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Transmissao_de_Energia_Eletrica

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Aprimoramento de um Sistema de Informações
Geográficas a partir do Desenvolvimento de
Metodologia para Cadastro de Equipamentos de
Subestações e Linhas de Subtransmissão
A. G. Leal, EPUSP/ PEA/ GAGTD; J. A. Jardini, EPUSP/ PEA/ GAGTD; L. C. Magrini, EPUSP/ PEA/
GAGTD; M. Massuda, EPUSP/ PEA/ GAGTD; M. G. M. Jardini, EPUSP/ PEA/ GAGTD;
H. K. Kiyohara, EPUSP/ PEA/ GAGTD; P. R. L. Silva, EPUSP/ PEA/ GAGTD;
F. T. Fujimoto, Eletropaulo1
RESUMO
Este projeto tem como objetivo complementar a base GIS da
Eletropaulo com respeito a parte de equipamentos de
subestações, linhas de subtransmissão, inspeções de equipa-
mentos de subestações, bem como aplicativos tais como cál-
culo de fluxo de potência, cálculo de curto-circuito, análise de
contingências. Estando ao final do primeiro ciclo, o sistema
estará totalmente desenvolvido ao final do segundo ano e
permitirá a gestão da manutenção dos equipamentos, bem
como suprirá as necessidades dos departamentos de opera-
ção, engenharia e manutenção.
PALAVRAS-CHAVE
Gestão de linhas de transmissão, Equipamentos de
Subestações, Gestão de Inspeções de Equipamentos GIS, Sis-
tema de Informações Geográficas, Banco de Dados Relacional,
Equipamentos Georeferenciados.
1
 A. G. Leal (Pesquisador), MSc e trabalha no EPUSP/ PEA/
GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (leal@pea.usp.br);
J. A. Jardini (Coordenador do projeto), Prof. Dr. Titular da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo/ Departamento de
Engenharia de Energia e Automação Elétricas da USP/ GAGTD
(jardini@pea.usp.br);
L. C. Magrini (Pesquisador), PhD e trabalha no EPUSP/ PEA/
GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (magrini@pea.usp.br);
M. G. M. Jardini (Pesquisador), MSc e trabalha no EPUSP/ PEA/
GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (mjardini@pea.usp.br).
M. Masuda (Pesquisador), BSc e trabalha no EPUSP/ PEA/
GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (masuda@pea.usp.br).
H. K. Kiyohara (Pesquisador), MSc e trabalha no EPUSP/ PEA/
GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (kiyohara@engineer.com);
P. R. L. Silva (Pesquisadora), BSc e trabalha no EPUSP/ PEA/
GAGTD – Grupo de Automação da Geração, Transmissão e
Distribuição de Energia (parodrigues@hotmail.com);
Fabio Tamio Fujimoto (Gerente do Projeto) trabalha na
Eletropaulo Metropolitana (fabiof@eletropaulo.com.br).
 I. INTRODUÇÃO
A evolução dos sistemas de informação possibilita o
controle mais apurado dos equipamentos de subestações
e linhas de subtransmissão, permitindo que a manutenção
passe a ser vinculada às exigências operativas ao invés da
antiga metodologia baseada em tempo decorrido.
Por outro lado, existe uma tendência dos departamen-
tos das empresas promoverem soluções pontuais que aten-
dem apenas ao seu interesse imediato, o que motiva o apa-
recimento de ilhas de informações e até mesmo o arquiva-
mento de dados redundantes e com periodicidade de atua-
lizações não sincronizadas.
Além disso, a reestruturação pela qual passou o sis-
tema elétrico brasileiro obrigou o desmembramento de em-
presas e desagregação de equipes propiciando a perda de
know-how e da documentação dos equipamentos das
subestações e de linhas de subtransmissão [1].
A Eletropaulo Metropolitana conta hoje com um ati-
vo composto de 180 subestações que alimentam 1638 cir-
cuitos primários, através de 1500 km de circuitos de
subtransmissão aérea contendo 5600 suportes e 170 km de
circuitos de subtransmissão subterrâneos.
Tendo em vista estes aspectos, torna-se necessária a
reformulação dos sistemas de informação de forma a unificar
os dados necessários à operação, manutenção e engenharia.
Devido à evolução da empresa, uma estratégia de maior
abrangência tomou corpo e foi implementado um Sistema
de Informações GIS da empresa Miner-Miner. Entretanto, a
modelagem original não atendia as necessidades da
Eletropaulo no quesito de subestações e linhas de
subtransmissão.
Todavia, este projeto de P&D atenderia plenamente
as necessidades da empresa, em uma base de dados
relacional georeferenciada em Oracle. Portanto, era natural
que este projeto tenha sido redirecionado para se tornar
parte integrante do GIS da empresa, complementando e
melhorando o modelo original.
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Graças à tecnologia moderna, também foi possível
neste projeto de P&D implementar em paralelo o desenvol-
vimento de uma metodologia baseada em equipamentos
portáteis (hand-held computers) que apresenta o roteiro
de inspeção/manutenção adequado ao tipo de equipamen-
to e cadastra os resultados da inspeção/ensaios e manu-
tenções dos equipamentos em campo.
 II. SISTEMA GIS CORPORATIVO
GIS é um conjunto de equipamentos e programas que,
por meio de uma metodologia, integra dados, pessoas e
instituições, tornando possível a coleta, o armazenamento,
o processamento, a análise e a disponibilização de infor-
mações georeferenciadas. Visando com isto uma maior se-
gurança, confiabilidade, simplicidade de uso e agilidade
no monitoramento, planejamento e tomada de decisões re-
lativas ao espaço geográfico.
Atualmente a tecnologia do ARC/INFO-8 está sendo
utilizada na Eletropaulo. Esta utiliza um modelo de dados
orientado-a-objetos para organizar a geoinformação e um
banco de dados relacional (Oracle) como repositório de
dados. O conceito central do ARC/INFO-8 é “geodatabase”,
um banco de dados relacional que contém objetos geográ-
ficos e compõe uma estrutura hierárquica [2].
Em um “geodatabase”, os dados geográficos são
manipulados de forma muito semelhante aos dados admi-
nistrativos convencionais. Cada tipo de dado geográfico
corresponde a uma tabela diferente do banco de dados e
cada entidade é armazenada como uma linha desta tabela
(incluindo suas coordenadas). Através de regras de relaci-
onamento entre diferentes entidades, podem-se represen-
tar elementos mais complexos como mapas e redes [2].
O ARC/INFO-8 tem três novos módulos: ArcMap
(visualização e apresentação de dados, como o ARC/VIEW),
ArcCatalog (para modelagem de dados) e ArcToolbox (para
operações, essencialmente uma interface amigável para os
antigos módulos ARC/EDIT e ARC/PLOT). No entanto, es-
tes módulos estão disponíveis apenas em ambiente
Windows NT e sua linguagem de programação é Visual Basic.
A ESRI ainda não possui suporte para usuários UNIX [2].
O mapeamento completo de toda a rede aérea e sub-
terrânea de distribuição e subtransmissão de energia elé-
trica da AES Eletropaulo está totalmente integrado em um
banco de dados implantado com tecnologia GIS (Sistema
de Informações Geográficas). Para isto foram convertidos
os dados cadastrais da rede de distribuição aérea para o
sistema GIS, que está substituindo o sistema GRADE utili-
zado pela empresa há 16 anos.
Em 2004, esta base conterá todas as informações
cadastrais dos ativos elétricos geograficamente dispersos,
permitindo a sua gestão num ambiente integrado e amigá-
vel. A grande vantagem do sistema está na facilidade de
manuseio, na sua versatilidade e na rapidez para efetuar
análises.
 III. METODOLOGIA EMPREGADA
Para atingir o objetivo proposto, foi necessário desen-
volver uma metodologia para cadastro georeferenciado dos
equipamentos de subestações de distribuição de energia e
de linhas de subtransmissão, bem como um modelo de um
banco de dados relacionalde um sistema de informação.
Também foi desenvolvida uma metodologia para me-
dição das coordenadas UTM das linhas de subtransmissão
e para levantamento das características elétricas e mecâni-
cas das torres das linhas de subtransmissão da área de
concessão e arredores, tais como faixas de passagens e
interferências nas proximidades.
Essa metodologia prevê o levantamento das partes
constituintes de cada torre, tais como: pernas, corpo, ca-
beça, tipo de isolador, tipo de bundle, cabo, altura em rela-
ção ao solo, catenária, etc.
Com respeito ao cadastramento georeferenciado dos
equipamentos de subestações, foi inicialmente previsto que
estes também possuiriam coordenadas UTM. Entretanto,
devido a grande quantidade de equipamentos, os quais
acabariam sendo mostrados no sistema de informações
escolhido segundo o representante da ESRI no Brasil, acar-
retaria em enorme lentidão no sistema. Portando é decisão
da concessionária que os equipamentos estejam vincula-
dos à subestação.
Este vínculo obedece a um modelo de dados relacional
de forma que consiga abranger os diferentes tipos de ar-
ranjos atualmente existentes na empresa e sua
conectividade. Essa metodologia prevê a utilização de iPaqs
para armazenamento do roteiro de inspeção e coleta de
informações que posteriormente são transferidas ao siste-
ma corporativo.
 IV. DETALHES DA MODELAGEM
Para armazenar ao nível de concessionária essas in-
formações, foi concebida uma base de dados para
disponibilizar esses dados, bem como prover meios para
armazenamento das inspeções, ensaios, testes e medições
coletadas. Essas informações ficam disponíveis para toda
a empresa através da Intranet e do sistema de informações
geográficas já em desenvolvimento. Esta base de dados
foi desenvolvida a partir de um modelo de dados relacional
envolvendo os módulos de:
• Interfaces de Cadastro de Instalações no GIS;
• Cadastro de Linhas Aéreas;
• Cadastro de Linhas Subterrâneas;
• Análise de Óleo;
• Serviços;
• Inspeções de Subestações;
• Inspeções de Linhas.
Para validar a metodologia e o modelo de dados, fo-
ram efetuados o levantamento de dados e o cadastramento
de um piloto representativo dos vários tipos de equipa-
mentos em operação. Dessa forma, foram escolhidas linhas
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de subtransmissão aéreas e subterrâneas, bem como
subestações de distribuição (ETD) que contemplam arran-
jos típicos dentro da empresa.
Com base no modelo validado, foi aprimorado o Siste-
ma GIS da ESRI comprado pela Eletropaulo. O modelo de
dados relacional desenvolvido e validado foi convertido
para um modelo orientado-a-objetos de forma a se integrar
com o modelo original da Miner-Miner/ESRI. Este sistema
permite a criação de Aplicativos gráficos e tabulares pos-
sibilitando a consulta e modificação das informações dos
equipamentos e linhas de subtransmissão, bem como con-
sultas complexas.
Desta forma, durante o segundo ciclo deste projeto,
será feita a integração com aplicativos técnicos que estão
na fase de especificação. Os módulos atualmente em análi-
se são os de cálculos elétricos, tais como:
• Cálculo de Fluxo de Potência;
• Cálculos de Curto Circuitos;
• Análise de Contingência.
 V. METODOLOGIA NO CADASTRO
PILOTO DE EQUIPAMENTOS
Esta seção tem o objetivo de abordar sumariamente, a
metodologia utilizada no processo de cadastramento de
equipamentos e suas respectivas inspeções de subestações
e de linhas de subtransmissão.
O processo de cadastramento, segundo o modelo de
dados desenvolvido, consiste nas seguintes etapas:
• Levantamento dos Domínios do Sistema – Esta etapa de-
verá ser feita uma única vez, visto que a princípio estes
Domínios praticamente não sofrerão modificação durante
a vida útil do sistema. Estes identificadores consistem nos
tipos de equipamentos existentes e tipos de mecanismos
ou tecnologias utilizadas em sua operação. As etapas
posteriores serão necessárias sempre que for efetuada a
construção ou cadastro de uma nova subestação;
• Cadastramento dos Dados de Padrões de Equipamentos
– Antes de inserir um equipamento no banco de dados,
é fundamental que o padrão deste já tenha sido cadas-
trado no banco de dados. O objetivo da existência de
padrões é o de evitar que, ao se cadastrar um equipa-
mento, tenha que se digitar inúmeras vezes parâmetros
que são comuns a outros existentes na subestação. Por
exemplo chaves, disjuntores, TCs e TPs;
• Cadastramento dos Equipamentos – Nesta etapa deverá
ser realizado o cadastramento dos equipamentos existen-
tes na subestação a partir de dados do SIMEL ou outras
fontes existentes em meio físico ou digital. Os equipamen-
tos são identificados através do número patrimonial (NGE)
e o seu padrão (modelo). Todos estes dados são confir-
mados com os manuais existentes dos equipamentos, bem
como através de verificações em campo;
• Cadastramento das Instalações - Considera-se uma insta-
lação como um conjunto de equipamentos que estão
conectados em um determinado tipo de ligação. Portanto,
são cadastrados os números patrimoniais dos equipamen-
tos que fazem parte desta instalação, bem como outros
atributos próprios das instalações. Sendo que cada Insta-
lação possui um Identificador único na empresa;
• Cadastramento da Topologia da Subestação – A partir
do diagrama unifilar completo da subestação, é cadas-
trada a conectividade entre as instalações existentes;
• Levantamento em Campo dos Dados de Equipamentos -
Em campo são conferidos os dados obtidos nas fases
anteriores. Também são complementados os dados de ins-
talações e equipamentos que não puderam ser obtidos a
partir dos documentos e sistemas disponíveis;
• Cadastramento da Linha de Subtransmissão – Este ca-
dastro também se consiste de duas fases, uma que é
feita com os perfis para o cadastro dos dados gerais da
linha de subtransmissão e seus suportes e outra em cam-
po para o levantamento de sua posição georeferenciada
e confirmação dos dados obtidos de documentos.
VI. METODOLOGIA GERAL PARA COLETA DE
COORDENADAS
A metodologia para levantamento dos pontos pode
ser descrita da seguinte forma:
• O levantamento no campo foi realizado no dia 7 de março
de 2003, pelo período da tarde;
• Feito um desenho esquemático da subestação, os pon-
tos foram escolhidos e, com auxílio do receptor GPS, suas
coordenadas foram adquiridas. Este procedimento visa
adquirir, a cada segundo de tempo, uma posição de lati-
tude e longitude. Adquiriu-se por ponto, uma média de
20 posições de coordenadas;
• Com as coordenadas dos pontos armazenadas no recep-
tor GPS, e logo após o retorno ao escritório, esses dados
foram transferidos para um programa chamado Pathfinder
Office – software esse que acompanha o GPS Trimble
comercializado pela Santiago & Cintra;
• Com os dados no microcomputador, um arquivo foi utili-
zado para se realizar a correção diferencial das coorde-
nadas medidas; arquivo obtido no site da Santiago &
Cintra. A correção diferencial executada pelo programa
faz uso do método MMQ (Mínimo Múltiplo Quadrado).
Basicamente, esse arquivo contém nada mais do que as
“n” coordenadas das posições de um ponto já conhecido
e muito preciso na cidade de São Paulo, onde é mantido
um GPS de alta precisão adquirindo intermitentemente (nes-
se passo é importante que a data e o horário deste arquivo
base seja coerente com o arquivo adquirido);
• A correção diferencial é então realizada e logo em segui-
da, também fazendo uso do software é realizada a con-
versão para o sistema de coordenadas UTM.
Como a maior parte dos equipamentos está abrigada nas
subestações pilotos, adotou-se um dos seguintes métodos
para a aquisição das coordenadas destes equipamentos:
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• Quando do equipamento não abrigado– exposto ao tem-
po. A aquisição de sua coordenada é realizada com auxí-
lio do receptor GPS e é de fácil obtenção salvo possíveis
dificuldades relatadas na seção VII. O receptor é levado
até o equipamento e então adquirida a coordenada pela
triangulação de quatro ou mais satélites.
• Quando do equipamento abrigado – dentro de uma
subestação ou construção. Por motivo de impossibilida-
de total de aquisição das coordenadas fazendo uso do
receptor GPS, um ponto é coletado e transformado para
o sistema de coordenadas UTM. A distância em metros
é obtida do equipamento em estudo até esse ponto cuja
coordenada foi coletada; onde então será somada (ou
subtraída dependendo da localização), obtendo assim a
sua localização.
 VII. DIFICULDADES ENCONTRADAS
A. Dificuldades para a Criação do Modelo de Dados
Dentre todas as dificuldades encontradas, a que demandou
mais tempo foi a definição dos atributos que seriam
armazenados na base de dados. Foram realizadas 38 reuniões
com diferentes grupos de futuros usuários do sistema, de
modo a levantar as diferentes necessidades. Essas reuniões
envolveram funcionários da Eletropaulo das áreas de linhas
aéreas de subtransmissão, manutenção de equipamentos de
subestações, em particular relés de proteção, além de
contatos com a equipe responsável pelo desenvolvimento
do sistema GIS da empresa. Das dificuldades encontradas
durante a consolidação de todos os atributos a serem
considerados na base de dados, se sobressaíram:
• Grande quantidade e diversidade de pontos de vista dos
usuários envolvidos;
• Variação nas terminologias utilizadas por fabricantes de
equipamentos em épocas distintas;
• Dificuldade de se reunir os manuais contendo as
especificações técnicas dos equipamentos;
• Enorme quantidade de atributos (2695) e de Entidades/
Tabelas (223).
B. Dificuldades para a coleta de dados de Equipamentos
Dentre as dificuldades encontradas durante o levan-
tamento de dados dos equipamentos e instalações de
subestações e torres de subtransmissão, destacaram-se as
seguintes:
• Disponibilidade em meio físico ou magnético dos manu-
ais de equipamentos que estavam em operação a mais de
40 anos;
• Dificuldade de acesso aos dados de placa do equipa-
mento devido ao fato de estarem energizados ou em lo-
cais inacessíveis (ex: TPs e TCs).
C. Dificuldades para a coleta de dados georeferenciados
A figura 1 mostra um desenho esquemático da ETD
Canaã. Entre as dificuldades encontradas no levantamen-
to de dados georeferenciados desta subestação, podem-
se ressaltar:
• Na ETD Canaã, as construções vizinhas possuem muros
altos o que dificulta ou impossibilita a aquisição das
coordenadas geográficas;
• Os pontos referentes aos dois disjuntores de entrada da
subestação, CAA3 e CAA4, e ainda os bays ou cubículos
estão internos aos prédios 1 e 2. Neste caso a aquisição
das coordenadas só é possível se feita externamente ao
prédio com a adição da distância aferida manualmente com
fita métrica – metodologia descrita na seção VI;
• Ainda sim, as coordenadas dos pontos conseguidas fo-
ram feitas com auxílio de tripé e haste prolongadora que
eleva a altura da antena (para 2,5 metros) para que um
mínimo de quatro satélites possa ser visualizado e a ge-
ometria formada pelos satélites deixe de ser insuficiente;
• O receptor GPS utilizado foi o “GEOExplorer II” da
TRIMBLE, que oferece uma medição (sem o método DGPS
– Diferencial o que se chegaria numa precisão submétrica)
com um erro de até quatro metros;
• A metodologia de se obter a distância manualmente tam-
bém oferece um erro que será, intrinsecamente somado
àquele obtido com o receptor GPS;
 VIII. BASE DE DADOS DO HAND-HELD
O aplicativo de front-end criado para facilitar o
cadastramento das inspeções em equipamentos está sen-
do desenvolvido com o eMbedded Visual Basic 3.0. O de-
senvolvimento deste aplicativo também poderia ter sido
em MS Visual Studio .NET 2003. Este front-end acessa a
base de dados Oracle Lite através do Oracle Lite database
ActiveX Data Objects for Windows CE. Esta decisão de
ferramentas foi tomada pela Eletropaulo, pois ao se progra-
mar para Windows CE simplifica o desenvolvimento e a
manutenção tanto para desenvolvedores experientes como
para novatos, uma vez que as ferramentas são similares às
já conhecidas do universo Windows 9x/NT/2000/XP, e não
será necessário re-aprender a programar nelas.
FIGURA 1 Desenho Esquemático da ETD Canaã
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Em termos técnicos, a adoção de um equipamento Palm
OS ou Pocket PC seria possível dentro deste projeto. En-
tretanto, considera-se mais adequado o sistema operacio-
nal Pocket PC da Microsoft, devido às seguintes razões:
• Facilidade no desenvolvimento e manutenção de
aplicativos - como a idéia da Microsoft é que o Pocket PC
seja uma versão reduzida de um desktop, os aplicativos
criados em VB seriam reutilizáveis também no Pocket PC.
• Ferramentas mais populares - o VB já é um produto ampla-
mente conhecido no mercado, com muitos programado-
res experientes. No caso do Palm, as ferramentas são me-
nos conhecidas e há poucos programadores no mercado.
• Estimou-se que o hand-held a ser utilizado deveria ter pelo
menos 4M de memória RAM disponível. Tendo como esti-
mativa 380K para o gerenciador do banco de dados Oracle
Lite, 100k para o sistema operacional no caso do Palm, 2M
para os dados e 1M para o aplicativo. Chegou-se ao tama-
nho aproximado de 2M para o banco de dados no Hand-
Held, considerando que as tabelas de domínio tenham em
média de 10 linhas e as outras tabelas tenham em média 200
linhas cada uma. Imagina-se que este seja o cenário típico
de um dia de inspeções. Caso fossemos utilizar Palm OS, o
Palm Zire deveria ser desconsiderado da lista de candida-
tos por apresentar memória insuficiente.
Conforme podemos ver na figura 2, a base de dados
do Pocket PC será sincronizada através do Mobile Sync,
que fica instalado no Pocket PC, com a base de dados do
Mobile Server. Uma vez sincronizados os dados das inspe-
ções com o Mobile Server, a figura 2 mostra um esquemático
no qual existirá um programa para exportar os dados das
inspeções para o GIS. O Oracle Lite (Mobile Server e Mobi-
le Server Database) será instalado em uma plataforma
Windows, ao invés de tudo dentro do ambiente UNIX,
devido ao ArcObjects atualmente não ser compatível com
este sistema operacional. A partir desse repositório será
disparada uma trigger que acionará o aplicativo de expor-
tação o qual irá inserir os novos dados de inspeções para
o banco corporativo GIS, que está em ambiente UNIX.
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Aplicativo de Interface
para Cadastro de
Inspeções
Oracle Lite
Mobile Sync
Module
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Repositório do
Mobile Server
(Oracle 8.1.7)
Programa
Importador
Programa
Exportador
Mobile
Server 5.0.2
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Ambiente GIS
FIGURA 2 Sincronização do Oracle Lite com o Mobile Server Repository
Desta forma, podemos observar a seguinte seqüência
de eventos:
1. O usuário coloca o Pocket PC 2002 no berço para a sin-
cronização com o Mobile Server;
2. O usuário seleciona as instalações e/ou subestações que
deverão ser inspecionadas no dia;
3. Haverá a transferência de dados utilizando o Mobile Sync
para o Oracle Lite do Pocket;
4. O usuário irá a campo e preencherá os resultados das ins-
peções através de um aplicativo (eMbedded Visual Basic
3.0 + Oracle Lite database ActiveX Data Objects for WinCE);
5. Ao retornar para a Base, o usuário irá descarregar os
dados coletados para o Mobile Server Repository atra-
vés do Mobile Sync;
6. Após a sincronização dos dados, será acionado o pro-
grama de exportação que fará a leitura dos dados
coletados no Mobile Server e os exportará para o GIS
através de ArcObjects;
7. Uma vez concluído, os dados coletados poderãoconti-
nuar no Hand-Held ou poderão ser deletados. Os dados
das inspeções que já foram descarregados terão acesso
somente de leitura no pocket. Os dados de inspeções
não poderão ser alterados no GIS, e portanto, não have-
rá necessidade de um programa que os exporte do GIS
para o Oracle Lite. Entretanto, haverá a necessidade de
um programa que exporte os dados referentes aos equi-
pamentos e outros atributos necessários às inspeções
para o Mobile Server Repository.
 IX. SUMÁRIO FINAL
Como visto, o trabalho integrou a criação do Sistema
GIS da Eletropaulo de forma a complementar o Sistema de
Informações em desenvolvimento, para evoluir e acelerar o
processo de decisões na gestão da manutenção, gerencia
e manutenção da empresa.
Atualmente, o poder da informação é indiscutível. Os
sistemas GIS permitem, aliados a uma correta utilização
desta tecnologia, a obtenção resultados melhores na ges-
tão da empresa como um todo. Visto que é uma metodologia
que permite, o uso da informação de forma rápida e flexível
para atender diferentes objetivos pelo modo de sua apre-
sentação georeferenciada (ou mapeada).
Atualmente, o Sistema GIS da Eletropaulo conta, como
resultado do primeiro ciclo deste projeto de pesquisa e
desenvolvimento, com os seguintes módulos no GIS:
• Linhas de Subtransmissão Aérea;
• Linhas de Subtransmissão Subterrânea;
• Torres de Subtransmissão;
• Equipamentos de Subestações;
• Relés de Proteção;
• Análise de Óleo;
• Inspeções de Instalações de Subestações;
• Inspeções de Linhas de Subtransmissão;
• Ensaios de Equipamentos Instalados.
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Bem como, os módulos de coleta de dados de inspe-
ções e ensaios de equipamentos de subestações e Linhas
de Subtransmissão em Pocket PC.
 X. BIBLIOGRAFIA
[1] JARDINI, Jose Antonio; JARDINI, Mauricio George Miguel;
SCHMIDT, Hernán Prietro; MAGRINI, Luiz Carlos.
Information System for Management of Generating Plants
and Transmission Lines. In: T & D 2002, 2002, São Paulo.
2002.
[2] Gilberto Câmara, “Arc/Info e o Futuro do GIS”,InfoGeo, 10,
nov/dez 2000. http://www.dpi.inpe.br/gilberto/infogeo/
infogeo10.pdf
 XI. BIOGRAFIA
Adriano Galindo Leal, nascido em São Paulo, Brasil, em 19 de
setembro de 1971. Graduado pela Escola Politécnica da Uni-
versidade de São Paulo em 1996 (Engenharia Elétrica com
ênfase em Energia e Automação). Recebeu pela mesma insti-
tuição título de MSc em 1999. Atualmente cursa pós-gradua-
ção a nível de Doutorado pelo PEA (Departamento de Enge-
nharia de Energia e Automação Elétricas) da Escola Politénica
da Universidade de São Paulo e trabalha como Engenheiro
Pesquisador no GAGTD (Grupo da Automação da Geração,
Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) do PEA da
EPUSP.
José Antonio Jardini, nasceu em 27 de março de 1941, formado
em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP
(EPUSP) em 1963. Mestre em 1970, Doutor em 1973, Livre
Docente/ Prof Associado em 1991 e Professor Titular em
1999 todos pela EPUSP Departamento de engenharia de Energia
e Automação Elétricas (PEA). Trabalhou de 1964 a 91 na
Themag Eng. Ltda atuando na área de estudos de sistemas de
potência, projetos de linhas e automação. Atualmente é pro-
fessor da escola Politécnica da USP do Departamento de En-
genharia de Energia e Automação Elétricas onde leciona disci-
plinas de Automação da Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica. Foi representante do Brasil no SC38 da
CIGRE, é membro da CIGRE, Fellow Member do IEEE, e
Distinguished Lecturer do IAS/IEEE.
Luiz Carlos Magrini nascido em São Paulo, Brasil, 3 de Maio de
1954. Graduado pela Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo em 1977 (Engenharia Elétrica). Recebeu pela mes-
ma instituição o título de MSc e PhD em 1995 e 1999, res-
pectivamente. Trabalhou por 17 anos na Empresa Themag
Engenharia Ltda. Atualmente, além de Professor de Universi-
dades faz parte, como pesquisador/ coordenador de Projetos do
Grupo GAGTD na Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo.
Mario Masuda, nascido a 25 de junho de 1948 em Tupã, São
Paulo, Brasil. Formado em Engenharia Elétrica pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) em 1973.
Trabalhou de 1973 a 91 na Themag Eng. Ltda atuando na área
de estudos de sistemas de potência e estudos e projetos de
linhas. Trabalhou de 1991 a 1997 como autônomo executan-
do projetos, supervisionando e ministrando curso de instala-
ção de cabos de fibras ópticas em Linhas de Transmissão
(OPGW). De 1997 a 2002 trabalhou na Furukawa Empreendi-
mentos e Construções Ltda em projetos, supervisão e instala-
ção de cabos de fibras ópticas em linhas de transmissão
(OPGW). Atualmente trabalha como pesquisador pelo grupo
GAGTD na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Mauricio George Miguel Jardini, nascido em São Paulo, Brasil,
18 de outubro 1971. Graduado em Engenharia Elétrica pela
Escola da Engenharia Mauá em 1995. MSc na Escola Politéc-
nica da Universidade de São Paulo em 1998, onde fez exame e
realiza o curso de PhD. Pós graduado pela Fundação Vanzolini
da Universidade de São Paulo em Administração Industrial,
2001. Trabalhou em Projetos de Plataformas de Petróleo e
Petroquímicas no departamento de engenharia da empresa
SETAL Engenharia. Atualmente trabalha como pesquisador
pelo grupo GAGTD na Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo.
Humberto Katsuo Kiyohara, nascido em São Paulo, SP, Brasil,
em 22 de janeiro de 1971. Graduado pela Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo em 1995 (Engenharia Elétrica com
ênfase em Energia e Automação). Recebeu pela mesma insti-
tuição título de MSc em 1999. Atualmente trabalha como
Engenheiro pesquisador no GAGTD (Grupo da Automação da
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) do
PEA (Departamento de Engenharia de Energia e Automação
Elétricas) da EPUSP (Escola Politénica da Universidade de
São Paulo).
Patrícia Rodrigues Loureiro e Silva, nascida em São Paulo,
Brasil, 12 de julho 1965. Graduanda em Matemática no IME –
Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São
Paulo. Trabalha atualmente no GAGTD (Grupo da Automação
da Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica)
do PEA (Departamento de Engenharia de Energia e Automação
Elétricas) da EPUSP (Escola Politénica da Universidade de
São Paulo).
Fábio Tamio Fujimoto, nascido em São Paulo, Brasil, em 03 de
março de 1972. Graduado pela Fundação Armando Álvares
Penteado (Engenharia Mecânica). Atualmente cursa MBA -
Gerência de energia - na Fundação Getúlio Vargas e trabalha
como Engenheiro na Gestão da Subtransmissão da AES
Eletropaulo, Unidade Ibirapuera.
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Caracterização das Descargas Atmosféricas
na Área de Concessão da LIGHT
no Estado do Rio de Janeiro
G. B. França, UFRJ e L.F.P.G. Maia, UFRJ
RESUMO
Alguns fatores naturais, como as descargas atmosféricas,
podem ocasionar sérios problemas aos sistemas de transmis-
são de energia elétrica e também contabilizam vidas humanas
perdidas, razão pela qual seu conhecimento merece atenção
especial. O presente trabalho enfoca dois aspectos básicos
relacionados à caracterização climatológica na área de conces-
são da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro e as informações
sobre descargas atmosféricas oriundas do RIDAT – Rede In-
tegrada de Detecção de Descargas Atmosféricas (composta
pelas redes de monitoramento de descargas atmosféricas do
SIMEPAR, CEMIG e FURNAS) na mesma área. No primei-
ro caso, a abordagem foi descritiva, com destaque aos princi-
pais mecanismos fenomenológicos e as características dos prin-
cipais parâmetros meteorológicos. No segundo caso, foram
analisadas as informações relativas à densidade de descargas,
ao nível ceráunico e a polaridade das descargas atmosféricas,a partir dos arquivos adquiridos junto ao SIMEPAR. Pratica-
mente, todas as análises se basearam nos produtos gráficos
processados em bases mensais e sazonais. No que tange a
análise da polaridade das descargas, esta tomou como base os
registros históricos de localização, data/hora, pico de corren-
te, polaridade, entre outros relativos à ocorrência de descar-
gas atmosféricas na área de concessão da LIGHT.
PALAVRAS-CHAVE
descargas atmosféricas, raios.
 I. INTRODUÇÃO
A eletricidade constitui-se num dos pilares básicos
sobre o que se assenta a sociedade moderna. Resulta difí-
cil encontrar alguma atividade, seja doméstica, industrial
ou social, em que o uso da eletricidade não se revele im-
prescindível.
A energia elétrica não pode ser armazenada: sua pro-
dução deve ser compatível com o consumo. Tal produção
se dá em grandes proporções, a partir de um número relati-
vamente limitado de centrais de grande potência, normal-
mente distantes dos centros de consumo.
Para levar a energia das centrais aos consumidores
são utilizadas as linhas de transmissão que, graças a sua
alta tensão, podem transferir grandes quantidades de ener-
gia a longas distâncias.
As linhas de transmissão são normalmente
interconectadas, formando uma rede, o que permite, em
caso de ocorrência de uma avaria temporal na própria rede
ou em uma das centrais de produção, fazer chegar a ener-
gia por outro caminho ou desde outro ponto. Isto supõe
uma maior segurança no abastecimento de energia e uma
menor necessidade de centrais de produção.
Entretanto, alguns fatores naturais, como as descar-
gas atmosféricas, podem ocasionar sérios problemas ao
sistema de transmissão de energia elétrica. As descargas
atmosféricas são responsáveis por aproximadamente 65%
dos desligamentos em linhas de transmissão com tensões
nominais até 230 kV.
As descargas atmosféricas ou raios que caem sobre
as linhas de alta ou média tensão produzem sobre-tensões
que se propagam até as subestações, podendo deteriorar
os isolamentos até o ponto de produzir sua perfuração. Os
isolamentos da aparelhagem se deterioram quando a ten-
são excede o nível de isolamento do equipamento, embora
isto ocorra num intervalo de tempo muito curto (a ordem de
magnitude para sobre-tensões atmosféricas é de micro-se-
gundos).
A incidência de descargas atmosféricas sobre uma
dada região pode ser caracterizada pela densidade de des-
cargas a terra, expressa em termos do número de descar-
gas atmosféricas para a terra por km² - ano. Na sua
indisponibilidade podem ser utilizados os níveis
ceráunicos, que correspondem ao número de dias de tro-
voadas por ano na região. A resistividade do solo e a
impedância do aterramento das estruturas são parâmetros
fundamentais para o desempenho das linhas de transmis-
são com cabos pára-raios. O aumento desses parâmetros
eleva o índice de desligamento das linhas de transmissão.
O presente trabalho enfoca os aspectos básicos rela-
cionados à caracterização climatológica na área de conces-
são da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro e as informa-
ções sobre descargas atmosféricas oriundas do RIDAT
para a mesma área, com o intuito de melhor se conhecer o
fenômeno, aperfeiçoar a operação da rede e evitar a perda
de vidas humanas.
 II. METODOLOGIA
Foi feita inicialmente uma abordagem descritiva dos
principais mecanismos fenomenológicos e as característi-
cas dos principais parâmetros meteorológicos.
Em seguida, foram analisadas as informações relati-
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vas à densidade de descargas, ao nível ceráunico e a pola-
ridade das descargas atmosféricas, a partir dos arquivos
gráficos e base de dados mensais processados pelo
SIMEPAR – Sistema Meteorológico do Estado do Paraná,
englobando a janela 23.15S-21.75S/44.4W-42.4W, com re-
solução espacial de 4 km x 4 km.
As análises de densidade de descargas atmosféricas
e de níveis ceráunicos tomaram como base os mapas men-
sais e anuais dos anos de 1999, 2000, 2001 e 2002.
As análises das intensidades máximas de corrente (kA)
e das polaridades das descargas atmosféricas foram reali-
zadas a partir dos registros históricos de dados de 15 me-
ses, referentes aos períodos: outubro a dezembro de 2000,
janeiro a março e outubro a dezembro de 2001, janeiro a
março e outubro a dezembro de 2002.
O tratamento das informações referentes aos máxi-
mos valores de pico de corrente, em cada coordenada assi-
nalada como tendo ocorrido descarga atmosférica, buscou
registrar os maiores valores encontrados para cada tipo de
polaridade (corrente positiva e corrente negativa), para os
quais aplicou-se o software “surfer”, resultando em mapas
de isolinhas de mesma intensidade de correntes máximas
positivas e negativas.
 III. RESULTADOS
A. Caracterização Climatológica
A Região Sudeste, devido à sua posição latitudinal,
caracteriza-se por ser uma região de transição entre os cli-
mas tropicais quentes e os climas do tipo temperado das
latitudes médias. O sul da Região Sudeste é afetado pela
maioria dos sistemas frontais que atinge o sul do país.
Muitas vezes os sistemas frontais frios não chegam a atin-
gir o norte da referida Região, vindo a percorrer uma traje-
tória marítima afastada do continente.
A Região Sudeste é também caracterizada pela atua-
ção de sistemas que associam características de sistemas
tropicais com sistemas típicos de latitudes médias. Duran-
te os meses de maior atividade convectiva, a “Zona de
Convergência do Atlântico Sul - (ZCAS)” é um dos princi-
pais fenômenos que influenciam no regime de chuvas des-
sas Regiões. O fato da banda de nebulosidade e chuvas
permanecerem semi-estacionárias por dias seguidos favo-
rece a ocorrência de inundações em diversas áreas do Es-
tado, como se tem visto em inúmeras ocasiões.
Nas regiões serranas do Estado são registrados os
extremos mínimos de temperatura durante o inverno do
Hemisfério Sul, enquanto as temperaturas mais elevadas
são observadas no Estado de Mato Grosso. Essa região é
caracterizada pela presença de intensa atividade convectiva
nos meses de maior aquecimento radiativo. Um forte gradi-
ente térmico no limite das Regiões Sudeste e Centro-Oeste
também ocorre. Este gradiente é resultado do deslocamen-
to das massas frias de altas latitudes, que afetam principal-
mente os estados do Sudeste e o Mato Grosso do Sul.
Em geral a precipitação distribui-se uniformemente nes-
sas Regiões, com a precipitação média anual acumulada vari-
ando em torno de 1500 e 2000 mm. Dois núcleos máximos são
registrados na região do Brasil Central e no litoral da Região
Sudeste, enquanto que no norte de Minas Gerais verifica-se
uma relativa escassez de chuvas ao longo do ano.
É marcante a diversidade climática do Estado do Rio
de Janeiro, sobretudo quando se considera a grande di-
mensão de seu território. Não somente as temperaturas
médias são fortemente influenciadas pela combinação re-
levo-altitude, mas também o regime e a distribuição dos
totais pluviométricos são bastante modificados, segundo
a posição do local.
As porções continentais fluminenses encontram-se ime-
diatamente ao norte do Trópico de Capricórnio, o que garante
um superávit energético de origem solar em praticamente todo
o ano. Esse excesso de energia, por si só, é capaz de induzir a
inúmeros mecanismos de circulação de pequena e média es-
cala, seja no sentido horizontal como no vertical.
Outro elemento de significativa importância na carac-
terização climática do Estado do Rio de Janeiro é a presen-
ça do Oceano Atlântico ao longo dos seus limites meridio-
nais e orientais. O Oceano funciona como um poderoso
regulador térmico e promove uma ampla suavização das
temperaturas nas porções mais litorâneas e mesmo até al-
gumas centenas de metros, continente adentro. O trans-
porte de umidade nosentido oceano-continente é mantido
na maior parte do ano pelas brisas marítimas e pela circula-
ção de larga-escala associada a borda oeste do “Anticiclo-
ne Subtropical do Atlântico Sul – ASAS”. No entanto,
este aporte é espacialmente variável, uma vez que as carac-
terísticas de superfície (rugosidade) podem favorecer ou
não a maior penetrabilidade dessas circulações. Pouco ain-
da se conhece quantitativamente acerca das configura-
ções regionais das brisas marítimas no Rio de Janeiro. De
certa maneira, tais mecanismos de circulação apresentam
peculiaridades estruturais em função das interações su-
perfície oceânica-atmosfera-superfície continental. A ele-
vada umidade do ar e os elevados índices pluviométricos
reinantes no Estado confirmam a influência da maritimidade
no clima regional.
O maior entendimento dos diversos climas no Esta-
do do Rio de Janeiro depende da combinação de fatores
físicos locais e atmosféricos. Certamente, a interferên-
cia da topografia acidentada e compartimentada do Es-
tado é marcante. Escarpas falhadas separam superfícies
montanhosas, que mergulham para o interior, de outras
planas a suavemente onduladas, que se estendem des-
de o Município do Rio de Janeiro até o Norte Fluminense,
constituindo as baixadas litorâneas. A associação dos
fatores topografia-maritimidade é responsável pelo au-
mento da turbulência do ar e processos de convecção, o
que induz às formações de nuvens orográficas de gran-
des dimensões verticais, as quais tem poder de gerar
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intensas chuvas e descargas atmosféricas localizadas
nas Serras do Mar e da Mantiqueira.
Pode-se afirmar que o Estado do Rio de Janeiro en-
contra-se submetido, em praticamente todos os meses do
ano, aos ventos de Leste a Nordeste, que sopram ao largo
da borda ocidental do Anticiclone Subtropical do Atlânti-
co Sul, mas que são perturbados localmente pelas induções
de circulações locais ao longo da linha-de-costa. A resul-
tante seria de ventos praticamente perpendiculares à li-
nha-de-costa, com ventos de Nordeste de Niterói para o
Norte e de Sudeste a Sudoeste desde a Cidade do Rio de
Janeiro ao extremo sul do litoral.
B. Densidade de Descargas Atmosféricas
Os mapas anuais de descargas atmosféricas dos anos
de 1999, 2000, 2001 e 2002 são apresentados, respectiva-
mente, nas Figuras 1, 2, 3 e 4. Nestes, vê-se que a distribui-
ção das descargas atmosféricas varia de um mínimo de 1 a
>12 raios caídos numa superfície unitária de 1 km² por ano,
além de apresentarem algumas variações espaciais e quan-
titativas, significativas de ano para ano, associadas ao
comportamento geral da atmosfera.
A variação mensal dos campos de descargas atmos-
féricas revela uma grande área preferencial de ocorrência
de densidades com valores iguais ou superiores a 12 raios/
FIGURA 1 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de
concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 1999.
FIGURA 2 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de
concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2000.
km²/ano posicionada entre as localidades de Quatis, Volta
Redonda e Valença. Secundariamente, em menor escala espa-
cial, destacam-se os setores em Três Rios e entorno e entre
Nova Iguaçu e Petrópolis, com mais de 12 raios/km²/ano.
Quanto à atividade, o mês de janeiro se mostra com
maior espalhamento de setores com valores iguais ou supe-
riores a 12 raios/km²/ano, enquanto o mês de julho se revela
como não tendo qualquer indicação de ocorrência de raios/
km²/ano no período analisado, o que não elimina a possibi-
lidade de uma ocorrência localizada e de curta-duração.
No acompanhamento mensal da densidade de des-
cargas atmosféricas vê-se uma tendência de localização de
núcleos de máximos valores relativos entre Barra Mansa,
Volta Redonda, Barra do Piraí, Valença e Quatis. Tal confi-
guração, entretanto, vai sendo diluída com o passar dos
meses, levando ao surgimento de alguns pequenos núcle-
os de máximos relativos de valores iguais ou superiores a
12 raios/km²/dia nas imediações de Nova Iguaçu, indican-
do uma significativa alteração nas formações de Cb’s, que
passam a ser de origem frontal nos meses de inverno. De
modo geral, a área do Médio Paraíba, posicionada na por-
ção noroeste da área de concessão da LIGHT, se mostra
com uma maior freqüência de descargas atmosféricas em
função, principalmente, da combinação dos fatores aque-
cimento solar-topografia-vegetação.
FIGURA 4 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de
concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2002.
FIGURA 3 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas na área de
concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no ano de 2001.
FIGURA 5 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de janeiro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
Figura 6 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o mês
de fevereiro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
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FIGURA 8 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de abril na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 7 – Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de março na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 9– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de maio na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 10– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de junho na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 11– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de julho na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 13– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de setembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 12– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de agosto na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 14– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de outubro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 15– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de novembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 16– Mapa de densidade média de descargas atmosféricas para o
mês de dezembro na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de
Janeiro no período de 1998-2002.
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C. Nível Ceráunico
O “nível isoceráunico” pode ser entendido como a
quantidade de tormentas elétricas que ocorrem em um ano.
O número de tormentas elétricas apresenta estreita relação
com o número de descargas que ocorrem por unidade de
superfície e unidade de tempo (ano).
Não resta dúvidas que o número de descargas elétri-
cas por unidade de superficie (km²) por ano representa
uma informação mais precisa, além de medir a probabilida-
de que tem um ponto do terreno de ser alcançado por uma
descarga atmosférica.
São apresentados a seguir os resultados mais deta-
lhados das análises dos mapas de níveis isoceráunicos
anuais de 1999 a 2002 (Figuras de 17 a 20), com uma resolu-
ção espacial de 4 km x 4 km, adquiridos do SIMEPAR,
enfocando a área de concessão da LIGHT. Complementar-
mente, são avaliados os mapas médios mensais de níveis
isoceráunicos com a mesma área de cobertura e resolução(Figuras de 21 a 32). Ressalva-se que o mapa de nível
ceráunico referente ao ano de 2002 considera dados até
novembro e que o mapa médio de dezembro desconsidera
o mês de dezembro de 2002
Numa análise mais particular, a partir dos mapas
isoceráunicos, que mostram os setores com mesmos valo-
res de nível ceráunico na área de concessão da LIGHT,
constatam-se as seguintes características para os anos de
1999, 2000, 2001 e 2002:
Ano de 1999 (Figura 17): Evidencia-se que o setor no-
roeste da área de concessão da LIGHT é o que apresenta os
maiores valores de níveis isoceráunicos, com mais de 30-40
dias de tempestades por mês, principalmente nas imedia-
ções de Volta redonda e e Barra Mansa. Também são identi-
ficados outros núcleos espalhados secundários de menor
abrangência espacial ao longo da referida área de conces-
são. A faixa litorânea se mostra com níveis isoceráunicos
entre 1 e 3 tempestades por mês, destacando-se como a área
de menores valores na área de concessão.
Ano de 2000 (Figura 18):A configuração geral básica
apresenta-se muito próxima a do ano de 1999, sendo que
os núcleos secundários (espacialmente abrangentes) se
situam entre Petrópolis e Teresópolis, com valores entre 30
e 40 tempestades por mês. Um nítido gradiente de nível
ceráunico se configura no sentido norte-noroeste.
Ano de 2001 (Figura 19): O mapa do referido ano eviden-
cia a existência de uma ampla área de valores de nível ceráunico
(> 20 dias de tempestades) cobrindo praticamente toda a área
de concessão da LIGHT. Alguns núcleos máximos com valo-
res superiores a 40 tempestades se manifestam nas proximida-
des das localidades de Valença e Barra do Piraí.
Ano de 2002 (Figura 20):A situação geral se mostra
próxima as dos anos de 1999 e 2000, com máximos valores
de níveis ceráunicos entre 20 e 30 tempestades por ano
posicionados no setor noroeste da área de concessão da
LIGHT, mais especificamente entre Volta Redonda, Barra
Mansa, Barra do Piraí e Rio Claro.
A análise dos mapas isoceráunicos médios mensais
do período 1998-2002 (Figuras de 21 a 32) revela que o
setor noroeste da área de concessão da LIGHT apresenta
valores maiores na maior parte dos meses do ano, muito
embora significativas variações espaciais e quantitativas
também se manifestem. Nesse contexto, a área compreen-
dida pelas localidades de Barra Mansa, Volta Redonda, Barra
do Piraí, Valença e Quatis é a que mais se destaca por apre-
sentarem níveis isoceráunicos relativamente mais eleva-
dos do que as demais localidades. Em termos sazonais,
verifica-se que janeiro e dezembro (Figuras 21 e 32) são os
meses com maiores níveis isoceráunicos (de 5 a 10 dias de
tempestades por mês), enquanto os meses de junho e ju-
lho (Figuras 26 e 27) apresentam níveis ceráunicos nulos,
o que significa dizer que praticamente inexistem tempesta-
des nesses meses.
FIGURA 17 - Mapa isoceráunico para o ano de 1999 na área de concessão
da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro.
FIGURA 18 - Mapa isoceráunico para o ano de 2000 na área de concessão
da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro.
Figura 19 - Mapa isoceráunico para o ano de 2001 na área de concessão da
LIGHT no Estado do Rio de Janeiro.
Figura 20 - Mapa isoceráunico para o ano de 2002 na área de concessão da
LIGHT no Estado do Rio de Janeiro.
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FIGURA 30 - Mapa isoceráunico médio para o mês de outubro
na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 21 - Mapa isoceráunico médio para o mês de janeiro na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 22 - Mapa isoceráunico médio para o mês de fevereiro na área de
concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002.
FIGURA 23 - Mapa isoceráunico médio para o mês de março na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 24 - Mapa isoceráunico médio para o mês de abril na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 25 - Mapa isoceráunico médio para o mês de maio na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 26 - Mapa isoceráunico médio para o mês de junho na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 27 - Mapa isoceráunico médio para o mês de julho na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 28 - Mapa isoceráunico médio para o mês de agosto na
área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 29 - Mapa isoceráunico médio para o mês de setembro na área de
concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no período de 1998-2002.
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FIGURA 31 - Mapa isoceráunico médio para o mês de novembro
na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
FIGURA 32 - Mapa isoceráunico médio para o mês de dezembro
na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro no
período de 1998-2002.
D. Intensidade de Corrente e Polaridade
As análises das intensidades máximas de corrente (kA)
e das polaridades das descargas atmosféricas foram reali-
zadas a partir dos registros históricos adquiridos do
SIMEPAR (formato universal - UALF - Universal ASCII
Lightning Format), contendo dados de 15 meses, referen-
tes aos períodos: Outubro a Dezembro de 2000, Janeiro a
Março e Outubro a Dezembro de 2001, Janeiro a Março e
Outubro a Dezembro de 2002.
Inicialmente foi feito um tratamento conjunto dos da-
dos, onde, do total de informações relativas aos picos de
corrente sobre a área de concessão da LIGHT, pode-se veri-
ficar que, para os meses considerados, cerca de 90% das
descargas continham polaridade negativa e apenas 10%
apresentavam polaridade positiva. Medições de correntes
diárias de 10 dias no inverno de 1999 para descargas atmos-
féricas ocorridas no sul do Brasil indicaram que cerca de
80% dos flashes apresentaram polaridade negativa, tendo
um valor de corrente média diária de 25-35 kA e valor médio
máximo de 115 kA. As descargas positivas apresentaram
domínio apenas em 2 dias, mas com valores de corrente
média diária de 40-50 kA e valor médio máximo de 195 kA.
Na seqüência, foram compiladas as informações re-
ferentes aos máximos valores de pico de corrente em cada
coordenada assinalada como tendo ocorrido descarga at-
mosférica, assinalando o maior valor encontrado para cada
tipo de polaridade. O resultado foi a formação de 2 cená-
rios espaciais contendo os máximos valores de pico de
corrente positiva e negativa, para os quais aplicou-se o
software “surfer”, resultando em mapas de isolinhas de
mesma intensidade de correntes máximas positivas e ne-
gativas, conforme pode-se ver nas Figuras 33 e 34, res-
pectivamente.
Na Figura 33, referente à polaridade positiva, verifi-
ca-se a existência de um núcleo de máximos valores relati-
vos (> 95 kA) no município de Paraíba do Sul. A extensão
desse núcleo se projeta na direção de Valença e Quatis
com valores entre 85 e 90 kA. Um segundo máximo relativo
se configura sobre os municípios de Nova Friburgo e Silva
Jardim, com valores > 90 kA.
Para o caso de polaridade negativa (Figura 34), ve-
rifica-se que a máxima intensidade de corrente é da or-
dem de – 170 kA e se posiciona sobre o município de
Paraíba do Sul. Um segundo máximo relativo se situa
nas imediações de Cachoeira de Macacú com valor su-
perior a – 130 kA.
FIGURA 33 - Mapa de picos máximos de corrente de polaridade positiva
na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro a partir
dos registros históricos dos períodos: Outubro/2000-Março/2001,
Outubro/2001-Março/2002 e Outubro-Dezembro/2002.
FIGURA 34 -Mapa de picosmáximos de corrente de polaridade negativa
na área de concessão da LIGHT no Estado do Rio de Janeiro a partir
dos registros históricos dos períodos: Outubro/2000-Março/2001,
Outubro/2001-Março/2002 e Outubro-Dezembro/2002.
 IV. CONCLUSÕES
Ficou bastante evidente que o setor noroeste do Es-
tado do Rio de Janeiro, notadamente o setor compreendi-
do pelos municípios de Volta Redonda, Resende e Barra
Mansa, mostrava-se com maiores densidades de descar-
gas atmosféricas. Também chamou atenção os valores
registrados em Nova Iguaçu, Teresópolis e Friburgo.
No que se refere ao nível ceráunico, as avaliações
com base nos mapas adquiridos do SIMEPAR mostraram
também que os mesmos setores destacados para a densi-
dade de descargas atmosféricas apresentavam destaque
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para este parâmetro, com valores superiores a 30-40 ocor-
rências no ano e cerca de 5-10 por mês.
Na análise dos picos de corrente com polaridade po-
sitiva verificou-se a existência de um núcleo de máximos
valores relativos (> 95 kA) no município de Paraíba do Sul.
A extensão desse núcleo se projetava na direção oeste,
passando pelos municípios de Valença e Quatis com valo-
res entre 85 e 90 kA. Os municípios de Nova Friburgo e
Silva Jardim também se destacaram por seus máximos se-
cundários. Os picos de corrente com polaridade negativa
se mostraram muito superiores àqueles de polaridade posi-
tiva, tendo sua área de ocorrência sobre o município de
Paraíba do Sul. O município de Cachoeira de Macacú tam-
bém foi evidenciado com um máximo relativo secundário.
 V. RECOMENDAÇÕES
As análises realizadas a partir das informações e
mapas adquiridos do SIMEPAR foram bastante
reveladoras no tocante a identificação espacial de áreas
com maiores densidades de descargas atmosféricas, ní-
veis ceráunicos e picos de correntes para polaridades
positiva e negativa.
Tais informações poderão ser incorporadas ao planeja-
mento da LIGHT no que tange a proteção das linhas de
transmissão nas áreas identificadas como problemáticas em
termos de riscos de danos físicos e operacionais ao sistema.
A assimilação dos dados através do acompanhamen-
to rotineiro de tais ocorrências de descargas atmosféricas
na área de concessão da LIGHT, por conexão ao SIMEPAR
através do software SisRaios, certamente permitirá, em fu-
turo próximo, o enriquecimento do conhecimento apresen-
tado neste relatório.
 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Melhoria do Desempenho de Linhas de Transmissão de 230
kV. In: Anais do XVI Seminário Nacional de Produção e Trans-
missão de Energia Elétrica. Campinas. 2001.
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Desenvolvimento de Condutores Compactos
Aplicados a Projetos de Linhas Aéreas de
Transmissão
E. B. Giudice,* – C. A. M. Nascimento – G. E. Guimarães – G. E. Braga – O.C. Filho – CEMIG
J. O. S. Paulino – G. C. Miranda – A. Q. Bracarense – L. A. Costa - UFMG
S. Ueda – Furukawa
RESUMO
Este trabalho representa os esforços para o desenvolvimentode um cabo condutor compacto, que foi desenvolvido a cus-
tos reduzidos e com tecnologia alternativa, contando com a
parceria entre CEMIG, FURUKAWA E UFMG. O objetivo
principal foi reduzir as perdas elétricas e aumentar a eficiên-
cia dos cabos aéreos para os sistemas de transmissão e
subtransmissão da CEMIG. A preocupação inicial foi com a
geometria dos fios, de forma a conceber um protótipo que
correspondesse com os anseios técnicos/econômicos e que
viesse a trazer benefícios e manter a confiabilidade. O projeto
contou com uma série de verificações de campo e simulações
mecânicas e elétricas em laboratório, através de ensaios espe-
ciais em temperaturas elevadas de operação. Os resultados
obtidos neste projeto de P&D serão apresentados, para de-
monstrar os ganhos advindos do desenvolvimento do primei-
ro cabo compacto brasileiro, destacando os principais pontos
relevantes do projeto.
PALAVRAS CHAVE
Ampacidade, Condutor Compacto, Redução de Perdas.
 I. INTRODUÇÃO
A crescente demanda de carregamento elétrico das
Linhas Aéreas de Transmissão e Subtransmissão, associ-
ado a necessidade de aproveitamento otimizado das faixas
de servidão, motivou o estudo de um condutor de
performance elevada e custos otimizados. Diante de um
mercado com um amplo desenvolvimento de novas ligas e
Este trabalho faz parte do programa de pesquisa e desenvolvimen-
to ANEEL, ciclo 2000-2001, conduzido pela CEMIG, UFMG e
FURUKAWA.
Este desenvolvimento contou com a participação de uma grande
equipe, dedicação e empenho dos professores da UFMG ( Prof.
José Osvaldo Saldanha Paulino e-mail: josvaldo@eee.ufmg.br,
Glássio Costa de Miranda – e-mail: glassio@cpdee.ufmg.br,
Alexandre Queiroz Bracarense – e-mail:
Queiroz@vesper.demec.ufmg.br.
Este trabalho contou ainda com a colaboração da Superintendência
de Expansão das Rede de Transmissão e Subtransmissão - ER., e
com o total apoio da Gerência de Engenharia de Linhas de
Transmissão e Subtransmissão – ERLT- CEMIG
Este artigo foi elaborado pelos engenheiros: Edino Barbosa
Giudice Filho (e-mail: edino@cemig.com.br) - (031) 3299 4256 e
Carlos Alexandre Meireles Nascimento – e-mail:
caxandre@cemig.com.br - (031) 3349 3382.
Belo Horizonte, 30/07/2002.
geometrias diversas, o emprego de condutores compactos
[1] de alta performance, no sistema elétrico nacional, ainda
são restritos. Sendo assim em um mercado cada vez mais
exigente, torna-se necessário um melhor aproveitamento
dos corredores das Linhas Aéreas de Transmissão e Dis-
tribuição de Energia Elétrica. Neste sentido, o projeto con-
centrou esforços em desenvolver um modelo de condutor
compacto tradicional e em Liga de Alumínio
Termorresistente [2], com características bem próximas do
desejado ou seja um cabo condutor capaz de inserir um
ganho quando comparado com os tradicionais, permitindo
a sua operação em altas temperaturas com ganhos de car-
regamento e redução de perdas, preservando as suas ca-
racterísticas mecânicas e elétricas.
 II. OBJETIVO
Desenvolver, com base no estado da arte, em parceria
entre a CEMIG, Nexans (Ex-FURUKAWA do Brasil) e
UFMG, um cabo condutor compacto, tradicional e em liga
de alumínio termorresistente, a custos otimizados, que aten-
dessem aos requisitos de um condutor compacto com de-
sempenho elétrico e mecânico normalizado.
 III. DESENVOVIMENTO
Após as visitas técnicas realizadas no início do proje-
to a vários institutos de pesquisa e fabricantes, foram veri-
ficados técnicas e processos de fabricação destes condu-
tores compactos, que diante dos elevados custos do pro-
cesso de fabricação observado, tornou-se um desafio pro-
duzir um condutor compacto nacional com as característi-
cas e performance que procurávamos.
Os processos de fabricação observados no exteri-
or, são complexos e compostos de várias etapas e má-
quinas especiais dedicadas, o que confere uma alta efi-
ciência dos modelos disponíveis no mercado a um
altíssimo custo.
Desta forma houve a necessidade de realizar estu-
dos e adaptações nos processos de fabricação, confec-
ções de ferramentas especiais e matrizes (fieiras) com for-
mas trapezoidais dos fios da coroa interna como é mostra-
do na Figura 1. Sendo assim foi incorporado ao processo
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� produtivo tradicional juntamente com ajustes na trançadeira
e técnicas alternativas desenvolvidas para a concepção
dos protótipos testados.
Após uma série estudos [3,4], tentativas, adaptações
de processo e ensaios, foram concebidos os condutores
compactos de baixo custoonde a preocupação inicial foi
com a geometria dos fios, de forma a conceber um protóti-
po de condutor, que correspondesse com as premissas
técnicas e financeiras de otimização. bem como trazer be-
nefícios e confiabilidade ao setor elétrico. O projeto con-
tou com uma série de verificações e análises mecânicas,
elétricas e de campo, com o desenvolvimento de
metodologia alternativa para realização de ensaios especi-
ais em altas temperaturas.
Foram realizados análises química, metalográfica,
microdureza; ensaios de tração à ruptura dos fios; ensaios
de tensão deformação do condutor, vibração eólica e ou-
tros. Os ensaios especiais para a análise de Corona Visual,
sob chuva e temperaturas até 150 C, foram realizados com
equipamentos detectores de ruído direcionais e de visão
noturna, caracterizando uma nova metodologia de testes.
Os ensaios de ruído irradiado, conduzido e de campos ele-
tromagnéticos foram realizados em espectros amplos de
freqüências.
Utilizando alguns dos dados construtivos do novo
condutor desenvolvido, e trabalhando a temperaturas de
projeto próximas de 150 °C, observa-se que estes cabos
apresentam resistência elétrica igual aos cabos tradicio-
nais, de mesmo diâmetro a 75 °C, o que lhes conferem uma
melhor performance quanto a perdas e regulação. Estes
resultados são apresentados no item seguinte através de
tabelas, gráficos e alguns comentários.
 IV. RESULTADOS
Mostraremos, de forma sintética, o resultado dos es-
tudos e ensaios realizados, apresentando os pontos mais
importantes observados.
A. Ensaios Mecânicos
Após a confecção dos primeiros de fios trapezoidais
e a concepção dos primeiros protótipos de condutores
compactos, uma série de estudos e ensaios foram realiza-
dos. A análise metalográfica por microscopia ótica e
eletrôncia da seção dos fios, a análise química, a
microdureza e tração mecânica foram aprovados em todos
os testes realizados.
B. Ensaio de Tensão-Deformação do Cabo Condutor
O ensaio de tensão-deformação foi realizado com o
objetivo de analisar o comportamento do cabo condutor
em diferentes solicitações.
As figuras 2 e 3 mostram respectivamente, uma ban-
cada de 12 m, um sistema hidráulico digital de carregamen-
to de medição das cargas e a região do rompimento do
condutor. A medição dos alongamentos foram feitos por
relógio comparador.
FIGURA 1- Ferramentas incorporadas ao processo
FIGURA 2- máquina de ensaio de Tensão-deformação
FIGURA 3 - Rompimento do Cabo
O ensaio foi realizado conforme norma ABNT NBR
7302, apresentando resistência mecânica calculada (RMC)
do condutor completo de 6.397 Kgf e da alma da aço de
3.940 Kgf, de acordo com norma ASTM para condutor tra-
dicional [5]. O ensaio mostrou que cabo condutor compac-
to tem desempenho, sob o ponto de vista de resistência
mecânica superior ao condutor tradicional.
C. Ensaios Elétricos - Análise do Efeito Corona e RIV
nos protótipos
A Figura 4 mostra os resultados obtidos em laborató-
rio. Os valores obtidos nesta medição foram bem abaixo do
esperado para este tipo de condutor, esperava-se o início
de corona entorno de 120kV, mas as medições apresenta-
ram o joelho de RIV em torno de 90kV, devido à caracterís-
tica física do condutor utilizado. Devido ao processo de
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fabricação otimizado, algumas ranhuras foram observadas
em sua superfície, o que levou a valores de início de corona
a valores inferiores aos normalmente encontrados em me-
dições de laboratório, sendo que, apesar disso, o condutor
foi considerado em condições normais de uso.[6,7,8,9 e 10]
 
FIGURA 4 – variação riv (db x kv)
D. Obtenção do Corona Visual Especial – Temperaturas
elevadas
As Figuras 5 e 6 mostram os ensaios especiais realiza-
dos em laboratório.
FIGURA 5- Condutor no
Centro da Gaiola -Cabana
FIGURA 6 – Equipamento Visão
Noturna
A Tabela I apresenta os valores de tensão de início do
corona (kV) para o circuito de corona especial
TABELA 1
Tensão de Início de Corona (kV)
24 oC 35 oC 100 oC
Esfera 35
Normal 43 44 39
Gota D’água 29 23 23
Na configuração normal, ou seja, o condutor
centrado na gaiola, em uma configuração coaxial, foram
feitas medições em três valores de corrente tais como:
corrente zero , 200A (correspondente a 30-35 oC) e 600 A
(correspondente a 80-100 oC). A Tabela II apresenta a
variação de temperatura na superfície do condutor para
alguns valores de corrente, e o tempo no qual a corrente
foi aplicada ao condutor.
Com a aplicação de água no condutor, em forma de
gotejamento controlado, mostrado nas Figuras 7 e 8, nota-
se que as tensões de início de corona são bem menores,
variando sensivelmente com a temperatura do condutor. As
gotas de água são maiores que a esfera utilizada anterior-
mente, levando a tensões de início de corona menores que
as anteriormente medidas. Com o condutor quente, ocorre a
evaporação da água, o que leva a tensões abaixo de 23kV.
TABELA 2
Relação Corrente x Temperatura
Corrente (A) Temperatura (oC) Tempo (min)
0 23
8 23 15
50 24 20
100 26 20
200 30-35 20
400 50-65 20
600 88-100 20
800 135-150 20
 
FIGURA 7 - Comparação do Início de Corona Comum
As diferenças nos valores da tensão de início de corona
para os condutores a quente foram mínimas com campo não-
uniforme, mesmo para temperaturas muito elevadas.
As tensões de início de corona sob chuva, neste caso
de gotejamento controlado, mostraram-se menores, como
já era esperado, tanto para os campos uniforme quanto
não-uniforme. As tensões de início de corona sob chuva a
quente, mostraram diferenças mínimas, dentro do erro de
medição do sistema utilizado, tanto para campos unifor-
mes quanto não-uniformes.
 
FIGURA 8 - Comparação do Início de Corona com Gota
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��
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��
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��
��
��
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As tensões de início de corona para o condutor com-
pacto, foram menores que aquelas obtidas para o condutor
LINNET tradicional. Já as tensões de início de corona para o
condutor compacto liga TAL foram muito menores que as
tensões obtidas para os outros condutores, valores estes, a
princípio, creditados a ranhuras apresentadas pelo mesmo.
E. Medições de Campo eletromagnético 5Hz – 3GHz
medições de ruído e campo eletromagnético.
As Figuras de 9 a 11 mostram as medições de ruído
conduzido, ruído irradiado e campo elétrico, na configura-
ção de cabo monofásico próximo das condições encontra-
das em uma linha real serão obtidas somente com aplica-
ção de tensão, devido aos resultados encontrados com os
condutores a quente na tensão de início de corona – o
comportamento dos mesmos é previsível, podendo ser ana-
lisado somente os valores de medição obtidos com a apli-
cação de tensões variando de zero a 200kV.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 50 100 150 200 250
Tensão (kV)
R
u
íd
o 
(d
B)
400kHz 900kHz 1MHz 4MHz
FIGURA 9 – Ruído conduzido (dB) -9kHz – 30MHz
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 50 100 150 200 250
Tensão (kV)
R
u
íd
o 
(d
B)
30MHz 45MHz 75MHz 155MHz
FIGURA 10 – Ruído Irradiado (dB) 30MHz – 3GHz
0,000
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
14,000
P6 P7
Tensão (kV)
E 
(kV
/m
)
FIGURA 11 – Campo Elétrico 5Hz-30kHz
F. LT Experimental e Medição de Vibração
Na Figura 12 é apresentado os resultados das medi-
ções de vibração eólicas comparando o novo modelo de
condutor compacto desenvolvido com cabos tradicionais
de mesma bitola instaladas em LT Experimental. O nível de
vibração eólica medido nos equipamentos, apresentou va-
lores muito baixos, em termos de amplitude de vibração,
nos condutores da LT. A vida útil estimada dos conduto-
res é muito elevada devido ao nível de vibração medido
nos equipamentos Pavica.
0
5 0
1 0 0
1 5 0
2 0 0
2 5 0
3 0 0
3 5 0
4 0 0
4 5 0
5 0 0
0 2 5 5 0 7 5 1 0 0
Fr e q u e n c ia ( H z )
A
m
p
lit
u
de
 (m
ic
ro
 
TL in n e t
L im ite E PRI
L in n e t
 
FIGURA 12 – Amplitude máxima por classe de freqüência
G. Propriedades dos Novos Condutores Compactos
Na Tabela III são apresentados algumas das proprie-
dades elétricas dos condutores compactos desenvolvidos,
Cabo Compacto em Alumínio 1350 ( CC) e o Cabo Compac-
to em Liga de Alumínio Termorresistente ( C TAL).
TABELA 3
Relação Corrente x Temperatura
Cód.RESISTÊNCIA C.A.(Ohm/km)REAT.INDUT.(Ohm/km)
75 oC 90 oC 125 oC 150 oC
C. C 0,1702 0,1786 0,1983 0,2113 0,2740
C. TAL 0,1724 0,1810 0,2010 0,2141 0,2740
H. Perdas e Regulação
Com os condutores compactos TAL trabalhando a
uma temperatura de Projeto de 150 ºC obteve uma Resis-
tência Elétrica CA igual ao Linnet Tradicional a 75 ºC. Al-
guns valores comparativos são apresentados para uma rá-
pida avaliação de Perdas e Regulação:
•Linnet Tradicional a 75 ºC: 0.20773 Ù/ km
•Linnet TAL a 75 ºC: 0.21154 Ù/ km
•Linnet TAL a 150 ºC: 0.2700 Ù/ km
•Linnet TAL Compacto a 150 ºC: 0.21419 Ù/ km
Com base nestes valores fizemos uma breve simula-
ção das possíveis perdas e regulação, conforme o exemplo
a seguir:
LT com 100MVA –75 ºC e 50 km utilizando :
•Linnet Tradicional:
Perdas: 6.50 % // Regulação: 12.15 %
•Linnet TAL :
Perdas: 6.85 % // Regulação: 12.54 %
•Linnet TAL compacto :
Perdas: 5.47 % // Regulação: 11.01 %
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 V. ANÁLISE ECONÔMICA SIMPLIFICADA
Observa-se que para distâncias maiores do que 50
Km e dependendo do carregamento requerido, deve-se
atuar na compensação regulação de tensão. Os ganhos
computados comparando o condutor tradicional Al 1350
a 75oC Linnet e a liga TAL, Liga de Alumínio
Termorresistente - Linnet, trabalhando à temperaturas
acima de 120oC, já subtraídas as perdas, é em torno de
aproximadamente 40 MW. Com o desenvolvimento da
geometria compacta aplicada aos condutores tradicionais
e à liga TAL, consegui-se através da redução da resistên-
cia elétrica, mostrada na Tabela III, é possível alcançar
distâncias maiores e/ou a redução das perdas elétricas,
melhorando também a regulação.
Fazendo uma estimativa para cada MWh transmiti-
do por mês, computada uma tarifa média entre compra e
venda na faixa aproximada de R$ 5.256,00, verifica-se que
um ponto ótimo de aplicação do novo modelo de condu-
tor compacto desenvolvido. Desta forma fizemos uma bre-
ve avaliação econômica, comparando a evolução
alcançada com o desenvolvimento da geometria compac-
ta, aplicado a uma Linha de Transmissão com carrega-
mento de 100 MVA, temperatura de projeto de 75 ºC e
comprimento de 50 km obtendo os valores quantificados
para as perdas conforme é mostrado abaixo:
• Linnet Tradicional:
100 MVA x R$ 5.256,00 = R$ 525. 600,00 – ( Perdas de
R$ 34.164,00)
• Linnet TAL:
100 MVA x R$ 5.256,00 = R$ 525. 600,00 – ( Perdas de
R$ 36.003,60)
• Linnet TAL compacto :
100 MVA x R$ 5.256,00 = R$ 525. 600,00 – ( Perdas de
R$ 28.750,32)
 VI. CONCLUSÕES
No desenvolvimento construtivo da superfície exter-
na foi observado uma melhora no perfil de troca de calor e
espera-se uma diminuição do

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