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Direito penal I Profº Ricardo Pedroza Martirena Introdução ao estudo do Direito penal I Evolução do Direito penal. Bibliografia: Rogério Greco Guilherme de Souza Mutti Rogério Sanches Incolumidade pública = Proteção do patrimônio Matérias de estudo do semestre. Art. 1º, CP ao Art. 31, CP *Em Direito nada é absoluto 16/08/13 Principio da intervenção mínima: O direito penal só deve cuidar dos bens necessários à vida em sociedade que gozem de relevância. É limitador do poder de punir do estado Exemplos de sua incidência: _Discriminalização: Crime de adultério. _Criminalização: Crime de assédio sexual. Princípio da lesividade / Ofensividade: O direito penal deve alcançar apenas as condutas que, pelo menos, coloquem em perigo o bem jurídico ou o lesione. Também limita o poder de punir do estado proibindo: _A incriminação do pensamento (“atitude interna”). _A incriminação de conduta que ultrapasse o âmbito de interesse do próprio autor. _A incriminação de simples estados ou condições existenciais. _A incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico alheio. *Direito penal, última razão do estado. *Princípios fundamentais, a vida humana. Princípio da adequação social: É o fundamento pelo qual o legislador não pode incriminar condutas aceitas pela sociedade como adequadas. Obs.: Não pode revogar as leis penais. Princípio da fragmentariedade: Uma vez eleitos os bens jurídicos mais relevantes, o Direito penal vai se encarregar apenas dessa parcela, fatia, porção dos bens jurídicos de uma sociedade. Princípio da insignificância / Bagatela: Resultado* Conceito analítico: Conduta Resultado (jurídico) Nexo casual (elo) Tipicidade _ material Princípio da individualização da pena: Fases da individualização da pena. 1º Momento: Art. 5º, XLVI, CF/88 2º Momento: Atribuição da pena a determinados crimes de acordo com a gravidade e lesividade da conduta. 3º Momento: Aplicação da pena (Art. 59, CP e Art. 68, CP). 4º Momento: Execução penal Princípio da responsabilidade pessoal / intranscendência: Art. 5º, XLV, CF/88 Princípio das limitações das penas: Art. 5º, XLVII, CF/88 Princípio da culpabilidade: 23/08 Fontes do direito penal Materiais / substancial / produção: São os órgãos de criação da lei penal. Poder legislativo da união, privativamente (Art.22, I, CF/88). Poder legislativo estadual / DF, mediante lei complementar autorizando (Art. 22, § único, CF/88). Formais / Cognição: São as que exteriorizam o Direito penal. Imediata: É a lei penal Mediatas / secundárias: Costumes, princípios gerais do Direito e ato administrativo. (auxiliam). _Costume: É a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade. Costume “SECUDUM LEGEM” auxilia no esclarecimento da lei. EX: Ato obsceno. Art. 233, CP. Costume “PRAETER LEGEM” supre a lacuna da lei. Costume “CONTRA LEGEM” OU “NEGATIVO” é o contrário à lei penal. Ato administrativo. Complementa a lei penal. Doutrina _ busca explicar a fonte. Jurisprudência _ Decisões dos juízes, não cria leis. Tratados e convenções internacionais _ Acordos realizados pelo presidente da república com outros países. Estes três tópicos acima não são fontes do direito penal. Fonte formal imediata _ Lei penal. _Lei penal incriminadora: É a que cria delitos e as penas (sanções). LESTRUTURA Preceito primário: Contém a sansão _ definição da conduta delituosa Preceito secundário: contém a sansão penal. Ex: Crime de homicídio _ Art. 121, CP _ Matar alguém _ preceito primário. _pena _ Reclusão de 6 a 20 anos _ preceito secundário. Classificação das leis penais. Leis incriminadoras: Criam delitos e penas Leis não incriminadoras: Não criam crimes ou penas. Subdivide-se em: B.1_ Leis penais permissivas: São as que autorizam a prática de certas condutas que, em regra, seriam delitos. Ex: Art. 23, CP_ excludentes de ilicitude. Art. 128, CP _ Aborto legal. Art. 142, CP _ retorsão por meio de injustiça. B.2 _ Leis penais exculpantes _ Art. 26, caput, CP _ DOENTE MENTAL, Art. 27, CP, menor de idade. Art. 107, IV, CP _ prescrição. Art. 312, § 3º, 1ª parte, CP _ Peculiar. Art. 342, §2º, CP _ Falso testemunho. Interpretação da lei penal Conceito: É a atividade mental que busca estabelecer o conteúdo e significado contido na lei. _Interpretação quanto ao sujeito: Autêntica / legislativa _ Ex: Art. 327, CP. Contextual: Realizada no próprio texto da lei; Posterior: Quando a lei interpretativa surge depois da lei interpretada. Doutrinária / científica: Oriunda da doutrina. Não tem força obrigatória. Judicial / jurisprudencial: Realizada pelos magistrados, não vincula os demais, vale para o caso concreto, exceções no caso de declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade pelo STF ou por súmula vinculante. _Interpretação quanto aos métodos: Gramatical / literal: Prende-se a analise sintática das palavras. Ex: Art. 164, CP _ Animal no sentido vulgar. Art. 171, CP _ cheque no sentido jurídico. Art. 327, CP _ Funcionário público no sentido jurídico-penal. Teleologia: Busca o verdadeiro objetivo (escopo) (objetivo) da norma: Histórico: Analisa a realidade social à época. Sistemático: Baseia-se na coerência da lei interpretada com as demais. Direito comparado: Verifica a interpretação dada pelo direito estrangeiro sobre lei semelhante. Extrajurídico: Analisa o significado com base em outras áreas do conhecimento. _Interpretação quanto ao resultado: Declarativa: Aquela que coincide perfeitamente com o texto da lei. Extensiva: Quando a lei disse menos do que deveria dizer, busca o verdadeiro alcance que a lei quer que seja dado. (EX: Art. 159, CP). Extorsão mediante sequestro ou cárcere privado. (Art. 157, § 3º 1ª parte, CP). Legislador só fala em lesão corporal grave. Restritiva: A interpretação que visa diminuir o alcance excessivo que a norma deu. Para que não seja uma norma injusta. (Ex: Art. 273, CP). Ab-rogante: _Princípio do indúbio “PRO REO”: Campo das provas _Interpretação progressiva: Deve ser baseado pelo contexto atual. _Interpretação analógica ou “INTRA LEGEM” O legislador coloca várias condutas que proíbe e ao final ele coloca um parâmetro para o juiz interpretar a lei. (EX: Art. 121, §2º, IV, CP). Traição. Emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível à defesa da vítima. Analogia - “IN MALAM PARTEM” _ “IN BONAM PARTEM”. Essa em destaque só serve para preencher a lacuna da lei. *Equidade = Aplicação justa das leis, mas não é prevista na legislação penal. É usada na elaboração das leis, em outros códigos. *Justiça alternativa a) O juiz deve deixar de aplicar a lei inconstitucional b) A interpretação da lei deve atender aos fins sociais e ao bem comum. Art. 5º LINDB. _Princípio da reserva legal “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Art.1º, CP. _Princípio da taxatividade (decorrente): O tipo penal deve conter um mínimo de determinação. _Os tipos penais abertos devem ter um mínimo de definição para que o juiz complemente o conteúdo da figura típica. (aborto – 124 – 127, CP. Rixa – 137 CP. Ato obsceno – Art. 233, CP, ETC.). _Princípio da reserva legal e norma penal em branco: A lei deve definir a fonte do complemento da norma incompleta. Lei: Art. 237, CP _ complemento Art. 1521, LL. 06/09/13 *Lei 12.852/13 _ Organização criminosa Interpretação da lei penal Quanto ao sujeito: _Autêntica / legislativa Obrigatória Contextual Posterior _Doutrinária / Científica _ Não é obrigatória _Jurisprudencial / Judicial _ Obriga apenas as partes, excepcionalmente obrigatória _STF _ CONSTITUCIONALIDADE _ SÚMULA VINCULANTE. Quanto aos métodos: Gramatical Lógica / Teológica _ Elementos _Histórico _Sistemático _D. comparado _Extrajurídico Quanto ao resultado: Declaratória Extensiva Restritiva Ab-rogante _Princípio do “In Dubio ProReo” _Progressiva _Analógica (“INTRA LEGEM”) ≠ Analogia. 20/09/13 Tempo do crime Art. 4º, CP Teoria da atividade _ momento da conduta, no momento em que esta acontecendo à ação prevista no CP. Teoria do resultado _ momento do resultado, (lei vigente) situação final do ato ilícito. Teoria da ubiquidade _ tanto o momento da conduta quando o do resultado. Crime permanente: o crime se consuma no determinado momento, mas a ação continua no tempo, o crime só cessa no momento em que o individuo é posta em liberdade. EX: Sequestro, cárcere privado. (Outro exemplo: Ocultação de cadáver. Art. 211, CP). Crime instantâneo: Homicídio, furto etc. Crime continuado: Ficção de crimes propostas pelo legislador, repetição de atos inferior a 30 dias. (Art. 71, CP). O menor é exceção do crime continuado, o menor não participa, pois ele é de vigência do ECA. Principio da territorialidade Relativa / temperada _ adotada pelo legislador permite a intraterritorialidade. Absoluta. Art. 5º, CP Território físico _É a nossa extensão territorial, até os limites das fronteiras. As embarcações públicas ou privadas brasileiras as aeronaves a serviço do governo brasileiro são considerados território brasileiro. (Por força de lei, as embaixadas brasileiras em outros países são consideradas por leis jurídicas território brasileiro). Território jurídico _ § 1º, CP. Lugar do crime Art. 6º, CP. Teoria da ubiquidade _ Lugar da ação, omissão, conduta, atividade. Resulta/ onde se daria o resultado. Extraterritorialidade Art. 7º, CP Princípios da personalidade Ativa _ autor _Adotado principalmente aos brasileiros natos. Passiva _ vítima _ Crime cometido contra brasileiro, permite que o Brasil aplique suas sanções penais. Princípio domicílio _ crime de genocídio. O Brasil tem autoridade para aplicar as sanções penais. Lei penal em relação às pessoas _Imunidades diplomáticas Chefe de governo estrangeiro Ministros das relações estrangeiras Diplomatas e seus familiares Funcionários do corpo diplomático estrangeiros E sem residência fixa no Brasil. _Funcionários da ONU em serviço no Brasil. _Agentes consulares, excepcionalmente, quando pratiquem delitos em razão de atos de ofício _Emissão de passaporte: _Guias de exportação: _Imunidades parlamentares: Absolutas/materiais/penais: Deputados, senadores e vereadores por suas palavras/ manifestações e votos. Relativas/processuais/formais: deputados e senadores só poderão ser presos em flagrante delito por crimes inafiançáveis ou por condenação definitiva. Presidente da república não será processado e preso por crimes praticados antes da posse no cargo, mas poderá ser preso por condenação transitada em julgado em face de crime praticado durante o exercício do cargo.
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