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Profa. Patrícia Corrêa Dias Curso de Farmácia UNIMEP FARMACOLOGIA DOS ANTIANGINOSOS ÊNFASE AOS NITRATOS ANGINA DO PEITO • Síndrome clínica – dor/desconforto: tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores, tipicamente desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse emocional e atenuada com uso de nitroglicerina e derivados. • Usualmente, acomete portadores de DAC, podendo também ocorrer em casos de doença cardíaca valvar, cardiomiopatia hipertrófica e hipertensão não controlada. • Pacientes com coronárias normais e isquemia miocárdica relacionada ao espasmo ou disfunção endotelial também podem apresentar angina. • Há situações de dor torácica ou sintomas manifestados nas regiões habituais da angina que possuem outros diagnósticos - alterações relacionadas ao esôfago, estômago, pulmão, mediastino, pleura e parede torácica. ANGINA DO PEITO DOR, quando o suprimento de oxigênio ao miocárdio é insuficiente para atender às suas demandas (duração de alguns minutos após suspensão do esforço físico ou tratamento) HISTÓRICO TRATAMENTO DA ANGINA DO PEITO - Thomas Lauder Brunton (médico britânico) - 1867: Constatou que a inalação do nitrato de amila era melhor que o sangramento para aliviar a dor da angina (rubor, queda da PA e taquicardia) nitrato de amila CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA ANGINA DO PEITO Denominação Características Estável Dor previsível com o esforço físico; Aumento da demanda sobre o coração devido ao estreitamento fixo das coronárias por placa ateromatosa Instável Dor com esforços cada vez menores, culminando com dor em repouso Trombo de plaqueta-fibrina associado à ruptura de placa ateromatosa (risco de IAM) Variante Dor em repouso por espasmo da coronária, geralmente associada a doença ateromatosa TERAPÊUTICA DA ANGINA DO PEITO GENERALIDADES • Betabloqueadores • Bloqueadores de canais de cálcio • Antidislipidêmicos • Antiagregantes plaquetários (AAS) • NITRATOS (acompanhados de medidas não medicamentosas) NITRATOS • Nitrito de amila • Trinitrato de gliceril (nitroglicerina) • Mononitrato de isossorbida • Dinitrato de isossorbida • Propatilnitrato NITRATOS Patch transdérmico IMPORTANTE perceber nas moléculas, a presença de grupos NO2, que podem fornecer óxido nítrico – NO nos tecidos onde estiverem presentes AS MOLÉCULAS COMO? EFEITO VASODILATADOR Relaxamento do músculo liso vascular ÓXIDO NÍTRICO, ENDOTÉLIO E MÚSCULO LISO OBS.: no caso dos nitratos, estas moléculas são as doadoras de NO No endotélio, os nitratos liberam NO de suas moléculas , que por sua vez ativa a guanilato ciclase citosólica do músculo liso vascular, com consequente aumento do GMPc, que culmina com alterações na fosforilação de proteínas diversas, o que inclui a desfosforilação da miosina de cadeia leve e relaxamento vascular. MECANISMO DE AÇÃO • Os benefícios terapêuticos estão relacionados aos efeitos na circulação periférica e coronária. • O efeito venodilatador acentuado na periferia reduz a pressão venosa central (pré carga) e reduzindo o consumo de oxigênio pelo miocárdio (estase venosa e tonteira com o paciente de pé). • O efeito venodilatador, diminuindo o retorno venoso ao coração e o volume diastólico final do ventrículo esquerdo, reduz o consumo de oxigênio pelo miocárdio. • Em pequenas doses, pouca dilatação nas arteríolas (não ocorre alteração de PA – taquicardia reflexa compensatória) • Em doses mais altas, as arteríolas dilatam a e PA diminui • Observam-se efeitos de vasodilatação de artérias coronárias, normais ou ateroscleróticas e aumento da circulação colateral coronária. • Podem ser usados por via oral, sublingual, intravenosa e transdérmica. • As vias sublingual e intravenosa são as mais utilizadas para o tratamento dos casos agudos pela facilidade de seu ajuste. Pequenos estudos que compararam as vias de administração não conseguiram estabelecer diferenças significativas entre as vias sublingual e IV NITRATOS GENERALIDADES • Os nitratos não dilatam as coronárias artérias com ateromas •Os nitratos promovem dilatação da circulação colateral (redistribuição do fluxo de sangue coronário para áreas isquêemicas pelos vasos colaterais OBSERVAÇÕES IMPORTANTES •Podem ser utilizados na formulação sublingual (nitroglicerina, mononitrato de isossorbida ou dinitrato de isossorbida), para reversão de eventual espasmo e/ou para alívio de sintoma doloroso. •Estão contra-indicados na presença de hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 100 mmHg) ou uso prévio de sildenafil nas últimas 24h. •A dose sublingual preconizada é de: nitroglicerina, 0,4 mg; mononitrato de isossorbida, 5 mg; ou dinitrato de isossorbida, 5 mg. •Devem ser administradas no máximo três doses, separadas por intervalos de 5min. UTILIZAÇÃO • Os nitratos não reduzem a mortalidade de portadores de DAC; • Diminuem freqüência e intensidade dos episódios de angina e aumentam tolerância ao esforço, melhorando a qualidade de vida dos idosos portadores de DAC. • Podem ser utilizados em associação com outros antianginosos. Estão contra-indicados na presença de hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 100 mmHg) e uso prévio de sildenafil ou similares nas últimas 24 horas. CONTRA-INDICAÇÃO NITRATOS X SILDENAFIL Adicionalmente, para garantir que não teria ataques de angina, utilizou também isossorbida sublingual pouco antes da relação sexual. A.B.C foi a óbito por choque. Justifique com base na interação medicamentosa e no mecanismo de ação dos fármacos. A.B.C, 85 anos, portador de angina estável faz uso contínuo de isossorbida v.o. e na noite de comemoração de 50 anos de casamento com D.E.F, 82 anos, para garantir seu desempenho sexual ingeriu, sildenafil. A VIA SUBLINGUAL Administração pela mucosa oral - para o fármaco ser absorvido pela mucosa oral, tem que ser lipossolúvel e não pode estar na forma ionizada. O fármaco tem drenagem direta para a veia cava superior, atingindo a circulação sistêmica sem passar pelo fígado – metabolismo de primeira passagem Ocorre quando o fármaco (via oral) é absorvido no trato gastrintestinal e, pela circulação porta, vai inicialmente para o fígado, onde é biotransformado e degradado, podendo ser inativado e não atingindo níveis na circulação sistêmica na sua forma ativa. O fármaco administrado via sublingual ou endovenosa não apresenta este efeito de primeira passagem METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM E OS NITRATOS perda ganho METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM E OS NITRATOS VIA SUBLINGUAL - TRAJETO Do assoalho bucal, o fármaco é drenado pela veia cava superior e cai no átro direito, passa pelo ventrículo direito e vai para o pulmão pela artéria pulmonar, volta ao átro esquerdo pela veia pulmonar, passa ao ventrículo esquerdo e sai pela aorta, quando vai atinge na sequencia, as coronárias EFEITOS COLATERAIS • Hipotensão postural • Cefaleia • Rubor • Metemoglobinemia (raro) •A tolerância (diminuição da magnitude dos efeitos), deve ser consideradoa para obter-se a melhor eficácia no uso dos nitratos • Mecanismos não bem esclarecidos - hipótese mais provável é que na terapêutica sustentada (isto não ocorre com nitratos de ação curta) haja depleção dos grupos sulfidrila nas células musculares lisas vasculares, com a conseqüente reduçäo da formaçäo de óxido nítrico, da ativaçäo da guanilatociclase e da formaçäo do GMPc. TOLERÂNCIA Outras possibilidades: respostasreflexas, com aumento da atividade do sistema renina-angiotensina e dos níveis circulantes de noradrelina (uso de IECA é útil); Ocorre com fármacos de ação mais prolongada (isossorbida) ou nitroglicerina ev contínua, e emplastos de liberação lenta transdérmicos A única medida consistente comprovada para contornar a tolerância aos nitratos é a estratégia posológica de administraçäo, que prevê períodos com mínima ou nula concentração plasmática do medicamento, presumivelmente de 6 a 8 horas em cada dia. TOLERÂNCIA ESQUEMA DE ADMINISTRAÇÃO Uso de doses de nitrato em intervalos assimétricos. Por exemplo, administra-se 20 mg de mononitrato pela manhã e 7 horas após, administra-se nova dose. Assim consegue-se uma ação diária por cerca de 14 horas. Na utilização transdérmica deve-se manter o paciente 12 horas sem o adesivo. Também nos casos de uso venoso deve-se manter os pacientes 12 horas sem o medicamento.
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