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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: Literatura Brasileira IV Coordenador: Henriqueta Valladares GABARITO – AP2/ 2017-1 1ª Questão: XIX “O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa. Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa. Era uma enseada. Acho que o nome empobreceu a imagem.” Destacamos acima uma parte do poema “Uma Didática da Invenção”, de O Livro das Ignorãnças, do poeta Manoel de Barros. Na aula 11 nos ocupamos da “poética manoelina”, lendo alguns de seus poemas e assistindo ao vídeo “Só dez por cento é mentira”, sobre a obra do escritor. Escreva seus comentários sobre o fragmento XIX do poema relacionando-o às questões sobre “verdade” e “mentira” na obra poética de Manoel de Barros. (Mínimo: 10 linhas) Gabarito: o/a aluno/a deve escrever na resposta como a subjetividade do poeta “vê” ou “transvê” o mundo e o amplia. Apontar o contraste entre a “realidade” e a imagem poética que está no fragmento do poema. O que atinge mais a subjetividade do leitor? A cobra de vidro mole é mentira? A enseada, sim, é verdade? São vários os questionamentos, as relativizações sobre os engessamentos a que ficamos submetidos que podem ser levantados no texto escrito sobre a poética manoelina. É pertinente pensar e escrever, por exemplo, que Manoel de Barros inventa várias biografias, casando-se várias vezes. Isso é mentira? Ou que só tem uma fase de vida: a infância. Isso é verdade? Há outras possibilidades de abordar as questões solicitadas, mas tais destaques dependerão das subjetividades dos leitores da obra de Manoel. É importante ressaltar que, o aluno precisa relacionar o conteúdo de sua resposta à análise do texto em tese. 2ª Questão “Pois bem, ainda que os leitores, estimulados pela narração do conto, sintam que estão entrando em irrealidades, nos contos de Murilo Rubião, ao mesmo tempo, e paradoxalmente, embrenham-se também em realidades. Escreva de que maneira você pode relacionar a observação destacada acima à leitura do conto “Os três nomes de Godofredo”, de Murilo Rubião, onde convivem realidades e irrealidades. (Mínimo: 10 linhas) Gabarito: “O três nomes de Godofredo” desde o seu título coloca os leitores em desacordo com suas expectativas. Espera-se então que as respostas aqui tragam por escrito essas surpresas que a narrativa oferece aos leitores. Por exemplo, a ordem em que o narrador, ele mesmo, apresenta suas “esposas” e noiva é convencional? Como Godofredo ( Robério, João de Deus) se descobre(m) casado(s)? Ele(s) “de fato” tinha(m) tal condição? E eram mesmo várias esposas? Ou uma só noiva? Esse e outros questionamentos devem estar na resposta evidenciando que nas aparentes irrealidades elencadas se revelam histórias reais sobre relacionamentos humanos, convenções sociais, individualidades desrespeitadas. Mais uma vez, o aluno precisa usar elementos do conto em questão para fundamentar seus apontamentos.
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