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Educação permanente TEXTO 1

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Educação permanente. EDUCAÇÃO, TRABALHO E CIDADANIA 
Grande desafio do 3o milênio, investimento sistemático nas forças construtivas dessas práticas, de modo a contribuir mais eficazmente na construção da cidadania. Uma abordagem filosófico-educacional precisa levar em consideração esse retrato de corpo inteiro que a ciência faz da educação nos dias de hoje. O pensar filosófico não parte de referências abstratas e idealizadas, aprioristicamente colocadas, mas sim da própria realidade de seu objeto. Educação como mediação concreta. Análise detida e vigilância crítica, isto é o que se impõe nos dias atuais. A América Latina vem sendo considerada, por todos os especialistas, a região do planeta que apresenta as maiores desigualdades. Ocupar o 79o lugar entre 174 países no IDH da ONU. O PIB anual per capita dos 20% mais ricos é de US$ 18.563,00, enquanto o dos 20% mais pobres é de apenas US$ 578,00, portanto, 32 vezes menor. Só 5,9% das vagas parlamentares e 17,3% dos cargos diretivos cabem às mulheres. O país continua com 16% de analfabetos, ou seja, 24.480.000 pessoas. Ao contrário do que sempre alegaram a metafísica tradicional e a ciência moderna, todas as formas de manifestação concreta da existência humana se realizam mediante a ação real, o agir prático. o modo de ser que decorre do agir. Assim, a educação não poderá mais ser vista como processo mecânico de desenvolvimento de potencialidades. Ela será necessariamente um processo de construção, ou seja, uma prática mediante a qual os homens estão se construindo ao longo do tempo. Trabalho é entendido aqui não como mera operação técnica sobre a natureza, mas como a densa relação dos homens com ela. Por isso, estão em pauta a saúde corporal das pessoas, a disposição de alimentos, de habitação, as formas e valores de remuneração do trabalho, enfim, as condições objetivas da produção, que são igualmente as fontes objetivas da existência real. Cidadania se reporta ao gozo dos direitos políticos e sociais, embora não se limitando a eles, num sentido mais amplo. Vai ocorrer então que tanto a prática produtiva quanto a prática política só se tornam práticas humanas porque são atravessadas por uma terceira dimensão específica do agir humano: trata-se da simbolização, da prática simbolizadora. A existência humana como se dando mediada pelo tríplice universo do trabalho, da sociedade e da cultura. A educação é prática simultaneamente técnica e política, atravessada por uma intencionalidade teórica, fecundada pela significação simbólica, mediando a integração dos sujeitos educandos nesse tríplice universo das mediações existenciais. A educação só se legitima intencionalizando a prática histórica dos homens. Sem dúvida, a educação não é a alavanca da transformação social.  Severino adverte que "o trabalho pode degradar o homem, a vida social pode oprimi-lo e a cultura pode aliená-lo, ideologizando-o"

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