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���������� �� ������� ���������������������������������� 1123 �������������� ���� ����!"����� ���������� �� ���� �� �������� �������������������!�#�$%%&1124 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � ���������� �� ������� ���������������������������������� 1125 Aprimoramento de um Sistema de Informações Geográficas a partir do Desenvolvimento de Metodologia para Cadastro de Equipamentos de Subestações e Linhas de Subtransmissão A. G. Leal, EPUSP/ PEA/ GAGTD; J. A. Jardini, EPUSP/ PEA/ GAGTD; L. C. Magrini, EPUSP/ PEA/ GAGTD; M. Massuda, EPUSP/ PEA/ GAGTD; M. G. M. Jardini, EPUSP/ PEA/ GAGTD; H. K. Kiyohara, EPUSP/ PEA/ GAGTD; P. R. L. Silva, EPUSP/ PEA/ GAGTD; F. T. Fujimoto, Eletropaulo1 RESUMO Este projeto tem como objetivo complementar a base GIS da Eletropaulo com respeito a parte de equipamentos de subestações, linhas de subtransmissão, inspeções de equipa- mentos de subestações, bem como aplicativos tais como cál- culo de fluxo de potência, cálculo de curto-circuito, análise de contingências. Estando ao final do primeiro ciclo, o sistema estará totalmente desenvolvido ao final do segundo ano e permitirá a gestão da manutenção dos equipamentos, bem como suprirá as necessidades dos departamentos de opera- ção, engenharia e manutenção. PALAVRAS-CHAVE Gestão de linhas de transmissão, Equipamentos de Subestações, Gestão de Inspeções de Equipamentos GIS, Sis- tema de Informações Geográficas, Banco de Dados Relacional, Equipamentos Georeferenciados. 1 A. G. Leal (Pesquisador), MSc e trabalha no EPUSP/ PEA/ GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (leal@pea.usp.br); J. A. Jardini (Coordenador do projeto), Prof. Dr. Titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo/ Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da USP/ GAGTD (jardini@pea.usp.br); L. C. Magrini (Pesquisador), PhD e trabalha no EPUSP/ PEA/ GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (magrini@pea.usp.br); M. G. M. Jardini (Pesquisador), MSc e trabalha no EPUSP/ PEA/ GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (mjardini@pea.usp.br). M. Masuda (Pesquisador), BSc e trabalha no EPUSP/ PEA/ GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (masuda@pea.usp.br). H. K. Kiyohara (Pesquisador), MSc e trabalha no EPUSP/ PEA/ GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (kiyohara@engineer.com); P. R. L. Silva (Pesquisadora), BSc e trabalha no EPUSP/ PEA/ GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (parodrigues@hotmail.com); Fabio Tamio Fujimoto (Gerente do Projeto) trabalha na Eletropaulo Metropolitana (fabiof@eletropaulo.com.br). I. INTRODUÇÃO A evolução dos sistemas de informação possibilita o controle mais apurado dos equipamentos de subestações e linhas de subtransmissão, permitindo que a manutenção passe a ser vinculada às exigências operativas ao invés da antiga metodologia baseada em tempo decorrido. Por outro lado, existe uma tendência dos departamen- tos das empresas promoverem soluções pontuais que aten- dem apenas ao seu interesse imediato, o que motiva o apa- recimento de ilhas de informações e até mesmo o arquiva- mento de dados redundantes e com periodicidade de atua- lizações não sincronizadas. Além disso, a reestruturação pela qual passou o sis- tema elétrico brasileiro obrigou o desmembramento de em- presas e desagregação de equipes propiciando a perda de know-how e da documentação dos equipamentos das subestações e de linhas de subtransmissão [1]. A Eletropaulo Metropolitana conta hoje com um ati- vo composto de 180 subestações que alimentam 1638 cir- cuitos primários, através de 1500 km de circuitos de subtransmissão aérea contendo 5600 suportes e 170 km de circuitos de subtransmissão subterrâneos. Tendo em vista estes aspectos, torna-se necessária a reformulação dos sistemas de informação de forma a unificar os dados necessários à operação, manutenção e engenharia. Devido à evolução da empresa, uma estratégia de maior abrangência tomou corpo e foi implementado um Sistema de Informações GIS da empresa Miner-Miner. Entretanto, a modelagem original não atendia as necessidades da Eletropaulo no quesito de subestações e linhas de subtransmissão. Todavia, este projeto de P&D atenderia plenamente as necessidades da empresa, em uma base de dados relacional georeferenciada em Oracle. Portanto, era natural que este projeto tenha sido redirecionado para se tornar parte integrante do GIS da empresa, complementando e melhorando o modelo original. �������������������!�#�$%%&1126 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � Graças à tecnologia moderna, também foi possível neste projeto de P&D implementar em paralelo o desenvol- vimento de uma metodologia baseada em equipamentos portáteis (hand-held computers) que apresenta o roteiro de inspeção/manutenção adequado ao tipo de equipamen- to e cadastra os resultados da inspeção/ensaios e manu- tenções dos equipamentos em campo. II. SISTEMA GIS CORPORATIVO GIS é um conjunto de equipamentos e programas que, por meio de uma metodologia, integra dados, pessoas e instituições, tornando possível a coleta, o armazenamento, o processamento, a análise e a disponibilização de infor- mações georeferenciadas. Visando com isto uma maior se- gurança, confiabilidade, simplicidade de uso e agilidade no monitoramento, planejamento e tomada de decisões re- lativas ao espaço geográfico. Atualmente a tecnologia do ARC/INFO-8 está sendo utilizada na Eletropaulo. Esta utiliza um modelo de dados orientado-a-objetos para organizar a geoinformação e um banco de dados relacional (Oracle) como repositório de dados. O conceito central do ARC/INFO-8 é “geodatabase”, um banco de dados relacional que contém objetos geográ- ficos e compõe uma estrutura hierárquica [2]. Em um “geodatabase”, os dados geográficos são manipulados de forma muito semelhante aos dados admi- nistrativos convencionais. Cada tipo de dado geográfico corresponde a uma tabela diferente do banco de dados e cada entidade é armazenada como uma linha desta tabela (incluindo suas coordenadas). Através de regras de relaci- onamento entre diferentes entidades, podem-se represen- tar elementos mais complexos como mapas e redes [2]. O ARC/INFO-8 tem três novos módulos: ArcMap (visualização e apresentação de dados, como o ARC/VIEW), ArcCatalog (para modelagem de dados) e ArcToolbox (para operações, essencialmente uma interface amigável para os antigos módulos ARC/EDIT e ARC/PLOT). No entanto, es- tes módulos estão disponíveis apenas em ambiente Windows NT e sua linguagem de programação é Visual Basic. A ESRI ainda não possui suporte para usuários UNIX [2]. O mapeamento completo de toda a rede aérea e sub- terrânea de distribuição e subtransmissão de energia elé- trica da AES Eletropaulo está totalmente integrado em um banco de dados implantado com tecnologia GIS (Sistema de Informações Geográficas). Para isto foram convertidos os dados cadastrais da rede de distribuição aérea para o sistema GIS, que está substituindo o sistema GRADE utili- zado pela empresa há 16 anos. Em 2004, esta base conterá todas as informações cadastrais dos ativos elétricos geograficamente dispersos, permitindo a sua gestão num ambiente integrado e amigá- vel. A grande vantagem do sistema está na facilidade de manuseio, na sua versatilidade e na rapidez para efetuar análises. III. METODOLOGIA EMPREGADA Para atingir o objetivo proposto, foi necessário desen- volver uma metodologia para cadastro georeferenciado dos equipamentos de subestações de distribuição de energia e de linhas de subtransmissão, bem como um modelo de um banco de dados relacionalde um sistema de informação. Também foi desenvolvida uma metodologia para me- dição das coordenadas UTM das linhas de subtransmissão e para levantamento das características elétricas e mecâni- cas das torres das linhas de subtransmissão da área de concessão e arredores, tais como faixas de passagens e interferências nas proximidades. Essa metodologia prevê o levantamento das partes constituintes de cada torre, tais como: pernas, corpo, ca- beça, tipo de isolador, tipo de bundle, cabo, altura em rela- ção ao solo, catenária, etc. Com respeito ao cadastramento georeferenciado dos equipamentos de subestações, foi inicialmente previsto que estes também possuiriam coordenadas UTM. Entretanto, devido a grande quantidade de equipamentos, os quais acabariam sendo mostrados no sistema de informações escolhido segundo o representante da ESRI no Brasil, acar- retaria em enorme lentidão no sistema. Portando é decisão da concessionária que os equipamentos estejam vincula- dos à subestação. Este vínculo obedece a um modelo de dados relacional de forma que consiga abranger os diferentes tipos de ar- ranjos atualmente existentes na empresa e sua conectividade. Essa metodologia prevê a utilização de iPaqs para armazenamento do roteiro de inspeção e coleta de informações que posteriormente são transferidas ao siste- ma corporativo. IV. DETALHES DA MODELAGEM Para armazenar ao nível de concessionária essas in- formações, foi concebida uma base de dados para disponibilizar esses dados, bem como prover meios para armazenamento das inspeções, ensaios, testes e medições coletadas. Essas informações ficam disponíveis para toda a empresa através da Intranet e do sistema de informações geográficas já em desenvolvimento. Esta base de dados foi desenvolvida a partir de um modelo de dados relacional envolvendo os módulos de: • Interfaces de Cadastro de Instalações no GIS; • Cadastro de Linhas Aéreas; • Cadastro de Linhas Subterrâneas; • Análise de Óleo; • Serviços; • Inspeções de Subestações; • Inspeções de Linhas. Para validar a metodologia e o modelo de dados, fo- ram efetuados o levantamento de dados e o cadastramento de um piloto representativo dos vários tipos de equipa- mentos em operação. Dessa forma, foram escolhidas linhas ���������� �� ������� ���������������������������������� 1127 de subtransmissão aéreas e subterrâneas, bem como subestações de distribuição (ETD) que contemplam arran- jos típicos dentro da empresa. Com base no modelo validado, foi aprimorado o Siste- ma GIS da ESRI comprado pela Eletropaulo. O modelo de dados relacional desenvolvido e validado foi convertido para um modelo orientado-a-objetos de forma a se integrar com o modelo original da Miner-Miner/ESRI. Este sistema permite a criação de Aplicativos gráficos e tabulares pos- sibilitando a consulta e modificação das informações dos equipamentos e linhas de subtransmissão, bem como con- sultas complexas. Desta forma, durante o segundo ciclo deste projeto, será feita a integração com aplicativos técnicos que estão na fase de especificação. Os módulos atualmente em análi- se são os de cálculos elétricos, tais como: • Cálculo de Fluxo de Potência; • Cálculos de Curto Circuitos; • Análise de Contingência. V. METODOLOGIA NO CADASTRO PILOTO DE EQUIPAMENTOS Esta seção tem o objetivo de abordar sumariamente, a metodologia utilizada no processo de cadastramento de equipamentos e suas respectivas inspeções de subestações e de linhas de subtransmissão. O processo de cadastramento, segundo o modelo de dados desenvolvido, consiste nas seguintes etapas: • Levantamento dos Domínios do Sistema – Esta etapa de- verá ser feita uma única vez, visto que a princípio estes Domínios praticamente não sofrerão modificação durante a vida útil do sistema. Estes identificadores consistem nos tipos de equipamentos existentes e tipos de mecanismos ou tecnologias utilizadas em sua operação. As etapas posteriores serão necessárias sempre que for efetuada a construção ou cadastro de uma nova subestação; • Cadastramento dos Dados de Padrões de Equipamentos – Antes de inserir um equipamento no banco de dados, é fundamental que o padrão deste já tenha sido cadas- trado no banco de dados. O objetivo da existência de padrões é o de evitar que, ao se cadastrar um equipa- mento, tenha que se digitar inúmeras vezes parâmetros que são comuns a outros existentes na subestação. Por exemplo chaves, disjuntores, TCs e TPs; • Cadastramento dos Equipamentos – Nesta etapa deverá ser realizado o cadastramento dos equipamentos existen- tes na subestação a partir de dados do SIMEL ou outras fontes existentes em meio físico ou digital. Os equipamen- tos são identificados através do número patrimonial (NGE) e o seu padrão (modelo). Todos estes dados são confir- mados com os manuais existentes dos equipamentos, bem como através de verificações em campo; • Cadastramento das Instalações - Considera-se uma insta- lação como um conjunto de equipamentos que estão conectados em um determinado tipo de ligação. Portanto, são cadastrados os números patrimoniais dos equipamen- tos que fazem parte desta instalação, bem como outros atributos próprios das instalações. Sendo que cada Insta- lação possui um Identificador único na empresa; • Cadastramento da Topologia da Subestação – A partir do diagrama unifilar completo da subestação, é cadas- trada a conectividade entre as instalações existentes; • Levantamento em Campo dos Dados de Equipamentos - Em campo são conferidos os dados obtidos nas fases anteriores. Também são complementados os dados de ins- talações e equipamentos que não puderam ser obtidos a partir dos documentos e sistemas disponíveis; • Cadastramento da Linha de Subtransmissão – Este ca- dastro também se consiste de duas fases, uma que é feita com os perfis para o cadastro dos dados gerais da linha de subtransmissão e seus suportes e outra em cam- po para o levantamento de sua posição georeferenciada e confirmação dos dados obtidos de documentos. VI. METODOLOGIA GERAL PARA COLETA DE COORDENADAS A metodologia para levantamento dos pontos pode ser descrita da seguinte forma: • O levantamento no campo foi realizado no dia 7 de março de 2003, pelo período da tarde; • Feito um desenho esquemático da subestação, os pon- tos foram escolhidos e, com auxílio do receptor GPS, suas coordenadas foram adquiridas. Este procedimento visa adquirir, a cada segundo de tempo, uma posição de lati- tude e longitude. Adquiriu-se por ponto, uma média de 20 posições de coordenadas; • Com as coordenadas dos pontos armazenadas no recep- tor GPS, e logo após o retorno ao escritório, esses dados foram transferidos para um programa chamado Pathfinder Office – software esse que acompanha o GPS Trimble comercializado pela Santiago & Cintra; • Com os dados no microcomputador, um arquivo foi utili- zado para se realizar a correção diferencial das coorde- nadas medidas; arquivo obtido no site da Santiago & Cintra. A correção diferencial executada pelo programa faz uso do método MMQ (Mínimo Múltiplo Quadrado). Basicamente, esse arquivo contém nada mais do que as “n” coordenadas das posições de um ponto já conhecido e muito preciso na cidade de São Paulo, onde é mantido um GPS de alta precisão adquirindo intermitentemente (nes- se passo é importante que a data e o horário deste arquivo base seja coerente com o arquivo adquirido); • A correção diferencial é então realizada e logo em segui- da, também fazendo uso do software é realizada a con- versão para o sistema de coordenadas UTM. Como a maior parte dos equipamentos está abrigada nas subestações pilotos, adotou-se um dos seguintes métodos para a aquisição das coordenadas destes equipamentos: �������������������!�#�$%%&1128 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � • Quando do equipamento não abrigado– exposto ao tem- po. A aquisição de sua coordenada é realizada com auxí- lio do receptor GPS e é de fácil obtenção salvo possíveis dificuldades relatadas na seção VII. O receptor é levado até o equipamento e então adquirida a coordenada pela triangulação de quatro ou mais satélites. • Quando do equipamento abrigado – dentro de uma subestação ou construção. Por motivo de impossibilida- de total de aquisição das coordenadas fazendo uso do receptor GPS, um ponto é coletado e transformado para o sistema de coordenadas UTM. A distância em metros é obtida do equipamento em estudo até esse ponto cuja coordenada foi coletada; onde então será somada (ou subtraída dependendo da localização), obtendo assim a sua localização. VII. DIFICULDADES ENCONTRADAS A. Dificuldades para a Criação do Modelo de Dados Dentre todas as dificuldades encontradas, a que demandou mais tempo foi a definição dos atributos que seriam armazenados na base de dados. Foram realizadas 38 reuniões com diferentes grupos de futuros usuários do sistema, de modo a levantar as diferentes necessidades. Essas reuniões envolveram funcionários da Eletropaulo das áreas de linhas aéreas de subtransmissão, manutenção de equipamentos de subestações, em particular relés de proteção, além de contatos com a equipe responsável pelo desenvolvimento do sistema GIS da empresa. Das dificuldades encontradas durante a consolidação de todos os atributos a serem considerados na base de dados, se sobressaíram: • Grande quantidade e diversidade de pontos de vista dos usuários envolvidos; • Variação nas terminologias utilizadas por fabricantes de equipamentos em épocas distintas; • Dificuldade de se reunir os manuais contendo as especificações técnicas dos equipamentos; • Enorme quantidade de atributos (2695) e de Entidades/ Tabelas (223). B. Dificuldades para a coleta de dados de Equipamentos Dentre as dificuldades encontradas durante o levan- tamento de dados dos equipamentos e instalações de subestações e torres de subtransmissão, destacaram-se as seguintes: • Disponibilidade em meio físico ou magnético dos manu- ais de equipamentos que estavam em operação a mais de 40 anos; • Dificuldade de acesso aos dados de placa do equipa- mento devido ao fato de estarem energizados ou em lo- cais inacessíveis (ex: TPs e TCs). C. Dificuldades para a coleta de dados georeferenciados A figura 1 mostra um desenho esquemático da ETD Canaã. Entre as dificuldades encontradas no levantamen- to de dados georeferenciados desta subestação, podem- se ressaltar: • Na ETD Canaã, as construções vizinhas possuem muros altos o que dificulta ou impossibilita a aquisição das coordenadas geográficas; • Os pontos referentes aos dois disjuntores de entrada da subestação, CAA3 e CAA4, e ainda os bays ou cubículos estão internos aos prédios 1 e 2. Neste caso a aquisição das coordenadas só é possível se feita externamente ao prédio com a adição da distância aferida manualmente com fita métrica – metodologia descrita na seção VI; • Ainda sim, as coordenadas dos pontos conseguidas fo- ram feitas com auxílio de tripé e haste prolongadora que eleva a altura da antena (para 2,5 metros) para que um mínimo de quatro satélites possa ser visualizado e a ge- ometria formada pelos satélites deixe de ser insuficiente; • O receptor GPS utilizado foi o “GEOExplorer II” da TRIMBLE, que oferece uma medição (sem o método DGPS – Diferencial o que se chegaria numa precisão submétrica) com um erro de até quatro metros; • A metodologia de se obter a distância manualmente tam- bém oferece um erro que será, intrinsecamente somado àquele obtido com o receptor GPS; VIII. BASE DE DADOS DO HAND-HELD O aplicativo de front-end criado para facilitar o cadastramento das inspeções em equipamentos está sen- do desenvolvido com o eMbedded Visual Basic 3.0. O de- senvolvimento deste aplicativo também poderia ter sido em MS Visual Studio .NET 2003. Este front-end acessa a base de dados Oracle Lite através do Oracle Lite database ActiveX Data Objects for Windows CE. Esta decisão de ferramentas foi tomada pela Eletropaulo, pois ao se progra- mar para Windows CE simplifica o desenvolvimento e a manutenção tanto para desenvolvedores experientes como para novatos, uma vez que as ferramentas são similares às já conhecidas do universo Windows 9x/NT/2000/XP, e não será necessário re-aprender a programar nelas. FIGURA 1 Desenho Esquemático da ETD Canaã ���������� �� ������� ���������������������������������� 1129 Em termos técnicos, a adoção de um equipamento Palm OS ou Pocket PC seria possível dentro deste projeto. En- tretanto, considera-se mais adequado o sistema operacio- nal Pocket PC da Microsoft, devido às seguintes razões: • Facilidade no desenvolvimento e manutenção de aplicativos - como a idéia da Microsoft é que o Pocket PC seja uma versão reduzida de um desktop, os aplicativos criados em VB seriam reutilizáveis também no Pocket PC. • Ferramentas mais populares - o VB já é um produto ampla- mente conhecido no mercado, com muitos programado- res experientes. No caso do Palm, as ferramentas são me- nos conhecidas e há poucos programadores no mercado. • Estimou-se que o hand-held a ser utilizado deveria ter pelo menos 4M de memória RAM disponível. Tendo como esti- mativa 380K para o gerenciador do banco de dados Oracle Lite, 100k para o sistema operacional no caso do Palm, 2M para os dados e 1M para o aplicativo. Chegou-se ao tama- nho aproximado de 2M para o banco de dados no Hand- Held, considerando que as tabelas de domínio tenham em média de 10 linhas e as outras tabelas tenham em média 200 linhas cada uma. Imagina-se que este seja o cenário típico de um dia de inspeções. Caso fossemos utilizar Palm OS, o Palm Zire deveria ser desconsiderado da lista de candida- tos por apresentar memória insuficiente. Conforme podemos ver na figura 2, a base de dados do Pocket PC será sincronizada através do Mobile Sync, que fica instalado no Pocket PC, com a base de dados do Mobile Server. Uma vez sincronizados os dados das inspe- ções com o Mobile Server, a figura 2 mostra um esquemático no qual existirá um programa para exportar os dados das inspeções para o GIS. O Oracle Lite (Mobile Server e Mobi- le Server Database) será instalado em uma plataforma Windows, ao invés de tudo dentro do ambiente UNIX, devido ao ArcObjects atualmente não ser compatível com este sistema operacional. A partir desse repositório será disparada uma trigger que acionará o aplicativo de expor- tação o qual irá inserir os novos dados de inspeções para o banco corporativo GIS, que está em ambiente UNIX. ���������� Aplicativo de Interface para Cadastro de Inspeções Oracle Lite Mobile Sync Module ��� �������������������������� Repositório do Mobile Server (Oracle 8.1.7) Programa Importador Programa Exportador Mobile Server 5.0.2 ��� ������� ��������������� Ambiente GIS FIGURA 2 Sincronização do Oracle Lite com o Mobile Server Repository Desta forma, podemos observar a seguinte seqüência de eventos: 1. O usuário coloca o Pocket PC 2002 no berço para a sin- cronização com o Mobile Server; 2. O usuário seleciona as instalações e/ou subestações que deverão ser inspecionadas no dia; 3. Haverá a transferência de dados utilizando o Mobile Sync para o Oracle Lite do Pocket; 4. O usuário irá a campo e preencherá os resultados das ins- peções através de um aplicativo (eMbedded Visual Basic 3.0 + Oracle Lite database ActiveX Data Objects for WinCE); 5. Ao retornar para a Base, o usuário irá descarregar os dados coletados para o Mobile Server Repository atra- vés do Mobile Sync; 6. Após a sincronização dos dados, será acionado o pro- grama de exportação que fará a leitura dos dados coletados no Mobile Server e os exportará para o GIS através de ArcObjects; 7. Uma vez concluído, os dados coletados poderãoconti- nuar no Hand-Held ou poderão ser deletados. Os dados das inspeções que já foram descarregados terão acesso somente de leitura no pocket. Os dados de inspeções não poderão ser alterados no GIS, e portanto, não have- rá necessidade de um programa que os exporte do GIS para o Oracle Lite. Entretanto, haverá a necessidade de um programa que exporte os dados referentes aos equi- pamentos e outros atributos necessários às inspeções para o Mobile Server Repository. IX. SUMÁRIO FINAL Como visto, o trabalho integrou a criação do Sistema GIS da Eletropaulo de forma a complementar o Sistema de Informações em desenvolvimento, para evoluir e acelerar o processo de decisões na gestão da manutenção, gerencia e manutenção da empresa. Atualmente, o poder da informação é indiscutível. Os sistemas GIS permitem, aliados a uma correta utilização desta tecnologia, a obtenção resultados melhores na ges- tão da empresa como um todo. Visto que é uma metodologia que permite, o uso da informação de forma rápida e flexível para atender diferentes objetivos pelo modo de sua apre- sentação georeferenciada (ou mapeada). Atualmente, o Sistema GIS da Eletropaulo conta, como resultado do primeiro ciclo deste projeto de pesquisa e desenvolvimento, com os seguintes módulos no GIS: • Linhas de Subtransmissão Aérea; • Linhas de Subtransmissão Subterrânea; • Torres de Subtransmissão; • Equipamentos de Subestações; • Relés de Proteção; • Análise de Óleo; • Inspeções de Instalações de Subestações; • Inspeções de Linhas de Subtransmissão; • Ensaios de Equipamentos Instalados. �������������������!�#�$%%&1130 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � Bem como, os módulos de coleta de dados de inspe- ções e ensaios de equipamentos de subestações e Linhas de Subtransmissão em Pocket PC. X. BIBLIOGRAFIA [1] JARDINI, Jose Antonio; JARDINI, Mauricio George Miguel; SCHMIDT, Hernán Prietro; MAGRINI, Luiz Carlos. Information System for Management of Generating Plants and Transmission Lines. In: T & D 2002, 2002, São Paulo. 2002. [2] Gilberto Câmara, “Arc/Info e o Futuro do GIS”,InfoGeo, 10, nov/dez 2000. http://www.dpi.inpe.br/gilberto/infogeo/ infogeo10.pdf XI. BIOGRAFIA Adriano Galindo Leal, nascido em São Paulo, Brasil, em 19 de setembro de 1971. Graduado pela Escola Politécnica da Uni- versidade de São Paulo em 1996 (Engenharia Elétrica com ênfase em Energia e Automação). Recebeu pela mesma insti- tuição título de MSc em 1999. Atualmente cursa pós-gradua- ção a nível de Doutorado pelo PEA (Departamento de Enge- nharia de Energia e Automação Elétricas) da Escola Politénica da Universidade de São Paulo e trabalha como Engenheiro Pesquisador no GAGTD (Grupo da Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) do PEA da EPUSP. José Antonio Jardini, nasceu em 27 de março de 1941, formado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP (EPUSP) em 1963. Mestre em 1970, Doutor em 1973, Livre Docente/ Prof Associado em 1991 e Professor Titular em 1999 todos pela EPUSP Departamento de engenharia de Energia e Automação Elétricas (PEA). Trabalhou de 1964 a 91 na Themag Eng. Ltda atuando na área de estudos de sistemas de potência, projetos de linhas e automação. Atualmente é pro- fessor da escola Politécnica da USP do Departamento de En- genharia de Energia e Automação Elétricas onde leciona disci- plinas de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica. Foi representante do Brasil no SC38 da CIGRE, é membro da CIGRE, Fellow Member do IEEE, e Distinguished Lecturer do IAS/IEEE. Luiz Carlos Magrini nascido em São Paulo, Brasil, 3 de Maio de 1954. Graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1977 (Engenharia Elétrica). Recebeu pela mes- ma instituição o título de MSc e PhD em 1995 e 1999, res- pectivamente. Trabalhou por 17 anos na Empresa Themag Engenharia Ltda. Atualmente, além de Professor de Universi- dades faz parte, como pesquisador/ coordenador de Projetos do Grupo GAGTD na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Mario Masuda, nascido a 25 de junho de 1948 em Tupã, São Paulo, Brasil. Formado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) em 1973. Trabalhou de 1973 a 91 na Themag Eng. Ltda atuando na área de estudos de sistemas de potência e estudos e projetos de linhas. Trabalhou de 1991 a 1997 como autônomo executan- do projetos, supervisionando e ministrando curso de instala- ção de cabos de fibras ópticas em Linhas de Transmissão (OPGW). De 1997 a 2002 trabalhou na Furukawa Empreendi- mentos e Construções Ltda em projetos, supervisão e instala- ção de cabos de fibras ópticas em linhas de transmissão (OPGW). Atualmente trabalha como pesquisador pelo grupo GAGTD na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Mauricio George Miguel Jardini, nascido em São Paulo, Brasil, 18 de outubro 1971. Graduado em Engenharia Elétrica pela Escola da Engenharia Mauá em 1995. MSc na Escola Politéc- nica da Universidade de São Paulo em 1998, onde fez exame e realiza o curso de PhD. Pós graduado pela Fundação Vanzolini da Universidade de São Paulo em Administração Industrial, 2001. Trabalhou em Projetos de Plataformas de Petróleo e Petroquímicas no departamento de engenharia da empresa SETAL Engenharia. Atualmente trabalha como pesquisador pelo grupo GAGTD na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Humberto Katsuo Kiyohara, nascido em São Paulo, SP, Brasil, em 22 de janeiro de 1971. Graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1995 (Engenharia Elétrica com ênfase em Energia e Automação). Recebeu pela mesma insti- tuição título de MSc em 1999. Atualmente trabalha como Engenheiro pesquisador no GAGTD (Grupo da Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) do PEA (Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas) da EPUSP (Escola Politénica da Universidade de São Paulo). Patrícia Rodrigues Loureiro e Silva, nascida em São Paulo, Brasil, 12 de julho 1965. Graduanda em Matemática no IME – Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. Trabalha atualmente no GAGTD (Grupo da Automação da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) do PEA (Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas) da EPUSP (Escola Politénica da Universidade de São Paulo). Fábio Tamio Fujimoto, nascido em São Paulo, Brasil, em 03 de março de 1972. Graduado pela Fundação Armando Álvares Penteado (Engenharia Mecânica). Atualmente cursa MBA - Gerência de energia - na Fundação Getúlio Vargas e trabalha como Engenheiro na Gestão da Subtransmissão da AES Eletropaulo, Unidade Ibirapuera. ���������� �� ������� ���������������������������������� 1131 Caracterização das Descargas Atmosféricas na Área de Concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro G. B. França, UFRJ e L.F.P.G. Maia, UFRJ RESUMO Alguns fatores naturais, como as descargas atmosféricas, podem ocasionar sérios problemas aos sistemas de transmis- são de energia elétrica e também contabilizam vidas humanas perdidas, razão pela qual seu conhecimento merece atenção especial. O presente trabalho enfoca dois aspectos básicos relacionados à caracterização climatológica na área de conces- são da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro e as informações sobre descargas atmosféricas oriundas do RIDAT – Rede In- tegrada de Detecção de Descargas Atmosféricas (composta pelas redes de monitoramento de descargas atmosféricas do SIMEPAR, CEMIG e FURNAS) na mesma área. No primei- ro caso, a abordagem foi descritiva, com destaque aos princi- pais mecanismos fenomenológicos e as características dos prin- cipais parâmetros meteorológicos. No segundo caso, foram analisadas as informações relativas à densidade de descargas, ao nível ceráunico e a polaridade das descargas atmosféricas,a partir dos arquivos adquiridos junto ao SIMEPAR. Pratica- mente, todas as análises se basearam nos produtos gráficos processados em bases mensais e sazonais. No que tange a análise da polaridade das descargas, esta tomou como base os registros históricos de localização, data/hora, pico de corren- te, polaridade, entre outros relativos à ocorrência de descar- gas atmosféricas na área de concessão da LIGHT. PALAVRAS-CHAVE descargas atmosféricas, raios. I. INTRODUÇÃO A eletricidade constitui-se num dos pilares básicos sobre o que se assenta a sociedade moderna. Resulta difí- cil encontrar alguma atividade, seja doméstica, industrial ou social, em que o uso da eletricidade não se revele im- prescindível. A energia elétrica não pode ser armazenada: sua pro- dução deve ser compatível com o consumo. Tal produção se dá em grandes proporções, a partir de um número relati- vamente limitado de centrais de grande potência, normal- mente distantes dos centros de consumo. Para levar a energia das centrais aos consumidores são utilizadas as linhas de transmissão que, graças a sua alta tensão, podem transferir grandes quantidades de ener- gia a longas distâncias. As linhas de transmissão são normalmente interconectadas, formando uma rede, o que permite, em caso de ocorrência de uma avaria temporal na própria rede ou em uma das centrais de produção, fazer chegar a ener- gia por outro caminho ou desde outro ponto. Isto supõe uma maior segurança no abastecimento de energia e uma menor necessidade de centrais de produção. Entretanto, alguns fatores naturais, como as descar- gas atmosféricas, podem ocasionar sérios problemas ao sistema de transmissão de energia elétrica. As descargas atmosféricas são responsáveis por aproximadamente 65% dos desligamentos em linhas de transmissão com tensões nominais até 230 kV. As descargas atmosféricas ou raios que caem sobre as linhas de alta ou média tensão produzem sobre-tensões que se propagam até as subestações, podendo deteriorar os isolamentos até o ponto de produzir sua perfuração. Os isolamentos da aparelhagem se deterioram quando a ten- são excede o nível de isolamento do equipamento, embora isto ocorra num intervalo de tempo muito curto (a ordem de magnitude para sobre-tensões atmosféricas é de micro-se- gundos). A incidência de descargas atmosféricas sobre uma dada região pode ser caracterizada pela densidade de des- cargas a terra, expressa em termos do número de descar- gas atmosféricas para a terra por km² - ano. Na sua indisponibilidade podem ser utilizados os níveis ceráunicos, que correspondem ao número de dias de tro- voadas por ano na região. A resistividade do solo e a impedância do aterramento das estruturas são parâmetros fundamentais para o desempenho das linhas de transmis- são com cabos pára-raios. O aumento desses parâmetros eleva o índice de desligamento das linhas de transmissão. O presente trabalho enfoca os aspectos básicos rela- cionados à caracterização climatológica na área de conces- são da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro e as informa- ções sobre descargas atmosféricas oriundas do RIDAT para a mesma área, com o intuito de melhor se conhecer o fenômeno, aperfeiçoar a operação da rede e evitar a perda de vidas humanas. II. METODOLOGIA Foi feita inicialmente uma abordagem descritiva dos principais mecanismos fenomenológicos e as característi- cas dos principais parâmetros meteorológicos. Em seguida, foram analisadas as informações relati- �������������������!�#�$%%&1132 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � vas à densidade de descargas, ao nível ceráunico e a pola- ridade das descargas atmosféricas, a partir dos arquivos gráficos e base de dados mensais processados pelo SIMEPAR – Sistema Meteorológico do Estado do Paraná, englobando a janela 23.15S-21.75S/44.4W-42.4W, com re- solução espacial de 4 km x 4 km. As análises de densidade de descargas atmosféricas e de níveis ceráunicos tomaram como base os mapas men- sais e anuais dos anos de 1999, 2000, 2001 e 2002. As análises das intensidades máximas de corrente (kA) e das polaridades das descargas atmosféricas foram reali- zadas a partir dos registros históricos de dados de 15 me- ses, referentes aos períodos: outubro a dezembro de 2000, janeiro a março e outubro a dezembro de 2001, janeiro a março e outubro a dezembro de 2002. O tratamento das informações referentes aos máxi- mos valores de pico de corrente, em cada coordenada assi- nalada como tendo ocorrido descarga atmosférica, buscou registrar os maiores valores encontrados para cada tipo de polaridade (corrente positiva e corrente negativa), para os quais aplicou-se o software “surfer”, resultando em mapas de isolinhas de mesma intensidade de correntes máximas positivas e negativas. III. RESULTADOS A. Caracterização Climatológica A Região Sudeste, devido à sua posição latitudinal, caracteriza-se por ser uma região de transição entre os cli- mas tropicais quentes e os climas do tipo temperado das latitudes médias. O sul da Região Sudeste é afetado pela maioria dos sistemas frontais que atinge o sul do país. Muitas vezes os sistemas frontais frios não chegam a atin- gir o norte da referida Região, vindo a percorrer uma traje- tória marítima afastada do continente. A Região Sudeste é também caracterizada pela atua- ção de sistemas que associam características de sistemas tropicais com sistemas típicos de latitudes médias. Duran- te os meses de maior atividade convectiva, a “Zona de Convergência do Atlântico Sul - (ZCAS)” é um dos princi- pais fenômenos que influenciam no regime de chuvas des- sas Regiões. O fato da banda de nebulosidade e chuvas permanecerem semi-estacionárias por dias seguidos favo- rece a ocorrência de inundações em diversas áreas do Es- tado, como se tem visto em inúmeras ocasiões. Nas regiões serranas do Estado são registrados os extremos mínimos de temperatura durante o inverno do Hemisfério Sul, enquanto as temperaturas mais elevadas são observadas no Estado de Mato Grosso. Essa região é caracterizada pela presença de intensa atividade convectiva nos meses de maior aquecimento radiativo. Um forte gradi- ente térmico no limite das Regiões Sudeste e Centro-Oeste também ocorre. Este gradiente é resultado do deslocamen- to das massas frias de altas latitudes, que afetam principal- mente os estados do Sudeste e o Mato Grosso do Sul. Em geral a precipitação distribui-se uniformemente nes- sas Regiões, com a precipitação média anual acumulada vari- ando em torno de 1500 e 2000 mm. Dois núcleos máximos são registrados na região do Brasil Central e no litoral da Região Sudeste, enquanto que no norte de Minas Gerais verifica-se uma relativa escassez de chuvas ao longo do ano. É marcante a diversidade climática do Estado do Rio de Janeiro, sobretudo quando se considera a grande di- mensão de seu território. Não somente as temperaturas médias são fortemente influenciadas pela combinação re- levo-altitude, mas também o regime e a distribuição dos totais pluviométricos são bastante modificados, segundo a posição do local. As porções continentais fluminenses encontram-se ime- diatamente ao norte do Trópico de Capricórnio, o que garante um superávit energético de origem solar em praticamente todo o ano. Esse excesso de energia, por si só, é capaz de induzir a inúmeros mecanismos de circulação de pequena e média es- cala, seja no sentido horizontal como no vertical. Outro elemento de significativa importância na carac- terização climática do Estado do Rio de Janeiro é a presen- ça do Oceano Atlântico ao longo dos seus limites meridio- nais e orientais. O Oceano funciona como um poderoso regulador térmico e promove uma ampla suavização das temperaturas nas porções mais litorâneas e mesmo até al- gumas centenas de metros, continente adentro. O trans- porte de umidade nosentido oceano-continente é mantido na maior parte do ano pelas brisas marítimas e pela circula- ção de larga-escala associada a borda oeste do “Anticiclo- ne Subtropical do Atlântico Sul – ASAS”. No entanto, este aporte é espacialmente variável, uma vez que as carac- terísticas de superfície (rugosidade) podem favorecer ou não a maior penetrabilidade dessas circulações. Pouco ain- da se conhece quantitativamente acerca das configura- ções regionais das brisas marítimas no Rio de Janeiro. De certa maneira, tais mecanismos de circulação apresentam peculiaridades estruturais em função das interações su- perfície oceânica-atmosfera-superfície continental. A ele- vada umidade do ar e os elevados índices pluviométricos reinantes no Estado confirmam a influência da maritimidade no clima regional. O maior entendimento dos diversos climas no Esta- do do Rio de Janeiro depende da combinação de fatores físicos locais e atmosféricos. Certamente, a interferên- cia da topografia acidentada e compartimentada do Es- tado é marcante. Escarpas falhadas separam superfícies montanhosas, que mergulham para o interior, de outras planas a suavemente onduladas, que se estendem des- de o Município do Rio de Janeiro até o Norte Fluminense, constituindo as baixadas litorâneas. A associação dos fatores topografia-maritimidade é responsável pelo au- mento da turbulência do ar e processos de convecção, o que induz às formações de nuvens orográficas de gran- des dimensões verticais, as quais tem poder de gerar ���������� �� ������� ���������������������������������� 1133 intensas chuvas e descargas atmosféricas localizadas nas Serras do Mar e da Mantiqueira. Pode-se afirmar que o Estado do Rio de Janeiro en- contra-se submetido, em praticamente todos os meses do ano, aos ventos de Leste a Nordeste, que sopram ao largo da borda ocidental do Anticiclone Subtropical do Atlânti- co Sul, mas que são perturbados localmente pelas induções de circulações locais ao longo da linha-de-costa. A resul- tante seria de ventos praticamente perpendiculares à li- nha-de-costa, com ventos de Nordeste de Niterói para o Norte e de Sudeste a Sudoeste desde a Cidade do Rio de Janeiro ao extremo sul do litoral. B. Densidade de Descargas Atmosféricas Os mapas anuais de descargas atmosféricas dos anos de 1999, 2000, 2001 e 2002 são apresentados, respectiva- mente, nas Figuras 1, 2, 3 e 4. Nestes, vê-se que a distribui- ção das descargas atmosféricas varia de um mínimo de 1 a >12 raios caídos numa superfície unitária de 1 km² por ano, além de apresentarem algumas variações espaciais e quan- titativas, significativas de ano para ano, associadas ao comportamento geral da atmosfera. A variação mensal dos campos de descargas atmos- féricas revela uma grande área preferencial de ocorrência de densidades com valores iguais ou superiores a 12 raios/ FIGURA 1 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 1999. FIGURA 2 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2000. km²/ano posicionada entre as localidades de Quatis, Volta Redonda e Valença. Secundariamente, em menor escala espa- cial, destacam-se os setores em Três Rios e entorno e entre Nova Iguaçu e Petrópolis, com mais de 12 raios/km²/ano. Quanto à atividade, o mês de janeiro se mostra com maior espalhamento de setores com valores iguais ou supe- riores a 12 raios/km²/ano, enquanto o mês de julho se revela como não tendo qualquer indicação de ocorrência de raios/ km²/ano no período analisado, o que não elimina a possibi- lidade de uma ocorrência localizada e de curta-duração. No acompanhamento mensal da densidade de des- cargas atmosféricas vê-se uma tendência de localização de núcleos de máximos valores relativos entre Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Valença e Quatis. Tal confi- guração, entretanto, vai sendo diluída com o passar dos meses, levando ao surgimento de alguns pequenos núcle- os de máximos relativos de valores iguais ou superiores a 12 raios/km²/dia nas imediações de Nova Iguaçu, indican- do uma significativa alteração nas formações de Cb’s, que passam a ser de origem frontal nos meses de inverno. De modo geral, a área do Médio Paraíba, posicionada na por- ção noroeste da área de concessão da LIGHT, se mostra com uma maior freqüência de descargas atmosféricas em função, principalmente, da combinação dos fatores aque- cimento solar-topografia-vegetação. FIGURA 4 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2002. FIGURA 3 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2001. FIGURA 5 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de janeiro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. Figura 6 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de fevereiro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. �������������������!�#�$%%&1134 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � FIGURA 8 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de abril na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 7 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de março na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 9– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de maio na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 10– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de junho na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 11– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de julho na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 13– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de setembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 12– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de agosto na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 14– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de outubro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 15– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de novembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 16– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês de dezembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. ���������� �� ������� ���������������������������������� 1135 C. Nível Ceráunico O “nível isoceráunico” pode ser entendido como a quantidade de tormentas elétricas que ocorrem em um ano. O número de tormentas elétricas apresenta estreita relação com o número de descargas que ocorrem por unidade de superfície e unidade de tempo (ano). Não resta dúvidas que o número de descargas elétri- cas por unidade de superficie (km²) por ano representa uma informação mais precisa, além de medir a probabilida- de que tem um ponto do terreno de ser alcançado por uma descarga atmosférica. São apresentados a seguir os resultados mais deta- lhados das análises dos mapas de níveis isoceráunicos anuais de 1999 a 2002 (Figuras de 17 a 20), com uma resolu- ção espacial de 4 km x 4 km, adquiridos do SIMEPAR, enfocando a área de concessão da LIGHT. Complementar- mente, são avaliados os mapas médios mensais de níveis isoceráunicos com a mesma área de cobertura e resolução(Figuras de 21 a 32). Ressalva-se que o mapa de nível ceráunico referente ao ano de 2002 considera dados até novembro e que o mapa médio de dezembro desconsidera o mês de dezembro de 2002 Numa análise mais particular, a partir dos mapas isoceráunicos, que mostram os setores com mesmos valo- res de nível ceráunico na área de concessão da LIGHT, constatam-se as seguintes características para os anos de 1999, 2000, 2001 e 2002: Ano de 1999 (Figura 17): Evidencia-se que o setor no- roeste da área de concessão da LIGHT é o que apresenta os maiores valores de níveis isoceráunicos, com mais de 30-40 dias de tempestades por mês, principalmente nas imedia- ções de Volta redonda e e Barra Mansa. Também são identi- ficados outros núcleos espalhados secundários de menor abrangência espacial ao longo da referida área de conces- são. A faixa litorânea se mostra com níveis isoceráunicos entre 1 e 3 tempestades por mês, destacando-se como a área de menores valores na área de concessão. Ano de 2000 (Figura 18):A configuração geral básica apresenta-se muito próxima a do ano de 1999, sendo que os núcleos secundários (espacialmente abrangentes) se situam entre Petrópolis e Teresópolis, com valores entre 30 e 40 tempestades por mês. Um nítido gradiente de nível ceráunico se configura no sentido norte-noroeste. Ano de 2001 (Figura 19): O mapa do referido ano eviden- cia a existência de uma ampla área de valores de nível ceráunico (> 20 dias de tempestades) cobrindo praticamente toda a área de concessão da LIGHT. Alguns núcleos máximos com valo- res superiores a 40 tempestades se manifestam nas proximida- des das localidades de Valença e Barra do Piraí. Ano de 2002 (Figura 20):A situação geral se mostra próxima as dos anos de 1999 e 2000, com máximos valores de níveis ceráunicos entre 20 e 30 tempestades por ano posicionados no setor noroeste da área de concessão da LIGHT, mais especificamente entre Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí e Rio Claro. A análise dos mapas isoceráunicos médios mensais do período 1998-2002 (Figuras de 21 a 32) revela que o setor noroeste da área de concessão da LIGHT apresenta valores maiores na maior parte dos meses do ano, muito embora significativas variações espaciais e quantitativas também se manifestem. Nesse contexto, a área compreen- dida pelas localidades de Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Valença e Quatis é a que mais se destaca por apre- sentarem níveis isoceráunicos relativamente mais eleva- dos do que as demais localidades. Em termos sazonais, verifica-se que janeiro e dezembro (Figuras 21 e 32) são os meses com maiores níveis isoceráunicos (de 5 a 10 dias de tempestades por mês), enquanto os meses de junho e ju- lho (Figuras 26 e 27) apresentam níveis ceráunicos nulos, o que significa dizer que praticamente inexistem tempesta- des nesses meses. FIGURA 17 - Mapa isoceráunico para o ano de 1999 na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro. FIGURA 18 - Mapa isoceráunico para o ano de 2000 na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro. Figura 19 - Mapa isoceráunico para o ano de 2001 na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro. Figura 20 - Mapa isoceráunico para o ano de 2002 na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro. �������������������!�#�$%%&1136 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � FIGURA 30 - Mapa isoceráunico médio para o mês de outubro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 21 - Mapa isoceráunico médio para o mês de janeiro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 22 - Mapa isoceráunico médio para o mês de fevereiro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 23 - Mapa isoceráunico médio para o mês de março na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 24 - Mapa isoceráunico médio para o mês de abril na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 25 - Mapa isoceráunico médio para o mês de maio na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 26 - Mapa isoceráunico médio para o mês de junho na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 27 - Mapa isoceráunico médio para o mês de julho na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 28 - Mapa isoceráunico médio para o mês de agosto na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 29 - Mapa isoceráunico médio para o mês de setembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. ���������� �� ������� ���������������������������������� 1137 FIGURA 31 - Mapa isoceráunico médio para o mês de novembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. FIGURA 32 - Mapa isoceráunico médio para o mês de dezembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002. D. Intensidade de Corrente e Polaridade As análises das intensidades máximas de corrente (kA) e das polaridades das descargas atmosféricas foram reali- zadas a partir dos registros históricos adquiridos do SIMEPAR (formato universal - UALF - Universal ASCII Lightning Format), contendo dados de 15 meses, referen- tes aos períodos: Outubro a Dezembro de 2000, Janeiro a Março e Outubro a Dezembro de 2001, Janeiro a Março e Outubro a Dezembro de 2002. Inicialmente foi feito um tratamento conjunto dos da- dos, onde, do total de informações relativas aos picos de corrente sobre a área de concessão da LIGHT, pode-se veri- ficar que, para os meses considerados, cerca de 90% das descargas continham polaridade negativa e apenas 10% apresentavam polaridade positiva. Medições de correntes diárias de 10 dias no inverno de 1999 para descargas atmos- féricas ocorridas no sul do Brasil indicaram que cerca de 80% dos flashes apresentaram polaridade negativa, tendo um valor de corrente média diária de 25-35 kA e valor médio máximo de 115 kA. As descargas positivas apresentaram domínio apenas em 2 dias, mas com valores de corrente média diária de 40-50 kA e valor médio máximo de 195 kA. Na seqüência, foram compiladas as informações re- ferentes aos máximos valores de pico de corrente em cada coordenada assinalada como tendo ocorrido descarga at- mosférica, assinalando o maior valor encontrado para cada tipo de polaridade. O resultado foi a formação de 2 cená- rios espaciais contendo os máximos valores de pico de corrente positiva e negativa, para os quais aplicou-se o software “surfer”, resultando em mapas de isolinhas de mesma intensidade de correntes máximas positivas e ne- gativas, conforme pode-se ver nas Figuras 33 e 34, res- pectivamente. Na Figura 33, referente à polaridade positiva, verifi- ca-se a existência de um núcleo de máximos valores relati- vos (> 95 kA) no município de Paraíba do Sul. A extensão desse núcleo se projeta na direção de Valença e Quatis com valores entre 85 e 90 kA. Um segundo máximo relativo se configura sobre os municípios de Nova Friburgo e Silva Jardim, com valores > 90 kA. Para o caso de polaridade negativa (Figura 34), ve- rifica-se que a máxima intensidade de corrente é da or- dem de – 170 kA e se posiciona sobre o município de Paraíba do Sul. Um segundo máximo relativo se situa nas imediações de Cachoeira de Macacú com valor su- perior a – 130 kA. FIGURA 33 - Mapa de picos máximos de corrente de polaridade positiva na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro a partir dos registros históricos dos períodos: Outubro/2000-Março/2001, Outubro/2001-Março/2002 e Outubro-Dezembro/2002. FIGURA 34 -Mapa de picosmáximos de corrente de polaridade negativa na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro a partir dos registros históricos dos períodos: Outubro/2000-Março/2001, Outubro/2001-Março/2002 e Outubro-Dezembro/2002. IV. CONCLUSÕES Ficou bastante evidente que o setor noroeste do Es- tado do Rio de Janeiro, notadamente o setor compreendi- do pelos municípios de Volta Redonda, Resende e Barra Mansa, mostrava-se com maiores densidades de descar- gas atmosféricas. Também chamou atenção os valores registrados em Nova Iguaçu, Teresópolis e Friburgo. No que se refere ao nível ceráunico, as avaliações com base nos mapas adquiridos do SIMEPAR mostraram também que os mesmos setores destacados para a densi- dade de descargas atmosféricas apresentavam destaque �������������������!�#�$%%&1138 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � para este parâmetro, com valores superiores a 30-40 ocor- rências no ano e cerca de 5-10 por mês. Na análise dos picos de corrente com polaridade po- sitiva verificou-se a existência de um núcleo de máximos valores relativos (> 95 kA) no município de Paraíba do Sul. A extensão desse núcleo se projetava na direção oeste, passando pelos municípios de Valença e Quatis com valo- res entre 85 e 90 kA. Os municípios de Nova Friburgo e Silva Jardim também se destacaram por seus máximos se- cundários. Os picos de corrente com polaridade negativa se mostraram muito superiores àqueles de polaridade posi- tiva, tendo sua área de ocorrência sobre o município de Paraíba do Sul. O município de Cachoeira de Macacú tam- bém foi evidenciado com um máximo relativo secundário. V. RECOMENDAÇÕES As análises realizadas a partir das informações e mapas adquiridos do SIMEPAR foram bastante reveladoras no tocante a identificação espacial de áreas com maiores densidades de descargas atmosféricas, ní- veis ceráunicos e picos de correntes para polaridades positiva e negativa. Tais informações poderão ser incorporadas ao planeja- mento da LIGHT no que tange a proteção das linhas de transmissão nas áreas identificadas como problemáticas em termos de riscos de danos físicos e operacionais ao sistema. A assimilação dos dados através do acompanhamen- to rotineiro de tais ocorrências de descargas atmosféricas na área de concessão da LIGHT, por conexão ao SIMEPAR através do software SisRaios, certamente permitirá, em fu- turo próximo, o enriquecimento do conhecimento apresen- tado neste relatório. VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ABDOULAEV, S., MARQUES, V. da S., PINHEIRO, F. 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Campinas. 2001. ���������� �� ������� ���������������������������������� 1139 Desenvolvimento de Condutores Compactos Aplicados a Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão E. B. Giudice,* – C. A. M. Nascimento – G. E. Guimarães – G. E. Braga – O.C. Filho – CEMIG J. O. S. Paulino – G. C. Miranda – A. Q. Bracarense – L. A. Costa - UFMG S. Ueda – Furukawa RESUMO Este trabalho representa os esforços para o desenvolvimentode um cabo condutor compacto, que foi desenvolvido a cus- tos reduzidos e com tecnologia alternativa, contando com a parceria entre CEMIG, FURUKAWA E UFMG. O objetivo principal foi reduzir as perdas elétricas e aumentar a eficiên- cia dos cabos aéreos para os sistemas de transmissão e subtransmissão da CEMIG. A preocupação inicial foi com a geometria dos fios, de forma a conceber um protótipo que correspondesse com os anseios técnicos/econômicos e que viesse a trazer benefícios e manter a confiabilidade. O projeto contou com uma série de verificações de campo e simulações mecânicas e elétricas em laboratório, através de ensaios espe- ciais em temperaturas elevadas de operação. Os resultados obtidos neste projeto de P&D serão apresentados, para de- monstrar os ganhos advindos do desenvolvimento do primei- ro cabo compacto brasileiro, destacando os principais pontos relevantes do projeto. PALAVRAS CHAVE Ampacidade, Condutor Compacto, Redução de Perdas. I. INTRODUÇÃO A crescente demanda de carregamento elétrico das Linhas Aéreas de Transmissão e Subtransmissão, associ- ado a necessidade de aproveitamento otimizado das faixas de servidão, motivou o estudo de um condutor de performance elevada e custos otimizados. Diante de um mercado com um amplo desenvolvimento de novas ligas e Este trabalho faz parte do programa de pesquisa e desenvolvimen- to ANEEL, ciclo 2000-2001, conduzido pela CEMIG, UFMG e FURUKAWA. Este desenvolvimento contou com a participação de uma grande equipe, dedicação e empenho dos professores da UFMG ( Prof. José Osvaldo Saldanha Paulino e-mail: josvaldo@eee.ufmg.br, Glássio Costa de Miranda – e-mail: glassio@cpdee.ufmg.br, Alexandre Queiroz Bracarense – e-mail: Queiroz@vesper.demec.ufmg.br. Este trabalho contou ainda com a colaboração da Superintendência de Expansão das Rede de Transmissão e Subtransmissão - ER., e com o total apoio da Gerência de Engenharia de Linhas de Transmissão e Subtransmissão – ERLT- CEMIG Este artigo foi elaborado pelos engenheiros: Edino Barbosa Giudice Filho (e-mail: edino@cemig.com.br) - (031) 3299 4256 e Carlos Alexandre Meireles Nascimento – e-mail: caxandre@cemig.com.br - (031) 3349 3382. Belo Horizonte, 30/07/2002. geometrias diversas, o emprego de condutores compactos [1] de alta performance, no sistema elétrico nacional, ainda são restritos. Sendo assim em um mercado cada vez mais exigente, torna-se necessário um melhor aproveitamento dos corredores das Linhas Aéreas de Transmissão e Dis- tribuição de Energia Elétrica. Neste sentido, o projeto con- centrou esforços em desenvolver um modelo de condutor compacto tradicional e em Liga de Alumínio Termorresistente [2], com características bem próximas do desejado ou seja um cabo condutor capaz de inserir um ganho quando comparado com os tradicionais, permitindo a sua operação em altas temperaturas com ganhos de car- regamento e redução de perdas, preservando as suas ca- racterísticas mecânicas e elétricas. II. OBJETIVO Desenvolver, com base no estado da arte, em parceria entre a CEMIG, Nexans (Ex-FURUKAWA do Brasil) e UFMG, um cabo condutor compacto, tradicional e em liga de alumínio termorresistente, a custos otimizados, que aten- dessem aos requisitos de um condutor compacto com de- sempenho elétrico e mecânico normalizado. III. DESENVOVIMENTO Após as visitas técnicas realizadas no início do proje- to a vários institutos de pesquisa e fabricantes, foram veri- ficados técnicas e processos de fabricação destes condu- tores compactos, que diante dos elevados custos do pro- cesso de fabricação observado, tornou-se um desafio pro- duzir um condutor compacto nacional com as característi- cas e performance que procurávamos. Os processos de fabricação observados no exteri- or, são complexos e compostos de várias etapas e má- quinas especiais dedicadas, o que confere uma alta efi- ciência dos modelos disponíveis no mercado a um altíssimo custo. Desta forma houve a necessidade de realizar estu- dos e adaptações nos processos de fabricação, confec- ções de ferramentas especiais e matrizes (fieiras) com for- mas trapezoidais dos fios da coroa interna como é mostra- do na Figura 1. Sendo assim foi incorporado ao processo �������������������!�#�$%%&1140 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � produtivo tradicional juntamente com ajustes na trançadeira e técnicas alternativas desenvolvidas para a concepção dos protótipos testados. Após uma série estudos [3,4], tentativas, adaptações de processo e ensaios, foram concebidos os condutores compactos de baixo custoonde a preocupação inicial foi com a geometria dos fios, de forma a conceber um protóti- po de condutor, que correspondesse com as premissas técnicas e financeiras de otimização. bem como trazer be- nefícios e confiabilidade ao setor elétrico. O projeto con- tou com uma série de verificações e análises mecânicas, elétricas e de campo, com o desenvolvimento de metodologia alternativa para realização de ensaios especi- ais em altas temperaturas. Foram realizados análises química, metalográfica, microdureza; ensaios de tração à ruptura dos fios; ensaios de tensão deformação do condutor, vibração eólica e ou- tros. Os ensaios especiais para a análise de Corona Visual, sob chuva e temperaturas até 150 C, foram realizados com equipamentos detectores de ruído direcionais e de visão noturna, caracterizando uma nova metodologia de testes. Os ensaios de ruído irradiado, conduzido e de campos ele- tromagnéticos foram realizados em espectros amplos de freqüências. Utilizando alguns dos dados construtivos do novo condutor desenvolvido, e trabalhando a temperaturas de projeto próximas de 150 °C, observa-se que estes cabos apresentam resistência elétrica igual aos cabos tradicio- nais, de mesmo diâmetro a 75 °C, o que lhes conferem uma melhor performance quanto a perdas e regulação. Estes resultados são apresentados no item seguinte através de tabelas, gráficos e alguns comentários. IV. RESULTADOS Mostraremos, de forma sintética, o resultado dos es- tudos e ensaios realizados, apresentando os pontos mais importantes observados. A. Ensaios Mecânicos Após a confecção dos primeiros de fios trapezoidais e a concepção dos primeiros protótipos de condutores compactos, uma série de estudos e ensaios foram realiza- dos. A análise metalográfica por microscopia ótica e eletrôncia da seção dos fios, a análise química, a microdureza e tração mecânica foram aprovados em todos os testes realizados. B. Ensaio de Tensão-Deformação do Cabo Condutor O ensaio de tensão-deformação foi realizado com o objetivo de analisar o comportamento do cabo condutor em diferentes solicitações. As figuras 2 e 3 mostram respectivamente, uma ban- cada de 12 m, um sistema hidráulico digital de carregamen- to de medição das cargas e a região do rompimento do condutor. A medição dos alongamentos foram feitos por relógio comparador. FIGURA 1- Ferramentas incorporadas ao processo FIGURA 2- máquina de ensaio de Tensão-deformação FIGURA 3 - Rompimento do Cabo O ensaio foi realizado conforme norma ABNT NBR 7302, apresentando resistência mecânica calculada (RMC) do condutor completo de 6.397 Kgf e da alma da aço de 3.940 Kgf, de acordo com norma ASTM para condutor tra- dicional [5]. O ensaio mostrou que cabo condutor compac- to tem desempenho, sob o ponto de vista de resistência mecânica superior ao condutor tradicional. C. Ensaios Elétricos - Análise do Efeito Corona e RIV nos protótipos A Figura 4 mostra os resultados obtidos em laborató- rio. Os valores obtidos nesta medição foram bem abaixo do esperado para este tipo de condutor, esperava-se o início de corona entorno de 120kV, mas as medições apresenta- ram o joelho de RIV em torno de 90kV, devido à caracterís- tica física do condutor utilizado. Devido ao processo de ������������ ������� ���������������������������������� 1141 fabricação otimizado, algumas ranhuras foram observadas em sua superfície, o que levou a valores de início de corona a valores inferiores aos normalmente encontrados em me- dições de laboratório, sendo que, apesar disso, o condutor foi considerado em condições normais de uso.[6,7,8,9 e 10] FIGURA 4 – variação riv (db x kv) D. Obtenção do Corona Visual Especial – Temperaturas elevadas As Figuras 5 e 6 mostram os ensaios especiais realiza- dos em laboratório. FIGURA 5- Condutor no Centro da Gaiola -Cabana FIGURA 6 – Equipamento Visão Noturna A Tabela I apresenta os valores de tensão de início do corona (kV) para o circuito de corona especial TABELA 1 Tensão de Início de Corona (kV) 24 oC 35 oC 100 oC Esfera 35 Normal 43 44 39 Gota D’água 29 23 23 Na configuração normal, ou seja, o condutor centrado na gaiola, em uma configuração coaxial, foram feitas medições em três valores de corrente tais como: corrente zero , 200A (correspondente a 30-35 oC) e 600 A (correspondente a 80-100 oC). A Tabela II apresenta a variação de temperatura na superfície do condutor para alguns valores de corrente, e o tempo no qual a corrente foi aplicada ao condutor. Com a aplicação de água no condutor, em forma de gotejamento controlado, mostrado nas Figuras 7 e 8, nota- se que as tensões de início de corona são bem menores, variando sensivelmente com a temperatura do condutor. As gotas de água são maiores que a esfera utilizada anterior- mente, levando a tensões de início de corona menores que as anteriormente medidas. Com o condutor quente, ocorre a evaporação da água, o que leva a tensões abaixo de 23kV. TABELA 2 Relação Corrente x Temperatura Corrente (A) Temperatura (oC) Tempo (min) 0 23 8 23 15 50 24 20 100 26 20 200 30-35 20 400 50-65 20 600 88-100 20 800 135-150 20 FIGURA 7 - Comparação do Início de Corona Comum As diferenças nos valores da tensão de início de corona para os condutores a quente foram mínimas com campo não- uniforme, mesmo para temperaturas muito elevadas. As tensões de início de corona sob chuva, neste caso de gotejamento controlado, mostraram-se menores, como já era esperado, tanto para os campos uniforme quanto não-uniforme. As tensões de início de corona sob chuva a quente, mostraram diferenças mínimas, dentro do erro de medição do sistema utilizado, tanto para campos unifor- mes quanto não-uniformes. FIGURA 8 - Comparação do Início de Corona com Gota �������������������!�#�$%%&1142 � �� � �� �� �� � � � � � � �� �� � �� �� �� � As tensões de início de corona para o condutor com- pacto, foram menores que aquelas obtidas para o condutor LINNET tradicional. Já as tensões de início de corona para o condutor compacto liga TAL foram muito menores que as tensões obtidas para os outros condutores, valores estes, a princípio, creditados a ranhuras apresentadas pelo mesmo. E. Medições de Campo eletromagnético 5Hz – 3GHz medições de ruído e campo eletromagnético. As Figuras de 9 a 11 mostram as medições de ruído conduzido, ruído irradiado e campo elétrico, na configura- ção de cabo monofásico próximo das condições encontra- das em uma linha real serão obtidas somente com aplica- ção de tensão, devido aos resultados encontrados com os condutores a quente na tensão de início de corona – o comportamento dos mesmos é previsível, podendo ser ana- lisado somente os valores de medição obtidos com a apli- cação de tensões variando de zero a 200kV. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 50 100 150 200 250 Tensão (kV) R u íd o (d B) 400kHz 900kHz 1MHz 4MHz FIGURA 9 – Ruído conduzido (dB) -9kHz – 30MHz 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 50 100 150 200 250 Tensão (kV) R u íd o (d B) 30MHz 45MHz 75MHz 155MHz FIGURA 10 – Ruído Irradiado (dB) 30MHz – 3GHz 0,000 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 P6 P7 Tensão (kV) E (kV /m ) FIGURA 11 – Campo Elétrico 5Hz-30kHz F. LT Experimental e Medição de Vibração Na Figura 12 é apresentado os resultados das medi- ções de vibração eólicas comparando o novo modelo de condutor compacto desenvolvido com cabos tradicionais de mesma bitola instaladas em LT Experimental. O nível de vibração eólica medido nos equipamentos, apresentou va- lores muito baixos, em termos de amplitude de vibração, nos condutores da LT. A vida útil estimada dos conduto- res é muito elevada devido ao nível de vibração medido nos equipamentos Pavica. 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 4 5 0 5 0 0 0 2 5 5 0 7 5 1 0 0 Fr e q u e n c ia ( H z ) A m p lit u de (m ic ro TL in n e t L im ite E PRI L in n e t FIGURA 12 – Amplitude máxima por classe de freqüência G. Propriedades dos Novos Condutores Compactos Na Tabela III são apresentados algumas das proprie- dades elétricas dos condutores compactos desenvolvidos, Cabo Compacto em Alumínio 1350 ( CC) e o Cabo Compac- to em Liga de Alumínio Termorresistente ( C TAL). TABELA 3 Relação Corrente x Temperatura Cód.RESISTÊNCIA C.A.(Ohm/km)REAT.INDUT.(Ohm/km) 75 oC 90 oC 125 oC 150 oC C. C 0,1702 0,1786 0,1983 0,2113 0,2740 C. TAL 0,1724 0,1810 0,2010 0,2141 0,2740 H. Perdas e Regulação Com os condutores compactos TAL trabalhando a uma temperatura de Projeto de 150 ºC obteve uma Resis- tência Elétrica CA igual ao Linnet Tradicional a 75 ºC. Al- guns valores comparativos são apresentados para uma rá- pida avaliação de Perdas e Regulação: •Linnet Tradicional a 75 ºC: 0.20773 Ù/ km •Linnet TAL a 75 ºC: 0.21154 Ù/ km •Linnet TAL a 150 ºC: 0.2700 Ù/ km •Linnet TAL Compacto a 150 ºC: 0.21419 Ù/ km Com base nestes valores fizemos uma breve simula- ção das possíveis perdas e regulação, conforme o exemplo a seguir: LT com 100MVA –75 ºC e 50 km utilizando : •Linnet Tradicional: Perdas: 6.50 % // Regulação: 12.15 % •Linnet TAL : Perdas: 6.85 % // Regulação: 12.54 % •Linnet TAL compacto : Perdas: 5.47 % // Regulação: 11.01 % ���������� �� ������� ���������������������������������� 1143 V. ANÁLISE ECONÔMICA SIMPLIFICADA Observa-se que para distâncias maiores do que 50 Km e dependendo do carregamento requerido, deve-se atuar na compensação regulação de tensão. Os ganhos computados comparando o condutor tradicional Al 1350 a 75oC Linnet e a liga TAL, Liga de Alumínio Termorresistente - Linnet, trabalhando à temperaturas acima de 120oC, já subtraídas as perdas, é em torno de aproximadamente 40 MW. Com o desenvolvimento da geometria compacta aplicada aos condutores tradicionais e à liga TAL, consegui-se através da redução da resistên- cia elétrica, mostrada na Tabela III, é possível alcançar distâncias maiores e/ou a redução das perdas elétricas, melhorando também a regulação. Fazendo uma estimativa para cada MWh transmiti- do por mês, computada uma tarifa média entre compra e venda na faixa aproximada de R$ 5.256,00, verifica-se que um ponto ótimo de aplicação do novo modelo de condu- tor compacto desenvolvido. Desta forma fizemos uma bre- ve avaliação econômica, comparando a evolução alcançada com o desenvolvimento da geometria compac- ta, aplicado a uma Linha de Transmissão com carrega- mento de 100 MVA, temperatura de projeto de 75 ºC e comprimento de 50 km obtendo os valores quantificados para as perdas conforme é mostrado abaixo: • Linnet Tradicional: 100 MVA x R$ 5.256,00 = R$ 525. 600,00 – ( Perdas de R$ 34.164,00) • Linnet TAL: 100 MVA x R$ 5.256,00 = R$ 525. 600,00 – ( Perdas de R$ 36.003,60) • Linnet TAL compacto : 100 MVA x R$ 5.256,00 = R$ 525. 600,00 – ( Perdas de R$ 28.750,32) VI. CONCLUSÕES No desenvolvimento construtivo da superfície exter- na foi observado uma melhora no perfil de troca de calor e espera-se uma diminuição do
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