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FARMACOLOGIA DOS DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES Profa. Patrícia Corrêa Dias Curso de Farmácia - FACIS HIPERTENSÃO ARTERIAL considerações iniciais - Condição clínica multifatorial - níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). - Associa-se a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. - O sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos exerce uma força contra a parede das artérias. - Quando esta força está aumentada, isto é, as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue, há hipertensão arterial, ou popularmente pressão alta. A PA é resultado de um produto: Débito Cardíaco x Resistência Vascular Periférica. DC x RVP - Aumento no volume de sangue ejetado (rins comprometidos, contração e frequência cardíacas alteradas ----- DC - Resistência aumentada, oferecida pelas artérias para a passagem do sangue ------ RVP - Artérias de maior calibre com menos flexibilidade (rígidas), não expandem para passagem do sangue. O sangue ejetado nos batimentos cardíacos é forçado através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumenta. - Artérias muito finas (arteríolas) se contraem temporariamente devido à estimulação nervosa (simpática) ou por outras substâncias no sangue. HIPERTENSÃO ARTERIAL considerações iniciais A marca registrada da pressão alta é, em última análise, o aumento da resistência vascular. HIPERTENSÃO ARTERIAL considerações iniciais Máxima: Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima (sistólica) Mínima: Quando ele se dilata, temos uma pressão mínima (diastólica) 120/80 ou 12/8 HIPERTENSÃO ARTERIAL medidas . Revisão sistemática quantitativa de 2003 a 2008, de 44 estudos em 35 países, revelou uma prevalência global de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres. HIPERTENSÃO ARTERIAL prevalência 2010 2010 Excesso de peso e obesidade O excesso de peso se associa com maior prevalência de HAS desde idades jovens. Nos adultos, mesmo entre indivíduos fisicamente ativos, incremento de 2,4 kg/m2 no IMC acarreta maior risco de desenvolver hipertensão. Ingestão de sal Ingestão excessiva de sódio é correlacionada com elevação da PA. A população brasileira possui padrão alimentar rico em sal, açúcar e gorduras. Em populações com dieta pobre em sal (índios brasileiros Yanomami), não foram encontrados casos de HAS. Ingestão de álcool A ingestão de álcool por períodos prolongados pode aumentar a PAe a mortalidade cardiovascular em geral. Em populações brasileiras, o consumo excessivo se associa com a ocorrência de HAS de forma independente das características demográficas. HIPERTENSÃO ARTERIAL fatores de risco Idade Relação direta e linear da PA com a idade: prevalência de HAS superior a 60% na faixa etária acima de 65 anos Gênero e etnia Estudos brasileiros (gênero e cor): predomínio de mulheres negras com excesso de HAS de até 130% em relação às brancas. Sedentarismo Atividade física reduz a incidência de HAS, mesmo em indivíduos pré-hipertensos, bem como a mortalidade e o risco de DCV. Fatores socioeconômicos A influência do nível socioeconômico na ocorrência da HAS é complexa e difícil de ser estabelecida. No Brasil, a HAS foi mais prevalente entre indivíduos com menor escolaridade. Genética A contribuição de fatores genéticos para HAS está bem estabelecida na população. Porém, não existem, até o momento (2010), variantes genéticas que, possam ser utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS. Outros fatores de risco cardiovascular Os fatores de risco cardiovascular frequentemente se apresentam de forma agregada, a predisposição genética e os fatores ambientais tendem a contribuir para essa combinação em famílias com estilo de vida pouco saudável. HIPERTENSÃO ARTERIAL fatores de risco No Brasil, as DCV têm sido a principal causa de morte. Em 2007 ocorreram 308.466 óbitos e entre 1990 a 2006, observou-se uma tendência lenta e constante de redução das taxas de mortalidade cardiovascular . 2010 Redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares Redução da pressão arterial e dos eventos cardiovasculares fatais e não-fatais HIPERTENSÃO ARTERIAL objetivos do tratamento medicamentoso e não medicamentoso Evidências dos estudos de desfechos clinicamente relevantes, com duração curta (3 a 4 anos), demonstram redução de morbidade e mortalidade com diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina e com antagonistas dos canais de cálcio, embora a maioria dos estudos utilizem, no final, associação de anti-hipertensivos. 2010 CLASSIFICAÇÃO fármacos anti-hipertensivos 2010 SNA Simpático SNA SIMPÁTICO sinapses Ganglionares Receptor Nicotínico - Ach Periféricas Receptor Adrenérgico – Nor (α1, α2, β1, β2 e β3) CICLO DA NORADRENALINA síntese, liberação e retirada NA SINAPSE (α1, α2, β1, β2 e β3) CICLO DA NORADRENALINA síntese, liberação e retirada Tirosina DOPA Dopamina Noradrenalina = Norepinefrina Ação nos receptores Tirosina hidroxilase Dopamina descarboxilase Dopamina hidroxilase Internalização para vesículas Aproximação, fusão com a membrana e liberação da Nor na fenda sináptica Retirada da Nor Metabolização MAO COMT Recaptação (α1, α2, β1, β2 e β3) NORADRENALINA E ADRENALINA norepinefrina e epinefrina AGONISTAS ALFA 1 1 ALFA 2 2 BETA 1 1 BETA 2 2 Adrenalina +++ ++ ++ ++ Noradrenalina ++ +++ ++ 0 a + CICLO DA NORADRENALINA recaptação e metabolismo Destinos da noradrenalina após a interação com o receptor pós sináptico Recaptação Metabolização pré-sináptica MAO (MonoAmina Oxidase) Metabolização na fenda COMT (Catecol-Orto-Metil Transferase) REGULAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE NORADRENALINA receptor 2 pré-sináptico Receptor 2 pré-sinaptico Nor liga e diminui/regula a própria liberação na fenda Receptor Órgão Resposta 1 Vasos - Contração (+ importante) 2 Vasos (musculatura esquelética) -Dilatação 1 Coração - aumento da frequência - aumento da força de contração 2 Pulmão (Brônquios, Traquéia) -Dilatação 1 - Olho - midríase (dilatação da pupila) (contração do músculo radial) RECEPTORES ADRENÉRGICOS ÓRGÃOS E AÇÕES Receptor Órgão Resposta 1 Rim - Secreção de renina 2 Bexiga Detrusor - Relaxamento 1 Bexiga (Trígono e Esfíncter) -Contração 2 Útero - Relaxamento 2 - Músculo esquelético - Contratilidade - Glicogenólise RECEPTORES ADRENÉRGICOS ÓRGÃOS E AÇÕES Receptor Órgão Resposta 2 Fígado - Glicogenólise 2 Músculo esquelético - tremor - massa muscular - força de contração - glicogenólise 1 e 2 Fígado - glicogenólise 3 Tecido adiposo - lipólise 2 e 2 Pâncreas - secreção (alfa 1) - secreção (beta 2) RECEPTORES ADRENÉRGICOS ÓRGÃOS E AÇÕES Fármacos que bloqueiam o ramo simpático do SNA, bloqueando o receptor adrenérgico (ação direta) ou ainda interferindo com a neurotransmissão adrenérgica (ação indireta). -Ação Direta Bloqueiam o ramo simpático do SNA, interferindo com os receptores e adrenérgicos. -Ação Indireta Bloqueiam o ramo simpático do SNA, interferindo com a neurotransmissão adrenérgica, ou seja, reduzindo a síntese, armazenamento e liberação da noradrenalinaou aumentando a degradação deste neurotransmissor. SIMPATOLÍTICOS Reduzem toda a atividade simpática SIMPATOLÍTICOS ação central Agonista de receptores 2 adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático do SNC para a periferia SIMPATOLÍTICOS ação central Alfametildopa é um profarmaco Alfametilnora drenalina Alfametilnoradranlina é armazenada e liberada pelas vesículas (não metabolizada pela MAO) SIMPATOLÍTICOS alfametildopa - Reduz a pressão arterial (RVP) sem interferir com o débito e frequência cardíaca em jovens hipertensos - Concentração plasmática máxima – 2 a 3 horas após adm. oral - Efeito máximo - 6 a 8 horas após adm. oral - Excreção pela urina – conjugado sulfato e forma original - Efeitos colaterais - Sedação transitória (inibição de 2 no troco encefálico – vigília e alerta - Boa seca - Redução da libido - Galactorreia - Heapatoxicidade (raro) - Anemia hemolítica (1 a 5%) ALFAMETILDOPA gravidez PRESSÃO ELEVADA NA GESTAÇÃO • Hipertensão crônica (antes da gestação ou até 5 meses – por desconhecimento) • Hipertensão gestacional (início aos 4 ou 5 meses de gestação) • Pré eclampsia – tríade diagnóstica: hipertensão, edema e proteinuria • Eclampsia: tríade + convulsões • HELLP: síndrome – hemólise, aumento de enzimas hepáticas, baixa de plaquetas) OBJETIVOS DO TRATAMENTO Sobrevida fetal e materna (alfametildopa - fármaco seguro para mãe e criança) ALFAMETILDOPA gravidez No tratamento de manutenção, a α-metildopa constitui o anti-hipertensivo mais bem estudado, seguro, efetivo e de primeira linha para o tratamento da hipertensão na gravidez. É um agente α-agonista central que diminui a resistência vascular sem diminuir o débito cardíaco. A dose inicialmente utilizada é 750 mg/dia, com dose máxima de 3 g/dia. Em gestantes hipertensas, a utilização de α-metildopa reduz o risco de picos hipertensivos, porém, não tem sido observada diminuição da incidência de restrição de crescimento fetal (RCF), prematuridade, cesarianas ou morte perinatal. Permanece incerto se o tratamento farmacológico da hipertensão na gravidez pode prevenir as complicações específicas da pré-eclâmpsia. o passado, acreditava-se que o tratamento medicamentoso ocasionaria redução da pressão sanguínea materna e aumento do fluxo sanguíneo placentário, melhorando o crescimento fetal. Atualmente, sabe-se que apesar da vasodilatação da artéria uterina não ocorre diminuição da resistência da circulação placentária. Estudo realizado com doplervelocimetria não demonstrou melhora do fluxo sanguíneo fetal nas pacientes com pré-eclâmpsia utilizando a α-metildopa. A escolha do melhor agente medicamentoso para tratamento da pré-eclâmpsia durante a gravidez é alvo de muitas controvérsias. Os principais medicamentos utilizados via oral são α-metildopa, ß- bloqueadores (pindolol e labetalol) e bloqueadores dos canais de cálcio (nifedipina e nicardipina). Já nas emergências hipertensivas são utilizadas medicações por via intravenosa, como hidralazina e labetalol, ou por via oral, como a nifedipina. Os IECA são contraindicados na gestação. Embora se destaque que nenhuma medicação anti-hipertensiva é especificamente aprovada pela US FDA para uso durante a gravidez, os IECA são categoria D, associando-se com redução da diurese fetal, oligo-hidrâmnio, hipoplasia pulmonar e deformidades esqueléticas, devendo ser evitados tanto na crise hipertensiva como no tratamento de manutenção em gestantes. OUTROS SIMPATOLÍTICOS ação central Clonidina, guanabenzo e guanfacina Agonista de receptores 2 adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático do SNC para a periferia (redução do DC e RVP) Sedação e xerostomia (50 % dos pacientes com clonidina e guanabenzo e 25% com fguanfacina) Síndrome de abstinência de clonidina com superessão rápida – dores abdominal, náusea, trmores , taquicardia e e elevação da PA (não é terapia ideal para hipertensão grave) Usados em associação com diuréticos SIMPATOLÍTICOS BLOQUEADORES DE ALFA 1 α1 + Nor = constrição α1 2010 Produzem grande parte do seu efeito bloqueando os receptores alfa-1 em arteríolas e vênulas Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como monoterapia, devendo, portanto, ser associados com outros anti-hipertensivos. Podem induzir ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses gradativamente crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico e glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática benigna. OBS.: antagonistas não seletivos: Fentolamina Fenoxibenzamina SIMPATOLÍTICOS BLOQUEADORES DE ALFA 1 SIMPATOLÍTICOS BLOQUEADORES DE ALFA 1 Uso na hipertrofia prostática benigna A Tansulosina fixa-se seletiva e competitivamente aos receptores alfa1 pós- sinápticos, em particular aos do subtipo alfa1-a, que promovem a contração da musculatura lisa da próstata e da uretra e por meio dos quais se reduz a tensão. Aumenta o fluxo urinário máximo pela redução da tensão da musculatura lisa da próstata e da uretra e desse modo alivia a obstrução Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia. Em estudos, a comparação entre o alfabloqueador doxazosina e a clortalidona indicou a maior ocorrência de insuficiência cardíaca congestiva no grupo tratado com a doxazosina. A partir dessas conclusões estabeleceu-se a ideia de que o alfabloqueador testado nesse estudo não deve ser medicamento de primeira escolha para o tratamento da hipertensão40 SIMPATOLÍTICOS BLOQUEADORES DE ALFA 1 REAÇÕES ADVERSAS 2010 SEU MECANISMO ANTI-HIPERTENSIVO • diminuição inicial do débito cardíaco, • redução da secreção de renina, • readaptação dos barorreceptores, • diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas, • ação central???? OBS.: são eficazes no tratamento da hipertensão arterial. A redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares é bem documentada em grupos de pacientes com idade inferior a 60 anos SIMPATOLÍTICOS BLOQUEADORES DE RECEPTORES BETA INDICAÇÕES: hipertensão arterial, cardiopatia isquêmica, ICC e arritmias X SIMPATOLÍTICOS DIFERENTES BLOQUEADORES DOS RECEPTORES CLASSIFICAÇÃO FÁRMACOS REPRESENTANTES Bloqueadores inespecíficos β1 e β2 Propranolol Nadolol Timolol Pindolol Labetalol Bloqueadores específicos β1 (cardiosseletivos) Atenolol Metoprolol Acebutalol Nebivolol Bloqueadores β1 e β2 com atividade simpatomimética intrínseca Pindolol Acebutalol Oxprenolol Bloqueadores inespecíficos β1 e β2 e de α1 Labetalol Carvedilol • Contraindicação na asma brônquica para todos • Propranolol: muito lipossolúvel, com significante metabolismo de 1ª passagem pelo fígado; • Nadolol: ação prolongada (bloqueador beta inespecífico) • Pindolol: bloqueador beta inespecífico com atividade simpatomimética intrínseca – indicado para pacientes com tendência à bradicardia intensa • Labetalol: bloqueador beta inespecífico e de alfa 1 (bloqueio beta é de 5 a 10 vezes maior que alfa). A atividade simpatomimética intrínseca em beta2 contribui para a vasodilatação OBSERVAÇÕES POR GRUPO CLASSIFICAÇÃO FÁRMACOS REPRESENTANTES Bloqueadores inespecíficos β1 e β2 Propranol Nadolol Timolol Pindolol Labetalol Bloqueadores específicos β1 (cardiosseletivos) Atenolol Metoprolol Acebutalol OBSERVAÇÕES POR GRUPO • Metoprolol e atenol – bloqueadores de beta 1 sem atividade simpatomimética intrínseca(cardiosseletivos): mais bem tolerados na asma brânquica – sem efeitos em beta 2 • Acebutalol: bloqueadores de beta 1 com pouca atividade simpatomimética intrínseca CLASSIFICAÇÃO FÁRMACOS REPRESENTANTES OBSERVAÇÕES POR GRUPO EFEITOS COLATERIAS DOS BETABLOQUEADORES • Broncoespasmo somente em pacientes com doença pulmonar • Bradicardia e exacerbação da insuficiência cardíaca (melhor optar por betabloqueadores com atividade simpatomimética intrínseca) • Hipoglicemia – resposta simpática à hipoglicemia produz sintomas como a taquicardia (isto não ocorre com o betabloqueio, o que pode fazer a hipoglicemia passar despercebida pelo paciente) - contraindicação em diabetes não controlado ou indicação de beta 1 seletivo • Fadiga - redução do débito e da perfusão durante o exercício • Extremidades frias – perda de vasodilatação periférica mediada por receptores beta na pele • Efeitos centrais (pesadelos) com os lipossolúveis como o propranolol • A suspensão brusca dos betabloqueadores pode provocar hiperatividade simpática, com hipertensão de rebote ANTAGONISTAS DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA IECAs RENINA produzida pelo rim age sobre o ANGIOTENSINOGÊNIO, produzido pelo fígado e o transforma em ANGIOTENSINA I. A angiotensina I sobre ação da ECA no pulmão e se transforma em ANGIOTENSINA II A angiotensina II exerce seus efeitos, principalmente, por interagir com o receptor AT1 ? mecanismo fisiológico S O B E A P R E S S Ã O T R A T A R P A R A B A I X A R ANTAGONISTAS DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA IECAs * * * T R A T A R P A R A B A I X A R ALGUNS DADOS FARMACOCINÉTICOS IECAs Prof. Dr. Sérgio Henrique Ferreira Bothrops jararaca É B R A S I L!!!!! Inibição da enzima conversora de angiotensina e consequentem redução da ANGIOTENSINA II disponível, que deixa de exercer suas ações, sobretudo, “pressoras”. EFEITO HIPOTENSOR MECANISMO DE AÇÃO IECAs X EFICÁCIA E INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS IECAs Eficazes na HAS, reduzindo a morbidade e mortalidade cardiovasculares nos hipertensos, pacientes com insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio, em especial quando apresentam baixa fração de ejeção e de alto risco para doença aterosclerótica, sendo também úteis na prevenção secundária do acidente vascular encefálico – AVE • TOSSE SECA, alteração do paladar e raramente, reações de hipersensibilidade com erupção cutânea e edema angioneurótico. • Em insuficientes renais crônicos, podem eventualmente agravar a hiperpotassemia. • Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou unilateral associada a rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina. • Em pacientes com função renal reduzida pode causar aumento de até 30% da creatininemia, mas a longo prazo, prepondera seu efeito nefroprotetor. • • Seu uso é contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais. (cautela e monitoramento em adolescentes e mulheres em idade fértil). EFEITOS COLATERIAS DOS IECAs Como se justifica a ocorrência de tosse em paciente que utiliza captopril? Você proporia alguma manobra/mudança terapêutica para melhorar este sintoma? Justifique. O acúmulo de bradicinina no pulmão, em decorrência da inibição da cininase desencadeia o reflexo da tosse e inviabiliza o uso dos IECAs em cerca de 20% dos casos. É benéfica a substituição do captopril pelo enalapril, para diminuir a tosse seca?? O enalapril é um pro-fármaco (latenciação) Alternativa de tratamento que também tem como alvo o sistema renina angiotensina Losartana – inibidor de receptor AT1 • Antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico de seus receptores AT1. • Eficazes no tratamento da hipertensão, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou com comorbidades (reduzem morbidade e mortalidade cardiovascular). • Estudos comprovam seu efeito benéfico em insuficiência cardíaca congestiva e são úteis na prevenção do acidente vascular cerebral. • São nefroprotetores no paciente com diabetes melito tipo 2 com nefropatia estabelecida e incipiente. • Metanálise aponta equivalência entre BRAII e IECA na redução de eventos coronarianos e superioridade dos BRAII na proteção cerebrovascular, contrapondo-se a metanálises anteriores, que indicavam redução de eventos coronarianos apenas com os inibidores da ECA. • O tratamento com BRA II, assim como o uso de IECA, vem sendo associado a uma menor incidência de novos casos de diabetes melito tipo 2. BLOQUEADORES DE RECEPTORES AT1 DA ANGIOTENSINA II BRAII AT1 e AT2 Clinicamente, mais importante * BLOQUEADORES DE RECEPTORES AT1 DA ANGIOTENSINA II BRAII Losartana inibe o receptor AT1, ocupando o lugar da angiotensina II Guilluy et al.1 show that JAK2 kinase–mediated tyrosine phosphorylation of the GEF Arhgef1 is a central event in angiotensin II–induced contraction of blood vessel smooth muscle. Angiotensin II stimulates blood vessel smooth muscle by binding to the seven-transmembrane, G protein–coupled AT1 receptor (AT1R). This binding then stimulates phospholipase C (PLC)-mediated release of intracellular Ca2+, which, through calmodulin (CAM), activates myosin light chain kinase (MLCK). The result is phosphorylation of myosin light chain (MLC), blood vessel smooth muscle contraction and elevation of blood pressure. Through mechanisms that are not yet fully understood but probably involve Ca2+ and possibly PYK2 kinase or SRC kinase, angiotensin II also activates intracellular JAK2. JAK2 then phosphorylates and activates Arhgef1, which stimulates the RhoA-Rho kinase–myosin phosphatase target subunit (MYPT) cascade, inhibiting myosin light chain phosphatase (MLCP), which has the effect of promoting phosphorylation of MLC and ultimately increases blood pressure. Guilluy et al.1 show that, in the absence of functional JAK2 within smooth muscle cells, angiotensin II will not induce hypertension. IP3, 1,4,5- triphosphate. • Apresentam bom perfil de tolerabilidade. • Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (“rash”). • As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os IECA. EFEITOS COLATERAIS DOS BRAII BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO BCCs • Fármacos que afetam a entrada de Ca++ nas células – bloqueadores da “entrada” de Ca++, que ocorre devido à despolarização • Ligam-se à subunidade alfa1 do canal (principalmente do tipo L) e influenciam o mecanismo de comporta do canal • Classificação: grupos das fenilalquilaminas, benzotiazepinas e diidropiridinas • Podem ser enquadrados como vasodilatadores diretos BCCs * * * * * Esquema de um sistema de liberação colônica OROS-CT®. Tecnologia das bombas osmóticas para a liberação de fármacos no cólon. Uma unidade osmótica ou um conjunto de 5 a 6 unidades numa cápsula de gelatina Sistema composto por um compartimento osmótico e por um compartimento que contém o fármaco, rodeados por uma membrana semipermeável. Há um orifício na membrana semipermeável adjacente ao compartimento que encerra o fármaco. Este dispositivo é rodeado por uma membrana entérica. Uma vez em contacto com os fluídos do intestino delgado, a cobertura entérica dissolve-se, promovendo a entrada de água no sistema. Como consequência, o compartimento osmótico intumesce e forçaa saída do fármaco pelo orifício, em velocidade controlada pela velocidade de transporte da água pela membrana semipermeável. O sistema é eliminado pelas fezes inteiro após liberação do fármaco A seletividade pelo músculo cardíaco ou pelo músculo liso vascular varia – verapamil é cardiosseletivo; nifedipina é seletiva para o músculo liso vascular e o diltiiazem ocupa posição intermediária BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO DIFERENTES ALVOS DE AÇÃO Os canais de Ca++ estão presentes no músculo liso vascular e coração, o que implica em utilização terapêutica dos BCCs na HAS, arritmia e angina BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES “FISIOLÓGICAS” • A contração muscular lisa nas artérias se dá quando aumenta a concentração intracelular de Ca++ • A regulação do Ca++ depende da entrada e saída deste íon pela membrana da célula e do seu sequestro no interior da célula (RS – retículo sarcoplasmático) e utilização Células musculares lisas RESUMO - FISIOLOGIA Entrada de Ca++ externo por diferentes formas (despolarização e canal sensível á voltagem) Participação de Ca++ interno de reserva intracelular (RS) Ligação do Ca++ com a calmodulina (Ca++ - calmodulina) regula a quinase de cadeia leve de miosina (MLCK) MLCK fosforila a cadeia leve de miosina Interação actina e miosina Contração muscular lisa = aumento de PA RESUMO - FARMACOLOGIA Entrada de Ca++ externo por diferentes formas (despolarização e canal sensível á voltagem) Participação de Ca++ interno de reserva intracelular (RS) COM NIFEDIPINA: Ocorreu despolarização, mas a mudança de voltagem interna não foi capaz de promover a entrada de Ca++ pelo canal L, pois o mesmo está bloqueado pela nifedipina Diminui a formação de (Ca++ - calmodulina) e diminui a atividade da quinase de cadeia leve de miosina (MLCK) MLCK fica menos ativa em fosforilar a cadeia leve de miosina Interação actina e miosina diminuída Diminuição da contração muscular lisa = efeito hipotensor relaxamento = baixar PA • Desempenham ações distintas no sistema cardiovascular, sendo mais específicas e potentes na musculatura vascular arterial sistêmica, coronariana e miocárdica, ou no sistema de condução cardíaca • Reduzem a RVP por diminuição da concentração de cálcio no interior das células musculares lisas vasculares – ação hipotensora (anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbidade e mortalidade cardiovasculares) • O efeito vasodilatador ocorre sobretudo nos vasos de resistência (artérias), reduzindo a pós-carga cardíaca. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO • Dilatam os vasos coronarianos em indivíduos normais e com espasmo de coronária, com utilidade na angina • No coração: verapamil e diltiazem – ação antiarritmica • Relacionam-se principalmente à vasodilatação excessiva (tontura, hipotensão e cefaleia, rubor e náuseas • Taquicardia reflexa (agravamento da angina) EFEITOS COLATERAIS DOS BCCs - DIIDROPIRIDINAS Com base na farmacodinâmica dos fármacos presentes neste medicamento e nos efeitos colaterais apresentados sobretudo pelo BCC, justifique a associação de fármacos presente nesta especialidade farmacêutica. Pensando ... farmacologicamente ... clinicamente ... VASODILATADORES DIRETOS Age sobre artérias e arteríolas, diminuindo a RVP e a PA (pouco efeito sobre o sistema venoso) OBS.: Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica (aumento da renina) e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia (são utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores). Mecanismo de ação ainda não esclarecido totalmente (“parece” interferir na ação do IP3 que libera Ca++ do RS intracelular) Usos: hipertensão da gravidez (emergências hipertensivas da gravidez – via ev) Limitação: toxicidade – distúrbio imune tipo lupus eritematoso OBSERVAÇÕES HIDRALAZINA FÁRMACO DE POUCA UTILIZAÇÃO ? RELACIONADOS AO FÁRMACO: Cefaleia, rubor, tonturas, hipotensão, taquicardia e palpitação e angina do peito – ocorre isquemia miocárdia em função do aumento da demanda de oxigênio pelo REAÇÕES AUTOIMUNIUES COM EXPLICAÇÃO DESCONHECIDA: Lupus indizido por fármaco, anemia hemolítica, vasculite e glomerolonefrite EFEITOS COLATERAIS DA HIDRALAZINA MINOXIDIL E OUTROS ATIVIDARES DE CANAIS DE POTÁSSIO • MINOXIDIL, cromocalim, pinacidil e diazóxido • Relaxam o músculo pelo aumento seletivo da permeabilidade da membrana ao potássio - K+ (canais sensíveis ao ATP) • Isto hiperpolariza a célula e desliga os canais de Ca++ voltagem dependentes, inibindo um novo potencial de ação/excitação • Os ativadores de canais de K+ antagonizam a ação do ATP intracelular sobre estes canais, abrindo-os e causando relaxamento. Quando estudamos com a “lupa” - os estimuladores dos canais de K+ promovem hiperpolarização e com isto, a célula não consegue desencadear um novo potencial de ação (não pode estimular-se). Com isto, não há abertura dos canais de Ca++ voltagem dependentes (só se abrem se houver despolarização!!!!). Com pouco Ca++ não há contração = há relaxamento MINOXIDIL • MINOXIDIL é vasodilatador potente e de ação prolongada, utilizado como última escolha em hipertensão grave que não responde a outros fármacos • Produz hirsutismo (característica ruim para mulheres e importante para homens) • Provoca retenção hídrica (administrado com diurético – furosemida) • Causa taquicardia reflexa (uso com betabloqueadores) • Minoxidil é empregado em soluções a 5% em duas aplicações diárias. • É usado isoladamente ou associação com antralina ou corticosteroides tópicos, ou ácido retinóico a 0,025% e a 0,05%. •Seu mecanismo de ação é desconhecido, mas admite-se que estimule a síntese folicular de DNA, e tem ação direta, demonstrada in vitro, na proliferação e diferenciação dos queratinócitos, e regula a fisiologia do pêlo, independentemente de influências no fluxo sangüíneo regional • Ainda que útil, existindo trabalhos em que se registram resultados cosmeticamente aceitáveis em proporção de 20% a 45% dos casos, mostra-se pouco efetivo nas formas graves. • Quando o minoxidil atua, os primeiros resultados são observados a partir da décima segunda semana de uso. • Os possíveis efeitos adversos do minoxidil são dermatites de contato irritativas e alérgicas e hipertricose reversível com a interrupção do tratamento.
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