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Assim como a corrente e a tensão são as grandezas fundamentais em um sistema elétrico, temos por analogia, que no sistema mecânico as grandezas fundamentais são o torque e a velocidade. A ação motora faz uma corrente i circular nos condutores que são colocados num campo magnético. Uma força é produzida em cada condutor, figura 1, de forma que, se os condutores são colocados numa estrutura que seja livre para girar, um torque eletromagnético T é produzido gerando uma velocidade angular ωm. Os termos força eletromagnética e torque eletromagnético não são CONJUGADO ELETROMAGNÉTICO ωm. Os termos força eletromagnética e torque eletromagnético não são sinônimos, mas estão relacionados. O torque, figura 2, é expresso em unidade de força e distância. F = B . I . l Figura 1- Força desenvolvida num condutor Figura 2- Torque CONJUGADO, BINÁRIO, MOMENTO OU TORQUE, QUAL A DIFERENÇA? Binário, torque, momento estático, momento de alavanca é definido a partir da componente perpendicular ao eixo de rotação da força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazer ele girar em torno de um eixo ou ponto central, conhecido como ponto pivô ou ponto de rotação, ou seja, é a tendência do acoplamento mecânico (de uma força e sua distância radial ao eixo de rotação) para girar um eixo. Na figura 3, numa bobina de uma única espira (suportada por uma estrutura capaz de rotação), são desenvolvidas, respectivamente, uma força ortogonal fcapaz de rotação), são desenvolvidas, respectivamente, uma força ortogonal f1 no lado 1 da bobina e uma força f2 no lado 2 da bobina, numa direção tal que tendem a produzir a rotação no sentido horário da estrutura que suporta os condutores em redor do centro de rotação C. Figura 3- Produção de torque numa bobina de uma única espira As forças f1 e f2 são iguais em valores, pois os condutores estão colocados num campo magnético de mesma intensidade e conduzem a mesma corrente, mas os torques desenvolvidos não são os mesmos para cada um destes condutores. A diferença entre a força desenvolvida nos vários condutores da armadura e o torque útil desenvolvido por estes condutores para produzir rotação está O torque, que atua na figura anterior, resulta da soma dos produtos f1.r e f2.r, ou seja, a soma total dos torques, atuantes sobre ou produzidos pelos condutores individuais que tendem a produzir rotação. por estes condutores para produzir rotação está representada na figura 4. O torque não deve ser confundido com o trabalho. O trabalho, figura 5, é o produto da componente da força f que atua na mesma direção na qual o corpo se move pela distância d e o torque é o resultado de uma força f atuando num corpo e causando o seu movimento através de uma distância d. Nenhum trabalho é realizado se a distância d for nula, mas mesmo que o corpo não gire haverá um torque porque a distância a ser considerada, neste caso, é a distância radial que não zera. Figura 4 – Torque útil para rotação Figura 5- Trabalho de uma força CONJUGADO 1 – CONJUGADO DE PARTIDA 2- CONJUGADO NOMINAL 3 - CONJUGADO BÁSICO3 - CONJUGADO BÁSICO 4 - CONJUGADO MÁXIMO 5 – CONJUGADO MÍNIMO 6 – CONJUGADO DE ACELERAÇÃO CONJUGADO DE PARTIDA OU A ROTOR BLOQUEADO É requerido para vencer a inércia estática da máquina a ser acionada e produzir movimento. Para que uma carga, partindo de sua velocidade zero atinja a velocidade nominal é necessário conjugado do motor seja sempre superior ao conjugado da carga. O conjugado de rotor bloqueado deve ser, na prática, o mais alto possível, para que o rotor possa vencer a inércia da carga e possa acelerá-la rapidamente,o rotor possa vencer a inércia da carga e possa acelerá-la rapidamente, principalmente quando a partida é com tensão reduzida. Este conjugado pode ser expresso em Nm ou, mais comumente, em porcentagem do conjugado nominal, TL - torque resistente (carga), o qual depende do sistema mecânico acoplado ao eixo da máquina (N.m) T - torque eletromagnético (motor) aplicado no eixo Figura 6 – Representação esquemática dos torques que atuam no rotor. T - torque eletromagnético (motor) aplicado no eixo O conjugado de partida é importante para a partida do motor, apresentando valores que variam de 1,5 a 2,5 vezes o conjugado nominal. Merece destaque que na partida o conjugado resistente, da carga , não deve ser superior ao conjugado de partida do motor , pois em contrário o motor não partirá. Pode ser demonstrado que o conjugado de partida é proporcional ao quadrado da tensão aplicada no enrolamento do estator: Deste modo reduzindo a tensão primária no estator de ½ reduzimos o conjugado de partida a 1/4 ,o que poderá inviabilizar a partida do motor. Tomemos como exemplo prático o método de partida com chave estrela / triângulo (Y/∆) onde partimos em Y, com redução de tensão de 57,73% . Isto significa uma redução do conjugado Cp para 1/3. Tanto a o material quanto a forma da gaiola do rotor têm papel importante na curva do conjugado e na corrente de partida. As ranhuras e barras do rotor podem ser fabricadas de diferentes formas, aumentando o conjugado de partida e reduzindo a corrente. Um dos detalhes na construção das gaiolas é a partida e reduzindo a corrente. Um dos detalhes na construção das gaiolas é a inclinação , em relação ao eixo do rotor, que melhora as condições de partida. CONJUGADO NOMINAL É o conjugado necessário para produzir a potência nominal à rotação nominal. Em libras-pé ele é igual a potência em hp vezes 5252 dividido pela rotação nominal em rpm. Em N.m é igual a potência em cv vezes 7022 dividido pela rotação nominal em rpm. CONJUGADO BÁSICO É aquele determinado em função da potência nominal e a velocidade síncrona (ns) do motor, e é normalmente obtido através das equações abaixo: CONJUGADO MÁXIMO É o conjugado máximo que o motor irá desenvolver com tensão e frequência nominal sem queda abrupta na rotação. O conjugado máximo deve ter valor elevado, capaz de superar satisfatoriamente os picos de carga eventuais, além de poder manter razoavelmente a velocidade angular quando da ocorrência de quedas de tensão momentâneas no circuito de suprimento. Ele divide a curva característica em duas regiões distintas: a primeira, chamada região estável, compreendida entre o conjugado máximo e o conjugado nulo (s = 0); a segunda, chamada região instável,conjugado nulo (s = 0); a segunda, chamada região instável, compreendida entre o conjugado máximo e o conjugado de partida. O motor trabalha em suas condições normais na região estável, no ponto de encontro das curvas características do motor e da máquina acionada. Enquanto o motor trabalhar nesta região, o seu funcionamento será estável, isto é, a toda variação do conjugado da máquina acionada corresponderá uma variação do conjugado motor no mesmo sentido. Porém, se por qualquer razão o conjugado da máquina acionada aumenta o seu valor e ultrapassa o valor do conjugado máximo do motor, mesmo que momentaneamente, o motor não terá como equilibrar este aumento com um aumento do seu conjugado. CONJUGADO MÍNIMO É o menor conjugado na faixa de velocidade compreendida entre o valor zero e o conjugado nominal, perante tensão e frequência nominais. CONJUGADO DE ACELERAÇÃO Necessário para acelerar a carga à velocidade nominal. O conjugado motor deve ser sempre maior do que o conjugado da carga, em todos os pontos entre o zero e a rotação nominal. No ponto de interseção, figura 7, o conjugado de aceleração será nulo. É o ponto de equilíbrio onde a velocidade permanece constante. Esse ponto deve corresponder a velocidade nominal do motor. Ponto de equilíbrio= conjugado de aceleração é zero e a velocidade permanece constante (nominal) Os pontos que caracterizam os diferentes tipos de conjugado podem serdeterminados na curva conjugado-velocidade, normalmente fornecida pelos fabricantes. Figura 7- Conjugado-velocidade MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO CURVA CONJUGADO X VELOCIDADE O motor de indução tem conjugado igual a zero à velocidade síncrona. À medida que a carga vai aumentando, a rotação do motor vai caindo gradativamente, até um ponto em que o conjugado atinge o valor máximo que o motor é capaz de desenvolver em rotação normal. Se o conjugado da carga aumentar mais, a rotação do motor cai bruscamente, podendo chegar a travar o rotor. Representando num gráfico a variação do conjugado com a velocidade para um motor normal, vamos obter uma curva com aspecto representado na figura 8.representado na figura 8. Figura 8 – Curva característica do conjugado em função da velocidade síncrona. DEMONSTRAÇÃO TORQUE DE PARTIDA CATEGORIAS – VALORES NORMALIZADOS A norma NBR7094 classifica conforme as curvas de conjugado , os motores de indução com rotor em gaiola em três categorias básicas : Categoria N : Conjugado e corrente de partida normais, com baixo escorregamento. É o conjugado típico da maioria dos motores e suas aplicações. Categoria H : Alto conjugado de partida, corrente normal e baixo escorregamento. São os motores usados em cargas com alto conjugado de partida. Categoria D : Nesta categoria o conjugado de partida é o máximo. ë usado em cargas que exigem elevado conjugado de partida e correntes reduzida. Figura 9 – Curva característica do conjugado em função da velocidade cargas que exigem elevado conjugado de partida e correntes reduzida. PRINCÍPIOS GERAIS DE OPERAÇÃO Os seguintes princípios de operação do motor de indução são apresentados devido à importância relacionada aos problemas de aplicação. 1. O conjugado do motor de indução varia aproximadamente com o quadrado da tensão aplicada aos seus terminais. A 90% de tensão de partida, o conjugado de partida será reduzido a aproximadamente 81% do valor à tensão nominal. 2. Baixa resistividade das barras do rotor (resistência rotórica) resulta em alta rotação nominal (baixo escorregamento) e resulta em alto rendimento. rotação nominal (baixo escorregamento) e resulta em alto rendimento. Perdas rotóricas são proporcionais ao escorregamento. 3. Alta resistência rotórica fornece alto conjugado de partida com baixa corrente de partida, mas resulta em baixo rendimento nominal. 4. O escorregamento no conjugado máximo é proporcional a resistência rotórica. 5. A frequência e tensão rotórica são proporcionais ao escorregamento; assim, ambas são iguais a zero na rotação síncrona, mas atingem valor máximo na rotação zero. 6. As Perdas rotóricas são proporcionais ao escorregamento e estão todas confinadas dentro do rotor de um motor de gaiola, mas num motor de anéis (tipo M), a perda secundária se divide proporcionalmente entre a resistência do enrolamento do rotor e a resistência externa conectada ao circuito do rotor. 7. Ao final do período de aceleração a energia cinética das partes rotativas à rotação nominal é exatamente igual ao calor gerado nos condutores do rotor de um motor de indução pelos componentes de aceleração do conjugado e da corrente secundária. 8. Esta equivalência é independente do formato da curva conjugado-rotação e assim não depende se o motor é de conjugado de partida e corrente de partida normal , de alto conjugado de partida e corrente de partida normal, partida normal , de alto conjugado de partida e corrente de partida normal, de alto conjugado e alto escorregamento, ou motor de rotor enrolado. (Notar que embora isto seja verdadeiro, outros fatores tais como tempo de operação à baixa rotação fazem com que seja importante que o motor de gaiola acelere razoavelmente rápido de modo a se beneficiar de um resfriamento mais eficiente à rotação nominal). TORQUE NO MOTOR MONOFÁSICO Qualquer torque pulsante pode também ser representado como consistindo de dois torques girando em oposição e tendo campos de igual magnitude e velocidade angular , como mostra a figura c do slide anterior. Na figura d são apresentados, em linha tracejada, os torques devidos a φ1 e φ2. Cada um destes torques equivale ao torque resultante devido ao campo girante de um Torque equilibrado no rotor de um MIM resultante devido ao campo girante de um MIT, girando no sentido apropriado. A composição dos dois torques representa o torque efetivo aplicado ao MIM (linha cheia da figura d). Conforme pode-se observar nesta figura, o torque resultante será nulo apenas quando o motor girar a velocidade síncrona em qualquer sentido ou quando o motor estiver parado, de tal modo que uma vez que o motor começa a girar num dado sentido, ele continuará a girar até que a alimentação seja retirada. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO TORQUE EM MÁQUINAS DE CC Onde: P é o número de pólosP é o número de pólos a é o número de caminhos Z é o número de condutores ativos na superfície da armadura, cada um produzindo um torque médio útil Ia é a corrente total que penetra na armadura φ é o fluxo por pólo concatenando os condutores
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