Buscar

APOSTILA_SISTEMA_NERVOSO_-_Roteiro_teorico_e_pratico_Copy

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
1. SISTEMA NERVOSO 
 
O sistema nervoso é composto basicamente de células especializadas, cuja função é 
receber os estímulos sensoriais e transmití-los para os órgãos efetores, tanto musculares, como 
glandulares. Os estímulos sensoriais que se originam no exterior ou interior do corpo (aferentes) 
são correlacionados dentro do sistema nervoso e os impulsos eferentes (de resposta) são 
coordenados, de modo que os órgãos efetores atuam harmoniosamente, em conjunto, para o 
bem-estar da pessoa. Ainda mais, o sistema nervoso das espécies superiores tem a capacidade de 
armazenar as informações sensoriais recebidas durante as experiências anteriores e tais 
informações, quando apropriadas, são integradas com outros impulsos nervosos e canalizadas 
para a via eferente comum. 
 
1.1 ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO 
Existem diferentes maneiras de dividir o Sistema Nervoso (levando-se em conta 
critérios anatômicos, embriológicos, funcionais e quanto à segmentação). O sistema nervoso é 
um todo. Sua divisão em partes tem um significado exclusivamente didático, pois as várias 
partes estão intimamente relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional. 
 
Divisão com Base em Critérios Anatômicos 
 
- Sistema Nervoso Central (SNC) Encéfalo Cérebro 
 Cerebelo 
 Tronco Encefálico Bulbo 
 Ponte 
 Mesencéfalo 
 
 Medula Espinhal 
 
 Nervos 
- Sistema Nervoso Periférico (SNP) 
 *Gânglios 
 
* Gânglios: São grupos de células nervosas associadas a nervos. 
 
Divisão com Base em Critérios Embriológicos 
Nesta divisão as partes do sistema nervoso central recebem o nome da vesícula 
primária que lhes deu origem. 
 
Divisão com Base em Critérios Funcionais 
 
 Aferente 
 - Sistema Nervoso Somático 
 Eferente 
 
 Aferente 
 - Sistema Nervoso Visceral 
 Eferente = Sistema nervoso autônomo 
 
O sistema nervoso somático também pode ser chamado de sistema nervoso da vida de 
relação e é o que relaciona o organismo com o meio ambiente. O componente aferente conduz 
aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que 
se passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o 
comando dos centros nervosos, resultando, pois, em movimentos voluntários. 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e controle das 
estruturas viscerais. É muito importante para integração das diversas vísceras no sentido da 
manutenção da constância do meio interno. 
 
Divisão com Base na Segmentação ou Metameria 
Podemos dividir o sistema nervoso em Sistema Nervoso Segmentar e Sistema 
Nervoso Supra-Segmentar. A segmentação no sistema nervoso é evidenciada pela conexão com 
os nervos. Pertence, pois, ao sistema nervoso segmentar todo o sistema nervoso periférico, mais 
aquelas partes do sistema nervoso central que estão em relação direta com os nervos típicos, ou 
seja, a medula espinhal e o tronco encefálico. O cérebro e o cerebelo pertencem ao sistema 
nervoso supra-segmentar. Os nervos olfatório e óptico se ligam ao cérebro, mas não são nervos 
típicos. 
Esta divisão põe em evidência as semelhanças estruturais e funcionais existentes entre 
a medula e tronco encefálico, órgãos do sistema nervoso segmentar, em oposição ao cérebro e 
cerebelo, órgãos do sistema nervoso supra-segmentar. Assim, nos órgãos do sistema nervoso 
supra-segmentar, a substância cinzenta se localiza por fora da substância branca e forma uma 
camada fina, o córtex, que reveste toda a superfície do órgão. Já nos órgãos do sistema nervoso 
segmentar, não existe o córtex e a substância cinzenta pode localizar-se por dentro da branca, 
como ocorre na medula. 
 
2. ANATOMIA MACROSCÓPICA DA MEDULA ESPINHAL 
 
2.1 GENERALIDADES 
A medula espinhal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso situada dentro do canal 
vertebral sem ocupá-lo completamente. No homem mede de 42 a 45cm, sendo um pouco menor 
na mulher. 
Etimologicamente medula significa miolo e indica aquilo que está dentro. Logo a 
medula espinhal é assim denominada por estar dentro do canal vertebral. Ela é o órgão que 
inerva as áreas motoras e sensoriais de todo o corpo, sendo ela a responsável por receber 
impulsos sensoriais e enviar impulsos motores (somáticos e viscerais) para todo o organismo. 
Alem disso, possui um sistema próprio que permite os reflexos medulares sem a atuação do 
encéfalo. 
 
2.2 LIMITES 
Cranialmente a medula limita-se com o bulbo ao nível do forame magno do osso 
occipital. O limite caudal da medula situa-se geralmente na segunda vértebra lombar (L2). 
A medula termina afilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua 
com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal . 
 
 
2.3 FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA 
A medula apresenta forma aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada 
no sentido ântero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações 
denominadas intumescência cervical e intumescência lombar, situadas em nível cervical e 
lombar, respectivamente. 
As intumescências cervical e lombar correspondem às áreas em que fazem conexão 
com a medula as grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, 
destinadas à inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. A formação 
destas intumescências se deve à maior quantidade de neurônios, e portanto, de fibras nervosas 
que entram ou saem destas áreas e que são necessárias para a inervação dos membros superiores 
e inferiores. Esta interpretação encontra apoio na anatomia comparada: o estudo de canais 
vertebrais de dinossauros mostrou que estes animais, dotados de membros anteriores diminutos 
e membros posteriores gigantescos, praticamente não possuíam intumescência cervical, 
enquanto que a intumescência lombar rivalizava em tamanho com o próprio encéfalo. Já um 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
animal gigastesco como a baleia, mas com massas musculares igualmente distribuídas ao longo 
do corpo, possui medula muito larga, mas sem dilatações locais. 
A superfície da medula é recoberta por toda sua extensão por sulcos longitudinais: 
sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. 
Próximo ao tronco encefálico (na medula cervical) possui ainda o sulco intermédio posterior, 
que continua em um septo intermédio posterior. De todos estes sulcos destacam-se dois: o sulco 
lateral anterior e o sulco lateral posterior, que representam os pontos de conexão das raízes 
ventrais e dorsais dos nervos espinhais, respectivamente.2.4 DISPOSIÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA MEDULARES 
Na medula a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma 
de uma borboleta ou de um H. Nela distingui-se de cada lado três colunas que aparecem em 
secções transversais: anterior, posterior e lateral (figuras). No centro da substância cinzenta 
localiza-se o canal central da medula, resquício da luz do tubo neural do embrião. 
Nos adultos o canal central da medula é geralmente fechado sendo aberto apenas em 
níveis cervicais. 
A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. 
A substância branca é formada por fibras em sua maioria mielínicas, que sobem e 
descem na medula espinhal. 
 
2.5 CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINHAIS 
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão pequenos filamentos 
nervosos denominados filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente as 
raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas raízes, por sua vez, se unem para formar os 
nervos espinhais, ocorrendo a união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que 
existe na raiz dorsal. 
A conexão com nervos marca a segmentação da medula que entretanto, não é 
completa, uma vez que não existem septos ou sulcos transversais separando um segmento do 
outro. Considera-se segmento medular de um determinado nervo a parte da medula onde fazem 
conexão os filamentos radiculares que entram na composição deste nervo. Existem 31 pares de 
nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 
cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e, geralmente, 1 coccígeo. 
 
2.6 TOPOGRAFIA VERTEBROMEDULAR 
No adulto, a medula não ocupa todo o canal vertebral, pois termina ao nível de L2. 
Abaixo deste nível, o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos 
últimos nervos espinhais dispostas em torno do cone medular e filamento terminal. Estas 
constituem, em conjunto, a cauda eqüina. 
A diferença de tamanho entre a medula e o canal vertebral, assim como a disposição 
das raízes dos nervos espinhais mais caudais, formando a cauda eqüina, resultam de ritmos de 
crescimento diferentes, em sentido longitudinal, entre a medula e coluna vertebral. Até o quarto 
mês de vida intra-uterina, medula e coluna crescem no mesmo ritmo. Por isso, a medula ocupa 
todo o comprimento do canal vertebral e os nervos, passando pelos respectivos forames 
intervertebrais, dispõem-se horizontalmente formando com a medula um ângulo 
aproximadamente reto. Entretanto, a partir do quarto mês, a coluna começa a crescer mais do 
que a medula, especialmente em sua porção caudal. Como as raízes nervosas mantêm suas 
relações com os respectivos forames intervertebrais, há o alongamento das raízes e diminuição 
do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte 
caudal da medula, levando à formação da cauda eqüina. 
 
3. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO ENCEFÁLICO 
 
3.1 GENERALIDADES 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se 
ventralmente ao cerebelo. Divide-se em: bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado 
cranialmente; e ponte, situada entre ambos. 
Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. 
 
3.2 BULBO 
É também chamado de chamado de bulbo raquídeo ou medula oblonga e tem a forma 
de um tronco de cone, que continua caudalmente com a medula espinal. Mede 
aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm transversal (em sua parte mais larga) e 
sagitalmente e 1,3cm de espessura. 
Como não existe demarcação nítida entre medula e bulbo, considera-se que o limite 
entre eles está em um plano horizontal imediatamente acima do filamento radicular mais cranial 
do primeiro nervo cervical, o que corresponde ao nível do forame magno do osso occipital. O 
limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno ventral do órgão, o 
sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. 
A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos paralelos que 
continuam com os sulcos da medula. Estes sulcos delimitam as regiões anterior (ventral), 
posterior (dorsal) e lateral do bulbo. 
 - Região ventral: nela é encontrada a fissura mediana anterior, que se estende ao longo de toda 
a medula e termina na borda inferior da ponte, no forame cego. De cada lado da fissura mediana 
existe uma eminência alongada, a pirâmide bulbar, formada por feixe compacto de fibras 
nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula. 
Na parte caudal do bulbo, fibras deste tracto cruzam obliquamente o plano mediano em feixes 
interdigitados que obliteram a fissura mediana anterior e constituem a decussação das 
pirâmides. 
 - Região lateral: está localizada entre os sulcos laterais anterior e posterior. Sua parte superior 
é amplamente proeminente, sendo chamada de oliva oval (mede aproximadamente 1,25 cm de 
comprimento). 
 - Região posterior: essa região é dividida em níveis inferior e superior. A parte superior forma 
o pedúnculo cerebelar inferior. 
A organização caudal interna do bulbo é semelhante a da medula, mas à medida que se 
examinam secções mais superiores, notam-se diferenças cada vez maiores. Em nível olivar, 
praticamente não existe semelhança. Essas modificações ocorrem principalmente devido ao 
aparecimento de novos núcleos próprios do bulbo, a decussação das pirâmides, a decussação 
dos lemniscos e a abertura do IV ventrículo. 
A formação reticular bulbar ocupa uma grande área. Nessa região, há o centros 
respiratório, vasomotor e do vômito. 
 
3.3 PONTE 
É a porção do tronco encefálico interposta entre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada 
sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela turca do osso esfenóide. 
A base da ponte situa-se ventralmente e apresenta estriações transversais em virtude 
da presença de numerosos feixes de fibras transversais que a percorrem. Tais fibras se unem de 
cada lado formando o pedúnculo cerebelar médio (ou braço da ponte), que penetra no 
hemisfério cerebelar correspondente. 
Percorrendo a superfície ventral da ponte (eixo longitudinal) encontra-se o sulco 
basilar, onde geralmente está alojada a artéria basilar. 
A ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino. A parte dorsal da ponte não 
apresenta demarcação com a parte dorsal da porção aberta do bulbo, constituindo ambas, o 
assoalho do IV ventrículo. 
 
3.4 MESENCÉFALO 
O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o cérebro, do qual é separado por um plano 
que liga os corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo, à comissura posterior. 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
Ventralmente observa-se dois pedúnculos cerebrais, que aparecem como dois grandes 
feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar 
profundamente no cérebro. 
Em vista dorsal, o mesencéfalo apresenta quatro proeminências arredondadas 
denominadas colículos superiores e inferiores (corpos quadrigêmeos), separados por dois sulcos 
perpendiculares em forma de cruz. Na parte inferior do ramo longitudinal da cruz, aloja-se o 
corpo pineal, pertencente ao diencéfalo. 
 
 
4. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO CEREBELO 
 
4.1 GENERALIDADES 
O cerebelo assim como o cérebro é um órgão pertencente ao sistema nervoso supra-
segmentar. Encontra-se situado dorsalmente ao bulbo e a ponte, contribuindo pra a formação do 
IV ventrículo. Repousa sobre uma depressão do osso occipital denominada fossa cerebelar, 
abaixo do lobo occipital do cérebro. Liga-se ainda a medula e ao tronco encefálico através de 
conexões específicas, os pedúnculoscerebelares 
 
4.2 ASPECTOS ANATÔMICOS 
O cerebelo é formado por uma porção ímpar e mediana, o vérmis e por duas grandes 
massas laterais, os hemisférios cerebelares. Em sua superfície observam-se sulcos transversais 
que delimitam lâminas finas conhecidas como folhas do cerebelo. Em sua organização interna, 
se reconhece um centro de substância branca, o corpo medular de onde irradiam as lâminas 
brancas do cerebelo, revestidas externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o 
córtex cerebelar. O corpo medular do cerebelo com as lâminas brancas que dele irradiam, 
quando vistas em cortes sagitais, recebem o nome de árvore da vida. 
 
4.3 DIVISÕES DO CEREBELO 
Para facilitar o estudo do cerebelo, podemos dividir o mesmo de duas formas. São 
elas: divisão ontogenética e divisão filogenética. A seguir faremos um estudo a cerca de cada 
uma dessas divisões: 
 
Divisão Ontogenética 
Essa divisão se baseia na segmentação do cerebelo em três porções denominadas 
lobos. Em seu desenvolvimento, surgiu primeiramente uma fissura póstero-lateral que dividiu o 
cerebelo em duas partes muito desiguais: o lobo flóculo-nodular formado pela união de duas 
porções menores, o flóculo e o nódulo, e o corpo do cerebelo, formado pelo restante do órgão. A 
seguir, aparece uma segunda fissura, a fissura prima, que por sua vez divide o corpo do cerebelo 
em mais dois lobos, o lobo anterior e o lobo posterior. Temos assim a seguinte divisão: 
 
 Lobo anterior 
 Corpo do cerebelo 
 Lobo posterior 
 Divisão Ontogenética 
 
 Lobo flóculo-nodular 
 
 
Divisão Filogenética 
Os estudos de anatomia comparada indicam a existência de três fases na filogênese do 
cerebelo, as quais podem ser correlacionadas com a complexidade de movimentos realizados 
pelo grupo de vertebrados característicos de cada fase: 
1ª fase: O cerebelo surgido nessa fase se chama arquicerebelo ou cerebelo vestibular. Essa 
primeira fase de evolução surgiu com o aparecimento dos vertebrados mais primitivos, como a 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
lampréia. Estes animais são desprovidos de membros e têm movimentos ondulatórios muito 
simples, havendo, entretanto, necessidade de se manterem em equilíbrio no meio líquido. Para 
isso o cerebelo recebe impulsos da porção vestibular da orelha interna, que informam sobre a 
posição do animal e permitem ao cerebelo coordenar a atividade muscular, de modo a manter o 
animal em equilíbrio. 
2ª fase: O cerebelo da segunda fase surgiu com os peixes. Estes já possuem membros 
(nadadeiras) e são capazes de realizar movimentos mais elaborados. Neles surgiram, pela 
primeira vez, receptores especiais que levam ao cerebelo informações sobre o grau de contração 
dos músculos. Estas informações são importantes para a regulação do tônus muscular e da 
postura do animal. A parte do cerebelo que surgiu nesta fase, adicionando-se ao arquicerebelo, é 
denominada paleocerebelo. 
3ª fase: O cerebelo da terceira fase surgiu com os mamíferos que desenvolveram a capacidade 
de utilizar os membros para movimentos delicados e assimétricos, os quais requerem uma 
coordenação nervosa muito elaborada. A parte do cerebelo que surgiu nesta fase de sua 
evolução, adicionando-se ao arquicerebelo e ao paleocerebelo, é denominada neocerebelo. O 
neocerebelo relaciona-se com o controle de movimentos finos. 
No homem, o arquicerebelo corresponde ao lobo flóculo-nodular, o paleocerebelo ao 
lobo anterior mais uma pequena porção do lobo posterior, enquanto o neocerebelo corresponde 
ao restante desse último lobo. 
 
5. ANATOMIA MACROSCÓPICA DIENCÉFALO 
 
5.1 GENERALIDADES 
O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao prosencéfalo. 
Embora intimamente unidos, estes apresentam características próprias e são estudados em 
separado. 
O telencéfalo se desenvolve enormemente em sentido lateral e posterior para 
constituir os hemisférios cerebrais. Deste modo, encobre quase completamente o diencéfalo, que 
permanece em situação ímpar e mediana, podendo ser visto na face inferior do cérebro. 
O diencéfalo compreende as seguintes estruturas: 
 - Tálamo 
 - Hipotálamo 
 - Epitálamo 
 - Subtálamo 
 
5.2 III VENTRÍCULO 
Quando o cérebro é seccionado no plano sagital mediano, as paredes laterais do III 
ventrículo são expostas amplamente. Verifica-se então a existência de uma depressão, o sulco 
hipotalâmico. As porções da parede situadas acima deste sulco pertencem ao tálamo e as 
situadas abaixo, ao hipotálamo. A parede posterior do ventrículo, muito pequena, é formada 
pelo epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotalâmico. 
 
5.3 TÁLAMO 
São duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovóide, dispostas uma de 
cada lado, na porção látero-dorsal do diencéfalo, constituindo cerca de quatro quintos do seu 
volume. 
A principal função do tálamo é atuar como um centro retransmissor de todos os 
impulsos sensitivos e sensoriais, exceto o olfato, para o córtex cerebral. Massas especializadas 
de núcleos retransmitem os impulsos recebidos para localizações precisas no interior dos lobos 
cerebrais para devida interpretação. 
 
5.3 HIPOTÁLAMO 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
O hipotálamo é uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do 
tálamo, com importantes funções, relacionadas principalmente com o controle da atividade 
visceral. 
O hipotálamo compreende estruturas situadas nas paredes laterais do III ventrículo, 
abaixo do sulco hipotalâmico, visíveis na base do cérebro: 
 - Corpos Mamilares: são duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na 
parte inferior do diencéfalo. 
 - Quiasma Óptico: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe as fibras 
mielínicas dos nervos ópticos, II par craniano, que aí cruzam em parte e continuam nos tractos 
ópticos que se dirigem através do tracto óptico ao corpo geniculado lateral. 
 - Túber cinéreo: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e dos 
tractos ópticos, entre estes e os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise por 
meio do infundíbulo; 
 - Infundíbulo: formação nervosa em forma de funil cuja extremidade inferior continua como o 
processo infundibular ou lobo nervoso da neuro-hipófise. 
 
5.4 EPITÁLAMO 
O epitálamo limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na 
transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, de forma 
piriforme, ímpar e mediana que repousa sobre o mesencéfalo. 
A base do corpo pineal prende-se anteriormente a dois feixes transversais de fibras 
que cruzam o plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas. A comissura 
posterior situa-se no ponto em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é considerada 
como limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo. 
 
5.5 SUBTÁLAMO 
O subtálamo compreende a zona anterior de transição entre o diencéfalo e o 
mesencéfalo. É de difícil visualização, pois não se relaciona com as paredes do III ventrículo, 
podendo mais facilmente ser observado em cortes frontais do cérebro. Verifica-se então que ele 
se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado medialmente pelo hipotálamo. 
 
6. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TELENCÉFALO 
 
6.1 GENERALIDADES 
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, e uma 
pequena parte mediana situada na porçãoanterior do III ventrículo. 
Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal 
do cérebro, cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, o corpo caloso, 
principal meio de união entre os dois hemisférios. 
Os dois hemisférios cerebrais realizam funções diferentes. Na maioria das pessoas, o 
hemisfério esquerdo controla habilidades analíticas e verbais, como ler, escrever e cálculo 
matemático. O hemisfério direito é a sede de tipos espaciais e artísticos de inteligência. O corpo 
caloso unifica a atenção e consciência entre os dois hemisférios e permite um compartilhamento 
de aprendizagem e memória 
Cada hemisfério possui 3 pólos: frontal, occipital e temporal; 3 faces: face súpero-
lateral(convexa), face medial(plana) e face inferior ou base do cérebro(muito irregular), 
pousando anteriormente nos andares anterior e médio da base do crânio e posteriormente na 
tenda do cerebelo. 
 
6.2 SULCOS E GIROS – DIVISÃO EM LOBOS 
A superfície do cérebro apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam 
giros ou circunvoluções cerebrais. A existência dos sulcos permite considerável aumento de 
superfície sem grande aumento do volume cerebral. Sabe-se que cerca de dois terços da área 
ocupada pelo córtex cerebral estão escondidos nos sulcos. Muitos sulcos são inconstantes e não 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
recebem qualquer denominação. Outros, mais freqüentes, recebem denominações especiais e 
ajudam a delimitar os lobos e áreas cerebrais. De qualquer modo, o padrão de sulcos e giros do 
cérebro varia em cada cérebro, podendo ser diferente nos dois hemisférios de um mesmo 
indivíduo. Em cada hemisfério cerebral, os dois sulcos mais importantes são: 
 - Sulco lateral (de Sylvius): inicia-se na base do cérebro e como uma fenda profunda que 
separa o lobo frontal do lobo temporal, dirige-se para a face súpero-lateral do mesmo. Separa o 
lobo temporal, situado abaixo, dos lobos frontal e parietal, situados acima. 
 - Sulco central (de Rolando): é um sulco profundo e geralmente contínuo que percorre 
obliquamente a face súpero-lateral do hemisfério, separando os lobos frontal e parietal. É 
ladeado por dois giros paralelos, um anterior, giro pré-central e outro posterior, giro pós-central. 
De um modo geral, as áreas situadas adiante do sulco central relacionam-se com a motricidade, 
enquanto as situadas atrás desse sulco relacionam-se com a sensibilidade. 
O cérebro consiste de duas camadas. A camada superficial, que constitui o córtex 
cerebral, é composta de substância cinzenta que tem 2 a 4mm de espessura. Abaixo do córtex 
cerebral, está a espessa camada de substância branca do cérebro, que constitui a segunda 
camada. 
Os sulcos cerebrais ajudam a delimitar os lobos cerebrais, que recebem sua 
denominação de acordo com os ossos do crânio com os quais se relacionam. Assim, existem os 
lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Além destes, existe um quinto lobo, a ínsula, situado 
profundamente no sulco lateral e que não tem, por conseguinte, relação imediata com os ossos 
do crânio. 
 
6.3 ORGANIZAÇÃO INTERNA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS 
A organização interna dos hemisférios cerebrais se assemelha à do cerebelo, sendo, 
pois características dos órgãos do sistema nervoso supra-segmentar. Assim, cada hemisfério 
cerebral possui uma camada superficial de substância cinzenta - o córtex cerebral, que reveste 
um centro de substância branca - o centro branco medular do cérebro, ou centro semi-oval. 
 
6.4 NÚCLEOS DA BASE 
Localizados profundamente no interior de cada hemisfério cerebral existem várias 
massas de substância cinzenta conhecidas no conjunto como núcleos da base. Os núcleos, que 
são envolvidos por substância branca, estão compostos de grupos de corpos celulares. 
Os núcleos da base, como os neurônios do giro pré-central, estão envolvidos com 
funções motoras. 
 
 
6.5. TRACTOS DE FIBRAS NERVOSAS CEREBRAIS 
No SNC, feixes de fibras nervosas estão agrupados em tractos. Existem três tipos de 
tractos na substância branca do cérebro: 
 - Tractos de projeção: são vias formadas por fibras de projeção. Essas fibras conduzem 
impulsos nervosos descendentes (motores) do córtex do cérebro para outras regiões do encéfalo 
e medula espinhal, ou impulsos ascendentes (sensitivos) da medula espinhal e regiões inferiores 
do encéfalo (como o tálamo) para o córtex do cérebro. 
 - Tractos de associação: são vias formadas por fibras de associação, que conectam várias áreas 
do córtex cerebral no interior do mesmo hemisfério. 
 - Tractos comissurais: são vias formadas por fibras comissurais. Essas fibras conectam os 
hemisférios cerebrais direito e esquerdo. O corpo caloso é o principal exemplo de tracto 
comissural. 
 
7. MENINGES - LÍQUOR 
 
7.1 GENERALIDADES 
O sistema nervoso central está envolvido por três membranas conjuntivas 
denominadas meninges. Estas estão dispostas, da mais superficial para a mais profunda, da 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
seguinte maneira: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A aracnóide e a pia-máter, que no embrião 
constituem um só folheto, são às vezes consideradas como uma formação única, a leptomeninge 
ou meninge fina, distinta da paquimeninge ou meninge espessa, constituída pela dura-máter. 
O conhecimento da estrutura e disposição das meninges é muito importante não só 
para a compreensão de seu importante papel de proteção dos centros nervosos, mas também 
porque elas são freqüentemente acometidas por processos patológicos, como infecções 
(meningites) ou tumores (meningioma). Além do mais, o acesso cirúrgico ao SNC envolve, 
necessariamente contato com as meninges, o que torna o seu conhecimento bastante relevante. 
 
7.2 DURA MÁTER 
A meninge mais superficial é a dura-máter, espessa e resistente, formada por tecido 
conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo vasos e nervos. A dura-máter do encéfalo 
difere da espinhal por se formada por dois folhetos, um externo e outro interno, dos quais 
apenas o interno continua com a dura-máter espinhal. O folheto externo adere intimamente aos 
ossos do crânio e comporta-se como periósteo dos mesmos. 
A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o 
encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou quase toda a sensibilidade 
intracraniana se localiza na dura-máter, responsável, assim, pela maioria das dores de cabeça. 
 
Pregas da Dura-Máter no Encéfalo 
Em algumas regiões encefálicas, o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo 
para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam 
amplamente. As principais pregas são: 
 - Foice do cérebro: é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura 
longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios cerebrais. 
 - Tenda do cerebelo: projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos 
occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, 
dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior ou supra-tentorial, e outro 
inferior ou infra-tentorial. 
 - Foice do cerebelo: pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo, 
entre os dois hemisférios cerebelares. 
 - Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal que se fecha superiormente à sela túrcica, 
deixando apenas um pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária. O diafragma da sela 
isola e protege a hipófise. 
 
7.2 ARACNÓIDE 
É uma membrana muito delicada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um 
espaço virtual, o espaço subdural, contendo pequena quantidade de líquido necessário à 
lubrificação das superfícies de contato das duasmembranas. 
A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contém o líquido 
cerebrospinal, ou líquor. Há ampla comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da 
medula. Considera-se como pertencendo à aracnóide, as delicadas trabéculas que atravessam o 
espaço para se ligar à pia-máter, e que são denominadas trabéculas aracnóides. 
As trabéculas aracnóides lembram, em aspecto, uma teia de aranha. Por isso o nome 
aracnóide (semelhante à aranha) dado a esta membrana. 
 
 
Granulações Aracnóideas 
Em alguns pontos do encéfalo, a aracnóide forma pequenos tufos que penetram no 
interior dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnóideas, mais abundantes no 
seio sagital superior. As granulações aracnóideas levam pequenos prolongamentos do espaço 
subaracnóideo (verdadeiros divertículos) no quais o líquor está separado do sangue apenas pelo 
endotélio do seio e uma delgada camada da aracnóide. São pois estruturas adaptadas à absorção 
do líquor que, neste ponto, penetra à corrente sangüínea. 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
 
7.3 PIA-MÁTER 
A pia-máter é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do 
encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanha, descendo até o fundo dos sulcos 
cerebrais. Esta membrana possibilita maior resistência aos tecidos cerebrais. 
 
7.4 LÍQUOR 
O líquor ou líquido cerebrospinal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço 
subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A sua função primordial é de proteção do SNC, 
formando um verdadeiro coxim líquido entre este e o estojo ósseo. Qualquer pressão ou choque 
que se exerça em um ponto do mesmo, distribuir-se-á igualmente a todos os pontos. Desse 
modo, constitui um eficiente mecanismo amortecedor de choques que freqüentemente atingem o 
SNC. Por outro lado, em virtude da disposição do espaço subaracnóideo, que envolve todo o 
SNC, este fica totalmente submerso em líquido, o que o torna muito mais leve (um encéfalo que 
pese 1500g no ar pesará menos de 50g em seu envoltório liquórico). 
 
Características Citológicas e Físico-Químicas do Líquor 
Através de punções lombares, suboccipitais ou ventriculares, pode-se medir a pressão 
do líquor ou coletar uma certa quantidade para estudo de suas características citológicas e físico-
químicas. Tais estudos fornecem importantes informações sobre a fisiopatologia do sistema 
nervoso central e seus envoltórios, permitindo o diagnóstico, às vezes bastante preciso, de 
muitas afecções que acometem o sistema nervoso central, como hemorragias, infecções etc. O 
estudo do líquor é especialmente valioso para o diagnóstico dos diversos tipos de meningites. 
Algumas propriedades físico-químicas do líquor normal variam conforme o local de obtenção 
da amostra estudada, sendo ainda bastante diferente no recém-nascido. O líquor normal do 
adulto é límpido e incolor, apresenta de zero a quatro leucócitos por mm3 e uma pressão de 5 a 
20cm de água, obtida na região lombar com o paciente em decúbito lateral. Embora o líquor 
tenha mais cloretos que o sangue, a quantidade de proteínas é muito menor do que a existente 
no plasma. O volume total do líquor é de 100 a 150 cm3, renovando-se completamente a cada 
oito horas. Existem tabelas muito minuciosas com as características do líquor normal e suas 
variações patológicas, permitindo a caracterização das diversas síndromes liquóricas. 
 
Formação, Absorção e Circulação do Líquor. 
O líquor é produzido continuamente pela filtração do plasma por massas de capilares 
especializados chamados de plexos corióides e, em menor extensão, por secreções das células 
que revestem as cavidades ventriculares. Existem plexos corióides nos ventrículos laterais 
(corno inferior e parte central) e na porção posterior do III e IV ventrículos. Destes, sem dúvida 
os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico, que passa ao III 
ventrículo pelos forames interventriculares e deste para o IV ventrículo através do aqueduto do 
mesencéfalo(cerebral). Através das aberturas laterais e da abertura mediana do IV ventrículo, o 
líquor ganha o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido no sangue principalmente através das 
granulações aracnóides que se projetam no interior dos seios da dura-máter. Como essas 
granulações predominam do seio sagital superior, a circulação do líquor no espaço 
subaracnóideo se faz de baixo para cima. No espaço subaracnóideo da medula, o líquor desce 
em direção caudal, mas apenas uma parte da volta, pois há reabsorção nas pequenas granulações 
aracnóideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos 
espinhais. 
A circulação do líquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a 
determinam. Sem dúvida, a produção de líquor em uma extremidade e sua absorção em outra já 
é suficiente para causar sua movimentação. Um outro fator é a pulsação das artérias 
intracranianas que, a cada sístole, aumenta a pressão liquórica, possivelmente contribuindo para 
empurrar o líquor através das granulações aracnóideas. 
 
 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
SISTEMA NERVOSO 
 
Roteiro de aula prática 
 
 
MENINGES 
Dura-máter do encéfalo 
- foice do cérebro 
- foice do cerebelo 
- diafragma da sela turca 
Dura-máter espinhal 
Aracnóide do encéfalo 
- granulações aracnóideas 
Aracnóide espinhal 
Pia-máter do encéfalo 
- filamento terminal 
- ligamento denticulado 
 
ESPAÇO DAS MENINGES 
Epidural 
Subdural 
Subaracnóide 
- líquor 
 
NERVOS ESPINHAIS 
Filamentos radiculares 
Raiz anterior (motora) 
Raiz posterior (sensitiva) 
- glânglio espinhal (sensitivo) 
Ramo anterior 
Ramo posterior 
 
MEDULA ESPINHAL 
Intumescência cervical 
Intumescência lombossacral 
Cone medular 
Cauda eqüina 
Fissura mediana anterior; Sulcos laterais anteriores 
Sulco mediano posterior; Sulcos intermediários posteriores, Sulcos laterais posteriores 
Funículo da medula (substância branca) 
- funículo anterior 
- funículo lateral 
- funículo posterior 
- fascículo grácil 
- fascículo cuneiforme 
Colunas da medula (substância cinzenta) 
- coluna anterior 
- coluna lateral 
- coluna posterior 
 
VIAS ASCENDENTES (principais) 
Trato espino talâmico anterior (pressão, tato protopático) 
Trato espino talâmico lateral (dor, temperatura) 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José Roberto Godoy 
 
Fascículo gracil (propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória, 
estereognosia) 
Fascículo cuneiforme (propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória, 
estereognosia) 
Trato espino cerebelar anterior (propriocepção inconsciente) 
Trato espino cerebelar posterior (propriocepção inconsciente) 
 
VIAS DESCENDENTES 
Sistema piramidal 
- trato córtico espinhal 
- trato córtico nuclear 
 
TRONCO ENCEFÁLICO 
Bulbo 
Fissura mediana anterior 
Pirâmide 
- decussação das pirâmides 
Oliva 
Sulco mediano posterior 
Fascículo gracil 
- tubérculo gracil 
Fascículo cuneiforme 
- tubérculo cuneiforme 
 
Ponte 
Sulco bulbo-pontino 
Sulco basilar 
Pedúnculo cerebelar médio 
Mesencéfalo 
Pedúnculo cerebral 
Aqueduto mesencefálico ou cerebral 
Colículo superior 
Colículo inferior 
Quarto ventrículo 
Fossa rombóide 
Sulco mediano (posterior) 
 
CEREBELO 
Verme cerebelar 
Hemisférios cerebelares 
Substância cinzenta (córtex cerebelar) 
Substância branca 
Arquicerebelo 
Paleocerebelo 
Neocerebelo 
Núcleo denteado 
Fissura prima 
 
CÉREBRO 
Diencéfalo 
Tálamo 
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
ELEMENTOS DE ANATOMIA ANATOMIA 
Material didático do Prof. José RobertoGodoy 
 
Hipotálamo 
- corpo pineal 
Subtálamo 
Metatálamo 
- corpos geniculados laterais 
- corpos geniculados mediais 
Corpo mamilar 
Quiásma óptico 
Tracto óptico 
Infundíbulo 
Terceiro ventrículo 
- sulco hipotalâmico 
- forame interventricular 
- aderência intertalâmica 
 
Telencéfalo 
Fissura longitudinal do cérebro 
Substância cinzenta (córtex cerebral) 
Substância branca 
Sulco central 
Sulco lateral 
Lobos do cérebro 
- lobo frontal 
• giro pré-central 
- lobo parietal 
• giro pós-central 
- lobo occipital 
- lobo temporal 
- lobo da ínsula 
Corpo caloso 
Giro do cíngulo 
Cúneo 
Sulco calcarino 
Núcleos da base 
- corpo estriado 
• núcleo caudado 
• núcleo lentiforme 
• claustro 
• corpo amigdalóide 
Cápsula interna 
Cápsula externa 
Ventrículo lateral 
Divisão citoarquitetural do Córtex 
Áreas: 
 1, 2, 3 – área somato-sensorial (somestésica) 
 4 – área motora primária 
 17 – área visual primária 
 34, 35 – área olfatória 
 41, 42 – área gustativa primária 
 43 – área gustativa primária 
 44,45 – área motora da fala (área de Broca)

Outros materiais