. 
Por isso, já não é viável olhar a sociedade e a educação com nostalgia, 
com saudades do que passou, pois os tempos são outros e não podemos 
retroceder. Além disso, voltar para um tempo em que havia palmatória, 
castigo e o conteúdo na educação exclusivamente presencial era decorado 
em vez de assimilado pode não ser muito bom, não é mesmo? Mas 
muitas pessoas sentem saudades do que passou! E para ilustrar essa 
nostalgia, que ainda aflige muitaspessoas, convidamos você a ler a letra 
de música a seguir. 
Meus tempos de criança
Eu daria tudo que eu tivesse 
Pra voltar aos dias de criança 
Eu não sei pra quê que a gente cresce 
Se não sai da gente essa lembrança
Aos domingos, missa na matriz 
Da cidadezinha onde eu nasci 
Ai, meu Deus, eu era tão feliz 
No meu pequenino Miraí
Que saudade da professorinha 
Que me ensinou o beabá 
Onde andará Mariazinha 
Meu primeiro amor, onde andará?
Eu igual a toda meninada 
Quanta travessura que eu fazia 
Jogo de botões sobre a calçada 
Eu era feliz e não sabia
(Ataulfo Alves, 2012)
Bela essa letra de música, você não acha? Realmente, é muito comum 
termos muitas saudades de experiências e vivências de nossas vidas. 
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Saudades da infância, da escola, dos professores. E podemos ter saudades! 
Mas é ingênuo achar que podemos voltar ao que era, concorda? 
Todavia, não queremos dizer, com isso, que tudo vale nos dias de hoje. 
Precisamos ter valores éticos em nossas ações e precisamos participar 
da educação e da sociedade com responsabilidade, a fim de termos 
instrumentos para desenvolvermos o pensamento crítico em relação ao 
que vivemos, vemos e ouvimos. Desse modo, podemos lutar por nossos 
direitos e cumprir eticamente nossos deveres, praticando a cidadania.
Acreditamos que a aprendizagem se dá a partir da ação do aluno 
quando ele se apropria das significações dos conteúdos explicitados 
pelo professor, que pauta sua prática na reflexão, na descoberta, no 
questionamento. Por isso, é importante você estudar e procurar aprender 
mais e fazer seus cursos em uma instituição que tem seriedade no trato 
com você e com o professor e compreenda essa nossa relação com o 
conhecimento.
Como aluno, você deve ser orientado e ter seu estudo mediado por 
professores com boa experiência e formação condizente com o nível 
de ensino em que está. Para ser professor do Ensino Superior, por 
exemplo, a exigência hoje é que se tenha no mínimo especialização, mas, 
preferencialmente, que se tenha mestrado e doutorado.
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Para sua reflexão
Estamos estudando sobre a educação, o ensino e 
a aprendizagem no atual modelo participativo de 
ensino e aprendizagem. Como você viu, é função 
do professor auxiliar o aluno a ser ativo e proativo 
em seus estudos e na apreensão do conhecimento. 
A proatividade na busca por conhecimento e 
assimilação do conteúdo, portanto, também faz 
parte do papel do aluno e é um ponto crucial tanto 
para nossos estudos na modalidade de Educação a 
Distância como para a vida profissional. Sabendo 
disso, como você acredita que desenvolver essa 
proatividade ajudará você como profissional? 
Como ser ativo, autônomo e crítico na educação 
desenvolverá você ainda mais como profissional e 
cidadão?
As respostas a essas reflexões formam parte de sua 
aprendizagem e são individuais, não precisando 
ser comunicadas ou enviadas aos tutores.
Em síntese, podemos dizer que o processo de ensinar e aprender, na atual 
conjuntura, não deve banalizar o conhecimento, pois ele é instrumento 
de ação, de participação. Todavia, os sujeitos desse processo precisam 
ter autonomia, precisam ser ativos na assimilação e na construção do 
conhecimento, isto é, tanto o aluno como o professor precisam se 
comprometer, caso contrário, a aprendizagem dificilmente será efetiva. 
Portanto, o professor precisa organizar o processo e o aluno participar 
ativamente das demandas acadêmicas!
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9 Características do ensino presencial
Objetivo
Analisar as características do ensino presencial.
Podemos iniciar esta unidade dizendo que já conhecemos muito do 
ensino presencial, pois todos nós o vivenciamos em algum momento 
de nossas vidas. Ou seja, em alguma fase de nossas vidas, já sentamos 
nos bancos escolares com um grupo de colegas e com um professor 
ministrando a aula.
Agora, é hora de analisarmos as características desse tipo de ensino que 
já conhecemos na prática! No ensino presencial, as interações dos alunos 
com seus colegas e com os professores acontecem face a face. Além disso, 
o espaço e o tempo são determinados, pois tanto os alunos como os 
professores precisam ir à escola diariamente por determinado período, 
sendo que os horários, a quantidade de dias letivos, o número de alunos 
por sala são definidos por lei. 
Tradicionalmente, nesse processo de ensino e aprendizagem, o que 
prevalece são os conhecimentos científicos, que são apresentados pela 
escola aos alunos de maneira gradativa. Outra característica é que na 
educação presencial as dúvidas são respondidas imediatamente e, além 
disso, a interação e a mediação entre os alunos e o professor acontecem 
de forma mais direta. Os trabalhos em grupo também são facilmente 
promovidos no ensino presencial.
Também podemos destacar que possibilitam relações sociais de gênero, 
de etnia, de religião, de classe social e de poder. A heterogeneidade entre 
os alunos se faz presente em sala de aula, pois conta com pessoas com 
diferentes modos de ser, de agir, de aprender e de pensar.
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Desse modo, podemos perceber que a escola tem também um forte 
aspecto social e cultural. Especialmente a partir do vigor do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, a escola visa transformar-se num espaço 
democrático da sociedade. Em 1990, esse estatuto determinou que todas 
as crianças e os adolescentes de sete a quatorze anos, obrigatoriamente, 
devem estar na escola. Recentemente, com a Lei n° 11.114, de 16 de 
maio de 2005, tornou-se obrigatória a matrícula das crianças de seis anos 
de idade no Ensino Fundamental, e a Lei n° 11.274, de 6 de fevereiro de 
2006, ampliou período de duração do Ensino Fundamental de oito para 
nove anos. 
Estudo complementar
O pesquisador brasileiro Juarez Tarcisio Dayrell 
analisa a escola como um espaço sociocultural. 
Em seus estudos, Dayrell apresenta a realidade do 
cotidiano da escola, especialmente da que atende 
a juventude. Para saber mais sobre esse assunto, 
leia o artigo “A escola como espaço sociocultural”, 
disponível clicando aqui.
Bom, podemos sintetizar que as características do ensino presencial, 
também chamada por Munhoz (2011, p. 32) de “educação formal 
tradicional” só faz sentido na atualidade a partir da implementação da 
EaD. Por muito tempo o ensino presencial foi o modelo de educação 
destinado a pessoas de todas as idades, composto por um prédio, com 
a presença física de um professor, contato direto com outros alunos da 
turma e da escola e aula com um tempo definido, entre outros aspectos. 
Por fim, fechamos esta unidade, cujo foco foram as características 
do ensino presencial, com um texto do escritor mineiro Bartolomeu 
Campos de Queiroz (2009). Escolhemos este texto por dois motivos: em 
primeiro lugar para agraciá-lo com um pouco de arte; e, em segundo, 
porque em certa medida, ele reflete as questões da escola. Vamos à 
leitura? 
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Um pensar estrangeiro andou atordoando meu pouco entendimento. Ir para a escola era 
abandonar as brincadeiras sob a sombra antiga da mangueira; era renunciar o debaixo 
da mesa resmungando mentiras com o silêncio; era não mais vistoriar o atrás da casa 
buscando novas surpresas e outros convites.
Contrapondo-se a essas perdas, havia a vontade de desamarrar os nós, entrar em 
acordo com o desconhecido, abrir o caderno limpo e batizar as folhas com a sabedoria 
da professora; diminuir o tamanho do mistério, abrir portas para receber novas lições, 
destramelar as janelas e espiar mais longe. Tudo isso me encantava.
Escrever, eu já andava rabiscando mesmo antes de entrar para a escola. Escrevia nas 
paredes do galinheiro, no cimento do tanque ou no passeio da rua. Arranjava um 
pedaço de carvão, de tijolo, de caco de telha, pedra de cal. Minhas irmãs me pediam 
para traçar amarelinha no quintal.Eu caprichava. Usava uma vareta de bambu sobre a terra batida. Além de fazer as casas 
bem quadradas e certas, ainda escrevia os números e as palavras céu e inferno. De tanto 
as meninas pularem em cima, as palavras se apagavam aos poucos, mas escrever de 
novo não era sacrifício para mim.
Comecei a escrever um nome feio e pequeno, por onde passava. Descontava minha raiva 
na parede da igreja ou nos muros do cemitério. Escrevia na maior rapidez. Meu irmão, 
José, ia atrás arrumando minha indecência e desrespeito. Crescia em mim uma inveja 
grande de sua inteligência. Ele puxava mais uma perninha no u e fazia uma voltinha em 
outra perna e virava e. Então ele botava um acento, e pronto! A palavra feia e imoral se 
transformava na palavra ‘céu’.
Como havia a palavra céu por todo lado, minha mãe começou a suspeitar de minha 
vocação religiosa.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos 
em relação às unidades 1 a 9. Para isso, dirija-se 
ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e 
responda às questões. Além de revisar o conteúdo, 
você estará se preparando para a prova. Bom 
trabalho!
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10 Características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem
Objetivo
Analisar as características do ensino em Ambiente Virtual de 
Aprendizagem.
Falar das características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem 
torna-se fácil, pois contamos com muitas pesquisas sobre a área, já que é 
algo não tão novo, embora ainda precise ser aprofundado. 
A Educação a Distância pela internet é geralmente realizada em um Ambiente 
Virtual de Aprendizagem. O que isso significa? Um Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA) é um ambiente educacional que pode ser acessado via 
internet e conta com diversos recursos tecnológicos de modo que possibilita 
interações a distância entre o aluno, o professor, o tutor e o conteúdo. 
Você consegue pensar, nos dias atuais, em um curso que se diz a 
distância, mas que não utiliza computadores e internet? No início, 
tivemos cursos que diziam ser da modalidade EaD, todavia, limitavam-
se ao estudo de cadernos ou apostilas, aos encontros presenciais com 
os tutores para estudo e avaliações, à disponibilização de vídeos com as 
teleaulas e às webconferências, em que os sinais via satélite quase nunca 
chegavam ou até mesmo aconteciam sem computador e internet.
Dica
A Associação Brasileira de Educação a Distância 
(ABED) produz uma revista eletrônica com foco 
em pesquisa, desenvolvimento e prática de 
educação a distância chamada Revista Brasileira 
de Aprendizagem Aberta a Distância. Você pode 
acessar os volumes por meio do site clicando aqui.
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Pode parecer história contada, mas foi real – vivenciamos esse tipo de 
proposta! Mas é importante destacar que foi com base nessas experiências 
que os estudos foram realizados e aprimorados nessa modalidade de 
educação. 
Já a nova maneira de fazer educação apresenta características peculiares 
que definem a sua realização. Assim, podemos dizer que o ensino em 
ambientes virtuais de aprendizagem e, nesse caso, também da educação 
a distância, apresentam uma série de aspectos que o caracterizam. Esses 
aspectos são destacados por diversos autores (BELLONI, 2001; MAIA; 
MATTAR, 2007; PALOFF; PRATT, 2004):
•	 separação geográfica: impossibilita o contato direto entre professor e 
aluno;
•	 separação temporal: assim como a separação geográfica, não permite 
o contato ao vivo entre professor e aluno, porém permite encontros 
mesmo que não seja ao mesmo tempo;
•	 aprendizagem independente: aprender por meio da EaD exige de 
nós a capacidade de aprender a aprender e aprender a fazer;
•	 tempo e aprendizagem flexível: o estudo em EaD, como você tem 
visto em seus estudos, é flexível, uma vez que temos autonomia 
para realizar nossos horários e plano de estudo. Por isso, exige que 
tenhamos responsabilidade e desenvolvamos consciência sobre nossas 
capacidades;
•	 organização educacional: cada modalidade de educação influencia 
de determinada forma o planejamento e a sistematização necessários 
para apoiar o estudante, sendo que, na EaD, esses aspectos 
dependem também do próprio estudante;
•	 utilização de ferramentas e técnicas de comunicação: problemas 
criados por preconceitos ou barreiras impostas por localização 
geográfica ou situação familiar, econômica ou social que dificultam 
o acesso à educação podem ser quebrados ou reduzidos por meio 
do uso de materiais impressos, áudio, vídeo, troca de mensagens, 
videoconferência etc.;
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•	 novo modelo de comunicação entre professor e estudante: o aluno já 
não é apenas um mero ouvinte, mas tem a possibilidade de tornar-se 
um debatedor capaz de questionar e criticar os assuntos em vez de 
apenas receber o conhecimento;
•	 comunicação de massa: com o desenvolvimento tecnológico e dos 
meios de comunicação, aumentou-se a capacidade de gerar e manter 
uma comunicação envolvendo um grande número de pessoas, que 
podem estar distantes tanto temporalmente como geograficamente;
•	 aprendizagem coletiva: todos os envolvidos devem participar 
do processo de ensino e aprendizagem apoiando uns aos outros, 
de forma que se pode chegar à construção de comunidades de 
aprendizagem.
Veja você, dentre as inúmeras características do processo de aprendizagem 
no AVA, também é possível a comunicação em comunidades de 
aprendizagem com o uso de diversos recursos tecnológicos de forma 
simultânea ou em horários que forem considerados mais convenientes. 
Ao estudar em AVA você faz parte de uma comunidade virtual de 
aprendizagem.
Segundo Munhoz (2011, p. 29) a comunicação dos estudantes com 
a Comunidade de Aprendizagem Virtual (conjunto de pessoas que 
trabalham de forma colaborativa, que desenvolvem uma intensa 
comunicação ente si) “[...] será sempre ou na maior parte das vezes no 
AVA, de forma síncrona ou assíncrona, textual ou em vídeos, com o uso 
de todos os recursos tecnológicos existentes”.
Munhoz (2011) destaca a importância da participação em AVA, 
pois considera que a qualidade da aprendizagem está diretamente 
relacionada a esse aspecto. A atuação participativa, ativa, efetiva 
colaborativa aproxima os participantes, diminuindo assim a distância, 
consequentemente contribuindo com o processo de aprendizagem. 
Portanto, é papel fundamental do aluno a participação em AVA, pois é 
fundamental para o processo de aprendizagem na EaD.
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Estudo complementar
Nesta unidade, vimos uma breve descrição do 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Para 
aprofundar seus estudos sobre essa ferramenta 
de EaD disponibilizada pelo desenvolvimento da 
tecnologia da informação e comunicação, faça 
uma leitura do texto “Tecnologias da informação 
e comunicação e protagonismo juvenil: o projeto 
jovens navegando pela cidade”, de Lígia Silva Leite 
e Rosilãna Aparecida Dias, que apresenta esse 
recurso voltado para o protagonismo juvenil. Esse 
texto está disponível clicando aqui.
Elencamos as características dos ambientes virtuais de aprendizagem, 
mas é importante destacar que, ao escolhermos um determinado 
ambiente para a Educação a Distância, devemos ter conhecimento 
sobre as implicações dessa escolha e ter objetivos claros para que o 
processo de ensino e aprendizagem seja de qualidade e, em decorrência, a 
credibilidade e a seriedade dos cursos oferecidos sejam preservadas. 
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o 
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a 
tarefa dissertativa.
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11 O aluno da EaD
Objetivo
Descrever as características necessárias para o aluno de EaD.
Você é um aluno de EaD, certo? Este material e as atividades do 
Ambiente Virtual de Aprendizagem são todos pensados para que 
você possa estudar de forma autônoma, pois você é um aluno virtual,

Outros materiais