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hipertensao farmacologia

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FARMACOLOGIA DOS 
DISTÚRBIOS 
CARDIOVASCULARES
Profa. Patrícia Corrêa Dias
Curso de Farmácia - FACIS
HIPERTENSÃO ARTERIAL
considerações iniciais
- Condição clínica multifatorial - níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).
- Associa-se a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo,
rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do
risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais.
- O sangue bombeado pelo coração para
irrigar os órgãos exerce uma força contra a
parede das artérias.
- Quando esta força está aumentada, isto é,
as artérias oferecem resistência para a
passagem do sangue, há hipertensão
arterial, ou popularmente pressão alta.
A PA é resultado de um produto: 
Débito Cardíaco x Resistência Vascular Periférica. 
DC x RVP
- Aumento no volume de sangue ejetado (rins comprometidos, contração e
frequência cardíacas alteradas ----- DC
- Resistência aumentada, oferecida pelas artérias para a passagem do
sangue ------ RVP
- Artérias de maior calibre com menos flexibilidade
(rígidas), não expandem para passagem do sangue. O
sangue ejetado nos batimentos cardíacos é forçado
através de um espaço menor que o normal e a pressão
arterial aumenta.
- Artérias muito finas (arteríolas) se contraem
temporariamente devido à estimulação nervosa
(simpática) ou por outras substâncias no sangue.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
considerações iniciais
A marca registrada da
pressão alta é, em
última análise, o
aumento da resistência
vascular.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
considerações iniciais
Máxima: 
Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima (sistólica)
Mínima:
Quando ele se dilata, temos uma pressão mínima (diastólica)
120/80 ou 12/8
HIPERTENSÃO ARTERIAL
medidas
. 
Revisão sistemática quantitativa de 2003 a 2008, de 
44 estudos em 35 países, revelou uma prevalência 
global de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres. 
HIPERTENSÃO ARTERIAL
prevalência
2010
2010
Excesso de peso e obesidade
O excesso de peso se associa com maior prevalência de HAS desde idades jovens. Nos adultos,
mesmo entre indivíduos fisicamente ativos, incremento de 2,4 kg/m2 no IMC acarreta maior risco de
desenvolver hipertensão.
Ingestão de sal
Ingestão excessiva de sódio é correlacionada com elevação da PA. A população brasileira possui
padrão alimentar rico em sal, açúcar e gorduras. Em populações com dieta pobre em sal (índios
brasileiros Yanomami), não foram encontrados casos de HAS.
Ingestão de álcool
A ingestão de álcool por períodos prolongados pode aumentar a PAe a mortalidade cardiovascular em
geral. Em populações brasileiras, o consumo excessivo se associa com a ocorrência de HAS de
forma independente das características demográficas.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
fatores de risco
Idade
Relação direta e linear da PA com a idade: prevalência de HAS superior a 60%
na faixa etária acima de 65 anos
Gênero e etnia
Estudos brasileiros (gênero e cor): predomínio de mulheres negras com excesso
de HAS de até 130% em relação às brancas.
Sedentarismo
Atividade física reduz a incidência de HAS, mesmo em indivíduos pré-hipertensos, bem como a
mortalidade e o risco de DCV.
Fatores socioeconômicos
A influência do nível socioeconômico na ocorrência da HAS é complexa e difícil de ser estabelecida. No
Brasil, a HAS foi mais prevalente entre indivíduos com menor escolaridade.
Genética
A contribuição de fatores genéticos para HAS está bem estabelecida na população. Porém, não
existem, até o momento (2010), variantes genéticas que, possam ser utilizadas para predizer o risco
individual de se desenvolver HAS.
Outros fatores de risco cardiovascular
Os fatores de risco cardiovascular frequentemente se apresentam de forma agregada, a predisposição
genética e os fatores ambientais tendem a contribuir para essa combinação em famílias com estilo de
vida pouco saudável.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
fatores de risco
No Brasil, as DCV têm sido a principal causa de morte. Em 2007 ocorreram
308.466 óbitos e entre 1990 a 2006, observou-se uma tendência lenta e
constante de redução das taxas de mortalidade cardiovascular .
2010
Redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares
Redução da pressão arterial e dos eventos cardiovasculares fatais e não-fatais
HIPERTENSÃO ARTERIAL
objetivos do tratamento 
medicamentoso e
não medicamentoso
Evidências dos estudos de desfechos clinicamente
relevantes, com duração curta (3 a 4 anos),
demonstram redução de morbidade e mortalidade
com diuréticos, betabloqueadores, inibidores da
enzima conversora da angiotensina, bloqueadores do
receptor AT1 da angiotensina e com antagonistas dos
canais de cálcio, embora a maioria dos estudos
utilizem, no final, associação de anti-hipertensivos.
2010
CLASSIFICAÇÃO 
fármacos anti-hipertensivos
2010
SNA Simpático
SNA SIMPÁTICO
sinapses
Ganglionares
Receptor Nicotínico - Ach
Periféricas
Receptor Adrenérgico – Nor
(α1, α2, β1, β2 e β3)
CICLO DA NORADRENALINA
síntese, liberação e retirada
NA SINAPSE
(α1, α2, β1, β2 e β3)
CICLO DA NORADRENALINA
síntese, liberação e retirada
Tirosina
DOPA
Dopamina
Noradrenalina = Norepinefrina
Ação nos receptores
Tirosina hidroxilase
Dopamina descarboxilase
Dopamina  hidroxilase
Internalização para vesículas
Aproximação, fusão com a membrana e 
liberação da Nor na fenda sináptica 
Retirada da Nor
Metabolização
MAO COMT
Recaptação
(α1, α2, β1, β2 e β3)
NORADRENALINA E ADRENALINA
norepinefrina e epinefrina
AGONISTAS ALFA 1
 1
ALFA 2
 2
BETA 1
 1
BETA 2
 2
Adrenalina +++ ++ ++ ++
Noradrenalina ++ +++ ++ 0 a +
CICLO DA NORADRENALINA
recaptação e metabolismo
Destinos da noradrenalina após a 
interação com o receptor pós 
sináptico
Recaptação
Metabolização pré-sináptica MAO
(MonoAmina Oxidase)
Metabolização na fenda COMT
(Catecol-Orto-Metil Transferase)
REGULAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE NORADRENALINA
receptor 2 pré-sináptico
Receptor  2 pré-sinaptico
Nor liga e diminui/regula a 
própria liberação na fenda
Receptor Órgão Resposta
 1
Vasos - Contração (+ importante)
 2
Vasos
(musculatura 
esquelética)
-Dilatação
 1 Coração
- aumento da frequência
- aumento da força de contração
 2
Pulmão
(Brônquios, 
Traquéia)
-Dilatação
 1 - Olho - midríase (dilatação da pupila)
(contração do músculo radial)
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
ÓRGÃOS E AÇÕES
Receptor Órgão Resposta
 1
Rim - Secreção de renina
 2
Bexiga
Detrusor
- Relaxamento
 1 Bexiga
(Trígono e 
Esfíncter)
-Contração
 2 Útero - Relaxamento
 2 - Músculo 
esquelético
- Contratilidade
- Glicogenólise
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
ÓRGÃOS E AÇÕES
Receptor Órgão Resposta
2 Fígado - Glicogenólise
 2 Músculo 
esquelético
-  tremor
- massa muscular
-  força de contração
-  glicogenólise
 1 e  2 Fígado -  glicogenólise
 3 Tecido 
adiposo
- lipólise
 2 e  2 Pâncreas - secreção (alfa 1)
-  secreção (beta 2)
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
ÓRGÃOS E AÇÕES
Fármacos que bloqueiam o ramo simpático do SNA, bloqueando o receptor
adrenérgico (ação direta) ou ainda interferindo com a neurotransmissão adrenérgica
(ação indireta).
-Ação Direta
Bloqueiam o ramo simpático do SNA, interferindo
com os receptores  e  adrenérgicos.
-Ação Indireta
Bloqueiam o ramo simpático do SNA, interferindo
com a neurotransmissão adrenérgica, ou seja,
reduzindo a síntese, armazenamento e liberação da
noradrenalinaou aumentando a degradação deste
neurotransmissor.
SIMPATOLÍTICOS
Reduzem toda
a atividade simpática
SIMPATOLÍTICOS
ação central
Agonista de receptores 2 adrenérgicos
pré-sinápticos no sistema nervoso central,
reduzindo o tônus simpático do SNC para
a periferia
SIMPATOLÍTICOS
ação central
Alfametildopa é um profarmaco
Alfametilnora
drenalina
Alfametilnoradranlina é armazenada e liberada pelas vesículas
(não metabolizada pela MAO)
SIMPATOLÍTICOS
alfametildopa
- Reduz a pressão arterial (RVP) sem interferir com o débito e frequência cardíaca
em jovens hipertensos
- Concentração plasmática máxima – 2 a 3 horas após adm. oral
- Efeito máximo - 6 a 8 horas após adm. oral
- Excreção pela urina – conjugado sulfato e forma original
- Efeitos colaterais
- Sedação transitória (inibição de  2 no troco encefálico – vigília e alerta
- Boa seca
- Redução da libido
- Galactorreia
- Heapatoxicidade (raro)
- Anemia hemolítica (1 a 5%)
ALFAMETILDOPA
gravidez
PRESSÃO ELEVADA NA GESTAÇÃO
• Hipertensão crônica (antes da gestação ou até 5 meses – por desconhecimento)
• Hipertensão gestacional (início aos 4 ou 5 meses de gestação)
• Pré eclampsia – tríade diagnóstica: hipertensão, edema e proteinuria
• Eclampsia: tríade + convulsões
• HELLP: síndrome – hemólise, aumento de enzimas hepáticas, baixa de plaquetas)
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
Sobrevida fetal e materna (alfametildopa - fármaco seguro para mãe e criança)
ALFAMETILDOPA
gravidez
No tratamento de manutenção, a α-metildopa constitui o anti-hipertensivo mais bem
estudado, seguro, efetivo e de primeira linha para o tratamento da hipertensão na gravidez.
É um agente α-agonista central que diminui a resistência vascular sem diminuir o débito
cardíaco.
A dose inicialmente utilizada é 750 mg/dia, com dose máxima de 3 g/dia.
Em gestantes hipertensas, a utilização de α-metildopa reduz o risco de picos hipertensivos,
porém, não tem sido observada diminuição da incidência de restrição de crescimento fetal
(RCF), prematuridade, cesarianas ou morte perinatal.
Permanece incerto se o tratamento farmacológico da hipertensão na
gravidez pode prevenir as complicações específicas da pré-eclâmpsia.
o passado, acreditava-se que o tratamento medicamentoso ocasionaria
redução da pressão sanguínea materna e aumento do fluxo sanguíneo
placentário, melhorando o crescimento fetal.
Atualmente, sabe-se que apesar da vasodilatação da artéria uterina não
ocorre diminuição da resistência da circulação placentária.
Estudo realizado com doplervelocimetria não demonstrou melhora do fluxo
sanguíneo fetal nas pacientes com pré-eclâmpsia utilizando a α-metildopa.
A escolha do melhor agente medicamentoso para tratamento da pré-eclâmpsia
durante a gravidez é alvo de muitas controvérsias.
Os principais medicamentos utilizados via oral são α-metildopa, ß-
bloqueadores (pindolol e labetalol) e bloqueadores dos canais de cálcio
(nifedipina e nicardipina).
Já nas emergências hipertensivas são utilizadas medicações por via
intravenosa, como hidralazina e labetalol, ou por via oral, como a nifedipina.
Os IECA são contraindicados na gestação.
Embora se destaque que nenhuma medicação anti-hipertensiva é
especificamente aprovada pela US FDA para uso durante a gravidez, os IECA
são categoria D, associando-se com redução da diurese fetal, oligo-hidrâmnio,
hipoplasia pulmonar e deformidades esqueléticas, devendo ser evitados tanto na
crise hipertensiva como no tratamento de manutenção em gestantes.
OUTROS SIMPATOLÍTICOS
ação central
Clonidina, guanabenzo e guanfacina
Agonista de receptores 2 adrenérgicos pré-sinápticos no
sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático do SNC
para a periferia (redução do DC e RVP)
Sedação e xerostomia (50 % dos pacientes com clonidina e
guanabenzo e 25% com fguanfacina)
Síndrome de abstinência de clonidina com superessão rápida
– dores abdominal, náusea, trmores , taquicardia e e
elevação da PA (não é terapia ideal para hipertensão grave)
Usados em associação com diuréticos
SIMPATOLÍTICOS
BLOQUEADORES DE ALFA 1
α1 + Nor = constrição
α1
2010
Produzem grande parte
do seu efeito bloqueando
os receptores alfa-1 em
arteríolas e vênulas
Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como monoterapia,
devendo, portanto, ser associados com outros anti-hipertensivos.
Podem induzir ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses
gradativamente crescentes.
Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico e
glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática benigna.
OBS.: antagonistas não seletivos:
Fentolamina
Fenoxibenzamina
SIMPATOLÍTICOS
BLOQUEADORES DE ALFA 1
SIMPATOLÍTICOS
BLOQUEADORES DE ALFA 1
Uso na hipertrofia prostática benigna
A Tansulosina fixa-se seletiva e competitivamente aos receptores alfa1 pós-
sinápticos, em particular aos do subtipo alfa1-a, que promovem a contração da 
musculatura lisa da próstata e da uretra e por meio dos quais se reduz a 
tensão. 
Aumenta o fluxo urinário máximo pela redução da tensão da musculatura lisa 
da próstata e da uretra e desse modo alivia a obstrução
Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose,
sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e,
eventualmente, astenia.
Em estudos, a comparação entre o alfabloqueador
doxazosina e a clortalidona indicou a maior ocorrência
de insuficiência cardíaca congestiva no grupo tratado
com a doxazosina. A partir dessas conclusões
estabeleceu-se a ideia de que o alfabloqueador testado
nesse estudo não deve ser medicamento de primeira
escolha para o tratamento da hipertensão40
SIMPATOLÍTICOS
BLOQUEADORES DE ALFA 1
REAÇÕES ADVERSAS
2010
SEU MECANISMO ANTI-HIPERTENSIVO
• diminuição inicial do débito cardíaco,
• redução da secreção de renina,
• readaptação dos barorreceptores,
• diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas,
• ação central????
OBS.: são eficazes no tratamento da hipertensão arterial. A redução da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares é bem documentada
em grupos de pacientes com idade inferior a 60 anos
SIMPATOLÍTICOS
BLOQUEADORES DE RECEPTORES BETA
INDICAÇÕES:
hipertensão arterial, cardiopatia isquêmica, ICC e arritmias
X
SIMPATOLÍTICOS
DIFERENTES BLOQUEADORES DOS RECEPTORES
CLASSIFICAÇÃO FÁRMACOS
REPRESENTANTES
Bloqueadores inespecíficos β1 e β2
Propranolol
Nadolol
Timolol
Pindolol
Labetalol
Bloqueadores específicos β1 (cardiosseletivos)
Atenolol
Metoprolol
Acebutalol
Nebivolol
Bloqueadores β1 e β2 com atividade 
simpatomimética intrínseca
Pindolol
Acebutalol
Oxprenolol
Bloqueadores inespecíficos β1 e β2 e de α1 Labetalol
Carvedilol
• Contraindicação na asma brônquica para todos
• Propranolol: muito lipossolúvel, com significante metabolismo de 1ª passagem pelo
fígado;
• Nadolol: ação prolongada (bloqueador beta inespecífico)
• Pindolol: bloqueador beta inespecífico com atividade simpatomimética intrínseca –
indicado para pacientes com tendência à bradicardia intensa
• Labetalol: bloqueador beta inespecífico e de alfa 1 (bloqueio beta é de 5 a 10 vezes
maior que alfa). A atividade simpatomimética intrínseca em beta2 contribui para a
vasodilatação
OBSERVAÇÕES POR GRUPO
CLASSIFICAÇÃO FÁRMACOS
REPRESENTANTES
Bloqueadores inespecíficos β1 e β2
Propranol
Nadolol
Timolol
Pindolol
Labetalol
Bloqueadores específicos β1 (cardiosseletivos) Atenolol
Metoprolol
Acebutalol
OBSERVAÇÕES POR GRUPO
• Metoprolol e atenol – bloqueadores de beta 1 sem atividade simpatomimética
intrínseca(cardiosseletivos): mais bem tolerados na asma brânquica – sem efeitos em
beta 2
• Acebutalol: bloqueadores de beta 1 com pouca atividade simpatomimética intrínseca
CLASSIFICAÇÃO FÁRMACOS
REPRESENTANTES
OBSERVAÇÕES POR GRUPO
EFEITOS COLATERIAS DOS
BETABLOQUEADORES
• Broncoespasmo somente em pacientes com doença pulmonar
• Bradicardia e exacerbação da insuficiência cardíaca (melhor optar por
betabloqueadores com atividade simpatomimética intrínseca)
• Hipoglicemia – resposta simpática à hipoglicemia produz sintomas como a taquicardia
(isto não ocorre com o betabloqueio, o que pode fazer a hipoglicemia passar
despercebida pelo paciente) - contraindicação em diabetes não controlado ou indicação
de beta 1 seletivo
• Fadiga - redução do débito e da perfusão durante o exercício
• Extremidades frias – perda de vasodilatação periférica mediada por receptores beta na
pele
• Efeitos centrais (pesadelos) com os lipossolúveis como o propranolol
• A suspensão brusca dos betabloqueadores pode provocar hiperatividade simpática,
com hipertensão de rebote
ANTAGONISTAS DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
IECAs
RENINA
produzida pelo rim age sobre o 
ANGIOTENSINOGÊNIO,
produzido pelo fígado e o transforma em 
ANGIOTENSINA I.
A angiotensina I sobre ação da ECA no 
pulmão e se transforma em 
ANGIOTENSINA II
A angiotensina II exerce seus efeitos, 
principalmente, por interagir com o receptor 
AT1
?
mecanismo 
fisiológico
S
O
B
E 
A
P
R
E
S
S
Ã
O
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R
A 
T
A 
R 
P
A
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A
B
A
I
X
A
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ANTAGONISTAS DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
IECAs
*
*
*
T
R
A
T
A
R
P
A
R
A
B
A
I
X
A
R
ALGUNS DADOS FARMACOCINÉTICOS
IECAs
Prof. Dr. Sérgio Henrique Ferreira
Bothrops jararaca
É B R A S I L!!!!!
Inibição da enzima conversora de 
angiotensina e consequentem redução da 
ANGIOTENSINA II 
disponível, que deixa de exercer suas
ações, sobretudo, “pressoras”.
EFEITO HIPOTENSOR
MECANISMO DE AÇÃO
IECAs
X
EFICÁCIA E INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
IECAs
Eficazes na HAS, reduzindo a morbidade e mortalidade
cardiovasculares nos hipertensos, pacientes com insuficiência
cardíaca e infarto agudo do miocárdio, em especial quando
apresentam baixa fração de ejeção e de alto risco para doença
aterosclerótica, sendo também úteis na prevenção secundária
do acidente vascular encefálico – AVE
• TOSSE SECA, alteração do paladar e raramente, reações de
hipersensibilidade com erupção cutânea e edema angioneurótico.
• Em insuficientes renais crônicos, podem eventualmente agravar a
hiperpotassemia.
• Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou unilateral
associada a rim único, podem promover redução da filtração glomerular
com aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina.
• Em pacientes com função renal reduzida pode causar aumento de até
30% da creatininemia, mas a longo prazo, prepondera seu efeito
nefroprotetor.
•
• Seu uso é contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais.
(cautela e monitoramento em adolescentes e mulheres em idade fértil).
EFEITOS COLATERIAS DOS
IECAs
Como se justifica a ocorrência de tosse em paciente que utiliza captopril? Você
proporia alguma manobra/mudança terapêutica para melhorar este sintoma?
Justifique.
O acúmulo de bradicinina no pulmão, em decorrência da inibição da cininase 
desencadeia o reflexo da tosse e inviabiliza o uso dos IECAs
em cerca de 20% dos casos.
É benéfica a substituição do captopril pelo 
enalapril, para diminuir a tosse seca??
O enalapril é um pro-fármaco (latenciação)
Alternativa de tratamento que também tem como alvo o
sistema renina angiotensina
Losartana – inibidor de receptor AT1
• Antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico de seus receptores AT1.
• Eficazes no tratamento da hipertensão, especialmente em populações de alto risco
cardiovascular ou com comorbidades (reduzem morbidade e mortalidade cardiovascular).
• Estudos comprovam seu efeito benéfico em insuficiência cardíaca congestiva e são úteis
na prevenção do acidente vascular cerebral.
• São nefroprotetores no paciente com diabetes melito tipo 2 com nefropatia estabelecida e
incipiente.
• Metanálise aponta equivalência entre BRAII e IECA na redução de eventos coronarianos
e superioridade dos BRAII na proteção cerebrovascular, contrapondo-se a metanálises
anteriores, que indicavam redução de eventos coronarianos apenas com os inibidores da
ECA.
• O tratamento com BRA II, assim como o uso de IECA, vem sendo associado a uma
menor incidência de novos casos de diabetes melito tipo 2.
BLOQUEADORES DE RECEPTORES AT1 DA ANGIOTENSINA II
BRAII
AT1 e AT2
Clinicamente,
mais importante
*
BLOQUEADORES DE RECEPTORES AT1 DA ANGIOTENSINA II
BRAII
Losartana
inibe o receptor 
AT1, ocupando o 
lugar da 
angiotensina II
Guilluy et al.1 show that JAK2 kinase–mediated tyrosine phosphorylation of the GEF
Arhgef1 is a central event in angiotensin II–induced contraction of blood vessel
smooth muscle. Angiotensin II stimulates blood vessel smooth muscle by binding to
the seven-transmembrane, G protein–coupled AT1 receptor (AT1R). This binding
then stimulates phospholipase C (PLC)-mediated release of intracellular Ca2+,
which, through calmodulin (CAM), activates myosin light chain kinase (MLCK). The
result is phosphorylation of myosin light chain (MLC), blood vessel smooth muscle
contraction and elevation of blood pressure. Through mechanisms that are not yet
fully understood but probably involve Ca2+ and possibly PYK2 kinase or SRC kinase,
angiotensin II also activates intracellular JAK2. JAK2 then phosphorylates and
activates Arhgef1, which stimulates the RhoA-Rho kinase–myosin phosphatase
target subunit (MYPT) cascade, inhibiting myosin light chain phosphatase (MLCP),
which has the effect of promoting phosphorylation of MLC and ultimately increases
blood pressure. Guilluy et al.1 show that, in the absence of functional JAK2 within
smooth muscle cells, angiotensin II will not induce hypertension. IP3, 1,4,5-
triphosphate.
• Apresentam bom perfil de tolerabilidade.
• Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea
(“rash”).
• As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os IECA.
EFEITOS COLATERAIS DOS
BRAII
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
BCCs
• Fármacos que afetam a entrada de Ca++ nas células – bloqueadores da “entrada” de
Ca++, que ocorre devido à despolarização
• Ligam-se à subunidade alfa1 do canal (principalmente do tipo L) e influenciam o
mecanismo de comporta do canal
• Classificação: grupos das fenilalquilaminas, benzotiazepinas e diidropiridinas
• Podem ser enquadrados como vasodilatadores diretos
BCCs
*
*
*
*
*
Esquema de um sistema de
liberação colônica OROS-CT®.
Tecnologia das bombas osmóticas para a
liberação de fármacos no cólon.
Uma unidade osmótica ou um conjunto de 5 a 6
unidades numa cápsula de gelatina
Sistema composto por um compartimento
osmótico e por um compartimento que contém o
fármaco, rodeados por uma membrana
semipermeável.
Há um orifício na membrana semipermeável
adjacente ao compartimento que encerra o
fármaco.
Este dispositivo é rodeado por uma membrana
entérica. Uma vez em contacto com os fluídos
do intestino delgado, a cobertura entérica
dissolve-se, promovendo a entrada de água no
sistema.
Como consequência, o compartimento osmótico
intumesce e forçaa saída do fármaco pelo
orifício, em velocidade controlada pela
velocidade de transporte da água pela
membrana semipermeável.
O sistema é eliminado pelas fezes inteiro após
liberação do fármaco
A seletividade pelo músculo cardíaco ou
pelo músculo liso vascular varia –
verapamil é cardiosseletivo; nifedipina é
seletiva para o músculo liso vascular e o
diltiiazem ocupa posição intermediária
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
DIFERENTES ALVOS DE AÇÃO
Os canais de Ca++ estão presentes no
músculo liso vascular e coração, o que
implica em utilização terapêutica dos
BCCs na HAS, arritmia e angina
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES “FISIOLÓGICAS”
• A contração muscular lisa nas
artérias se dá quando aumenta a
concentração intracelular de Ca++
• A regulação do Ca++ depende da
entrada e saída deste íon pela
membrana da célula e do seu
sequestro no interior da célula
(RS – retículo sarcoplasmático) e
utilização
Células
musculares lisas
RESUMO - FISIOLOGIA
 Entrada de Ca++ externo por diferentes
formas (despolarização e canal sensível á
voltagem)
 Participação de Ca++ interno de reserva
intracelular (RS)
 Ligação do Ca++ com a calmodulina
 (Ca++ - calmodulina) regula a quinase de
cadeia leve de miosina (MLCK)
 MLCK fosforila a cadeia leve de miosina
 Interação actina e miosina
 Contração muscular lisa = aumento de PA
RESUMO - FARMACOLOGIA
 Entrada de Ca++ externo por diferentes formas
(despolarização e canal sensível á voltagem)
 Participação de Ca++ interno de reserva intracelular
(RS)
COM NIFEDIPINA:
 Ocorreu despolarização, mas a mudança de voltagem
interna não foi capaz de promover a entrada de Ca++
pelo canal L, pois o mesmo está bloqueado pela
nifedipina
 Diminui a formação de (Ca++ - calmodulina) e diminui a
atividade da quinase de cadeia leve de miosina
(MLCK)
 MLCK fica menos ativa em fosforilar a cadeia leve de
miosina
 Interação actina e miosina diminuída
 Diminuição da contração muscular lisa = efeito
hipotensor
relaxamento 
= baixar PA
• Desempenham ações distintas no sistema cardiovascular, sendo mais específicas e
potentes na musculatura vascular arterial sistêmica, coronariana e miocárdica, ou no
sistema de condução cardíaca
• Reduzem a RVP por diminuição da concentração de cálcio no interior das células
musculares lisas vasculares – ação hipotensora (anti-hipertensivos eficazes e reduzem a
morbidade e mortalidade cardiovasculares)
• O efeito vasodilatador ocorre sobretudo nos vasos de resistência (artérias), reduzindo a
pós-carga cardíaca.
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
• Dilatam os vasos coronarianos em indivíduos normais e com espasmo de coronária,
com utilidade na angina
• No coração: verapamil e diltiazem – ação antiarritmica
• Relacionam-se principalmente à vasodilatação excessiva (tontura,
hipotensão e cefaleia, rubor e náuseas
• Taquicardia reflexa (agravamento da angina)
EFEITOS COLATERAIS DOS
BCCs - DIIDROPIRIDINAS
Com base na farmacodinâmica dos fármacos
presentes neste medicamento e nos efeitos
colaterais apresentados sobretudo pelo BCC,
justifique a associação de fármacos presente nesta
especialidade farmacêutica.
Pensando ...
farmacologicamente ...
clinicamente ...
VASODILATADORES DIRETOS
 Age sobre artérias e arteríolas, diminuindo a RVP e a PA (pouco efeito
sobre o sistema venoso)
OBS.: Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica
(aumento da renina) e taquicardia reflexa, o que contraindica
seu uso como monoterapia (são utilizados em associação com
diuréticos e/ou betabloqueadores).
 Mecanismo de ação ainda não esclarecido totalmente (“parece” interferir
na ação do IP3 que libera Ca++ do RS intracelular)
 Usos: hipertensão da gravidez (emergências hipertensivas da gravidez –
via ev)
 Limitação: toxicidade – distúrbio imune tipo lupus eritematoso
OBSERVAÇÕES 
HIDRALAZINA
FÁRMACO DE POUCA UTILIZAÇÃO
?
RELACIONADOS AO FÁRMACO:
Cefaleia, rubor, tonturas, hipotensão, taquicardia e palpitação e angina do peito – ocorre
isquemia miocárdia em função do aumento da demanda de oxigênio pelo
REAÇÕES AUTOIMUNIUES COM EXPLICAÇÃO DESCONHECIDA:
Lupus indizido por fármaco, anemia hemolítica, vasculite e glomerolonefrite
EFEITOS COLATERAIS DA HIDRALAZINA
MINOXIDIL E OUTROS ATIVIDARES DE CANAIS DE 
POTÁSSIO
• MINOXIDIL, cromocalim, pinacidil e diazóxido
• Relaxam o músculo pelo aumento seletivo da permeabilidade da
membrana ao potássio - K+ (canais sensíveis ao ATP)
• Isto hiperpolariza a célula e desliga os canais de Ca++ voltagem
dependentes, inibindo um novo potencial de ação/excitação
• Os ativadores de canais de K+ antagonizam a ação do ATP intracelular
sobre estes canais, abrindo-os e causando relaxamento.
Quando estudamos com a “lupa” - os estimuladores dos canais de
K+ promovem hiperpolarização e com isto, a célula não consegue desencadear um
novo potencial de ação (não pode estimular-se). Com isto, não há abertura dos
canais de Ca++ voltagem dependentes (só se abrem se houver despolarização!!!!).
Com pouco Ca++ não há contração = há relaxamento
MINOXIDIL
• MINOXIDIL é vasodilatador potente e de ação prolongada, utilizado
como última escolha em hipertensão grave que não responde a outros
fármacos
• Produz hirsutismo (característica ruim para mulheres e importante para
homens)
• Provoca retenção hídrica (administrado com diurético – furosemida)
• Causa taquicardia reflexa (uso com betabloqueadores)
• Minoxidil é empregado em soluções a 5% em duas aplicações diárias.
• É usado isoladamente ou associação com antralina ou corticosteroides
tópicos, ou ácido retinóico a 0,025% e a 0,05%.
•Seu mecanismo de ação é desconhecido, mas admite-se que estimule a
síntese folicular de DNA, e tem ação direta, demonstrada in vitro, na
proliferação e diferenciação dos queratinócitos, e regula a fisiologia do
pêlo, independentemente de influências no fluxo sangüíneo regional
• Ainda que útil, existindo trabalhos em que se registram resultados cosmeticamente aceitáveis em
proporção de 20% a 45% dos casos, mostra-se pouco efetivo nas formas graves.
• Quando o minoxidil atua, os primeiros resultados são observados a partir da décima segunda semana
de uso.
• Os possíveis efeitos adversos do minoxidil são dermatites de contato irritativas e alérgicas e
hipertricose reversível com a interrupção do tratamento.

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